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01
Assim que Deus convocou
Padre Zé a descansar
Ele logo recomendou
A São Pedro preparar
Uma festa sob medida:
E capriche, Pedro, porque
O Céu hoje vai receber
Uma alma muito querida.
19 de setembro, o dia
Dois mil e seis foi o ano
O sino em agonia
12, hora do desengano
E enquanto os rebanhos seus
Aqui na terra choravam
Festões se realizavam
Dentro da Casa de Deus.
02
Ante a Virgem Imaculada
E o seu filho Jesus
Em sua nova morada
Rodeado por muita luz
Padre Zé entrou feliz
E como se fosse um sonho
Avistou logo padre Sitonho
Junto com padre Diniz.
Abraçou emocionado
Os colegas de batina
Por outros foi abraçado
E muita gente divina
Esperava a ocasião
E foi alegre reboliço
Quando avistou Padim Ciço
Ao lado de Frei Damião.
03
Espalhou-se por todo canto
A notícia do festão
São Tomé a outro santo
Pergunta com admiração
Por que festa de tanto dote
Para um homem igual
Que não é papa nem cardeal
Mas um simples sacerdote?
04
Santa Maria e São José
Na mesma ocasião
Convidaram São Tomé
Para uma reunião
E por fim na heresia
Pois se Cristo, assim, quis
É porque Sinfrônio de Assis
A maior das festas merecia.
05
E seguiu falando Maria
Com eloquência e luz:
Tomé saiba que Jesus
Não valoriza hierarquia
Nem rico nem gente nobre
Mas o espírito capaz
Para o Cristo tanto faz
Ser um papa ou ser um pobre.
06
Volte os olhos para a Terra
E veja sem sobressalto
No cume daquela serra
Ele ergueu, lá, o mais alto
Monumento ao Senhor
Com o cimento da esmola
Construiu paz com escola
Transformou música em amor,
A caridade foi sua guia
07
Fez uma gráfica para pintar
O papel nobre do progresso
Fez uma banda para levar
Os Jovens ao sucesso
Honrou Cristo a cada sermão
Pregou por toda essa terra
E acabou com a guerra
De Jenipapo e Nitão.
A cavalo ou a pé
Todo o Vale percorria
Levava palavra de fé
E as ajudas que trazia
Em obra ele transformou
Foi uma vida de peleja
Dedicada à Igreja
E ao povo que tanto amou.
08
Uma escola para edificar
Educação foi seu intuito
E quem não podia pagar
Recebia estudo gratuito
Quem dele necessitava
Com um sim ele respondia
Até o salário que recebia
Ao pobres todo doava.
09
Mas tudo ficou feliz
São Tomé foi perdoado
E enquanto Sinfrônio de Assis
Na terra era sepultado
Ao pés da imagem do Cristo
Ao Céu subia de vez
E festa como a que se fez
No Céu não se tem registro.
Depois de recepcionado
E dias de paz e luz
Padre Zé foi convidado
Diretamente por Jesus
A nova missão exercer
E disse: sej a o que for
Eu estou pronto, Senhor,
Para aqui no Céu fazer.
10
E logo foi nomeado
Assessor de obra e graça
Cargo para ele criado
Para que no Céu se faça
Justiça aos desvalidos
É ele que graças concebe
É ele também que recebe
As almas dos falecidos.
11
Padre Zé autorizou
No mesmo ato de instantes
E lá de fora um anjo gritou:
Além dos dois ex-estudantes
Há outros dois a acompanhar
E os dois não se contentam
Eles dizem que só entram
Se os outros dois “entrar”.
12
Para resolver a questão
São Pedro necessitou
De uma autorização
E, logo, Cristo mandou
Uma ordem assinada:
Ordeno com amor e fé
Sendo gente de Padre Zé
Pode entrar de carrada.
13
Emocionado ao ver os seus
Padre Zé disse contente
Todo dia peço a Deus
Bom destino a minha gente
Mas tudo tem tempo certo
É o que Deus Pai decidir
E quem de lá vier pra qui
Vai achar o Céu aberto.