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Memórias de um Sargento contra as Milícias – 4

Edmar Roberto Prandini


edmarrp@yahoo.com.br
Maio de 2019

Outubro. Assim como no Brasil, Geodésio também realizou eleições. O novo governante,
Bassial Babosa assumiu o governo no mês de janeiro seguinte com a intenção de fazer
acontecer. Queria realizar grande obras. Obras de engenharia. Instalações esportivas. Obras
de mobilidade urbana. Instalação de um sistema de transporte por trilhos unindo as duas
principais cidades de Geodésio. Um plano audacioso, com muito investimento em construção
civil. Empréstimos já haviam sido feitos para poder realizar os planos de Bassial Babosa.

Mas, havia muita dispersão de informações sobre tantos projetos. Quem desenvolveria os
projetos de engenharia? Que empresas haviam sido contratadas para construir? Os preços,
estavam adequados? Quando era a previsão da conclusão de cada projeto? Quantas
pessoas trabalhariam na construção de cada um?

Argento foi convidado para trabalhar na Secretaria de Planejamento e coordenar duas


pessoas: Charles Juice Desktea e Cadaveric Devilquiasmo. A tarefa era reunir as
informações sobre todos os planos e projetos em andamento e aqueles que Bassial Babosa
pretendia realizar também.

Argento reuniu-se com sua equipe e se definiu que era necessário ir às diversas instituições
do Governo de Geodésio para conhecer as percepções das pessoas sobre os desafios que
estavam colocados. Também, era importante identificar uma solução de software para reunir
todas as informações, mas com a característica de que funcionasse em web e que pudesse
ser atualizado pelas equipes executoras em cada instituição de governo, de maneira
descentralizada.

Cadaveric Devilquiasmo concordou com as propostas, dizendo que eram boas, mas já
expressou sua decisão de não ajudar e a certeza de que os encaminhamentos não teriam
resultado.

- Mas por quê, Cadaveric? Perguntou Argento.

Se as propostas eram corretas, por que não ajudar? Por que elas não teriam resultado? Qual
era o problema?

Cadaveric simplesmente repetia, dia sim e outro dia de novo, que não iria ajudar e que as
propostas não iriam funcionar.

Argento fez algumas reuniões, ele e Charles foram às instituições. Ouviram as pessoas.
Colheram sugestões. Mas, Cadaveric estava irredutível. E insistia em dizer que nada daria
certo.
Argento o chamou para uma conversa, mas Cadaveric levantou-se da sua cadeira e passou
a gritar, chamando a atenção de outras pessoas, e desrespeitando fortemente a Argento,
tanto como pessoa quanto como profissional ou ainda como seu chefe, porque ele já sabia
como seria o resultado. O trabalho da equipe iria fracassar, mas ante à interrogação de
Argento sobre os motivos, Cadaveric apenas aumentou o volume dos gritos, sem apresentar
nenhuma razão plausível.

Argento entendeu que deveria pedir para Cadaveric deixar a equipe e foi à autoridade
superior pedir que removesse Cadaveric para outra função. E sugerisse alguém para
substituí-lo. Cadaveric se foi, felizmente, mas não houve a designação de alguém para
substituí-lo.

Argento jamais compreendeu qual a razão da repulsa de Cadaveric em ajudá-lo com as


propostas que haviam sido formuladas. Argento não as havia imposto. Havia feito reunião e
mantido diálogo sobre o encaminhamento da tarefa solicitada àquela coordenadoria que ele
fora convidado a coordenar. Será que Cadaveric havia se ofendido por que ele fora
convidado para a coordenação? Será que Cadaveric estava enciumado? Será que
Cadavveric havia sido indicado para participar daquela coordenadoria apenas para impedir
que Argento pudesse conduzir os trabalhos de modo a obter resultados? Mas, também
poderia haver outro motivo.

Argento havia tido uma conversa com Cadaveric alguns dias antes e surpreso ouvira dele a
informação de que na Secretaria de Meio Ambiente aconteciam pagamentos que eram
realizados “por fora” do sistema de gestão financeira e contábil oficial. Argento surpreendeu-
se com a afirmação de Cadaveric pela segurança com que ele fazia a afirmação.
Pagamentos fora do sistema de controle financeiro e contábil do governo equivaliam a
corrupção? Se Cadaveric tinha tanta certeza, por que não havia informado o Ministério
Público? Por que Cadaveric compactuava com corrupção numa área tão importante se tinha
tanta convicção de que acontecia? Argento havia questionado Cadaveric e talvez este
questionamento o tivesse tornado tão agressivo contra ele. Mas, Cadaveric não forneceu a
Argento nenhuma informação relevante sobre o assunto. Portanto, Argento não podia fazer
nada. Apenas questionar se Cadaveric estaria falseando as informações para impressioná-lo.
Ou cogitar se Cadaveric talvez até usufruisse de alguma corrupção. Talvez esse
questionamento a Cadaveric fosse a razão que explicasse porque Cadaveric se recusava a
ajudar Argento. E, talvez, até a sabotar-lhe os encaminhamentos que ele tentava conduzir.

Mas, Argento não tinha como saber. Então, tentou afastar-se de Cadaveric, considerando
que assim poderia conduzir os processos necessários.

Argento pesquisou as opções de softwares livre, para evitar custos com licenças compradas,
e localizou uma alternativa que permitiria começar a reunir as informações sobre os projetos
conforme pensado antes: uma opção em web, com uma instalação centralizada, acessível
em cada unidade operacional. Mas, Argento precisava que o software fosse instalado pela
área de tecnologia do governo de Geodésio e, então, procurou o responsável setorial, sr.
Tojo Taniguchi, para cuidar dessa instalação, afim de que pudessem conhecer o sistema e
identificar possíveis adequações que fossem necessárias.

Tojo Taniguchi aceitou a tarefa de cuidar da instalação, mas passou a retardar o processo e
somente ao final de quase quatro meses depois da solicitação, permitiu a Argento ter acesso
a uma instalação para que o software passasse a ser analisado e testado.

Muita coisa já havia acontecido e Charles Desktea também estava desanimado àquela
altura. Tojo Taniguchi também fez a instalação mas não assumiu a hipótese de colaborar com
o exame do sistema e nem aceitou a solicitação para designar um desenvolvedor para
trabalhar nos ajustes do código do sistema, para fazer adaptações que fossem identificadas
como necessárias. Será que Cadaveric havia convencido Tojo Taniguchi a retardar a
instalação e a negar-se a contribuir para que o trabalho de Argento pudesse ser realizado?

Argento estava sob pressão, sem apoio nenhum e sem condições para encaminhar as
tarefas que considerava que eram necessárias. Em termos de orçamento, sua coordenadoria
tinha apenas 11 mil reais previstos para todo o ano. Não podia contratar uma pessoa para
desenvolver os ajustes de software nem para adquirir outro software desenhado conforme
requisições específicas. Como Argento deveria agir?

Argento tentou identificar aliados que pudessem apoiar sua iniciativa, mas estava com
dificuldades. Ele não era de Geodésio. Não conhecia as pessoas, nem as cidades, nem o
governo local. Foi quando surgiu uma pessoa que disse que achava interessante a proposta
que Argento estava considerando realizar. Era Nandes Saulo Rodrigo, de quem se dizia que
era muito competente.

De fato, Nandes Saulo Rodrigo trabalhava com a pessoa mais importante no Governo de
Geodésio, que havia sido o principal encarregado financeiro do Governo e que agora estava
à frente do grande plano de obras do governo de Bassial Barbosa, o sr. Federer Porosus.
Todas as decisões cabiam a Federer Porosus e Nandes Saulo Rodrigo parecia ser um dos
seus preferidos, assim como Guimauro Magal.

Sem conhecê-los, Argento foi trabalhar com Nandes Saulo Rodrigo e para ser aceito teve
que ser apresentado para Guimauro Magal. Nunca esteve com Federer Porosus, que era
importante demais para falar com Argento. O conheceu de vista, mas nunca sequer se
cumprimentaram. Mais tarde, Federer Porosus acabou preso, enrascado com duzias de
processos criminais por corrupção e Guimauro Magal também. Nandes Saulo Rodrigo dizia
que tinha alguns processos dos tempos em que trabalhou na saúde, com outro dirigente que
também acabou preso, mas ele ainda não havia sofrido condenação.

Mas, Argento não os conhecia. Achou que eram competentes tecnicamente. Não sabia que
mantinham finalidades espúrias. De milhões. Será que Cadaveric os havia alertado contra
Argento?

Aparentemente, Nandes Saulo Rodrigo poderia apoiar Argento em sua iniciativa. Mas, logo
Argento observou que não era o que Nandes Saulo pretendia. Pelo contrário. Nandes Saulo
tomou-lhe toda a iniciativa e fazia Argento perder tempo sem avançar em nada em sua
tarefa. Nandes Saulo criava exigências desnecessárias, evitava que Argento pudesse iniciar
o registro das informações dos projetos e tornava o cotidiano de Argento uma obrigação de
prestação de contas de cada mínima ação, sem nenhum resultado prático. E, quando parecia
que o que Nandes havia exigido era alcançado, então ele revertia a decisão e mandava
desfazer, para fazer outra coisa.
O tempo passava e Argento compreendeu que Nandes Saulo Rodrigo jamais o pretendera
apoiar. Pelo contrário, pretendera impedir, mas, como ele poderia saber? Obvio que Nandes
Saulo rodrigo era esperto. Quase todos, Federer Porosus, Guimauro Magal, até outros
subordinados a eles, inclusive engenheiros, haviam sido presos ou estavam acusados de
corrupção vultosa. Mas, Nandes Saulo, não. Este passava incólume, como uma vestal, sem
ser atingido.

Mas, Argento compreendeu que Nandes Saulo não o pretendia apoiar. Então, desistiu
daquela coordenadoria e daquela tarefa. Não seria possível realizar. Envolvia gente com
muito poder, que não queria o poder senão para locupletar-se. Não era o que Argento
pretendia fazer. Só que Argento adoeceu. Novamente. Por ser tolhido. Lesado. Por ser
enganado. Por decepcionar-se com pessoas que ele havia confiado.

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