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AGONIA E ÊXTASE
Às vezes,
No dia-a-dia,
Não se diferencia,
O êxtase
Da agonia.
Vivendo no limiar,
Do sonhar e vivenciar,
Onde um começa para outro terminar?
Letras num vai e vem,
Onde não cabe outro alguém.
DESEMPREGADO
Sofrimento
Acalento
Alento
Rimam
Combinam
Sublimam
INSÔNIA
Há beleza na insônia,
Que me leva à Polônia,
Ou à costa da Patagônia,
Faz-me pensar,
Sobre estar à beira-mar,
Ou talvez viajar,
Para as Ilhas Myanmar,
E, na cama, fico a divagar,
Pois é amor,
Que sinto por este mundo,
Tão puro e imundo,
Cheio de ardor.
APENAS HUMANO
No cotidiano,
O sentimento humano,
É desumano.
Não,
Pois toda comoção,
É negra ao coração.
O HORROR
Às vezes,
Em meio às redes,
Não nos percebemos,
Já perdidos em sentimentos,
E consentimentos,
Tão emaranhados,
Que nos encontramos amarrados,
Completamente atados,
E, repletos de horror,
Pode ser amor,
Que em todo o seu esplendor,
Pode não ser correspondido,
Sendo algo doído,
Profundamente dolorido,
De coração partido,
Às vezes,
Em meio às redes,
Todas de sentimentos,
Não encontramos alentos,
Em quaisquer acalentos,
E, com horror,
Percebemos que o amor,
Pode se tornar dor.
Onde o acalento
Não encontra alento
A ferida permanece sem unguento
O corpo sem alimento
Ao parecer
Aqui vou perecer
Onde sonhos sem par
Na borda, hão de terminar.
O SENTIR
Deixa vir,
Alguns dizem,
E se riem,
Ao falarem sobre sentir,
Como se fosse fácil verbalizar,
Sobre o que é amar,
Ou o que esperar,
Quando esperanças se depositar,
Mas há sempre a tensão,
De que a paixão,
Não corresponda,
Aos desígnios do coração,
E a vontade não responda,
À mente de quem era são,
Agora perdido num turbilhão,
De emoções,
Sem razões.
PONTO DE VISTA
Chego à janela,
Revela-se uma distopia,
É o que há nela,
Tudo em cinza, sem alegria.
Me sento,
Não tento,
Em profundo desalento,
Do não saber por não querer,
Em contínua inércia,
Como a foto da falésia,
Que tenho diante de mim,
Outrossim, por que seguir assim?
Há como saber?
Há uma razão para se conhecer?
Acredito que não,
Quando tudo parece em vão,
Na vida e no amor,
Tudo parece se resumir a dor.
SER
TREMIS
Caminhava na rua,
Quando tremi,
E temi,
Tal qual uma virgem
Em ficar nua,
Que aquela vertigem,
Não fosse acabar ali,
Saí dali,
Procurei por um amigo,
Que conversou comigo,
E foi uma tarde boa,
Coisas não acontecem à toa.
ECOS
Ao fim,
Sem qualquer festim,
Morremos,
Quando a última pessoa lhe conjugar Esquecemos.
Ecos no vazio,
Apenas o frio,
Metafísico,
Não-lírico.