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ANESTESIA EM ANIMAIS LABORATÓRIO

Prof. Fábio Otero Ascoli

O termo animal de laboratório é designado para os animais que são usados em


laboratórios de experimentação. Eles nascem, crescem e são criados em condições
semelhantes. A maioria dos animais utilizados para experimentação são os
roedores, isso porque esses animais se reproduzem rapidamente, se adaptam
facilmente ao ambiente e não necessitam de nenhum suporte nutricional mais
elaborado¹. Os coelhos, ratos, camundongos e cobaia são os roedores mais
utilizados2.

CONTENÇÃO FÍSICA

A contenção desses animais deve ser realizada com cuidado para evitar acidentes
como arranhões e mordeduras durante a manipulação. Um período de
aclimatização pode ser importante para reduzir o estresse do animal 3. A contenção
varia de acordo com a espécie e de acordo com o local da injeção a ser realizada 2, 4,
5
. Nos coelhos, a contenção nunca deve ser realizada pelas orelhas e sim pela pele
de trás de seu pescoço.

PARTICULARIDADES ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS IMPORTANTES NA


ANESTESIA

A maioria das particularidades nos pequenos roedores esta relacionada ao baixo


peso e pequena área corporal que faz com que esses animais tenham alto
metabolismo e alto consumo de oxigênio sendo pouco tolerantes a hipoxemia 2, 6.
Deve-se ter cuidado com sangramentos, pois, devido ao baixo volume de sangue
circulante, pequenas perdas sanguíneas podem levar ao choque e a morte
rapidamente nesses animais1, 2, 3. A hipotermia é um problema para esses pacientes
de baixo peso e deve ser evitada2.

Vias de administração de fluidos e fármacos

As vias de administração utilizadas para a infusão de fármacos nesses animais são


a intraperitoneal (IP), subcutânea (SC), intramuscular (IM) e intravenosa (IV) 5. A via
de administração intraperitoneal é muito utilizada por ser de fácil acesso e
acomodar grandes volumes, entretanto, erros são comuns como a punção
intravisceral, subcutânea ou no tecido adiposo 2. O local correto para se realizar a
punção é no quadrante abdominal inferior esquerdo e o posicionamento do animal
em decúbito dorsal 3. Como a maioria dos fármacos anestésicos e analgésicos está
disponível em alta concentração, serão necessários pequenos volumes para esses
animais, o ideal é que se realize a diluição dos fármacos para se obter um volume
mais adequado. As injeções intramusculares são realizadas no quadríceps ou
músculos posteriores da coxa, em ratos e camundongos devido à massa muscular
reduzida, devem ser evitadas 7. A veia lateral da cauda é a mais utilizada para a
realização de infusão de fluidos e para as injeções intravenosas em ratos,
camundongos e cobaios (fig. 1). O ideal é que essa punção venosa seja realizada
após sedação do animal. Nos coelhos a administração de fluídos pode ser realizada
pela veia cefálica ou marginal da orelha2.

FIG. 1 - Acesso venoso, veia lateral da cauda de


um rato e eletrodos posicionados nas patas
dianteiras e traseiras.

Intubação endotraqueal

Em algumas espécies a intubação endotraqueal é extremamente difícil, como em


cobayos e camundongos e requer experiência para ser realizada em coelhos,
devendo-se tomar muito cuidado porque pode ocorrer edema na laringe e posterior
obstrução de vias aéreas nessas espécies 2. A indução e manutenção da anestesia
inalatória em coelhos por meio de mascara é uma boa opção para quem tem pouca
prática na intubação desses animais (Fig. 2) e em cobayos pela dificuldade de
realização (Fig. 3). Em ratos pode ser realizada com a utilização de cateteres de 14
a 20 gauge, de acordo com o tamanho do animal 5. Uma opção para se ganhar a via
aérea dos pequenos roedores é a traqueostomia, que é fácil de ser realizada e
poderá ser utilizada quando é necessário ventilar o paciente e naqueles
experimentos onde será realizada a eutanásia do animal.

FIG. 3 – Manutenção Anestésica em


FIG. 2 – Manutenção anestésica de um Cobaia com máscara e monitoração
coelho por meio de máscara facial. cardíaca por meio de eletrodos
fixados na pele com agulhas.

CONSIDERAÇÕES PRÉ-ANESTÉSICAS

A observação do animal antes do procedimento anestésico fornece informações


importantes sobre seu estado de saúde, é importante observar o estado de
hidratação e a presença de doenças respiratórias que são muito comuns em
roedores e coelhos. O peso dos animais deve ser conhecido e comparado com a
expectativa de peso da espécie com idade semelhante. Outro cuidado importante é
com o peso no momento de cálculo dos fármacos, esse deve ser preciso para se
evitar overdose desses e de fluido.

O jejum é importante em algumas espécies, mas deve-se tomar cuidado porque o


alto metabolismo associado à baixa reserva de glicogênio pode predispor a
hipoglicemia, principalmente em pequenos roedores 2. Outro fator que deve ser
levado em consideração é o risco de regurgitação e vômito, o que não é muito
comum de ocorrer nos ratos, camundongos e coelhos, por isso, nessas espécies
não é necessária a realização de jejum 5. Em cobaia deve-se realizar jejum de 6 a 8
horas de alimento e de 2 horas de água, pois esses animais retêm o alimento na
faringe e podem regurgitar, predispondo a aspiração 3.

FÁRMACOS UTILIZADOS PARA ANESTESIA


Não existe um agente anestésico ideal para todos os animais e a escolha do
protocolo anestésico vai variar de acordo com inúmeros fatores, sempre
objetivando eficácia anestésica e riscos mínimos.

O uso de medicação pré-anestésica é uma prática comum nesses animais para


promover um grau de inconsciência, reduzindo assim o stress com a manipulação.
È muito comum a utilização de associações para a sedação e anestesia desses
animais.

O controle da dor é uma prática pouco utilizada na rotina de animais de


laboratório, o que não significa que esses animais não sentem dor. Existem muitos
fármacos que podem e devem ser utilizados no controle da dor desses animais. O
protocolo analgésico deve ser definido de acordo com o grau de dor provocado
pelo procedimento cirúrgico. As doses, vias e duração de fármacos utilzados na
anestesia de camundongo, rato, cobaia e coelho estão representados no quadro 1.

Quadro1: Doses, vias e duração de fármacos utilizados no procedimento


anestésico de camundongo, rato, cobaia e coelho

Classe Uso Fármacos Espécie Doses Vias Duração


(mg.kg-
1
)
3
Anticolinérgicos ____ Atropina Camundongo 0.04 SC/IM

Rata 0.043 SC/IM

Cobaia 0.043 SC/IM

____ Coelho 0.05*7 SC/IM

Glicopirrolato Camundongo 0.001- SC/IP


0.0024
Rata SC/IP
0.001-
Cobaia 0.0024 SC/IM

Coelho 0.001- IV
0.0022 IM
0.013

0.13

Fenotiazínico S Acepromazina Camundongo 3-53 SC/IP

Rato 2.53 SC/IP


Cobaia 2.53 SC/IP

Coelho 13 SC/IM

Benzodiazepínic S Diazepam Camundongo 53 IP


os
Rato 2-53 IP

Cobaia 53 IP

Coelho 1-23 IM

S Midazolam Camundongo 53 IP

Rato 2.53 IP

Cobaia 53 IP

Coelho 1-23 IM

Agonistas alfa-2 S/AN Xilazina Camundongo 53 SC/IM


adrenérgicos
Rato 53 SC/IM

Cobaia 53 SC/IM

Coelho 1-54 IM/IV

S/AN Medetomidina Camundongo 0.03-0.13 SC/IP

Rato 0.03-0.13 SC/IP

Cobaia 0.54 SC

Coelho 0.1-0.53 SC/IP

Opióides S/AN Morfina Camundongo 2-53 SC

Rato 2-53 SC 4h

Cobaia 2-53 SC/IM 4h

Coelho 2-53 SC/IM 4h

S/AN Meperidina Camundongo 10-203 SC/IM 2-3h

Rato 10-203 SC/IM 2-3h

Cobaia 10-203 SC/IM

Coelho 103 SC/IM 2-3h

S/AN Fentanil Camundongo 0.025- SC


0.67
Rato SC
Cobaia 0.01-17

Coelho ?

S/AN Butorfanol Camundongo ? SC 4h

Rato 23 SC 4h

Cobaia 23 SC

Coelho 23 SC

S/AN Buprenorfina Camundongo 0.1-0.53 SC 6-12h

Rato 0.13 SC 6-12h

Cobaia 0.01- SC
0.053
Coelho SC
3
0.05

0.01-
0.053

Barbitúricos A Tiopental Camundongo 25-5019 IV/IP 10 min

(solução de 1,25%) Rato 20-4019 IV/IP 5-10 min

Cobaia ?

Coelho 15-307 IV

Fenólicos A Propofol Camundongo 267 IV

Rato 107 IV

Cobaia ?

Coelho 103 IV 5-10 min

Fenciclidinas A/AN Quetamina Camundongo 80-10019 IM

10019 IP

5019 IV

Rato 50-10019 IM

Cobayos 40-20019 IM

Coelho 20-607 IM

Antiinflamatórios AN Acido acetilsalicilico Camundongo 2019 SC


não-esteroidais
Rato 2019 SC
Cobaia 2019 SC

Coelho 1-207 SC

AN Flunixin meglumine Camundongo 2.52 SC 12h

Rato 2.52 SC 12h

Cobayos 2.52 SC/IM 12-24h

Coelho 1.17 IM 12h

AN Carprofeno Camundongo 52 SC 12h

Rato 52 SC/IM/P 24h


O
Cobaia 42 12/24h
SC/IM
Coelho 42 24h
SC/IM
AN Meloxicam Camundongo 1-22 12h
SC/PO
Rato 0.5-22 24h
SC/PO
Cobaia 0.52 12h
SC/IM/P
Coelho 0.3-0.67 O 24h

SC/PO

Associações A Quetamina/Xilazina Camundongo 80/103 IP 20-30

Rato 75/103 IP 20-30

Cobayos 40/53 IP 30

Coelho 35/53 IM 20-30

A Tiletamina/Zolazepam Camundongo 80/1003 IM

Rato 40/503 IP 15-25

Cobaia 40/604 IM

Coelho 5/254 IM

 *Pode ser ineficiente em muitos coelhos


 SC- subcutâneo, IM –Intamuscular, PO- Via oral; IP- Intraperitoneal
 A- Anestésico, AN- Analgésico, S- Sedação

MONITORAÇÃO
Deve ser constante durante a anestesia e varia de acordo com o tipo de
experimento realizado. Entretanto em todo procedimento anestésico é importante
o monitoramento da temperatura, frequências respiratória e cardíaca. No quadro 2
estão presentes alguns valores fisiológicos de diferentes parâmetros de
camundongo, rato, cobaia e coelho.

Sistema Respiratório

A observação do balão ventilatório e do tórax permite a mensuração da freqüência


respiratória nessas espécies. Para avaliar a oxigenação e a ventilação pode ser
utilizado o capnógrafo e a hemogasometria. O oxímetro de pulso pode ser usado e
dependendo do sensor utilizado, funciona bem 2.

Sistema Cardiovascular

A monitoração da freqüência cardíaca nos ratos e camundongos é um pouco mais


complicada do que nas outras espécies e necessita a utilização de um monitor
cardíaco especifico para animais. Como esses animais possuem a freqüência
cardíaca muito elevada, não é qualquer monitor que consegue aferi-la de forma
confiável4. Os eletrodos podem ser conectados a adesivos posicionados no coxim
palmar, plantar e cauda desses animais ou em agulhas transfixadas na pele. A
pressão arterial pode ser aferida através do método invasivo, por meio de
dissecção e canulação da artéia carótida em pequenos roedores ou canulação de
uma artéria periférica em coelhos. O Doppler ultrassônico pode ser utilizado em
roedores através do posicionamento da probe em qualquer artéria próxima da pele
como artéria carótida, femoral e auricular2.

Temperatura

A perda de calor é maior em pequenos roedores, por isso, é importante avaliar a


temperatura durante todo procedimento anestésico por meio da utilização de
termômetro digital com sensor colocado no esôfago ou reto e deve utilizar fonte de
calor principalmente em procedimentos de longa duração. A manutenção da
temperatura pode ser realizada com a utilização de colchão térmico ou lâmpada
infravermelha, que funciona muito bem nessas espécies, e administração de
fluídos aquecidos durante a anestesia 6.
Quadro 2: Valores fisiológicos de camundongo, rato, cobaio e coelho.

Camundon Rato Cobaio Coelho


go

Peso corpóreo (g) 25-40 300-500 700-1200 2.000-6.000

Temperatura 37.5 38 38 38
corporal (°C)

Freqüência 80-200 70-115 50-140 40-60


respiratória
(mov.min-1)

Freqüência 350-600 250-350 150-250 135-325


cardíaca
(bat.min-1)

Flecnell, P. A.; Richardson, C. A.; Popovic, A. Laboratory Animals. In: Lumb & Jones
Veterinary Anesthesia and Analgesia

RECUPERAÇÃO

Após o procedimento anestésico é importante o monitoramento do animal até sua


total recuperação assim como o controle da temperatura e a utilização de
analgésicos no período pós-operatório. Recuperações prolongadas podem estar
relacionadas com hipotermia, hipoglicemia ou overdose de anestésicos 2.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1- Górska, P. Principles in laboratory animal research for experimental


purposes. Med. Sci. Monit. 2000, 6 (1): 171-180
2- Heard, D. J. Rodents. In: Zoo Animal & Wildlife Immobilization and
Anesthesia. Edited by West, G.; Heard, D.; Caulkett, N. Firth Edition.
Blackwell Publishing, USA. 2007, 60: 655 – 663.

3- Flecnell, P. A.; Richardson, C. A.; Popovic, A. Laboratory Animals. In: Lumb


& Jones Veterinary Anesthesia and Analgesia. Edited by Tranquilli, W. J.;
Thurmon, J. C.; Grimm, K. A. Fourth Edition. Blackwell Publishing, USA.
2007, falta capitulo: 765 – 784.

4- Cantwell, S. L. Ferret, Rabbit and Rodent Anesthesia. In: The Veterinary


Clinics of North America (Exotic Animal Practice). Edited by Heard, D. J.
2001, 4: 169-191.

5- Pritchett, K. R.; Corning, B. F. Biology and Medicine of Rats, 2004. In:


Laboratory Animal Medicine and Manangment. Edited by Reuter, J. D.;
Suckow, M. A. Publisher: International Veterinary Information Service
(www.ivis.org).

6- Mader, G. D. The Latin American Veterinary Conference TLAVC, 2006.


Publisher In: International Veterinary Information Service (www.ivis.org).

7- Hampshire, V. A., Davis, J. A. Postprocedural Care of Commonly Utilized


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Animals. Edited by Fish, R. E. et all. Second Edition. Elsevier, Oxford.
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8- Thurmon, J. C.; Tranquilli, W. J.; Benson, J.G. Anesthesia of wild, exotic, and
laboratory animals. In: Lumb & Jones Veterinary Anesthesia. Edited by Tranquilli, W.
J.; Thurmon, J. C.; Benson, J.G. Third Edition. Williams & Wilkins, USA. 1996. p.
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