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Departamento de Geologia
PRINCÍPIOS DE
FOTOGRAMETRIA
Notas de Aula para os Cursos de Engenharia Civil e Geologia
DOCENTES:
Prof. Dr. Francisco Hilário Rego Bezerra – (E-mail: bezerrafh@geologia.ufrn.br)
Prof. Dr. Venerando Eustáquio Amaro – (E-mail: amaro@geologia.ufrn.br)
COLABORAÇÃO:
Leonete Cristina de Araújo Ferreira – Monitora da disciplina CIV310
Fotogrametria, 2003
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................4
FOTOGRAMETRIA ............................................................................................................5
CÂMARAS FOTOGRÁFICAS ..........................................................................................7
TIPOS E CARACTERÍSTICAS DE FOTOGRAFIAS AÉREAS................................14
VÔOS FOTOGRÁFICOS E RECOBRIMENTO AEROFOTOGRÁFICOS ..............21
ESTEREOSCOPIA E ESTEREOSCÓPIOS.................................................................25
EXAGERO VERTICAL EM FOTOGRAFIAS AÉREAS .............................................35
DISTORÇÕES EM FOTOGRAFIAS AÉREAS ............................................................38
MEDIDAS FOTOGRAMÉTRICAS .................................................................................43
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1. INTRODUÇÃO
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2. FOTOGRAMETRIA
Fotogrametria é a ciência, tecnologia e arte de obter informações sobre
alvos físicos e do meio através de processos de registro, medições e
interpretações de imagens fotográficas e padrões registrados de energia
eletromagnética.
A finalidade da fotogrametria é realizar medições sobre fotografias para a
elaboração de mapas, onde os alvos no terreno serão estudados.
A fotogrametria divide-se em dois ramos. O primeiro deles é a
Fotogrametria Métrica, que executa medidas precisas e computações para
estabelecer a forma e o tamanho dos objetos fotografados. O segundo é a
Fotogrametria Interpretativa que é responsável pelo reconhecimento e a
identificação dos objetos fotografados. Ambas têm uma relação direta com o
sensoriamento remoto.
Definições básicas2:
¬ Eixo Ótico: é a reta determinada pelos centros de curvatura das superfícies
esféricas que formam as faces da lente. Passa pelo centro da fotografia ou
ponto principal (PP).
¬ Centro Ótico: é o ponto (no sistema de lentes) onde os raios incidem e não
sofrem desvios (H).
¬ Ponto Focal ou Foco (F): ponto de convergência dos raios incidentes
paralelos ao eixo ótico, que está situado sobre este eixo.
¬ Plano Focal ou Plano Imagem ou Plano de Foco Infinito: plano
perpendicular ao eixo ótico e que passa pelo ponto focal.
¬ Distância Focal: é a distância ente o ponto focal, situado no plano focal, e o
centro ótico, do sistema de lentes. Determinada através da lei física:
Onde:
1=1+1 f: distância focal
f i o
(04) i: distância imagem (das lentes ao plano focal)
o: distância objeto (das lentes ao objeto)
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3. CÂMARAS FOTOGRÁFICAS
3.1. Generalidades
O funcionamento das câmaras fotográficas assemelha-se ao
comportamento do olho humano e, da mesma forma, apenas registram em seus
produtos a faixa visível do espectro eletromagnético. As câmaras fotográficas
podem ser terrestres ou aéreas, como exemplificadas nas figuras 01 e 02. A
tabela 01mostra as principais diferenças entre as câmaras aéreas e terrestres.
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c) Quanto ao formato:
c.1) Câmara com formato: Existência das marcas fiduciais (laterais ou nos
cantos da fotografia). As marcas fiduciais podem ter: 18x18cm, 12x18cm e
23x23cm, ou ainda, 23x46cm (formato especial).
c. 2) Câmara sem formato:
Tipos:
§ De faixa contínua: a passagem da luz é contínua e é feita através
de uma fenda. O avanço do filme é sincronizado coma a
velocidade da imagem.
§ Panorâmica: Utiliza sistemas de varredura lateral perpendicular à
linha de vôo, além de sistemas óticos giratórios de varreduras.
d) Quanto ao uso e finalidade classificam-se em:
Câmara Área Cartográfica ou Métrica;
Câmara Área de Reconhecimento;
Câmara Área Especial
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(02 ) (03)
Filtros: Os filtros permitem reduzir efeitos da névoa atmosférica, fazem a
distribuição homogênea da luz, protegem a lente das partículas em suspensão
durante a decolagem e o pouso do avião e permitem a absorção de cores para
evidenciar contrastes entre os objetos fotografados. Abaixo, apresentam-se os
tipos e finalidades dos filtros usados em câmaras fotográficas.2
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3.4. EXERCÍCIOS
1. Estabeleça uma comparação entre as câmaras fotográficas e o olho
humano.
2. Pesquise sobre as causas dos defeitos que podem surgir nas imagens em
conseqüência de imperfeições nas lentes e como eles afetam a qualidade
da fotografia.
3. Considerando-se uma câmara aérea de distância focal igual a 152 mm com
um formato de negativo de 23cmx23cm, calcule a abertura do ângulo de
campo e, em função deste, determine o tipo de câmara utilizado. 2
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mostra a figura 07. Este ponto deve ser conhecido antes de qualquer operação
que envolva medições em fotografias aéreas e deve ser marcado ligando-se
marcas opostas e encontrando-se o ponto principal da foto (PP).
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5.1. Generalidades:
Quando se deseja fotografar uma área, é necessário elaborar um
planejamento do vôo, o qual, entre outros fatores, inclui a determinação da altura
do vôo, escala das fotografias aéreas, distância focal, tipo de filme e rota de vôo,
entre outros. A rota de vôo é geralmente orientada segundo a direção N-S ou E-W
e a seqüência de fotografias tiradas ao longo de uma linha de vôo é denominada
de faixa de fotografias aéreas.6
Durante o vôo, a aeronave é mantida a uma velocidade constante e as
fotografias aéreas são tiradas a intervalos de tempo iguais de modo a permitir que
todos os alvos fotografados no terreno apareçam pelo menos duas vezes em
duas fotografias aéreas consecutivas, que podem ser usadas para visão
estereoscópica6. Esta área, fotografada pelo menos duas vezes, é denominado de
recobrimento ou superposição.
5.2. Zona de Superposição Longitudinal ou Recobrimento Longitudinal
É a faixa da fotografia aérea que registrou porções iguais do terreno ao
longo da linha de vôo, ou seja, na mesma direção, entre uma foto e sua
consecutiva, conforme a ilustração da figura 09A. A retirada de fotos
consecutivas que registrem as mesmas partes do terreno é necessária para que
haja uma cobertura fotográfica correta. O recobrimento longitudinal deve , no
mínimo, de 60%, para que os pontos no terreno sejam fotografados pelo menos
duas vezes ou, em alguns casos, até três vezes.
O recobrimento longitudinal2 (Rlong ) é dado por:
Rlong = [ Ct - B] .100 Ct = l.E
Ct (05) (06)
Onde:
Ct: Medida correspondente no terreno do lado do negativo da foto
B: aerobase
l : tamanho do lado do negativo
E: Escala da foto
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B
b
Figura 10 – Recobrimento fotográfico durante vôo fotogramétrico. A - situação ideal de
recobrimento longitudinal e lateral; B - desajuste de recobrimento longitudinal
6
provocado pela deriva do avião causado pelo vento
Onde:
Compx : Comprimento da região a ser fotografada tomado
perpendicularmente à linha de vôo.
Número total de fotos (N tot):
Ntot = Nfot/faixa . Nfaixa (13)
Os demais componentes das fórmulas são obtidos com as fórmulas n. º 05,
06, 07 e 08 e visualizados na figura 09.
5.5. Planejamento de vôo
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6. ESTEREOSCOPIA E ESTEREOSCÓPIOS
6.1. Estereoscopia
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Em uma visão humana comum, os dois olhos captam uma imagem que é
fundida no cérebro, onde é produzida uma combinação das duas cenas captadas.
Quando observamos dois pontos distintos, A e B, por exemplo, como mostra a
figura 11, tais pontos não podem ser vistos ao mesmo tempo. Ao focalizar o ponto
A, o olho humano desfocaliza o ponto B. 6
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6.2. Estereoscópios
O estereoscópio é um aparelho ótico que permite a visão tridimensional de
imagens. São dois os tipos de estereoscópios: mesa, espelhos ou reflexão e de
bolso, lentes ou refração. O estereoscópio de bolso (figura 14) permitem a
observação de fotos em detalhe, mostrando ampliação maior que 4X; por ser
pequeno, é ideal para trabalhos de campo; se preço atual de mercado está em
torno de US$ 42.00, o que facilita sua aquisição por particulares. As grandes
desvantagens do estereoscópio de bolso é que seu campo de observação é
restrito; não é recomendado para trabalhos de medições fotogramétricas e
geralmente dificulta as anotações de dados obtidos; é às vezes incômodo para
trabalho, pois exige que as fotos fiquem parcialmente superpostas.
O estereoscópio de mesa (figura 15) permite uma postura mais cômoda do
observador, diminuindo assim o cansaço visual. Ele abrande áreas maiores que o
estereoscópio de bolso na análise de fotografias; as fotografias aéreas podem ser
fixadas na mesa sem haver necessidade que sejam removidas, o que é
recomendável para medições fotogramétricas. As principais desvantagens do
estereoscópio de mesa são seu alto preço, que está atualmente em torno de US$
1,000. 00, o fato de serem dificilmente transportados, além de seu pequeno
aumento, que é menor que aquele produzido pelo estereoscópio de bolso.
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A B
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Antes de montar as fotos, deve-se ter cuidado com a posição das sombras
existentes nas mesmas. Olhando-se fotografias aéreas e imagens de satélites
sem visão estereoscópica, pode-se perceber o relevo através do sombreamento
das imagens. Contudo, a falta de uma visão estereoscópica pode provocar
distorções de relevo mesmo com a ajuda de sombreamento. Por exemplo,
quando as sombras aparecem orientadas na direção contrária a do observador,
as elevações tendem a aparecer nas imagens como depressões e vice-versa.
Portanto, é aconselhável que as sombras estejam voltadas para o observador
com a fonte de iluminação contrária ao mesmo ao se analisar imagens sem o uso
de visão estereoscópica. A figura 17 mostra uma depressão com o observador de
frente para a fonte de iluminação (sol) e as sombras projetadas na sua direção.
Neste caso, tem-se uma visão normal do relevo ao examinar as fotografias
aéreas. O caso inverso ocorre quando as sobras estão projetadas contra o
observador (fig. 17). Neste caso, te m-se a impressão da inversão do relevo
(pseudoscopia). Quando não há sombreamento e as imagens têm tons uniformes,
regiões com relevo considerável aparecem como áreas planas se observadas
sem visão estereoscópica. 6
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Essa fórmula mostra que o exagero cresce com a aerobase (B), a distância
de observação entre o alvo e o nadir (r), a separação entre as fotos (s); mas
diminui com a distância focal (f), altura de vôo (H) e a distância interpupilar (e).6
Se a magnitude do exagero vertical puder ser determinada, pode-se
5
estabelecer uma relação entre mergulho aparente e verdadeira. Considere a
figura 22: assumindo que ∠ABD representa o valor real do mergulho (ângulo que
o terreno ou camada geológica faz com um plano horizontal imaginário); ∠BAC =
∠ABC (ângulos opostos pelo vértice); então ∠BAC representa o mergulho real e
CB representa a altura real do terreno. Se o exagero vertical do declive/mergulho
for de 1.5 X na foto1, a altura CB aparecerá na visão estereoscópica como CE,
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1.5 X maior que a altura original. Assim, ∠EAC será o mergulho aparente
observado com visão estereoscópica. O mesmo se repetirá para exageros 2.0,
2.5 e 3.0 X equivalentes, respectivamente, à ∠FAC, ∠GAC, ∠HAC.
A partir da figura 21, vê-se que as retas CB, CE, CF, CG, CH são
equivalentes às tangentes dos respectivos mergulhos aparentes, uma vez que a
base AC é constante em todos os casos. Assim, pode-se chegar à conclusão de
que o ângulo de mergulho não é proporcional ao exagero vertical. 5
A relação entre mergulho verdadeiro e aparente pode ser plotada em um
diagrama cartesiano XY. Se o mergulho verdadeiro for plotado no eixo X e o
mergulho aparente for plotado no eixo Y, teremos, por exemplo, que: um
mergulho de 30o aparecerá como um mergulho aparente de 41o, 49o, 55,5 o , e
60,5 o para exageros de 1.5 X, 2.0 X, 2.5 X e 3.0 X, respectivamente. A figura 22
apresenta o exagero vertical variando de 1.5 X até 3.0 X, entre 0o e 90o de
mergulho verdadeiro. Isto significa que se o mergulho vertical for conhecido,
pode-se estimar rapidamente o valor do ângulo de mergulho. 5
Figura 21 – Relação entre altura do alvo (H) e ângulo de mergulho do terreno (α). Nota-se
que H e α não são diretamente proporcionais 5.
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Uma fotografia difere de uma carta topográfica porque esta última possui
uma projeção ortogonal do terreno, onde cada detalhe é projetado como se
estivesse sendo visto verticalmente. A fotografia aérea, por outro lado, possui
projeção central, onde a objetiva é o centro de perspectiva. Em algumas
situações, uma fotografia aérea se aproxima de uma carta topográfica: (a) quando
o terreno é perfeitamente horizontal e plano; (b) quando o eixo ótico é
perfeitamente vertical e (c) quando não há variação de altura de vôo entre
6
fotografias consecutivas. Vários efeitos podem ser observados em fotografias
aéreas que provocam distorções e fazem com que as mesmas sejam distintas
das cartas topográficas, como veremos a seguir.
a) Variação de escala devido à altura do relevo
Considere uma fotografia aérea perfeitamente vertical de um terreno com
diferentes elevações, como mostra a figura 23.
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b) Dispersão radial
Dois pontos do terreno, que possuam altitudes diferentes, mas estejam
sobrepostos numa mesma linha vertical, aparecem sobrepostos numa carta
topográfica. Os mesmos aparecem geralmente em posições distintas quando
vistos numa fotografia aérea, onde ocorre o chamado efeito de dispersão radial.
O deslocamento radial (aquele que aumenta do centro para as bordas da
foto) é inversamente proporcional à altura de vôo da aeronave. Assim, pode-se
concluir que o deslocamento radial observado em imagens de satélites,
posicionados a centenas de quilômetros da terra é desprezível com relação ao
observado em fotos aéreas obtidas em altitudes que variam de 3000 a 5000 m6.
Observando a figura 24 veremos que em elevações, como no caso do
segmento AB, o alvo é projetado para fora da foto em relação ao nadir. Por outro
lado, na depressão topográfica DC, o alvo parece deslocado ou "deitado" para
dentro da foto. Assim, o deslocamento radial poderá se inverter caso a topografia
seja negativa 6 .
Os deslocamentos de paralaxe são sempre radiais em relação ao nadir. Os
deslocamentos de paralaxe podem produzir um efeito muito importante na forma
e direção de alvos imageados no terreno. Vamos considerar três pontos no
terreno A', B', C', sendo que B' está mais alto e C' mais baixo em relação a A'
(figura 25). A posição dos três pontos sobre a foto, levando em consideração um
datum que passa por A' é dada por A,B,C. A reta AC, que também passa por n,
não sofrerá mudanças de formato pois passa por N, mas sofrerá mudanças de
tamanho.6
Por outro lado, as retas AC, BC sofrerão mudanças de forma e tamanho
provocadas pelo deslocamento radial. As mudanças de tamanho devem-se ao
fato dos pontos não estarem sobre o mesmo datum, enquanto que as mudanças
de forma são provocadas pelo fato das retas AC, BC não passarem pelo nadir.
Isto significa que alvos retos no terreno como estradas, linhas férreas podem
aparecer encurvadas se sua direção não passa pelo nadir (PC na foto). Tal
distorção será tanto maior quanto mais tangencial à uma circunferência em
relação ao nadir for uma reta. 6
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Figura 24 – Dispersão radial provocada pela variação do relevo. O topo de uma elevação
(reta AB) aparece na foto deslocado para a borda, enquanto a base de uma depressão
(reta CD) mostra o efeito contrário, aparecendo voltado para o centro da foto 6 .
Outra figura que mostra bem o efeito da variação de escala devido às
diferenças de altitude, bem como as distorções provocadas pela dispersão radial,
é a figura 26. As três colinas representadas no desenho são cortadas por três
curvas de nível. A colina central e a da esquerda são simétricas, enquanto a da
direita é assimétrica. O efeito das distorções na fotografia aérea é mostrado pelas
curvas de nível na projeção central, que diferem bastante da projeção ortogonal
vista em cartas topográficas6.
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9. MEDIDAS FOTOGRAMÉTRICAS
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Figura 27 – Projeção ortogonal de um ponto. Sua posição é a interseção das retas N1M’e
N2M”, que unem ,respectivamente, o ponto central de cada foto e a projeção do ponto M
nas mesmas 7.
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XA = (H D - hA ) xa
(15)
f
YA = (H D - hA ) ya
(16)
f
Onde:
HD = altura de vôo acima do datum
hA = elevação do ponto A acima do datum
Xa = fotocoordenada de A madida ao longo do eixo X
Ya = fotocoordenada de A madida ao longo do eixo Y
XA = coordenada de A medida ao longo do eixo X no terreno
YA = coordenada de A medida ao longo do eixo Y no terreno
f = distância focal
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Lentes
L
Linha Horizintal AB
DEf = H / f
(21)
onde DEf é o denominador da escala da foto.6
Figura 32 - Relações trigonométricas que permitem deduzir a relação entre distância focal
(f), altura de vôo (H) e escala da foto.
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Onde:
E(p): escala de pontos;
f: distância focal
H: altura do vôo
h(p): altitude do ponto
e) Escala de Média:
A escala média de um conjunto de pontos de uma mesma foto é função da
média das altitudes desses pontos, é obtida pela fórmula abaixo:
Em = f
H – hm (23)
Onde:
Em: escala média;
f: distância focal
H: altura do vôo
hm: altitude média dos pontos
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Área = ½[ (X1Y2 + X2Y3 + X3Y4 + ...XnY1) - (X2Y1 + X3Y2 + X4Y3 + ...X1Yn)] (24)
Se as coordenadas dos vértices forem conhecidas, pode-se determinar a
área do polígono substituindo na fórmula acima. Se a área for determinada
diretamente na foto, pode-se calcular a área multiplicando-se o denominador da
escala ao quadrado pelo valor encontrado na foto:
(25)
2
Área na foto x (denominador da escala da foto) = área do terreno
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a = (A . l)/ L
(28)
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PA = n K (29)
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Esta técnica permite apenas que uma única fotografia seja usada, sem a
necessidade de visão estereoscópica. É uma técnica comum em estudos
florestais para determinação da altura de árvores ou por urbanistas para
determinação da altura de construções. Em ambos os casos, os alvos estudados
são verticais e não constituem relevo irregular como montanhas ou vales.2
Considere a fig. 43, onde r é a distância do centro da foto ao topo do alvo, que
encontra-se sobre um datum π o; dr é o deslocamento de paralaxe do alvo; Hπ é a
altura do vôo com relação ao datum π; e ∆h é a altura do alvo. Assim:
(32)
∆h = dr . Hπ / r.
Onde:
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Dp é a diferença de paralaxe
(34)
∆h = (Ho. Dp)/(fb - Dp)
Quando a altura do alvo é desprezível em relação à altura de vôo, a
fórmula pode ser escrita como:
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Onde:
h(B): altitude a determinar do ponto;
h(A): altitude conhecida de um ponto;
H: altura de vôo;
p(B): paralaxe absoluta do ponto que se deseja obter a altitude;
Dp: diferença de paralaxe entre esses pontos
d) Determinação da altura de um alvo conhecendo-se ou seu desnível
topográfico conhecendo-se a altura do vôo
Para encontrar o desnível topográfico entre dois pontos, devemos
inicialmente recorrer a fórmula de diferença de paralaxe:
Dp = h . fb / H o
(37)
que também pode ser expressa como:
h = H o . D p / fb
(38)
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FOTOÍNDICE:
Conjunto de fotografias aéreas de uma determinada região. As fotografias
são ligadas e montas de acordo com as zonas de superposição e
reduzidas fotograficamente. Através desse conjunto permite apontar falhas
nos recobrimentos, derivas de voe, entre outros.
MOSAICO
Conjuntos de fotografias aéreas, no qual as fotos são montadas e
ajustadas sistematicamente umas às outras, através dos detalhes do
terreno, possibilitando uma visão completa de toda região fotografada.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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