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Minas Gerais
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Minas Gerais é uma das 27 unidades
Estado de Minas Gerais
federativas do Brasil, sendo o quarto
estado com a maior área territorial e o
segundo em quantidade de habitantes,
localizada na Região Sudeste do país.
Limitase ao sul e sudoeste com São Paulo,
a oeste com Mato Grosso do Sul, a noroeste
com Goiás e Distrito Federal, a norte e Bandeira Brasão
nordeste com a Bahia, a leste com o
Lema: LIBERTAS QUÆ SERA TAMEN
Espírito Santo e a sudeste com o Rio de
(Liberdade ainda que tardia)
Janeiro. Seu território é subdividido em
853 municípios, a maior quantidade Hino: Hino de Minas Gerais
dentre os estados brasileiros.
Gentílico: mineiro
A topografia mineira é bastante
acidentada, sendo que alguns dos picos
mais altos do país encontramse em seu
território. O estado também abriga a
nascente de alguns dos principais rios do
Brasil, o que o coloca em posição
estratégica no que se refere aos recursos
hídricos nacionais. Possui clima tropical,
que varia de mais frio e úmido no sul até
semiárido em sua porção setentrional.
Todos esses fatores aliados propiciam a
existência de uma rica fauna e flora
distribuídas nos biomas que cobrem o
estado, especialmente o cerrado e a
ameaçada Mata Atlântica.
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Religião
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Indústria
Serviços
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Serviços básicos
Energia
Saúde
Educação
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Transportes
Cultura
Artes cênicas
Música, cinema e literatura
Folclore, artesanato e culinária
Arquitetura
Turismo
Esportes
Feriados
Ver também
Notas
Referências
Bibliografia
Ligações externas
Etimologia
Minas Gerais se relaciona literalmente por abrigar campos de extração de inúmeros minérios, principalmente
ouro, [8] denominadas "minas gerais", em oposição às minas particulares ou por sua variedade de tipos de
minério. [9] No início do século XVIII, a região era simplesmente denominada Minas. [8] Em 1710, surge a
capitania de São Paulo e Minas de Ouro e, em 1720, desmembrase dela a capitania de Minas Gerais. [8]
História
Uma parte da história do atual estado de Minas Gerais foi determinada pela exploração da grande riqueza
mineral que se encontra em seu território. Seu nome, inclusive, provém da larga quantidade e variedade das
minas presentes, que passaram a ser exploradas desde o século XVII e até os dias atuais movimentam uma
fração importante da economia do estado. [10]
Ocupação indígena
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A região onde se encontra atualmente Minas Gerais já era habitada por povos indígenas possivelmente entre
11 400 a 12 000 anos atrás, período o qual estimase ter se originado Luzia, nome recebido pelo fóssil humano
mais antigo encontrado nas Américas, achado em escavações na Lapa Vermelha, uma gruta na região de Lagoa
Santa e Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. [11][12][13] Na região dos municípios de
Januária, Montalvânia, Itacarambi e Juvenília, no norte do estado, escavações arqueológicas levaram a
estimativas de que a ocupação inicial tenha ocorrido entre 11 000 e 12 000 anos atrás. Desse período,
herdaramse características culturais como o uso de peças de pedra ou osso, fogueiras extintas, criação de
cemitérios, pequenos silos com sementes e pinturas rupestres. Mais tarde, há cerca de quatro mil anos,
especulase que tenha ocorrido o cultivo de vegetais, em especial o milho, e há dois mil anos já havia
importante manufatura de produtos cerâmicos. [14]
O achamento de Luzia, na década de 1970, fez com que fosse formulada a hipótese de que o povoamento das
Américas teria sido feito por correntes migratórias de caçadores e coletores, ambas vindas da Ásia,
provavelmente pelo estreito de Bering através de uma língua de terra chamada Beríngia (que se formou com a
queda do nível dos mares durante a última idade do gelo). [13][14] Os povos indígenas que predominavam em
Minas Gerais, assim como em todo o Brasil e na América do Sul, são descendentes dessas tribos caçadoras que
se instalaram na região, oriundas da América do Norte. [15]
Mais de cem grupos indígenas habitavam o estado de Minas Gerais. [16] A região foi ocupada, até o século XVI,
por povos indígenas do tronco linguístico macrojê, tais como os xacriabás, os maxacalis, os crenaques, os
aranãs, os mocurins, os atuauáaraxás e os puris. [17] Algumas décadas após o Descobrimento do Brasil, no
entanto, passaram a ser visados a servirem como escravos, sendo capturados pelos bandeirantes para os
usarem em suas próprias fazendas ou serem vendidos durante séculos; os que se revoltaram eram
exterminados, [18] o que provocou uma grande redução na população indígena (restando atualmente cinco
grupos: xacriabás, crenaques, maxacalis, pataxós e pankararus). [16]
A corrida do ouro
Desde o início da colonização portuguesa, alguns colonos se
embrenhavam nas matas em busca de metais preciosos, motivados
por lendas sobre as possíveis riquezas do interior selvagem, mas
raramente retornavam. Somente a partir do fim do século XVII
foram registradas as primeiras evidências de que a região de fato
possuía uma grande riqueza mineral, cuja descoberta atribuise aos
bandeirantes paulistas, em especial a Antônio Rodrigues Arzão,
que inicialmente buscavam índios para servirem como escravos.
Dentre as incursões que rumaram para o interior do estado,
Pintura retratando a lavra do ouro em
destacase a de Antônio Dias de Oliveira, em cujo assentamento
primeiro plano e Vila Rica ao fundo.
(Rugendas, 18201825) aos pés do pico do Itacolomi viria se formar Vila Rica. A notícia da
descoberta de ouro na região logo se espalhou, atraindo pessoas
interessadas em adquirir riqueza fácil nas terras ainda a serem
desbravadas. Inicialmente o ouro era extraído do leito dos rios, o que obrigava os garimpeiros a se mudar
conforme o esgotamento do metal. Após algum tempo, a exploração passou a ser feita também nas encostas de
montanhas, o que obrigava o assentamento permanente dos mineradores. Isso proporcionou o surgimento dos
primeiros núcleos de povoamento. [19][20]
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Os paulistas se julgavam proprietários do ouro retirado das minas, alegando direito de conquista, e não
queriam que outros se apossassem dessa riqueza. Com isso, em 1708, teve início o primeiro grande conflito da
região, uma guerra na qual os emboabas ("aquele que ofende", em tupi) atacaram os paulistas. Estes saíram
derrotados do conflito e passaram a buscar por ouro em outras regiões, e o encontraram onde hoje estão os
estados de Goiás e Mato Grosso. [21] A imposição da autoridade da Coroa Portuguesa também contribuiu para
o fim do conflito, a partir da criação da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro em 1709 e da Capitania de
Minas Gerais em 1720. [22]
No mesmo período, na região do vale do Jequitinhonha, ocorreu a
descoberta do diamante, embora seus descobridores por décadas
não reconheceram o valor desta pedra preciosa. Contudo, a Coroa
Portuguesa, ao reconhecer a produção mineral da região, logo
estabeleceu uma forma de cobrar impostos sobre a produção, de
forma similar ao quinto do ouro. O principal núcleo de exploração
dos diamantes era próximo de onde surgiu o Arraial do Tijuco (hoje
Diamantina). [23]
No auge da exploração do ouro, a mãodeobra escrava era essencial Lavra dos diamantes feita por
escravos (autor desconhecido).
para os grandes proprietários. Desta forma, intensificouse o
comércio de negros trazidos do continente africano para trabalhar
nas minas. Muitos dos negros tentavam e conseguiam fugir, o que provocou o intenso surgimento de
quilombos por todo o atual estado. Estimase que durante o século XVIII surgiram mais de 120 destas
comunidades por toda a capitania. Contudo, tais assentamentos não se encontravam tão afastados dos
centros mineradores, o que facilitava a fuga de mais negros. Existia, ainda, o comércio de produtos de
subsistência entre os negros e comerciantes, que tiravam vantagem do preço mais baixo oferecido pelos
quilombolas. [24]
Inconfidência Mineira
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Contudo, a partir da segunda metade do século XVIII a produção
aurífera dava sinais claros de declínio. Para manter a arrecadação,
a Coroa Portuguesa passou a aumentar os impostos e a fiscalização
na colônia, além de criar a derrama, uma nova forma de imposto
que garantiria seus lucros. As regiões auríferas passaram a ficar
cada vez mais escassas, e os colonos não mais podiam arcar com
tais impostos, levando o governo lusitano ao confisco de suas
propriedades. [25]
Igreja São Francisco de Assis e
Tais ações consideradas abusivas trouxeram profunda insatisfação Igreja Nossa Senhora do Carmo na
entre a população mineira. Então, influenciados pelos ideais do Praça de Minas Gerais, no centro
histórico de Mariana
Iluminismo que surgira na Europa e se espalhavam pelo mundo
ocidental, as elites mineradoras passaram a conjecturar um plano
com o objetivo de criar uma nova república na região de Minas
Gerais. A revolução estava marcada para acontecer em 1789,
quando ocorreria uma nova cobrança da derrama. Dentre os líderes
do movimento estavam os poetas Cláudio Manoel da Costa e
Tomás Antônio Gonzaga, o padre Carlos Correia de Toledo e Melo,
o coronel Joaquim Silvério dos Reis e o alferes Tiradentes. Contudo,
a cobrança da derrama foi revogada pelas autoridades lusitanas. Ao
mesmo tempo, havia a investigação por parte da coroa sobre o Reunião secreta dos participantes do
movimento de insurreição que estaria para acontecer. Em troca do movimento (Pedro Américo, 1892
perdão de suas dívidas, Joaquim Silvério dos Reis delatou todo o 93).
plano dos inconfidentes, o que levou à prisão de vários de seus
companheiros antes que a insurreição acontecesse. Como boa parte dos membros dos movimentos tinham
forte ligação com a elite, poucos foram de fato condenados. Como Tiradentes era de origem popular, toda a
responsabilidade do movimento foi atribuída a ele. Como forma de reprimir outros movimentos, a Coroa
Portuguesa realizou o enforcamento e o esquartejamento do alferes, e partes de seu corpo foram espalhadas por
vias de acesso da capitania. [25][26][27]
Decadência da produção mineral
Até então a maior parte da população da capitania concentravase
nos núcleos urbanos e nas proximidades da região mineradora.
Contudo, o esgotamento das jazidas auríferas e de diamantes levou
à diáspora da população urbana, que se deslocou para outras
regiões. Os desbravadores passaram a criar novas fazendas por
outras regiões do atual estado, erguiam capelas onde
posteriormente surgiam arraiais e vilas. No início do século XIX,
houve uma intensa criação de vilas, freguesias, distritos e
municípios. Isto contribuiu para a expansão e povoamento do
Habitantes de Minas Gerais c. 1820
território mineiro, expandido suas fronteiras para o norte
(adquirindo partes da província de Pernambuco), para leste
(adquirindo áreas do Espírito Santo), para o oeste (anexando a região do Triângulo Mineiro, antes pertencente
a Goiás). A população mineira passou a ser predominantemente rural, e as cidades do ouro ficaram cada vez
mais vazias, o que teve grande influência na cultura e na política da província. [23][28]
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O período imperial
Durante o período imperial, houve duas mobilizações importantes
da população. A primeira delas foi a Sedição Militar de 1833, um
movimento sem consistência que queria o retorno de Dom Pedro I
ao país, mas foi logo abafado pelo governo provincial. Outro grande
movimento foi a Revolução Liberal de 1842. No Brasil Império as
forças políticas estavam divididas essencialmente entre liberais e
conservadores. Quando Dom Pedro II atingiu a maioridade em
1840, o Partido Conservador assumiu o poder, o que provocou a
revolta dos liberais. Tiveram início, então, conflitos armados na
província de São Paulo, que ganharam adesão dos liberais mineiros
em 1842, com a participação inicial de quinze dos quarenta e dois
municípios existentes na época. Para conter os revoltosos, o
governo imperial enviou guardas nacionais e unidades do exército, Mapa de Minas Gerais em 1865.
que deveriam prender os líderes do partido liberal. Transcorreram
vários conflitos durante mais de dois meses até que o movimento foi finalmente abafado por completo. Os
líderes foram julgados e absolvidos seis anos depois. [29][30]
Cafeicultura
Em 1889 tem início o período da República Velha no Brasil, que foi comandado inicialmente por presidentes
militares. Somente em 1894 houve a eleição do primeiro presidente civil do Brasil, dando início ao período da
República Oligárquica. Em Minas Gerais, surgiam os primeiros grandes barões do café, responsáveis por
aumentar significativamente a produção do estado. As oligarquias cafeeiras tinham grande influência no
cenário político nacional, a ponto de escolherem os representantes que iriam ocupar o cargo de presidente do
país. Os dois estados mais populosos do país, então, firmaram um acordo em que os presidentes eleitos seriam
alternados entre paulistas e mineiros, o que ficou conhecido como política do cafécomleite. [31][32]
Houve, contudo, algumas divergências políticas entre os dois estados, o que permitiu a eleição de presidentes
de outros estados, embora nunca deixassem de exercer influência sobre o processo eleitoral. Na década de 1920,
vários fatores aceleraram o declínio do domínio oligárquico, como revoltas populares, movimentos tenentistas
e a crise econômica do café, que se agravou ainda mais com a grande depressão. Mas a política do cafécom
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leite terminou de fato quando o então presidente paulista Washington Luís deveria indicar um mineiro para
sucessão, mas indicou outro paulista, Júlio Prestes. Em oposição ao episódio, Minas Gerais se uniu à Aliança
Liberal, que realizou um golpe de Estado em 1930 e instaurou uma nova república no Brasil, sob o comando de
Getúlio Vargas. [31][33]
Industrialização
O ciclo do café no estado teve certas características particulares que
desfavoreceram o crescimento econômico do estado. O lucro gerado
pela cultura era em parte destinado aos portos de exportação nos
estados vizinhos. Além disso, findo o período da escravidão, não
houve a transição direta para o trabalho livre e assalariado nas
lavouras, o que levou à menor circulação monetária. Outro
agravante era a desarticulação entre as regiões do estado, que
tinham mais relações econômicas com os estados vizinhos. Em
Planta de Belo Horizonte, uma das
reconhecimento a esta situação, as elites mineiras iniciaram uma
primeiras cidades planejadas do
tentativa de centralizar a economia estadual a partir de diversas
país.
iniciativas, dentre elas a criação de uma nova capital, Belo
Horizonte, em 1897. [34] Uma exceção ao atraso industrial foi a
cidade de Juiz de Fora, que apresentou um surto de desenvolvimento industrial sustentado pela economia
cafeeira aliado à proximidade com o Rio de Janeiro. Contudo, tal desenvolvimento durou até 1930, quando a
competição com os outros grandes centros industriais do país levou à estagnação e posterior declínio do
parque industrial da cidade. [35]
O projeto de desenvolvimento mineiro estava pautado em duas orientações. A primeira delas incluía a
diversificação produtiva, em que se pretendia a criação de uma forte agricultura capaz de sustentar o
desenvolvimento industrial. A outra estratégia envolvia o aproveitamento dos recursos naturais do estado
para realizar a especialização produtiva, com a produção de bens intermediários. Através das primeiras
décadas do século XX o plano foi sendo gradualmente implementado com diversas iniciativas, como a criação
da Cidade Industrial de Contagem em 1941. Contudo, o avanço foi prejudicado por conta de problemas
logísticos como a falta de energia e de uma rede eficiente de transportes. [34][35]
A partir do fim da década de 40 e ao longo da década de 50,
entretanto, Minas passa por um importante processo de
transformação, que visa sanar os problemas que barravam o
desenvolvimento mineiro, principalmente durante o período do
mandato de Juscelino Kubitschek como governador (19511955) e
presidente da república (19561961). Foram criadas a Companhia
Energética de Minas Gerais (Cemig), várias usinas hidroelétricas e
Tubulação utilizada para construção milhares de quilômetros de rodovias. [34] Um importante setor
da Usina Hidrelétrica de Furnas. industrial que se desenvolveu neste período foi o metalúrgico,
sustentado pela exploração do ferro na região central do estado. [36]
Contudo, a instabilidade econômica que se sucedeu durante a década de 1960 afetou a continuidade de tal
crescimento, deixando o estado em defasagem. [34] Durante a ditadura militar, as federações de indústrias de
Minas Gerais e importantes industriais mineiros apoiaram o regime. [37]
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Na década seguinte, entretanto, Minas retoma sua trajetória de crescimento econômico beneficiado, sobretudo,
pelo processo de descentralização industrial. Como resultado, o crescimento do produto interno bruto mineiro
foi superior à média nacional por vários anos. Tal processo deveuse ao incremento da produção industrial e
fortalecimento da agricultura. Tal processo provocou ainda o aumento da porcentagem da população que vivia
nas cidades, embora boa parte deste êxodo rural tenha motivado a emigração da população para os grandes
centros urbanos de outros estados. Na década de 1980, o crescimento econômico mineiro sofre uma nova
descontinuidade por conta da crise econômica generalizada pela qual o país passava. Mesmo assim, o
crescimento mineiro ainda foi superior à média nacional. A partir da década de 90, o estado apresentou baixo
dinamismo econômico, seguindo a tendência nacional. A partir de então, Minas se consolida na economia
nacional com o terceiro maior PIB do país, e se mantém na posição até hoje. [34][38]
Geografia
Minas Gerais é uma das 27 unidades federativas do Brasil,
localizada na Região Sudeste do país, limitandose com os estados
de São Paulo a sul e sudeste, Rio de Janeiro a sudeste, Mato Grosso
do Sul a oeste, Goiás e Distrito Federal a noroeste, Bahia (a norte e
nordeste) e Espírito Santo a norte e leste, tendo um total de 4 727
km de linha fronteiriça. [39] A área do estado, segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 586 522,122 km² e
equivale a 6,89% do território brasileiro, sendo o quarto maior
Cânion do rio Piumhi no município
estado em tamanho territorial (depois de Amazonas, Pará e Mato
de Capitólio.
Grosso), [1] dos quais 2 525,8 km² estão em perímetro urbano. [40] A
distância linear entre os pontos extremos estaduais é de 1 248 km
no sentido leste–oeste e 986 no sentido norte–sul. [39]
Relevo
A maior parte do território mineiro apresenta altitudes que oscilam
entre 900 e 1 500 metros, [42] tendo predominância de planaltos
com escarpas e depressões, mais notáveis na região central. [43] O
ponto mais alto do estado é o Pico da Bandeira, situado na divisa
com o Espírito Santo, com 2 891 metros de altitude (o terceiro
maior do país), seguido pelo Pico do Cristal com 2 780 metros. [41]
Além da Serra do Caparaó, onde está o pico da Bandeira, outros
maciços montanhosos merecem destaque no território mineiro,
Pico da Bandeira, o ponto mais alto
dentre eles a Serra do Espinhaço, que segue do centro em direção ao
do estado,[41] com a Serra do
Caparaó ao fundo. norte do estado até o limite com a Bahia. Ao sul, delimitando a
fronteira com os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, está a Serra
da Mantiqueira na qual situamse alguns dos mais altos picos do
país, como o Agulhas Negras com 2 787 metros de altitude. Outras cadeias montanhosas de menor porte
espalhamse por todo o estado, dentre as mais notáveis a Serra da Canastra e do Lenheiro. [44]
Oficialmente, as formas de relevo existentes no estado de Minas Gerais podem ser divididas nos seguintes
tipos de unidades geomorfológicas: planalto Cristalino, serra do Espinhaço, depressão do rio São Francisco,
planalto do São Francisco e planalto do Paraná. [42] O planalto cristalino possui altitudes médias de 800
metros — sendo reduzida ao aproximarse da Zona da Mata —, apresentando depressões onde originamse os
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vales dos rios Jequitinhonha e Doce. [42] A serra do Espinhaço possui altitude média de 1 300 metros, [42]
relevandose por dividir a bacia do rio São Francisco com as bacias hidrográficas costeiras. [45] A depressão do
rio São Francisco tem altitude média de 500 metros e está presente na parte oeste de Minas, em sentido norte
sul. [42] O planalto do São Francisco tem altitude média de mil metros e é composto por chapadões acidentados
entrelaçados por vales. [42] Por fim, o planalto do Paraná tem altitude média de 600 metros e corresponde ao
sudoeste mineiro, sendo cortado por rios como o da Prata, Tijuco e o Araguari. [42]
Hidrografia
Na rede hidrográfica, entre os principais rios do estado de Minas
Gerais estão o Doce, que nasce entre as encostas das serras da
Mantiqueira e Espinhaço e percorre 853 km até desaguar no Oceano
Atlântico, no Espírito Santo;[46] o Grande, cuja nascente está na
Serra da Mantiqueira, no município de Bocaina de Minas,
percorrendo 1 360 km até o Rio Paranaíba, formando assim o Rio
Paraná (no estado de São Paulo);[47][48] o Paranaíba, que nasce na Trecho do rio São Francisco entre os
Mata da Corda, em Paranaíba, e tem aproximadamente 1 070 municípios de Ponto Chique e
km;[49] o São Francisco, que nasce na Serra da Canastra, percorre Várzea da Palma.
2 830 km, cortando a Bahia e passando por Pernambuco, Sergipe e
Alagoas até desaguar no oceano, sendo suas águas essenciais para
o turismo, lazer, irrigação e transporte em várias cidades,
especialmente no norte mineiro[50] e, por fim, o Jequitinhonha, que
nasce na serra do Espinhaço, em Serro, e percorre 920 km até sua
foz no Atlântico. [51] Outros rios importantes do estado são o
Mucuri, Pardo, Paraíba do Sul, São Mateus e das Velhas. [52] O
Parque Estadual do Rio Doce abriga o maior sistema lacustre do
estado. Contudo, existem importantes reservatórios de usinas
Fotografia aérea do rio Paranaíba, na
hidrelétricas, como a Represa de Furnas no sul e a Três Marias no
divisa de Itumbiara (GO) e Araporã
centro do estado. [53]
(MG).
Clima
No estado de Minas Gerais, predominam quatro tipos distintos de clima: o clima subtropical de altitude (Cwb,
segundo a Classificação climática de KöppenGeiger), que ocorre nas regiões mais elevadas das serras da
Canastra, Espinhaço e Mantiqueira e em pequenas áreas próximas às cidades de Araguari e Carmo do
Paranaíba, tendo estiagens no inverno e temperaturas amenas durante o ano e cuja temperatura média do mês
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mais quente é inferior a 22 °C; o clima subtropical de inverno seco — e com temperaturas inferiores a 18 °C — e
verão quente — temperaturas maiores de 22 °C — (Cwa), observado a norte das serras do Espinhaço e do
Cabral; clima tropical com inverno seco (Aw), que predomina no Triângulo Mineiro, na Zona da Mata, Vale do
Rio Doce e em quase toda a metade norte do estado, tendo estação seca no inverno e chuvas abundantes no
verão, com precipitações anuais entre 750 mm a 1 800 mm; e o
clima tropical semi úmido com chuvas no verão (As), que ocorre no
norte mineiro, com precipitações anuais sempre inferiores a 1 000
mm e por vezes menores que 750 mm. [56] Segundo a
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), o
clima semiárido está presente em 88 municípios mineiros, todos no
norte do estado, [57] muitos dos quais estão em processo de
desertificação. [58]
O estado sofre influência de frentes frias durante todo o ano, [59] no
entanto no inverno a presença de um núcleo anticiclone subtropical
impede o avanço da umidade, mantendo os dias secos e
ensolarados, e favorece a influência de massas de ar frio,
configurandose a estação seca. [60][61] Entre o final da primavera e
começo do verão (principalmente entre novembro e março), com o
afastamento do anticiclone, as frentes frias atuam com maior
Minas Gerais na classificação intensidade e há uma intensa organização da convecção tropical,
climática de Köppen. manifestada por uma banda de nebulosidade convectiva, as
chamadas zonas de convergência — dentre as quais a zona de
convergência do Atlântico sul (ZCAS) é a que mais afeta o estado, provocando dias seguidos de chuvas
intensas em algumas regiões. [59] Devido à nebulosidade, as chuvas causadas pelas ZCAS e por frentes frias são
capazes de provocar quedas de temperatura, [59] que normalmente fica elevada nessa época, devido à atuação
de massas de ar quente continentais. [62]
Ecologia e meio ambiente
Originalmente, a cobertura vegetal de Minas Gerais era constituída
por quatro biomas principais: cerrado, Mata Atlântica, campos
rupestres e a mata seca. [64] O cerrado é o bioma predominante,
sendo observado em 50% do território mineiro, mais presente na
porção oeste do estado. A vegetação é predominantemente rasteira,
composta por gramíneas, arbustos e árvores, tendo como
representantes da fauna tamanduá, tatu, anta, jiboia, cascavel e o
cachorrodomato, além de espécies ameaçadas de extinção, como
o loboguará, o veadocampeiro e o patomergulhão. [64] O Parque Estadual do Rio Doce, no
vale do rio Doce, abriga a maior
A Mata Atlântica ocupa a segunda maior área de ocorrência em
reserva de Mata Atlântica do
Minas Gerais, predominando nas regiões da Zona da Mata, estado.[63] Na imagem, a Lagoa
Campos das Vertentes, Sul, Metropolitana de Belo Horizonte, Vale Dom Helvécio.
do Rio Doce e Vale do Mucuri, no entanto foi fortemente devastada,
ocorrendo atualmente em áreas restritas. A vegetação é densa e,
devido ao elevado índice pluviométrico, bastante verde, sendo possível encontrar bromélias, cipós,
samambaias, orquídeas e líquens e, na fauna, macacos, preguiças, capivaras, onças, araras, papagaios e beija
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flores. Os campos rupestres possuem cobertura vegetal de menor porte e são típicos das terras altas do estado,
tendo vegetação herbácea e poucas árvores, apresentando raposas, veados, micos, capivaras e cobras. [64] Já a
mata seca é uma fitocenose do cerrado e ocorre no norte do estado, no vale do rio São Francisco, apresentando
plantas espinhosas e com galhos secos, dentre as quais destacam
se as barrigudas, os ipês e os pauferros na flora e a ariranha, a
onça, a anta, a capivara e a águiapescadora na fauna. [64]
Segundo o Instituto Estadual de Florestas (IEF), o estado contava,
em 2012, com onze estações ecológicas (que protegiam um total de
12 528,9812 ha,), [65] nove reservas biológicas (16 977,35 ha,), [66]
onze monumentos naturais (8 581,8 ha,), [67] quatro refúgios de
vida silvestre (22 292,76 ha,), [68] 16 áreas de proteção ambiental Parque Nacional da Serra da
(APA — 2 154 705,71 ha,), [69] duas florestas estaduais (4 538,87 Canastra.
ha,), [70] uma reserva de desenvolvimento sustentável (4 538,87
ha,), [71] 182 reservas particulares do patrimônio natural (RPPN —
90 148,39 ha,), [72] e 23 parques estaduais. [73] Sete parques
nacionais também estão situados em Minas Gerais: Caparaó,
Grande Sertão Veredas, Itatiaia, Cavernas do Peruaçu, Sempre
Vivas, Serra da Canastra e Serra do Cipó, de acordo com o Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). [74] A
Serra do Cipó é inclusive a maior comunidade vegetal em espécies
por metro quadrado do mundo. [75]
Vista da Serra da Mantiqueira
próxima a Aiuruoca.
Apesar da existência das áreas de preservação, o estado ainda
apresenta consideráveis índices de desmatamento, [76]
encontrandose com 9,84% de seu território dentro do polígono das secas, segundo dados da Organização das
Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). [77] Outra situação grave é a da Mata Atlântica, cujo
bioma perdeu um espaço de 10 572 ha, entre 2011 e 2012 em Minas Gerais, o que representa 44% do total
desmatado em todo país. [76]
A Mata Atlântica, que já chegou a se estender do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte de hoje, foi quase
totalmente devastada, restando atualmente apenas 5% de sua vegetação original (cerca de 52 000 km²);[78] em
Minas Gerais, cobria cerca de 81,8% da área que corresponde ao atual estado, mas hoje esse percentual é de
apenas de 7%, [79] sendo os principais responsáveis pelo desflorestamento, no período colonial, a extração do
paubrasil e as plantações de canadeaçúcar e café e, mais recentemente, a mineração e a agropecuária. [80] Por
outro lado, muitos projetos do governo e iniciativas privadas estão tentando reverter este quadro. [80]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Minas_Gerais 12/47
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Panorama do Parque Nacional Serra do Cipó
Demografia
Minas Gerais é o segundo estado mais
populoso do Brasil, com uma população
estimada de quase 21 milhões de habitantes
em 2017. [2] A densidade demográfica do
estado é de 33,41 habitantes por quilômetro
quadrado (2010). [81] Ao longo do século
passado, Minas tem sempre apresentado um
crescimento populacional inferior à media
nacional. O movimento da população rural
em direção às zonas urbanas observado
durante o mesmo período também foi
acentuado, contudo bem abaixo da média
nacional. Ainda durante o mesmo período,
observouse o intenso movimento
Densidade populacional dos municípios de Minas Gerais.
emigratório da população mineira em direção
025 hab/km²
a outros estados que se mostravam
2550 hab/km²
promissores durante seu desenvolvimento
50100 hab/km²
industrial, especialmente São Paulo e Rio de 100150 hab/km²
Janeiro. Especialmente durante a década de 150200 hab/km²
sessenta, mais de dois milhões de mineiros 200300 hab/km²
deixaram o estado. Ao longo das décadas 300400 hab/km²
seguintes, a população continuou a emigrar 400500 hab/km²
para outras regiões mas, devido às novas > 500 hab/km²
oportunidades que surgiam em Minas, essa
taxa foi gradualmente diminuindo. Somente
na década de 1990 o saldo migratório tornouse favorável para Minas, ou seja, o estado possuía mais
imigrantes do que emigrantes. [82]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Minas_Gerais 13/47
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A região central do estado, em especial a região metropolitana de Belo Horizonte, é a mais populosa e a que
apresenta maior crescimento populacional em todo o estado. Logo a seguir encontramse as regiões do Alto
Parnaíba, CentroOeste, Sul e Triângulo. A região nordeste do estado, por sua vez, possui o menor contingente
populacional do estado em virtude da pobreza e estagnação econômica da região. [82]
A população mineira era composta em 2012 por 49,2% de homens e 50,8% de mulheres. A taxa de fecundidade
em 2012, ou seja, a quantidade média de filhos que uma mulher teria em média é de 1,7, pouco abaixo da
média nacional que é 1,8. A mortalidade infantil no mesmo ano, por sua vez, ficou em 13,2 mortes por mil
nascidos vivos, também abaixo da média brasileira de 15,7 mortes. Por fim, a esperança de vida ao nascer em
Minas ficou em torno de 76 anos, sendo que para as mulheres esta expectativa é de 79 anos e para os homens é
de aproximadamente 73 anos. [83]
Etnias
De acordo com o censo de 2010 do IBGE, pouco menos da metade
(45,4%) da população mineira se autodeclarava branca, enquanto
uma parcela semelhante (44,3%) se autodeclarava parda e 9,2% se
consideravam negros. Uma pequena parcela, por sua vez,
consideravamse amarelos ou indígenas (1,1%). [84]
Vários outros estudos genéticos já foram feitos contemplando diferentes grupos raciais e geográficos de Minas
Gerais. De maneira geral, todos estes estudos concluem que a população mineira é intensamente miscigenada,
sendo a ancestralidade europeia alta, seguida pela africana e, menos importante, a indígena. Um estudo
genético realizado com pessoas de Belo Horizonte revelou que a ancestralidade dos belohorizontinos é 66%
europeia, 32% africana e 2% indígena. De maneira geral, os mineiros apresentam muito baixo grau de
ancestralidade indígena, enquanto a ancestralidade europeia (principalmente portuguesa) e africana
predominam. Isto se deve ao fato de que a população indígena foi exterminada, ao mesmo tempo que
chegavam à região contingentes enormes de escravos africanos e colonos portugueses, diluindo a contribuição
indígena na população. Em relação ao componente europeu (português), apesar de ter sido numericamente
inferior ao componente africano, o primeiro acabou por predominar, devido às altas taxas de mortalidade e
baixos índices de reprodução entre os escravos. A própria imigração de italianos e outros europeus para Minas
Gerais no final do século XIX contribuiu para aumentar o grau de ancestralidade europeia. [89] Em um estudo
genético, 13,8% dos mineiros portadores de anemia falciforme testados tinham mais de 85% de ancestralidade
europeia e 11,05% dos portadores de anemia falciforme tinham mais de 85% de ancestralidade africana. A
https://pt.wikipedia.org/wiki/Minas_Gerais 14/47
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maioria deles, 73,37%, apresentou níveis intermediários de mistura (entre 15 e 85%). [90] De acordo com um
estudo genético autossômico realizado em 2013, a composição da população mineira é a seguinte: 59,20%
europeia, 28,90% africana e 11,90% indígena. [91]
Habitação
Em 2012, cerca de 84,5% da população mineira, o que representa mais de 16,7 milhões de pessoas, viviam nas
cidades, sendo que a taxa de urbanização era ligeiramente menor que a brasileira (84,8%). Outros 2,9 milhões
viviam nas áreas rurais do estado. [83]
Ainda no ano de 2010, segundo os critérios elaborados pela Fundação João Pinheiro, o déficit habitacional
ultrapassava 557 mil pessoas, dos quais mais de 507 mil estavam situados na zona urbana. Este indicador
representa a parcela da população cujas moradias não apresentam o mínimo de infraestrutura necessária ou
que pagam aluguel que compromete a renda familiar ou que moram em locais com uma quantidade elevada de
pessoas. [95]
Renda e desigualdade
O rendimento médio per capita de Minas Gerais é de 733 reais, de
acordo com o censo realizado em 2010 pelo IBGE, encontrandose
abaixo da média nacional. [96] Contudo, o estado apresenta uma
grande disparidade entre suas regiões no que se refere ao
desenvolvimento econômico e social. As regiões mais ricas do
estado, como a Central e o Triângulo Mineiro possuem renda per
capita de mais de novecentos reais, enquanto as áreas mais pobres
Favela em Belo Horizonte.
localizadas no norte do estado, especialmente nos vales do
Jequitinhonha e do Mucuri, este valor não ultrapassa quinhentos
reais. Contudo, verificase o crescimento maior da renda das regiões mais pobres, motivados sobretudo pelo
aumento do salário mínimo e pelos programas de transferência de renda do governo federal. [97]
O Índice de Desenvolvimento Humano, baseados em fatores como saúde, educação e qualidade de vida,
revelam de forma ainda mais acentuada a desigualdade entre as regiões de Minas Gerais. O norte e nordeste do
estado concentram a maioria dos municípios com baixo IDH, enquanto a região Sul, Triângulo e Alto
https://pt.wikipedia.org/wiki/Minas_Gerais 15/47
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Paranaíba que a situação é oposta. A região central do estado, embora seja rica, possui alto índice de
desigualdade, ou seja, a renda não é igualmente distribuída entre a população. [97] Cerca de seiscentos mil
pessoas moram em aglomerados subnormais, dos quais pouco mais da metade estão na capital mineira. O
maior aglomerado, contudo, localizase em Betim e possui mais de vinte e três mil habitantes. Coronel
Fabriciano e Vespasiano são os que apresentam maior porcentagem da população vivendo nessas áreas (mais
de 20%). [98]
Religião
De acordo com o Censo 2010, a maior parte da população (13,8
milhões de pessoas) se consideram católicos, o que coloca o estado
em nono lugar quando se considera a porcentagem da população
pertencente a esta religião (73,32%). [99][100] Embora o número de
católicos venha apresentando gradual queda nos últimos anos, a
religião ainda está fortemente enraizada na cultura mineira,
especialmente nas áreas rurais e nas cidades do interior, onde são
comuns celebrações e festejos organizados pelas paróquias das
Igreja Matriz de Santo Antônio em
comunidades. [101] Tiradentes. O catolicismo é a religião
predominante no estado.
Quase quatro milhões de mineiros pertencem a igrejas evangélicas
das quais destacamse, de acordo com o número de adeptos, a
Assembleia de Deus (mais de setecentos mil seguidores), Igreja Batista (mais de quinhentos mil seguidores) e a
Igreja do Evangelho Quadrangular (quase trezentos e cinquenta mil adeptos). [100] Cerca de 420 mil pessoas no
estado são adeptas do espiritismo, que teve como importante divulgador o médium mineiro Chico
Xavier. [100][102] Existem ainda várias outras minorias religiosas no estado, dentre elas a umbanda e o
candomblé que juntas possuem menos de vinte mil adeptos e cujos rituais por vezes são confundidos com
tradições folclóricas. [103] Quase um milhão de mineiros, por sua vez, consideramse sem religião dos quais
cerca de setenta mil são ateus e pouco mais de sete mil são agnósticos. [100]
Política
O estado de Minas Gerais, assim como em uma república, é
governado por três poderes: o executivo, representado pelo
governador, o legislativo, representado pela Assembleia Legislativa
do Estado de Minas Gerais (ALMG), e o judiciário, representado
pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais e outros
tribunais e juízes. Além dos três poderes, o estado também permite
a participação popular nas decisões do governo através de
referendos e plebiscitos. [104] A atual constituição do estado de
Palácio Tiradentes, sede do governo
Minas Gerais foi promulgada em 1989, acrescida das alterações
mineiro, e parte do complexo da
resultantes de posteriores emendas constitucionais. [105]
Cidade Administrativa de Minas
Gerais.
O poder executivo está centralizado no governador do estado, que é
eleito em sufrágio universal e voto direto e secreto pela população
para mandatos de até quatro anos de duração, podendo ser reeleito para mais um mandato. [105] O cargo é
ocupado por Romeu Zema, membro do Partido Novo, sendo Paulo Brant o vicegovernador. [106] Ouro Preto foi
a capital mineira entre 1721 e o final do século XIX, no entanto em 1897 a sede do governo fora transferida para
https://pt.wikipedia.org/wiki/Minas_Gerais 16/47
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a recémcriada cidade de Belo Horizonte, devido à antiga Vila Rica não comportar o crescimento econômico e
populacional. Nesta mesma ocasião foi construído o Palácio da Liberdade, primeira sede do governo mineiro
em Belo Horizonte, [107] que desde 2010 funciona no Palácio Tiradentes, localizado na Cidade Administrativa
de Minas Gerais. [108]
Subdivisões
A primeira divisão feita no território mineiro foi feita em 1711, a pedido do então governador Antônio de
Albuquerque Coelho de Carvalho, após a área do atual estado desmembrarse da Capitania de São Paulo e
Minas de Ouro. Neste ano, foram criadas a Vila Ribeirão do Carmo (atual Mariana, em 8 de abril), Vila Rica
(atual Ouro Preto, em 8 de julho) e Vila Real de Nossa Senhora da Conceição de Sabará (atual Sabará, em 17 de
julho). Atualmente, Minas Gerais possui várias subdivisões, baseadas em aspectos socioeconômicos, com fins
estatísticos, principalmente. [113]
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adotada em dezembro de 1995. Segundo a SEPLAG, Minas Gerais se divide em dez regiões de planejamento, a
saber: Alto Paranaíba (31 municípios), Central (158), CentroOeste de Minas (56), Jequitinhonha/Mucuri (66),
Mata (142), Noroeste de Minas (19), Norte de Minas (89), Rio Doce (102), Sul de Minas (155) e Triângulo
(35). [115] O governo mineiro realizou uma redivisão em 2015, desta vez em 17 territórios, sendo estes: Alto
Jequitinhonha, Caparaó, Central, Mata, Médio e Baixo Jequitinhonha, Metropolitano, Mucuri, Noroeste,
Norte, Oeste, Sudoeste, Sul, Triângulo Norte, Triângulo Sul, Vale do Aço, Vale do Rio Doce e Vertentes. [116]
Oficialmente, também existem duas regiões metropolitanas no estado de Minas Gerais, sendo elas a de Belo
Horizonte e do Vale do Aço, [117] além da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno,
que tem sede em Brasília, mas envolve os municípios mineiros de Buritis, Cabeceira Grande e Unaí. [118] Uma
região metropolitana ou área metropolitana é um grande centro populacional, que consiste em uma (ou, às
vezes, duas ou até mais) grande cidade central, e sua zona adjacente de influência. Geralmente, regiões
metropolitanas formam aglomerações urbanas, uma grande área urbanizada formada pela cidade núcleo e
cidades adjacentes, formando uma conurbação, a qual faz com que as cidades percam seus limites físicos entre
si. [119]
Economia
Minas Gerais é o estado brasileiro que
possui o terceiro maior produto interno
bruto, que totalizava 351,38 bilhões de
reais no fim do ano de 2010. Ao longo dos
últimos anos, a economia mineira
apresentou crescimento praticamente
contínuo, interrompido somente durante
a grande recessão entre os anos de 2008 e
Exportações de Minas 2009 quando houve o decréscimo
significativo do PIB mineiro. Contudo,
posteriormente, a economia voltou a crescer em ritmo superior à media nacional. Das mesorregiões mineiras, a
Região Metropolitana de Belo Horizonte concentra 45% das atividades econômicas do estado, e é também uma
das regiões que apresenta maior crescimento. A capital mineira, por si só, possui 43% das atividades
econômicas da região, seguida pelos municípios de Betim e Contagem. A seguir estão o Triângulo Mineiro e
Alto Paranaíba, o Sul e Sudoeste de Minas, Zona da Mata e Vale do Rio Doce que juntas correspondem a cerca
de 40% do PIB mineiro. As mesorregiões menos desenvolvidas são os Vales do Jequitinhonha e do Mucuri que
juntas possuem 2,1% de participação no PIB estadual. [120][121]
O estado, segundo dados de 2012, é o terceiro que mais exporta no país, sendo responsável por 12,78% dos
produtos vendidos ao exterior, ficando atrás apenas de São Paulo (26,55%) e Rio de Janeiro (12,88%). [122] A
pauta de exportação do estado, no entanto, é muito concentrada e baseada em produtos primários,
principalmente minério de ferro (43,15%), café (11,29%), ferroligas (5,86%) e ouro (5,15%). [123] O volume total
de exportações em 2012 foi de cerca U$D 33 000 000 000,00 (trinta e três bilhões de dólares). [124]
Agropecuária
O setor primário da economia mineira correspondeu a cerca de 8,7% da soma de tudo o que foi produzido no
estado durante o ano de 2012. Das culturas do estado, o café foi o que teve a maior participação no que se refere
ao valor da produção agrícola estadual, chegando a 40% em 2011. Minas Gerais foi a origem de 61,2% de todo o
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café produzido no país no mesmo ano sendo, portanto, o maior produtor do país. [120] A região sul do estado é
a principal origem do café mineiro, onde é cultivado em sua maioria a variedade arábica. [125] A produção de
canadeaçúcar, por sua vez, representa quase vinte por cento do valor da produção agrícola de Minas, seguido
pelo milho, soja e feijão. Minas também se destaca no cenário
nacional na produção de batata, sorgo, tomate, banana e abacaxi.
No município de Jaíba, no norte de estado, um projeto implantou a
maior área de agricultura irrigada da América do Sul, onde são
cultivadas mais de trinta variedades de frutas, dentre elas a
bananaprata, da qual o município é o maior produtor. [120][126]
Em relação à pecuária, Minas Gerais lidera a produção nacional de
leite, com uma produção de 8,4 bilhões de litros em 2010, o que
Campos agrícolas com irrigação por
equivaleu a um quarto da produção brasileira. O estado também
gotejamento perto da cidade de
possui uma importante participação nacional nas criações de corte Perdizes.
de bovinos, suínos e frangos. A produção mineira de ovos também
foi a segunda maior do país, com cerca de 375 milhões de
dúzias. [126]
Indústria
A atividade de extração de minerais metálicos é a que possui maior
participação no setor secundário mineiro, com aproximadamente
um quarto de representação na indústria estadual e responde por
mais de quarenta por cento da produção mineral nacional. Dentre
os principais minérios extraídos destacamse o ferro, manganês
(explorados sobretudo na região conhecida como Quadrilátero
Ferrífero), ouro, níquel, nióbio, zinco, quartzo, enxofre, fosfato e
bauxita. Três quartos da indústria mineira, por sua vez,
correspondem a atividades de transformação dos quais o mais Sede da Usiminas na capital
participativo é o setor de metalurgia, sendo que, no âmbito da mineira.
indústria siderúrgica o estado foi responsável por um terço da
produção nacional. Em Minas estão instaladas unidades
produtivas de alguns dos maiores grupos ligados ao setor do país,
como a Gerdau, Usiminas e ArcelorMittal. O estado possui, ainda,
significativa participação no setor de fundição, com atividades
concentradas sobretudo no centrooeste do estado e cuja metade da
produção é destinada ao setor de
automobilísticos. [120][127][128][129]
Vista aérea da Refinaria Gabriel
A seguir, destacase o setor de produtos alimentícios, que Passos em Betim.
corresponde a 13% das atividades industriais de Minas. Em
seguida, com participação praticamente semelhante, está o setor automobilístico, responsável pela produção
de quase um quarto da produção nacional de veículos a parti da presença de unidades produtivas de empresas
como Iveco, Fiat e Mercedes Benz. Destacase ainda, a produção de cimento, sendo que o estado é o maior
produtor nacional, fato que é favorecido pelas grandes reservas de calcário em território mineiro. Outro setor
importante é a indústria química, especialmente o setor de plásticos, cuja produção destinase principalmente
a atender outras cadeias produtivas. [120][127]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Minas_Gerais 19/47
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Serviços
O setor terciário é o mais importante da economia mineira, pois corresponde a mais da metade das atividades
econômicas do estado. Neste setor, o comércio varejista tem acompanhado o crescimento do setor no país, que
foi de 8,3% no período de 2009 a 2012. Contudo, alguns segmentos apresentaram comportamentos distintos
como a venda de móveis e eletrodomésticos que evoluiu acima da média nacional, ao contrário do segmento de
super e hipermercados, que foi abaixo da média brasileira no mesmo período.
Contudo, a participação do comércio no setor terciário é superada somente
pelo segmento de administração pública, responsável por movimentar
13,7% de todo o PIB estadual. Em 2010, foram arrecadados no estado
aproximadamente 43,5 bilhões de reais em impostos, o que corresponde a
doze por cento do PIB mineiro. Destacamse ainda, as atividades ligadas ao
setor imobiliário e de aluguéis (8,6% do valor agregado bruto mineiro),
intermediação financeira (5,2%) e de transportes (5,1%). [120][129]
No ano de 2011, 10,635 milhões de pessoas se enquadravam na categoria de população economicamente ativa,
dos quais aproximadamente dez milhões se encontravam ocupadas. Destes, 3,8 milhões de pessoas possuíam
carteira assinada. A taxa de desemprego no estado apresentou contínua queda desde 2009, passando de 7,2%
para 3,9% no fim de 2012. Dentre as principais ocupações da população economicamente ativa, destacamse
as atividades de comércio (16,3%), agropecuária (16,2%) e da indústria de transformação (11,8%), seguidas
por serviços de saúde, educação e serviços sociais, construção civil e serviços domésticos. Todos os setores de
atividade econômica[nota 1] apresentam maior quantidade de empregados na região central do estado, com
exceção das atividades agropecuárias, na qual o Sul de Minas possui maior quantidade de trabalhadores
formais. [120][129]
Infraestrutura
O estado de Minas Gerais é dotado de uma notável infraestrutura que permite seu desenvolvimento
econômico. No estado encontrase a maior rede rodoviária dentre as unidades da federação, além de uma
importante parcela das ferrovias do país. Minas Gerais conta ainda com 92 aeroportos e cinco portos secos
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distribuídos em várias regiões do estado. Minas conta ainda com várias usinas hidroelétricas e possui inclusive
um quarto das pequenas centrais hidrelétricas do país. O estado possui ainda mais de oitocentos quilômetros
de gasodutos administrados pela Companhia de Gás de Minas Gerais. [132]
Serviços básicos
Dos 6 028 223 domicílios, 5 200 911 eram abastecidos pela rede
geral (86,28%) de abastecimento de água, 501 492 por meio de
poços ou nascentes fora da propriedade (8,32%), 237 349 por meio
de poços ou nascentes situados dentro da propriedade (3,94%),
46 354 através de rios, açudes, lagos ou igarapés (0,77%), 908 em
poço ou nascente situado dentro ou fora da aldeia (0,01%) e 41 209
eram abastecidos de outras maneiras (0,68%). [133] 5 985 392
domicílios eram abastecidos pela rede de fornecimento de energia
elétrica (99,29%)[134] e 5 282 287 domicílios destinavam seu lixo à Estação de tratamento de água da
coleta (87,63%), sendo 5 039 259 por meio de serviço de limpeza Copasa em Coronel Fabriciano, onde
(83,59%) e 243 028 por meio de caçambas (4,03%). [135] E, por é extraída e tratada a água fornecida
último, na questão de existência de banheiros e esgotamento a boa parte da Região Metropolitana
sanitário, dos 5 862 312 domicílios que tinham banheiros de uso do Vale do Aço.
exclusivo do próprio domicílio (97,25%), 4 701 155 eram atendidos
pela rede geral de esgoto ou pluvial ou fossa séptica (77,99%) e 1 161 157 tinham o esgoto coletado de outra
maneira (19,26%). Havia ainda 90 183 domicílios com banheiro de uso comum a mais de um domicílio
(1,50%), sendo 37 541 por meio da rede geral de esgoto ou pluvial ou fossa séptica (0,62%) e 52 642 possuíam
outro escoadouro (0,87%); outros 75 728 domicílios não tinham banheiros nem sanitários (1,26%). [136]
Existem várias empresas responsáveis pelo saneamento básico, no entanto em 615 dos 853 municípios
mineiros a empresa encarregada do fornecimento de água é a Companhia de Saneamento de Minas Gerais
(Copasa), que também se responsabiliza pela coleta de esgoto em outros 220. [137] Os demais municípios são
abastecidos por outras companhias, por empresas locais ou pelos chamados serviços autônomos de água e
esgoto (SAAEs; criados a partir do extinto Serviço Especial de Saúde Pública) — um exemplo ocorre em
Governador Valadares, na região do vale do rio Doce, onde o saneamento básico é feito pelo SAAE de
Governador Valadares. [138]
Ainda há serviços de internet discada e banda larga (ADSL) sendo oferecidos por diversos provedores de acesso
gratuitos ou pagos, [139][140] além de cobertura pela rede wireless (internet sem fio) nos principais centros
urbanos. [141] O serviço de telefonia é oferecido por operadoras como a Vivo, Oi, Telecom Italia Mobile (TIM),
Claro, Algar, entre outras. [142] sendo que o código de área (DDD) das cidades do estado pode ser 31, 32, 33, 34,
35, 37, 38 e 39. [143]
Energia
Minas Gerais é um dos estados com maior demanda de energia, sendo que em 2010 o consumo total chegou a
35,8 milhões de toneladas equivalentes de petróleo, o que correspondeu a 13,2% da demanda nacional, a maior
parte destinada ao setor industrial. Minas Gerais é um dos maiores produtores de energia hidroelétrica do
país, com grandes geradores dos quais destacamse a Usina Hidrelétrica de Furnas, Itumbiara e São Simão.
Contudo, embora o estado exporte parte da energia elétrica gerada, boa parte da energia utilizada é importada,
sobretudo na forma de lenha, carvão mineral e derivados, utilizados sobretudo nas indústrias siderúrgicas.
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Dentre os principais componentes da matriz energética mineira em 2010 foram o petróleo e gás (33,7%),
seguido por lenha e derivados (21,4%), derivados de canadeaçúcar (15,4%) e energia hidroelétrica
(14,6%). [144][145]
No mesmo ano, 53,6% da energia utilizada no estado provinha de fontes renováveis, das quais a maior
participação era da lenha e seus derivados. [144] O estado possui potencial de produção de energia eólica que
chega a ter a mesma ordem de grandeza que a energia hidrelétrica
produzida atualmente. A Serra do Espinhaço é a região mais
promissora para a implantação desse tipo de empreendimento. [145]
Minas Gerais possui condições climáticas favoráveis, sobretudo nos
meses de inverno, que permitem o aproveitamento da energia solar,
utilizada principalmente para o aquecimento. No que se refere à
produção de energia elétrica a partir da radiação solar, os locais
mais promissores para a instalação encontramse no norte e
noroeste do estado. [146]
Vista da Usina Hidrelétrica de
Furnas no sul do estado.
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) é a encarregada
do fornecimento de energia elétrica em 774 municípios mineiros, ou
seja, 96% da área de concessão, sendo a responsável pela operação de 65 usinas (situadas dentro e fora do
estado). A companhia possui ainda ações de várias outras empresas de energia espalhadas pelo Brasil, dentre
elas a Light, do Rio de Janeiro, e suas ações são negociadas em São Paulo e Nova Iorque. [147] Os demais 79
municípios do estado são atendidos por outras concessionárias, sendo a maior delas a Energisa, que atende a
66 cidades da Zona da Mata. [148]
Saúde
Em 2009, existiam 12 460 estabelecimentos
Mortalidade 19,7 por mil
hospitalares no estado, com 44 012 leitos. Do total de
infantil (2008) nascimentos[149]
estabelecimentos, 7 222 eram públicos, sendo 7 092 de
caráter municipal, 84 de caráter estadual e 46 de caráter Médicos 15,1 por 10 mil hab.
federal. 5 238 estabelecimentos eram privados, sendo (2005)[149]
4 472 com fins lucrativos e 766 sem fins lucrativos. 257 Leitos hospitalares 445,2 por mil hab.
unidades de saúde possuíam especializações com (2009).[149]
internação e 8 973 unidades eram providas de
atendimento ambulatorial. [150]
De acordo com uma pesquisa realizada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios em 2008, 79,1% da
população mineira avaliou sua saúde como boa ou muito boa, 69,6% afirmaram ter realizado consulta médica
nos últimos doze meses anteriores à data da entrevista, 41,0% dos habitantes consultaram o dentista no
mesmo período e 7,6% da população estiveram internados em leito hospitalar. 35,1% dos habitantes
declararam ter alguma doença crônica e 29,3% dos residentes tinham cobertura de plano de saúde. No mesmo
ano, 63,1% dos domicílios particulares permanentes estavam cadastrados no programa Unidade de Saúde
Familiar. [151]
De acordo com a mesma pesquisa, na questão de saúde feminina, 42,0% das mulheres com mais de 40 anos
fizeram exame clínico das mamas nos últimos doze meses, 56,7% das mulheres entre 50 e 69 anos fizeram
exame de mamografia nos últimos dois anos e 77,9% das mulheres entre 25 e 59 anos fizeram exame
preventivo para câncer do colo do útero nos últimos três anos. [151]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Minas_Gerais 22/47
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Educação
O fator "educação" do IDH no estado atingiu em 2010 a marca de
0,638 — a oitava maior do país, estando em conformidade aos
padrões mínimos do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD)[153] — ao passo que a taxa de
analfabetismo indicada pelo último censo demográfico do IBGE foi
de 7,66%, a décima melhor porcentagem nacional, porém a
segunda pior do Sudeste brasileiro, à frente apenas do Espírito
Santo. [154] Tomandose por base o relatório do Índice de
Com 11 831 estabelecimentos de ensino fundamental, 7 431 unidades préescolares e 2 979 escolas de nível
médio, a rede de ensino do estado é uma das mais extensas do Brasil. [157] De acordo com dados da amostra do
censo demográfico de 2010, da população total, 5 681 163 habitantes frequentavam creches e/ou escolas. Desse
total, 179 819 frequentavam creches, 492 875 estavam no ensino préescolar, 325 115 na classe de
alfabetização, 74 319 na alfabetização de jovens e adultos, 2 682 189 no ensino fundamental, 176 379 na
educação de jovens e adultos do ensino fundamental, 859 491 no ensino médio, 177 395 na educação de jovens
e adultos do ensino médio, 624 707 em cursos superiores de graduação, 63 263 em especializações de nível
superior, 17 514 no mestrado e 8 096 no doutorado. 12 080 382 pessoas não frequentavam unidades escolares,
sendo que 1 835 785 nunca haviam frequentado e 10 244 597 haviam frequentado alguma vez. [158]
Entre as muitas instituições de ensino superior, destacase a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
classificada como a 478ª melhor universidade do mundo[159] e, juntamente com a Universidade Federal de
Viçosa (UFV), Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e Universidade Federal de Lavras (UFLA),
está entre as melhores do Brasil segundo o Índice Geral de Cursos, do Ministério da Educação. [152] A
Universidade Federal de Uberlândia (UFU) também se destaca no estado, ela ficou em 4º melhor lugar em
Minas, e em 28º no Brasil, na frente da UFLA (Lavras), UFOP (Ouro Preto) e UFTM (Uberaba), segundo dados
do ranking das universidades brasileiras da Folha de S. Paulo, em 2016. [160] Minas Gerais é o estado com o
maior número de instituições federais de ensino superior do país, abrigando 20 instituições, sendo 8 Institutos
Federais, 1 Centro Federal e 11 Universidades Federais. [161] Conta ainda com duas instituições estaduais: a
Universidade do Estado de Minas Gerais e a Universidade Estadual de Montes Claros. [162] Além de cerca de
350 faculdades e universidades particulares e filantrópicas presentes em mais de 240 municípios. [163][164]
Ciência e tecnologia
Minas Gerais é sede de importantes institutos de pesquisa, no entanto 40% dos grupos de pesquisa mineiros
estavam concentrados na UFMG, que abrigava ainda 46% do total de projetos do conjunto de instituições do
estado. A UFV mantinha 19% do total de equipes. [165] As universidades ainda não formam um grupo
homogêneo e cerca de 87% dos professores do ensino superior dedicamse exclusivamente à entidade. A maior
parte dos estudos científicos oriundos das universidades estão voltados às engenharias, saúde, ciências
https://pt.wikipedia.org/wiki/Minas_Gerais 23/47
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biológicas e ciências exatas, sendo que muitas vezes estão voltados às necessidades econômicas e sociais
regionais — na UFV e na UFTM, situadas respectivamente na Zona da Mata e no Triângulo Mineiro, grande
parte das pesquisas está voltada às ciências agrárias, por exemplo. [166]
São alguns dos principais institutos subordinados às instituições de ensino e que visam o aprimoramento
científico e tecnológico o Centro de Estudos Aeronáuticos da
Universidade Federal de Minas Gerais (CEA), com ênfase em
pesquisas da área de engenharia aeronáutica;[167] o Laboratório de
Alta Tensão da Universidade Federal de Itajubá (LATUNIFEI), um
dos poucos laboratórios de alta tensão do Brasil;[168] o Laboratório
Nacional de Astrofísica;[169] a Fundação Christiano Ottoni (FCO),
que promove programas acadêmicos de ensino, pesquisa e extensão
da UFMG;[170] e o Centro de Pesquisa Manuel Teixeira da Costa
(CPMTC), órgão complementar do Instituto de Geociências da
UFMG que promove a realização de pesquisas ligadas à geologia e Cúpula do Observatório do Pico dos
Dias, situado em Brazópolis e
áreas afins das geociências. [171]
mantido pelo Laboratório Nacional de
Astrofísica.
Fora do campo universitário, destacamse o Instituto de Pesquisas
Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais
(IPEAD), que realiza pesquisas aplicadas às ciências econômicas e contábeis;[172] a Fundação João Pinheiro
(FJP), referência nacional em diversos setores das ciências sociais;[173] a Fundação Ezequiel Dias (FUNED),
referência na produção de medicamentos e soros, em estudos em saúde pública e nas ações de vigilância
sanitária, epidemiológica e ambiental;[174] o Centro de Pesquisas René Rachou (CPqRR), unidade regional da
Fiocruz onde são realizadas pesquisas ligadas à saúde e à epidemiologia;[175] o Centro Tecnológico de Minas
Gerais (CETEC), com vistas à aplicação tecnológica ao desenvolvimento social e econômico[176] e, por fim, a
Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, que possui diversos centros de pesquisas espalhados por
todo o estado. [177]
Comunicações
A Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais é o órgão oficial
responsável pelas comunicações em todo o estado, atuando tanto
na assessoria da imprensa, quanto no marketing e na Internet. [178]
Existem diversos jornais presentes em vários municípios mineiros,
como por exemplo Diário do Aço (em Ipatinga e Vale do Aço), Hoje
em Dia, Estado de Minas, Diário da Tarde, O Tempo (Belo
Horizonte), Jornal Correio de Uberlândia (Uberlândia), de
Uberaba, Jornal da Manhã (em Uberaba), O Mantiqueira (em
Poços de Caldas), Tribuna de Minas (em Juiz de Fora), Folha do
Sul (em Três Corações), Diário de Caratinga (em Caratinga),
Jornal de Minas (em São João delRei) e O Norte (em Montes
Claros). [179] O Super Notícia, com sede em Belo Horizonte, estava
entre os dez de maior circulação no país em 2008, segundo dados
do Instituto Verificador de Circulação, ocupando a terceira
colocação, com 282 213 mil exemplares/dia, após a Folha de S.
Sede da Imprensa Oficial do Estado
de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Paulo e O Globo. [180]
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O estado também possui uma grande quantidade de emissoras de rádio, tanto AM quanto FM, sendo algumas
das principais a BH FM, Globo Minas, América, Itatiaia, 98 FM, Nativa FM, Favela, Jovem Pan FM e
BandNews — a maioria sediada em Belo Horizonte, mas com retransmissoras em outros municípios. [181] A
primeira rádio mineira foi a Rádio Sociedade de Juiz de Fora, que foi ao ar em 1° de janeiro de 1926, e em 1927
surge a Rádio Mineira, a primeira da capital mineira. No entanto, a primeira emissora do estado a ter
reconhecimento nacional foi a Rádio Inconfidência, criada em 3 de setembro de 1936, notória por suas sessões
de auditório e programação diversificada, voltada à população. Também obteve destaque a Rádio Itatiaia, que
foi criada em 1951 e é considerada a líder de audiência em sua frequência AM no estado desde a década de
1970, com programação voltada ao jornalismo, esporte e prestação de serviço. [182][183]
No campo da televisão, a primeira emissora do estado a ter projeção nacional foi a TV Itacolomi, criada na
capital mineira em 8 de novembro de 1955. Nesta época, poucos habitantes possuíam aparelho televisor em
Minas Gerais, devido ao preço, mas à medida que a emissora aumentava seu raio de transmissão as vendas de
telerreceptores cresciam, o que proporcionou o estabelecimento de novas emissoras no estado. [184] Até seu
fechamento, em 1980, a Itacolomi fazia parte dos Diários Associados, conglomerado de empresas de mídia do
Brasil fundado por Assis Chateaubriand, que também foi o criador da paulista TV Tupi, primeira emissora de
televisão do país. Assim como já vinha ocorrendo em São Paulo e no Rio de Janeiro com a Tupi, a TV Itacolomi
passa a ter como concorrentes em Minas Gerais, a partir da década de 1960, a Rede Excelsior (extinta), a Rede
Globo e a Rede Record. [184] Atualmente há várias emissoras sediadas no estado, tais como a Record Minas,
Paranaíba, TV Leste (afiliadas à Record), [185] TV Globo Minas, InterTV dos Vales, EPTV Sul de Minas
(afiliadas à Globo), [186] TV Alterosa Belo Horizonte e TV Alterosa Leste (afiliadas ao SBT). [187]
Segurança pública e criminalidade
As principais unidades das forças armadas presentes em Minas Gerais são o
Exército Brasileiro, sendo que o estado é integrante do Comando Militar do
Leste (exceto o Triângulo, que pertence ao Comando Militar do Planalto),
com sedes em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro;[188] a Marinha do Brasil,
segundo a qual Minas situase no 1º Distrito Naval, com sede no Rio de
Janeiro (exceto o sul mineiro, que está jurisdiciado ao 8º Distrito Naval da
Marinha do Brasil);[189] e a Força Aérea Brasileira, segundo a qual o estado
faz parte do 3º Esquadrão de Transporte Aéreo. [190] Assim como os demais
estados do Brasil, há dois tipos de corporações policiais que possuem a
finalidade de realizar a segurança pública em seu território. São elas: a
Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), que tem função de defesa Brasão da Polícia Civil.
social, [191] e a Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, que exerce a função
de polícia judiciária e é subordinada ao governo estadual. [192]
De acordo com dados do "Mapa da Violência 2011", publicado pelo Instituto Sangari e pelo Ministério da
Justiça, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes em Minas Gerais é a terceira menor do Brasil. No entanto,
o número de homicídios saltou de 8,6 para 19,5 por 100 mil habitantes no período entre 1998 e 2008, fazendo
com que o estado permanecesse na 23ª posição, apresentando um aumento de 126,6% no número de
assassinatos durante o período pesquisado. [193][194] Em 2010, de acordo com dados do IPEA, Minas alcançou
a taxa de 18,5 homicídios por 100 mil habitantes, um aumento de 61,4% em relação ao número registrado em
2000, que foi de 11,5 homicídios a cada 100 mil habitantes, sendo que o suportável pela Organização Mundial
da Saúde é de 10 homicídios por 100 mil habitantes. [195] Apesar da pequena queda do número de homicídios
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entre 2008 e 2010, entre janeiro e setembro de 2013 houve um crescimento
de 21% da ocorrência de crimes violentos, como sequestro e estupro, em
relação ao mesmo período de 2012. [196]
De acordo com dados do "Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros
2014", também publicado pelo Instituto Sangari, os dez municípios
mineiros com as maiores taxas de homicídios por grupo de 100 mil
habitantes são São Joaquim de Bicas (71,3), Mateus Leme (63,3), Teixeiras
(61,5), Governador Valadares (59,0), Esmeraldas (57,8), Juatuba (56,3),
Betim (55,5), Sarzedo (55,3), Itaobim (52,5) e Buritizeiro (51,7). São
Joaquim de Bicas apareceu na lista das 100 cidades mais violentas do
Brasão da Polícia Militar.
Brasil, ocupando a 80ª posição. [197] Para reduzir as taxas, diversas
medidas vêm sendo tomadas pelo poder público, como a ampliação do
efetivo de policiais civis, militares e bombeiros e a implantação de unidades do Instituto Médico Legal (IML) e
batalhões da PM. [198] O estado também foi o pioneiro na criação de um presídio em parceria com a inciativa
privada. [199]
Transportes
No estado, existem seis aeroportos administrados pelo Infraero.
São eles: o Aeroporto Internacional de Belo HorizonteConfins (em
Confins), o Aeroporto da Pampulha Carlos Drummond de
Andrade (em Belo Horizonte), o Aeroporto de Belo Horizonte
Carlos Prates (em Belo Horizonte), o Aeroporto de Uberlândia (em
Uberlândia), o Aeroporto de Montes Claros (em Montes Claros), e o
Aeroporto de Uberaba (em Uberaba). [200] Há também outros
aeroportos menores, como os de Alfenas, Araxá, Caxambu,
Airbus A320 da TAM Linhas Aéreas Diamantina, Divinópolis, Espinosa, Frutal, Governador Valadares,
no Aeroporto Internacional de Belo Ipatinga, Ituiutaba, Juiz de Fora, Leopoldina, Monte Verde, Patos
HorizonteConfins. de Minas, Poços de Caldas, Pouso Alegre, São João delRei, Unaí,
Varginha, entre outros. [201]
Também há transporte hidroviário, sendo que a principal hidrovia
contida no estado é a Hidrovia do São Francisco, cujo curso d'água
é navegável desde o município de Pirapora até Juazeiro, na
Bahia. [202]
O transporte ferroviário, por sua vez, fazse presente desde o século
XIX, quando da construção da Estrada de Ferro Central do Brasil,
na década de 1860. Em 1874 foi inaugurada a Estrada de Ferro
Trecho da Rodovia Fernão Dias Leopoldina, em 1880 foi fundada a Estrada de Ferro Oeste de
próximo a Pouso Alegre. Minas e nas décadas seguintes foram abertas várias outras ferrovias
em território mineiro. [203] Após a década de 1940, as ferrovias
passaram a ser substituídas pelas rodovias, devido à demanda do crescimento da frota automobilística,
levando ao fechamento de estradas de ferro e ramais. [204][205] No entanto, ainda há caminhos de ferro ativos
cortando Minas Gerais sendo utilizados para o transporte de carga, como a antiga Estrada de Ferro Leopoldina
e a Ferrovia do Aço, administradas pelas concessionárias MRS Logística e Ferrovia Centro Atlântica. [206] A
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Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) é a responsável por escoar a produção da Vale e de outras empresas
do estado em direção ao Porto de Tubarão, em Vitória, no Espírito Santo, e também opera o único trem de
passageiros diário do Brasil que percorre longas distâncias, entre Vitória e Belo Horizonte, interligando outras
cidades que contêm com estações. [207]
Com 36 103 km de extensão, segundo dados de dezembro de 2013, o sistema rodoviário do estado de Minas
Gerais é um dos mais complexos dentre as unidades federativas do Brasil. Da extensão total, 29 319 km são de
trechos pavimentados e 6 784 km não possuem pavimentação, ao mesmo tempo que 27 119 km são de
rodovias estaduais e 8 984 km são vias federais (de administração do DNIT). [208] A grande extensão da malha
viária associada ao relevo predominantemente montanhoso — que faz com que haja uma grande quantidade de
curvas sinuosas nas estradas — e às condições climáticas típicas do estado faz com que Minas tenha uma
considerável taxa de acidentes em relação ao restante do Brasil; situações agravadas pelo fato do estado
possuir apenas 31,6% das estradas em condições classificadas como "boa" ou "ótima", segundo informações do
CNT de 2010. [209][210] A frota estadual em 2012 era de 8 295 192 veículos, sendo 4 602 143 automóveis,
285 123 caminhões, 52 301 caminhõestrator, 613 155 caminhonetes, 215 545 caminhonetas, 36 174 micro
ônibus, 1 992 166 motocicletas, 205 390 motonetas, 63 685 ônibus, 31 292 utilitários, 1 843 tratores de rodas e
outros 196 375 classificados como outros tipos de veículos. [211]
Cultura
A Secretaria Estadual de Cultura (SEC), que foi criada em 1983,
durante o governo de Tancredo Neves, e estruturada em 1996, é o
órgão vinculado ao Governo do Estado de Minas Gerais
responsável por atuar no setor de cultura do estado, desde seu
planejamento financeiro até a execução de projetos e manutenção
de bibliotecas, museus e do Arquivo Público Mineiro. [213] A SEC
atua em parceria com diversas outras instituições e entidades
culturais, diretamente subordinadas ou não ao órgão público, como
Instituto Inhotim, o maior centro de
a Fundação Clóvis Salgado (FCS), a Fundação TV Minas Cultural e
arte ao ar livre da América
Educativa, a Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP), o Instituto
Latina.[212]
Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais
(IEPHAMG) e a Rádio Inconfidência. [214]
Artes cênicas
Minas Gerais conta com vários espaços, projetos e eventos
dedicados ao fomento das áreas teatral e de dança. O estado é berço
de uma considerável gama de grupos teatrais de sucesso nacional
ou mesmo internacional, tais como o Grupo Galpão, [215] o
Giramundo Teatro de Bonecos, [216] o Grupo Corpo[217] e Ponto de
Partida. [218] Muitos deles têm suas origens e manutenção ligadas à
formação artística profissional e a mecanismos municipais e
estaduais de incentivo cultural; o Grupo Divulgação, de Juiz de
Interior do Teatro Municipal de Ouro
Fora, por exemplo, nasceu na Faculdade de Filosofia e Letras da
Preto, que foi inaugurado no século
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). [218] A Companhia de XVIII e é o mais antigo do Brasil.
Dança Palácio das Artes, fundada em Belo Horizonte em 1971, é um
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dos grupos profissionais mantidos pela Fundação Clóvis Salgado e
ocasionalmente está presente em palcos nacionais e
internacionais. [219]
Em Minas Gerais situamse alguns dos maiores espaços teatrais do
Brasil, tais como o Teatro Municipal de Ouro Preto, que também é o
teatro mais antigo das Américas, inaugurado no século XVIII;[220]
o CineTheatro Central, em Juiz de Fora, cuja importância
arquitetônica e histórica culminou no tombamento pelo Fachada do Palácio das Artes de
IPHAN;[221] o Palácio das Artes de Belo Horizonte, que é Belo Horizonte, um dos maiores
considerado como o maior centro de produção, formação e difusão núcleos culturais da América Latina.
cultural do estado e um dos maiores da América Latina, sendo
mantido pela Fundação Clóvis Salgado, que oferece à população uma série de programações artísticas e de
atividades educativas;[222] o Centro Cultural Usiminas, em Ipatinga, considerado como um dos mais
modernos do país e mantido pelo Instituto Cultural Usiminas;[223] e o Centro Cultural Banco do Brasil, em
Belo Horizonte, mantido pelo Banco do Brasil. [224]
São vários os eventos artísticos do estado em que os grupos e artistas demonstram suas atividades, sendo
realizados tanto nos espaços culturais quanto ao ar livre. Na capital mineira, são alguns exemplos o Festival
Internacional de Teatro, Palco e Rua (FITBH), o Festival Internacional de Teatro de Bonecos, o Festival
Internacional de Dança (FID), o Festival Internacional de Corais (FIC), o Festival Internacional de Curtas, o
Festival Mundial de Circo do Brasil e o Festival Internacional de Quadrinhos. [225][226] No interior do estado,
destacase a realização da Campanha de Popularização do Teatro e da Dança, com espetáculos teatrais em Juiz
de Fora e no Vale do Aço;[227] e o Festival de Inverno da Universidade Federal de Minas Gerais, com oficinas de
iniciação e atualização, espetáculos, peças de teatro e exposições em vários municípios do estado, como
Diamantina e Cataguases. [228]
Música, cinema e literatura
A música se faz presente em Minas Gerais desde o período colonial.
Os primeiros instrumentos musicais a adentrarem o estado foram
trazidos pela Companhia de Jesus na segunda metade do século
XVI, com objetivo de converterem os indígenas aos costumes
europeus, difundindo a música barroca. Por décadas, os jesuítas
foram responsáveis tanto pelo ensinamento da gramática e do
latim quanto pela alfabetização musical nas escolas. [229] No século
XVIII destacouse a obra sacra de Lobo de Mesquita[230] e, no XIX,
Banda mineira Skank durante uma
apresentação em 2007. a de João de Deus de Castro Lobo, [231] cujas obras estão
disponibilizadas, dentre outras, nas séries Acervo da Música
Brasileira e Patrimônio ArquivísticoMusical Mineiro. A partir do
século XIX, as bandas de música se desenvolvem a ponto de serem hoje um dos marcos de identidade cultural
do estado. Na primeira metade do século XX, destacamse o samba, a bossa nova, o chorinho e as marchinhas
com os compositores Ary Barroso, de Ubá, e Ataulfo Alves, de Miraí. [232][233] Na década de 1970, surge em
Belo Horizonte o movimento Clube da Esquina, cujas maiores influências eram a bossa nova e os Beatles. [234]
Na década de 80, destacaramse mundialmente Sepultura e Sarcófago[235] e na década de 90, surgem Skank,
Jota Quest, Pato Fu e Tianastácia. [236] Às primeiras décadas do século XXI, surgem artistas musicais como
César Menotti & Fabiano e Paula Fernandes. [237]
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No cinema mineiro, os nomes de Humberto Mauro e João Carriço se
destacam por serem os pioneiros do cinema nacional. Humberto
Mauro iniciou suas primeiras filmagens em 1925 em Cataguases,
mudandose para o Rio de Janeiro. Seu contemporâneo João
Carriço, com o lema "Cinema para o povo", lançou a Carriço Filmes,
em Juiz de Fora, produzindo cinejornais e documentários no início
do século XX. [238][239] No período do Cinema Novo e do Cinema
Marginal, desponta o nome de Carlos Alberto Prates Correia, um
O ator mineiro Selton Mello na 5ª
dos principais realizadores da história do estado, autor de filmes
edição do Prêmio Bravo! Prime de
evocadores da paisagem, da cultura e do povo mineiro, como os
Cultura, em 2009.
inventivos Perdida, Cabaret Mineiro e Noites do Sertão. [240]
Finalmente, no cinema contemporâneo, ressaltamse Cao
Guimarães produtor de curtas premiados no mundo inteiro;[241] Helvécio Ratton, diretor de entre outros
filmes Menino Maluquinho e Pequenas Histórias;[242] e Selton Mello, que atuou em filmes como Guerra de
Canudos, O Que É Isso, Companheiro?, O Palhaço, O Cheiro do Ralo e Meu Nome Não é Johnny. [243]
A literatura mineira, por sua vez, teve bastante contribuição para a primeira geração literária brasileira, ainda
no século XVIII. As obras oriundas do estado tinham ideais bucólicos, visando a representar paisagens locais,
sendo os principais autores da época Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto e Cláudio Manoel da Costa.
Com o Romantismo e o Simbolismo, no século XIX, ganham destaque as obras de Bernardo Guimarães e
Alphonsus de Guimaraens. No século XX, Minas conquista grande espaço no cenário literário brasileiro,
revelando nomes como Carlos Drummond de Andrade, Emílio Moura e João Guimarães Rosa, que
contribuíram para o auge do Modernismo no Brasil. Entre a segunda metade do século XX e a
contemporaneidade, ressaltamse Abgar Renault, Cyro dos Anjos, Murilo Rubião, Affonso Romano de
Sant'Anna, Murilo Mendes, Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino, Henriqueta Lisboa,
Oswaldo França Júnior, Roberto Drummond, Bartolomeu Campos de Queirós e Ziraldo. [244]
Folclore, artesanato e culinária
A religiosidade tem influência marcante nas principais
manifestações culturais do povo mineiro, principalmente nas festas
folclóricas. Dentre as tradições presentes no estado, destacamse o
Congado, que reúne danças herdadas dos costumes africanos,
difundidos pelos escravos, com as tradições católicas dos
colonizadores; as comemorações da Folia de Reis, que celebram
desde o nascimento de Jesus até a visita dos Três Reis Magos
através de procissões e visitas a casas; as "Pastorinhas", que são
meninos e meninas que visitam os presépios nas casas, assim como A "Namoradeira", escultura artesanal
se fazia em Belém na época do nascimento de Jesus; o bumba meu típica de Minas Gerais.
boi, que simboliza a morte e renascimento do boi; a Festa do
Divino, em homenagem ao Divino Espírito Santo; as Cavalhadas, representando os combates e guerras
travadas entre mouros e cristãos; a Dança de São Gonçalo; e as quadrilhas, nas festas juninas. [245]
Boa parte da produção artesanal mineira tem ligação às tradições culturais do estado, como na representação
de imagens de santos ou personagens históricos. [246] O artesanato está presente em diversas regiões de Minas
Gerais, com produção baseada em pedrasabão, cerâmica, madeira e fibras vegetais, argila, prata e estanho.
Em Tiradentes destacamse os objetos em prata; na região do Vale do Jequitinhonha são feitas peças em
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madeira e principalmente cerâmica; em Ouro Preto, Congonhas, Mariana e Serro há considerável presença dos
trabalhos em pedrasabão; em Ouro Preto e Viçosa são produzidos utensílios com cobre e outros metais; e em
todo o estado são encontrados bordados, trançados em talas, bambu e fibras têxteis, crochês e tricôs, além da
madeira. [246]
Na cozinha mineira, por sua vez, a carne de porco é muito presente, sendo famosos o tutu com lombo de porco,
a costelinha de porco e o leitão à pururuca. Também são apreciados a vaca atolada, o feijão tropeiro com
torresmo, a canjiquinha com carne (de boi ou porco), linguiça e
couve, o frango ao molho pardo com angu de fubá, o frango com
quiabo ensopado e arroz com pequi. São famosos os doces mineiros,
especialmente o doce de leite, a goiabada e a paçoca. O pão de
queijo, os queijos (e seu modo artesanal de preparo) e o café
também estão entre as principais referências da cozinha mineira.
Muitos pratos têm origens indígenas, cuja culinária era
predominantemente à base de mandioca e milho e teve incremento
dos costumes europeus, com a introdução dos ovos, do vinho, dos
quentes e dos doces. [247] O pão de queijo é um prato típico da
culinária mineira.
Arquitetura
Durante o período colonial, a riqueza oriunda do ouro e dos
diamantes propiciou o surgimento de cidades que tinham como
característica o dinamismo cultural. Nesse contexto,
desenvolveramse as cidades e a arquitetura colonial, cujas obras
permanecem como sendo alguns dos conjuntos mais notáveis deste
período da história brasileira. As casas das cidades mineiras eram
construídas com aspectos uniformes entre si e, usualmente,
ocupavam todo o terreno. As ruas estreitas se adaptavam à
Museu da Inconfidência e Igreja de
Nossa Senhora do Carmo, na topografia acidentada do território mineiro. Dada a influência da
Cidade Histórica de Ouro Preto, Igreja Católica, muitas igrejas foram erguidas nas cidades e vilas
considerada um Patrimônio da da época, com características arquitetônicas notáveis típicas do
Humanidade pela UNESCO. período barroco. Merecem destaque, especialmente, as obras de
Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, notável por seu estilo
peculiar refletido nas esculturas, obras arquitetônicas e entalhes do final do período colonial. Os principais
remanescentes desta fase da arquitetura mineira são o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos (em Congonhas,
com obras de Aleijadinho), o centro histórico de Ouro Preto e de de Diamantina (todos declarados patrimônios
da humanidade pela UNESCO), além da Igreja de São Francisco de Assis em São João delRei. [248][249][250] Já
no fim do período colonial, houve a transição para o período neoclássico. Contudo, tal estilo não foi tão
marcante em território mineiro, deixando traços em algumas construções como na Casa da Câmara e Cadeia
de Ouro Preto e na fachada da Igreja de Nossa Senhora do Pilar em Nova Lima. [251]
Posteriormente, a partir das últimas décadas do século XIX, o ecletismo europeu passa a influenciar as obras
arquitetônicas do estado, que passava por um surto de desenvolvimento graças à atividade cafeeira e à
pecuária. Em um primeiro momento, tal estilo ainda sofre influência do neoclassicismo, apresentando
contornos suaves. Somente a partir do século XX, o ecletismo passa a apresentar uma estética rebuscada, além
de permitir uma vasta gama de combinações estilísticas influenciada sobretudo pela arte europeia, que se
estendem até a década de 1940. No período entreguerras chega ao estado a tendência mundial do art déco, que
https://pt.wikipedia.org/wiki/Minas_Gerais 30/47
04/06/2019 Minas Gerais – Wikipédia, a enciclopédia livre
valorizava em sua estética a abstração, a linha, a forma, o volume e a cor e que se beneficiou pelas inovações
construtivas, como a utilização do concreto armado. Contudo, uma grande revolução viria com os projetos de
Oscar Niemeyer que, ao conceber o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, buscou a criação de formas simples e
úteis, com suas características curvas. Na década de 50, o arquiteto concebeu outras obras notáveis, como o
Edifício Niemeyer. Ao mesmo tempo chegam a Minas novos conceitos do nascente Estilo Internacional, além
do surgimento da arquitetura modernista no Brasil. Desde então, as construções passaram a integrar como
princípios a funcionalidade e integração com seus arredores. Um
dos mais recentes e notáveis projetos arquitetônicos no estado é a
Cidade Administrativa de Minas Gerais, projetada por Oscar
Niemeyer e concluída em 2010. [251][252]
Turismo
Um dos mais importantes
circuitos turísticos de Minas Conjunto Arquitetônico da Pampulha,
Gerais é a Estrada Real, que criado por Oscar Niemeyer, e
Mineirão
passa pelos antigos caminhos
utilizados para transportar o
ouro das minas, que liga a região central do estado às cidades do Rio de
Janeiro e Parati. Os diferentes roteiros deste circuito apresentam atrativos
históricos, culturais e naturais para seus visitantes. [253] Outro aspecto
notável do turismo mineiro inclui a visitação às cidades históricas, as quais
conservam as construções do museu colonial além de incluírem museus e
espaços culturais que revelam o passado dessas localidades. Destas
Cachoeira na Serra do Cipó. cidades, destacase Ouro Preto, onde encontrase o Museu da
Inconfidência. [254]
O relevo do estado, com abundância de picos e serras (especialmente os grandes picos), além da grande
quantidade de grutas e cavernas, rios e lagos naturais e artificiais e a riqueza da fauna e flora estadual atraem
praticantes do ecoturismo e também do turismo de aventura. Outro segmento relevante é o turismo rural, já
que Minas é um dos estados que mais possuem empreendimentos voltados para esta finalidade. [254] Na região
central do estado, além das cidades históricas e da capital, encontramse parques nacionais como o Serra do
Cipó, além do Museu de Inhotim, que possui um dos maiores acervos de arte contemporânea do país. [255] No
sul do estado encontrase o Circuito das águas, conhecido por suas estâncias minerais. [256]
Destacase ainda o turismo de negócios que está em franca expansão, uma vez que nos últimos anos grandes
eventos de projeção internacional foram realizados no estado. Em especial, destacase nesse segmento a cidade
de Belo Horizonte, que atrai cada vez mais feiras, congressos e reuniões, o que pode ser atribuído à
infraestrutura e à importante rede hoteleira da cidade. Outras cidades do interior (como Juiz de Fora, Uberaba
e Uberlândia) também oferecem opções para a realização de eventos de negócios de grande porte. [254]
Esportes
O futebol é um dos esportes mais populares no estado de Minas Gerais, tendo como principais equipes
Atlético, Cruzeiro, América, Villa Nova, Tupi, Ipatinga, Boa Esporte e Caldense. A Federação Mineira de
Futebol é a entidade responsável por organizar a competição mais tradicional do estado, o Campeonato
Mineiro, cuja primeira edição foi realizada em 1915. [257] Outra competição tradicional é a Taça Minas Gerais
https://pt.wikipedia.org/wiki/Minas_Gerais 31/47
04/06/2019 Minas Gerais – Wikipédia, a enciclopédia livre
que, por falta de interesse das agremiações mineiras, não foi realizada no ano de 2013. [258][259] Dentre os
maiores estádios de futebol do estado destacamse o Independência na capital, Parque do Sabiá em
Uberlândia, Mário Helênio em Juiz de Fora, Melão em Varginha, Arena do Jacaré em Sete Lagoas e o Ipatingão,
além do Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, que foi uma das arenas da Copa do Mundo FIFA de
2014. [260][261]
Feriados
Em Minas Gerais, há apenas um feriado estadual: o dia 21 de abril, que é considerado como a Data Magna do
Estado. Comemorase juntamente ao feriado nacional em homenagem a Tiradentes, por ocasião do aniversário
de sua execução em 21 de abril de 1792. [265]
Ver também
Lista de municípios de Minas Gerais por população
Notas
1. Esses setores de atividade econômica são: extrativa mineral, indústria de transformação, serviços
industriais de utilidade pública, construção civil, comércio, serviços, administração pública e agropecuária.
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Bibliografia
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Ligações externas
Governo do Estado de Minas Gerais (http://www.mg.gov.br/)
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (http://www.almg.gov.br/)
Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (http://www.tjmg.jus.br/)
Arquivo Público Mineiro (http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/) Acervo histórico
Minas Gerais (http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=mg) Estatísticas oficiais do IBGE
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