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Módulo 2 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP

Redes IP
Protocolos e Aplicações

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Redes IP
Protocolos e Aplicações

Equipe Multidisciplinar

Prof. MSc. Carlos Augusto Rocha Douglas Rosa


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Profª. Vera Sônia de Freitas Rocha
Engª. Mariana de Almeida C. Duarte Revisora Gramatical
Autora e Tutora
Vanessa Cândido Moreira
Secretária

2019
Boas-vindas!
Prezado(a) Aluno(a):

No primeiro módulo deste curso, introduz-se o Protocolo TCP/


IP (Transmission Control Protocol / Internet Protocol), mostrando
como ele surgiu e como evoluiu ao longo do tempo, tornando-se o
protocolo padrão utilizado na grande rede mundial de computadores, a
INTERNET. Também será mostrado como é a arquitetura dos protocolos
de comunicação de dados baseados em um modelo de referência,
conhecido como Modelo OSI (Open Systems Interconnection) e como
o Protocolo TCP/IP se compara a esta estrutura do modelo OSI. E para
concluir, serão apresentados alguns conceitos básicos de Redes de
Computadores, necessários para o bom entendimento do curso.

Bons estudos!
Lista de Ilustrações

Figura 1 - Topologias mais comuns..............................................................................................................................10


Figura 2 - Topologia em Barramento.............................................................................................................................10
Figura 3 - Topologia em Anel........................................................................................................................................11
Figura 4 - Topologia em Estrela.....................................................................................................................................12
Figura 5 - Topologias Mistas.........................................................................................................................................13
Figura 6 - Modelo OSI...................................................................................................................................................14
Figura 7 - Comunicação entre camadas no Modelo OSI.............................................................................................15
Figura 8 - Encapsulamento de Dados através das camadas.......................................................................................15
Figura 9 - Encapsulamento de dados...........................................................................................................................16
Figura 10 - Camadas conceituais: Superiores e Inferiores...........................................................................................18
Figura 11 - Denominação dos pacotes nas camadas..................................................................................................19
Figura 12 - Rotas entre estações em uma rede............................................................................................................20
Figura 13 - A interconexão de Redes TCP/IP (Internetwork)........................................................................................25
Figura 14 - Modelo TCP/IP............................................................................................................................................26
Figura 15 - Protocolos das camadas do Modelo TCP/IP..............................................................................................27
Figura 16 - Transmissão entre dois hosts com TCP/IP.................................................................................................28
Figura 17 - Atuação do Repetidor.................................................................................................................................33
Figura 18 - Atuação da Ponte ou Bridge.......................................................................................................................34
Figura 19 - Atuação do Roteador (Gateway IP)............................................................................................................35
Figura 20 - Atuação do Roteador entre redes...............................................................................................................36
Figura 21 - Atuação do Gateway de Aplicação.............................................................................................................37
Figura 22 - Repetidor....................................................................................................................................................38
Figura 23 - Hub..............................................................................................................................................................38
Figura 24 - Switch..........................................................................................................................................................38
Figura 25 - Roteador.....................................................................................................................................................39
Lista de Siglas e Abreviações

AFRICNIC – African Network Information Centre


APNIC – Asia-Pacific Network Information Centre
ARIN – American Registry for Internet Numbers
ARP – Address Resolution Protocol
ARPANET – Advanced Research Projects Agency Network
ASCII – American Standard Code for Information Interchange
BOOTP –  Bootstrap Protocol
DARPA – Defense Advanced Research Projects Agency
DHCP – Dynamic Host Configuration Protocol
DNS – Domain Name System
DoD – Department of Defense
EBCDIC – Extended Binary Coded Decimal Interchange Code
FCS – Frame Check Sequence
FTP – File Transfer Protocol
Gbps – Gigabit por segundo
HTTP – HyperText Transfer Protocol
IAB – Internet Architecture Board
IANA – Internet Assigned Numbers Authority
ICMP – Internet Control Message Protocol
IETF –  Internet Engineering Task Force
IP – Internet Protocol
IPX – Internetwork Packet Exchange
ISO – International Organization for Standardization
ISOC – Internet Society
Kbps – Kilobits por segundo
LACNIC – Latin America na Caribbean Network Information Centre
LAN – Local Area Network
LLC – Logical Link Control
MAC – Media Access Control
MAN – Metropolitan Area Network
Mbps – Megabit por segundo
NETBEUI – NetBIOS Extended User Interface
NETBIOS – Network Basic Input/Output System
OSI – Open Systems Interconnection
POP – Post Office Protocol
RARP – Reverse ARP
RIPE – Réseaux IP Europèens Network Coordination Centre
RIR – Regional Internet Registry
RFC – Request for Comments
SMTP – Simple Mail Transfer Protocol
SNA – Systems Network Architecture
TCP - Transmission Control Protocol
TFTP – Trivial FTP
UDP – User Datagram Protocol
WAN – Wide Area Network
Sumário

Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP..............................................................................................8


1.1 Classificação e Topologia das Redes de Comunicação de Dados...............................................................9
1.2 Modelo de Referência OSI...........................................................................................................................13
Vídeo 1 - Encapsulamento de Dados...........................................................................................................................17
Vídeo 2 - Modelo OSI....................................................................................................................................................24
1.2.1 Arquitetura TCP/IP...........................................................................................................................25
Vídeo 3 - Transmissão entre dois hosts com TCP/IP...................................................................................................29
Quiz 1............................................................................................................................................................................31
1.3 Equipamentos para Interconexão de Redes...............................................................................................33
Vídeo 4 - Internet (Parte 1/3).........................................................................................................................................40
Vídeo 5 - Internet (Parte 2/3).........................................................................................................................................40
Vídeo 6 - Internet (Parte 3/3).........................................................................................................................................40
Quiz 2............................................................................................................................................................................41
Capítulo 2 - Considerações Finais ..............................................................................................................................44
Vídeo 7 - Revisão..........................................................................................................................................................45
Gabarito - Quizzes........................................................................................................................................................46
Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP

Uma Rede de Computadores pode ser definida como sendo um con-


junto de equipamentos (nós de comunicação) capaz de trocar infor-
mações e compartilhar recursos, interligados por um sistema de co-
municação, que constitui um arranjo topológico interligando os nós de
comunicação através de enlaces (meios de transmissão) e de um con-
junto de regras a fim de organizar e gerenciar a troca de mensagens
durante a comunicação. Essas regras recebem o nome de protocolos
de comunicação de dados ou simplesmente protocolos [1].

Anotações
Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP 9

1.1 Classificação e Topologia das Redes de Comunicação de Dados

As redes de computadores de acordo com algu- Redes de Longa Distância (WAN – Wide
mas características como velocidade de transmis- Area Network)
são, localização geográfica, propriedade da rede,
etc podem ser classificadas em 3 grandes grupos: As redes WAN surgiram da necessidade de com-
partilhamento de recursos por uma maior comuni-
Redes Locais (LAN – Local Area Network) dade de usuários geograficamente dispersos. Por
terem um custo de comunicação bastante elevado
Pode-se caracterizar uma rede local (LAN) como (devido à distância entre os nós), tais redes são em
sendo uma rede que permite a interconexão de geral públicas, isto é, o sistema de comunicação é
equipamentos de comunicação de dados numa re- mantido, gerenciado e de propriedade de grandes
gião geograficamente pequena. Em geral, nos dias operadoras de telecomunicações.
de hoje, costuma-se considerar “região geografi- Ainda por problemas de custo, nos seus pri-
camente pequena” distâncias entre 100m a 25Km, mórdios, as velocidades de transmissão emprega-
embora as limitações associadas às tecnologias uti- das eram baixas: da ordem de algumas dezenas
lizadas em redes locais não imponham limites a es- de kilobits por segundo (Kbit/s). Atualmente, com o
sas distâncias. Outras características dessa classe avanço das tecnologias de transmissão de dados,
de redes são: altas taxas de transmissão, normal- alguns enlaces chegam à velocidade de gigabits
mente entre dezenas ou centenas de megabits por por segundo (Gbit/s).
segundo (Mbit/s) até algumas dezenas de gigabits O grande objetivo das redes WANs é a inter-
por segundo (Gbit/s) e com baixas taxas de erro. ligação de diversos tipos de equipamentos para
Outras características bastante importantes dessas transmissão de dados à longa distância, em que
redes é que elas são de propriedade privada e pos- o tráfego nessa transmissão deve estar de acordo
suem gerenciamento e administração local. com as necessidades dos usuários.

Redes Metropolitanas (MAN – Metropolitan Outro fator importante na definição das Redes
Area Network) de Computadores é a sua Topologia. Este termo é
usado para explicar como os equipamentos de co-
Quando a distância de ligação entre os vários nós de municação de uma rede estão interligados, ou seja,
comunicação começa a atingir maiores distâncias es- a topologia de uma rede de comunicação refere-se
sas redes deixam de ser chamadas de redes locais à forma como os enlaces físicos e os nós de comu-
e passam a denominar redes metropolitanas (MAN). nicação estão organizados, determinando os cami-
Logo, as redes metropolitanas apresentam nhos (rotas) existentes e utilizáveis entre quaisquer
características semelhantes às das redes locais, pares de estações (nós de comunicação) conecta-
sendo que as MANs, em geral, cobrem distâncias dos a essa rede.
maiores que as LANs e não são mais de proprie- A Figura 1 apresenta as topologias mais
dade privada; elas geralmente têm administração utilizadas:
pública ou de grandes empresas prestadoras de
serviço de telecomunicações.

Anotações
10 Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP

Topologia de Topologia em Topologia em


barramento anel estrela

Figura 1 - Topologias mais comuns

Topologia em Barramento Cada nó atende por um endereço e ao reco-


nhecer esse endereço, a mensagem é imediata-
Nessa topologia, as comunicações são todas bidi- mente aceita; caso contrário, a mensagem é ignora-
recionais, nas quais todos os nós estão conectados da (descartada). Outro fator importante, é que nessa
diretamente a uma barra de transporte (barramento) topologia, somente um nó, por vez, pode transmitir
comum a todas as estações (nós) da rede. Um sinal a mensagem, e se acontecer de mais de um nó a
originado por um nó propaga-se ao longo do barra- transmitir ao barramento, essas mensagens irão se
mento em ambas as direções até atingir as duas ex- misturar, causando um efeito conhecido como co-
tremidades, fazendo com que a mensagem chegue lisão de dados. Nesse caso, os nós terão que re-
a todos os nós da rede, conforme ilustra a Figura 2. transmitir suas mensagens.

Impressora

Cliente

Cliente

Cliente

Cliente

Cliente

Impressora

Figura 2 - Topologia em Barramento

Anotações
Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP 11

Um grande problema neste tipo de topologia Topologia em Anel


é que qualquer interrupção no barramento (cabo
partido ou em curto-circuito) causa uma parada em A topologia em anel, ilustrada na Figura 3, é carac-
todos os nós conectados, com isso a rede para terizada como um caminho de transmissão unidire-
de funcionar até que o problema seja identificado, cional, em círculo lógico, sem fim definido. O sinal
isolado e resolvido. originado por um nó passa por todos os nós (em
A ligação ao meio de transmissão é um ponto torno do anel), sendo regenerado em cada nó que
crítico no projeto de uma rede local em barramento. passa. Como acontece na topologia em barramen-
A ligação deve ser feita de forma que altere o mínimo to, cada nó atende por um endereço e a mensagem
possível as características elétricas do meio de trans- é aceita ao reconhecê-lo.
missão. O meio, por sua vez, deve terminar em seus
dois extremos por uma carga balanceada (terminado-
res) com a sua impedância característica de acordo
com o tipo de meio utilizado, de forma a evitar refle-
xões espúrias que interfiram no sinal transmitido.

Cliente

Cliente Cliente
Fluxo de
Dados

Cliente

Figura 3 - Topologia em Anel

Por motivos de confiabilidade, o anel não in- Glossário


terliga as estações diretamente, mas consiste em
uma série de repetidores ligados por um meio fí- Repetidor - É um equipamento utilizado para
sico, sendo cada estação ligada a esses repetido- interligação de redes com protocolos de camada
de enlace idênticas. Eles amplificam e regeneram
res. Redes em anel são teoricamente, capazes de
os sinais recebidos por uma de suas portas e o
transmitir e receber dados em qualquer direção. As reinserem no meio físico ligado à outra.

Anotações
12 Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP

configurações mais usuais, no entanto, são unidire- Topologia em Estrela


cionais, de forma a simplificar o projeto dos repe-
tidores e tornar menos sofisticados os protocolos Nesse tipo de topologia, apresentada na Figura 4
de comunicação. Mas pode ser implementado um cada nó é interligado a um nó central, através do
duplo anel, no qual um dos anéis é o anel principal qual todas as mensagens devem passar. Tal nó age,
e o outro, conhecido como anel secundário ou anel assim, como centro de controle da rede, interligan-
de backup, é acionado somente em caso de falhas. do os demais nós.
O anel de backup tem sua orientação definida no
sentido contrário ao do anel principal.

Figura 4 - Topologia em Estrela

O funcionamento do nó central pode ser de Uma desvantagem dessa topologia é que


forma passiva, ou seja, ele não faz nenhum contro- toda a confiabilidade da rede fica dependente do
le sobre as mensagens que passam por ele ou de nó central, ou seja, se ele falhar comprometerá o
forma ativa quando ele é capaz de reconhecer nas funcionamento da rede.
mensagens os endereços de origem e destino da Existem ainda algumas outras topologias co-
mensagem, além de detectar se a mensagem não nhecidas como topologias mistas, que combinam
contém erros. Nesse último tipo (ativo) podem exis- características das três topologias vistas anterior-
tir comunicações simultâneas, desde que as esta- mente. A Figura 5 ilustra alguns exemplos dessas
ções envolvidas sejam diferentes e que o nó central topologias mistas.
tenha capacidade de reconhecer a origem e o des-
tino da mensagem.

Anotações
Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP 13

Topologia em Topologia Topologia em


estrela estendida hierárquica malha

Figura 5 - Topologias Mistas

1.2 Modelo de Referência OSI

Para facilitar a interconexão entre sistemas de fabri- • Interoperabilidade: capacidade que os siste-
cantes diferentes de forma mais simples, no início mas abertos possuem de troca de informa-
dos anos 80, a Organização Internacional de Nor- ções entre eles, mesmo que sejam fornecidos
malização (ISO - International Standards Organiza- por fabricantes diversos;
tion), uma das principais organizações no que se • Interconectividade: é a maneira através da
refere à elaboração de padrões de comunicação de qual se pode conectar computadores de fabri-
âmbito mundial, aprovou um modelo de arquitetura cantes distintos;
para sistemas abertos com o objetivo de facilitar o • Portabilidade da aplicação: é a capacidade de
processo de padronização das arquiteturas de re- um software de rodar em várias plataformas
des e obter interconectividade entre equipamentos diferentes;
de diferentes fabricantes, visando permitir a comu- • Escalabilidade: capacidade de um software ro-
nicação entre máquinas heterogêneas e definindo dar com uma performance aceitável em compu-
diretivas genéricas para a construção de redes de tadores de capacidades diversas, desde com-
computadores independente da tecnologia usada putadores pessoais até supercomputadores.
para a implementação desses sistemas. Na visão
dos diversos fabricantes, os principais objetivos
necessários para a implementação de um sistema
aberto são:

Anotações
14 Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP

Para atingir esses objetivos exigidos para


a implementação de um sistema aberto, foi então
criado um modelo teórico, denominado OSI (Open
Systems Interconnection), e este definiu um modelo 7 Aplicação
de sete camadas de comunicação de dados com
transporte físico na camada mais baixa e protoco- 6 Apresentação
los de aplicação nas camadas mais altas, servindo
de base para a implementação de qualquer tipo 5 Sessão
de rede, seja de curta, média ou longa distância.
O modelo OSI define exatamente o que cada ca-
4 Transporte
mada deve fazer, mas não define como isso será
feito, ou seja, define os serviços que cada camada
deve prestar, mas não o protocolo que os realizará.
3 Rede

A Figura 6 mostra as sete camadas definidas pelo


modelo OSI [2]. 2 Enlace
Este modelo foi amplamente aceito como
uma base para compreensão de como uma pilha 1 Física
de protocolos de rede deve operar e como uma fer-
ramenta de referência para comparação de imple- Figura 6 - Modelo OSI
mentação de pilhas de rede deve ser utilizada. Em
cada camada da pilha OSI se encontram protocolos
responsáveis por serviços correlatos[2]. As cama-
das são processos implementados por hardware
ou software, que se comunicam com o processo O segundo aspecto é relacionado com a inde-
correspondente na outra máquina. Cada camada pendência entre as camadas. A camada “N” preo-
oferece um conjunto de serviços ao nível superior cupa-se apenas em utilizar os serviços da camada
(camada superior), usando funções realizadas no “N-1”, independentemente do seu protocolo. É as-
próprio nível e serviços disponíveis nos níveis infe- sim que uma camada pode ser alterada sem mudar
riores (camadas inferiores). as demais (facilidade de manutenção) - desde que
Na realidade existem dois aspectos importan- os serviços que ela presta não sejam modificados.
tes na utilização de uma arquitetura em camadas. É assim também que novas aplicações podem ser
Em primeiro lugar, a complexidade do esforço global implementadas na camada apropriada, aproveitan-
de desenvolvimento é reduzida através de abstra- do os mesmos serviços já fornecidos pelas outras
ções (não interessa para uma determinada camada camadas (redução dos esforços para evoluções),
como as demais implementam o fornecimento de conforme ilustra a Figura 7.
seus serviços, só o que elas oferecem). Na arqui-
tetura hierárquica, a camada “N” sabe apenas que
existe a camada “N-1”, prestadora de determinados
serviços e a camada “N+1”, que lhe requisita os
serviços. A camada “N” não toma conhecimento da
existência das camadas “N±2”, “N±3”, etc.

Anotações
Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP 15

7 Aplicação

Serviços para a camada N+1


6 Apresentação

5 Sessão
Protocolo com a camada N
4 Transporte Camada N (par)

3 Rede

2 Enlace
Serviços da camada N-1
1 Física

Figura 7 - Comunicação entre camadas no Modelo OSI

Uma maneira bastante fácil e simplista de se camada tem como função adicionar um cabeçalho
enxergar a funcionalidade de um modelo em ca- aos dados do usuário a serem transmitidos para ou-
madas, como o modelo OSI, é imaginar que cada tro sistema, conforme mostra a Figura 8.

Mensagem

Camada n Cabeçalho Mensagem

Glossário
Camada n+1 Cabeçalho Cabeçalho Mensagem
Cabeçalho - Consiste
na parte que contém
as informações
Figura 8 - Encapsulamento de Dados através das camadas
suplementares colocadas
no começo de um bloco
de dados que estão
sendo armazenados ou
transmitidos.

Anotações
16 Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP

Deste modo a função de cada camada do ou- um cabeçalho e um fecho, que contém um campo
tro sistema é exatamente a inversa, ou seja, retirar conhecido como Frame Check Sequence (FCS), o
os cabeçalhos dos dados que chegam e entregá-los qual tem a função de detectar os erros.
ao usuário em sua forma original. Essas operações A unidade no nível de enlace é chamada de
recebem respectivamente o nome de encapsula- Frame (quadro), que é recebida pela camada físi-
mento de dados e desencapsulamento de dados. ca, e esta por sua vez (camada mais baixa) trans-
Com maiores detalhes, o processo começa mite o quadro através do meio de transmissão a
com a entrega dos dados a serem transmitidos pelo ela conectado na forma de bits. Quando estes bits
usuário para a camada de aplicação. Esta camada são recebidos pelo destinatário, o processo inver-
acrescenta aos dados do usuário um cabeçalho de so ocorre. À medida que a unidade de dados vai
controle com informações específicas. Agora, esta sendo passada para as camadas superiores, cada
unidade de informação (cabeçalho + dados) é pas- camada retira o seu cabeçalho (e fecho quando
sada para a camada de apresentação. A camada necessário) que foi acrescentado por sua entidade
de apresentação trata a unidade que foi recebida e na origem (transmissão) e passa a unidade para
acrescenta o seu cabeçalho. Dessa forma, compõe a camada superior. O processo se encerra com o
a unidade no nível de apresentação, passando en- usuário destino recebendo os dados enviados pelo
tão para a camada de sessão. Esse processo con- usuário origem. Esse processo completo pode ser
tinua até a camada de enlace, na qual acrescenta visto na Figura 9 e no Vídeo 1.

Mensagem Mensagem

Glossário
7 Aplicação C7 Mensagem Aplicação 7

6 Apresentação C6 C7 Mensagem Apresentação 6 Quadro (Frame) –


Determina a unidade de
transmissão mais básica
5 Sessão C5 C6 C7 Mensagem Sessão 5 em uma rede, permitindo
que o receptor identifique
4 Transporte C4 C5 C6 C7 Mensagem Transporte 4 o início e término de um
agrupamento de bits. É
3 Rede C3 C4 C5 C6 C7 Mensagem Rede 3 de responsabilidade do
transmissor de limitar
2 Enlace C2 C3 C4 C5 C6 C7 Mensagem FCS Enlace 2 estas informações.
Bit - É a menor unidade
1 Física Física 1 de informação que
pode ser armazenada
1011100011110000 .......... 1110000011001001 ou transmitida. Usada
Meio Físico na Computação e
na Teoria da Informação,
Figura 9 - Encapsulamento de dados um bit pode assumir
somente 2 valores: “0“ ou
“1”, ou ainda, verdadeiro
ou falso.

Anotações
Vídeo 1 - Encapsulamento de Dados
18 Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP

Apesar da divisão em sete níveis, conceitu- comunicação fim a fim (entre os nós de origem e
almente consideram-se que as três camadas mais destino), enquanto que as três camadas superio-
baixas do modelo cuidam dos aspectos relaciona- res se preocupam com os aspectos relacionados à
dos à transmissão dos pacotes pelas redes através aplicação, já ao nível de usuário [1], conforme mos-
das rotas disponíveis, a quarta camada lida com a trado na Figura 10.

7 Aplicação

Camadas Superiores: Ocupam-se da transmissão de


6 Apresentação
mensagens entre hosts.
5 Sessão

4 Transporte

3 Rede

Camadas Inferiores: Ocupam-se da transmissão de


2 Enlace
dados (pacotes) na rede.
1 Física

Figura 10 - Camadas conceituais: Superiores e Inferiores

Em uma estrutura baseada em camadas, os Apesar de a comunicação ser no formato de


dados transferidos em uma comunicação de um pilha, as mensagens (pacotes) geradas em cada
nível específico não são enviados diretamente ao camada só são entendidas quando chegarem a
processo do mesmo nível em outra estação, mas respectiva camada na estação de destino. Portanto,
descem, através de cada camada adjacente da apesar de as mensagens só poderem ser passadas
máquina transmissora até o nível inicial em que é verticalmente pela pilha, de um ponto de vista lógi-
transmitido, para depois subir através de cada nível co cada camada se comunica diretamente com sua
adjacente da máquina receptora. Esta forma carac- equivalente em outros nós da rede. Nesse concei-
teriza a comunicação em pilha do modelo OSI [2]. to, em cada camada existe um pacote específico e
suas denominações estão mostradas na Figura 11:

Anotações
Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP 19

7 Aplicação Aplicação 7

6 Apresentação Apresentação 6

5 Sessão Sessão 5
Segmentos
4 Transporte Transporte 4
Datagramas
3 Rede Rede 3
Quadros (Frames)
2 Enlace Enlace 2
Bits
1 Física Física 1

Figura 11 - Denominação dos pacotes nas camadas

As descrições funcionais das camadas do frequência, etc, assim como propriedades do tipo
Modelo de Referência OSI são as seguintes: de conector utilizado para cada meio de transmis-
são escolhido como formato e função de cada pino.
Camada Física Já as especificações de sinal se relacionam com a
representação de um bit em termos de, por exem-
A camada física é a única camada que possui aces- plo, nível de tensão utilizado e taxa de transmissão
so físico ao meio de transmissão da rede devendo, de bits; As especificações funcionais definem a se-
portanto, se preocupar com fatores como as espe- quência de eventos trocados durante a transmissão
cificações mecânicas (conectores e cabos), de sinal de uma série de bits através do meio de transmissão
e funcionais (sinalização) da interface física entre o como: fluxo de transmissão, que pode ser simplex
equipamento e o meio de transmissão, ou seja, a (somente em um único sentido), half-duplex (nos
camada física tem como função básica a adaptação dois sentidos, porém não simultaneamente) ou full-
do sinal ao meio de transmissão. A unidade básica duplex (nos dois sentidos podendo ser simultânea).
de transmissão utilizada nessa camada é o bit. O
nível físico tem como função transmitir os bits na
Glossário
mesma ordem em que chegam da camada de enla-
ce (no sistema de origem) e entregá-los à camada
Half-Duplex - Uma comunicação é dita half-
de enlace na mesma ordem que chegaram (no sis- duplex quando temos um dispositivo Transmissor e
tema de destino). outro Receptor, sendo que ambos podem transmitir e
As especificações mecânicas são as pro- receber dados, porém não simultaneamente.

priedades físicas da interface com o meio físico Full-Duplex - Uma comunicação é dita full-duplex
quando temos um dispositivo Transmissor e outro
de transmissão utilizado, como por exemplo: cabo Receptor, sendo que os dois podem transmitir dados
de par trançado, fibra óptica, cabo coaxial, rádio simultaneamente em ambos os sentidos.

Anotações
20 Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP

Camada de Enlace de Dados Camada de Rede

O principal objetivo da camada de enlace é receber/ As principais funções dessa camada são o rotea-
transmitir uma sequência de bits do/para o nível físi- mento dos pacotes entre origem e destino, o con-
co e transformá-los em uma linha que esteja livre de trole de congestionamento e a contabilização do
erros de transmissão, a fim de que essa informação número de pacotes ou bytes utilizados pelo usuá-
seja utilizada pelo nível de rede[2]. Sua função bá- rio, para fins de tarifação, se necessário[2].
sica é detectar e, opcionalmente, corrigir erros que O principal aspecto que deve ser observado
por ventura ocorram no nível físico. As suas princi- nessa camada é a execução do roteamento dos pa-
pais funções são: cotes entre origem e destino, ilustrado na Figura 12,
principalmente quando existem caminhos diferen-
• Montagem e delimitação de quadros (frames): tes para conectar entre si dois nós da rede. Em re-
montagem de quadros a partir de unidades de des de longa distância é comum que a mensagem
quadros de serviços provindas da camada de chegue do nó origem ao nó destino passando por
rede e reconhecimento de quadros a partir da diversos nós intermediários no meio do caminho e
cadeia de bits vinda do nível físico; é tarefa do nível de rede escolher o melhor caminho
• Controle de fluxo: controla a taxa de trans- (rota) para essa mensagem.
missão dos quadros, evitando que o sistema
transmissor envie dados a uma taxa maior do C
que o receptor consegue processar.
• Controle de acesso ao meio de transmissão:
B
gerência do acesso ao meio de transmissão, 2
1
ou seja, como que cada estação da rede pode
iniciar sua transmissão; 3
A 6 D
• Controle de erro: a camada de enlace deve
4
detectar erros de transmissão devido a pro-
5 E
blemas de conexão física (ruídos, atenuação
do sinal, etc). O nível de enlace está dividido Nó de comutação

Estação de trabalho
em dois subníveis: O Controle de Acesso ao
Meio (MAC - Medium Access Control) que de- Figura 12 - Rotas entre estações em uma rede
fine como cada estação da rede pode trans-
mitir uma mensagem no meio de transmissão
da rede. E o Controle Lógico do Enlace (LLC
- Logical Link Control) que oculta as diferenças
entre os protocolos do subnível MAC à cama-
da superior, no caso, a camada de rede.

Glossário

Byte - 1 Byte = 8 bits

Anotações
Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP 21

A escolha da melhor rota pode ser basea- ao nível superior, e, em última instância, aos usuá-
da em tabelas estáticas, que são configuradas na rios da rede. A mais popular é uma comunicação
criação da rede e são raramente modificadas, ou através de um canal ponto a ponto livre de erros,
pode também ser determinada no início de cada que envia as mensagens sequencialmente, na mes-
conversação, ou ser altamente dinâmica, sendo ma ordem em que elas foram recebidas. Existem
determinada a cada novo pacote, a fim de refletir outras classes permitidas, como o envio de mensa-
exatamente a carga da rede naquele instante. Se gens isoladas, sem garantia sobre a ordem da en-
muitos pacotes estão sendo transmitidos através trega, ou enviar mensagens para múltiplos destinos
dos mesmos caminhos, eles vão diminuir o desem- (mensagens multicast).
penho global da rede, formando gargalos. O con- O nível de transporte é o primeiro que traba-
trole de tais congestionamentos também é tarefa da lha com conexões lógicas fim a fim, ou seja, um
camada de rede. programa no nó origem troca mensagens com um
programa similar no nó destino, diferente dos níveis
Camada de Transporte anteriores (enlace e rede), que trocam mensagens
somente com o nó vizinho. Vale ressaltar que a co-
A camada de transporte inclui funções relacionadas nexão criada pelo nível de transporte é uma cone-
com conexões entre o nó origem e nó destino (fim a xão lógica, e os dados são transmitidos somente
fim), segmentando os dados em unidades de tama- pelo meio físico, através da camada física. Assim,
nho apropriado para utilização pelo nível de rede, os dados devem descer nível a nível até atingir o ní-
seguindo ou não as orientações do nível de ses- vel 1 (camada física), para então serem transmitidos
são[2]. As principais funções do nível de transporte à máquina remota.
são criar conexões para cada requisição vinda do
nível superior, multiplexar essas requisições em
uma única conexão de rede, dividir as mensagens
em tamanhos menores (a fim de que possam ser
tratadas pelo nível de rede), e por fim, estabelecer e
terminar conexões através da rede [2].
Sob condições normais, o nível de transporte
cria uma conexão distinta para cada conexão de trans-
porte requisitada pelo nível superior. Se a conexão de
transporte requisitada necessita de uma alta taxa de
transmissão de dados, esse nível pode criar múltiplas
conexões de rede, dividindo os dados através da rede
para aumentar a velocidade de transmissão, confor-
me as indicações do nível de sessão.
Por outro lado, a camada de transporte pode
multiplexar as conexões de transporte na mesma Glossário
conexão de rede, a fim de reduzir custos. Em ambos
os casos, a camada de transporte deixa essa mul- Multiplexar - Transmissão
simultânea de várias
tiplexação transparente ao nível superior. Existem mensagens por uma mesma
várias classes de serviço que podem ser oferecidas via, canal ou linha.

Anotações
22 Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP

As funções implementadas pela camada de Camada de Apresentação


transporte dependem da qualidade de serviço de-
sejada. Foram especificadas, então, cinco classes A função da camada de apresentação é assegurar
de protocolos orientados à conexão: que a informação seja transmitida de tal forma que
possa ser entendida e usada pelo receptor. Dessa
• Classe 0: simples, sem nenhum mecanismo forma, esse nível pode modificar a sintaxe da men-
de detecção e recuperação de erros; sagem, mas preservando sua semântica[2]. Por
• Classe 1: recuperação de erros básicos sinali- exemplo, uma aplicação pode gerar uma mensa-
zados pela rede; gem codificada em ASCII (American Standard Code
• Classe 2: permite que várias conexões de for International Interchange), que é o código de
transporte sejam multiplexadas sobre uma caracteres mais utilizado no mundo, mesmo que a
única conexão de rede e implementa mecanis- estação interlocutora utilize outra forma de codifica-
mos de controle de fluxo; ção como o EBCDIC (Extended Binary Coded Deci-
• Classe 3: recuperação de erros sinalizados mal Interchange Code) que é um código de caracte-
pela rede e multiplexação de várias conexões res criado pela IBM na década de 60 e utilizado por
de transporte sobre uma conexão de rede; alguns computadores de grande porte. A tradução
• Classe 4: detecção e recuperação de erros e entre esses dois formatos será feita nesse nível de
multiplexação de conexões de transporte so- camada.
bre uma única conexão de rede. A camada de apresentação também é respon-
sável por outros aspectos da representação dos da-
Camada de Sessão dos, como criptografia e compressão de dados,
utilizados em processos de segurança de dados.
A função da camada de sessão é administrar e
sincronizar diálogos entre dois processos de apli-
cação. Esse nível oferece dois tipos principais de
diálogo: half-duplex e full-duplex. O nível de ses-
são fornece mecanismos que permitem estruturar
os circuitos oferecidos para o nível de transporte.
Nesse nível ocorre a quebra de um pacote com o
posicionamento de uma marca lógica ao longo do
diálogo. Essa marca tem como finalidade identificar Glossário
os blocos recebidos para que não ocorra uma re-
carga, quando ocorrer erros na transmissão[2]. Criptografia - Trata-se de um conjunto de
Uma sessão permite o transporte de dados conceitos e técnicas que visa codificar uma
de uma maneira mais refinada que o nível de trans- informação de forma que somente o emissor
e o receptor possam acessá-la, evitando que
porte em determinadas aplicações. Uma sessão um intruso consiga interpretá-la.
pode ser aberta entre duas estações a fim de per- Compressão - A compressão de dados é o
mitir a um usuário se “logar” em um sistema remoto ato de reduzir o espaço ocupado por dados
ou transferir um arquivo entre essas estações. Os num determinado dispositivo. Essa operação
é realizada através de diversos algoritmos de
protocolos desse nível tratam de sincronizações na compressão, reduzindo a quantidade
transferência de arquivos. de bytes para representar um dado.

Anotações
Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP 23

Camada de Aplicação

A camada de aplicação é o nível que possui o maior


número de protocolos existentes, devido ao fato de
estar mais perto do usuário e os usuários possuí-
rem necessidades diferentes[2]. Essa camada for-
nece ao usuário uma interface que permite acesso a
diversos serviços de aplicação, como por exemplo:
transferência de arquivos, correio eletrônico, pági-
nas de internet, etc.
A elaboração do modelo OSI representou
um esforço na tentativa de padronizar e direcionar
o desenvolvimento das novas tecnologias para a
implementação de produtos de redes que fossem
compatíveis entre si. Entretanto, o modelo OSI é
puramente conceitual e não uma arquitetura de im-
plementação real de protocolos de rede. O Vídeo 2
traz uma explicação mais detalhada sobre o modelo
de camadas OSI.

Anotações
Vídeo 2 - Modelo OSI
Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP 25

1.2.1 Arquitetura TCP/IP

A arquitetura TCP/IP (Transmission Control Proto- homenagem a dois dos seus protocolos mais im-
col/Internet Protocol Suite) surgiu com a criação de portantes: o TCP (Protocolo de Controle de Trans-
uma rede patrocinada pelo Departamento de De- missão) e o IP (Protocolo Inter Redes).
fesa do Governo dos Estados Unidos da América O primeiro objetivo do projeto do TCP/IP era
(DoD - Department of Defense). Uma das tarefas es- construir uma interconexão de redes que fornecesse
senciais dessa rede seria manter em comunicação, serviços de comunicação universal independente de
mesmo que apenas uma parte, órgãos do governo tipos de componentes da rede, fabricantes e forne-
e universidades, numa ocorrência de guerras ou ca- cedores [1]. Cada rede física tem sua própria inter-
tástrofes que afetassem os meios de comunicação face de comunicação dependente da tecnologia, na
daquele país. Dessa necessidade, surgiu a ARPA- forma de uma interface de programação que fornece
NET, uma rede que permaneceria intacta caso um funções básicas chamadas de primitivas. Os serviços
dos servidores perdesse a conexão. A ARPANET de comunicação são fornecidos pelo software que é
necessitava então de um modelo de protocolos que executado entre a rede física e os aplicativos do usuá-
assegurasse tal funcionalidade esperada, mostran- rio, que fornece uma interface comum para esses apli-
do-se confiável, flexível e de fácil implementação. A cativos, independente da rede física. A arquitetura da
ARPANET cresceu e tornou-se a rede mundial de rede física é transparente ao usuário.
computadores - Internet. O segundo objetivo foi interconectar redes fí-
TCP/IP é o nome dado ao conjunto de proto- sicas diferentes para formar o que parece ao usuá-
colos utilizados para comunicação de dados e inter- rio como uma grande rede. Tal conjunto de redes
ligação de redes com tecnologias diferentes. O con- interconectadas é chamado de internetwork (inter-
junto de protocolos TCP/IP recebe esse nome em redes) ou internet, apresentado na Figura 13.

Host

Rede
Rede Roteador

Rede
Rede Rede

Figura 13 - A interconexão de Redes TCP/IP (Internetwork)

Anotações
26 Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP

A arquitetura TCP/IP é organizada em quatro básicos ou protocolos de serviços para o usuário. Os


camadas conceituais construídas sobre uma quinta de serviços básicos fornecem serviços para atender as
camada que não faz parte do modelo, a camada próprias necessidades do sistema de comunicação,
Intra-Rede. A Figura 14 ilustra essas camadas do como: DNS, BOOTP e DHCP. Já os de serviços para
modelo TCP/IP. o usuário oferecem variados serviços como: transfe-
rência de arquivos (FTP e TFTP), acesso remoto (TE-
LNET), transferência de páginas da internet (HTTP),
Aplicação
correio eletrônico (SMTP e POP) e vários outros.

Transporte Camada de Transporte:

Inter-Rede Fornece a transferência de dados de uma ponta


à outra (fim a fim ou host a host). Essa camada é
Interface de Rede a responsável pelo fornecimento de um intercâm-
bio de informações entre as máquinas de origem e
destino. Se o protocolo de transporte utilizado for o
Intra-Rede TCP, os seguintes serviços são fornecidos: controle
de erro, controle de fluxo, sequenciação e multiple-
xação do acesso à camada Inter-Rede, o que o tor-
Figura 14 - Modelo TCP/IP
na por estas características, conhecido como servi-
ço confiável de entrega de dados. Já, se for usado
As quatro camadas definidas pela arquitetura o protocolo de transporte UDP, que é um protocolo
TCP/IP são descritas a seguir: bem mais simples. O serviço por ele fornecido é
apenas a multiplexação do acesso à camada Inter-
Camada de Aplicação: Rede, e isso faz com que ele ofereça um serviço
não confiável de entrega de dados.
Uma aplicação é um processo de usuário cooperan- Usar serviço confiável (TCP) ou não confiável
do com outro processo em uma outra máquina da (UDP) dependerá da aplicação em uso, ou seja, da
rede (internetwork). As aplicações interagem com sua necessidade de garantia de entrega de dados
a camada de transporte para enviar e receber da- ou da simplicidade na comunicação.
dos. As aplicações podem usar o serviço orientado
à conexão, fornecido pelo protocolo TCP (serviço Glossário
confiável, pois corrige erros durante a comunica-
ção), ou o serviço não-orientado à conexão, forneci- Serviço Confiável - Um serviço de telecomunicações é
do pelo protocolo UDP (serviço de datagrama não dito confiável quando é possível ao transmissor saber se
a informação foi recebida corretamente pelo receptor.
confiável, pois não corrige erros durante a comuni-
Serviço Não-Confiável - Um serviço de
cação), ambos na camada de transporte. telecomunicações não-confiável é aquele em que o
Na Camada de Aplicação se reúnem os pro- transmissor não possui maneiras de averiguar se o
tocolos que fornecem serviços de comunicação ao receptor efetivamente recebeu os dados corretamente.

sistema ou ao usuário. Esses protocolos de aplica- Datagrama - O datagrama define uma unidade de
transmissão em uma rede, na qual não é possível
ção podem ser separados em protocolos de serviços garantir a entrega destes dados e seu ordenamento.

Anotações
Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP 27

Camada Inter-Rede: mensagens de controle e erros entre os equipa-


mentos que estão transmitindo os pacotes na rede.
Também chamada de Camada Internet ou Camada Já os protocolos ARP e RARP têm a finalidade de
de Rede, fornece a imagem da “Rede Virtual” de uma associar os endereços IPs com os endereços físi-
inter-rede; isto é, essa camada protege os níveis mais cos (da interface física) de cada máquina na rede.
altos da arquitetura da rede Física que está no nível
mais baixo. É nessa camada que está a tomada de Camada Interface de Rede:
decisão das redes TCP/IP com relação a que rota en-
viar um pacote. Nessa camada os protocolos existen- Essa camada recebe os datagramas IP da camada
tes são: o protocolo para transporte de dados (IP – In- de inter-rede e os transmite através de uma rede fí-
ternet Protocol) que é o responsável pelo roteamento sica específica. Para realizar essa tarefa, os endere-
(envio através dos diversos caminhos da rede). No ços IP, que são endereços lógicos, são traduzidos
protocolo IP, o pacote é conhecido como Datagrama para os endereços físicos dos hosts ou roteadores
IP ou simplesmente Datagrama. (gateways IP) conectados à rede.
Existem também na camada Internet outros Como ilustrado na Figura 15, observa-se
protocolos auxiliares, que são: protocolo de con- que cada uma das camadas da arquitetura TCP/
trole e erro (ICMP) e os protocolos de mapeamento IP possuem vários protocolos que estão correla-
ARP e RARP. O ICMP é responsável por enviar as cionados entre si.

Aplicação Telnet HTTP FTP POP3 SMTP SNMP DNS Bootp

TCP UDP
Transporte
(Transmission Control Protocol) (User Datagram Protocol)

IP (Internet Protocol)
Inter-Rede
ICMP
ARP RARP
Interface
de Rede Ethernet Wi-fi Frame Relay ATM

Intra-Rede MEIO FÍSICO (UTP, Coaxial, Fibra Óptica, RF, etc)

Figura 15 - Protocolos das camadas do Modelo TCP/IP

Glossário

Roteador (Router) - Router ou Roteador é um equipamento capaz de identificar os endereços IPs dos nós de origem e
destino e através destes, rotear pacotes entre redes distintas. Acumulam as funções das bridges e repetidores.
Gateway - São elementos de rede capazes de adaptar diferentes pilhas de protocolos, permitindo a interligação
de redes com finalidades e arquiteturas diferentes.

Anotações
28 Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP

A Figura 16 mostra como acontece a trans- ao pacote enviado pela camada de transporte de
missão de pacotes em uma rede TCP/IP. O cenário origem. Já as camadas inferiores transmitem os pa-
ilustra dois hosts (nós de comunicação) em redes cotes de uma rede para outra na qual cada uma tem
diferentes, interligados por um roteador. Nessa fi- seu quadro com formatos diferentes.
gura fica claro o princípio de divisão de redes em É fácil compreender que, em camadas mais
camadas. As camadas de aplicativos e de transpor- altas, o princípio da divisão de camadas aplica-se
te lidam com o problema fim a fim e são projetadas por transferências fim a fim e que, nas camadas
para que o software de origem comunique-se com o mais baixas aplica-se a uma simples transferência
seu par no destino final. Assim, o princípio de divisão entre equipamentos ou máquinas da rede, o pro-
em camadas determina que o pacote recebido pela cesso é ilustrado na Figura 16 e no Vídeo 3.
camada de transporte no destino final seja idêntico

HOST A HOST B
Aplicação Mensagem Idêntica Aplicação

Segmento Idêntico
Transporte Transporte
Roteador

Inter-Rede Inter-Rede Inter-Rede


Datagrama Datagrama
Idêntico Idêntico
Interface Quadro 1 Interface Interface Quadro 2 Interface
de Rede Idêntico de Rede de Rede Idêntico de Rede

Intra-Rede Intra-Rede
Rede Física 1 Rede Física 2

Figura 16 - Transmissão entre dois hosts com TCP/IP

Anotações
Vídeo 3 - Transmissão entre dois hosts com TCP/IP
30 Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP

Em resumo, pode-se dizer que o conjunto de


protocolos TCP/IP foi projetado especialmente para
ser um protocolo facilmente utilizado em qualquer
arquitetura de rede, tornando esse fato, como sua
principal característica de fazer o suporte direto a
comunicação entre redes de diversos tipos. Nesse
caso, a arquitetura TCP/IP é independente da infra-
estrutura da rede física ou lógica empregada. Hoje
em dia o TCP/IP é o protocolo de redes mais utili-
zado em todo mundo, basta lembrarmos que é o
protocolo utilizado na Internet.

Padronização do TCP/IP
Faça uma leitura complementar sobre essa
padronização clicando aqui.

Anotações
Quiz 1
Chegou a hora de fazer um pequeno teste para avaliar o que você
aprendeu. Responda as questões abaixo e confira as respostas
corretas no final do livro.

Este questionário não é avaliativo, mas sim para fixação do conteúdo.

1 - Quais são os parâmetros que classificam uma rede como LAN, MAN ou WAN?

a) Localização geográfica, b) Tráfego mensal, c) Localização geográfica, d) Nenhuma das alternativas


tráfego mensal, e topologia. equipamentos de rede e usuários. propriedades da rede, velocidade anteriores.
de transmissão entre outros.

2 - São tipos de topologia de redes:

a) Barramento, Anel, b) Anel, estrela, barramento e c) Constelação, anel, estrela, e d) Nenhuma das alternativas
constelação, e estrela. em malha. em série. anteriores.

3 - Pra qual finalidade foi inventado o modelo OSI?

a) Para garantir a interconexão b) Para facilitar a conexão entre c) Para modelar o trafego de d) Nenhuma das alternativas
de equipamentos do mesmo equipamentos de fabricantes dados utilizado em todos os anteriores.
fabricante. diferentes. equipamentos de rede.

4 - Sobre o modelo OSI é correto afirmar que:

a) É um modelo baseado em b) Não é um sistema em c) É um sistema em camadas d) Nenhuma das alternativas


camadas, onde cada camada tem camadas, pois cada parte onde cada camada modifica as anteriores.
uma função específica, a fim de do processo se comunica informações da camada anterior e
que seja possível transmitir dados diretamente com seu pode se comunicar com qualquer
entre dois sistemas. correspondente no destino. camada da pilha.

5 - O que são camadas no modelo OSI:

a) São modelos teóricos de b) É um modelo criado para c) São processos d) Nenhuma das alternativas
transmissão de dados. aumentar a complexidade na implementados por software ou anteriores.
transmissão de dados com o hardware que se comunicam com
objetivo de aumentar a segurança o processo correspondente na
das informações. outra máquina.
6 - São camadas responsáveis pela transmissão de mensagens entre hosts no modelo OSI:

a) Apresentação, sessão e b) Rede, enlace e física c) Aplicação, apresentação e d) Nenhuma das alternativas
transporte. Enlace. anteriores.

7 - Sobre a camada de Rede do modelo OSI é correto afirmar que:

a) As principais funções desta b) É a única camada que c) O principal objetivo desta d) Nenhuma das alternativas
camada são o roteamento dos possui acesso físico ao meio de camada é receber/transmitir uma anteriores.
pacotes entre origem e destino, transmissão da rede devendo, seqüência de bits do/para o nível
mesmo que estes tenham portanto, se preocupar com físico e transformá-los em uma
que passar por diversos nós fatores como as especificações linha que esteja livre de erros de
intermediários durante o percurso, mecânicas, de sinal e funcionais transmissão, a fim de que essa
o controle de congestionamento da interface física entre o informação seja utilizada pelo
e a contabilização do número de equipamento e o meio de nível de rede.
pacotes ou bytes utilizados pelo transmissão, ou seja, a camada
usuário, para fins de tarifação, se física tem como função básica a
necessário. adaptação do sinal ao meio de
transmissão.

8 - Qual o objetivo da arquitetura TCP/IP?

a) Construir uma interconexão b) Interconectar redes físicas c) Oferecer uma solução d) Todas as alternativas
de redes que fornecesse serviços diferentes para formar o que simples, porém bastante anteriores.
de comunicação universal parece ao usuário como uma funcional, para o problema de
independente de tipos de grande rede. interconexão de sistemas abertos.
componentes da rede, fabricantes
e fornecedores.
Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP 33

1.3 Equipamentos para Interconexão de Redes

Quando estações (hosts) de origem e destino en- Quando a conversão acontece na camada
contram-se em redes diferentes, o projeto da inter- física ou Intra-Rede, o gateway é chamado de Re-
rede deve levar em conta o conflito de interesses e petidor ou Transceptor. Esses equipamentos têm a
a independência das redes a serem conectadas. A função de fazer a conversão de meios físicos dife-
filosofia por trás das inter-redes consiste em con- rentes, que é caso do transceptor e/ou restauração
siderar cada rede como um meio de comunicação dos bits transmitidos e reenvio dos mesmos.
por onde deverão transitar as mensagens até as es- Os repetidores simplesmente recebem todos os
tações intermediárias ou a estação final na rede de bits transmitidos (das mensagens) de cada uma das
destino (enlaces). As estações intermediárias são redes que interligam e os repetem nas demais redes,
vias especiais que têm como função a interligação sem realizar qualquer tipo de tratamento sobre eles.
física e lógica entre as duas redes. São os chama- Outro ponto que deve ser considerado a respeito dos
dos Gateways. repetidores é o desempenho da rede: ao repetir todas
Quando as mensagens são deslocadas de uma as mensagens que recebe, um tráfego extra é gerado
rede para outra, conversões de protocolo se fazem pelo repetidor quando as mensagens repetidas não
necessárias. Os gateways são classificados conforme se destinam às redes que interligam. A Figura 17 ilus-
o maior nível de protocolo convertido (camada). tra a atuação dos repetidores.

Aplicação Aplicação

Transporte Transporte

Inter-Rede Inter-Rede

Interface de Rede Interface de Rede


Repetidor

Física Física Física Física

Figura 17 - Atuação do Repetidor

Anotações
34 Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP

Existe ainda um outro equipamento que atua quadro tem algum bit com erro (através do FCS) e en-
como gateway de camada física. É o chamado Hub caminha o quadro de rede diretamente para o destino
ou Concentrador. Um Hub atua como um repetidor (no mesmo enlace). Com isso, a rede tem uma me-
multiportas, ou seja, ao receber os bits transmitidos lhor eficiência na transmissão dos pacotes. Ao contrá-
da mensagem em uma porta, ele os distribui para rio dos repetidores, as pontes só repetem os pacotes
todas as suas outras portas (diferentemente do re- destinados às redes que interligam ou que devem
petidor, que repete a mensagem recebida em uma passar pelas redes que interligam até chegarem ao
porta para a porta destino da rede que interliga). seu destino final.
Quando a conversão é feita na camada de In- A ponte possui como vantagem o fato de
terface de Rede(equivalente à camada 2 – Enlace no que certa falha ocorrida numa das redes não afeta
Modelo de Referência OSI), o gateway recebe o nome a outra rede vizinha. Disso podemos tirar proveito
de Ponte (Bridge) ou Switch. Esses equipamentos em determinadas aplicações que exigem grande
por atuarem na camada 2 (enlace), reconhecem o en- confiabilidade, dividindo a rede em pequenas sub-
dereço de enlace, também conhecido como endere- redes interligadas por pontes. Assim, o desempe-
ço físico ou endereço MAC (Media Access Control) de nho de uma rede pode ser aumentado considera-
cada estação dentro do enlace, além de verificar se o velmente. A Figura 18 ilustra a atuação das pontes.

Aplicação Aplicação

Transporte Transporte

Inter-Rede
Ponte (Bridge) Inter-Rede

Interface Interface
Interface de Rede Interface de Rede
de Rede de Rede

Física Física Física Física

Figura 18 - Atuação da Ponte ou Bridge

Glossário

Hub - O Hub possui as mesmas funções de um repetidor, porém, com mais de duas portas físicas.
Bridge - Bridge ou “ponte” é o termo utilizado em redes de computadores para designar um dispositivo que liga
duas redes  que usam protocolos de camada de enlace, por exemplo, Ethernet ou Token Ring.
Switch - Um switch é um dispositivo que reencaminha quadros entre os nós. Eles decidem para qual porta enviar uma
dada informação dependendo do endereço físico de destino.

Anotações
Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP 35

Na camada de Inter-Rede o gateway cha- Os roteadores são bastante utilizados em


ma-se Roteador. Esse equipamento é capaz de inter-redes que oferecem o serviço de datagrama.
interpretar e identificar os endereços IPs dos nós Suas funções são de receber um pacote da camada
de origem e destino e através deles, rotear paco- inferior, tratar o seu cabeçalho de inter-redes, des-
tes entre redes distintas. O roteador é o principal cobrindo o roteamento necessário, construir novo
equipamento de interconexão da rede TCP/IP, ou pacote com novo cabeçalho inter-redes, se neces-
seja, é ele que interconecta as redes que vão for- sário, e enviá-lo ao próximo destino, segundo o
mar a internetwork. protocolo da rede local em que este se encontra,
processo ilustrado na Figura 19 .

Aplicação Aplicação

Transporte
Roteador (Router) Transporte

Inter-Rede Inter-Rede Inter-Rede Inter-Rede

Interface Interface
Interface de Rede Interface de Rede
de Rede de Rede

Física Física Física Física

Figura 19 - Atuação do Roteador (Gateway IP)

Anotações
36 Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP

Os roteadores são os equipamentos mais im-


portantes na interconexão das redes. A Figura 20
ilustra o funcionamento do roteador.

Selecionando o
protocolo de rota

Roteador Roteador

IP IP
Remoção do Protocolo de
Encapsulamento ETH PPP Encapsulamento ETH PPP
Interface Portal Portal Interface
Ethernet Serial Serial Ethernet

LAN1 WAN LAN2

Envio Transmissão Recepção

Figura 20 - Atuação do Roteador entre redes

O roteador também é conhecido como ga-


teway da camada Inter-Rede, ou gateway de Inter-
Rede ou simplesmente gateway IP, e até mesmo
somente gateway (por ser o equipamento de inter-
conexão padrão do protocolo TCP/IP).
Os roteadores são projetados para funciona-
rem com um (ou ocasionalmente mais de um) pro-
tocolo de rede (camada 3), de forma que todos os
segmentos de rede ligados a um roteador devem
compartilhar o mesmo protocolo dessa camada.
Além disso, um roteador tem como principais fun-
ções dentro da interconexão das redes:
Glossário

Segmento - Unidade de transmissão


da camada de transporte que define a
segmentação de um fluxo contínuo de dados
por esta camada em pedaços menores.

Anotações
Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP 37

• Implementar a interconexão de rede; Existe ainda outro equipamento que pode ser
• Enviar e receber pacotes (datagramas); utilizado quando as redes interligadas possuem
• Fazer o roteamento dos datagramas, buscan- serviços semelhantes, por exemplo: correio eletrô-
do o melhor caminho de destino para eles em nico, mas utilizam protocolos diferentes. Esse equi-
uma tabela de roteamento (que fica armazena- pamento, que é simplesmente conhecido como
da em sua memória); gateway de aplicação trabalha na camada de apli-
• Controlar o fluxo de transmissão entre as inter- cação fazendo a conversão de todas as camadas
faces com velocidades diferentes de um protocolo para o outro. Os gateways de apli-
• Isolar as redes por ele interligadas, não per- cação são, portanto, tradutores de protocolos. Eles
mitindo a passagem de datagramas do tipo atuam traduzindo mensagens de uma rede, em
Broadcast (envio para todas as estações de mensagens de outra rede, com a mesma semântica
uma rede); de protocolo. A Figura 21 ilustra o funcionamento
• Implementar as normas de acesso e seguran- do Gateway de Aplicação.
ça da rede (firewall).

Gateway

Aplicação Aplicação Aplicação Aplicação

Transporte Transporte Transporte Transporte

Inter-Rede Inter-Rede Inter-Rede Inter-Rede

Interface Interface
Interface de Rede Interface de Rede
de Rede de Rede

Física Física Física Física

Figura 21 - Atuação do Gateway de Aplicação

Anotações
38 Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP

Diante destes vários equipamentos, cada um também são denominados Gateways em suas res-
atuando em uma camada específica do protoco- pectivas camadas de atuação. Logo, o mais correto
lo, deve-se tomar muito cuidado na nomenclatura quando vamos denominar algum equipamento de
GATEWAY, pois na verdade, todos os equipamen- GATEWAY é, ressaltar também, a sua camada de
tos sejam eles, repetidores, pontes ou roteadores atuação para não deixar dúvidas. Por exemplo:

• Repetidor e Hub - Gateways de camada 1,

Figura 22 - Repetidor

Figura 23 - Hub

• Switch - Gateway de camada 2

Figura 24 - Switch

Anotações
Capítulo 1 - Introdução às Redes e ao Protocolo TCP/IP 39

• Roteador - Gateway de camada 3, e assim por diante.

Figura 25 - Roteador

Assista à sequência de vídeos (o Vídeo 4, o


Vídeo 5 e o Vídeo 6) da TV Inatel, que apresen-
ta uma breve trajetória da internet e suas diversas
aplicações no dia-a-dia. E, ao final, é realizada uma
comparação entre os diferentes equipamentos de
interconexão de redes apresentados nesse módulo:

Anotações
Vídeo 4 - Internet (Parte 1/3)

Vídeo 5 - Internet (Parte 2/3)

Vídeo 6 - Internet (Parte 3/3)


Quiz 2

Chegou a hora de fazer um pequeno teste para avaliar o que você


aprendeu. Responda as questões abaixo e confira as respostas
corretas no final do livro.

Este questionário não é avaliativo, mas sim para fixação do conteúdo.

1 - A arquitetura TCP/IP é organizada em:

a) Quatro camadas conceituais b) Com as mesmas camadas do c) A arquitetura TPC/IP d) Nenhuma das alternativas
construídas sobre uma modelo OSI. organizada em camadas de anteriores.
“quinta camada” (que não é uma maneira paralela, onde
considerada como parte do os dispositivos tem liberdade
modelo). As 4 camadas são: de comunicação, não tendo
Aplicação,Transporte, Inter-Rede camadas pré definidas.
e Interface de Rede; sendo a
camada mais baixa (ou “quinta
camada”), a camada chamada de
Intra-Rede.

2 - Qual equipamento de interconexão de redes esse símbolo representa?

a) Repetidor b) Transceiver c) Switch d) Hub

3 - O que é o chamado Switch?

a) São vias especiais que tem b) Simplesmente recebem c) Estes equipamentos tem a d) Nenhuma das alternativas
como função a interligação física todos os bits transmitidos (das função de fazerem a conversão anteriores.
e lógica entre as duas redes. mensagens) de cada uma das de meios físicos diferentes.
redes que interligam e os repetem
nas demais redes.

4 - Qual a função do roteador em uma rede?

a) Rotear pacotes entre redes b) É ele que interconecta as redes c) Controlar o fluxo de transmissão d) Todas as alternativas anteriores.
distintas. que vão formar a Internetwork. entre as interfaces com velocidades
diferentes.
5 - O que fazem as pontes ou bridges:

a) Estes equipamentos por atuarem b) Encaminha o quadro de rede c) Ao contrário dos repetidores, d) Todas as alternativas anteriores.
na camada 2 (enlace) reconhecem diretamente para o destino. as pontes só repetem os pacotes
o endereço de enlace, também destinados às redes que interligam
conhecido como endereço físico ou ou que devem passar pelas redes
endereço MAC. que interligam até chegarem ao seu
destino final.

6 - Qual dos equipamentos abaixo atua como gateway de camada física?

a) Switch. b) Roteador. c) Repetidor. d) Nenhuma das alternativas


anteriores.
Associação entre colunas
Jogo
Chegou a hora de fazer um pequeno teste para avaliar o que você
aprendeu. Relacione os símbolos, presentes na coluna da esquerda,
aos equipamentos de rede dispostas na coluna da direita e confira
as respostas corretas no final do livro.
Este questionário não é avaliativo, mas sim para fixação do conteúdo.

4
Capítulo 2 - Considerações Finais

Nesse primeiro módulo foi apresentado o Protocolo TCP/IP, seu sur-


gimento, sua evolução e sua arquitetura. Além disso foram apresen-
tados conceitos básicos de redes de computadores e os principais
equipamentos utilizados na interconexão dessas redes.
No próximo módulo serão apresentadas as características do
protocolo IP e como realizar o endereçamento IP. Para isso, revise os
conceitos de numeração binária acessando o Saiba Mais.
O Vídeo 7 traz uma revisão do que foi aprendido no módulo 2
do curso.

SAIBA
MAIS
Sistema
Clique a
Binário
qui para
fazer do
wnload.

Anotações
Vídeo 7 - Revisão
Gabarito - Quizzes

Quiz 1

Questão Alternativa
1 c
2 b
3 b
4 a
5 c
6 d
7 a
8 d

Quiz 2

Questão Alternativa
1 a
2 d
3 d
4 d
5 d
6 c

Associação entre Colunas


3
1
4
2
Referências Bibliográficas

[1] Kurose, James F. & Ross, Keith W. - Redes de Computadores e a Internet - Uma Abordagem Top-Down.
5a. Edição. ISBN: 8588639181 - Editora: Pearson Addison Wesley, 2010.

[2] Tanenbaum, Andrew S. – Redes de Computadores. 5ª. Edição. ISBN: 9788576059240. Editora Pearson
Prentice Hall, 2011.

[3] Stevens, W. Richards. - TCP/IP Illustrated, Vol. 1 - The Protocols - Editora Addison-Wesley - ISBN
0-201-63346-9.

[4] Soares, Luiz Fernando Gomes & Lemos, Guido – Redes de Computadores. Das LANs MANs e WANs às
Redes ATM. Editora Cam

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