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Catalão
Junho – 2019
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Considerações Iniciais
As Ideologias em Questão
2) Neoliberalismo
Após a globalização, a ideologia clássica se transformou no neoliberalismo. Conhecido por
ser produto da ideologia liberal clássica, o neoliberalismo surgiu durante a crise do petróleo,
em 1973, através das ideias do economista Milton Friedman. Assim como o liberalismo
clássico, essa nova versão da ideologia acredita que o Estado deve ter a menor
interferência possível no mercado de trabalho ou até mesmo na vida dos indivíduos. É
conhecida e também criticada por opositores, por defender a privatização de empresas
estatais e os princípios econômicos do capitalismo.
Na política, neoliberalismo é um conjunto de ideias políticas e econômicas capitalistas que
defende a não participação do estado na economia, onde deve haver total liberdade de
comércio, para garantir o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país.
Os autores neoliberalistas afirmam que o estado é o principal responsável por anomalias
no funcionamento do mercado livre, porque o seu grande tamanho e atividade constrangem
os agentes econômicos privados.
O neoliberalismo defende a pouca intervenção do governo no mercado de trabalho, a
política de privatização de empresas estatais, a livre circulação de capitais internacionais e
ênfase na globalização, a abertura da economia para a entrada de multinacionais, a adoção
de medidas contra o protecionismo econômico, a diminuição dos impostos e tributos
excessivos etc.
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3) Ideologia Fascista
O fascismo foi a ideologia política que dominou em muitos lugares da Europa central e
oriental entre 1919 e 1945. Além disso, angariou muitos adeptos na Europa ocidental, nos
Estados Unidos, na África do Sul, no Japão, na América Latina e no Oriente Médio.
O primeiro líder fascista da Europa foi Benito Mussolini. Mussolini criou o nome de seu
partido inspirado na palavra latina fasces, que se refere a um feixe de varas com um
machado em sua superfície, usado como símbolo da autoridade penal na Roma antiga.
As principais características da ideologia fascista são:
• Extremo nacionalismo militarista;
• Desprezo pela democracia eleitoral e a liberdade política e cultural;
• Crença na hierarquia social natural e o domínio das elites;
• Desejo por Volksgemeinschaft - expressão alemã traduzida por “comunidade do
povo” -, em que os interesses individuais seriam subordinados ao bem da nação.
A partir do final da década de 1940, muitos partidos e movimentos de orientação fascista
foram fundados na Europa, assim como na América Latina e na África do Sul.
Embora alguns grupos neofascistas europeus tenham atraído muitos seguidores,
especialmente na Itália e na França, nenhum foi tão influente quanto os principais partidos
fascistas do período entre guerras.
4) Ideologia Comunista
A ideologia do comunismo é o verdadeiro oposto da ideologia liberal. Baseada na filosofia
do marxismo, ela considera a igualdade entre os indivíduos mais importante que a liberdade
dos mesmos.
Sua origem se deu ainda na Grécia Antiga, com as ideias expostas pelo filósofo Platão.
Porém, os maiores precursores dessa ideologia são Karl Marx e Friedrich Engels,
conhecidos por embasarem o comunismo através de suas teorias e um dos livros mais
famosos: o Manifesto Comunista.
As principais características da ideologia comunista são:
• Defende a extinção da luta de classes e das propriedades privadas;
• Defende um regime político e econômico que proporcione igualdade e justiça social
entre os indivíduos;
• Acredita que o Estado é um instrumento de exploração nas mãos dos ricos, por isso
defende uma sociedade sem classes e Estado;
• Acredita que o sistema político e econômico deve ser controlado pelo proletariado;
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5) Ideologia Democrática
A ideologia democrática surgiu no fim do século XIX, dentro do movimento do proletariado,
como uma variação da ideologia socialista.
O partido social democrata surgiu na tentativa de dosar os excessos do capitalismo com
políticas de inspiração socialista.
Essa ideologia foi implantada especialmente na Europa, depois da II Guerra Mundial.
As principais características da Ideologia Democrática são:
• Defende a garantia da igualdade de oportunidades a partir de políticas sociais, sem,
no entanto, acabar com a propriedade privada;
• Acredita que o Estado possa intervir na economia para corrigir desigualdades
produzidas pelo livre-mercado;
• Almeja o bem-estar social sem revolução socialista e sem abrir mão do capitalismo;
• Seus principais valores são igualdade e liberdade;
• Defende que o Estado garanta um padrão mínimo de vida, como uma rede de
segurança para os indivíduos.
Hoje, a ideologia democrática compete com o liberalismo como principal ideologia nos
países democráticos.
Países como a França, Alemanha e os países nórdicos favorecem a ideologia social-
democracia, enquanto Reino Unido e Estados Unidos favorecem o liberalismo.
6) Ideologia Capitalista
O capitalismo é um sistema econômico em que as entidades privadas possuem os fatores
de produção. Os quatro fatores são empreendedorismo, bens de capital, recursos naturais
e trabalho.
Os donos de bens de capital, recursos naturais e empreendedorismo exercem controle
através de suas empresas.
As principais características da ideologia capitalista são:
• O Estado intervém pouco no mercado de trabalho;
• O trabalhador é assalariado;
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7) Ideologia Conservadora
O conservadorismo nasceu ainda no século XVI, porém ficou conhecido após a Revolução
Francesa, quando o irlandês Edmund Burke, pai do conservadorismo, argumentou com
veemência contra as ideologias e teorias da revolução.
As ideias de base do conservadorismo são a preservação dos princípios e valores das
instituições sociais, como a igreja, família e comunidade, além do desenvolvimento honrado
dos indivíduos.
As principais características da ideologia conservadora são:
• Os valores: liberdade política e econômica e ordem social e moral;
• É fundamentado na doutrina cristã e tem na religião a sua base;
• Acredita que apenas o sistema político-jurídico garante a igualdade necessária entre
as pessoas;
• Acredita na meritocracia, onde a desigualdade social é consequência das diferenças
entre os indivíduos e seus esforços;
• Acredita que qualquer mudança deve ser leve e gradual.
8) Ideologia Anarquista
A ideologia anarquista surgiu na metade do século XIX, após a Segunda Revolução
Industrial. O teórico Pierre-Joseph Proudhon e o filósofo russo Mikhail Bakunin são
considerados os seus maiores idealizadores.
Uma das maiores curiosidades dessa ideologia e que já deixa claro seu posicionamento
político e social, é a origem da palavra. Anarquismo originou-se da palavra grega anarkhia,
que significa "sem governo".
As principais características da ideologia anarquista são:
• Estabelecimento de uma sociedade sem classes, formada por livres e iguais;
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9) Ideologia Nacionalista
É uma ideologia baseada na premissa de que a lealdade e a devoção do indivíduo ao
Estado-nação superam outros interesses, sejam eles individuais ou de grupo.
As principais características do nacionalismo são:
• Enaltece o país, sua cultura, história e povo;
• Os interesses da nação estão acima dos interesses do indivíduo;
• Defende a cultura de pertencimento e a identificação com a pátria;
• Acredita na preservação da nação e no cuidado das fronteiras do país;
• Manutenção da língua nativa e das manifestações culturais.
No Brasil, o movimento nacionalista ficou conhecido pelos slogans "Brasil, ame-o ou deixe-
o" e "Quem não vive para servir ao Brasil, não serve para viver no Brasil", ambos criados
durante a ditadura militar de 1964.
Apesar de todo esse perfil delineado, não podemos sugerir que Locke sempre teve
tendências de faceta liberal.
Quando começou a se interessar por assuntos políticos, Locke inicialmente defendeu a
necessidade de uma estrutura de governo centralizada que impedisse a desordem no
interior da sociedade. Sua visão conservadora e autoritária se estendia também ao campo
da religiosidade, no momento em que ele acreditava que o monarca deveria interferir nas
opções religiosas de seus súditos. Contudo, seu interesse pelo campo da filosofia modificou
paulatinamente suas opiniões.
Um dos pontos fundamentais de seu pensamento político se transformou sensivelmente
quando o intelectual passou a questionar a legitimidade do direito divino dos reis. A obra
que essencialmente trata desse assunto é intitulada “Dois Tratados sobre o Governo” e foi
publicada nos finais do século XVII. Em suas concepções, Locke defendia o
estabelecimento de práticas políticas que não fossem contra as leis naturais do mundo.
Além disso, esse proeminente pensador observou muitos de seus interesses no campo
político serem tematizados no interior de seu país quando presenciou importantes
acontecimentos referentes à Revolução Inglesa. Em sua visão, um poder que não
garantisse o direito à propriedade e à proteção da vida não poderia ter meios de legitimar
o seu exercício. Ainda sob tal aspecto, afirmou claramente que um governo que não
respeitasse esses direitos deveria ser legitimamente deposto pela população.
No que se refere à propriedade, Locke se utiliza de argumentos de ordem teológica para
defender a sua própria existência. Segundo ele, o mundo e o homem são frutos do trabalho
divino e, por isso, devem ser vistos como sua propriedade. Da mesma forma, toda riqueza
que o homem fosse capaz de obter por meio de seu esforço individual deveriam ser,
naturalmente, de sua propriedade.
Interessado em refletir sobre o processo de obtenção do conhecimento e a importância da
educação para o indivíduo, Locke foi claro defensor do poder transformador das instituições
de ensino. De acordo com seus ensaios, o homem nascia sem dominar nenhuma forma de
conhecimento e, somente com o passar dos anos, teria a capacidade de acumulá-lo. A
partir dessa premissa é que o autor britânico acreditava que as mazelas eram socialmente
produzidas e poderiam ser superadas pelo homem.
O reconhecimento do legado de Locke ocorreu quando ele ainda era vivo. Durante a vida,
teve a oportunidade de ocupar importantes cargos administrativos e exerceu funções d e
caráter diplomático. Na Inglaterra, chegou a ocupar o cargo de membro do Parlamento e
defendeu o direito dessa instituição indicar os ministros que viessem a compor o Estado.
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Respeitado por vários outros representantes do pensamento liberal, John Locke faleceu em
1704, na cidade de Oates, Inglaterra.
Para Burke, a sociedade humana desenvolve-se não tanto por intermédio da atividade
racional do homem, mas sobretudo por meio de sentimentos, hábitos, emoções,
convenções e tradições, sem as quais ela desaparece, coisas que o olhar racional é incapaz
de vislumbrar. Um racionalismo impaciente e agressivo, virando-se para a ordem social só
pode ser subversivo, atacando tanto as más como as boas instituições. Burke defende
assim a ideia da limitação da Razão em face da complexidade das coisas, propondo que,
perante a fragilidade da razão humana, a humanidade deve proceder com respeito para
com a obra dos seus antecessores, só assim conseguindo trabalhar em conjunto em prol
do desenvolvimento social. Mas a ideia de que a “Luz” apareceu de repente, após séculos
de “Escuridão”, é para Burke de um egoísmo suicida. Mas o mais importante, é que de facto
é um tipo de racionalismo incompleto, já que a vida desorganizada da sociedade, com o
seu padrão de comportamento incompreensível, não só deve ser considerado como a parte
mais importante da existência de uma sociedade, como também é, à sua maneira, racional.
Assim, para Burke, numa posição que está hoje muito na ordem do dia, com os estudos de
António Damásio, os instintos e sentimentos humanos podem levar o homem a atuar
corretamente, quando a razão o engana ou abandona. Do ponto de vista da sociedade, as
tradições, tendo-se desenvolvido paulatinamente, sendo permanentemente testadas e
amplamente divulgadas, são um tipo de bom senso que está acessível a toda a gente, e
que pode servir a sociedade melhor do que uma elaborada intelectualização, sendo que os
sentimentos são o acompanhamento emocional necessário a uma opinião sólida e
amadurecida. Burke chama-lhes, provocatoriamente, preconceitos.
Não quer dizer isto que a continuidade histórica de uma determinada comunidade não
imponha mudanças, mas estas mudanças, necessárias, não devem ser resolvidas com
base em experiências e invenções, mas sim de acordo com princípios inerentes à própria
sociedade. Ora, o que é impossível é regenerar por imposição de uma doutrina utópica,
que se torna fanática na aplicação da sua teoria, não olhando a meios para conseguir os
seus objetivos. É que uma teoria assim aplicada, cria um imenso fosso entre um que «é»
de facto e o que «devia» ser. Não contente com o progresso empírico, acaba por exigir uma
felicidade totalmente nova.
Para Burke a Liberdade, o grande ideal revolucionário, é um bem. Mas a justiça, a ordem e
a paz, também o são, e são indispensáveis à existência prática da liberdade. Assim, o
objetivo não deve ser um fim perfeito e final de uma sociedade, mas o que for
mais praticável.
Burke deu origem ao Conservadorismo moderno, que não é um conservadorismo do medo,
do pessimismo, do pecado original, mas uma filosofia política que tem uma visão positiva
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Considerações Finais
Referências bibliográficas
CHAUÍ, Marilena. O que é ideologia. São Paulo: Brasiliense, 2008. Coleção primeiros
passos.
MARX, Karl e ENGELS, Friederich. Ideologia Alemã. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
Sites de Pesquisas:
https://www.significados.com.br/neoliberalismo/
http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1224081973E4dVB2ea3Bp00YB7.pdf