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ESTADO DE ALAGOAS

PREFEITURA MUNICIPAL DE FEIRA GRANDE


GABINETE DO PREFEITO Tel.: 3524-1133
Rua do Comércio, s/n – Centro – Feira Grande/AL – CEP: 57.340-000

Processo nº 1114-0017/2017
Interessado: Secretaria Municipal de Educação

PARECER JURÍDICO

1. CONSULTA

A Secretaria de Educação do Município de Feira Grande formulou consulta essa Assessoria


Jurídica, sobre a legalidade do Processo Administrativo tombado sob nº. 1114-0017/2017, que
trata da realização de desapropriação de uma área para ampliação da Escola Municipal Divaldo
Suruagy.

Em anexo, segue oficio de solicitação de abertura de processo administrativo da lavra da Sra.


Secretaria Municipal de Educação; Portaria nº. 028 de 19 de fevereiro de 2018, que nomeou o
engenheiro civil do Município como avaliador, Laudo de Avaliação e Memorial Descritivo;
Decreto nº. 1449, de 08 de março de 2018; Recibo de Compra e Venda do Terreno desapropriado;
Matricula do Imóvel; Documentos pessoais do proprietário do terreno e outros;

Com base nos documentos encaminhados, Opina-se.

É o breve relatório

2 – DA ANALISE

2.1 – DA DESAPROPRIAÇÃO

De acordo com os ensinamentos de CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE


MELLO:

“À luz do Direito Positivo brasileiro, desapropriação se define


como o procedimento através do qual o Poder Público
compulsoriamente despoja alguém de um bem certo, normalmente
adquirindo-o para si, em caráter originário, mediante indenização
prévia, justa e pagável em dinheiro, salvo no caso de certos imóveis
urbanos ou rurais, em que, por estarem em desacordo com a função
social legalmente caracterizada para eles, a indenização far-se-á em
título da dívida pública, resgatáveis em parcelas anuais e
sucessivas, preservado seu valor real.”11

Tem-se também o conceito de JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO:

“Desapropriação é o procedimento de direito público pelo qual o Poder


Público transfere para si a propriedade de terceiro, por razões de

1
Curso de Direito Administrativo, 25ª Edição, São Paulo: Malheiros, 2007
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utilidade pública ou de interesse social, normalmente mediante o


pagamento de indenização.

O fato de ser um procedimento de direito público retrata a existência de


uma sequência de atos e atividades do Estado e do proprietário,
desenvolvidos nas esferas administrativa e judicial. Sobre esse
procedimento, incidem normas de direito público, sobretudo quanto aos
aspectos que denotam a supremacia do Estado sobre o proprietário. O
objetivo da desapropriação é a transferência do bem desapropriado para
o acervo do expropriante, sendo que esse fim só pode ser alcançado se
houver os motivos mencionados no conceito, isto é, a utilidade pública
ou o interesse social. (...)”2

O instituto da desapropriação está previsto, primeiramente, na Constituição


Federal, artigo 5º, inciso XXIV, assim:

“A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por


necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa
e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição”.

Esta é a regra fundamental para as desapropriações em geral.

A necessidade de regulamentar a norma constitucional acima mencionada, é


atendida por meio de duas leis reguladoras da desapropriação: o Decreto-Lei n.º 3.365,
de 21/06/1941, considerado a lei geral das desapropriações, que dispõe sobre os casos de
desapropriação por utilidade pública; e a Lei n.º 4.132, de 10/09/1962, que define os casos
de desapropriação por interesse social e dispõe sobre sua aplicação.

Além desses dispositivos, a CF/88, no Capítulo dedicado à Política Urbana,


estabelece:

“Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder


Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por
objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade
e garantir o bem- estar de seus habitantes;”

Temos, então, que a desapropriação será efetuada mediante indenização justa e


prévia e em dinheiro, salvo as exceções previstas constitucionalmente.

2
Manual de Direito Administrativo, 21ª edição, Rio de Janeiro: Lumun Júris, 2009, p. 774
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Assim, temos que a Constituição Federal prevê requisitos que autorizam o


procedimento de desapropriação. Entre eles, estão elencados os seguintes:
necessidade pública (quando, por algum problema inadiável, a Administração
Pública encontra-se forçada a incorporar o bem do particular ao seu domínio),
utilidade pública (a obtenção do domínio do bem é vantajoso ao interesse público,
entretanto, não chega a ser inadiável), ou interesse social (quando a
desapropriação interferir e for ao encontro dos interesses da população carente, de
forma a aliviar suas condições de vida), sendo esta última a que retrata e justifica
a presente desapropriação.

2.1 - DAS FASES DA DESAPROPRIAÇÃO

Inicialmente, deve-se registrar que a desapropriação ilustra um


procedimento amplo que vai desde a declaração do Estado até a transferência da
propriedade.

Nesse diapasão, temos a competência declaratória é a que declara a


utilidade pública ou o interesse social do bem com vistas à futura desapropriação.

Aqui é interessante destacar que esta conduta de DECLARAR a utilidade


pública ou o interesse social somente reflete a vontade do Estado no sentido do
interesse público que determinado bem desperta com vistas à transferência
coercitiva a ser processada futuramente. Portanto, não será correto afirmar que,
com a declaração, já existe a desapropriação. A declaração é apenas uma fase do
procedimento, que traçaremos a seguir.

Sobre as fases da desapropriação, transcrevemos os ensinamentos de JOSÉ


DOS SANTOS CARVALHO FILHO:

“O procedimento expropriatório não se exaure num só momento [...].


Trata-se de um procedimento dentro do qual o Poder Público e o
interessado produzem inúmeras manifestações volitivas.

Podemos dividir o procedimento em duas grandes fases: a fase


declaratória e a fase executória. Na fase declaratória, o Poder Público
manifesta sua vontade na futura desapropriação; na fase executória,
adotam-se providências para consumar a transferência do bem.

[...]

Declaração Expropriatória

A lei geral expropriatória consigna que, mediante declaração de


utilidade pública, todos os bens podem ser desapropriados pelas pessoas
da federação (art. 2º). A mesma declaração é exigível para a
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desapropriação por interesse social. Urge, pois, que antes das


providências concretas para a transferência do bem o Poder Público
emita essa declaração.

[...]

A regra geral consiste em que essa declaração seja formalizada através


de decreto do Chefe do Executivo.

[...]

Fase Executória

Depois de declarada a utilidade pública do bem, cumpre adotar as


providências para efetivar a desapropriação procedendo-se a
transferência do bem para o patrimônio do expropriante.

A transferência do bem pode ser dar de dois modos: com ação judicial
e sem ela. Na via administrativa (sem ação judicial) a transferência do
bem se dá por intermédio de acordo entre o Poder Público e o
proprietário.” (Obra citada, p. 790.)

HELY LOPES MEIRELLES, em sua obra Direito Municipal Brasileiro, teceu


informações fundamentais sobre o procedimento estudado. Senão vejamos:

“ A ação de desapropriação é promovida perante o juízo da comarca a


que pertencer o Município e segue o procedimento indicado no
Decreto-lei 3.365, de 1941, com a avaliação dos bens por perito
nomeado pelo juiz e assistentes das partes, para a fixação da justa
indenização, que abrange o valor real do imóvel e de suas utilidades,
juros, correção monetária (se o pagamento ocorrer depois de um ano da
avaliação), despesas judiciais, salários de peritos e assistentes e
honorários de advogado. Fixada a indenização e transitada a sentença
em julgado, o pagamento é requisitado ao expropriante, que deverá
atendê-la na ordem rigorosa dos precatórios, sob pena de sequestro da
quantia devida e responsabilização do prefeito ou de quem descumpriu
a ordem judicial. Se não houver dotação orçamentária para o pagamento
deverá o prefeito enviar à Câmara projeto de lei para abertura do crédito
necessário (CF, art. 100, §§ 1º e 2º).

O expropriado, por sua vez, deve provar a propriedade do bem imóvel


para levantar a quantia depositada. Via de regra, essa comprovação é
feita mediante apresentação da escritura pública, devidamente
registrada no cartório competente. Excepcionalmente, diante da
inexistência desse título de propriedade, entendemos que o expropriado
pode se utilizar das provas cabíveis nas ações de usucapião, sabido que
através do usucapião também se adquire o domínio do imóvel (arts.
1.238 – 1.244 do CC). É admissível a desistência da desapropriação, a
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qualquer tempo antes da adjudicação, desde que seja revogado o ato


expropriatório por não mais subsistirem os motivos de sua expedição,
ficando o Município sujeito à indenização de prejuízos eventualmente
acarretados ao proprietário”. (Direito Municipal Brasileiro, 14ª edição
– Malheiros Editores, São Paulo – 2006, p. 428/ 429).

Assim, o procedimento para a desapropriação pode ser dividido em duas fases:


declaratória e executória. Na fase declaratória, como foi possível observar, o Poder Público
manifesta sua vontade na futura desapropriação, e, na fase executória, adotam-se as providências
para consumação da transferência do bem.

Com base em todos os conceitos citados acima, bem como, por todos os
documentos apresentados no Processo Administrativo em tela, fica claro que a
Administração pública teve o zelo de atender a todos os preceitos legais.

Houve a manifestação de vontade na aquisição do imóvel, expedida pela


Secretaria de Educação, com a respectiva exposição dos motivos, confecção de Laudo de
Avaliação e memorial descritivo, declarando que foi realizada uma avaliação minuciosa
do terreno desapropriado, concluído por unanimidade pela avaliação do terreno no valor
de R$ 70.000,00 (setenta mil reais).

Com base nessas informações foi expedido Decreto nº. 1448, de 08 de março de
2018, desapropriando o terreno pertencente a Sra. Maria Cafia Peixoto da Silva, medindo
10,30 metros de frente, 28,50 metros do lado direito, 28,50 metros do lado esquerdo e
19,30 de fundo, totalizando 550,05 m².

Portanto, o presente procedimento de desapropriação está apto para


prosseguimento, uma vez que as formalidades legais foram observadas, devendo, agora,
ser realizada negociação direta com o proprietário. Caso não haja acordo, deverá ser
ajuizada, por esta Procuradoria, a ação competente de desapropriação judicial.

4 - CONCLUSÃO

Ante exposto, com base em todos os ensinamentos doutrinários e


substanciado em toda a documentação acostada ao Processo Administrativo,
percebe-se cristalinamente que todo o procedimento realizado por esta
municipalidade trilhou pelos caminhos da legalidade.

Nesta linha, a Assessoria Jurídica emite o presente parecer pela


aprovação de todos os atos realizados. É o parecer.

Feira Grande, Alagoas, 13 de março de 2018.

Flávio Augusto Brandão Cesar


OAB/AL nº 12.516
Procurador-Geral do Município

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