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O documento resume as principais teorias do delito (sistemas naturalista, neokantiano, finalista e funcionalista) e explica os conceitos da parte geral do direito penal segundo a doutrina funcionalista, como ação, tipicidade, antijuricidade, dolo, culpa e punibilidade. A teoria funcionalista trata o direito penal como um meio de assegurar a validade das normas e restabelecer o sistema social.
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Titlu original
Introdução à Dogmática Funcionalista Do Delito Luis Greco RESENHA.docx
O documento resume as principais teorias do delito (sistemas naturalista, neokantiano, finalista e funcionalista) e explica os conceitos da parte geral do direito penal segundo a doutrina funcionalista, como ação, tipicidade, antijuricidade, dolo, culpa e punibilidade. A teoria funcionalista trata o direito penal como um meio de assegurar a validade das normas e restabelecer o sistema social.
O documento resume as principais teorias do delito (sistemas naturalista, neokantiano, finalista e funcionalista) e explica os conceitos da parte geral do direito penal segundo a doutrina funcionalista, como ação, tipicidade, antijuricidade, dolo, culpa e punibilidade. A teoria funcionalista trata o direito penal como um meio de assegurar a validade das normas e restabelecer o sistema social.
Introdução À Dogmática Funcionalista Do Delito De Luís Greco – Resenha
Simples
O artigo analisado tem como principal intuito explicar o instituto do
funcionalismo penal. Segundo ele o que nos motiva a cumprir as regras estabelecidas em Direito Penal é o valor normativo que determinada conduta possui dentro de cada agrupamento social, portanto, o desvalor de um crime estaria ligado ao consenso social. Vale lembrar que crime é toda ação típica, antijurídica e culpável. Em seguida, o autor se presta a fazer uma evolução histórica das Teorias do Delito, segundo os sistemas naturalista, neokantiano, finalista, e por fim, funcionalista. O Sistema Naturalista, ou sistema clássico do delito, foi fortemente influenciado pelo positivismo. Para esse sistema, ciência é somente aquilo que podemos aprender através dos sentidos e pode ser mensurado. Além disso, o sistema naturalista propõe que tudo o que é objetivo está na tipicidade, e que os elementos subjetivos serão apresentados na culpabilidade. Já a antijuricidade é definida formalmente, ao se analisar a conduta em confronto com as normas legais. Uma crítica que se faz a esse modelo é justamente sobre o caráter positivista, onde pressupõe-se que todos os problemas estarão resolvidos antecipadamente pela legislação. O Sistema Neokantiano ou sistema neoclássico do delito é aquele que possui a filosofia de valores alemães aliada às ciências culturais, as principais características desse sistema são a fundamentação material das categorias de delito, construção teleológica dos conceitos. Os seguidores do neokantismo separam o mundo do valores do mundo dos fatos e trabalham com a desordem dos pontos de vista. Além disso, eles tratam o ilícito penal como um dano à sociedade. O Sistema Finalista tenta ultrapassar o dualismo do sistema neokantiano, segundo este, o direito não pode “flutuar nas nuvens do ser” porque ele é responsável por regular a realidade, motivo este pelo qual deve-se “manter-se no chão” a fim de estudar tal realidade e submetê-la a análises antes de chegar a uma valoração jurídica. Esse sistema utiliza o pressuposto da natureza finalista do agir humano, portanto, só são passíveis de proibição aquelas ações que possuam essa natureza finalista, assim compreendem a ação como elemento fundamental da teoria do delito. Por fim, o Sistema Finalista trata o ilícito penal como um ilícito pessoal e a culpabilidade como reprovação pessoal do autor. Luis Greco afirma que, assim como o causalismo, o finalismo possui cunho dedutivista e classificatório. O Sistema Funcionalista ou teleológico-racional trata a construção do sistema jurídico-penal como uma vinculação exclusiva ao Direito penal. Ademais, o funcionalista admite que a realidade pode ter muitas interpretações, fazendo com que determinado problema jurídico só tenha alguma resolução se forem consideradas a eficácia e a legitimidade da atuação do Direito Penal. Por existirem vários tipos de funcionalismo, só se pode analisar melhor o Sistema ao abordar os dois autores mais importantes no tema, são eles: Roxin e Jakobs. No Sistema de Roxin a principal característica se torna a tonalidade político- criminal, pois através dele a política criminal e o Direito Penal deviam integrar-se e trabalharem juntos. Dessa forma caberia à tipicidade aplicar o princípio da legalidade, a antijuridicidade trabalharia na resolução dos problemas sociais e a culpabilidade ficaria responsável por determinar quando um comportamento ilícito é passível de condenação ou não. Portanto tal sistema seria uma síntese entre pensamentos dedutivos e indutivos, Já no Sistema de Jakobs seriam as expectativas e as expectativas das expectativas que orientariam o agir e o interagir dos humanos em determinado agrupamento social. Assim, afim de assegurar tais expectativas, surgem os sistemas sociais para fornecer aos homens modelos de conduta, tais expectativas se dividiram em duas modalidades: as cognitivas e as normativas. As expectativas cognitivas são aquelas que deixam de existir quando violadas, ao passo que as expectativas normativas continuam existindo, mesmo após sua violação, mas as normativas não poderiam ser decepcionadas sempre, pois acabariam por perder credibilidade, é daí que surge a necessidade de alguma reação que reafirme a validade normativa, uma dessas reações é a sanção. Ao se falar em sanção, podemos adentrar na classificação dos delitos segundo o funcionalismo, seriam eles: delitos por competência organizacional e delitos por competência institucional. Os delitos por competência organizacional surgiram do dever genérico de controle dos perigos emanados pela própria organização social, enquanto que, os delitos por competência institucional surgiram através do sujeito que cumpre determinada prestação em nome de alguma instituição social. Assim a distinção entre delitos comissivos e omissivos passou a não ser tão importante, dando espaço para a distinção entre delitos por competência de organização e delitos por competência de instituição. Dessa forma, a Teoria Do Delito passa a transformar-se em Teoria Da Imputação, e a pergunta “alguém cometeu um crime” passa a ser compreendida como “é preciso punir alguém para reafirmar a validade normativa e reestabilizar o sistema?” Após abordados as questões anteriores, passa-se a analisar a moderna discussão dos conceitos da parte geral. O conceito de Ação acabou por perder seu posto importante, visto que não pode ser mais considerado um conceito pré-jurídico. Na Tipicidade surge a teoria da imputação objetiva, uma das mais importantes do funcionalismo, onde só há proibição de ações que violem um bem jurídico. Assim, o tipo objetivo é reformulado, pois ao lado da causação da lesão a um bem jurídico, passa a se levar em conta que essa lesão nasça como consequência da criação de um risco não permitido e da realização desse risco no resultado. Já sobre a Tipicidade e a Antijuridicidade, alguns autores passam a adotar a teoria dos elementos negativos do tipo. Outros, apesar de não adotarem essa teoria, declaram o fato justificado indiferente para o direito penal. Um último grupo mantém a postura tradicional de considerar a antijuridicidade e o tipo como categorias jurídicas distintas. Sobre a Posição Sistemática do Dolo, os funcionalistas mantêm o dolo como integração do tipo, embora num contexto de valoração jurídica, superando a posição finalista de estruturas lógico-reais. Do Conteúdo do Dolo e Consciência da Ilicitude desprende-se que alguns autores passam a considerar a supressão do elemento volitivo do dolo, entendendo-o como desnecessário e injustificável. Já sobre a consciência da ilicitude, a maioria rechaça a teoria estrita da culpabilidade, adotando, quase unanimemente, a teoria limitada que afirma que o erro sobre elementos fáticos de uma causa de justificação exclui o dolo. Sobre Culpa e Dever de Cuidado, para alguns, pode ser definitivo de maneira objetiva. Outra parte considera necessário fazer um juízo de culpabilidade individual. Outros adotam as definições objetivas como um limite mínimo e as subjetivas como limite máximo de fixação. Na Culpabilidade, passou a existir uma tendência de superação do livre-arbítrio e do determinismo como fundamentos. Aqui relembramos a posição de Jakobs, que define como a competência pela ausência de uma motivação jurídica dominante no comportamento antijurídico. Já Roxin a entende como elemento limitador da pena e acrescenta considerações de prevenção geral e especial. Sobre a Punibilidade, há uma discussão se ela se enquadra no conceito de delito. Tradicionalmente é entendido de modo puramente negativo, tendo por conteúdo tudo que não pertence a nenhuma das outras categorias. Diante de todo o exposto, podemos concluir que o Funcionalismo é um sistema que se apresenta na forma de exercer um esforço a fim de superar divergências entre determinados conceitos básicos do Direito Penal, como a questão da segurança vs liberdade, além de apresentar novas interpretações para cada conceito geral do direito. Deste modo, o funcionalismo no Direito Penal é um instrumento importantíssimo que tem por principal destinação garantir a funcionalidade e a eficácia do sistema social.