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DIREITO DA FAMÍLIA

2012/2013

ROTEIRO DE AULAS PRÁTICAS

A PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO DA FAMÍLIA

1. Imagine que entra em vigor uma lei que determina o seguinte:

1. São impedimentos dirimentes, obstando ao casamento da pessoa a quem respeitam


com qualquer outra:
a) o facto de se ser portador de doença sexualmente transmissível;
b) a existência de doença genética.
2. Obsta à perfilhação o facto de o filho nascer de uma relação adulterina.
3. A requerimento do Ministério Público, de qualquer parente do menor ou de pessoa a
cuja guarda ele esteja confiado, de facto ou de direito, pode o tribunal decretar a
inibição do poder paternal quando qualquer dos pais não tenha rendimentos superiores
ao salário mínimo nacional.
4. O processo de adopção não pode ter uma duração inferior a 3 anos.

Pronuncie-se sobre a constitucionalidade destas normas.

2. Pronuncie-se sobre os fundamentos apresentados pelo Tribunal Constitucional no


Acórdão n.º 121/2010 para justificar que as alterações legislativas que permitem o
casamento entre pessoas do mesmo sexo não violam o disposto no art. 36.º/1 da CRP.

B FONTES DAS RELAÇÕES JURÍDICAS FAMILIARES

3. André, filho de Bruno, casado com Carlota, pretende casar com Daniela, filha desta
última. André e Daniela vivem juntos em casa dos pais desde os 2 anos de idade, tendo
nascido de antigos affairs de Bruno e Carlota. O Conservador do Registo Civil não
aceita o casamento de André com Daniela, alegando, para tanto, o disposto no art.
1602.º/b) do Código Civil. Quid Juris?

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4. António, irmão gémeo de Bruno, pretende casar com Cristina, filha de Bruno. Poderá
fazê-lo?

5. José, pai de Zulmira e Joaquim, vende um imóvel a Zulmira sem o conhecimento de


Joaquim. Qual a validade da dita venda? A sua resposta seria a mesma se a venda
tivesse sido feita a Manuel casado em regime de comunhão de adquiridos com Zulmira?

6. Admita, agora, que a venda é feita a Nuno, filho de Manuela, casada com José, e que
Zulmira e Joaquim são filhos de um primeiro casamento de José e Joaquina. Quid Juris?

7. António pretende casar com Maria, “companheira do pai, há mais de 20 anos”.


Poderá fazê-lo?

8. Luísa, casada com Ricardo, apaixona-se por Martim, casado com Noémia, irmã de
Ricardo. Existe, além do impedimento de vínculo, algum obstáculo ao casamento de
Luísa e Martim?

9. Xavier contraiu casamento civil com Zulmira, em 1998. O casamento foi anulado por
sentença transitada em julgado em 2000. Poderá Xavier casar com Helena, mãe de
Zulmira, por quem se apaixonou, em 2002?

10. Poderá Nuno, que esteve casado 20 anos com Ana, casar com Joana, nascida de um
segundo casamento de Ana com Júlio, já depois da dissolução do casamento de Nuno e
Ana?

C RELAÇÕES PARAFAMILIARES: UNIÃO DE FACTO E VIDA EM ECONOMIA COMUM

11. Em Setembro de 2006, Joaquim, alentejano, e Vanessa, beirã, conheceram-se no


átrio da Faculdade. Depois de se terem inscrito no 1.º ano do curso de Engenharia Civil,
começaram a procurar um apartamento em Lisboa. Quando se aperceberam do valor das
rendas, decidiram não dizer nada aos respectivos pais e dividir uma casa para, desta
forma, pouparem algum dinheiro. Combinaram que Joaquim arrendaria o apartamento e
que Vanessa pagaria as contas da luz, gás, água e telefone. Para fazerem face aos

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aumentos de gastos, Joaquim passou a distribuir pizzas e Vanessa a lavar pratos na
mesma pizzaria.
11.1 Suponha que, no Verão seguinte, Joaquim e Vanessa pretendem para
fazerem um inter-rail com os amigos na primeira quinzena de Agosto. O gerente da
pizzaria exige que Vanessa faça férias na segunda quinzena de Julho e Joaquim na
primeira quinzena de Agosto. Quid iuris?
11.2 Em Novembro de 2007, Joaquim morre num desastre de mota. Vanessa
quer continuar a viver na mesma casa, mas o proprietário pretende arrendá-la a um
jovem Médico, disposto a pagar o dobro da renda. Terá Vanessa direito a continuar a
habitar o andar?
11.3 Em Julho de 2008, Vanessa apaixonou-se por Fernando, jovem professor de
Engenharia, casado com Teresa, sua colega. Teresa só pretende separar-se de pessoas e
bens de Fernando, uma vez que “tendo casado catolicamente, tem o grave dever de não
se divorciar”. Em Janeiro de 2009 depois de obter a separação de pessoas e bens,
Fernando foi viver com Vanessa para uma casa que este acabara de herdar de uma tia
solteira. Em Julho desse mesmo ano, Fernando dirigiu-se à sua agência de viagens e
marcou um cruzeiro para as ilhas gregas, no valor de €5.000,00, “para si e para a sua
mulher”, que os dois vieram a realizar em Agosto. Poderá Vanessa ser responsabilizada
pelo pagamento dessa quantia. Se sim, com que fundamento?
11.4 Poderá Vanessa exigir a Xavier, que conduzindo manifestamente
embriagado matou Fernando, uma indemnização por danos morais sofridos com a morte
deste?
11.5 Imagine que Fernando não deixou qualquer testamento e Vanessa entende
ter direito à casa onde sempre viveu com Fernando, como marido e mulher, e a uma
pensão de sobrevivência, uma vez que acabou o curso, mas ainda não se encontrava
empregada. Terá razão? A resposta seria a mesma se, em vez de Fernando ter morrido,
se tivesse reconciliado com Teresa?
11.6 Suponha, agora, que antes de Fernando morrer, Teresa conheceu Manuel,
divorciado, com quem passou a manter um relacionamento estável apesar de este residir
em Pampilhosa da Serra e ela no Funchal. Tendo tomado conhecimento desta situação,
Fernando pretende deixar de pagar a Teresa a quantia de €1000,00 que mensalmente lhe
pagava a título de alimentos. Teresa considera que continua a ter direito à quantia
mencionada. Quid iuris?

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12. António e Maria, desde 1980, que viviam em condições análogas às dos cônjuges. A
pedido de António, Maria abandonou o seu lugar como hospedeira de bordo da TAP.
No Verão de 2011, António decidiu que já não estava interessado em continuar a dividir
a sua vida com Maria e abandonou a casa que ambos tinham arrendado em 1981. Maria
pretende saber se tem direito a exigir de António o pagamento de uma pensão de
alimentos ou alguma indemnização pela ruptura abrupta da união de facto. (Cfr.
Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, de 14 de Dezembro de 2006).

13. Comente, criticamente, o Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra, de 23 de


Fevereiro de 2011.

D. A CAPACIDADE MATRIMONIAL E IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS. CELEBRAÇÃO DO


CASAMENTO: CASAMENTO COMUM E CASAMENTO URGENTE

14. Ana, estudante, e Bernardo, engenheiro, numa viagem de fim-de-semana pela Serra
da Estrela, sofreram um acidente de viação. Passados escassos instantes celebraram
casamento receando que Bernardo falecesse. Mais tarde vem a descobrir-se que Ana
tinha sido cúmplice na morte de Carlota, ex-mulher de Bernardo.
Qual a validade e eficácia deste casamento?

15. António e Maria celebraram casamento urgente. Maria era filha adoptiva de Pedro, o
qual se veio a descobrir mais tarde ser pai natural de António.
Qual o valor e eficácia deste casamento?

16. António casou com Berta em 2008. Em 2009, Berta intenta uma acção de anulação
do seu casamento com base em casamento anterior de António com Carolina. Em 2010,
António intenta uma acção de anulação do seu casamento com Carolina com base em
demência desta. Em 2011, António morre.
16.1 Qual a viabilidade da acção proposta por Berta?
16.2 Quem sucede a António, sabendo que este não tem ascendentes ou
descendentes vivos?

17. Em 1978, António casou com Bia numa cerimónia de praia em Búzios. Nem
António nem Bia requereram a transcrição do casamento, pois sempre consideraram que

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o vínculo do casamento se deveria dissolver quando o amor entre os dois terminasse.
Aliás, Bia repetia incansavelmente o final do Soneto de Fidelidade de Vinicius de
Morais, “Eu possa me dizer do amor (que tive):/ Que não seja imortal, posto que é
chama,/ Mas que seja infinito enquanto dure”.
Em 1988, António regressou a Portugal e apaixonou-se por Catarina. Catarina ficou
grávida. António, convencido de que Bia nunca ia requerer a transcrição do casamento,
para que o filho de ambos nascesse na constância do matrimónio, pediu a um padre que
os casasse, mesmo não tendo existido antes um processo preliminar de publicações. A
transcrição do casamento foi recusada, pois Bia, sem que António soubesse, tinha
requerido nesse mesmo ano a transcrição do seu casamento.
Em 1998, Catarina pretende voltar a casar, mas desta feita com Duarte e depara-se com
o arquivamento do processo de publicações e a consequente recusa do Conservador em
celebrar aquele casamento.
Catarina pretende saber o que a aconselharia a fazer para poder casar com Duarte?

18. Analise criticamente o Acórdão do tribunal da Relação do Porto, de 26 de Outubro


de 2006.

19. José, viúvo, sofrendo de doença de Alzheimer em estado avançado, estando


impossibilitado de sair do leito, casou com a enfermeira que o assistia no dia 6 de
Janeiro de 2002, perante o médico de família, a empregada e uma prima afastada. José
faleceu quinze dias depois. A enfermeira pretende habilitar-se à herança José.
Os irmãos de José entendem que no momento do casamento este estava demente, sendo
esta demência certa e reconhecida por todos os que com ele contactavam de perto.
Imagine que os irmãos de José o consultam para que os aconselhe sobre a melhor forma
de acautelar os seus interesses. O que lhes aconselhará? A resposta seria a mesma se
José tivesse casado catolicamente?

20. António, viúvo, pediu ao seu irmão José que celebrasse o seu casamento com
Benedita, de 17 anos, sem que antes tivesse sido realizado o processo de publicações,
porque esta estava prestes a dar à luz um filho de ambos, a quem puseram o nome de
Manuel. Em face das circunstâncias, foi efectivamente celebrado o casamento e
efectuados os competentes actos de registo.

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Dois anos depois, descobre-se que no momento do casamento Benedita já se encontrava
acusada do crime de homicídio de Carolina, com quem António tinha sido casado
durante 20 anos e que tinha aparecido morta por envenenamento, nunca se tendo
descoberto o autor de tal acto. António desconhecia este facto quando casou com
Benedita.
20.1 Pronuncie-se sobre a validade do casamento celebrado.
20.2 Suponha, agora, que no momento do casamento Benedita não estava
acusada do crime de homicídio, mas já tinha sido condenada. Poderá o Ministério
Público requerer a anulação deste casamento? Se o casamento tivesse sido celebrado
pelo pároco da Igreja onde António habitualmente ia à missa, a resposta seria a mesma?
20.3 O casamento de António e Benedita foi efectivamente anulado. António
suspeita que o pai do filho de Benedita será Tiago e que Benedita pretende que ele lhe
pague uma pensão de alimentos até ela acabar o seu curso de Engenharia. António
pretende saber se terá de provar que não é o pai de Manuel na acção de impugnação de
paternidade que pretende intentar e se Benedita tem direito à pensão de alimentos. O
que lhe responderia?
20.4) Imagine que Benedita morreu no parto de Manuel. António pretende saber
se os bens herdados lhe continuam a pertencer? E se, em vez de Benedita, tivesse sido
António a morrer, a resposta seria a mesma?

E. FALTA E VÍCIO DO CONSENTIMENTO DOS NUBENTES

21. Maria casou civilmente com João, em Janeiro de 2005, para que este adquirisse a
nacionalidade portuguesa. Maria não queria casar, mas o seu Pai obrigou-a, invocando
que, de outra forma, denunciaria a Mãe pela prática de um crime de homicídio. Dois
meses depois de terem casado, João passou a viver com Maria. Em Abril desse mesmo
ano, João tomou conhecimento de que Maria acabava nesse mês de completar 16 anos
de idade. João está desgostoso com a imaturidade revelada por Maria. Esta recusa-se a
realizar qualquer tarefa doméstica, passa os dias a ver televisão e envergonha o marido
em público. Depois de várias tentativas mal sucedidas, para conseguir viver com a
mulher de forma harmoniosa, João pretende extinguir o seu casamento contra a vontade
de Maria, que está satisfeita com a relação.
Pronuncie-se sobre as hipóteses que João terá de “extinguir” a sua relação matrimonial e
sobre a respectiva viabilidade.

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F. CASAMENTO PUTATIVO

22. Em 2007, António e Berta casaram. Em 2008, Berta adquiriu um imóvel para
habitação, tendo pago ¼ do preço e ficado a dever o restante. Em 2009, António intenta
uma acção de anulação do seu casamento invocando coacção moral. Em 2010, Berta
morre e precisamente nesse dia é proferida a sentença no processo de anulação.
Pergunta-se:
22.1 A quem pertence a casa?
22.2 Quem é o responsável pelo pagamento da dívida?
22.3 Quem sucede a Berta?

23. Em Abril de 1998, Ana e Bernardo, ambos cidadãos portugueses e médicos,


conheceram-se no Rio de Janeiro onde se tinham dirigido com o objectivo de
aperfeiçoarem os seus conhecimentos de cirurgia estética.
Em Julho de 1999, Carolina, tia-avó de Ana, deu-lhe uma carrinha Golf, no valor de
32.000 Euros, e um quadro de Malhoa, avaliado em 500.000 Euros.
Ana e Bernardo vieram a casar civilmente, em 15 de Setembro de 2000, após terem
celebrado uma convenção antenupcial em que estipularam “a comunicabilidade dos
bens, adquiridos a título gratuito, antes do casamento”.
Bernardo, em Abril de 1996, durante a viagem de finalistas do curso de Medicina, tinha
entrado numa Wedding Chapel em Las Vegas com a sua namorada da altura, Graça, e
casou perante os seus colegas. Nem Bernardo nem Graça requereram a transcrição do
casamento, que aliás “nunca levaram a sério”.
Pronuncie-se sobre a validade dos casamentos celebrados entre Bernardo e Graça, e
Bernardo e Ana?
Supondo que o casamento de Ana e Bernardo vem a ser efectivamente invalidado, diga
a quem pertence o quadro de Malhoa?
Exame de 21 de Janeiro de 2006

24. Em 2002, Anabela e Bernardino, ambos cidadãos portugueses, casaram em França,


sem convenção antenupcial.

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Em 2003, os cônjuges vieram viver para Portugal, tendo Bernardino contraído um
empréstimo junto de Carlota, no valor de 40.000 euros, para com esse dinheiro adquirir
uma pequena loja de electrodomésticos.
Em 2004, Bernardino vendeu, sem conhecimento da sua mulher, o automóvel que
levara para o casamento por 30.000 euros e, com mais 20.000 euros dos lucros da loja
de electrodomésticos, comprou um outro de modelo mais recente.
Em 2005, Anabela pretende invalidar o seu casamento, com fundamento em que, em
2001, ela própria celebrara, no Porto, casamento católico urgente com Dinis, o qual já
nessa época apresentava sinais de perturbações mentais.
24.1. Que viabilidade terá a referida acção de invalidação do casamento de
Anabela com Bernardino?
24.2. Imagine que o casamento vem a ser efectivamente invalidado. Pergunta-se:
a) A quem responsabiliza a dívida e que bens responderão pelo seu pagamento?
b) Poderá Bernardino vir casar com Eduarda, filha de Anabela?
Exame de 22 de Janeiro de 2005

G EFEITOS PATRIMONIAIS DO CASAMENTO

25. António e Berta casaram em 1978 sem convenção antenupcial. Em 1980, Berta
vende a Carlos, seu filho, um imóvel que tinha comprado em 1979 sem qualquer
intervenção do marido. Em 2010, António adoece e Berta contrai uma dívida através do
seu crédito pessoal no valor de €15.000,00 para pagar uma intervenção cirúrgica.
Pergunta-se:
25.1 Poderá António reagir contra a referida venda?
25.2 Quem é o responsável pelo pagamento da dívida e que bens responderão pelo
seu pagamento?

26. Em 2 de Março de 2002, Eduardo e Filipa contraíram casamento civil, em Lisboa,


depois de terem celebrado uma convenção antenupcial em que estipularam “a
comunicabilidade dos bens adquiridos, a título gratuito, após o casamento”.
Da mesma convenção constava o seguinte, no caso de o casamento cessar com
fundamento em violação do dever de fidelidade por parte de Eduardo, Filipa tinha
direito a exigir-lhe o pagamento de 500.000 Euros a título de indemnização.

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Também se determinava que, “em caso de divórcio, o poder paternal e a guarda dos
filhos que vierem a nascer na constância do matrimónio ficam a pertencer a Filipa”
Da Convenção Antenupcial constava, por último, a doação que Eduardo fez a Filipa de
um quadro de Paula Rego.
À data do casamento, Eduardo era pai de uma rapariga chamada Guida, nascida de uma
relação amorosa dos seus tempos de Faculdade.
Em 15 de Fevereiro de 2002, ou seja, 17 dias antes da celebração do casamento,
Eduardo herdou 1 imóvel, avaliado em € 100.000,00 por morte do seu pai, Ivo.
À data do casamento, Eduardo devia a Filipa € 50.000,00 por força de um empréstimo
que esta lhe havia concedido.
26.1. Pronuncie-se sobre a validade da convenção antenupcial celebrada entre
Eduardo e Filipa?
26.2 Pode Eduardo entregar a Filipa o imóvel que herdou, por morte do seu pai,
para que se extinga a dívida de € 50.000,00 supra mencionada?
26.3 A quem pertence o quadro de Paula Rego na constância do matrimónio? E
se Eduardo e Filipa se viessem a divorciar?

27. António casou com Benedita, em Janeiro de 1998, sem que tivessem celebrado
qualquer convenção antenupcial.
Em Setembro de 1997, António comprou um apartamento destinado a habitação do
casal, para o que contraiu um empréstimo bancário. Benedita só teve conhecimento
desse facto no dia do casamento.
Benedita, Advogada, passou a utilizar para o exercício da sua actividade profissional um
computador portátil que João adquirira, em Dezembro de 2010. Como estava
desactualizado, Benedita resolveu trocá-lo por outro mais moderno, esquecendo-se de
referir esse facto a João.
Em Junho de 2011, António vendeu o tapete persa que se encontrava no chão da sala e
tinha sido adquirido um mês antes com dinheiro que ele tinha herdado do seu Pai.
27.1 A quem poderá o Banco exigir o pagamento do empréstimo e que bens
responderão por esse pagamento?
27.2 Poderá António reagir contra a troca do computador?
27.3 Poderá Benedita reagir contra a venda do tapete persa?

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27.4. Imagine que o apartamento tinha, afinal, sido adquirido com dinheiro que
António tinha herdado do Pai, em Julho de 2000. Todavia, na Escritura Pública de
aquisição António esqueceu-se de mencionar a proveniência do dinheiro. O imóvel
podia responder por uma dívida da exclusiva responsabilidade de Benedita? E em caso
de divórcio a quem é que pertenceria o imóvel? (Cfr. Acórdão do Supremo Tribunal de
Justiça, de 1 de Julho de 2010).

28. Álvaro e Berta casaram em 1990, tendo convencionado o regime da comunhão


geral.
Álvaro, à data do casamento, era proprietário de dois prédios, um em Lisboa, outro no
Porto, no valor de 200.000 e 180.000 euros respectivamente.
Berta, que nada tinha de seu quando casou, veio a herdar a quantia de 50.000 euros.
Depois do casamento, em 1996, Berta veio a comprar com o produto do seu trabalho um
automóvel no valor de 20.000 Euros e um andar no Algarve no valor de 70.000 euros.
Em 1997, Berta vende o automóvel por 1.000 euros, contra a vontade do marido, tendo
gasto o dinheiro numa viagem.
Nesse mesmo ano, Álvaro intenta uma acção a fim de anular a venda do automóvel.
Em 2009, Álvaro, sentindo falta da sua vida de solteiro, decide que não quer continuar
mais tempo casado pelo que propõe imediatamente uma acção de divórcio contra Berta.
Pergunta-se:
28.1 Qual a viabilidade da acção de anulação intentada por Álvaro?
28.2 Se o divórcio vier a ser proferido, como se fará a partilha dos bens do casal,
admitindo que não existem outros bens para além dos enunciados no texto?

29. António e Berta casaram no regime da comunhão geral em 1980. António tinha
levado para o casamento uma quinta no valor de €50.000,00 e na constância deste
amealhou €25.000,00 provenientes dos seus honorários de médico. Berta, por seu turno,
comprou uma jóia pessoal no valor de €10.000,00 com um prémio do totoloto.
António contraiu uma dívida no valor de €55.000,00 para instalar um casino clandestino
numa quinta que herdara por morte de uma tia.
Nada tendo sido pago, o credor vem exigir o pagamento da dívida.
Pergunta-se: a quem responsabiliza a dívida e que bens responderão pelo seu
pagamento?

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30. No Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra, de 23 de Novembro de 2010,
refere-se que o contrato-promessa de partilha de bens viola o princípio da imutabilidade
do regime de bens do casamento. Concorda com esta afirmação?

31. No Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra, de 30 de Novembro de 2010, foi


decidido que “mesmo que o veículo fosse de considerar bem comum do casal, à falta de
outros elementos, não se prova que a dívida tenha sido contraída para beneficiar ou
satisfazer os interesses do casal”. Concorda?

H. EXTINÇÃO E MODIFICAÇÃO DA RELAÇÃO MATRIMONIAL

32. A propósito dos fundamentos do divórcio sem consentimento de um dos cônjuges,


comente, criticamente, o Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, de 10 de Fevereiro
de 2011 e o Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, de 23 de Novembro de 2011.

33. Américo e Benilde, ambos médicos, casaram, na Igreja de Cedofeita, em 15 de


Janeiro de 1995, sem antes terem celebrado qualquer convenção antenupcial. Em
Janeiro de 2000, nasceu Camila, filha de ambos.
Em Janeiro de 2001, foram viver para um andar situado na Avenida de Roma, que tinha
sido doado a Benilde pela sua tia-avó.
No início de 2010, Américo, maçado da vida de casado, iniciou uma relação extra-
matrimonial com Dores, enfermeira no consultório de Américo. Benilde tomou
conhecimento dessa ligação, em Fevereiro de 2010, tendo continuado a viver “como se
nada se tivesse passado”.
Por outro lado, desde aí, Américo tem vindo a emitir opiniões desagradáveis sobre a
competência profissional de Benilde, chamando-a em frente aos seus colegas e amigos
de “incompetente”, “insensível”, e “médica de vão de escada”.
33.1 Benilde pretende evitar um litígio em Tribunal, para que Camila não sofra
ainda mais com a separação dos pais. O que é necessário para que o casamento de
Américo e Benilde possa cessar através de um divórcio por mútuo consentimento?
33.2 Terá Benilde fundamento para requerer o divórcio contra a vontade de
Américo? E Américo?

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33.3 Por ser católica, Benilde não pretende requerer o divórcio. Que poderá
fazer?
33.4 Suponha que os cônjuges chegaram a acordo de que deveria ser Américo a
ficar com a guarda de Camila, pois Benilde trabalha na unidade de transplantes do
Hospital de Santa Maria e, por isso, não tem condições de cuidar de Camila. Américo
pretende continuar a habitar no andar onde até aí residia com Benilde. Na falta de
acordo, a quem é que deve ser atribuída a casa de morada de família?

34. Em 2 de Janeiro de 1998, António, advogado, casou civilmente com Berta, após
terem celebrado convenção antenupcial em que estipularam o regime da comunhão
geral de bens.
Antes do casamento, António e Berta acordaram que Berta não exerceria uma profissão
remunerada para se ocupar das tarefas domésticas e dos futuros filhos do casal.
Em 1993, Carlos, pai de António, tinha-lhe oferecido um apartamento situado em
Cascais, avaliado em 500.000 Euros, para onde o casal foi residir depois do casamento.
Em Junho de 2010, após o nascimento de Duarte, filho de ambos, uma vez que os
rendimentos auferidos por António não eram suficientes para fazer face aos encargos da
vida do casal, este propôs a Berta que passasse a trabalhar em part-time como secretária
de uma Sociedade de Advogados, que se situava em frente a sua casa. Berta recusou-se,
invocando tinham acordado que ela nunca exerceria qualquer profissão remunerada.
António, irritado, chamou à mulher “inútil” e “calaceira”. No dia seguinte, António saiu
de casa e foi viver com Fernanda, sua ex-namorada, por quem ainda se encontrava
apaixonado, tendo arrendado um imóvel para o efeito.
34.1 Berta preocupada por não exercer qualquer profissão remunerada consulta
um Advogado para saber se em caso de divórcio terá direito a receber uma pensão de
alimentos. Quid iuris?
34.2 Terá António fundamento para requerer o divórcio contra a vontade Berta?
E terá direito a ser indemnizado por ter sustentado Berta, desde 1998?
34.3 Quem será o proprietário do imóvel situado em Cascais após o divórcio?

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