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O documentário “Povos Indígenas: conhecer para valorizar” apresenta uma

reflexão sobre de que forma a nossa sociedade compreende os modos de ser dos povos
indígenas no Brasil, tendo como base os livros didáticos, que abordam esse tema,
utilizados nas escolas. Isso para considerar os impactos da Lei 11.645 de 10 de março
de 2008, que estabelece a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-
brasileira e Indígena” no currículo oficial da rede de ensino pública e privada. O
documentário faz uma reflexão sobre os quatro principais equívocos presentes nos
materiais que são apresentados aos alunos acerca da cultura indígena, mostrando a fala
de especialistas com informações que desmistificam esses pensamentos que não
condizem com a realidade indígena no Brasil. Em seguida, apresenta a opinião desses
especialistas sobre quais os benefícios de se trabalhar a realidade indígena dentro de
sala de aula.

O primeiro equívoco presente nos livros escolares, de acordo com o


documentário, é que “índio é tudo igual”. A começar pela confusão com a palavra
‘índio’ que, de acordo com o indigenista e documentarista Vincent Carelli, foi o nome
dado pelas expedições portuguesas aos homens que estavam no território brasileiro
quando estes partiram em busca da Índia e achavam que aqui era o seu destino final.
Ainda de acordo com este entrevistado, não existe “índio” no Brasil, o que existem são
povos com nomes específicos, como xavante, kaiapó, guarani, entre outros. Outros
entrevistados falam da concepção geral de povos indígenas, que há muitas coisas em
comum entre esses grupos, ao mesmo tempo em que cada tribo possui suas
especificidades, sua diversidade cultural, seu modo de contato com o homem branco,
formas de entender e de se posicionar diante do mundo.

O antropólogo Wallace de Deus Barbosa fala das diversas etnias e que cada
uma possui um deus diferente e uma forma diferente de cultuá-lo, além da aparência
física entre essas etnias que também varia. Bruna Franchetto, linguista e antropóloga,
afirma que existem cerca de 170 línguas indígenas ainda faladas em todo o território
brasileiro e que cada uma dessas línguas possui variantes dialetais. Os especialistas
trazem ainda a reflexão de que aldeias que dividem a mesma região do Brasil não
conseguem se comunicar uma com a outra por possuírem uma língua completamente
diferente e hábitos singulares. Ou seja, cada comunidade indígena possui uma
especificidade linguística e cultural que lhe é própria.
O segundo equívoco é “índio é atrasado e primitivo”. Entrevistados
pontuam que muitos livros didáticos apresentam índios sempre com negação, como se
eles não possuíssem fé, lei, escrita, religião, metal etc. Ou seja, se olha para a sociedade
indígena apontando o que ela NÃO possui. Entretanto, é importante destacar que apesar
de não terem escrita, eles conseguem repassar o conhecimento para outras gerações
através da oralidade. Destacam também que os etnossaberes desses povos, sua música,
sua poesia, seus modos de produção de alimento e todas as outras técnicas
desenvolvidas por esses povos para garantir sua sobrevivência é repassado de uma
geração para outra. Ou seja, não é porque eles não se comunicam da mesma forma que
outras sociedades que eles não conseguem se comunicar. São apenas formas diferentes
de exercer as mesmas atividades.

O terceiro equívoco apresentado nos livros didáticos é “índio parou no


tempo”. Essa percepção faz com que, no imaginário social, não se compreenda que
povos indígenas possam utilizar de tecnologias e instrumentos modernos, como se, para
garantir que se mantenha a essência indígena, fosse necessário que eles mantivessem
um estilo de vida imutável. Entretanto, os autores destacam que sociedades mudam,
culturas evoluem e isso não faz com que, por exemplo, portugueses deixem de ser
portugueses por não se vestirem como se vestiam há 500 anos. Assim também as tribos
indígenas brasileiras não perdem sua essência por usufruírem de coisas proporcionadas
pelos avanços tecnológicos (como relógios, celulares, roupas, televisão etc).

O quarto equívoco é “índio é passado”. Os livros escolares ainda


apresentam os povos indígenas como vivendo apenas nas reservas, tendo contato apenas
com a natureza, mas, na verdade, muitos índios saem de suas aldeias para fazer
graduação, por exemplo. Eles trabalham, usam transporte público, enfim, usufruem de
tudo o que quiserem na sociedade do dito homem branco. Assim também eles se
utilizam de invenções modernas para praticar seus rituais, pois hoje em dia muitos
recursos que eram utilizados por seus ancestrais que não existem mais na natureza, com
a modernidade eles se adaptam e aprimoram seus costumes.

O documentário traz ainda reflexões sobre os benefícios de se trabalhar essa


temática dentro de sala de aula. Além de possibilitar que os alunos conheçam mais
sobre a história do nosso povo, também permite trabalhar a diversidade de maneira mais
prática, uma vez que quando os jovens entenderem que a realidade indígena sem
estereótipos, também eles podem aprender com isso a respeitar as diferenças dentro de
sala de aula. Outra lição do contato com as culturas indígenas é demonstrar a
diversidade cultural do país, a importância de se respeitar o diferente. O reconhecimento
dos costumes indígenas como uma cultura diferente, nem melhor ou pior do que
qualquer outra cultura, estimula também o pensamento sobre as diferentes formas de se
compreender o divergente como algo positivo.

Entender os costumes, as crenças, a linguagem, a alimentação, dos povos


indígenas no Brasil faz com que se perceba que cada tribo possui uma cultura própria e
muito diversificada. Essa compreensão só se é alcançada quando permitimos olhar para
essa população desconsiderando os preconceitos e equívocos ensinados ao longo dos
anos através de imagens estereotipadas do índio como um povo que não usa roupas, não
tem contato com o a cultura ocidental, que não tem acesso às tecnologias etc. Isso
também permite que percebamos que cada cultura merece ser valorizada e respeitada
como é, sabendo que nenhuma é mais ou menos evoluída do que a outra. Elas são
apenas diferentes. Ensinar para as crianças e jovens na escola a importância do respeito
aos povos indígenas é também ensinar sobre a nossa história, sobre o respeito às
diferenças e nossa riqueza cultural.

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