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DO DIREITO
Jean-Louis Bergel
Professor da Universidade de Direito,
de Economia e de Ciências de Aix-Marseille
Tradução «H
C
MARIA ERMANTINA DE ALMEIDA PRADO GALVÃO \j
1037338 CEUT
Martins Fontes
São Paulo 2006
Esta obra foi publicada originalmente em francês com o título
THÉORIE GÉNÉRALE DU DROIT, por
Éditions Dalloz, Paris, 31-35 rue Froidevaux,
75685 Paris cedex 14, França.
Copyright © 1989, Éditions Dalloz.
Copyright © 2001, Livraria Martins Fontes Editora Ltda.,
São Paulo, para a presente edição.
1» edição 2001
2* edição 2006
Tradução
MARIA ERMANTINA DE ALMEIDA PRADO GALVÃO
Revisão técnica
Gildo Sá Leitão Rios
Revisões gráficas
Renato da Rocha Carlos
Ana Maria de O. M. Barbosa
Dinarte Zorzanelli da Silva
Produção gráfica
Geraldo Alves
Paginação/Fotolitos
Studio 3 Desenvolvimento Editorial
TO \ Bergel, Jean-Louis
Teoria geral do direito / Jean-Louis Bergel; t r a d u ç ã o Ma-
ria Ermantina de Almeida Prado Galvão. - 2 a ed. - São Paulo
- Martins Fontes, 2006. - (Justiça e direito)
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22. Título original: Théorie générale du droit.
zo CO ' Bibliografia.
ISBN 85-336-2176-0
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1. Direito - Filosofia 2. Direito - Teoria I. Título. II. Série.
índice
INTRODUÇÃO XV
PRIMEIRA PARTE
O FENÔMENO DO DIREITO
2. AS FINALIDADES DO DIREITO 21
A. Justiça ou utilidade 23
B. Individualismo e coletivismo. 29
O debate ideológico 30
A questão dos direitos subjetivos 32
SEGUNDA PARTE
A APLICAÇÃO DO DIREITO
/
1. A UTILIDADE DAS INSTITUIÇÕES JURÍDICAS.. 231
2. A DEFINIÇÃO DAS INSTITUIÇÕES JURÍDICAS . 233
3. A ESPECIFICIDADE DAS INSTITUIÇÕES JU-
RÍDICAS 238
SEÇÃOl
Objetivo da teoria geral do direito
3. H-L. A. HART, The Concept ofLaw, Oxford, 1961, pp. 366-7, tradução
francesa de M. Vau de Kerchove, Bruxelas, 1976. Sobre essas definições, ver
Dictionnaire encyclopédique de théorie et de sociotogie du droit. Paris, L.G.J.;
sob a direção de A. J. ARNAUD, Théorie générale dudroit, Bruxelas, 1988, 2' ed.
Ver também: LORDE LLOYD of HAMPSTEAD e M . D. A. FREEMAN, Uoyi's
Introduction toJurisprvJence, Stevens, 5? ed., Londres, 1985. Para uma bibliogra-
fia sobre a teoria do direito, ver Current Legal Theory, International Journal for
Documentation ou LegalTheery (Bibliography, Abstracts, Reviews), Leuven, Acco.
vol. 4/2, 1986.
INTRODUÇÃO XIX
SEÇÃO II
Necessidade da teoria geraI do direito
1. Necessidade conceptual
2. Necessidade prática
15. Ainda que "a inflação legislativa", denuncia.da.com tanta freqüência, seja
às vezes mais ilusória do que real: ver C. A. MORAND, "La croissance norrnative
- Comment faire face à. une masse de droit considérable?", Schweizeriches Zeu-
tralblat fúr Staats und Gemeinde, Verwaltund-87, 1986-8, pp. 337 ss.; W. L1NDER,
S. SCHWAGER, F. COMANDINI, L'inflation législatixe, Lausanne, 1985.
INTRODUÇÃO XXIX
O fenômeno do direito
Os fundamentos do direito
SEÇÃO I
As definições substanciais
I. O pensamento jurídico
A. A filosofia idealista
15. Sobre o direito natural, ver notadamente, Dijon (X) Doit nalurel, Les
questions du droit, 1.1, P.U.F., Thémis, 1998; J. FINNIS, Natural Law, 2 vols. Nova
York, Aldashot, Nova York, Darthmouth Press, Univ. Press, 1991; J. HERVADA,
Introduetion critique au droit naturei, Bordeaux, Bière, 1991; M. RODR1GUEZ
MOLINERO, Derecho natural e historia en el pensamiento europeo contemporâ-
neo, Madri, 1973; A. SÉRIAUX, Le droit naturei, P.U.F., "Que sais-je?", 1993; M.
VILLEY, "Abrégé du droit tiaturel classique", in Archnes de philosophie du droit,
1961, pp. 25 ss.; P. KAYSER, "Essai de contribution au droit naturei à 1'approche
du troisième millénaire", R.R.J., P.U.A.M, 1998, pp. 387 ss.
16. L. INGBER, "Jea.ii Bodin et le droit naturei", in Actes du colloque in-
terdisciplinaire d'Angers, 1984, Presses Univ. d'Angers, pp. 279 ss.; "Des thèories
du droit naturei", Cahiers de philosophie politique et juridique, Publications de
1'Université de Caen, 1988; para uma bibliografia completa sobre o direito natural,
ver Introduetion bibliographique à Thistoire du droit et à iéthnologie juridique,
B/11 de P. Foriers, L. Ingber e P. F. Smets, Éd. de l'Université de Bruxelles, 1982.
O FENÔMENO DO DIREITO 11
17. "Eu não pensava que ele tivesse força suficiente, o teu edito, para dar a um
ser mortal o poder de violar as divinas leis não-escritas que ninguém pode abalar."
18. J. CARBONNIER, op. cit., n?s 9-10; J. GHESTIN e G. GOUBEUAX,
op cit., n°s 8 ss.; A. WEILL e F. TERRE, Introduction générale au droit civil, n?s
1.16 e 145; M. VILLEY, Leçons d'histoire de la philosophie du droit, 1962; ver,
finalmente, Ph. JESTAZ, "L'avenir du droit naturel ou le droit de seconde nature",
/«Vi tr. dr. civ., 1983, pp. 233 ss.
12 TEORIA GERAL DO D IRE/TO
2. As finalidades do direito
A. Justiça ou utilidade
60. Ibidem.
61. P. PONCELA. "Parla peine, dissuader ou rétribuer", Arch. philo. du dr.,
t. XXVI, 1981, pp. 59 ss.
62. P. DELVAUX, "L'utile et le juste dans les droits de l'homme révolu-
tionnaires", Arch. philo. ctudr., t. XXVI, 1981, pp. 223 ss.
63. P. ARNAUD, "Juste et utile - Deux attributs de 'ordre réel' qui n'en
font qu'un", Arch. philo. du dr., t. XXVI, 1981, pp. 167 s.
O FENÔMENO DO DIREITO 29
O debate ideológico
27. - Aqui não podemos aprofundar esse debate e temos de
limitá-lo a uma abordagem jurídica.
No pensamento individualista, a pessoa humana constitui
o fim supremo do direito e as regras de direito só podem ser
estabelecidas em função do próprio homem. "A sociedade é
que é feita para o homem e não o homem para a sociedade." 67
O Estado e a sociedade devem assegurar a dignidade da pessoa
humana e a liberdade, pois são apenas "construções" que per-
mitem ao homem fazer valer seus direitos e exercê-los. Como
a regra de direito deve impor a todos respeitar os direitos indi-
viduais de cada um, ela implica limitações recíprocas desses
direitos e associa à idéia de direito uma idéia de obrigação.
Assim, para Kant, o direito é "o conjunto das condições" que
permitem a coexistência "das liberdades" individuais e a da fa-
culdade de agir de cada qual com a dos outros. A liberdade
parece ser o bem supremo e o "direito inato" do homem que o
Estado tem como função de proteger 68 . O direito objetivo é
então "um sistema de direitos subjetivos, provido de seus ins-
trumentos, ou seja, das leis que definem, medem, limitam e
garantem os poderes dos indivíduos" 69 . Essa concepção triun-
H3. Ver, sobre essas críticas, A. WEILL e F. TERRÉ, op. cit., n? 69; J. GHES-
t IN c ti IIOUBEUAX, op. cit., nos 165 ss.
K4. Ci. RIPERT, Le déclin du droit, 1949, n?s 61 ss.
J. CARBONNIER, "Théorie sociologique du droit subjectif', in Flexi-
hlr droit, 5" ed., p. 150.
36 TEORIA GERAL DO DIREITO
l«, An ||
I ih flniçâo formal do direito
94. J. DABIN, op. cit., n?s 37 ss.; P. ROUBIER, Théoríe générale du Droit,
n?s 5; M. V1RALLY, op. cit., pp. 67 ss. Ver também Ph. JESTAZ, "La sanction ou
1'inconnue du droit", D. S. , 1986,1, pp. 197 s.; "L'obligation et la sanction: à la
recherche de 1'obligation fondamentale", in Mélanges offerts à P. Raynaud, Paris.
1985, pp. 273 ss.
i > I ENÔMENO DO DIREITO 41
pelo menos, "é vedado aos juizes pronunciar por via de disposi-
ção geral e regulamentar sobre as causas que lhes são submeti-
das" (art. 5 do Cód. Civil). Assim também, os atos jurídicos, ma-
nifestações de vontade destinadas a produzir efeitos de direito e
que trazem uma modificação à organização jurídica, têm um
efeito relativo, limitado aos interessados. Os atos administrati-
vos individuais são destinados a produzir seus efeitos apenas
em proveito ou contra um ou vários destinatários determinados.
Mas o direito contemporâneo multiplicou as modifica-
ções do princípio da relatividade dos efeitos dos atos jurídicos.
Há cada vez mais atos jurídicos concernentes a interesses cole-
tivos familiares, patrimoniais, profissionais etc. e que, embora
emanem apenas de certos representantes desses interesses, se
impõem a todos os membros de uma coletividade, até mesmo
de um ramo de atividade, e assumem assim um caráter regula-
mentar. São atos-regras dos quais a convenção coletiva de tra-
balho, estabelecida por organismos profissionais para ser apli-
cada a todos os membros de uma profissão, talvez seja o me-
lhor exemplo. Esses atos-regras são, por conseguinte, interme-
diários entre as disposições gerais e abstratas e as prescrições
particulares. Ora, se, em certos sistemas, como em direito fran-
cês, o direito procede essencialmente de regras gerais e abs-
tratas emanantes de autoridades públicas especialmente inves-
tidas do poder de legislar e de regulamentar, em outros siste-
mas as regras de direito foram principalmente estabelecidas a
partir de decisões individuais da autoridade judiciária.
dada sociedade. Tais regras não são todo o direito do qual cons-
tituem apenas o principal instrumento. Mas formam uma cate-
goria muito específica dentre as regras que governam os ho-
mens, especialmente em relação às regras morais (A) e às ou-
tras regras sociais (B).
l(W Ver supra, n'." 16 ss., 24 ss., e ver em especial também Ph. JESTAZ,
1'iMIVolt Juridique el pouvoir moral". Me Gill Law Journal, vol. 32, set. de 1987,
|i|i H II v, , V PITEV, "Wie moralisch ist das Recht?", Archiv für Rechts und
ÜilHuIllhlliHOfihle, l.XXIV. 3, 1988, pp. 348 ss.
I I I I Ph Jl S I AZ, art. citado, Rev. tr. dr. civ., 1983, pp. 233 ss.
III V n . pof exemplo, (i MARTY e P. RAYNAUD, op. cit., n" 5; ver
•ii|iit>tiiilii "Dimensiona religicuscs du droit", Arch philo du droit, I. XVIII, 1973.
48 TEORIA GERAL DO DIREITO
112. Exemplo, arts. 565, 1135 ou 1244 do Cód. Civ., enriquecimento sem
causa etc.; Ci. VI AR TV e P RAYNAUD. op. cit., n? 127; ver. sobre a eqüidade, P
SANZ DE ALBA, Qitelqves aspects de l 'équité. Tese Aix, 1980.
113. G. RIPERT. La règle morale dans les obligations civiles, 1949
n " 13-8.
114. JOSSERAND. De I'esprit des droits et de leur relativité, 1927. n'.' 254
115. Ver P. ROUBIER, op. cit., n" 6.
116. G RIPE ItT, íbidem.
117. Yer infra, n. 148 ss
O FENÔMENO DO DIREITO 49
121. Ihldem.
122 <1 M A R T Y c l\ R A Y N A W I ) , <</> cit., n" 5.
Capítulo 2
As fontes do direito
SEÇÃO I
A heterogeneidade das fontes de direito
14. Nesse sentido, J. DABIN, n?s 81 ss., M. VIRALLY, op. cit., p. 155.
15. H. LEVI-BRUHL, Aspects sociologiques du droit, Lib. M. Rivière et
Cie, 1955, pp. 47 ss.
16. Ver. J. F. PERRIN, Pour une théorie de la connaissance juridique, ed.
Droz, Genebra, 1979, pp. 103 s.
i > I ENÔMENO DO DIREITO 57
35. R. DAVID, , op. cit., por C. JAUFFRET-SPINOSI, n?s 333 ss.; M. ZAN-
DER, The Law Makinng Process, ed. Weidenfeld & Nicolson, Londres, 1985; V
PETEV, Methodenfrafgen in Englischen Rechts, Reehts théorie, 1984, s. 213. 214,
ver também, sobre os>s méritos da regra do precedente: B. N. CARDOZO, The
Natureof the Judicial 1 Process, New Haven e Londres, Yale University Press, 2' ed..
1949, pp. 142 ss.
i > I ENÔMENO DO DIREITO 67
36. Há que assinalar aqui o particularismo da Iugoslávia, onde o juiz não re-
i »bc expressamente esta missão.
68 TEORIA GERAL DO D IRE/TO
A. A documentação clássica
B. A informática documental
NEÇÂO II
I v relações entre as diferentes fontes do direito
1. As interações
A. A lei da doutrina
H. A lei da jurisprudência
( A lei da prática
77. Lei de 6 de dezembro de 1976; J. L. BERGEL, op. cit., p. 36, art. 1390
doCód. Civil (lei de 13 de julho de 1965).
86 TEORIA GERAL DO D IRE/TO
não. Mas "a luta das forças sociais" prossegue depois da entra-
da em vigor da lei. O meio jurídico pode reagir contra a regra
imposta. "Para que uma lei viva, ela tem de ser acatada no meio
jurídico" e tem de ser aplicada pelos jurisdicionados. Quando
uma lei não consegue impor-se, quando deixa de ser observa-
da, quando a prática forceja para contorná-la, o legislador é
levado, muito amiúde, a adaptá-la em vez de reprimir suas vio-
lações81...
Assim, conforme os casos, os poderes públicos ou as pro-
fissões impõem sua lei criando, interpretando ou rejeitando
regras de direito. Embora não sejam verdadeiras fontes de
direito, a contribuição deles para a edificação da ordem jurídi-
ca tornou-se muito importante. O papel da prática pode então
relacionar-se com o costume quando se trata de usos conven-
cionais, com a jurisprudência quando se trata da prática judi-
ciária ou com a lei quando ela inspira sua elaboração ou sua
modificação.
64. - Para além de seus poderes regulamentares naturais,
os poderes públicos intervém cada vez mais amplamente no
estabelecimento da ordem jurídica. Em direito comercial ou
empresarial, constata-se a importância prática considerável
dos comunicados ou instruções da Secretaria Geral da Receita,
das cartas do Ministério da Economia e das Finanças, dos pa-
receres ou recomendações de diversos conselhos ou comis-
sões. As circulares administrativas, demasiado numerosas, em
geral de má qualidade e pouco acessíveis, deveriam ser consi-
deravelmente limitadas, segundo a própria opinião das autori-
dades superiores do Estado 82 , se bem que sejam em princípio
para uso puramente interno das administrações públicas e juri-
dicamente desprovidas de força obrigatória por parte dos ad-
ministrados. Desempenham de fato um papel capital na inter-
pretação e na aplicação efetiva das leis e regulamentações,
Kl. G. RIPERT, op. cit., n? 166; J. Ph. LÉVY, "Les aetes de la pratique,
eupression du droit", Rev. hist. de dr. français et étranger, 1988-2-151.
K2. Circular de 15 de junho de 1987, relativa às circulares ministeriais, J. O.,
11 dc junho, p. 6460.
88 TEORIA GERAL DO D IRE/TO
2. As afinidades
A. As relações de natureza
91. M. TARUFFO. "Note sui modi delia giuridificazione"; Política dei dirit-
toa. 18-4, 1987, pp. 581 ss.
92. J. L. BERGEL, "Le processus de transformation de décisions de justice
en normes juridiques", in Nature el role de la jurisprudence dans les systèmes
juridiques, Atas do 3? Congresso da Associação Internacional de Metodologia
jurídica, op. cit., pp. 1055 ss.
i > I ENÔMENO DO DIREITO 93
ILUSTRAÇÃO
I.Doutrina.
II.Jurisprudência.
III.Textos.
IV. "Sumários", "informações rápidas", "quadros de juris-
prudência", respostas ministeriais, bibliografias, infor-
mações etc.
V. índices anuais da doutrina, da jurisprudência e dos textos.
FAMILY DIVISION
EWBANK J
15 JANUARY 1988
95. Section 23( 1), so far as material, provides: "On granting a decree of di-
vorce, a decree of nullity of marriage or a decree of judicial separation or at any
96 TEORIA GERAL DO D IRE/TO
Notes
For the courts power to make financial provision in matrimonial
cases, see 13 Halsbury's Laws (4th edn) paras 1051-1054.
For the Matrimonial Cases Act 1973, s 23, see 27 Halsburys
Statutes (4lh edn) 724.
Application
Following the grant of the decree nisi, the parties negotiated an
agreement in respect of financial provision whereby the peti-
tioner husband undertook, inter alia, to transfer the former
matrimonial home, to pay a lump sum and to make periodical
payments to the respondcnt wife, that his claim for maintenan-
ce pending suit, periodical payments and secured payments
should be dismissed and that he should not be entitled to any
further application in relation to the marriage for an order under
s 23 of the Matrimonial Causes Act 1973. The matter came
before Mr Registrar Turner on 22 December 1987 for the ma-
king of a consent order embodying the terms of the agreement.
The registrar transferred the matter to a judge of the Family Di-
time thereafter... the court may make any one or more (specified orders for finan-
cial provision in favour of either party to the marriage or for the benefit of a child
of the marriage)."
i > I ENÔMENO DO DIREITO 97
SI (,'ÀO I
It lugar dos princípios gerais na hierarquia das normas
34. C. E., Ass., 11 de julho de 1956, Amicale des Annamites de Paris. Rec
C. E. 317.
35. O Conselho de Estado quando muito recusara admitir que certas leis
tivessem infringido certos princípios, tais como o direito de fazer que se respeite a
legalidade mediante a possibilidade de recurso contra os atos administrativos ((
E. 17 dc fevereiro de 1950, Dame Lamotte R.D.P. 1951, p. 478 concl. DELVOVI
nota M. WAL1NE).
36. O particularismo dos regulamentos autônomos é contestado por certos
autores; R. CHAPUS, op. cit., n?s 108 ss.; L. FAVOREU, "Les règlements autono-
mes n'existent pas", Rev. fr. de dr. adm., 1987, 871. Acontece que. se esses decretos
se situam no mesmo nível que os outros, a fonte da validade deles se situa direta
mente na Constituição.
i > I E N Ô M E N O DO DIREITO 113
S I A í > II
I Importância dos princípios gerais
Hu multiplicidade das normas
1H liuy Verf. GH, 24 de abril de 1950, Verw Rspr. 2, 273 (279); G. MIT-
h in H i (is, "Problèmes de la validité du droit", in Studi in onore di Enrico
fW/l" ' li'hmtm, cd. (iiuffré, 1979, vol. 1-303, n?s 8 ss. e as referências citadas; ver
Mtiil»'iii i in ir de Apelação de Atenas, Acórdão n? 118/75 (citado por M. MITSO-
il l i >S) i|iir udmite a existência "de princípios pré-constitucionais e supercons-
I H t t I I I I I I I U ilr pisiiça que formam a garantia de valores irrevogáveis na consciên-
•ti' K>-iiil uri rssários para estear o Estado em fundações seguras..."
"'M li I 17 de dezembro de 1970, International Handelsgesellschaft, já
Hlmtii
(.0 | ) n inflo 92-308 DC, Peliles affiches, 1992, n? 77; B. GENEVOIS, "Le
|f*iii .in I I nitin curopéenne et la Constitution, RFD adm., 1992, p. 373.
120 TEORIA GERAL DO DIREI K >
Ioda atividade humana, não lhe é dissociável. Sua ação pode ser
timplcsmente gravada pela regra de direito que então se atém a
Ht iii ns conseqüências disso. Mas o direito também pode orga-
nizar o futuro, prolongar a situação presente no futuro, recon-
duzir o passado ao presente ou, ao contrário, atualizá-lo...
')(>. - Assim, não se pode compreender o direito atual sem
o cotejar com o direito anterior, nem prever o direito futuro
wm extrapolação do direito atual. Tampouco se saberia tratar
ili situações jurídicas sem lhes apreender as fontes e lhes pre-
vei .IN conseqüências futuras, devendo a regra de direito reger
aO mesmo tempo o passado, o presente e o futuro delas.
As relações entre o tempo e o direito concernem, pois, a
um só tempo, ao estudo do direito no tempo (Seção I) e ao
luviii do tempo no direito (Seção II).
M(, AOI
11 direito no tempo
5. J. DABIN, Théorie générale du droit, ed. Dalloz, 1969, n?s 271 ss.
6. Ihidem; J. L. BERGEL, "La relativité du droit?", Rev. rech.jur., 1986-3.
pp. 13 s.
156
i > I ENÔMENO DO DIREITO
4
)9. - O costume, regra de direito oriunda de um uso geral
i prolongado, é provavelmente a melhor manifestação do pa-
pel criador do direito que se possa reconhecer ao tempo. Para
passar do "precedente", que só tem um caráter individual, ao
> ustume, que deve ser geral, é preciso que se realize todo um
ptocesso dc formação da norma. Esta repousa no número dos
piecodentes e no tempo que consagram o "consenso" do grupo
mu ml Disseram que o costume é "direito constituído pelo
hrtbito", que é a "memória da nação" 7 .
() costume é um fenômeno de criação contínua do direito:
nu .ciclo de um consenso materializado por atos de aplicação, o
i ii lume só se mantém enquanto subsiste". Se o costume deixa
di m i aplicado, desaparece 8 . O tempo é também uma dimensão
IU<i c.sária do aparecimento e da evolução do costume 9 .
() direito legislado estará igualmente sob o domínio do
(piiipo?
100. - Encontramos aqui o problema de saber se o direito
• dado ou construído" como, no início do século, Gény se in-
iliiiiou1". A questão continua a ser debatida: trata-se de saber se
«'« niiteúdo do direito é simplesmente recebido, independente-
17. H. KELSEN, Théorie pure de droit, trad. fr. de Ch. Eisenmann, 2f ed„
Dalloz, 1962.
18. H. BERGSON, Les deux sources de la morale el de !a religion, 16? ed.,
1934, p. 2.
160
i > I ENÔMENO DO DIREITO
I'» <i KII'i:RT, Les forces créatrices du droit, ed. L.G.D.J., 1955, reim-
(HCMH Kin I W 4 .
ill (I HIIMiRT, op. cit., n?2.
'I (I KIIMiRT, op. cit., n? 1; R. SAVATIER, Les métamorphoses économi-
meto/r* du droit civil d'aujourd'hui, ed. Dalloz, 3? ed., 1964, n? 11.
140 TEORIA GERAL DO DIREI K >
17. H. KELSEN, Théorie pure de droit, trad. fr. de Ch. Eisenmann, 2a ed.
Dalloz, 1962.
18. H. BERGSON, Les deux sources de Ia morale et de la religion, 16í ed.
1934, p. 2.
i > I E N Ô M E N O DO DIREITO 141
I'< (I RUM RT, Les forces créatrices du droil, ed. L.G.D.J., 1955. reim-
l'»'M
|n II KIIMiRT.op. c/7., nf 2.
í I •) ltll'l K I, op. cil., n? 1; R. SAVAT1ER, Les métamorphoses économi-
•I hil,'\ iln droil civild'aujourd'hui, ed. Dalloz, 3? ed., 1964, n? 11.
142 TEORIA GERAL DO DIREI K >
B. A não-retroatividade da lei
39. P. ROUBIER, Le droit transitoire (conflits de lois dans le temps), 2.' eil
1960. Comparar: J. HERON, "Etude structurale de l'application de la loi dans li
temps", Rev. Tr. Dr. Civ., 1985, pp. 277 s.; J. HÉRON, Príncipes du droit transito/
re, ed. Dalloz, 1996; P. A. COTE, "La position temporelle des faits juridiques ei
1'application de la loi dans le temps", Rev.jur. thémis, vol. 22-2, 1988, pp. 207 ss
(Fac. de Direito Univ. Montreal). Ver também P. A. COTE, "Le moment de 1'cntriV
en vigueur de la loi et le moment de sa prise d'effet: faut-il distinguer?". in Le tcni/n
et le droit, Actes du 4C Congrès de 1'Assoeiation Internationale de Métfaodologic
Juridique, op. cit., pp. 153 ss.
40. Ver, p. ex., J. GHESTIN e G. GOUBEAUX, Traité de droit civil. In
troduction générale", n? 339.
i > I ENÔMENO DO DIREITO 151
SEÇÃO II
O tempo no direito
A Sujeição ao tempo
II 1' III IIRAIII), "Observations sur la notion du temps dans le droit civil,
Pr > ..(í. t/•'» ii /' Kayser, t. II, pp. 1 ss.
154 TEORIA GERAL DO DIREITO
hl I duração
117. - A apreciação da duração de uma ação ou de uma
iiim.iio c a determinação legal de prazos são o mais das vezes
«h illnndas a "controlar o ritmo da vida jurídica", incentivando
UM ii nçAo e protegendo os outros contra uma ameaça. A dura-
Vltii pixle igualmente constituir um dos elementos essenciais de
iiiiHi operação jurídica 45 . Para garantir a segurança jurídica,
. iimpic que a ordem estabelecida não possa ser contestada in-
w i uMilcmcntc e que as simações jurídicas ou de fato adquiram
.in . iiliii dc certo tempo uma estabilidade suficiente. Passados
M» j a u / m necessários para permitir aos interessados reivindicar
n ii . ilucitos ou contestar as simações estabelecidas, as coisas
Mu i.i.ini ficar cristalizadas. Assim, a lei estabelece prazos cuja
|HoltM'i vAneia implica a prescrição dos direitos, ou a perda
ilult M e de ações na justiça, ou prazos em cuja expiração certas
tHtlNçflc* deixam de poder ser contestadas e certos direitos são
çniixidi lidos adquiridos 46 . Assim também, a fim de evitar o
|iiiilini|.,imcnto nefasto de simações precárias, a lei impõe, para
•i • ..ii iiiiiiiiçilo de certas formalidades ou para o desenrolar dos
!*»••« ( .'.d ., prazos destinados a ritmar-lhes o curso.
II (I hmpo administrado
50. HAURIOU, Príncipes de droit public, 1? ed., p. 206, citado por III
BRAUD, op. cit., n° 20; A. SÉRIAUX, op. cit.
51. D. M. PHILIPPE, Changement de circonstances et bouleversemcnt
Téconomie contractuelle, ed. Bruylant, Bruxelas, 1986.
i <\ll NO 1X1 DIREITO 159
K»
i • i,ip«s intermediárias são apagadas e os atos consuma-
•tlniiidus de caducidade. Os direitos eventuais podem as-
ti miliiit de uma situação jurídica em formação. O termo ou
|yiiiiilu.iiii '.in instrumentos que permitem fazer depender de
i$lt l.iin futuro a perfeição de uma situação embrionária. Mas,
«Mtíii „nliiilii ou administrado, o tempo que o direito incorpo-
i| Vtidiidciiiimente a si mesmo vê-se atribuir valores diferen-
te v pi m li piimitir estratégias jurídicas diferentes.
ILUSTRAÇÃO
A idade da maioridade
SEÇÃO I
O direito no espaço
1. A relatividade do direito
A. A territorialidade do direito
eles por suas fontes e por sua técnica, pois se trata principal-
mente de um case law, de um direito oriundo dos precedentes
judiciários, ele próprio tirado de um fundo consuetudinário ori-
ginal e inspirado em considerações de eqüidade, mais do que
em regras gerais e abstratas. As classificações e os conceitos
utilizados são igualmente muito diferentes daqueles dos direi-
tos romano-germânicos. Ainda assim, o desenvolvimento atual
da lei escrita nos direitos anglo-saxões tende a aproximá-los
dos direitos romano-germânicos. A participação da Grã-Breta-
nha na União Européia implica que ela se submeta cada vez
mais a um sistema de direito escrito de tipo "continental".
Ao lado dessas famílias que influenciaram os sistemas
jurídicos do mundo inteiro, existem no mundo muçulmano, na
África, na índia, no Extremo Oriente, sistemas de direito oriun-
dos dessas civilizações e de inspirações religiosas e tradicio-
nais que, embora penetrados pelos direitos de origem européia,
conservam sua originalidade fundamental. Assim, conquanto
numerosos países muçulmanos tenham adotado sistemas de
codificação ou modelado seus direitos pelo common law, o
direito do Islã, fundamentalmente teológico, conserva neles
grande importância, notadamente no que diz respeito ao esta-
tuto pessoal e familiar 11 . O direito hindu, de inspiração consue-
tudinária e também religiosa, continua a reger as matérias pes-
soais e familiares na maior parte da índia. O direito chinês,
embora tenha enveredado uns tempos pela via do direito escri-
to e codificado, continua apegado ao costume e a uma tradição
de comportamentos sociais e de ritos adaptados mais aos casos
particulares do que à autoridade de regras abstratas.
Não se deve menosprezar, de outro lado, a importância dos
direitos mistos que combinam regras e instituições oriundas de
sistemas jurídicos diferentes entre os quais ocorrem constantes
interações. Essa natureza mista reflete ou produz com freqüên-
cia um verdadeiro pluralismo jurídico. Essas interações se ma-
A A unificação legislativa
Roc 251; RFDA 1991. 172 nota L. Duboais; C. E„ Ass. 28 de fevereiro de 1992.
Huthmans Int. France, JCP 1992 II 21859 nota G. Teboul; Gaz Pai 1992 II 741,
i uni Mine Laroque.
19. Salvo se ferem os direitos fundamentais reconhecidos e garantidos pelas
t itiuliluiçSes desses Estados.
20. Vcr"Le droit international", Archives dephilo. du droit, Sirey, t. 31, 1987.
21. l.OUSSOUARN e BOUREL, Droit internationalprivé, Précis Dalloz,
IWüfi, P, MAYER, Droit international privé, ed. Montchrestier. 2' ed.. 1983,
m* 77 ii.
182 TEORIA GERAL DO DIREI K >
SEÇÃO II
O espaço no direito
I. O lugar de situação
2. A distância e a extensão
A. Sujeição ao espaço
B. O espaço administrado
ILUSTRAÇÃO
• O DIREITO NO ESPAÇO
Os diversos direitos nacionais têm a respeito do divórcio e
da separação de corpos concepções e soluções técnicas diferen-
tes. O divórcio era, na época dos fatos, admitido na França e no
México, mas não em direito espanhol. A separação de corpos
era conhecida pelo direito francês e pelo direito espanhol, mas
não pelo direito boliviano. Essas diferenças se manifestam, po-
rém, entre sistemas de direito bastante próximos tanto pela ori-
gem como pela organização social dos países envolvidos e tam-
bém (salvo para o direito americano) por sua técnica.
Há, portanto, problemas de conflitos de leis para resolver.
O fato de o casamento ter sido realizado na Espanha poderia
justificar a aplicação da lei espanhola. A nacionalidade das par-
tes designaria a lei boliviana. Enfim, como o tribunal em que a
mulher ajuizou um pedido de separação dc corpos era francês,
poder-se-ia pensar na lei francesa.
Capítulo 3
O direito e os fatos sociais
SEÇÃO I
As relações entre o direito e os fatos sociais
1. A relação de natureza
A. A relação essencial
16. R1PERT, op. cit., n os 34 ss.; ver também Le déclin du droil, L.G.D.J.,
1949.
i > I ENÔMENO DO DIREITO 203
B. A relação substancial
tra os perigos que ela pode conter. Da biologia, ele retirou no-
vos meios de prova em matéria penal, no campo da filiação e
no de responsabilidade civil.
Os progressos da medicina levaram o direito francês a re-
conhecer e reger os transplantes de órgãos mas a rejeitar, ao
menos por ora, o transexualismo ou as associações de "mães
de aluguel". Deve-se tomar cuidado com os possíveis assaltos
das ciências da vida contra os direitos do homem, A ordem ju-
rídica deve controlar as vicissitudes da genética ou da procria-
ção assistida, assim que o homem ficar ameaçado por elas em
sua existência ou em sua dignidade. Dever-se-á legislar para
esse fim ou será melhor confiar na consciência dos cientistas,
nas comissões de ética ou nos recursos do sistema jurídico
atual? Essa questão se coloca agora no mundo inteiro 21 .
Na França, o legislador resolveu intervir para garantir o
respeito pelo corpo humano, para limitar as investigações gené-
ticas sobre as pessoas e em matéria de procriação assistida 22 .
A sociedade ocidental moderna e a evolução jurídica co-
nheceram a promoção da pessoa humana, o declínio da família
legítima, o esfacelamento da noção tradicional de contrato no
dinamismo econômico e social e a coletivização das relações
jurídicas, a socialização do direito dos bens... O direito moder-
no consagrou a emergência de novos conceitos e "de ordens
jurídicas novas, essencialmente econômicas", e conheceu uma
transformação considerável da função jurisdicional. A passa-
23. E. BERTRAND, L esprit nouveau des lois civiles, ed. Economica, 1984.
24. D. ALLAND, "Les mceurs sont-elles solubles dans le droit?", in "Droit
et moeurs", Revue droits, 1994, n? 19, pp. 3 ss.
25. Ver supra, n° 100.
i > I ENÔMENO DO DIREITO 207
heim que essa teoria extrai sua fonte. Copiando das ciências
físicas e naturais o método indutivo fundado na observação
dos fatos, a escola sociológica constata fenômenos e procura
reportá-los a antecedentes que lhes servem de causa. Con-
vencida, por essa observação dos fatos, da influência prepon-
derante da pressão social sobre os destinos do homem, ela vê
no direito o conjunto dos meios pelos quais um grupo humano
se protege contra os transtornos que lhe atingem a conservação
ou lhe entravam o desenvolvimento. Admite-se então que "as
regras de direito sempre se limitam a expressar relações so-
ciais tais como o grupo as imagina. Segue-se daí que a fonte de
uma regra jurídica está bem menos na vontade individual de
seu autor do que na necessidade a que ela é destinada a satisfa-
zer" 26 . O direito, segundo Durkheim, se prende à consciência
coletiva.
Para uns juristas, como Duguit, ele procede da massa das
consciências individuais. Na esteira da escola sociológica, Du-
guit, descartando toda concepção metafísica para concentrar-
se apenas nas realidades positivas, reconhece, porém, na regra
de direito todo um conjunto de normas que ele considera supe-
riores e que ficam alheias às realidades e aos fatos 27 . Essa con-
cepção foi ainda mais ampliada por Hauriou que alia a obser-
vação dos mecanismos sociais aos métodos jurídicos de solu-
cionamento dos interesses em conflito e a consideração das
finalidades universais da humanidade aos fenômenos sociais 28 .
Vemos assim destacar-se uma doutrina intermediária que, sem
fazer dela um fim em si, utiliza a sociologia como meio de
pesquisa, de realização e de explicação do direito.
156. - De fato, a sociologia não parece suficiente para de-
finir a regra de direito, norma coerciva que impõe e não se con-
tenta em refletir fatos sociais, que é precisa e não inconstante
SEÇÃO II
A sociologia jurídica
43. Ph. BONFILS, "L'outil statistique et son utilisation dans les seiences
juridiques", in "Méthodologie de la recherche juridique", Cahiers de méthodolo-
gie juridique, n? 11, R. R. J., 1994-4, P.U.A.M., pp. 1129 ss.
44. J. CARBONNIER, np cit., pp. 248 ss.
O FENÔMENO DO DIREITO 219
ILUSTRAÇÃO
- O divórcio na França -
Duração do casamento em %
Depois de 0 a 2 anos: 6
2 a 5 anos: 20,3
5 a 10 anos: 28
10 a 15 anos: 17,1
15 a 20 anos: 11,9
20 anos e mais: 16,7
A aplicação do direito
Os instrumentos do direito
SEÇÃO I
Uma noção única
17. G. MARTY, "La théorie de 1'institution", Ann. fac. de droit et des sc.
ico. de Toulouse, t. XVI, fase. 2, 1968, p. 39.
18. Na semana social de Lyon, 1925, pp. 349 ss.
236 TEORIA GERAL DO DIREI K >
SEÇÃO II
Uma realidade múltipla
1. As instituições-organismos
38. E. BERTRAND, L 'esprit nouveau des lois civiles, ed. Economica, 1984,
especialmente pp. 49 ss.; 91 ss.; 109 ss.
246 TEORIA GERAL DO DIREI K >
2. As instituições-mecanismos
SEÇÃO I
Determinação dos conceitos e das categorias jurídicas
15. Ver p. ex„ em direito inglês, "The interpretation act", 1978, anexo I:
"Words and expressions defined"; "Consumer safety act", 1978 (art. 9: interpre-
tação); Code de commerce uniforme des Etats-Unis, livro I, "Disposições gerais",
art. 1.201, col. U, prefácio Tunc; no Québec, lei de 14 de julho sobre a proteção do
consumidor.
16. G. CORNU, "Les définitions dans la loi", Mélanges J. Vincent, ed
Dalloz, 1981, pp. 77 ss.; "Les définitions dans la loi et les textes réglementaires",
Cahiers de méthodologie juridique, nf 1 e 2, R. R. J., 1986-4 e 1987-4, P. U. Aix-
Marseille; M. VAN HOECKE, "Définitions légales et interprétation de la loi",
Droit et société, 1988-8, pp. 93 s.
17. Ch. EISENMANN, "Quelques problémes de méthodologie des défini-
tions et des classifications en science juridique", in "La logique du droit", Arch. de
philosophie du droit, t. XI. 1966, pp. 25 ss., n" 4.
A APLICA ÇÃO DO DIREITO 257
20. Ibidem.
21. J. DABIN, op. cit., n? 253.
A APLICA ÇÃO DO DIREITO 259
Civil) etc. O art. 122-1 do novo Código Penal, que prefere uma
descrição ao enunciado de um conceito, distingue agora os dis-
túrbios psíquicos ou neuropsíquicos que aboliram o discerni-
mento de uma pessoa ou o controle de seus atos e aqueles que
se limitaram a alterá-lo ou a entravá-lo.
A despeito dos métodos contemporâneos de abordagem
científica, no campo da psicologia ou da biologia por exemplo,
sustentou-se que a definição jurídica fica em geral "mais ou
menos aproximativa, expeditiva e sumária"... porque a tarefa
do jurista "não é estabelecer definições cientificamente corre-
tas, mas elaborar regras aplicáveis, e a praticabilidade do direi-
to requer definições relativamente simples, aptas ao mane-
jo" 22 . Essa observação deve ser matizada. A definição tem de
ser clara e exata para poder ser aplicada, mas nem todas as
variações de um conceito têm de entrar em sua definição, pois
lhe obscureceriam o sentido. Outras noções, outros mecanis-
mos e a apreciação dos fatos permitem, por outro lado, levar
em conta particularidades de cada situação jurídica.
Todavia, embora nem todas as formas suscetíveis de afe-
tar um conceito devam sobrecarregar sua definição, esta deve
abranger todos os elementos e todas as interações implicadas
nesse conceito e cuja reunião é necessária e suficiente para
identificá-lo. Assim, pode revelar-se muito útil recorrer a cri-
térios quantitativos, numerados, ou a qualidades objetivas. Ain-
da é preciso, entretanto, que o conceito assim definido tire de
seus elementos constitutivos e da entidade por eles realizada
uma especificidade real. Sustentou-se, por exemplo, que o con-
trato de adesão não era uma noção jurídica porque os traços
que lhe são reconhecidos não eram suficientes para convertê-
lo numa realidade específica, mas somente uma aplicação do
contrato. Portanto, não se poderia nem caracterizar o contrato
de adesão nem considerar uma definição sua, nem vincular-lhe
conseqüências próprias 23 . Deve-se guardar desse parecer, sem
julgar aqui o mérito da opinião que ele expressa, que todo con-
22. Ibidem.
23. E. S. de la MARNIERRE, op. cií., n? 24.
260 TEORIA GERAL DO DIREI K >
37. G. CORNU, art. cit.. n'.'s 9 ss.; Ch. EISENMANN, op. cit.. n'.' 2.
38. G. CORNU, art. cit., n"s 15 ss.
A APLICA ÇÃO DO DIREITO 265
45. Ibidem.
46. Ver infra, n?s 203 e 204.
47. Ver "La qualifícation", Revista Droits, 1993, nf 18.
48. J. L. BERGEL, art. cit., n? 3; Th. 1VAINER, "L'interprétation des faits
dl droit", J.C.P., 1986,1, 3235.
270 TEORIA GERAL DO DIREI K >
SEÇÃO II
Categorias jurídicas e método das classificações
55. Cass. Civ. 6 de março de 1876 D. 1876 I 193 nota GIBOULOT; C.E. 30
dc março de 1916 Gaz. de Bordeaux D. P. 1916 III 25; S. 1916 III nota HAU-
RIOU, concl. CHARDENET.
56. Ver n? 255.
57. E. BERTRAND, Le rôlede la dialectique en droilprivéposilif, D. 1951,
I 151; ver infra, n°253.
284 TEORIA GERAL DO DIREI K >
ILUSTRAÇÃO
I. Tipologia d a s d e f i n i ç õ e s
• Definição real:
Ex.: art. 544 do Cód. Civ. "A propriedade é o direito de usu-
fruir e dispor das coisas da maneira mais absoluta, contanto
que não se dê a elas um uso proibido pelas leis ou pelas regu-
lamentações T
Art. 25 do novo C.P.C. "O juiz estatui em matéria graciosa
quando, em ausência de litígio, é incumbido de uma demanda
da qual a lei exige, em razão da natureza do processo ou da qua-
lidade do requerente, que ela seja submetida a seu controle."
- Definição do processo gracioso = procedimento no qual
o juiz estatui na ausência de litígio por um pedido do qual a lei
exige, em razão da natureza do processo ou da qualidade do
requerente, que ele seja submetido a seu controle.
• Definição terminológica:
Ex.: arts. R. 111-25 s. do C. Constr. e hab.
Art. R* 111-25 - Para a aplicação dos artigos 1792 e
2270 do Código Civil, na redação anterior à entrada em vigor
da lei n? 78-12 de 4 de janeiro de 1978, à construção de edifi-
cações para uso de habitação ou de características similares, as
obras de grande porte e as obras menores são definidas segun-
do as disposições a seguir.
Art. R* 111-26 As obras de grande porte são:
a) Os elementos de sustentação que concorrem para a
estabilidade ou para a solidez da edificação e todos os outros
elementos que lhes são integrados.
b) Os elementos que asseguram o fechamento, a cobertu-
ra e a vedação com exclusão de suas partes móveis.
Estes elementos abrangem notadamente:
- os revestimentos das paredes com exclusão da pintura e
dos papéis de parede;
- as escadas e assoalhos assim como seu revestimento em
material duro;
286 TEORIA GERAL DO DIREI K >
II. T i p o l o g i a d a s c l a s s i f i c a ç õ e s
A // B c // D
/I A /I A /I A /I A
a2//a2' a 2 ' 7 / a 2 " ' b2//b2' b2"//b2"' c2//c2' c2"//c2"' d2//d2' d2"//d2"'
III. C o n j u n ç ã o d a s c a t e g o r i a s e i n v e s t i g a ç ã o d o r e g i m e ju-
rídico (R) d e u m a situação (S) q u e s e r e p o r t a m simul-
taneamente a essas categorias
1. Categorias alternativas
• Em princípio, uma situação (S) não pode reportar-se ao
mesmo tempo a duas categorias alternativas e, portanto, a seus
respectivos regimes. Ela se reporta, pois, somente a uma ou à
outra e copia o regime de uma ou da outra:
(S = A ou A = B mas S * A + B e RS * RA + RB)
5. Ibidem.
6. J. L. SOURIOUX e P. LERAT, Le langage du droit, P.U.F., 1975, n°s 1 ss.
Ver também: J. L. SOURIOUX e P. LERAT, L 'analyse de texte, Dalloz, 4" ed.,
1997; ver também A. SÉRIAUX (dir.) e outros, Le commentaire de textes juridi-
1/Uf.i, Arrêts etjugements, 2 vols., ed. Ellipses, 1997.
7. J. L. SOURIOUX e P. LERAT, op. cit.; ver também Archives de philoso-
phie du droit, t. XIX, 1974: "Le langage du droit", prefácio de M. VILLEY.
292 TEORIA GERAL DO DIREI K >
SEÇÃO I
A terminologia jurídica
20. J. L. SOURIOUX e P. LERAT, "Le langage du droit", op. cit., pp. 15 ss.
A APLICA ÇÃO DO DIREITO 301
SEÇÀO II
A fraseologia jurídica
I. A construção fraseológica
A. A enunciação jurídica
M O significado jurídico
ILUSTRAÇÃO
A aplicação do direito
NI «.'At) 1
I letra e o espírito: princípios de interpretação dos textos
A ü método exegético
11 I contestação da exegese
SEÇÃO II
A letra e o espírito: princípios de apreciação
dos comportamentos
I. O abuso de direito
36, Ihidem.
17. De l esprit des droits el de leur relalivité, 1927. Prolonga-se em L 'abus
./• /wiiwirs ou de fonetions, Travaux de 1'Association Capitant, t. XXVIII, 1977.
342 TEORIA GERAL DO DIREI K >
2. A fraude
43. B. AUDIT, La fraude à la loi, Bibl. de dr. int. privé, ed. Dalloz, 1974.
44. G. R1PERT, La règle morale dans les obligalions civiles, ed. L.G.D.J.,
1949, n" 173.
45. J. GHESTIN e G. GOUBEAUX, op. cit., n?s 746 ss.
346 TEORIA GERAL DO DIREITO
ILUSTRAÇÃO
I . A i n t e r p r e t a ç ã o d o s t e x t o s , d a s r e g r a s d e d i r e i t o o u a t o s ju-
rídicos só se justifica q u a n d o eles n ã o s ã o claros e precisos.
A C Ó R D Ã O
siçAoi
I estrutura dos raciocínios
31. G. T1MSIT. Thèmes et systèmes de droit, ed. P.U.F., col. Les voies du
droit, 1986; M. Van. de KERCHOVE e F. OST, Le système juridique - entre
ordre et désordre, ed. P.U.F., col. Les voies du droit, 1988.
32. G. KALINOWSKI, La logique déductive, op. cit.. em especial pp. 161 s.
33. Ibidem.
A APLICA ÇÃO DO DIREITO 363
39. F. GÉNY, op. cit., t. III, notadamente n os 213 e 222; L. HUSSON, "Les
ii|ioiics de la logique juridique", Ann. fac. de droit et se. eco., Toulouse, 1967,
tuai l , p . 63.
40. Ch. PERELMAN, op. cit., n? 98.
41. Ch. PERELMAN, "Le raisonnable et déraisonnable en droit", ed. L.G.D.J.,
fílhl de philo. du droit, vol. 29, Paris, 1984, p. 94.
42. Ch. PERELMAN, op. cit., "Logique juridique...", n? 8.
366 TEORIA GERAL DO DIREI K >
A. A argumentação jurídica
SEÇÃO II
A escolha das proposições
1. As proposições filosóficas
A. As proposições fundamentais
64. P. ROUBIER. ibidem. Ver, por exemplo, J.-C. MERLE, Justice et pro-
grès - Contribution à une doctrine du droit économique et social, ed. P.U.F., col.
Droit, éthique, société, 1977 (a propósito da questão do direito de propriedade).
378 TEORIA GERAL DO DIREI K >
2. As proposições técnicas
ILUSTRAÇÃO
| PROPOSIÇÕES FUNDAMENTAIS |
FINALIDADES ESSENCIAIS
Forma Fundo
condições —H—— efeitos
liberdade —H— controle
(limples declaração) (processo judiciário) subjetiva -th objetiva pessoas - - bens
(não) (sim) (acordo) (causa o b j e t i v a ) v —
PROPOSIÇÕES TÉCNICAS
..-•- x
uto unilateral - / / - convenção convenção — / / — julgamento
convei
e julgamento
> >
processo gracioso - contencioso
' I
certos efeitos efeitos das decisões
convencionais judiciais
382 TEORIA GERAL DO DIREI K >
PROPOSIÇÕES FUNDAMENTAIS
não-retroatividade da lei,
salvo se é de ordem pública,
mas não-retroatividade absoluta de sanções
não previstas por ocasião do ato reprimido
FINALIDADES ESSENCIAIS
PROPOSIÇÕES TÉCNICAS
Hierarquia dos textos e classificação dos textos.
CONSEQÜÊNCIAS
Em matéria civil: uma lei ordinária pode derrogar o art. 2 do
Cód. Civil que também é uma lei ordinária.
Em matéria penal: uma lei ordinária não pode derrogar um
texto de valor constitucional.
A APLICA ÇÃO DO DIREITO 3 383
BUSCA DA SOLUÇÃO
DEDUÇÃO - INDUÇÃO
LÓGICA FORMAL
Esses esquemas de raciocínio sempre são formalmente
exatos, mesmo que uma das proposições seja falsa (mas a solu-
ção então será, no fundo, inexata).
A substituição de signos por elementos permite uma utili-
zação infinita desses raciocínios cuja fecundidade é ilimitada.
SILOGISMO
Exemplo de um silogismo formalmente exato mas com
uma proposição errada: a conclusão é, pois, errada:
Suponhamos que A = 4, B = 3 x 2 , C = 4
RELAÇÃO TRANSITIVA
se P->Q tomei emprestado 1000F(P) —> devo 1000
F(Q)
e se Q R devo 1000 F (Q) tenho de pagá-los (R)
então P —» R tomei emprestado 1000 F (P) —» devo pa-
gá-los (R)
• Raciocínio exato
Não tomei emprestado (P) —> não tenho de reembolsar (Q)
Não tenho de reembolsar (Q) —> não devo nada (R)
Não tomei emprestado (P) não devo nada (R)
• Contradição
Não tomei emprestado (P) —> não tenho de reembolsar (Q)
Reembolsei (Q) —> não devo nada (R)
Não tomei emprestado (P) —» não devo nada (R)
Capítulo 3
O fato e o direito
SEÇÃO I
A apreensão do fato pelo direito
A. O objeto da prova
13. Sobre essa questão: ver J. C. ROGE R, La preuve civile, 2? ed., Y. B lai s
inc., 1995.
A APLICA ÇÃO DO DIREITO 3 395
21. J. DABIN, Théorie générale du droil, ed. Dalloz, 1969, n?s 245 ss.; S.
RIALS, Lejuge adminstratiffrançais et la technique du standard - Essai sur le
Iraitement juridictionnel de Tidée de normalité, L.G.D.J., 1980; Actes du ler
Congrès de 1'Association Internationale de Méthodologie Juridique, "Les stan-
dards dans les divers systèmes juridiques", Aix-en-Provence, 1988, "Cahiers de
méthodologie juridique", n? 3, R.R.J., 1988-4, pp. 805 ss., e em especial Ph.
Jcstaz, Rapporl de svnthèse, pp. 1181 ss.; ver supra, n" 185.
22. Th. IVAINER, "L'interprétation des faits en droit", J.C.P., 1986, I,
3235, n? 18; L interprétaúon des faits en droit, ed. L.G.D.J., Bibl. de philo. du
droit, t. 30, prefácio J. Carbonnier, Paris, 1988, em especial n?5 169 s.
402 TEORIA GERAL DO DIREI K >
SEÇÃO II
A resposta do direito aos fatos
31. Ibidem.
A APLICA ÇÃO DO DIREITO 3 407
32. G. CORNU, Droit civil - Introduction - Les personnes, les biens, 8" ed.,
n? 208 s.; Ch. PERELMAN e outros, Lesprésomptions et les fictions de droit, 1974.
33. F. GÉNY, op. cit., t. III, n?s 240 ss.
408 TEORIA GERAL DO DIREI K >
2. A apreciação do juiz
ILUSTRAÇÃO
CASO PRÁTICO:
X, circulando, dentro de um parque, no volante de seu veículo,
esmagou o cachorro de Y, que atravessava normalmente a pis-
ta. A velocidade era limitada nesse local a 20 km/h. O veículo
de X deixou na pista 40 metros de marcas de freada.
• Silogismo n.° 1
Premissas - maior: A velocidade era limitada a 20 km/h =
Direito.
- menor. X transitava com muita velocidade (Pro-
va por presunção de fato: o comprimento das
marcas de freada permite induzir delas uma ve-
locidade considerável) = Fato.
- Conclusão: X não respeitou a limitação de velo-
cidade.
• Silogismo n? 2
Premissas - maior: A violação de uma regulamentação é
urna falta = Direito.
- menor: X violou um regulamento = Fato.
- Conclusão: X cometeu uma falta.
Capítulo 4
O juiz e o processo
SEÇÃO 1
O juiz
1. O papel do juiz
A. A missão do juiz
B. Os atos jurisdicionais
23. H. ROLAM) e L. BOYER, op. cit., pp. 40 ss.; ver também R. PERROT,
op. cit., n'.* 267 ss.
438 TEORIA GERAL DO DIREI K >
23. H. ROLAND e L. BOYF.R, op. cit.. pp. 40 ss.; ver também R. PERROT,
op. cit., n'.'s 267 ss.
440 TEORIA GERAL DO DIREI K >
SEÇÃO II
O processo
A. O princípio do contraditório
ILUSTRAÇÃO
f Cassação 1
Atividade das jurisdições cíveis da ordem judiciária - Número de jurisdições cíveis 1 Tribunais de apelação 34-
30
34 tribunais de a p e l a ç ã o
(30 m e t r ó p o l e s - 3 nos D e p a r t a m e n t o s
de U l t r a m a r - 1 em N o u m é a )
171 082 p r o c e s s o s cíveis
181 tribunais de 473 tribunais 229 tribunais de 270 tribunais do 113 tribunais dos 413 tribunais paritários
grande instância de instância comércio trabalho processos de dos arrendamentos
475 775 processos seguridade social rurais
588 126 processos 2 6 6 3 0 5 processos 161 128 processos
cíveis 103 050 processos 6 042 processos
Tribunais correcionais 491 516 526 558 523 224 413 884 303 316 420 481
Tribunais marítimos
comerciais 64 53 40 154
Jurisdições de Tribunais dos exércitos 919 1 329 1 971 1 984 1 310 1 761
3
exceção Juizados das crianças 30 689 30 254 28 559 21 170 8 804 16 9 8 5 §
Tribunais das crianças 27 336 30 698 28 592 22 597 8 759 22 594
Processos submetidos à câmara criminal 6 020 6 735 6918 7711 7 678 6 880 t>
ü
0
(1) Os desvios significativos do ano de 1988 resultam da lei de anistia.
1
Estes números foram extraídos do Anuário Estatístico da Justiça para o ano de 1988 e daquele para 1988-92 publicado em 1995.
§
2
£
%
o
b
O
<5
E2
3
Extraído do boletim do início dos trabalhos solenes da Corte de Cassação, Extraído do boletim da seção solene de início dos trabalhos da Corte de
em 12 de j a n e i r o de 1996, Doc.fr., 1996. Cassação, em 12 de j a n e i r o de 1996, Doc.fr., 1996.
1989 - Organização sumária e atividade das jurisdições administrativas
•fc.
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§
I
t-
o
o
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5
s
Kontes: - Tribunal de disciplina orçamentária e financeira: Anuário Estatístico da Justiça, 1987:
Tribunal de Contas. Câmaras Regionais de Contas: Relatório de M. Manet. n° 85 de 1990, Senado, sobre o projeto de lei de finanças para 199T
•-=-*• =;í--'-:-_- i: Cotóí!-o Je Estado '040
Direito, c a m p o de a p l i c a ç ã o no D o c u m e n t a ç ã o j u r í d i c a , 53 ss.
e s p a ç o , 127, 128, 284. D o m a t , 10, 48, 59, 69.
Direito, c a m p o d e a p l i c a ç ã o Domicílio, 139, 141.
no t e m p o , 97, 108 ss. Doutrina, 42 ss., 53, 54, 56, 59 ss.,
Direito, d e f i n i ç ã o , 5, 8, 13 ss., 65 ss., 1 8 3 , 2 1 2 .
148, 165, 166, 174. D o u t r i n a s liberais, 236.
Direito, e f e t i v i d a d e , 152, 153, D o u t r i n a s sociais, 27, 28, 228,
162, 282. 236, 238, 239, 240.
Direito, e v o l u ç ã o , 85, 97, 98 ss., Duguit (L.), 10, 22, 28, 100, 155,
122, 151, 152, 154, 156, 158, 156, 158, 169, 170, 180.
1 6 8 , 2 3 0 , 234, 262, 277. D u m o u l i n , 48.
Direito, finalidades, 23 ss., 40, D u r k h e i m , 22, 148, 155, 158,
167, 170, 1 7 3 , 2 0 7 , 228, 232, 161.
234, 239, 2 4 0 ss., 245, 250,
255, 2 6 0 ss., E
Direito, fontes, 40, 42 ss., 72 ss.,
129, 131, 158, 2 3 1 , 2 5 7 , 263, E c o n o m i a , 2 0 , 2 1 ss., 149.
290. Ehrlich (E.), 158.
Direito, praticabilidade, 183, E m p r e s a , 151, 154, 170, 171,
184, 191. 174, 175, 176.
Direito, r e l a t i v i d a d e , 17, 97, Engels, 21.
125 ss. E p i s t e m o l o g i a , 4, 14.
Direito, u n i f o r m i z a ç ã o , 134 ss. E q ü i d a d e , 10, 23, 39, 50, 60, 68,
Direitos da d e f e s a , 90, 309, 311. 72, 89, 129, 131, 1 8 5 , 2 3 3 ,
Direitos da p e r s o n a l i d a d e , 28, 252, 263, 277, 298.
29, 2 4 0 , 3 1 2 . E s m e i n (P.), 60
Direitos do h o m e m , 25, 133, Ver E s p a ç o (Direito e), 123 ss.
Declarações dos Direitos do Espírito d o s textos, 167, 170,
Homem. 172, 173, 228 ss., 2 3 9 ss., 302,
Direitos intelectuais, 194. Ver Lei, interpretação.
Direitos p a t r i m o n i a i s e E s t a d o federal, 183, 288, 289,
n ã o - p a t r i m o n i a i s , 174, 190, 298, 299.
194, 197, 2 0 0 , 2 0 3 , 207. E s t a d o unitário, 183.
Direitos pessoais, 198, 203. Estado, 19 ss., 25, 26, 27, 45 ss.,
Direitos reais, 145, 187, 198. 51, 123, 124, 127, 134, 154,
Direitos subjetivos, 2, 27, 28 ss., 164, 165, 166, 167, 170, 171,
111. 117, 133, 178, 181 ss., 191, 173, 174, 176, 183.
194, 2 2 8 , 2 4 0 ss., 286, 307. Estado, s o b e r a n i a , 123, 127,
Dirigismo, 26 ss., 151. 170, 183, 1 9 3 , 2 3 1 , 2 8 7 .
Distinções, 180, 181, 189 ss., Estatutos legais, 29, 166. 169,
264, Ver Classificações. 171,238.
Divórcio, 131, 1 3 3 , 2 0 6 , 2 1 1 , Estóicos, 16.
264, 265. E s t r u t u r a l i s m o , 252.
ÍNDICE ALFABÉTICO 457
Etnologia j u r í d i c a , 148. G
E x c e ç õ e s (aos p r i n c í p i o s ) , 167,
191, 197, 252. G e i g e r (Th.), 158.
E x e g e s e , 60, 231 ss. G é n v (F.), 5, 10, 17, 24, 34, 85,
100, 155, 180, 2 3 1 , 2 3 3 , 244,
F 2 4 6 , 257, 282.
G l o s a d o r e s , 2 4 2 , 253.
Ealta, 185, 192, 1 9 3 , 2 1 1 , 2 1 2 , G r o t i u s , 16.
275, 2 7 7 , 2 8 0 . G r u p o s , 153, 167, 175, 176, V e r
Kamília (e d i r e i t o de), 116, 125, Pessoas morais.
129, 139, 151, 153, 154, 157, G u r v i t c h (G.), 158, 169.
158, 160, 164, 165, 166, 169,
170, 172, 174, 175, 176, 241,
H
243,273,281,282.
Fato e direito, 2 6 7 ss.
H a r t ( H . L. A ) , 35.
Fato, 2 6 7 ss.
H a u r i o u ( M . ) , 119, 155, 158,
Fato, a p r e c i a ç ã o do juiz, 2 8 3 ss.
169, 174, 175.
Fato, p r o v a , V e r Prova.
H é b r a u d ( P . ) , 113, 119, 121,
F a t o s j u r í d i c o s , 142, 181 ss.,
122.
190, 191.
H e g e l , 4, 14, 1 9 , 2 7 .
Fatos sociais e direito, 48 ss.,
H í b r i d o s , 190, 2 0 0 , 203.
1 9 1 , 2 0 7 , 2 3 3 , 2 3 6 , 250.
H i e r a r q u i a d o s textos, 43, 70 ss.,
F a t o s sociais, 1 3 , 2 0 , 2 2 , 100,
112, 134, 166, 170, 206, 249.
107, 148 ss., 1 6 5 , 2 8 0 .
H i s t ó r i a , 1 3 , 2 0 , 2 1 , 2 2 , 9 9 ss.,
F a t o s sociais, fato histórico, 107,
158.
165.
H i s t ó r i a , escola histórica, 16,
F e n o m e n o l o g i a , 4, 14, 159, 165,
166, 167, 181. 2 1 , 9 7 , 101.
F i c ç ã o , 109, 139, 282. H o b b e s , 19, 127.
Filosofia do direito, 4, 14, 15 ss.,
92, 157, 164. I
F o n t e s do Direito, V e r Direito,
fontes. I d e a l i s m o , 13, 15, 16 ss., 156,
F o r m a l i s m o , 87, 178, 208, 2 3 6 , 2 6 3 , 282.
263,312. Ihering, 1 9 , 2 8 , 149, 1 6 6 , 2 8 2 .
Formalismo, escolas I m ó v e i s , 140, 143, 187, 192, 193,
f o r m a l i s t a s , 15, 263. 197.
F o r m u l á r i o s , 64, 238. l m p r e v i s ã o , 119, 2 0 5 , 238.
F ó r m u l a s , 2 0 8 ss„ 2 3 8 . I n c a p a c i d a d e s , 170, 178, 197.
F r a s e o l o g i a j u r í d i c a , 2 1 7 ss. I n d i v i d u a l i s m o , 1 3 , 2 6 ss., 131,
F r a u d e , 29, 86, 89, 2 4 2 ss. 154, 253.
F u n d o de c o m é r c i o , 140, 197, I n f o r m á t i c a j u r í d i c a , 55 ss.,
203. 154, 161, 180, 2 0 9 , 2 1 6 , 2 1 7 ,
2 4 9 , 264.
458 TEORIA GERAL DO DIREI K >
K a l i n o w s k i (G.), 246.
J è z e , 169. Kant, 4, 14. 2 7 , 3 9 , 9 5 , 181.
J o s s e r a n d (L.), 39, 60, 240. K e l s e n (H.), 5, 8, 20, 28, 70, 101,
Juiz, 170, 2 8 5 , 2 8 6 , 2 8 7 ss. 230, 263, 278.
Juiz, d e v e r e s e p o d e r e s , 61 ss.,
65 ss., 70, 72 ss., 91, 158, 183, L
231 ss., 240, 2 6 3 , 2 6 9 ss., 2 8 3
ss., 288 ss., 308, 309. L a b b é , 60.
Juiz, estatuto da m a g i s t r a t u r a , L e g a l i d a d e dos delitos e d a s
291,295,303. penas, 173, 256, Ver
Juiz, i n d e p e n d ê n c i a , 291, 303. Princípios gerais do direito.
Juiz, j u i z único, Ver Lei, 36 ss., 42, 43 ss., 53, 54, 56,
Organização jurisdicional - 5 9 ss., 65 ss., 70, 72 ss., 86,
Colegiado. 89, 157, 160, 169, 183, 194,
Juiz, papel, 288 ss., Ver 197,211,290.
Interpretação. Lei, a b - r o g a ç ã o , 110.
ÍNDICE ALFABÉTICO 459
M N
U r g ê n c i a , 118, 1 3 5 , 2 7 7 . W
Usos, 237, Ver Costume.
Utilidade pública, 25, 29. W a l i n e (M.), 169.
Utilidade, 24 ss. W e b e r (M.), 158.
Utilitarismo, 20, 21, 24 ss., 263. W i n d s c h e i d , 28, 282.
W r i g h t (Von), 246.
V
Z
Vedei (G.), 104.
Vias de e x e c u ç ã o , 118. Z i e m b i n s k i (Z.), 35.
A APLICA ÇÃO DO DIREITO 3 413
• Silogismo n.*3
Premissas - maior. Art. 1382 do Cód. Civil, "toda ação do
homem que causa a outrem um dano obriga o
autor da falta a repará-la" = Direito.
- menor: X causou um dano a Y com sua falta =
Fato.
- Conclusão: X deve reparar o dano sofrido por Y.
(Notar-se-á a jurisdicização progressiva do fato, acompanhan-
do o encadeamento dos silogismos.)
2. Categorias cumulativas
• Categorias cumulativas e equivalentes: os regimes das
categorias se acumulam em princípio
(S = A + C RS = RA + RC)
mas, em caso de dificuldade de acúmulo dos regimes jurídicos,
a regra especial exclui a regra geral ou as duas regras se combi-
nam.
• Categorias cumulativas e hierarquizadas = as regras par-
ticulares de cada uma delas devem em princípio acumular-se
(mas, em caso de conflito, a regra especial prevalece sobre a
regra geral).
(S = A + al + a2'—» RS - RA + Ral + Ra2')
(Ex.: o regime de determinado contrato comporta as re-
gras específicas de todo contrato, as dos contratos sinalagmá-
ticos e as dos contratos consensuais etc.)
3. Corretivos
Esses princípios só correspondem a esquemas básicos de
raciocínios baseados no método das classificações. Não são
nem rígidos nem intangíveis e devem ser completados por cor-
retivos diversos, racionais e empíricos ou ocasionais.
A APLICA ÇÃO DO DIREITO 3 249
ILUSTRAÇÃO
• O ESPAÇO NO DIREITO
A incidência da localização dos elementos constitutivos
de uma situação jurídica tanto sobre o mérito do direito quanto
sobre o direito processual é importante.
O lugar de celebração do casamento pode servir para a
determinação da legislação aplicável. O domicílio e as resi-
dências dos esposos também podem determinar a lei aplicável
ao divórcio ou à separação de corpos deles (art. 310 do Cód.
Civil francês). A residência da família ou dos esposos permite,
enfim, determinar o tribunal territorialmente competente (art.
1070 s. doNCPC).
O FENÔMENO DO DIREITO 163
ILUSTRAÇÃO
Regulamentações
(decretos art. 38 ainda não
ratificados, decisões em
matéria regulamentar, art.
16, decretos regulamenta-
res, portarias regulamen-
tares dos ministros, comis-
sários da República e pre-
feitos etc.)
O FENÔMENO DO DIREITO 99
< ibservações:
( om base na forma dos julgamentos ingleses, deve-se assina-
lar que a decisão, stricto sensu, limita-se a um simples disposi-
tivo, que enuncia a solução dada pelo juiz à lide. Teoricamente,
on juizes ingleses não são obrigados a motivar suas decisões.
Na realidade, explicam-na de uma forma discursiva. Sua ratio
dccidendi, que é a sustentação necessária de sua decisão (ex-
cluindo-se os obter dieta), tem valor de regra jurisprudencial.
Perante as jurisdições superiores, onde há uma pluralidade de
|iil/.es (quando não um verdadeiro colegiado), cada um deles
emite seu "voto", que é reproduzido na decisão.
XXX
TEORIA GERAL DO DIREITO
ILUSTRAÇÃO