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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
TERAPIA ORTOMOLECULAR

Aluno:

EaD - Educação a DistânciaPortal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

1
CURSO DE
TERAPIA ORTOMOLECULAR

MÓDULO II

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada.É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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SUMÁRIO

OS NUTRIENTES........................................................................................... 04
CARBOIDRATOS........................................................................................... 06
Monossacarídeos................................................................................... 06
Dissacarídeos ........................................................................................ 07
Polissacarídeos...................................................................................... 08
Utilização de Glicose.............................................................................. 09
LIPÍDIOS......................................................................................................... 11
Utilização dos Lipídios............................................................................ 14
Metabolismo dos Lipídios ...................................................................... 14
PROTEÍNAS.................................................................................................... 15
Aminoácidos Essenciais......................................................................... 16
Aminoácidos Não-Essenciais................................................................. 18
Quebra da Proteína................................................................................ 22
Conversão da Proteína em Uréia........................................................... 22
VITAMINAS...................................................................................................... 23
MINERAIS........................................................................................................ 29
ELEMENTO TRAÇO....................................................................................... 43
MINERALOGRAMA........................................................................................ 45
Mineralograma Capilar........................................................................... 45
Procedimento de Coleta......................................................................... 47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 50

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OS NUTRIENTES

Para o bom funcionamento do nosso organismo precisamos de nutrientes,


tais como: a glicose, as proteínas, as gorduras, os sais minerais, vitaminas e água.
Cada um tem uma função, seja ela o fornecimento de energia, seja a formação de
tecidos e a alimentação é fundamental para a realização de todos os processos
vitais que ocorrem no nosso organismo, pois é através dela que obtemos todos os
nutrientes de que necessitamos para o processo.

Uma dieta balanceada contém todos os nutrientes essenciais e inclui uma


variedade de alimentos. A proporção de cada tipo de alimento está ilustrada na
pirâmide alimentar (Figura 15).

Figura 15. Pirâmide alimentar. Fonte: CORPOEMFOCO.COM.BR. Disponível em:


<http://corpoemfoco.com.br/2010/06/carboidrato-nao-e-o-vilao-e-o-heroi-do-ganho-de-
massa-magra-e-tambem-do-emagrecimento/>. Acesso em: 31 jul. 2012.

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Acredita-se que muitos problemas de saúde tenham origem na escolha de
dietas pobres. Por exemplo, dietas ricas em colesterol ou em gorduras, ou em
ambos, têm sido associadas às doenças das artérias coronárias. Placas de gordura
desenvolvem-se ao longo das paredes internas dos vasos sangüíneos e,
conseqüentemente, ocluem o fluxo de sangue para o coração, causando o ataque
cardíaco. As placas de gordura podem também se formar no interior dos vasos
sangüíneos que suprem o encéfalo, causando derrame e paralisia. A dieta rica em
gorduras saturadas também tem sido relacionada ao diabetes e ao câncer.

Enquanto comer demais, especialmente gorduras, tem sido associado a


problemas de saúde, inúmeros outros problemas estão relacionados à deficiência de
certos alimentos. Por exemplo, crianças que são alimentadas com dietas pobres em
gordura (leite desnatado) podem apresentar deficiência dessa substância, que é
essencial para o desenvolvimento do tecido nervoso. A deficiência de gordura pode
determinar lesões nervosas e atraso no desenvolvimento. Em áreas de extrema
pobreza, doenças relacionadas à carência protéica são comuns. O pelagra infantil,
por exemplo, é um estado de deficiência protéica em que a quantidade de proteína
absorvida é inadequada para sintetizar as proteínas plasmáticas, as musculares e
aquelas necessárias a uma pele saudável. A condição é caracterizada pela
formação de edema, particularmente ascite, perda muscular e dermatites. A ascite
aparece como o abdome distendido de uma criança faminta.

Os nutrientes podem ser divididos em nutrientes enérgicos e nutrientes


reguladores, sendo que, cada tipo de nutrientes, tem funções diferentes.

Nutrientes Energéticos

Os carboidratos, lipídios e proteínas são os nutrientes energéticos. É a partir


destes nutrientes que o nosso organismo obtém a energia de que necessita, tendo
também uma função na reparação de tecidos.

Nutrientes Reguladores

As vitaminas, os sais minerais, a fibra alimentar e a água são os nutrientes


reguladores. Estes nutrientes são, de formas distintas, essenciais para a regulação
do bom funcionamento do organismo, sendo responsáveis por regular as reações

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metabólicas que acontecem no organismo, para manutenção de nossas funções
vitais.

CARBOIDRATOS

Todos nós ingerimos alimentos com açúcar e amido. Pão, batata, arroz,
massas e doces estão entre nossos alimentos favoritos (Figura 16). Todos eles são
carboidratos, ou seja, compostos orgânicos formados por carbono (C), hidrogênio
(H) e oxigênio (O). Os carboidratos são classificados de acordo com o tamanho. Os
monossacarídeos são açúcares (sacarídeos) simples (mono); os dissacarídeos são
açúcares duplos (di) e os polissacarídeos possuem muitos (poli) açúcares. Os mono
e dissacarídeos são menores e são chamados açúcares; já os polissacarídeos,
maiores e de cadeia longa, são denominados amidos.

Figura 16. Fonte de carboidratos. Fonte: CORPOEMFOCO.COM.BR. Disponível em:


<http://corpoemfoco.com.br/2010/06/carboidrato-nao-e-o-vilao-e-o-heroi-do-ganho-de-
massa-magra-e-tambem-do-emagrecimento/>. Acesso em: 31 jul. 2012.

Monossacarídeos

Os monossacarídeos contêm de três a seis átomos de carbono. Os açúcares


simples com seis carbonos incluem a glicose, frutose (Figura 17) e galactose. A
glicose (Figura 17) é o mais importante dos três e é utilizada pelas células como
uma fonte imediata de energia.

Também existem monossacarídeos com cinco carbonos; eles incluem a

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ribose e a desoxirribose. Esses açúcares são utilizados na síntese dos ácidos
nucléicos - o RNA e o DNA.

Figura 17. Construção molecular da glicose e frutose. SILVA, E. L.; MENESES, D.


Disponível em <http://educacao.uol.com.br/dev/disciplinas/quimica/diabetes-entenda-a-
quimica-do-acucar.htm>. Acesso em: 31 jul. 2012.

Dissacarídeos

Os dissacarídeos também são produzidos quando dois monossacarídeos se


unem. Os dissacarídeos incluem a maltose (Figura 18) e a lactose e estão presen-
tes nos alimentos que ingerimos. Eles devem ser digeridos, ou quebrados, em
monossacarídeos antes de serem absorvidos no tubo digestório, para serem utili-
zados pelas células. Por exemplo, a sacarose é quebrada nos monossacarídeos
glicose e frutose, ambos absorvidos. A glicose é utilizada imediatamente pelas
células, mas a frutose é primeiro transformada em glicose e depois é utilizada pelas
células.

Figura 18. Fórmula química da maltose. Fonte: FOOD NETWORK SOLUTION. Disponível
em: <http://www.foodnetworksolution.com/vocab/word/815>. Acesso em 31 jul. 2012.

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Polissacarídeos

Os polissacarídeos são constituídos de diversas moléculas de glicose ligadas


entre si. Algumas são unidas por cadeias retas e outras por cadeias ramificadas. Os
três polissacarídeos de interesse para nós são o amido, o glicogênio e a celulose.
O amido é um depósito de polissacarídeo encontrado nas plantas e é constituído por
uma série de moléculas de glicose ligadas entre si de forma ramificada. Os
alimentos vegetais como batatas, ervilha, grãos e massas contêm esse tipo de
amido.

O glicogênio, também conhecido como "amido animal", é um polissacarídeo


(Figura 19) altamente ramificado, similar ao amido vegetal. O glicogênio é a forma
na qual os seres humanos armazenam glicose. Esse estoque encontra-se no fígado
e nos músculos estriados esqueléticos. Quando os níveis de açúcar tornam-se
baixos, o glicogênio é convertido em glicose no fígado. A glicose é então liberada no
sangue, onde restabelece os níveis normais de açúcar.

Figura 19. Cadeia de glicogênio muscular: substância responsável por dar energia ao nosso
corpo. Na verdade, a imagem acima mostra uma cadeia de glicogênio. O glicogênio mesmo
é a estrutura que está entre colchetes, que pode ser resumida na fórmula C6H12O6, ou
seja, seis átomos de carbono, doze de hidrogênio e seis de oxigênio. Fonte:
GLOBOESPORTE.COM.BR. Disponível em:
<http://globoesporte.globo.com/atletismo/corrida-de-rua/noticia/2011/09/glicogenio-
muscular.html>. Acesso em: 31 jul. 2012.

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A celulose é um polissacarídeo de cadeia reta encontrado nas plantas.
Embora não tenhamos enzimas que digerem a celulose para aproveitá-la como uma
fonte de nutrientes, ela desempenha uma função importante na nossa digestão. A
celulose fornece a fibra da nossa dieta e melhora as funções digestivas de diversas
maneiras.

Utilização da Glicose

O que acontece com as balas e doces que você come? A glicose é utilizada
pelo corpo principalmente como um combustível, Assim, ela fornece energia sob a
forma de ATP que a célula necessita para realizar o seu trabalho. A glicose é
utilizada de três maneiras: (1) pode ser queimada imediatamente como combustível
para energia; (2) pode ser armazenada como glicogênio para queima posterior e (3)
pode ser armazenada sob a forma de gordura, também para ser queimada
posteriormente. A frase "armazenada como gordura" é a mais desoladora de todas!

A glicose é quebrada em duas condições diferentes: na ausência de


oxigênio (em um processo conhecido como catabolismo anaeróbico) e na presença
de oxigênio (catabolismo aeróbico). Na ausência de oxigênio, a glicose é quebrada
através de uma série de reações químicas, sendo transformada inicialmente em
ácido pirúvico e depois em ácido lático. Esse processo anaeróbico é a glicólise e
ocorre no citoplasma. Como a maioria da energia ainda está contida na molécula de
ácido lático, a glicólise produz somente uma pequena quantidade de ATP.

Se o oxigênio está disponível, a glicose é completamente quebrada para


formar dióxido de carbono, água e energia (ATP) (Figura 20). Primeiro, a glicose é
transformada em ácido pirúvico no citoplasma e então as moléculas desse ácido são
levadas para as mitocôndrias, as "usinas de força" da célula. Na presença de
oxigênio e de enzimas especializada, das mitocôndrias, os fragmentos de ácido
pirúvico são completamente quebrados em dióxido de carbono e água. Esse
processo é acompanhado pela liberação de uma grande quantidade de energia
(ATP). As enzimas nas mitocôndrias incluem aquelas do ciclo do ácido cítrico,
também conhecido como ciclo de Krebs.

Três pontos importantes sobre o catabolismo aeróbico devem ser

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relembrados. Primeiro, as reações químicas que ocorrem nas mitocôndrias
necessitam de oxigênio. Se as células são desprovidas de oxigênio, elas logo ficam
sem energia e não podem realizar suas funções. Essa necessidade de oxigênio é a
razão pela qual nós respiramos continuamente - para assegurar um suprimento
contínuo de oxigênio para as células. Segundo, quando a glicose é quebrada
completamente em CO2 e H2O, toda a energia armazenada é liberada. Assim, a
quebra aeróbica da glicose produz muito mais ATP que a quebra anaeróbica.
Terceiro, se o oxigênio não está disponível para a célula, o ácido pirúvico não pode
entrar na mitocôndria e então é convertido em ácido lático no citoplasma. O acúmulo
de ácido lático é a razão pela qual a falta de oxigênio em um paciente crítico causa a
acidose lática.

Figura 20. Quebra da glicose. Anaerobicamente (sem oxigênio), em ácido lático (glicólise).
Aerobicamente (com oxigênio) em dióxido de carbono e água. Observe a produção de
energia (ATP) associada com a quebra aeróbica. Fonte: BIOGEO10. Disponível em: <
<http://biogeo10.wordpress.com/2009/04/29/fermentacao-respiracao-aerobia/>. Acesso em:
31 jul. 2012.

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A Produção de Glicose

Como temos visto, os carboidratos podem ser quebrados nas células, como
uma fonte de energia. As células podem também fabricar ou sintetizar glicose a
partir de outras substâncias. As proteínas, por exemplo, podem ser quebradas, e os
produtos da quebra podem ser utilizados na fabricação de glicose. A síntese de
glicose é um mecanismo importante na regulação do açúcar do sangue. Se os níveis
de açúcar sangüíneo caem, proteínas são convertidas no fígado em glicose, que é
liberada na corrente circulatória, restabelecendo assim os níveis normais de açúcar.

Os clínicos observam as condições anormais envolvendo a utilização e a


síntese da glicose. Nas pessoas diabéticas, a falta de insulina afeta o metabolismo
da glicose de duas formas. Primeiro, como a insulina é necessária para o transporte
de glicose para o interior da célula, a falta de insulina priva as células de glicose e,
dessa maneira, da energia por ela proporcionada. Segundo, a falta de insulina
determina a quebra das proteínas do organismo para serem convertidas em glicose.
Como as células diabéticas não podem utilizá-la, a glicose se acumula no sangue,
tornando a pessoa hiperglicêmica, isto é, com excesso de açúcar no sangue. Por-
tanto, um indivíduo diabético possui a maior parte da glicose de seu organismo no
sangue e não nas células, onde ela é necessária para a produção de energia.

A glicose é armazenada sob a forma de glicogênio. Se ocorre o excesso de


glicose, suas moléculas se unem em uma longa e ramificada cadeia de glicogênio
(um polissacarídeo). O glicogênio é encontrado principalmente no fígado e nos
músculos esqueléticos. Quando necessário, ele pode ser quebrado em moléculas
individuais de glicose, como se observa, por exemplo, em um músculo sob exercício
intenso, onde o ATP é liberado rapidamente. O glicogênio armazenado no músculo
constitui uma fonte imediata de glicose, que pode ser queimada como combustível.

LIPÍDIOS (GORDURAS)

A maioria dos lipídios é ingerida por meio de carnes gordurosas, gemas de


ovos, laticínios e diversos tipos de óleos (Figura 21).

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Figura 21. Fonte de gorduras, por exemplo, comida fast food. Fonte: NUTRIDOC. As
Gorduras. Disponível em: < http://nutridoc.inforportal.net/gorduras>. Acesso em: 31 jul. 2012.

Os lipídios mais comuns encontrados no nosso organismo são os


triglicerídeos, os fosfolipídios e os esteróides. Outros derivados dos lipídios estão
relacionados na tabela abaixo.

Como os carboidratos, os lipídios são compostos orgânicos formados por


carbono, hidrogênio e oxigênio. Porém, os lipídios são longos e apresentam um
arranjo mais complexo que os carboidratos. Os blocos, construtores de lipídios são
as longas cadeias de ácidos graxos e glicerol (Figura 22).

Figura 22. Molécula de ácido graxo e glicerol. O triglicerídeo é formado por três moléculas de
ácido graxo e uma de glicerol. Fonte: BIOLOGIA-VESTIBULAR.BLOGSPOT.COM.BR.
Disponível em: <http://biologia-vestibular.blogspot.com.br/>. Acesso em: 31 jul. 2012.

O lipídio ilustrado na Figura 22 é um triglicerídeo. Ele apresenta três (tri)

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cadeias longas de ácidos graxos unidas a uma pequena molécula de glicerol. Um
fosfolipídio é formado quando um grupo fosfato se une a um dos sítios do glicerol.
Os fosfolipídios são importantes componentes das membranas celulares.

A maioria dos lipídios da dieta é composta por triglicerídeos, moléculas que


contêm glicerol e ácidos graxos. Os ácidos graxos são classificados como saturados
ou insaturados. Um ácido graxo saturado (ovo, manteiga, banha) é sólido à
temperatura ambiente. Também incluídas nesse grupo estão as gorduras
artificialmente endurecidas, ou hidrogenadas, como pastas vegetais e margarina.
Gorduras saturadas são provenientes principalmente de fontes animais. As gorduras
insaturadas são líquidas à temperatura ambiente, sendo geralmente chamadas de
óleos.

O corpo pode sintetizar todos os ácidos graxos, com uma exceção, o ácido
linolênico, que é um componente necessário das membranas celulares. Por isso o
ácido linolênico é um ácido graxo essencial que deve ser incluído na dieta.

Recomenda que não mais que 30% das calorias diárias absorvidas sejam
gorduras e, além disso, que não mais do que 10% da gordura seja saturada. Como a
ingestão de gordura (particularmente a saturada) tem sido associada ultimamente a
inúmeros problemas de saúde, os especialistas em saúde encorajam a cortar a
ingestão de gordura.

O esteróide é o terceiro tipo de lipídio, sendo mais importante o colesterol


(Figura 23).

Figura 23. Fórmula química do colesterol. Fonte:


CORTICOIDES.WORDPRESS.COM. Disponível
em:
<http://corticoides.wordpress.com/2012/05/27/hor
monios-esteroides-e-o-colesterol-qual-a-relacao/>.
Acesso em: 31 jul. 2012.

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Enquanto a maior parte do colesterol é consumida por meio de carne, ovos e
queijo, o corpo também pode sintetiza colesterol no fígado. Embora exista toda uma
pressão negativa sobre ele, o colesterol desempenha diversas funções importantes.
Por exemplo, o colesterol está presente em todas as membranas celulares e é
necessário para a síntese de vitamina D na pele. Ele também é utilizado pelos
ovários e testículos na síntese dos hormônios sexuais.

Utilização dos Lipídios

O que ocorre com o bacon que você come no almoço? Coisas boas e coisas
ruins. A boa é que os lipídios são necessários para o organismo (I) como fonte de
energia, (2) como um componente das membranas celulares e (3) na síntese de
esteróides. A coisa ruim é que a gordura pode ficar armazenada por um longo
período - a gordura pode torná-lo gordo! Além disso, eÍa também pode ser
depositada em áreas onde não é desejada, como no interior dos vasos sangüíneos.

Metabolismo dos Lipídios

Como os ácidos graxos são quebrados? Como a glicose, os ácidos graxos e


o glicerol podem ser quebrados para liberar a energia neles armazenada. Porém,
por serem estruturas de cadeia longa, eles devem cortados em unidades pequenas
antes de penetrarem nas mitocôndrias e tomarem parte do ciclo do ácido cítrico (de
Krebs). A queima aeróbica das unidades de ácido graxo nas mitocôndrias libera uma
enorme quantidade de energia (ATP).

Como as moléculas de ácido graxo são muito maiores que as moléculas de


glicose, a quantidade de energia liberada na queima dos ácidos graxos é muito
maior do que aquela liberada na queima da glicose.

Conhecendo o metabolismo dos lipídios, a mãe Natureza encoraja o urso


cinzento a comer muito e ganhar peso. Com isso, ele está apto a hibernar durante
os meses de inverno, pois ele é capaz de viver da gordura armazenada obtida da
farta alimentação do verão e do outono. Enquanto o urso hiberna, a sua gordura é
quebrada gradualmente, e o ATP liberado é suficiente para mantê-lo vivo.

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Como são produzidos os ácidos graxos? Como bem sabemos, a gordura
pode também ser fabricada, ou sintetizada. A quantidade extra de guloseimas
ingerida hoje é depositada no seu quadril amanhã! Quando se consome um excesso
de calorias (energia), as enzimas que sintetizam gordura são estimuladas. A gordura
é depositada no tecido adiposo do corpo. Nos homens, uma grande quantidade de
gordura é depositada na região abdominal, enquanto que nas mulheres, a maior
parte da gordura acumula-se no quadril e nas coxas.

PROTEÍNAS

A proteína é a matéria orgânica mais abundante em nosso organismo. Por


estar presente nos inúmeros compostos fisiológicos importantes, torna-se correto
afirmar que ela participa de todas as funções do corpo. Por exemplo, quase todas as
reações químicas do nosso organismo são reguladas por uma enzima, que é uma
proteína. A maioria dos hormônios são proteínas; a hemoglobina, que transporta
oxigênio para as células do corpo, é uma proteína. Finalmente, os músculos se
contraem em virtude de suas proteínas contráteis, a actina e a miosina. Como você
pode ver, as proteínas são essenciais para a vida.

Os blocos construtores de proteína são os aminoácidos. Cerca de 20


aminoácidos são utilizados para formar uma proteína. A maioria dos aminoácidos
provém dos alimentos como carne, leite e ovos (Figura 24), que são excelentes
fontes de proteína. Mais da metade dos aminoácidos pode ser sintetizada pelo
organismo. Por exemplo, se na dieta não existir o aminoácido alanina, ele pode ser
sintetizado no interior do fígado.

Todavia, alguns aminoácidos não podem ser sintetizados pelo corpo e


devem ser obtidos da dieta. Por ser necessária a ingestão desses aminoácidos na
dieta, eles são chamados de aminoácidos essenciais. Aqueles que podem ser
sintetizados no fígado são os aminoácidos não-essenciais, ou seja, não são
absolutamente necessários na dieta. Dos 20 aminoácidos, nove são essenciais.

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Figura 24. Alimentos ricos em proteínas.
Fonte:
ESPORTENUT.BLOGSPOT.COM.BR.
Disponível em: <
http://esportenut.blogspot.com.br/2011/08/i
mportancia-da-proteina-para.html>. Acesso
em: 31 jul. 2012.

Observe na Tabela 1 a relação dos aminoácidos comuns (nota: o termo não


essencial não significa que esses aminoácidos não sejam necessários ao
organismo. O termo refere-se à capacidade do corpo em sintetizá-los quando eles
não estão incluídos na dieta).

Tabela 1. Aminoácidos comuns.

Alanina Leucina

Arginina Lisina

Asparagina Metionina

Ácido aspártico Fenilalanina

Cisteína Prolina

Ácido glutâmico Serina

Glutamina Treonina

Glicina Triptofano

Histidina Tirosina

Isoleucina Valina

Aminoácidos Essenciais

Os principais aminoácidos essenciais: fenilalanina, histidina, isoleucina,

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leucina, lisina, metionina, triptofano, valina. Conheça agora cada um (DOVERA,
2007):

Fenilalanina

Trata-se de mais um aminoácido muito empregado na Medicina


Ortomolecular. Na forma L-fenilalanina, é estimulante da colecistoquinina, que inibe
o centro da fome. Por isso, é usado no tratamento da obesidade. Também é
estimulante da gordura marrom. A forma DL-fenilalanina é utilizada como
analgésico, com efeito opiáceo, no tratamento da dor de diferentes patologias de
base. As doses variam de 100 a 500 mg, 3 vezes ao dia, nas formas L ou DL-
fenilalanina.

Histidina

Não é muito empregada na Medicina Ortomolecular. Seu uso é mais


folclórico nos casos de fadiga crônica, no combate ao estresse e nas alterações da
libido. As doses variam de 100 a 500 mg, 3 vezes ao dia.

Isoleucina

Também faz parte dos aminoácidos de cadeia curta. Indica-se seu uso,
geralmente, associado à leucina e à valina, como suplemento em polineuropatias e
patologias degenerativas que comprometem a bainha de mielina. As doses variam
de 100 a 500 mg, 3 vezes ao dia.

Leucina

A leucina faz parte dos aminoácidos de cadeia curta. É indicada,


principalmente, nas doenças desmielinizantes por fazer parte estrutura protéica da
bainha de mielina. Recentes experiências têm sugerido sua administração como
suplemento a pacientes com esclerose amiotrófica lateral, associado à valina e à
isoleucina. As doses variam de 100 a 500 mg, 3 vezes ao dia.

Lisina

A lisina é outro aminoácido que faz parte da estrutura do hormônio do

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crescimento. Sua indicação preferencial é na profilaxia do herpes simples,
principalmente o do tipo 1 ou genital. As doses médias variam de 100 a 500 mg, 3
vezes ao dia. Na profilaxia do herpes, recomenda-se 500 mg em dose única/dia e
por períodos prolongados.

Metionina

É um importante aminoácido, porque é o principal fator na formação de


cisteína, que tem efeito antioxidante. A metionina, por possuir grupos sulfidrila na
composição, tem efeito antioxidante, assim como efeito quelante. As doses de
metionina variam de 100 a 300 mg, 3 vezes ao dia.

Triptofano

O triptofano também é um dos aminoácidos mais utilizados na Medicina


Ortomolecular. É muito indicado nas seguintes situações:

─ para tomar parte do metabolismo das vitaminas do complexo B, principalmente


do ácido nicotínico e do cloridrato de piridoxina;

─ como substrato formador do neurotransmissor de serotonina, razão pela qual são


utilizadas altas doses em pacientes com insônia/depressão. Nestes últimos, é
associado a inibidores da recaptação de serotonina;

─ para formar a melatonina, na forma L-trIptofano, via serotonina, que regula o ciclo
do sono.

As doses sugeridas variam de 100 a 500 mg, 3 vezes ao dia. Os principais


aminoácidos não-essenciais são: ácido aspártico, ácido glutâmico, alanina, arginina,
asparagina, carnitina, cisteína, citrulina, glicina, glutamina, ornitina, prolina, serina e
tirosina. Eles devem ser utilizados como suplemento alimentar e administrados, de
preferência, em jejum ou, pelo menos, 30 minutos antes das principais refeições.

Aminoácidos Não-Essenciais

Conheça, agora, alguns aminoácidos não-essenciais (DOVERA, 2007):

Arginina

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Trata-se de um dos aminoácidos mais utilizados na Medicina Ortomolecular
porque faz parte da cadeia de aminoácidos do hormônio do crescimento.

A arginina sintetiza o óxido nítrico ou denominado fator de relaxamento


endotelial, que pode ser utilizado como vasodilatador ou para diminuir a pós-carga
do trabalho do coração nos pacientes hipertensos.

Esse aminoácido também sintetiza a espermidina, importante para a


maturação dos espermatozóides, e acredita-se que tenha função na proteção da
atividade cerebral, por ter sido encontrada espermidina no cérebro.

A arginina deve ser administrada com cautela nos pacientes portadores de


herpes e naqueles que estejam recebendo suplementos simultaneamente de lisina
(o fator pró-herpético da arginina deve-se à sua capacidade de inibir a absorção da
lisina). As doses variam de 100 a 500 mg, 3 vezes ao dia.

Cisteína

É um dos aminoácidos mais importantes dentro da Medicina Ortomolecular


pelas seguintes razões:

─ forma parte do núcleo ativo da enzima glutationa peroxidase, que inibe a formação
dos peróxidos lipídicos;

─ a sua formação deficitária, por deficiência clínica ou sub clínica de vitamina B 6,


vitamina B12 ou de ácido fólico, favorece a formação da homocisteína; fator
importante independentemente de risco de doença cardiovascular.

É indicado, principalmente, a pacientes com hipercolesterolemia, associado


a níveis elevados de Apo-B ou IpA, indicativos de oxidação do colesterol, associado
ou não a hipo-colesterolemiantes. As doses médias de cisteína variam de 600 a
1.200 mg, até 3 vezes ao dia, via oral ─ efervescente ou parenteral.

Tirosina

Apesar de ser um produto intermediário do metabolismo da fenilalanina,


pode ser utilizada isoladamente como estimulador da atividade tiroidiana e como

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suplemento em pacientes com fadiga crônica. As doses variam de 100 a 500 mg, 3
vezes ao dia.

Carnitina

É um produto do metabolismo da lisina em presença de S-adenosil-


metionina. Dentro dos conceitos de Medicina Ortomolecular, é indicada como
suplemento nos seguintes casos:

─ nas patologias cardiovasculares, por manter a atividade da musculatura lisa


periférica e da musculatura estriada não-voluntária do coração. Neste último caso,
tem sido empregada concomitantemente ao tratamento habitual em pacientes com
insuficiência cardíaca, associada à ubiquinona ou co enzima Q10;

─ como importante suplemento na formação da gordura marrom, que tem efeito


termogênico, além de ser um protetor dos tecidos contra o estresse oxidativo.

As doses de camitina variam de 100 a 500 mg, 3 vezes ao dia.

Citrulina

É um aminoácido normalmente empregado junto com outros aminoácidos na


suplementação do esqueleto protéico. A citrulina sugere propriedades semelhantes
à histidina no combate ao estresse e à fadiga e na melhora da libido. Porém, isso
ainda não tem base científica.

Ornitina

A omitina forma, junto com a arginina e a lisina, o esqueleto protéico do


hormônio do crescimento. Pode ser administrada junto com a arginina, mas esta
última deve ser administrada em dias diferentes da suplementação com lisina. As
doses variam de 200 a 500 mg, 2 a 3 vezes ao dia.

As proteínas são classificadas como completas ou incompletas. Uma


proteína completa contém todos os aminoácidos essenciais. As proteínas completas
são encontradas em fontes animais, como carne, ovos e derivados do leite. As
proteínas incompletas não contêm todos os aminoácidos essenciais, como as

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proteínas vegetais. Estas incluem nozes, grãos e legumes. As proteínas vegetais, se
ingeridas em combinações, podem fornecer um suplemento completo de
aminoácidos. Por exemplo, um prato de arroz e feijão é completo pois ele supre
todos os aminoácidos essenciais, muito embora o arroz e o feijão sejam proteínas
incompletas.

Como os carboidratos e os lipídios, os aminoácidos são compostos por


carbono, hidrogênio e oxigênio. Além desses três elementos, eles também contêm
nitrogênio, que aparece como um grupo amina (NH2). Na outra extremidade da
molécula de aminoácido está o grupo ácido (COOH) (daí o nome: aminoácido).
Observe o grupo amina e o grupo ácido na Figura 25.

Figura 25. Fórmula geral de um aminoácido. Fonte: LOUREDO, Paula. Disponível em:
<http://www.brasilescola.com/biologia/peptideos.htm>. Acesso em 31. jul. 2012.

Os aminoácidos são unidos entre si por ligações peptídicas. Uma ligação


peptídica ocorre quando o grupo amina (NH2) de um aminoácido se une com o grupo
ácido (COOH) de outro aminoácido. Um peptídio é formado quando alguns
aminoácidos se unem através de ligações peptídicas; a formação de um polipeptídio
ocorre quando diversos aminoácidos se unem. As proteínas são polipeptídios muito
grandes, sendo que a maioria das proteínas é composta por mais de uma cadeia de
polipeptídios.

Utilização das Proteínas

As proteínas são utilizadas de três maneiras. A mais importante é na síntese


de hormônios, enzimas, proteínas plasmáticas, proteínas musculares e a maioria
das membranas celulares. De um jeito ou de outro, as proteínas desempenham um
papel fundamental em todas as funções fisiológicas. Os diversos tipos de proteínas
e suas funções estão relacionados na Tabela 2. Devido à grande demanda de
proteína, a maior parte dos aminoácidos é cuidadosamente conservada pelo

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organismo para a utilização na síntese de proteínas.

Existem duas outras formas menos comuns de se utilizar as proteínas. Na


primeira, a proteína pode ser quebrada e usada como combustível, como fonte de
energia para a produção de ATP. Todavia, esse processo não é desejável, pois as
fontes de energia preferidas são os carboidratos e as gorduras. Na segunda forma,
menos comum, a proteína pode ser quebrada e convertida em glicose. Esse
mecanismo é utilizado pelo organismo para assegurar que os níveis sangüíneos de
glicose não se tornem muito baixos para a manutenção da vida. O uso da proteína
para a síntese de glicose ocorre quando os níveis sanguíneos dessa substância não
podem ser mantidos pela dieta de carboidratos e pelo glicogênio armazenado.

Quebra da Proteína

A quebra das proteínas apresenta um problema em particular pois, além de


os aminoácidos conterem carbono e oxigênio, eles também possuem o nitrogênio e,
embora a quebra de um aminoácido seja semelhante à da glicose, a presença do
nitrogênio faz uma grande diferença. Carbono, hidrogênio e oxigênio podem ser
quebrados em dióxido de carbono e água e eliminados do organismo; porém, o
nitrogênio deve ser controlado de maneira especial pelo fígado. Ele pode ser
reciclado e utilizado para sintetizar diferentes aminoácidos ou ser convertido em
uréia e excretado.

Conversão de Proteína em Uréia

Parte do nitrogênio liberado pela quebra dos aminoácidos é removido do


organismo. O processo ocorre quando o grupo amina (NH2) é removido do aminoá-
cido e o fígado converte o composto em uréia. O sangue então transporta a uréia do
fígado para os rins, onde é eliminada na urina. A maior parte do nitrogênio, porém, é
reciclada pelo organismo.

Portanto, o corpo, como uma fábrica, necessita de matéria-prima para


crescimento, reparos e funcionamento. A matéria-prima é proveniente dos alimentos
- carboidratos, proteínas e gorduras. Os carboidratos e as gorduras são o
combustível principal, e as proteínas são utilizadas principalmente na síntese de
diversas substâncias vitais como os hormônios, as enzimas, os anticorpos, as

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proteínas plasmáticas e os componentes estruturais das células.

VITAMINAS

As vitaminas são moléculas orgânicas menores que ajudam a regular o


metabolismo celular e são encontradas em muitos alimentos (Figura 26). As
vitaminas, classificadas como lipossolúveis ou hidrossolúveis, são partes de
enzimas ou de outras substâncias orgânicas, essenciais ao funcionamento celular
normal.

As vitaminas lipossolúveis incluem as vitaminas A, D, E e K. A bile é


necessária para a absorção das vitaminas lipossolúveis. Como o organismo
armazena vitaminas lipossolúveis, o excesso de ingestão (hipervitaminose) pode
resultar em sintomas de toxicidade.

As vitaminas hidrossolúveis incluem as vitaminas B e C, que não dependem


da bile para serem absorvidas, sendo que a maior parte não é armazenada pelo
corpo. O excesso de vitaminas hidrossolúveis é geralmente excretado na urina. A
excreção, todavia, não afasta a possibilidade de toxicidade, em resposta a uma
megadosagem de vitaminas hidrossolúveis.

Figura 26. Alimentos ricos em vitaminas. Fonte: IZAC, Jussara Dutra. Disponível em:
<http://www.senado.gov.br/portaldoservidor/jornal/jornal94/nutricao_vitaminas.aspx>.
Acesso em: 31 jul. 2012.

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Você pode entender melhor as funções das vitaminas ao observar os efeitos
da deficiência de uma vitamina específica. Por exemplo, a vitamina A é necessária
para uma pele saudável, possuindo também uma importante função na visão
noturna. A deficiência de vitamina A é caracterizada por várias lesões de pele e pela
cegueira noturna, que é a incapacidade de enxergar em locais escuros. A vitamina A
é encontrada em alimentos de origem animal (leite, ovos, fígado). Os vegetais
folhosos verde-escuros, vegetais e frutas amarelo-alaranjados possuem
carotenóides que são convertidos em vitamina A pelo organismo.

A vitamina D é necessária para a absorção de cálcio e o desenvolvimento e


a formação de ossos fortes; sua deficiência causa o raquitismo em crianças, uma
condição que causa o amolecimento dos ossos que, então, tornam-se curvos em
resposta ao peso que suportam. Como a pele pode sintetizar a vitamina D em
resposta a uma exposição à radiação ultravioleta, a incidência de raquitismo é alta
em lugares com pouca luz solar.

A vitamina K tem uma funcão fundamental na hemostasia. Ela é necessária


para a síntese da pretrombina e vários fatores de coagulação. A sua deficiência
causa a hipoprotrombinemia (diminuição da quantidade de protrombina no
sangue) e a tendência a um sangramento excessivo.

A vitamina B1 ou tiamina tem papéis essenciais na transformação de energia


e na condução de membranas e nervos. É necessária no metabolismo de gorduras,
proteínas, ácidos nucléicos e carboidratos. É absorvida por transporte ativo no meio
ácido do duodeno. A absorção pode ser inibida pelo consumo de álcool, que
interfere no transporte da vitamina. A tiamina é encontrada em grande número de
alimentos, tanto de origem animal como vegetal, incluindo legumes, raízes, leite,
vísceras e cereais.

A vitamina B3 ou niacina é o termo genérico para a nicotinamida ou ácido


nicotínico. Sua absorção ocorre no intestino delgado e um pequeno armazenamento
ocorre no organismo. Qualquer excesso é eliminado através da urina. A niacina está
presente em coenzimas essenciais para as reações de oxidação-redução envolvidas
na liberação de energia por carboidratos, gorduras e proteínas. Carnes magras,

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carnes de aves domésticas, peixes, levedo de cerveja e amendoins são fontes ricas
em niacina. Vegetais e frutas são fontes pobres.

A vitamina B6 ou piridoxina é um complexo de três compostos químicos


(piridoxamina, piridoxal, piridoxol), ativos, relacionados entre si e encontrados em
fontes naturais. Suas três formas são rapidamente absorvidas pelo intestino. Ela
está envolvida no metabolismo dos aminoácidos, no funcionamento do sistema
nervoso e também na saúde da pele. As melhores fontes de piridoxina são: levedo,
germe de trigo, carne de porco, vísceras (principalmente fígado), cereais integrais,
leguminosas, batatas, banana e aveia.

A vitamina B12 ou cobalamina é essencial para o funcionamento normal do


metabolismo de todas as células, especialmente para aquelas do trato
gastrointestinal, medula óssea e tecido nervoso. A concentração mais elevada de
cobalamina é encontrada no fígado. Ela é liberada no rim conforme a necessidade
da medula óssea e outros tecidos. As fontes mais ricas de cobalamina são fígado e
rim, seguidos por leite e derivados, ovos, peixe e carnes de músculo.

A vitamina C é necessária para a integridade da pele e das membranas


mucosas, sendo que sua deficiência causa o escorbuto, uma condição envolvendo
lesões de pele e a incapacidade dos tecidos em cicatrizar-se. Historicamente, o
escorbuto era comum em navios que ficavam no mar por meses a fio. Tende sido
descoberto que frutas como a lima preveniam o escorbuto, os marinheiros britânicos
viajavam ao redor do mundo bebendo suco de lima. Em resposta a esse hábito, eles
foram apelidados de limeiras. Outras deficiências vitamínicas estão incluídas na
Tabela 2.

Tabela 2. Principais vitaminas, com indicações de funções, síndromes carenciais e


fontes onde são encontradas.

VITAMINA FUNÇÃO DEFICIÊNCIA FONTE


Lipossolúvel
Vitamina A Necessária para a Cegueira noturna; Agrião, pimentão,
pele, membranas pele seca, abobrinha, brócolis,
mucosas e visão alterações das escarola,

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noturna. membranas beterraba, couve,
mucosas. tomate, cenoura,
alface, quiabo,
mamão, manga
pêra, goiaba, caqui,
tangerina, leite,
gema de ovo,
fígado.
Vitamina D Necessária para a Raquitismo em Fígado, óleos de
(Calciferol) absorção do cálcio crianças; peixes e gema de
e do fósforo. osteomalácia em ovos. Além disso, o
adultos. organismo humano,
quando exposto à
luz solar, é capaz
de sintetizar a
vitamina D a partir
do colesterol.
Vitamina E Necessária para a Não definida. Gérmen de trigo,
saúde das nozes, óleos de
membranas soja, milho e
celulares. girassol, gema de
ovo, carnes,
amendoim.
Vitamina K Necessária para a Hemorragias. Fígado, alface,
síntese de couve, espinafre,
protrombina e repolho, leite e
outros fatores de ovos.
coagulação.
Hidrossolúvel
Tiamina Auxilia na liberação Beribéri; vômitos; Milho, pêra, maçã,
(Vitamina B1) de energia dos insônia; palidez; mamão, goiaba,
carboidratos e taquicardia; banana, carnes,
aminoácidos; dilatação cardíaca; gema de ovos,

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necessária para o dispnéia; cereais integrais,
crescimento. polineuropatia; ervilha, feijão,
doença de vagem, batata,
Wernicke. couve, nozes.
Riboflavina Essencial para o Alterações na pele Pêra, maçã, caqui,
(Vitamina B2) crescimento e língua; dermatites. jaca, jabuticaba,
maracujá, abacaxi,
escarola, couve-
flor, almeirão,
tomate, cenoura,
feijão, leite, ovos,
queijos, carnes.
Niacina Auxilia na liberação Pelagra com Levedo, gérmen de
(Vitamina B3) de energia dos dermatites, diarréia, trigo, peixe, rim,
nutrientes. alterações mentais. fígado, co-ração,
ovo, queijo,
amendoim, couve,
banana, goiaba,
mamão.
Ácido É essencial para o Doenças Gema de ovo, rim,
pantogênico metabolismo neurológicas; fígado, leveduras,
(Vitamina B5) celular. Está síndrome do ardor leite, batata doce,
envolvido na nos pés; cefaléia; melaço.
liberação de energia sonolência;
do carboidrato, na náuseas; câimbras
degradação e na região
metabolismo de abdominal.
ácidos graxos, na
síntese do
colesterol,
fosfolipídeos,
hormônios
esteróides e porfiria

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para
hemoglobina e
colina.
Piridoxina Participa do Alterações no Banana, cenoura,
(Vitamina B6) metabolismo dos sistema nervoso e ervilha, fígado,
aminoácidos e das na pele. germe de trigo,
proteínas. cereais integrais,
carnes, salmão.
Vitamina B12 Auxilia na formação Anemias, Fígado, rim, peixes,
das células particularmente ovos, frutos do mar.
vermelhas do anemia perniciosa.
sangue e DNA.
Ácido Fólico Participa da Anemias; defeitos Vísceras de
formação da no tubo neural na animais, verduras
hemoglobina e do embriogênese. de folha verde,
DNA. legumes, frutos
secos, grãos
integrais e levedura
de cerveja.
Ácido ascórbico Necessário para a Escorbuto; ossos Laranja, kiwi,
(Vitamina C) síntese de fracos e melão, morango,
colágeno; auxilia na cicatrização caju, acerola,
manutenção dos deficiente de goiaba, abacaxi,
capilares; auxilia na feridas. tomate, limão,
absorção do ferro. mamão, caju,
alface, agrião,
tomate, cenoura,
pimentão, nabo,
espinafre, couve-
flor.

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MINERAIS

Os minerais são substâncias inorgânicas necessárias à função normal do


organismo e presentes em uma variedade de alimentos (Figura 27).

Figura 27. Alguns alimentos que contêm sais minerais. Fonte: FONSECA, K. Sais
Minerais. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/biologia/os-sais-
minerais.htm>. Acesso em: 31 jul. 2012.

Os minerais possuem numerosas funções, que vão desde a regulação do


volume de plasma (sódio, cloro) até o crescimento ósseo (cálcio), o transporte de
oxigênio (ferro) e a regulação do padrão metabólico (iodo) (Tabela 3).

Alguns minerais como sódio, potássio, cálcio, fósforo, cloro e magnésio são
considerados macronutrientes por serem necessários em grande quantidade ao
organismo (100 mg/dia ou mais) e são chamados de macrominerais.

Outros, micronutrientes, como ferro, zinco, cobre, manganês, molibdênio,


selênio, iodo e flúor, necessários ao organismo em pequenas quantidades, porém de
grande importância para o metabolismo, são chamados microminerais ou
oligoelementos.

As deficiências de minerais podem causar sérios problemas de saúde. Por


exemplo, o iodo é necessário para a síntese do hormônio da tireóide, a tireoxina, e a
sua deficiência pode causar um aumento da glândula tireóide (bócio) e o
hipotireoidismo. Como o ferro é necessário para a síntese de hemoglobina, sua
deficiência pode causar anemia. O estado anêmico é caracterizado pela fadiga e,

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dependendo de sua severidade, por uma diminuição da capacidade de transportar
oxigênio pelo corpo.

Tabela 3. Principais minerais com as respectivas funções, síndromes carenciais e


fontes alimentares onde são encontrados.

MINERAL FUNÇÃO DEFICIÊNCIA FONTE


Potássio (K) Atividade nervosa e Alterações nervosas Azeitona verde,
muscular. e musculares. ameixa seca,
ervilha, figo,
lentilha,
espinafre,
banana, laranja,
tomate, carnes,
vinagre de maçã,
arroz integral.
Sódio (Na) Equilíbrio de água; Fraqueza, câimbra, Todos os
condução do impulso diarréia, vegetais
nervoso. desidratação, (principalmente
confusão. salsão, cenoura,
agrião e
cebolinha verde),
queijo, nozes,
aveia.
Cálcio (Ca) Componente dos ossos Raquitismo, tétano, Queijo, leite,
e dentes, condução amolecimento nozes, uva,
nervosa, contração ósseo. cereais integrais,
muscular, coagulação nabo, couve,
sanguínea. chicória, feijão,
lentilha,
amendoim,
castanha de caju.
Fósforo (P) Componente dos ossos Desmineralização Carnes, miúdos,

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e dentes, componente óssea. aves, peixes, ovo,
da adenosina trifosfato, leguminosas,
ácidos nucléicos e queijo, cereais
membranas celulares. integrais.
Ferro (Fe) Componente da Anemia, pele seca. Fígado, rim,
hemoglobina (células coração, gema de
vermelhas do sangue). ovo, leguminosas,
verduras, nozes,
frutas secas,
azeitona.
Iodo (I) Necessário para a Hipotireoidismo; Agrião,
síntese dos hormônios bócio por alcachofra,
da tireóide. deficiência de iodo. alface, alho,
cebola, cenoura,
ervilha, aspargo,
rabanete, tomate,
peixes, frutos do
mar vegetais.
Magnésio Componente de Espasmos Frutas cítricas,
algumas enzimas; musculares, leguminosas,
importante no arritmias, gema de ovo,
metabolismo dos vasodilatação. salsinha, agrião,
carboidratos. espinafre, cebola,
tomate, mel.
Flúor Componente dos ossos Cáries dentárias. Agrião, alho,
e dentes. aveia, brócolis,
beterraba, cebola,
couve-flor, maçã,
trigo integral.
Minerais Pequenas quantidades
Traço necessárias para
determinadas funções.
Zinco (Zn) Atua no controle Diminui a produção Carnes, fígado,

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cerebral dos músculos; de hormônios peixe, ovo,
ajuda na respiração masculinos e leguminosas,
dos tecidos; participa favorece o diabete nozes.
no metabolismo das
proteínas e
carboidratos.
Cobre (Cu) Age na formação da Centeio, lentilha,
hemoglobina (pigmento figo eco, banana,
vermelho do sangue). damasco, passas,
ameixa, batata,
espinafre.

Manganês Importante para o Cereais integrais,


(Mn) crescimento; intervém amendoim,
no aproveitamento do nozes, feijão,
cálcio, fósforo e arroz integral,
vitamina B1. banana, alface,
beterraba, milho.
Selênio (Se) Esse mineral evita a Fraqueza muscular; Grãos são boas
ocorrência da doença mialgias; queda de fontes de selênio,
de Keshan cabelos; dermatites dependendo da
(cardiomiopatia juvenil), de pele e couro concentração de
alterações pancreáticas cabeludo; selênio no solo e
e promove o dermatomicoses; água onde
crescimento corpóreo. monilíase vaginal; crescem. Outras
micoses de fontes são: frutos
repetição com do mar, carne
aumento da bovina e carnes
frequência de de aves.
dermatite
seborréica.

Entre os principais elementos minerais importantes aos seres vivos,

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destacam-se:

Cálcio: O cálcio é um dos elementos mais abundantes no organismo, na quantidade


aproximada de 1 quilo, distribuído principalmente nos dentes e ossos. É necessário
durante o processo de calcificação e manutenção óssea, compondo também a
estruturação dos dentes, além de colaborar com a condução de impulsos nervosos e
contração muscular.

Entre suas principais indicações ortomoleculares, citamos:

a) na suplementação de pacientes com osteoporose, seja na forma de carbonato,


pantotenato, citrato, lactato, seja na forma quelada;

b) em alguns casos de doença hipertensiva, com deficiência de cálcio, tem-se


mostrado eficaz como suplemento à terapia habitual.

As doses de cálcio variam de 300 a 1.200 mg/dia. Nos casos de osteoporose


severa pode-se chegar a doses de 2 mil mg/dia. São fontes de cálcio: amêndoa,
coco, gergelim, leite e derivados, vegetais folhosos escuros.

Figura 28. Alimentos ricos em cálcio. Fonte: BLOGUESIA.COM.BR. Disponível em: <
http://www.bloguesia.com.br/2011/10/31/calcio/>. Acesso em: 31 jul. 2012.

Fósforo: auxilia a manutenção óssea, está presente na composição da molécula de

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DNA, RNA e ATP. Sua absorção também é regulada pela vitamina D. Atualmente,
devido ao uso de aditivos ricos em fósforo nas plantações, está havendo maior
probabilidade de ocorrer excesso de ingestão de fósforo, que pode interferir na
formação óssea e competir com o manganês, zinco e magnésio.
Está presente em vários alimentos em grandes quantidades, não havendo
problema de carência como normalmente ocorre com outros nutrientes. Sua fonte
inclui carne em geral e legumes.

Sódio: atua na osmoregulação, difusão dos impulsos nervosos e auxílio no


processo de contração muscular. É encontrado no sal de cozinha.

Flúor: proporciona a formação dos dentes e ossos. Esse mineral está presente em
baixa concentração nos alimentos e é adicionado ao fornecimento de água potável.

Potássio: também participa da osmoregulação, está presente na conformação dos


fosfolipídios da membrana plasmática, participa da transmissão dos impulsos
nervosos, e também influencia a contração muscular. Suas fontes principais incluem
frutas, verduras e legumes, principalmente crus.

O potássio é usado como suplementação em pacientes portadores de


patologia cardíaca, deficientes em potássio, principalmente quando são tratados
com diuréticos. Nesses casos, além do potássio, deve-se administrar,
concomitantemente, o magnésio. As doses variam de 25 a 100 mg/dia. É
encontrado em frutas e vegetais frescos.

Ferro: parte integrante da molécula de hemoglobina, responsável pela assimilação e


transporte de oxigênio. É encontrado no fígado, vegetais verdes, ovos, legumes,
feijão, açaí, damasco, coco, gergelim e sementes (Figura 29).

A deficiência do ferro causa anemia ferropriva que continua sendo a principal


doença nutricional do mundo. A deficiência pode ocorrer sem anemia, produzindo
sintomas de fadiga, problemas de comportamento, fraqueza muscular e maior
susceptibilidade a doenças. No entanto, o excesso de ferro livre, não associado a
proteínas é um poderoso gerador de radicais livres. É importante a presença de
vitamina C para aumentar a absorção de ferro.

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Fonte 29. Fontes de ferro na alimentação. Fonte: SITUADO.NET. Disponível em:
<http://situado.net/alimentos-ricos-em-ferro/>. Acesso em: 31 jul. 2012.

Iodo: composição de substâncias hormonais da glândula tireóide. Sua principal


fonte é o sal de cozinha enriquecido com iodo. Porém, também é encontrado em
peixes, e frutos do mar.

O iodo protege contra os efeitos tóxicos dos materiais radioativos,


constituindo um bom agente anti-séptico. As algas marinhas ricas em iodo contêm
outras substâncias que oferecem proteção contra algumas formas de radiação.

Magnésio: presente na molécula de clorofila, proporciona a captação de


luminosidade. Esse mineral está presente em frutas, cereais integrais, alguns
legumes e vegetais.

Atua na síntese de proteínas e lipídios, na formação óssea; transmissão da


corrente nervosa; na contração e relaxamento muscular; formação de anticorpos;
reposição de cartilagem e como cardioprotetor.

Fatores que causam deficiência de magnésio: excesso de gordura saturada


na alimentação, excesso de fósforo, excesso de cálcio e de proteínas, adubos ricos
em potássio, refrigerantes à base de cola, excesso de ácool e sal refinado.

A deficiência de magnésio causa anorexia, irritabilidade, taquicardia e outras

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alterações cardíacas, insônia, apatia e confusão. Uma carência crônica de
magnésio pode levar a um reumatismo articular ou osteoartrose, uma vez que para
a síntese de colágeno, que é uma proteína das articulações, é necessário ingerir,
além de proteína, vitamina C e magnésio.

O magnésio é um dos elementos minerais mais importantes do corpo


humano, e dentro dos conceitos de medicina ortomolecular é empregado como:

a) hipotensor, por inibir a entrada de cálcio dentro do sarcômero;

b) importante agente para manter a passagem dos estímulos entre os neurônios;

c) agente antiarrítmico, principalmente em pacientes com deficiência plasmática de


magnésio;

d) nas profilaxias de enxaqueca, na tensão pré-menstrual e na hipertensão leve ou


limítrofe.

As doses de magnésio variam de 30 a 300 mg/dia. Em doses muito


elevadas, o efeito colateral mais freqüente é a diarréia, que desaparece com a
suspensão do medicamento.

Manganês

Importante para o funcionamento normal do cérebro e eficaz no tratamento


das doenças mentais, na reprodução, na manutenção da estrutura óssea normal, no
metabolismo da glicose e tratamento do diabetes; atua também como antioxidante
que ajuda a prevenir o envelhecimento precoce.

O manganês é um oligoelemento cuja maior importância reside na formação


de parte da enzima superóxido dismutase de origem mitocondrial, assim como a de
agir como co-fator na formação de diferentes aminoácidos, principalmente da
arginina, que age na formação do óxido nítrico, o fator de relaxamento endotelial.

As doses de manganês variam de 1 a 5 mg/dia, porém é preciso ter muito


cuidado com a superdosagem desse mineral, que pode ocorrer facilmente e se
manifestar com as caracteristicas de uma síndrome extrapiramidal, que desaparece

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com a eliminação do manganês do organismo.

As melhores fontes são grãos integrais e nozes. Frutas e vegetais verdes


dependem do solo e da safra.

Molibdênio

É um mineral necessário para a atividade de algumas enzimas, age como


desintoxicante de substâncias potencialmente perigosas que se encontram nos
alimentos e outras fontes de poluição. Desempenha papel também como
antioxidante e auxilia no metabolismo de carboidratos e gorduras.

É um mineral sem grandes indicações na Medicina Ortomolecular. No


entanto, seu uso em altas doses pode estimular a formação do ácido úrico.

São fontes desse mineral: grãos, legumes, vegetais folhosos verde-escuros,


leite e leguminosas.

Enxofre

Na realidade, a suplementação de enxofre é realizada por administração de


aminoácidos com grupos sulfidrilas, como a metionina, a cisteína, a taurina. Dentro
do mineralograma de cabelo, níveis baixos de enxofre são considerados como
indicadores de fatores de risco cardíaco independente, porque indica deficiência de
certos aminoácidos, principalmente a cisteína, que modifica positivamente o perfil
lipídico dos pacientes com risco cardíaco.

Cromo

É importante na prevenção e tratamento da diabetes, protege contra


doenças cardiovasculares e hipertensão arterial revelando-se útil no tratamento da
hipoglicemia. Alguns fatores contribuem para reduzir o cromo no organismo:
envelhecimento, gravidez, alto consumo de alimentos refinados e exercícios em
excesso.

Até pouco tempo, acreditava-se que o cromo não tinha função terapêutica.
Porém, hoje, sabe-se que ele pode ser usado como suplemento nas seguintes

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circunstâncias:

a) como suplemento nos pacientes com diabetes, para potencializar os


antidiabéticos orais (sulfonilureas e biguanidas), pois, provavelmente, potencializa
os receptores periféricos da insulina;

b) segundo um grande número de pesquisadores, teria um efeito antiaterogênico,


por ativar o colesterol-LDL, principalmente quando administrado em altas doses;

c) os institutos de pesquisa nos Estados Unidos, dedicados a atletas, têm sugerido


que a administração do cromo por tempo prolongado e em altas doses, poderia
aumentar a capacidade aeróbica e anaeróbica, principalmente em atletas treinados.

As doses recomendadas variam de 50 a 300 mcg/día. Praticamente não


apresenta efeitos colaterais em doses de até 1.000 mcg/dia.

São fontes de enxofre: carnes, queijo, cereais integrais, tomilho. Não se sabe
ainda a necessidade diária, mas recomenda-se entre 50 e 200 microgramas.

Zinco

Atualmente é referido como um dos principais protetores do sistema


imunológico, atuando na prevenção de doenças. Auxilia na formação da insulina; é
importante para manter o equilíbrio ácido-básico do sangue; acelera a cicatrização
de feridas; é útil no tratamento da infertilidade e impotência. Estudos indicam que
também previne a cegueira decorrente do envelhecimento.

O zinco é um dos minerais mais importantes dentro do organismo, porque


participa como co-fator de mais de 80 enzimas endógenas.

As doses variam de 10 a 200 mg/dia, devendo manter sua homeostasia com


o cobre, em uma relação máxima de 16:1. Porém, alguns trabalhos têm sugerido
que doses acima de 100 mg, por tempo prolongado e sem administração
concomitante com o cobre, podem provocar um efeito imunossupressor.

São fontes de zinco: cereais integrais, frutos do mar, carnes, semente de


abóbora, ovo (Figura 30).

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Figura 30. Alimentos ricos em zinco. Fonte: VIDASAUDAVELPOWERMINAS.COM.
Disponível em: < http://vidasaudavel.powerminas.com/sais-minerais-zinco/>. Acesso em: 31
jul. 2012.

Selênio

É um mineral que o organismo necessita em quantidades mínimas,


importante porém na prevenção de diversas doenças. É encontrado em uma enzima
crucial na defesa contra a oxidação (relacionada ao envelhecimento e a doenças
crônicas), o que lhe confere um importante papel de antioxidante. Sua deficiência
leva a catarata, distrofia celular, depressão, infertilidade, doenças cardíacas, câncer.

Na Medicina Ortomolecular, o selênio é o oligoelemento mais importante que


se conhece, por formar parte da enzima denominada glutationa peroxidase, que
inibe os peróxidos lipídicos e utiliza selênio dentro de sua molécula para garantir sua
atividade antioxidante.

São fontes de selênio: brócolis, oleaginosas (Figura 31), couve, aipo, pepino,
cebola, rabanete, grãos, peixe.

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Figura 31. As oleaginosas são fontes de selênio, vitaminas, ômega 3 e fibras, nozes,
castanhas, avelãs e amêndoas fazem muito bem, mas devem ser consumidas com
moderação. Fonte: DICASNATURAIS.BLOGSPOT.COM.BR. Disponível em: <
http://dicasnaturais.blogspot.com.br/2010/07/oleaginosas-do-bem.html>. Acesso em: 31 jul.
2012. Acesso em: 31 jul. 2012.

O selênio também tem sido sugerido como suplemento em casos de:

a) miocardiopatias, principalmente em regiões geográficas pobres em selênio;

b) países e/ou cidades localizadas em regiões pobres em selênio, que têm


apresentado um aumento na incidência de câncer;

c) trabalhos têm sugerido que a deficiência de selênio poderia ser um indicador da


severidade de certos tipos de câncer, como o de mama;

d) a suplementação de selênio é muito importante para pacientes com


hipercolesterolemia, como forma de ativar a inibição enzimática da oxidação do
colesterol.

Segundo os pesquisadores, tudo indica que o selênio tem uma grande


participação no estado de humor. Pessoas que tem carência de selênio são mais
depressivas, irritadas e ansiosas.

As doses de selênio variam de 30 a 200 mg/dia. Atualmente, utiliza-se o

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selênio orgânico apenas na forma quelada, cuja margem de segurança é muito alta,
até 1.000 mg/día, o que não acontece com o uso do selênio inorgânico (selenito,
selenato).

Cobre

Entre outras funções, o cobre é um ótimo antioxidante e também faz parte


de diversas enzimas envolvidas na produção de energia celular e na produção de
melanina. O cobre é um mineral amplamente distribuído nos alimentos o que torna
mais rara a sua deficiência. A deficiência de cobre é rara. No entanto, um sinal
clínico de deficiência é um tipo de anemia que não se cura com o consumo de ferro,
mas é corrigida com suplementação de cobre.

Outros indícios das taxas diminutas de cobre são a baixa pigmentação e a


deficiência no crescimento. A deficiência do sistema imunológico é outro sintoma,
porque as baixas no mineral levam à diminuição das células de defesa do sangue,
aumentando a susceptibilidade para infecções.

Desempenha papel importante na resposta do organismo frente às doenças


inflamatórias. É necessário para transformar o ferro do organismo em hemoglobina e
é essencial para o aproveitamento da vitamina C. Também é coadjuvante nos
tratamento de artrites, raquitismo e artroses.

As doses variam de 1 a 20 mg/dia, mantendo-se o equilíbrio com o zinco de


no máximo 1:16.

Na atualidade, é notória o empobrecimento do solo e da agricultura na


quantidade de minerais. E, portanto, a maioria de nós temos uma deficiência crônica
de oligoelementos ou micronutrientes. Você sabe por que isso acontece? O Prof.
Francisco Antunes em seu livro Terapia Ortomolecular Natural (2000) nos explica
como isso aconteceu:

“Há milhões de anos, o planeta Terra tinha uma paisagem diferente da qual
conhecemos hoje. Nessa paisagem, sobressaía o porte frondoso e
imponente de uma flora densa e exuberante. Nessa viçosa vegetação,
habitavam animais, aves, répteis e peixes de grande porte, alguns deles
pesando dezenas de toneladas. Alimentos não faltavam. Eles eram ricos e
abundantes. A vida era assim, nós primórdios.

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Com o passar do tempo do tempo, houve muitas modificações, os grandes
animais desapareceram, a densa e luxuriante flora modificou-se.
Por que aconteceu tudo isso? Desses milhões de anos para cá, com
freqüência inusitada no início, chuvas torrenciais caíram sobre o planeta.
Essas chuvas lixiviaram (lavaram) a terra e as enxurradas levaram
paulatinamente SUS minerais, suporte indispensável à flora, para os rios e
daí, para os mares. Com cada vez menos sais minerais à disposição,
tornou-se imperioso que os seres vivos se adaptassem às novas condições
para não sucumbir. Foi o que aconteceu: espécies da flora desapareceram
e outras adaptaram-se às novas condições.
Em decorrência dessa situação, os grandes herbívoros passaram a ter à
sua disposição cada vez menos vegetais com cargas minerais necessárias
à sua constituição. As enormes usinas que mantinham o corpo desses
animais necessitavam de uma quantidade maior de foliáceos, tubérculos,
grãos ou frutos. Essas devastações levaram então a um desequilíbrio
ecológico, acentuado pela necessidade que esses animais tinham de ingerir
uma quantidade maior de alimentos. Essa situação estava longe de se
estabilizar e acabou agravando com o decorrer do tempo. Não houve
aparelho digestivo que suportasse essa sobrecarga. Os animais de grande
porte desapareceram e somente os que se adaptaram sobreviveram.
Se analisarmos um fóssil animal ou vegetal dessa época..., esse estudo
revelará mais de quarenta elementos químicos da tabela periódica. Se, em
contrapartida, analisarmos o conjunto de alimentos que sustenta toda a
espécie contemporânea, inclusive o homem, verificaremos a existência de,
no máximo, vinte elementos químicos. É impressionante essa redução. O
que essa diminuição, essa carência, acarretará para a vida? Quais serão os
danos estruturais nos tecidos e nos órgãos internos da flora e fauna?
Determinados estados patológicos decorrentes da carência mineralógica
tornaram-se crônicos, tornaram-se doenças. Isso está provado na
agronomia. Nos estados patológicos do ser humano, já se tem notado
certas evidências. O flúor é um bom exemplo: em muitas cidades onde a
fluoretação é obrigatória, caiu o número de cáries infantis. Qual a ação do
vanádio, do boro, do lítio, do cromo, do estrôncio, do molibdênio, do zinco e
de outros minerais, que integram as estruturas dos alimentos há milhões de
anos, sobre os tecidos e glândulas de secreção interna? A tecnologia
moderna nem sequer caracteriza as funções que alguns elementos
químicos têm no ciclo biológico, embora eles estivessem presentes em
outras épocas; logo desempenhavam alguma função.
Como alguns desses minerais faziam parte dos tecidos, não se pode excluir
a hipótese de que tivessem funções catalíticas ou outras funções menos
conhecidas. Algumas podiam até mesmo fazer parte dos tecidos (potássio)
de determinados órgãos, sob determinadas formas, dando ao conjunto uma
vantagem em termos funcionais. As glândulas de secreção interna
funcionam melhor quando as condições mineralógicas são ideais.

Ao longo dessa análise, verificou-se que os mares tornaram-se o repositório


dos sais minerais essenciais aos organismos. Para sobreviver, a
humanidade terá que estudá-lo e extrair dali o necessário, procurando
reverter o ciclo.” (ANTUNES, F, 2000, p. 13-16).

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ELEMENTO TRAÇO

O termo elemento traço normalmente é utilizado para se definir metais que


podem estar presentes em baixas concentrações no ambiente. Do ponto de vista
biológico, alguns elementos traço são considerados essenciais, porém, mesmo
alguns sendo essenciais podem, sob condições específicas, causar impactos
negativos aos ecossistemas aquáticos e terrestres, sendo portanto, elementos
contaminantes da água e do solo (CAMARGO, 2008).

A disponibilidade de metais traço para os processos metabólicos, como


também relacionados com a possível toxicidade, está intimamente relacionada às
suas espécies químicas, tanto em solução como no material particulado. A
especiação geoquímica de metais na fase sólida vem sendo obtida por extrações
seqüenciais ou seletivas para verificar a disponibilidade potencial de metais para o
ambiente aquático e a biota, e prever o tipo de ação físico-química capaz de liberar
determinadas frações do sedimento ou material em suspensão (MAIA, 2004).

Estudos envolvendo análise de risco para os diferentes elementos traço


presentes no solo e na água representam um grande avanço no que diz respeito à
diminuição de possíveis impactos negativos. Deve-se haver um esforço conjunto por
cientistas que estudam solos e águas, e toxicologistas na definição de situações que
representem maior risco, pois os níveis de exposição ambiental devem estar sempre
abaixo dos valores máximos permitidos pelos testes toxicológicos (CORTECCI,
2012).

Elementos traço podem estar presentes em águas superficiais e


subsuperficiais, solos e em sedimentos. Os principais processos naturais que
contribuem para o aparecimento de elementos-traço em águas são o intemperismo
de rochas e a lixiviação de elementos no perfil do solo (LICHT, 2001).

A distribuição dos elementos no solo é influenciada pelas argilas (minerais


hidratados de Al2O3 e SiO2) e pela intensidade de alteração. Entre as argilas,
formam-se inicialmente as do grupo das esmectitas, seguidas pelas do grupo da
caulinita e, finalmente, por gibbsita. No nível das esmectitas o solo é rico em
elementos traços pesados. Com a continuidade intempérica e transformação das

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argilas, o teor desses elementos diminui com o tempo, eventualmente transformando
“esterilizando” o solo. Os elementos nutritivos contidos nas esmectitas são
facilmente disponíveis para as plantas, controlando a fertilidade do solo. A
disponibilidade de elementos torna-se menor com o gradual enriquecimento em
hidróxidos de Fe-Mn-Al, que absorvem elementos nutritivos e essenciais e também
elementos indesejáveis ou não essenciais. Em solos lateríticos, ricos nesses
hidróxidos, a disponibilidade de elementos essenciais é baixa, com influência
negativa nos cultivos e na saúde humana e animal (CORTECCI, 2012).

Outro fator pelo quais os elementos podem ocorrer nos sistemas é por meio
da poluição, principalmente pela disposição de efluentes industriais, contendo metais
pesados e compostos químicos nos corpos orgânicos. Sendo assim, atualmente, a
natureza geoquímica das rochas e, conseqüentemente, do solo acaba sendo um
fator causal de contaminação por elementos traço, principalmente em águas
subterrâneas (CORTECCi, 2012).

Segundo Cortecci (2012) os elementos traços são mais importantes para a


vida que as vitaminas. Alguns elementos químicos são macronutrientes essenciais à
saúde dos seres vivos, como cálcio, ferro, magnésio, potássio, sódio, cloro, fósforo e
o enxofre; outros são micronutrientes essenciais, fazendo parte de complicados
sistemas enzimáticos, como, por exemplo, cobre, zinco, flúor, selênio, cromo,
molibdênio e cobalto, porém podem ser tóxicos quando estão presentes no meio
ambiente em altas concentrações. Outros elementos, tais como mercúrio, chumbo,
arsênio, bário e cádmio, não são essenciais aos seres vivos do ponto de vista
biológico e são considerados muito tóxicos quando estão presentes no meio
ambiente, mesmo em baixas concentrações, porque são acumulativos nos
organismos dos homens e dos animais.

Os elementos traço são requeridos em pequenas concentrações como


componentes essenciais nos processos biológicos. Esses elementos (ferro, iodo,
flúor, cobre, manganês, zinco, cobalto, crômio, selênio, molibidênio, estanho,
vanádio, níquel etc.) constituem em média 0,01% da composição total do sangue
(POZEBON et al., 1999).

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MINERALOGRAMA

Mineralograma Capilar

O incremento da contaminação ambiental por metais tóxicos e uma nutrição


inadequada na vida moderna, com insuficiências e excessos de minerais, torna a
mensuração desses valores cada vez mais importante. A análise de elementos em
material biológico é um dos campos da medicina que mais tem avançado
(PASCALICCHIO, 2000).

As pesquisas durante os últimos 40 anos sugerem uma relação entre a


concentração de elementos minerais no cabelo e a saúde humana. Esse é um
processo complexo relacionado à exposição, absorção e tecido em que se
pesquisam os elementos essenciais e tóxicos.

O cabelo é um filamento formado por uma matriz de células vivas, ligadas a


um folículo piloso inserido no epitélio (epiderme). O folículo piloso é um órgão
minúsculo que contém componentes musculares e glandulares. O cabelo humano é
formado por proteína (80%), água (15%), lipídios e material inorgânico. O conteúdo
mineral do cabelo humano é de cerca de 0,25 a 0,95% de material inorgânico. Dos
100 000 folículos, cerca de 10% estão na fase de queda (morte). Na fase de
crescimento, o folículo produz 0,2 a 0,5 mm/dia ou 1 cm por mês. O crescimento do
cabelo depende dos vasos sanguíneos e nestes é que são transportados os
elementos tóxicos, que são incorporados à proteína do cabelo. Assim como os
outros elementos do corpo, o cabelo é um produto final do metabolismo
(PASCALICCHIO, 2000).

As concentrações de elementos no cabelo refletem as concentrações de


outros tecidos corporais (PÓVOA FILHO, 1995; SMITH, 1995).

Portanto, o cabelo é considerado um “dosímetro biológico”, “filamento de


registro” ou “espelho do ambiente” onde o paciente foi exposto. A determinação de
elementos traço no cabelo não é apenas um meio de se avaliar a exposição atual,
mas também tem potencial para avaliar e reconstruir episódios passados relevantes
à saúde, mesmo que a ação já tenha cessado. A análise de elementos traço no
cabelo é utilizada pelo fato de que a concentração dos elementos no cabelo indica a

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concentração dos mesmos no organismo. O teor de cinzas do cabelo é menor que
1%, indicando uma baixa quantidade de minerais. Os constituintes maiores são
proteínas (80%), água (15%) e lipídeos (CAMARGO, 2008).

Fletcher (1982) identificou artigos que comprovaram a eficácia do cabelo


para a análise de clínica médica, status mineral e toxicologia, mas alertou que as
análises devem ser cuidadosas a fim de evitar falsos positivos. No entanto, o cabelo
reflete mudanças metabólicas sob longo período de tempo.

O exame do tecido capilar é um exame de tecido humano, composto de


células e proteínas que acumulam minerais biológicos e elementos tóxicos em sua
estrutura. É um tecido que representa uma via de excreção bloqueada, em que o
elemento a ser excretado é armazenado. É um método de triagem da presença
orgânica desses metais.

O mineralograma capilar é um método laboratorial que permite avaliar


excesso ou falta de elementos químicos no organismo, por meio de análise de
cabelo. É utilizado na terapia nutricional. O cabelo é fácil de armazenar,
biologicamente estável e representa o reflexo das concentrações minerais de nível
sistêmico, revelando o balanço metabólico no decorrer de um longo período de
tempo (SMITH, 1995).

Espécies químicas são incorporadas pelo cabelo através de diferentes fontes


e mecanismos endógenos e exógenos. As fontes endógenas são, definitivamente,
as mais importantes quando se deseja fazer uma avaliação do estado de saúde de
um indivíduo, no que diz respeito a anomalias fisiológicas, desequilíbrio nutricional
ou intoxicação ambiental. Muito embora as fontes exógenas contribuam, também,
para a concentração total de elementos no cabelo, etapas de lavagem devem ser
realizadas com a finalidade de minimizar problemas na interpretação biomédica dos
resultados (CARNEIRO et al., 2001).

O método utilizado para a dosagem dos metais tóxicos é a


espectrofotometria de adsorção atômica, método físico considerado padrão pela
maioria dos pesquisadores da área, para dosagem de tais elementos e indicado pela
Organização Mundial de Saúde (WHO, 1996).

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A agência de Proteção Ambiental Americana recomenda-o para a
determinação de metais tóxicos em seres humanos desde 1980. Foi aprovado em
1992 pela Organização Mundial de Saúde para medir a intoxicação crônica por
metais pesados. A cronicidade da intoxicação não pode ser medida através de
sangue ou urina.

No início da década de 1990, eram realizados cerca de 250 exames anuais


e, atualmente, cerca desse mesmo número de exames são solicitados por mês
(PASCALICCHIO, 2000). Os exames são solicitados por médicos de consultórios
particulares que atuam no campo da Medicina Ortomolecular. O paciente geralmente
procura o profissional sem queixa clínica numa atitude preventiva.

O exame é associado ao quadro clínico e à anamnese do paciente, permite


identificar prováveis intoxicações ou até deficiências, como, por exemplo, as
relacionadas à osteoporose, a diabetes, a arritmias, à depressão, à hipertensão.

Após a análise do nível de metais tóxicos, é preciso comparar os minerais


que apresentem concentrações situadas além do limite do intervalo definido pelos
desvios padrão. Os laboratórios que realizam o mineralograma capilar dispõem de
dados referentes a sexo, idade, peso, altura e grupo étnico da população.
Buscaremos os cinco elementos tóxicos que isoladamente sejam mais freqüentes,
os elementos tóxicos de alterações múltiplas associados e com mais do que dois
desvios padrão da média (KRISHNAN & BRODEUR, 1994).

Procedimentos de Coleta

O exame mineralógico do cabelo tem um padrão rotineiro de coleta. É


necessário coletar 0,5 g de região capilar determinada e que é melhor irrigada.
Podem ser utilizados outros pêlos do corpo ou pêlos pubianos.

O cabelo da cabeça é coletado próximo à raiz, sendo a amostra de 2 a 3 cm


de comprimento, numa região acima da nuca, com tesoura de aço inoxidável, limpa
com pano úmido e as mãos são protegidas por luvas. Depois de colhida
apropriadamente, a amostra é guardada em saco plástico coletor padronizado para
não sofrer influência externa.

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O padrão ideal definido pelos laboratórios se baseia na pesquisa de
população considerada saudável, classificada segundo sexo e idade que estabelece
uma curva de normalidade (Gauss). Cerca de 68% da população saudável se situa
dentro de um desvio padrão acima ou abaixo da média (PASCALICCHIO, 2000). De
uma forma geral, cerca de 95% da população costuma situar-se dentro do intervalo
definido pelos dois desvios padrão acima e abaixo da média.

O resultado do exame está subdividido em 4 áreas. Na parte inicial do


relatório do exame estão os elementos tóxicos, em segundo lugar, os elementos
nutricionais; em seguida, os elementos adicionais e uma tabela de proporções a
serem mantidas num equilíbrio.

Algumas recomendações precisam ser seguidas ao paciente que desejar


fazer o mineralograma capilar (LOBO, 2011):

1. O cabelo não deverá ser pintado (no local da coleta) por no mínimo 1 mês. Os
que assim não conseguirem devem permanecer pelo menos 15 dias sem tinta.
Alguns metais considerados tóxicos podem entrar na composição das tintas
(alumínio, chumbo, cádmio e níquel) e com isso falsear o resultado, podendo até
levar a um erro na conduta médica (indicação de quelação desnecessária. Por
exemplo, excesso de chumbo (ele é um ótimo fixador de tintas): se o paciente usou
tinta e negar, pode aparecer um nível alto de tal metal. Se o paciente não afirmar a
verdade, relatar que usou tinta, quando o resultado chega, o médico verá a
necessidade de se fazer uma "quelação" que é a retirada daquele metal.

2. Tinturas, permanentes ou qualquer substância que leve à alteração na coloração


podem ocasionar erro na interpretação da amostra. Os pacientes devem evitar até
mesmo nadar em piscina (alguns minerais estão presente nos produtos para
tratamento, tais como cobre e alumínio), rio ou mar (mercúrio) por 1 mês, antes do
exame.

3. Em relação ao uso de shampoo, é orientado aos pacientes que durante 15 dias


antes da coleta, usem shampoo neutro tipo Johnson infantil ou shampoo
ecologicamente correto (Forever living) com o mínimo possível de substâncias
químicas. Shampoo anticaspa (possuem em sua composição zinco ou selênio)

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devem ser relatados previamente e suspensos por 2 semanas. É comum a
deficiência de zinco na população brasileira, se o paciente usa shampoo com zinco
na fórmula, pode ocorrer do resultado vir normal ou aumentado, quando na verdade
há uma deficiência.

4. Na coleta o cabelo deve estar livre de gel, óleo e creme para cabelos, por no
mínimo 1 semana. Não usar condicionadores na semana que antecede ao exame.

O mineralograma capilar, utilizado há mais de 40 anos, pode identificar uma


série de elementos químicos presentes em nosso corpo. É um exame que ainda
causa controvérsia pela dificuldade de interpretação, principalmente no tocante aos
resultados dos minerais importantes para o equilíbrio corpóreo.

Além dos estudos já realizados sobre intoxicações por metais pesados e a


Medicina Ortomolecular, precisamos realizar uma ampla pesquisa acerca da
contaminação de metais tóxicos na água de consumo, nos alimentos e no ar que
respiramos.

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AN02FREV001/REV 4.0

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