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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 3
18 SAÚDE E DOENÇA............................................................................... 29
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18.3 Visão da doença, a partir da comunidade ....................................... 31
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 41
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1 INTRODUÇÃO
Fonte: www.polincuentes.com
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A melhoria das condições de saúde das mulheres está associada diretamente
às suas possibilidades de exercer os direitos sexuais e reprodutivos, que incluem:
O direito à vida, à liberdade e integridade pessoal;
O direito à informação e educação sexual;
O direito à atenção proteção da saúde;
O direito ao planejamento da família;
O direito a sexualidade prazerosa e saudável;
O direito à vida privada e à vida em família;
O direito a não discriminação por motivo de sexo ou idade;
O direito de homens e mulheres a participar da criação dos filhos com
igual responsabilidade
Pela importância na promoção da igualdade social e do exercício da cidadania,
a perspectiva de mudança nas relações de gênero e exercício de direitos deve ser
levada em conta na elaboração, implantação e avaliação de políticas de promoção e
atenção integral à saúde da mulher. Nesse sentido, as políticas devem visar a
promoção de direitos, a ampliação do acesso a serviços de saúde de qualidade por
um número cada vez maior de usuárias, e a inclusão dos homens em atividades
historicamente consideradas femininas ou voltadas para esta população.
Nesse processo deverão estar incluídos os principais interessados: mulheres,
homens e adolescentes, para que as instituições que os acolhem valorizem o seu
papel; possibilitem a tomada de decisões compartilhadas entre usuários e prestadores
de serviços; levem em conta as demandas específicas de cada sujeito e a maneira
como deseja ser cuidado. Isso significa transformar os serviços públicos ou privados
de assistência à saúde em instituições amigáveis, eliminar possíveis barreiras que
dificultam a implantação das ações de saúde reprodutiva, contribuindo para maior
impacto das media propostas.
Várias experiências estão sendo desenvolvidas pelos países cooperantes, o
que dá relevância à troca de conhecimentos, tecnologias, informações, processos
gerenciais e experiências de controle social no campo da saúde reprodutiva.
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1 PRINCIPAIS PROBLEMAS RELACIONADOS À SAÚDE DA MULHER
Fonte: www.clinicamotta.com
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de mulheres que realizam o exame está abaixo de 35 anos de idade, enquanto o risco
para a doença aumenta a partir dessa idade.
Fonte: fisioterapiaresolutiva.files.wordpress.com
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oriundas camadas mais pobres e das áreas rurais. Por outro lado, a exclusão dos
homens do processo de anticoncepção reitera os papéis tradicionais de maternidade
a cargo da mulher e impede os homens de assumirem sua responsabilidade paternas.
Uma vez que o único método reversível disponível para a população masculina é o
preservativo, que oferece dupla proteção, sua ausência nos serviços de saúde
aumenta o risco de infecção pelas doenças sexualmente transmissíveis e HIV/Aids.
h) Precariedade da assistência materna – apesar da tecnologia disponível
um grande número de mulheres não tem acesso ao parto hospitalar, as parteiras
tradicionais não recebem treinamento adequado nem materiais para melhoria de sua
prática em domicílio. Os modelos de assistência são marcadamente intervencionistas
e pouco humanizados, com privilegio da cesárea em detrimento do parto normal. Os
serviços carecem de treinamentos e pessoal capacitado para o trabalho em equipe, o
que resulta na fragmentação do atendimento, aumento dos riscos maternos e
perinatais. A atenção ao puerpério não é uma preocupação do setor saúde e as
mulheres não parecem ter a dimensão de sua importância, procurando os serviços
mais para avaliação das crianças do que para revisão de parto ou orientação ao
planejamento familiar e nutricional. As mulheres em com abortamento incompleto
frequentemente são expostas a julgamentos morais e chegam a receber tratamentos
pouco humanitários ou mesmo considerados como atos de violência institucional,
como curetagens sem anestesia ou longas esperas, sangrando e aumentando os
riscos de morte materna por infecção ou hemorragias.
i) Carência de serviços de atenção integral a vítimas de violência
doméstica e sexual – a atenção à vítima de violência não faz parte da formação dos
profissionais de saúde nem dos cursos de especialização voltados para a atenção a
mulher. A dificuldade de lidar com o assunto tem relação com o medo dos profissionais
pelo desconhecimento em relação às leis e sistema de segurança e justiça; às
dificuldades de romperam com a idealização do núcleo familiar, considerada a base
da sociedade e por isso intocável; assim como pelas dificuldades pessoais em lidar
com o assunto, seja por incapacidade técnica, por falta de recursos e equipamentos
sociais como abrigos e moradias protegidas, ou ainda por identificação com a vítima,
pois a prevalência da violência doméstica e sexual é tão elevada que frequentemente
encontramos profissionais de saúde envolvidos nestas situações.
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2 QUALIDADE DA ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER
Fonte: brasilescola.uol.com.br
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resolubilidade dos problemas e o acompanhamento a clientela pelos
profissionais de saúde da rede integrada;
Disponibilidade de recursos tecnológicos e uso apropriado de acordo
com os critérios de evidência científica e segurança da clientela;
Capacitação técnica dos profissionais e funcionários envolvidos nas
ações componentes dos programas de saúde reprodutiva para uso da
tecnologia disponível, acolhimento humanizado e práticas educativas
voltadas a comunidade;
Disponibilidade de insumos, equipamentos e materiais educativos;
Disponibilidade de informações e orientação da clientela, familiares e da
comunidade sobre a promoção da saúde reprodutiva, assim como os
meios de prevenção e tratamentos dos agravos a ela associados;
Estabelecimento de mecanismos de avaliação continuada dos serviços
com participação da clientela.
A implantação de redes integradas com qualidade assistencial implica na
avaliação continuada das políticas de saúde. Para isso é fundamental o recolhimento
de dados para construção e análise de indicadores que permitam aos gestores
monitorar o andamento das ações, o impacto sobre os problemas tratados e a
redefinição de estratégias ou ações que se fizerem necessárias.
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3 ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER NO PLANEJAMENTO
FAMILIAR
Fonte: fertivitro.files.wordpress.com
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Tais princípios devem guiar a atuação não só do enfermeiro, mas de todos os
profissionais de saúde. Neste sentido, o Ministério da Saúde define como competência
dos profissionais nos serviços de Planejamento Familiar a assistência à concepção e
contracepção, cabendo ao Estado assegurar todos os métodos contraceptivos
seguros e eficazes, respeitando a escolha dos indivíduos.
No Brasil, os principais métodos contraceptivos utilizados na atualidade, tanto
por mulheres como por homens, são a pílula (hormonal combinada) e a camisinha
masculina, o que evidencia uma mudança do padrão de anticoncepção, pois há uma
década os anticoncepcionais orais combinados e a esterilização predominavam.
A progressiva redução da taxa de fecundidade total no Brasil impacta
diretamente na mudança do perfil demográfico da população brasileira.
Com a elaboração do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher
(PAISM), em 1984, que os princípios norteadores que guiavam as prioridades para a
saúde da mulher e para o desenho da política são modificados. Além de ações
educativas, de prevenção e de clínica ampliada, a assistência em planejamento
familiar passou a figurar no desenho das políticas públicas que envolviam a saúde da
mulher (BRASIL, 2002). Cabe ressaltar que a implementação do PAISM ocorreu
paralelamente ao processo de construção do SUS e por isso seguiu seus princípios e
diretrizes.
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e de ter cuidados com a saúde e com o corpo feminino. O corpo, como marca da
diferença das mulheres, está marcado como um corpo que reproduz.
Os discursos formam os objetos de que falam, isto é, discursos são práticas,
na medida em que constituem sujeitos e corpos, assim como formas de existência.
Portanto, o discurso sobre a saúde das mulheres, ao nomear partes do corpo como
principais ou não, prescreve, a partir disso, quais procedimentos devem ser adotados,
que condutas devem ser evitadas, quem deve ficar fora. Ele nos fala e nos faz falar e
dar visibilidade sobre o que propõe como forma integral de cuidar da saúde de uma
mulher, constituindo determinados modos de compreender, pensar e viver o que é
essa saúde e essa mulher, entendida, por exemplo, ainda biologicamente, pelas
partes de seu corpo.
Afinal, o que vem a ser o mais, o "além disso"? Mamas, colo e gestação? A
violência? As questões de gênero? Cabe salientar que gênero é uma categoria de
análise que poderá ter múltiplas e diferentes possibilidades de abordagem dentro dos
estudos feministas como, por exemplo, patriarcado, marxistas, pós-estruturalistas.
Assim, a citação de gênero como forma de validação de uma posição política
– incluir a violência contra a mulher – pode nos indicar um determinado discurso
acerca do que se propõe como sujeito-mulher da saúde. Desse modo, ao se pensar o
sujeito-mulher desse discurso, ao qual se acrescenta como coisa faltante na
integralidade hoje, a saúde passa a ser também o controle da violência contra a
mulher. O que vem colado a essa questão da violência contra a mulher? A
vulnerabilidade é dela? A questão não está colocada como vulnerabilidade social.
É importante salientar, que as análises concernentes à vulnerabilidade social
não se constituem em um mapeamento linear da condição do sujeito ou grupo que se
procura analisar ou entender em termos de inscrição social. Trata-se de uma análise
complexa e multifacetada, polimorfa, de organização de diferentes vetores que
obstruem o acesso aos bens, serviços, incluindo os de saúde, bem como de alteração
de capital simbólico – ilustrado pela ausência de acesso à educação formal.
Assim, cabe problematizar a forma como estamos tomando a violência, como
algo de um indivíduo – mulher – ou como algo do social constituído nas relações. Se
entendermos, por exemplo, o normal a partir do que está posto como anormal, como
doença ou como diferença, naturalizando um lugar que é construído, poderemos,
então, tomar a mulher na nova visão: a mulher que deixa de ser aquela que lutou por
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direitos reprodutivos na década de 1980, para ser a que sofre violência psicológica,
física, institucional, sexual, assédio, abuso, isto é, uma cidadã que precisa ser tutelada
pelo Estado – um risco.
A tecnologia do poder disciplinar tem como objeto a sujeição do corpo do
indivíduo, tornando-o dócil, manipulável, enquanto a tecnologia do biopoder é exercida
sobre um corpo, mas não um corpo individual, e sim coletivo. Esse novo corpo político,
distinto do individual, a um só tempo instituído pelo biopoder e objeto sobre o qual
este se exerce, é a população. As ações em saúde direcionam-se, como políticas
públicas, para as comunidades. A comunidade, como objeto de governo, de formas
de governo, vem a ser empregada por caracterizar-se de modo mais específico que a
população.
Os tropos da população para a comunidade referem-se à heterogeneidade que
os grupos representam dentro de uma população. O conceito de biopolíticas para
problematizar as formas de investimento e controle da população, trata esta última
como um objeto homogêneo. A noção de comunidade vem demarcar a
heterogeneidade da população. As comunidades são os diferentes grupos que
conformam uma população.
São vários os mecanismos de controle contemporâneo em torno das
comunidades de risco, comunidades de rap, comunidades gays, comunidades de
jogadores. Essas e outras comunidades identificam grupos de sujeitos sob os mais
diversos objetivos para a conduta, contudo, essas conceituações e administrações,
como também as comunidades a elas ligadas, não existem a priori; existem, sim, como
invenções momentâneas que constantemente mudam de configuração e sentidos.
Nesse caso, as biopolíticas voltam-se para o grupo que se conforma na saúde
da mulher, desenhando uma comunidade de risco. Essa produção de corpos e
sujeitos acontece mediante a noção de que a atenção tem que ser integral, incluindo-
se esse algo mais, neste caso, a violência, integrando-se novas e determinadas
diferenças e criando-se, ao mesmo tempo, diferentes tecnologias de governo.
O governo da conduta pauta-se por inventar critérios do que deve ser o sujeito,
ligando-o, marcando-o e identificando-o a uma identidade, a um modelo de ser sujeito.
Entendemos que sujeito é o modo como um indivíduo ou um grupo posiciona-se nessa
rede discursiva do Sistema Único de Saúde – como uma comunidade de risco –, é
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voltar-se para a formação de objetos, conceitos e sujeitos que se tornam possíveis
por esse discurso de saúde.
Pode-se entender discurso como conjunto de enunciados de um determinado
campo de saber, neste caso, a saúde da mulher, constituído historicamente e em meio
a disputas de poder. Então, como se conforma esse campo da saúde da mulher?
Fonte: reviravoltapositiva.files.wordpress.com
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o governo brasileiro sofria pressões externas para adotar uma política demográfica
explícita.
Um dos aspectos destacados pelas feministas como um salto de qualidade foi
a inclusão da contracepção nas políticas públicas de saúde, a partir do entendimento
da mulher como sujeito ativo no cuidado de sua saúde, atendendo-se, assim, a
questões referentes aos direitos reprodutivos. Sob essa perspectiva, o PAISM
buscaria romper com o enfoque central dos programas de saúde materno-infantil
anteriores, que visavam intervir sobre os corpos das mulheres-mães, assegurando
que os corpos dos filhos fossem adequados às necessidades de reprodução social,
com enfoque nos direitos reprodutivos das mulheres.
Conforme o documento do PAISM, as mulheres com mais de 15 anos, ou seja,
31,86% da população brasileira de 119.070.865 habitantes, deveriam ser "abrangidas"
por essas ações, ficando a dúvida quanto ao grupo entre 10 e 14 anos, pois
apresentava dualidade de problemas de saúde: tanto da infância quanto da idade
adulta. Como e a partir de quando se define mulher parece ter sido problemático! O
conteúdo da assistência integral à saúde da mulher deveriam ser desenvolvidos por
meio de atividade de assistência clínico-ginecológica, assistência pré-natal e
assistência ao parto e ao puerpério imediato. Como diretrizes gerais, em função da
assistência integral, salienta-se a necessidade de uma nova postura de trabalho em
equipe de saúde e de abordagem dos conteúdos de programas de capacitação de
recursos humanos. Portanto, o conceito de integralidade de assistência deveria
pressupor uma prática educativa que permeasse todas as ações desenvolvidas,
assegurando apropriação pela clientela dos conhecimentos necessários a um maior
controle sobre sua saúde.
A integralidade aparece tecendo o próprio PAISM, propondo articulações entre
diferentes níveis de administração como estratégia de consenso em temas
controvertidos, por exemplo, a forma de atendimento e a ligação entre os serviços e o
modo de ensino e controle da saúde. Enfim, tratava-se de questões que, de alguma
maneira, compõem hoje o cenário do SUS e também a Política Nacional de Atenção
Integral à Saúde da Mulher (PNAISM), na qual constam as diretrizes que deverão
nortear esse campo no período de 2003-2007.
Contando-se essa história, percebe-se que gênero não aparece como texto no
PAISM, mas como ação, ou seja, como se constituiu esse programa e como vem se
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constituindo a forma como pensamos esse sujeito-mulher-cidadã da saúde, que passa
a se organizar em um coletivo de mulheres reivindicando direitos sobre seu corpo,
sobre si. Gênero aparece marcando a diferença para obter um tratamento mais
igualitário na sociedade, isto é, a mulher não apenas vista como um corpo no social,
mas no social por seu corpo. A diferenciação do corpo, tomado no cuidado em saúde,
promovendo direitos, integrava um anseio pelo direito de ter/viver uma sexualidade,
uma marcação política de um sujeito político e de alguns de seus direitos, que passam
a ser assegurados, visibilizados culturalmente, pela organização integrada de vários
segmentos sociais, denominada engajamento no coletivo. Integralidade passa a ser
colocar esse sujeito no social, e não apenas atender a seu corpo. As mulheres passam
a figurar de outro jeito no social: que constroem e são construídas como cidadãs da
saúde.
Fonte: mulhercomsaude.com.br
E hoje? Qual discurso está sendo capturado? Como está sendo proposta essa
cidadania? Quais ações o gestor estadual se propõe intensificar, de que forma e sobre
quem? Quem participa? Pensemos não em forma de respostas a essas
problematizações, mas em termos de efeitos no modo de operacionalizar como
tomamos mulher. O que se está visibilizando como importante para a saúde da mulher
é a atuação sobre seus ciclos vitais como uma individualidade, no caso, ciclos de vida
de "um corpo" de uma mulher. O que não fica à vista é a diferença das diferentes
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mulheres, que pode ser apontada como questão da intracategoria gênero – por
exemplo, a idade, a raça/etnia, a sexualidade, questões apontadas no PNAISM.
Talvez, o que pode ser visto aqui seja um discurso de gênero colado a um discurso
biologicista, uma ressignificação de gênero no texto. Uma política de desmobilização
desse sujeito-mulher-cidadã, uma cidadã-mulher-tutelada, uma comunidade de risco.
Isso vai ao encontro da ideia de que o poder deve ser analisado como algo que
circula e se exerce em rede, com os indivíduos sempre em posição tanto de exercer
quanto de sofrer sua ação. O poder não é algo que pertence a um grupo específico e
é exercido sobre outro, pois os indivíduos não são alvos inertes do poder, mas são
sempre centros de transmissão.
Fonte: anny-magazine.s3.amazonaws.com
Este sim é o desafio da atual gestão. Porém, temos de ter consciência que fazer
saúde pública é sim de responsabilidade do gestor (governo), mas não sozinho,
isolado. Somente a partir da parceria com a sociedade (controle social, sociedade civil
organizada e sociedade científica) é que realmente conseguiremos mudanças reais,
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nesta área. Então, esta é a oportunidade de nos unirmos em torno de uma só causa:
a Atenção Integral à Saúde da Mulher (na prática, e não só no discurso).
As políticas de saúde no Brasil têm tido papel fundamental para a constituição
e a estabilização da ordem sociopolítica brasileira. Elas reforçam vários traços
estruturais dessa ordem, tais como a concentração do poder e a restrita participação
nos circuitos de decisão econômica, política e cultural do país. Porém, é também pela
reivindicação que as políticas tomam novos rumos, como, por exemplo, a questão já
falada de um conceito de cidadania relacionado à saúde, o qual se estrutura mediante
o movimento da sociedade civil organizada no final da década de 1980, na esteira da
reforma sanitária e do campo da saúde coletiva.
Assim, ao se "fazer saúde pública", está-se imbricado em diferentes campos
de saber e atravessado por diversos discursos em um campo de significação. Apesar
da ideia naturalizada de que saúde pública e saúde coletiva são sinônimos, estas não
se superpõem, pois dizem respeito a diferentes modalidades de discurso, com
fundamentos epistemológicos diversos e com origens históricas particulares.
A saúde pública tem como base a medicina moderna do final do século XVII,
que, sob o véu da cientificidade, legitimou a crescente medicalização do espaço
social, ancorada na polícia médica e na medicina social de normatização e controle
das sociedades. Sua principal estratégia é combater as epidemias e as endemias,
esquadrinhando e controlando o espaço urbano com dispositivos sanitários. Em nome
da ciência, legitimam-se práticas de marginalização de diferentes segmentos sociais,
visto que o discurso naturalista da Medicina finge que não existe uma dimensão
política nas práticas sanitárias.
Portanto, é importante salientar que o campo teórico da saúde coletiva
representa uma ruptura com essa concepção de saúde pública ao negar que os
discursos biológicos detenham o monopólio do campo da saúde.
A crise da saúde pública e a emergência, nos últimos 20 anos, de um campo
que se designou como saúde coletiva, o discurso da saúde coletiva pretende ser uma
leitura crítica desse projeto médico-naturalista estabelecido historicamente com o
advento da sociedade industrial. Coloca em evidência que a problemática da saúde
não se restringe ao registro biológico, devendo incluir as dimensões simbólica, ética e
política, sendo a transdisciplinaridade marca constituinte desse campo.
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Discussões em saúde coletiva tomam por base as formas de objetivação do
sujeito segundo um conjunto de regras e relações de força sustentadas pelas lutas
entre o campo técnico-científico e a reforma sanitária. O campo técnico-científico
caracteriza-se pelas aplicações científicas na vida cotidiana e está estreitamente
vinculado ao capital privado. A reforma sanitária toma como base as necessidades
sociais, tais como saúde, educação, moradia, alimentação. A integralidade passa a
tecer e articular relações entre ciência e necessidades da vida da população.
As Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em saúde
afirmaram que a formação do profissional de saúde deve contemplar o "sistema de
saúde vigente no país, o trabalho em equipe e a atenção integral em saúde". Assim,
a integralidade da atenção à saúde configura-se como eixo norteador da necessidade
de mudança na formação dos profissionais dessa área de conhecimento e contribui
com a formação de uma política do SUS para a mudança na graduação das profissões
em saúde.
A mobilização do setor da saúde para definição das Diretrizes Curriculares
Nacionais correspondeu à preocupação com a consolidação do SUS, mas também ao
esforço intelectual de romper definitivamente com o paradigma biologicista,
medicalizante, hospitalocêntrico e procedimento centrado, atendendo aos novos
desafios da contemporaneidade na produção de conhecimentos e na produção das
profissões. Somamos a isso a questão de "como" são produzidos os sujeitos desse
conhecimento e os efeitos desses saberes na implantação e na implementação da
atenção à saúde da mulher.
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7 ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Fonte: res.cloudinary.com
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9 EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Fonte: www.negociofeminino.com.br
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Quando ampliada, conta ainda com: um dentista, um auxiliar de consultório
dentário e um técnico em higiene dental.
13 ATRIBUIÇÕES DO MÉDICO
14 ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO
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- Desenvolver ações para capacitação dos ACS e auxiliares de
enfermagem, com vistas ao desempenho das suas funções junto ao
serviço de saúde;
- Oportunizar os contatos com indivíduos sadios ou doentes, visando
promover a saúde e abordar os aspectos de educação sanitária;
- promover a qualidade e contribuir para o meio ambiente torne-se mais
saudável;
- Discutir de forma permanente, junto a equipe de trabalho e comunidade
o conceito de cidadania enfatizando os direitos de saúde e as bases
legais que os legitimam;
- Participar do processo de programação e planejamento das ações e da
organização do processo de trabalho nas unidades de saúde da família.
Em 28 de março de 2006, foi aprovada a Portaria Nº 648, da Política
Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a
organização da Atenção Básica para o Programa Saúde da Família (PSF) e o
Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS).
Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família são uma iniciativa que vai ampliar o
número de profissionais vinculados às equipes do Saúde da Família (SF).
Os núcleos reunirão profissionais das mais variadas áreas de saúde, como
médicos (ginecologistas, pediatras e psiquiatras), professores de Educação Física,
nutricionistas, acupunturistas, homeopatas, farmacêuticos, assistentes sociais,
fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais. Esses
profissionais atuarão em parceria e em conjunto com as equipes do Saúde da Família.
O objetivo dos núcleos é ampliar a abrangência e o escopo das ações da
atenção básica, complementando o trabalho das equipes do SF. Podem ser instituídos
dois tipos de Nasf: Nasf 1 e Nasf 2.
O Nasf 1 deve ter, no mínimo, cinco profissionais de diferentes áreas. Cada
núcleo deverá estar vinculado a, no mínimo, oito e, no máximo, 20 equipes do SF. O
Nasf 2 deve ter, no mínimo, três profissionais de diferentes áreas, estar vinculado a,
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no mínimo, três equipes do SF e só poderá ser implementado um núcleo por
município.
O município precisa ter densidade populacional abaixo de 10 habitantes por
quilômetro quadrado, de acordo com os dados do IBGE de 2007. Por mês, o ministério
repassará R$ 6 mil a cada Nasf 2 implementado.
Os Nasf devem:
- Desenvolver atividades físicas e práticas corporais;
- proporcionar educação permanente em nutrição;
- contribuir para a ampliação e valorização da utilização dos espaços
públicos de convivência;
- implementar ações em homeopatia e acupuntura para a melhoria da
qualidade de vida;
- promover ações multiprofissionais de reabilitação para reduzir a
incapacidade e deficiências, permitindo a inclusão social;
- atender usuários e familiares em situação de risco psicossocial ou
doença mental;
- criar estratégias para abordar problemas vinculados à violência e ao
abuso de álcool;
- e apoiar as equipes do SF na abordagem e na atenção aos agravos
severos ou persistentes na saúde de crianças e mulheres, entre outras
ações.
16 A IMPLEMENTAÇÃO DO NASF
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17 RESPONSABILIDADES DAS ESFERAS GESTORAS EM ATENÇÃO BÁSICA
FEDERAL
18 SAÚDE E DOENÇA
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físico, mental e social e não meramente ausência de doenças”, conforme feito pela
OMS.
É evidente que a saúde e doença não são completamente excludentes, na
medida em que as doenças progridem de acordo com determinados padrões.
A- Padrões de progressões das doenças
São cinco as categorias principais, de progressão das doenças:
a) Evolução aguda, rapidamente fatal;
b) Evolução aguda, clinicamente evidente e com rápida recuperação
na maioria dos casos;
c) Evolução sem alcançar o limiar clinico;
d) Evolução crônica, que se exterioriza e progride para êxito letal
após longo período;
e) Evolução crônica, com períodos assintomáticos entremeados de
exacerbações clínicas.
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18.3 Visão da doença, a partir da comunidade
Neste caso a busca por paciente não é exclusivamente sob demanda, é feita
uma busca de paciente na comunidade.
É possível descartar como objetivo principal deste estudo populacional-
territorial é a medicina preventiva, uma vez que é capaz de analisar a fase “pré-
patologica” evidenciando diversos graus de risco e uma ocorrência de variedade de
estado.
Outros pontos a serem destacados são as taxas de morbidade e mortalidade
geradas com bastante precisão.
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A atuação pode ser curativa ou preventiva como, por exemplo, no caso do
infarto agudo do miocárdio que são utilizados recursos terapêuticos com intuito de
limitar a área enfartada e, por outro lado, tornam-se medidas para prevenir a
ocorrência de novos infartos.
Fase de incapacidade residual
No caso de sequelas é necessária a reabilitação de cunho físico, psicológico
ou social visando à capacidade residual da pessoa afetada após a estabilização
clínica.
Etiologia
Etiologia na fase patológica
Nesta fase, encontram-se os processos que ocorrem em época ainda anterior
à resposta biológica inicial do organismo.
Etiologia na fase patológica
Nesta fase, encontram-se os processos que ocorrem no interior do corpo
humano e que sucedem a partir da resposta orgânica inicial.
Prevenção
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A prevenção também se apresenta em duas etapas: primárias e secundária.
Levando-se em consideração que o problema pode ser de natureza coletiva ou
individual, o tratamento deve der diferenciado em função das fases de saúde ou de
doença.
Sinonímia
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Medidas universais
Medidas seletivas
Cadeia de eventos
Tipos de agente
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O valor didático deste modelo é evidente, na medida em que ajuda a
compreender as relações entre os agentes e o homem e confere a noção de que a
prevenção da doença pode ser realizada pelo rompimento de um dos elos da cadeia.
Por outro lado, o modelo não é o suficiente para representar toda a realidade
do processo saúde-doença.
Modelos ecológicos
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a) Herança genética
Epidemiologia genética
c) Estilo de vida
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Prevenção através da mudança do estilo de vida
Linha de pesquisa
a) Ambiente físico
b) Ambiente biológico
c) Ambiente social
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Este é o componente social dos fatores do meio ambiente (relacionados às
características sociais, econômicas, políticas e culturais).
Tendo em vista que pessoas e até mesmo comunidades não tem o mesmo
nível, ou seja, são desiguais em relação em nível de ocupação, oportunidades de
trabalho, saúde, saneamento ambiental, as medidas curativas e preventivas devem
levar em consideração tais aspectos.
Rede de causas
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BIBLIOGRAFIA
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