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ÇÕES

ÇÕES INTERNACIONAIS
RELAÇÕ

EMENTA

1. Economia Brasileira nos anos noventa1.1. A Primeira Fase do Plano Real: 1994-19981.1.1.
1994 19981.1.1. A Queda da
Inflação1.1.2. Os Problemas do Setor Externo1.2. Abertura comercial e financeira1.2.1. As Contas do Governo
Central: 1995-1998 – Fatos Estilizados1.2.2. A abertura comercial e financeira no Brasil1.3. Aplicação do Modelo
Proposto às Empresas Multinacionais Brasileiras1.4. Comércio Internacional e Crescimento Econômico no
Brasil1.4.1. Teoria clássica do comércio internacional2. A indústria, a inflação e o balanço de pagamentos2.1. A
indústria2.1.1. As Mudanças Estruturais2.1.2. O Início da Industrialização2.2. O Plano de Metas e a estratégia de
industrialização intensiva2.2.1. Crise e reorganização institucional da
da política industrial2.2.2. Subsídio à formação
de capital e complementação da estrutura industrial3. Inflação3.1. Balanço de Pagamento4. A estabilidade
econômica4.1. A estabilidade de preços4.2. Os custos da inflação

A economia Brasileira na Última Década: Avanços e Desafios; Pensamento


Econômico e Desenvolvimentismo no Brasil

1. Economia Brasileira nos anos noventa

Em larga medida, a simples comparação do desempenho macroeconômico do país nos anos 80 e 90 sugerem:

a) Nos 10 anos de 1990 a 1999, o PIB terá crescido em média cerca de 1,7% a.a. (2,9% a.a. em 1980-1989),
1980
b) A inflação anual ficado em média em 278% (272% em 1980-1989),
1980
c) A taxa de investimento média a preços constantes de 1980 em 15,9% do PIB (18,2% do PIB nos anos 80),
d) As exportações crescido em média 4,5% a.a. (8,5% a.a. em 1980-1989)
1980
e) A taxa de desemprego em média em 5,7% (contra 5,4% na década passada).

Duas diferenças fundamentais entre as duas décadas:

1- A década de 80 conviveu com um progressivo agravamento


agravamento do drama da alta inflação, caracterizados pelo
fechamento da economia e por sucessivos congelamentos de preço.
2- A década de 90 a economia teve uma performance em 1995-1999 superior à em 1990-1994. Foram feitas
profundas reformas estruturais que poderão elevar a taxa de crescimento futuro da economia.

O Brasil conseguiu após 1994 estabilizar os preços e fazer a economia crescer, ainda que a taxas
moderadas. Ao longo dos anos 90, o Brasil também passou por profundas.

I. A abertura econômica, privatização e a estabilidade, resultaram em forte incentivo aos investimentos,


fazendo a reestruturação industrial avançar, a produtividade cresceu.

II. O papel do Estado na economia mudou de forma drástica, passando de um Estado-empresário, para um
Estado regulador e fiscal da economia.

O novo modelo de desenvolvimento caracteriza-se por:

a) Uma economia mais aberta, com maior integração com o resto do mundo.
b) Investimento direto estrangeiro

A Herança dos Anos 80 e os Tempos da Superinflação A década de 80 foi marcada pela estagnação do nível
de atividade, por profundos desequilíbrios macroeconômicos e, em especial, pela hiperinflação virtual.

1.1. A Primeira Fase do Plano Real: 1994-1998

Da primeira metade da década de 90, o Brasil teve:

a) Inflação elevadíssima e crescente;


b) Déficit fiscal,
c) Medido pelas necessidades de financiamento do setor público
d) Rápido aumento do nível de preços;
e) Taxa de câmbio bastante desvalorizado, em que o crédito externo tinha desaparecido;
f) Situação externa folgada, conceito de caixa, que tinha fechado 1990 e também 1991 em menos de US$ 9 bilhões,
aumentasse a partir de 1992, atingindo mais de US$ 40 bilhões quando do lançamento do Plano Real.

A partir de 1995 a economia brasileira caracterizou-se por:

a) Inflação muito baixa – para os padrões históricos do país – e declinante;


b) Contas públicas com elevado desequilíbrio;
c) Taxa de câmbio significativamente apreciado em relação ao nível de 1991-1994, antes do Plano Real;
d) Rápida deterioração do resultado da conta corrente.

A variação do gasto público, explica-se, por quatro fatores:

1. O aumento do número de aposentados, especialmente no âmbito dos servidores públicos;


2. O salto do valor real do salário mínimo em 1995 – quando aumentou 43% em termos nominais e em um ano no
qual a inflação, medida pelo IGP, foi de 15% –, transferido integralmente para todos os benefícios previdenciários
pagos pelo INSS;
3. O aumento do gasto com programas e atividades dos diversos órgãos do governo federal, agrupados na rubrica de
“outras despesas de custeio e capital” (OCC);
4. Piora da situação fiscal dos estados.

A combinação de uma política fiscal expansionista com uma taxa de juros elevada pode ser sustentada por
alguns anos por meio da acumulação de dívidas pública e externa. Só a partir do ajuste fiscal que o governo
procura atingir em 1999 é que essa combinação começa a ser modificada, ao dar peso menor à política monetária
no esforço de estabilização e com uma melhora no resultado primário das contas públicas.

Após a minidesvalorização ocorrida no início de 1995 – em seguida à crise do México de final de 1994:

a. A política cambial foi pautada pela tentativa de ajustar a taxa de câmbio, em termos nominais, a uma taxa similar à
variação do IPA, política essa que foi mantida durante 1996 e 1997.

b. Nesses dois anos, a taxa de câmbio nominal desvalorizou-se a uma média de 0,57% ao mês.

Ao longo do tempo, houve uma espécie de mudança implícita dos objetivos da política cambial:

I. À medida que a regularidade das correções próximas a 0,6% ao mês se cristalizava, passou a estar
associada à continuidade da desvalorização nominal ao ritmo de 7% a 8% a.a., que foi mantida em 1998.

II. A partir do final de 1997, isso foi se traduzindo, na prática, em um movimento de desvalorização real
gradual da taxa de câmbio, uma vez que a variação do IPA – que tinha sido de pouco menos de 8% em
1997 – caiu para menos de 2% em 1998.
III. O conceito de “defesa da política cambial” mudou de “defesa de certo nível real da taxa de câmbio” para
a “continuidade das desvalorizações nominais de aproximadamente 0,6% ao mês” ao longo de 1998.

IV. A contrapartida da estabilidade da política cambial, em um contexto externo marcado por crises
sucessivas, foi a instabilidade das taxas de juros, com destaque para a violenta alta das taxas – seguida de
uma suave tendência declinante – em março de 1995, novembro de 1997 e setembro de 1998, após as
crises financeiras internacionais do México, da Ásia e da Rússia, respectivamente

Após cada crise, houve uma tendência de perda de dinamismo da produção expressa no fato de que o
crescimento da economia:

a) Foi de 5,4% a.a., em média, no biênio 1993-1994, caiu para uma média anual de 3,6% em 1995-1997 e para quase
zero em 1998.

b) O desempenho macroeconômico, passados cinco anos desde o início do Plano Real, ficou muito aquém das
expectativas iniciais que o plano suscitou:
1. Planos Cruzado (1986)
2. Bresser (1987),
3. Verão (1989),
4. Collor I (1990)
5. Collor II (1991).

1.1.1. A Queda da Inflação

O principal êxito do Plano Real, no primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, foi a
eliminação do maior problema da economia brasileira até 1994: O Plano Real foi lançado:

a) Em fins de junho de 1994, depois do fracasso dos cinco programas de estabilização anteriores, desde 1986.
Fenômeno da “superinflação”.

b) A inflação brasileira, medida pelo IGP-DI acumulado em 12 meses, era de 5.154%.


c) O êxito do Plano Real não poderia ter sido maior: pela primeira vez na história do índice, a inflação calculada pela
Fundação Getúlio Vargas registrou queda por cinco anos consecutivos, caindo para 1,7% em 1998.

O sucesso do novo plano de estabilização econômica baseou-se, principalmente, na sucessão de etapas


que precederam a sua implementação:

I. Adoção de medidas destinadas a buscar o equilíbrio das contas públicas;


II. O estabelecimento de uma unidade de conta (URV) para alinhar os preços relativos da economia;
III. A conversão dessa unidade de valor na nova moeda estável da economia, o real
IV. Aa implementação do Plano Real acabou por eliminar a indexação retroativa, sem a necessidade de um
congelamento de preços e salários para conter a inflação – como fora o caso dos planos de estabilização
anteriores.
V. A conjugação da apreciação cambial com a abertura comercial e a concorrência externa permitiu que os
preços dos tradables fossem rigidamente contidos desde o início do Plano Real, dando efetividade à
âncora cambial no controle da inflação.

Como resultado desse processo:

a) Houve drástica queda da inflação – principalmente dos tradables, mas também dos nontradables – sem que
ocorresse em seu início uma severa recessão.
b) A taxa de inflação acumulada em 12 meses – medida pela média do IGP-DI, INPC e IPC-Fipe – seguiu acentuada
trajetória de queda desde que o Plano Real completou o seu primeiro ano de existência.
c) Em dezembro de 1995, a taxa de inflação média acumulada em 12 meses era de 20%.
d) Nos dois anos seguintes, nesse mesmo mês, essa taxa foi reduzida a um dígito, passando para 9,5% e 5,6%,
respectivamente.
e) Em 1998, a taxa de inflação média acumulada em 12 meses atingiu o patamar de apenas 0,8%.

1.1.2. Os Problemas do Setor Externo

A mencionada conjugação da apreciação do câmbio no início do plano com a abertura comercial acarretou:

1- Drástica redução da inflação


2- Esteve associada à deterioração expressiva das contas externas do país no primeiro governo Fernando Henrique
Cardoso
3- Enquanto as importações cresceram 77%, no comparativo 1998-1994, as exportações aumentaram apenas 17%.
As importações brasileiras totalizaram:

a) Em 1993, US$ 25,5 bilhões.


b) Em 1995, US$ 49,9 bilhões.
c) Nos dois anos seguintes, as importações totalizaram US$ 53,3 bilhões e US$ 61,4 bilhões, respectivamente.
d) Em 1998 elas parariam de crescer, registrando mesmo uma (significativa) redução para US$ 58 bilhões. Essa queda
pode ser explicada, em parte, pelo menor dinamismo da atividade econômica do país.
e) No comparativo 1994-1998, as importações de bens de capital e de bens de consumo foram as que mais
cresceram – 113% e 94%, respectivamente.
f) As exportações seguiram trajetória contínua de crescimento até 1997, embora a um ritmo significativamente
inferior ao das importações.
g) Em 1993, as exportações brasileiras, no conceito físico, totalizaram US$ 38,6 bilhões.
h) Nos três anos seguintes, elas passaram para US$ 43,5 bilhões, US$ 46,5 bilhões e US$ 47,7 bilhões,
respectivamente.
i) Em 1997, as vendas externas brasileiras alcançaram US$ 53 bilhões.
j) Em 1998, em função principalmente da crise financeira asiática, da queda das cotações das principais commodities
no mercado internacional e do desaquecimento da economia mundial, as exportações brasileiras caíram para US$
51,1 bilhões.
k) Entre 1994 e 1998 as exportações cresceram em média 4,1% a.a., um ritmo muito inferior ao da expansão do
comércio internacional no período (7,6%), o que sinaliza a falta de dinamismo das vendas externas brasileiras e a
necessidade de melhorar a composição da pauta de exportação em termos de produtos e mercados.
l) O fraco desempenho atingiu todos os produtos: as vendas externas de bens manufaturados cresceram também
4,1% a.a no período, taxa idêntica à dos produtos básicos, sempre no comparativo 1994-1998.

1.2. Abertura comercial e financeira

1.2.1. As Contas do Governo Central: 1995-1998 – Fatos Estilizados

A análise da evolução das necessidades de financiamento do setor público no conceito nominal, no período
1995-1998, aponta para uma significativa deterioração do resultado primário, que, mesmo após a expressiva piora
registrada de 1994 para 1995, passou de um superávit de 0,3% do PIB em 1995 para um resultado nulo em 1998.
O superávit primário do governo central em 1998, por sua vez, decorreu, principalmente, de quatro fatores:

1) A arrecadação da CPMF;

2) A natureza temporária de parte do aumento do imposto de renda sobre aplicações financeiras, do pacote fiscal de
novembro de 1997, que valeu apenas para o ano de 1998;

3) Receitas do tipo once for all geradas pelas concessões da telefonia – que deverão ter certa importância até o ano
2000, mas deixarão de existir a partir de então;

4) Os efeitos do Fundo de Estabilização Fiscal, que poderão desaparecer a partir do ano 2000.10 A combinação
desses fatores colaborou com aproximadamente 2% do PIB para a contenção do déficit em 1998.

Em relação ao déficit nominal do setor público, houve um aumento em 1998 em comparação com 1997
que se refletiu no crescimento das despesas com juros nominais incidentes sobre a dívida pública, a despeito da
queda da inflação. Como resultado o déficit nominal passou de 6,1% do PIB em 1997 para 8% em 1998. O
aumento da despesa com juros em 1998 decorreu de três elementos:

1) A elevação da taxa de juros, com dois saltos no final de 1997 e em setembro de 1998, após um movimento
temporário de queda no período janeiro-agosto;
2) O aumento da dívida pública durante 1998, em decorrência da própria dimensão do déficit;
3) A necessidade de intensificar o ritmo de desvalorização real da taxa de câmbio, de modo a melhorar o
desempenho da balança comercial, com reflexos sobre o nível de juros necessário para gerar uma remuneração
satisfatória, medida em dólares, para os investidores do mercado financeiro.

A economia brasileira experimentou após o Plano Real, em 1994, uma nova onda de investimentos diretos
que chegou a US$ 25,9 bilhões em 1998, depois de ter registrado, na primeira metade da década de 90, uma
média anual de cerca de US$ 1 bilhão.

1.2.2. A abertura comercial e financeira no Brasil

As instituições financeiras mundiais, antes dos anos 70, vivenciavam uma certa estabilidade econômica
advinda da estrutura de câmbio fixo. No Brasil, essa tendência de gerenciamento de risco chega mais
fortemente com o advento da abertura comercial e financeira, no final da década de 80 e início da de 90
acompanhada com o início do câmbio flutuante:

a) Os principais traços do processo de reestruturação empresarial proporcionados pela abertura comercial e a forte
recessão, fizeram com que a maioria das empresas empreendesse um aumento de produtividade via redução de
pessoal,

b) Maior eficiência do processo produtivo (introdução de inovações organizacionais e melhoria dos sistemas de
qualidade),

c) Terceirização de atividades e especialização da produção (focalização no ‘core business’), assim como pelo
crescimento das importações de insumos.

d) A partir de 1993, aprofundaram-se os esforços de aumento de produtividade, ampliando-se também as


importações de equipamentos;

e) Em 1994, a balança comercial brasileira apresentou-se deficitária, situação que se agravou ao longo da década
com a progressiva sobrevalorização cambial.

f) A segunda metade da década apresentou baixo crescimento econômico: foram desestimulados os investimentos,
principalmente em decorrência de elevadas taxas de juros, restrição ao crédito e desfavorecimento da produção
local na concorrência com importados devido à taxa de câmbio.

g) A liberalização financeira e à desregulamentação da economia, amplificaram a desnacionalização da capacidade


produtiva no país e, em menor escala, a concentração do capital nacional, intensificando-se os processos de fusões
e aquisições.

O processo de liberação comercial no Brasil, no início da década de 90, se deu com a redução substancial de
diversas tarifas de importação e a eliminação de barreiras não-tarifárias.

A abertura comercial brasileira ocorrida na década de 1990, iniciada pouco antes do governo de Fernando
Collor e continuada durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, foi um período de extrema relevância na
história econômica do país, pois representou a ruptura do protecionismo tarifário feito pelo governo para com a
indústria nacional, proteção esta herdada do modelo de industrialização baseado na substituição das
importações:

a) A diminuição das tarifas de importação, a abolição dos regimes especiais para produtos importados e a unificação
de tributos incidentes sobre as compras externas, entre outras medidas,

b) Fizeram com que as empresas nacionais sofressem uma dura concorrência das firmas e dos produtos importados,
levando à falência muitas firmas locais, pois estas não eram nem um pouco competitivas se comparadas às
estrangeiras.

c) A abertura foi acompanhada de um processo de privatização, que é a venda de empresas ou instituições do setor
público.

d) Neste período, a venda de empresas estatais, foi de proporções sem precedentes na história, foi o maior programa
de privatizações do mundo, totalizando US$105,9 bi ao final do processo.

e) Definiram risco cambial como sendo a variação não antecipada nos tipos de câmbio. Eles definem o risco cambial
em termos da imprevisibilidade nos tipos de câmbio refletidos nas variações inesperadas nos tipos de câmbio.

1.3. Aplicação do Modelo Proposto às Empresas Multinacionais Brasileiras

Tendo em vista o pouquíssimo número de multinacionais brasileiras, os critérios de seleção para a


escolha destas multinacionais foram três:

1- As empresas de capital aberto que estivessem vivenciando o mercado mundial, no mínimo, durante todo o
período de estudo proposto na introdução deste trabalho – 1988 a 2003.

2- Em segundo plano as empresas que dispusessem das informações contábeis dos valores dos seus “ativos totais”,
junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou no Arquivo Nacional.

3- Que houvesse uma abrangência dos vários setores da economia. Dessa forma as empresas selecionadas foram as
seguintes:
a) Marcopolo,
b) Embraer,
c) Companhia Vale do Rio Doce (Vale)
d) Petrobrás

1.4. Comércio Internacional e Crescimento Econômico no Brasil

1.4.1.Teoria clássica do comércio internacional

A teoria do comércio internacional surgiu da necessidade de explicação das trocas internacionais. Remonta
aos autores clássicos (com realce para os contributos de Adam Smith e David Ricardo) o desenvolvimento de uma
análise susceptível de generalização a qualquer país, assim se contrapondo às concepções proteccionistas dos
mercantilistas uma teoria do comércio internacional de validade universal.

O mercantilismo consistiu numa coleção de atitudes similares em relação à atividade económica


doméstica e ao papel do comércio internacional. Os mercantilistas preocupavam-se:

a) Com a acumulação de metais monetários – ouro e prata

b) Acreditavam que um país poderia aumentar o seu stock de metais monetários à custa dos demais.

Para o efeito “bastaria”:

a) Aumentar as exportações – que deveriam ser encorajadas através de subsídios

b) Diminuir as importações – que deveriam ser desencorajadas mediante a aplicação de tarifas.

É com o advento do liberalismo económico que se começa a autonomizar e desenvolver a teoria do


comércio internacional.

Ao longo da década de noventa, a Ásia avançou relativamente mais que a América Latina em termos de
integração comercial, ao mesmo tempo em que permaneceu relativamente menos integrada financeiramente:

I. De 1951 a 2009, o Brasil registrou uma média anual de crescimento do PIB per capita de cerca de 2,7%,
superior à dos EUA, em torno de 2,0%.

II. De 1951 a 1980, o Brasil registrou crescimento médio anual do PIB per capita de 4,8%, muito superior aos
dos EUA, de 2,2%.
III. O início da década de oitenta, oscilou entre ciclos de contração, estagnação e crescimento mediano.

IV. De 1981 a 2009, o referido crescimento foi de 0,5%, muito aquém dos EUA. A maior economia do mundo
contou com um decréscimo suave de suas taxas médias, de 2,2% a 1,7%, entre os dois mesmos períodos.

V. Comércio exterior – Exportações O setor exportador não havia logrado aumentar o seu peso na economia
brasileira até fins da década de noventa.

O Brasil apenas passou a registrar incremento de seu potencial exportador a partir do início da última
década. O Plano Real havia redundado em importante perda de competitividade cambial, tendo a parcela das
exportações no PIB caído ao patamar de 6% entre 1996 e 1998, semelhante aos verificados trinta anos antes.
Houve, desde então, com a desvalorização e flexibilização do câmbio em 1999, uma impressionante recuperação
das exportações.

VI. Importações - as importações, a exemplo das exportações, não vinham registrando tendência histórica de
incremento de sua participação potencial no PIB, até fins da década de noventa. Essa participação
manteve-se grosso modo estagnada entre 7% e 8%

Com o processo de forte industrialização, o Brasil diversificou consideravelmente a pauta de exportações.


Boa parte deste processo foi empreendida nos anos setenta e completada ao longo dos anos oitenta.

2. A indústria, a inflação e o balanço de pagamentos

2.1. A indústria

A década de 90 marcou a transição da indústria brasileira para um novo regime de comércio, deixando para
trás pelo menos quatro décadas de forte proteção contra as importações. O reconhecimento pelos feitos do antigo
regime não pode, no entanto, servir de pretexto para que se esqueça de suas deficiências. Sobretudo porque a
clareza quanto aos aspectos negativos dessa herança é condição necessária para que se possam desenhar políticas
que permitam que o país e a indústria continuem evoluindo.

Os problemas se concentraram em cinco pontos principais:

a. A proteção favoreceu particularmente setores que demandavam recursos escassos no país, como capital e
tecnologia, gerando uma utilização inadequada dos recursos abundantes, como trabalho e recursos naturais;
b. A proteção elevada incentivou a entrada de grande número de produtores nos setores intensivos em capital e
tecnologia, em sua maioria empresas multinacionais, inviabilizando a obtenção de escalas competitivas;

c. O recurso frequente a índices de nacionalização elevados, incompatíveis com o grau de desenvolvimento


tecnológico e com o tamanho do mercado. Brasileiro, promoveu a ineficiência e o desperdício de recursos ao
longo da cadeia produtiva;

d. A elevada proteção ao mercado interno criou forte viés contra as exportações, bloqueando os ganhos de escala e
eficiência a elas associados, uma vez que permitiu que os preços domésticos fossem muito superiores aos do
mercado internacional;

e. Como consequência de (b) e (d), as empresas brasileiras, restritas a um mercado interno fragmentado, não
conseguiram adquirir um tamanho que lhes permitisse reduzir as desvantagens de escala vis-à-vis seus
competidores internacionais;

f. A proteção contra as importações e o desestímulo às exportações isolaram da concorrência internacional o


produtor local, minando os incentivos para a redução de custos e a introdução de novos produtos.

2.1.1. As Mudanças Estruturais

Os Coeficientes de Comércio e a Indústria Em Moreira e Correa (1996) trabalhou-se com uma série de valor
bruto da produção em dólares correntes (1989-1995) para 45 setores da indústria de transformação, definidos de
acordo com a classificação da matriz de insumo-produto de 1980 (nível 100).

I. Para os anos de 1989, 1990 e 1992

O primeiro levantamento geral da atividade industrial no Brasil foi efetuado em 1907, por uma organização
privada, o Centro Industrial do Brasil, a pedido do governo federal (IBGE, 1986)

Foram utilizadas as informações originais das Pesquisas Industriais Anuais (PIAs) do IBGE:

a) Convertidas para dólares pela taxa de câmbio média do ano.


b) A partir dessas informações, estimou-se o valor da produção para outros anos por meio do índice de valor da
produção nominal, construído pela multiplicação do índice de produção física da PIM-PF (nível 100) por um índice
de preços em nível de setor matriz 80.

c) Os dados de comércio (Secex e Receita Federal) foram compatibilizados com os dados de produção por meio de
um tradutor NBM/setor-matriz 80.1

d) Foram feitas também outras estimativas do valor da produção na indústria, tendo como ponto de partida o Censo
de 1985 – 1985-1996.

Os primeiros resultados relativos aos coeficientes de comércio para a indústria de transformação:

a) A elevação gradual entre 1989 e 1994,


b) O crescimento explosivo em 1995 e a volta a um crescimento mais gradual a partir de 1996.

Chamam a atenção algumas fases de retrocesso ou de baixo crescimento:

a) Os anos de 1928 a 1932, os meados da década de 1960


b) A "década perdida" a partir de 1980;
c) Períodos de rápida expansão, notadamente o de 1967 a 1973.
d) Ressalta a taxa média de crescimento de longo prazo, que se aproxima de 7% ao ano, para todo o período de 1912
a 1992.

No que se refere à composição do produto industrial:

a) Os setores Têxteis e de Produtos Alimentares predominaram amplamente, na fase inicial do desenvolvimento da


indústria: no Censo Industrial de 1920, esses dois gêneros eram responsáveis por quase 60% do valor adicionado
na indústria de transformação.

b) A produção de outros bens não-duráveis de consumo como Vestuário, Calçados e Bebidas, aquela proporção
chega a 70%.
c) As indústrias de Alimentos, Vestuário, Calçados e Bebidas eram, nesse período, constituídas principalmente de
estabelecimentos de pequena escala, utilizando métodos de produção semiartesanais.

d) A Expansão da indústria de tecidos, em especial de seu principal setor, a fiação e tecelagem de algodão.

e) As atividades de maior crescimento relativo foram aquelas onde predomina a produção de bens intermediários ou
bens de capital;

A fase de expansão a partir do final dos anos sessenta se caracterizou:

A) Pelo crescimento relativo da indústria "pesada", como a produção de bens de capital e o setor petroquímico.
B) Os três principais gêneros industriais em 1980 foram as Indústrias Química, Metalúrgica e Mecânica, responsáveis,
em conjunto, por cerca de 40% do valor adicionado da indústria de transformação.
C) Absorção de mão de obra, o emprego total apurado no primeiro levantamento da indústria, em 1907, foi de cerca
de 150.000 operários.
D) Parte desse total correspondia a pequenos estabelecimentos artesanais;
E) A indústria de tecidos, tipicamente fabril, tinha aproximadamente 50.000 empregados;
F) No período mais recente, a proporção da população economicamente ativa engajada na indústria de
transformação passou de 11%, no Censo de 1940, para 13%, em 1950 e 1960, 15%, em 1970, e atingiu 20%, em
1980.
G) Nesse último ano, cerca de 8,5 milhões de pessoas exerciam atividades na indústria de transformação, no País
(IBGE, 1990,)

A participação no Produto Interno Bruto:

a) O produto da indústria de transformação cresceu de um nível de 19% do PIB, em 1950, para 26%, em 1960 e 29%,
b) Em 1970, atingindo a proporção de 34%, em 1980.
c) No período mais recente, devido à retração industrial, essa relação baixou para 30%-31% (IBGE, 1990)

2.1.2. O Início da Industrialização

Em 1907, a produção interna de tecidos de algodão foi superior a 300 milhares de metros, e era duas vezes
superior, em valor, às importações nesse item.

Os dados referentes à importação de maquinaria, combinados com as informações disponíveis sobre as


datas de fundação das fábricas de tecidos, indicam a ocorrência de investimentos de certa importância na
produção interna de tecidos de algodão desde 1870.

A política tarifária da época:

a) A fixação de tarifas de importação tinha como propósito básico de fornecer receita ao governo.

b) A elevação nas tarifas, quando efetuada, era vista, no discurso governamental, como um mal necessário:
aumentos, em geral causados por crises orçamentárias, eram sempre seguidos por um movimento no sentido da
liberalização do comércio

c) O impacto das tarifas somava-se ao efeito protecionista das desvalorizações cambiais.

d) As tarifas proporcionavam uma proteção mais duradoura, amortecendo os efeitos negativos, para a indústria
nacional, de fases de valorização do mil-réis.

e) Na presença da barreira tarifária, -- que incidia sobre os tecidos importados, mas não sobre máquinas e
equipamentos, que eram isentos -- seria possível aos produtores locais resguardarem-se contra a concorrência
externa, em períodos de alta da moeda nacional,

f) Se valiam do barateamento das máquinas importadas para efetivar seus investimentos.

I. Os efeitos da Primeira Guerra: A restrição de importações durante o conflito indicou possibilidades de


lucros na produção substitutiva de importações, o que foi certamente um fator central da expansão na
importação de maquinaria industrial, nos anos subsequentes.

II. A década de 1920 - Essa década presenciou uma tendência à estagnação no principal setor industrial, o de
produção têxtil, o que levou vários autores a rotulá-la como uma fase negativa para o processo de
industrialização.

III. Entre o final da Primeira Guerra e 1930, verificou-se um importante processo de diversificação industrial.
Entre os produtos que passaram a ser fabricados localmente podem ser citados: ferro-gusa, cimento,
ferramentas elétricas, motores elétricos, máquinas têxteis, equipamentos para o refino do açúcar,
implementos agrícolas, aparelhos de gás, relógios e instrumentos de medição.
IV. O novo papel do Estado - O período entre a Primeira Guerra e a Depressão, por uma fase de transição. A
indústria era um fato ao qual o governo tinha que se acomodar; apesar do discurso liberal unanimemente
adotado por presidentes da República e ministros, medidas de estímulo e mesmo de proteção passaram a
ser gradualmente adotadas, de forma deliberada, ainda que com reduzido efeito prático.

2.2. O Plano de Metas e a estratégia de industrialização intensiva

Pode-se afirmar que somente a partir dos anos cinquenta o Estados brasileiros passou a se empenhar, de
forma ativa e organizada, na promoção do desenvolvimento industrial do País.

Foram implementadas outras medidas que impulsionariam o desenvolvimento industrial nos anos cinquenta.
As principais foram:

1) A criação da PETROBRÁS (1953), que permitiria desenvolver mais rapidamente as atividades de refino, produção e
prospecção de petróleo;

2) A Instrução 70 (de 1953) da antiga SUMOC, que estabeleceu um sistema de leilões de câmbio com cinco
categorias de importações, favorecendo a importação de máquinas e equipamentos industriais;

3) A Instrução 113 (1955) da SUMOC, que permitiu a importação de máquinas e equipamentos sem cobertura
cambial pelas subsidiárias de empresas estrangeiras estabelecidas no País. As principais indústrias que se
beneficiaram desta última medida foram: automobilística, química e bens de capital.

2.2.1. Crise e reorganização institucional da política industrial

A partir de 1963, a indústria brasileira entrou num período de recessão que perduraria até 1967. O início da
recessão teve um componente cíclico predominante, a redução da taxa de crescimento da formação bruta de
capital fixo, por sua vez relacionada à "conclusão do volumoso pacote de investimentos públicos e privados
iniciado em 1956/57".

2.2.2. Subsídio à formação de capital e complementação da estrutura industrial


Após a recessão de 1963-67 e as reformas institucionais promovidas pelo regime autoritário a partir de
1964, a indústria brasileira experimentou um novo ciclo de rápido crescimento e mudanças estruturais a partir de
1968.

A formação de capital industrial no novo ciclo de investimentos foi fortemente subsidiada pelo Estado. Havia
três formas principais de subsídio à formação de capital na indústria:

1- Isenções ou reduções da tarifa aduaneira e demais impostos (IPI, ICM) incidentes sobre a importação de máquinas
e equipamentos destinados a projetos industriais aprovados pelo Conselho de Desenvolvimento Industrial (CDI) ou
por órgãos setoriais e regionais de desenvolvimento. A partir de 1971, as isenções de IPI e ICM foram estendidas às
compras de máquinas e equipamentos no mercado interno, de forma a eliminar a discriminação à produção
interna de bens de capital, implícita na legislação anterior, e estimular o desenvolvimento da indústria de bens de
capital;

2- Subsídios implícitos nos financiamentos de longo prazo para investimento industrial, concedidos pelo BNDE. Esses
financiamentos tinham correção monetária pré-fixada em limites significativamente inferiores às taxas de inflação
observadas nos anos setenta;

3- Incentivos fiscais, administrados por órgãos regionais de desenvolvimento, para investimentos industriais em
regiões menos desenvolvidas. A ampliação do mercado para produtos manufaturados no período 1968-1973/74
resultou tanto da expansão da demanda no mercado interno quanto da expansão e diversificação das exportações.

3. Inflação

Com o II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), em 1975/79, o Estado articulou uma nova fase de
investimentos públicos e privados:

a) Nas indústrias de insumos básicos (siderurgia e metalurgia dos não-ferrosos, química e petroquímica, fertilizantes,
cimento, celulose e papel)

b) Bens de capital (material de transporte e máquinas e equipamentos mecânicos, elétricos e de comunicações),

c) Investimentos públicos em infraestrutura (energia, transportes e comunicações).


O objetivo foi o de completar a estrutura industrial brasileira e criar capacidade de exportação de alguns
insumos básicos.

O Governo, ao tentar reduzir a taxa de crescimento dos meios de pagamentos em 1974, foi frustrado pela
elevação do crédito privado. Assim, o período caracterizou-se:

a) Por uma euforia de novos investimentos, principalmente nos setores de maior rentabilidade do sistema (bens de
consumo duráveis).

b) No início de 1974, os empresários propunham ampliar sua capacidade produtiva em 30%.

c) Tais decisões tiveram reflexos sobre o balanço de pagamentos, por meio da taxa de aumento real das importações
de alguns itens: ferro e aço, 131,2%; cobre, 43,9%; alumínio, 76,7%; equipamentos elétricos, 33,4%; equipamentos
de transporte, 49,7%. Parte dessas importações tiveram inclusive uma motivação especulativa, tendo em vista o
volume de recursos disponíveis e as expectativas de preços crescentes.

d) A especulação torna-se mais intensa no mercado financeiro, mesmo porque este é o terreno mais fértil para o seu
desenvolvimento.

e) No caso brasileiro, no entanto, este processo tendeu para um exagero em função das próprias condições
institucionais, que fortaleceram sobremodo o processo especulativo, com todas as suas consequências em termos
de predisposição da economia para a crise e a inflação.

f) A partir de 1974, as empresas, tendo utilizado seus recursos para a expansão e a imobilização, passam a recorrer
ao endividamento para poder financiar não só suas atividades, como também uma maior expansão, o que é
ilustrado pela tendência muito clara de elevação das margens de despesas financeiras neste ano.

g) Tal atividade é simultânea a um crescimento das taxas inflacionárias que, embora se manifeste claramente apenas
em 1974, já vinha ocorrendo desde 1973, encoberto, no entanto, pela manipulação dos índices oficiais de preço,
nos últimos meses do Governo Médici.

Esseselementos com as medidas governamentais que são tomadas com o objetivo de controlar o
recrudescimento do processo inflacionário e que levam a uma redução da atividade econômica:

a) A diminuição da rentabilidade das empresas, no momento em que já se encontram com uma baixa relação de
recursos próprios/recursos de terceiros, as compele a recorrer cada vez mais ao crédito, agravando sua situação
financeira.

b) A rentabilidade das unidades econômicas com pouca flexibilidade para alterar sua renda, em especial o assalariado
e as pequenas e médias empresas, bem como as empresas de serviços públicos, cujas tarifas controladas
acompanham cada vez menos a elevação dos preços.

c) As grandes empresas a optarem pelo caminho mais natural para a manutenção do valor de seu capital, isto é,
destinar seus recursos a atividades não-operacionais, especialmente a especulação financeira que se tornou
possível pela criação de um mercado de capitais com as características que ele atualmente apresenta.

A correção monetária, artifício para viabilizar a criação do mencionado sistema, não só fazia reverter a
alta dos preços contra o saldo devedor das empresas como também:

a) Criava as condições para o deslanche do mencionado processo especulativo.

b) O risco nulo e a proteção contra a inflação (por meio da correção monetária) tornam os papéis emitidos pelo
governo um ativo financeiro de primeira linha.

c) Em função disso, esses títulos servem de garantia para todas as operações de curtíssimo prazo.

d) A taxa de remuneração implícita destes títulos (deságio mais correção monetária e juros) regula a taxa de
rentabilidade para as aplicações financeiras em geral, e consequentemente o custo do “dinheiro”.

e) A elevação da taxa de juros decorrente deste processo também é, em parte, responsável por um grande afluxo de
dólares acima das necessidades reais da economia, o que por seus efeitos sobre a política monetária constitui
outro mecanismo de realimentação inflacionário.

f) A elevação das reservas internacionais derivada dos empréstimos externos provoca uma expansão monetária na
economia brasileira.
g) O crescimento da dívida pública interna decorre, em parte, do próprio endividamento externo.

Em fins da década de setenta e princípios dos anos oitenta, a estrutura da indústria brasileira já estava
praticamente completa:

I. Em 1973

a) As matérias primas alimentícias tiveram seus preços aumentados em 38,6% e as industriais, em 76,5%.

b) Na medida em que o Brasil ampliou suas exportações de produtos agrícolas e de matérias-primas, seus preços
internos passaram praticamente a seguir os preços dos mercados internacionais, de maneira que uma elevação
daqueles se refletia imediatamente nos preços internos.

c) O produtor agrícola brasileiro substituísse a produção voltada para o mercado interno pela produção para
exportação (estimulado ainda pelos incentivos oficiais que irresponsavelmente lhe eram oferecido), reduzindo
assim a oferta interna e, em consequência, elevando os preços.

Em tal processo:

1) Os salários aumentam menos em termos monetários que os demais custos diretos de produção, como aconteceu
no Brasil, cresce a participação dos lucros na renda, em detrimento dos salários, elevando-se a relação que se
costuma denominar taxa de exploração do sistema.

2) O valor do excedente de cada empresa ou de um setor (a soma de lucros, dividendos, juros, aluguéis,
remuneração dos tecnocratas e depreciação), dividido pelo total de salários. Em termos mais precisos, é o valor
agregado menos salários, dividido pelo salário.

3) No ano de 1973 em relação a 1972: indústria de transformação como um todo, 13%; metalúrgica, 14%; material
elétrico e de comunicação, 26%; material de transporte; 23%; papel e papelão, 41%; química, 27%; etc.
Inicialmente, uma elevação do nível de preços que pode:

1) Decorrer da elevação do próprio custo das matérias-primas importadas ou nacionais. Em tal situação, dado certo
valor dos meios de pagamento, e uma certa velocidade de circulação, se este valor e esta velocidade não
aumentarem, uma parte da produção deixa de circular.

2) Na média em que ocorre uma pressão no mercado monetário, a velocidade de circulação da moeda é aumentada
pela elevação da taxa de juros, e surgem substitutos do dinheiro, ou quase dinheiro, que contribuem para
aumentar a liquidez do sistema.

3) Consequência disto foi o fato de que o Governo, ao tentar reduzir a taxa de crescimento dos meios de
pagamentos em 1974, foi frustrado pela elevação do crédito privado.

3.1. Balanço de Pagamento

Balanço de Pagamentos: são registradas as transações econômicas que o país realiza com o resto do mundo, num
determinado período de tempo, permitindo avaliar sua situação econômica em relação à economia mundial.

A Estrutura do BP - Em termos formais, o BP registra todas as transações entre residentes e não residentes de um
país num determinado período de tempo. Para iniciarmos a análise dos componentes do BP necessitamos,
entretanto, de definir o que são residentes e não-residentes.

Residentes: todas as pessoas físicas e/ou jurídicas, que tenham esse país como seu principal centro de interesse.

O BP registra todas as transações entre residentes e não-residentes de um país num determinado período
de tempo.

1) Balanço Comercial: registra a movimentação de mercadorias, ou seja, bens tangíveis. Seu saldo é dado pela
diferença entre as vendas de mercadorias ao exterior (exportações) e a compra de mercadorias do exterior
(importações)
2) Balanço de Serviços: agrega as transações com intangíveis. Essas transações são compostas as receitas e despesas
com transporte, as receitas e despesas decorrentes de viagens internacionais, as rendas do capital (remessas e
recebimentos de juros e lucros), os gastos com representações diplomáticas (e outros, tais como presentes a
membros de comitivas oficiais) e outros gastos tais como o pagamento de patentes e royalties (devido a direitos
autorais entre outros). Se o país recebe mais recursos relacionados com esses serviços do que os envia, tem-se um
superávit no BS. Caso o contrário seja observado temos um déficit no BS.

As transações registradas no BS podem ser classificadas em duas categorias distintas:

a. Os serviços de fatores correspondem ao pagamento ou recebimento em função da utilização de fatores de


produção, tal como a remessa de lucro (conta 2.3) e como o pagamento de salários e/ou ordenados devido à
prestação de serviços diversos (conta 2.5) como, por exemplo, um serviço de consultoria internacional.

b. Os serviços de não fatores não envolvem qualquer fator de produção, tal como viagens internacionais. 3)
Transferências Unilaterais: representam pagamentos ou recebimentos, tanto em moeda quanto em mercadorias,
sem contrapartida em mercadorias e/ou serviços e/ou pagamentos; são as doações de guerra, para ajuda
humanitária, para auxílio em catástrofes, entre outras.

3) Transferências Unilaterais: representam pagamentos ou recebimentos, tanto em moeda quanto em mercadorias,


sem contrapartida em mercadorias e/ou serviços e/ou pagamentos; são as doações de guerra, para ajuda
humanitária, para auxílio em catástrofes, entre outras.

I. O balanço comercial registra as exportações e importações de bens tangíveis;


II. O balanço de serviços, a movimentação dos chamados intangíveis, tais como as remessas de lucros, juros e
despesas com transportes;
III. As transferências unilaterais, as remessas e/ou envios de recursos ou mercadorias sem contrapartida.
IV. Somando o saldo dessas três contas, obtém-se o saldo das contas correntes ou das transações correntes.

4) Movimento de capitais:
I. Balança de capitais registra as transações envolvendo investimentos, empréstimos e financiamentos entre
os países.
II. Na conta investimentos diretos contabilizam se todas as aquisições e vendas de capital feitas por não
residentes num determinado período.
III. São, incluídos nesta conta as compras e vendas nacionais, sejam elas privadas ou estatais, as aquisições ou
vendas de participação societárias e ampliação e/ou criação de capacidade produtiva no país por iniciativa
de empresas ou grupos estrangeiros.
IV. O saldo dessa conta registra o resultado líquido das aquisições e vendas, visto que, em princípio, as
aquisições representam entrada líquida de divisas, enquanto as vendas representam saída de divisas.

V. Quando o resultado dessa conta é positivo, o que costuma acontecer em países tais como o Brasil, que
são importadores líquidos de capital, isso significa que neste período, os investimentos no país
constituíram uma fonte de obtenção de divisas. Essas divisas serão utilizadas como investimentos,
financiamento aos gastos do governo e como forma de compensar eventuais gastos das contas corrente:

a. A conta Reinvestimentos registra todo o rendimento proporcionado pelo capital estrangeiro no país que, ao invés
de ser remetido para fora, permanece no país, na forma de reinvestimento produtivo nas empresas.

b. Na conta empréstimos e financiamentos - estão registrados todos os empréstimos contraídos no exterior – com
exceção daqueles incluídos nos empréstimos de regularização e todos os financiamentos externos obtidos por
residentes.

c. A conta amortizações de empréstimos - registra todos os pagamentos ocorridos, em determinado período, de


parcelas referentes ao principal dos empréstimos externo contraídos por residentes (inclui-se o governo). Já o
pagamento dos juros incidentes sobre tais empréstimos, ou seja, aquilo que se chama serviço da dívida são
registrados na BS.

O movimento de capitais registra os investimentos, empréstimos e financiamentos entre os países.


Somando o seu saldo ao saldo das transações correntes e considerando eventuais erros e omissões, chega-se ao
saldo do BP. As transações compensatórias demonstram esse resultado, ou seja, mostram seu impacto sobre os
níveis de reservas e, no caso de déficit, também os eventuais empréstimos de regularização ou lançamento de
atrasados.

4. A estabilidade econômica
Durante as últimas três décadas tem-se verificado a redução da inflação na generalidade dos países
industrializados. As elevadas taxas de inflação, que afetaram tanto as economias desenvolvidas como as em
desenvolvimento, acarretam custos sociais e económicos e motivaram a que os governos implementassem
inúmeros programas de estabilização que visavam num primeiro momento a redução da inflação, e a sua posterior
estabilização.

4.1. A estabilidade de preços

A definição mais comum de inflação é o aumento generalizado e contínuo do nível de preços. A inflação e
suas consequências sociais têm merecido especial destaque na literatura económica durante as décadas de 1970 e
1980, devido às elevadas taxas observadas, em especial, nas economias Latino-americanas.

Para o objetivo de estabilidade de preços importa:

a) Que os bancos centrais tenham como metas de inflação, taxas que sejam baixas e estáveis a longo prazo.
b) Uma taxa de inflação num intervalo de 0% a 3% engloba todas as taxas consideradas compatíveis com o conceito
de estabilidade de preços.

4.2. Os custos da inflação

Numa economia com elevada inflação, torna-se difícil saber se o aumento de um bem ou serviço deve-se
ao facto de uma subida do nível geral de preços - inflação - ou se foi resultado da subida do seu preço relativo:

1. A variabilidade da inflação causa inconveniente, pois quanto maior for as incertezas relativa à inflação maior será a
perturbação das expectativas levando a perda da confiança dos agentes económicos.

2. Além dos custos económicos, a elevada inflação provoca ainda custos sociais e políticos, visto que aumentam o
grau de incerteza quanto o nível de vida futuro das pessoas, enfraquecendo a coesão económica e social.

3. A inflação provoca mudanças mais gerais no comportamento que não estão somente relacionadas com a procura
de moeda.
4. O chamado custos de menu, ou seja, os ajustes de natureza nominal, onde os preços têm custos de
reajustamentos como por exemplo, a troca de etiquetas dos produtos, a elaboração de novos catálogos de preços,

5. A renegociação de salários devido ao aumento da variabilidade entre os salários de diferentes categorias


provocando a má alocação de recursos no mercado de trabalho

A defesa da estabilidade de preços justifica-se:

a) Do ponto de vista social ou económico, devido aos custos da inflação.

b) A inflação é um dos factos macroeconómicos mais diretamente perceptíveis pela população.

c) O fenómeno inflacionista caracterizado pelo processo de subida dos preços tem merecido a atenção das
autoridades económicas, que através da combinação das diversas políticas económicas têm tentado alcançar a
estabilidade dos preços, ainda que à custa de outros objetivos, igualmente importantes para o equilíbrio
económico.

I. A relação existente entre a inflação e o desemprego, é sugerida como sendo a mais conflituosa pela
literatura económica. A abordagem monetarista à Curva de Phillips e a existência do trade-off entre
inflação e desemprego sugeriu uma nova perspectiva aos responsáveis pela política económica, alertando
para que uma política de negligência para com a inflação, a fim de combater o desemprego poderia ter
efeitos apenas temporário e transitóri0.
II. A relação entre a inflação e o crescimento da moeda, apontado como o principal “alimento” ou
“combustível” que permite corresponder aos sucessivos aumentos de preços. Vários autores que
observaram existir uma forte correlação positiva entre a inflação e o crescimento da moeda.
III. Restados distintos entre o curto e o longo prazo.

a) No longo prazo os estudos empíricos apontam para a relação direta entre a inflação e o crescimento da oferta de
moeda,
b) No curto prazo esta relação é mais difícil de ser demonstrada empiricamente, pois os canais pelo qual a moeda
pode afetar a subida dos preços são vários e irá depender da política aplicada no curto prazo pelas autoridades
monetárias.

IV. Inflação e os défices orçamentais - foram analisadas as perspectivas distintas entre o curto e longo prazo,
através da visão keynesiana e monetarista:

a) Teoria keynesiana- os défices, através dos gastos públicos afetam diretamente a procura agregada, elevando a
inflação.

b) Teoria monetarista as autoridades monetárias serão forçadas a aumentar a oferta de moeda a fim de combater os
défices orçamentais e atenuar os seus efeitos nas taxas de juro.

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