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1) Introdução
O Código Eleitoral não contava com disposição específica acerca do crime de denunciação
caluniosa.
A Lei n° 13.834/19 veio alterar esse cenário, acrescentando o art. 326-A, ao Código Eleitoral,
contendo a seguinte redação:
2) Tipo objetivo
O novo tipo pune a conduta daquele que dá causa, ainda que por interposta pessoa, à
instauração de procedimento oficial, imputando a terceiro, sabendo tratar-se de inocente, a
prática de crime, contravenção ou de ato infracional.
Perceba-se que o legislador inova ao vislumbrar a prática de três tipos de infrações que,
imputadas, podem dar ensejo à prática do delito: 1) crime; 2) contravenção; ou 2) ato
infracional. Este último parece ganhar especial relevância nas hipóteses em que o agente
ainda não atingiu a maioridade, mas vem a concorrer, por exemplo, ao cargo de vereador,
para o qual basta que venha a atingir 18 anos na data da posse.
Trata-se de infração de execução livre, uma vez que não há formas preestabelecidas na lei,
desde que se dê causa à instauração de:
a) investigação policial, ainda que não haja a instauração de inquérito policial;
b) processo judicial, o que tem sido interpretado como sendo o processo penal;
3) Tipo subjetivo
O tipo admite, a nosso ver, tanto o dolo direto como o eventual, este último na hipótese de o
agente imputar a determinada pessoa, que sabe inocente, a prática de um crime eleitoral,
narrando para um terceiro o fato falso e assumindo o risco deste último transmiti-lo à
autoridade competente, culminando na instauração de procedimento.
Perceba-se, ainda, ser indispensável que o dolo abranja a “finalidade eleitoral”, sem a qual o
agente poderá incorrer na prática do crime de denunciação caluniosa prevista no Código
Penal.
4) Sujeitos do delito
Trata-se de crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa, inclusive pelas
autoridades responsáveis pelos procedimentos arrolados no tipo (ex. o Promotor de Justiça
que denunciar alguém o sabendo inocente).
Sujeito passivo é não apenas a administração da Justiça Eleitoral, mas também a pessoa
ofendida em sua honra.
5) Consumação e tentativa
Consuma-se o delito com a iniciação das diligências relacionadas aos procedimentos acima
elencados.
A tentativa é admitida nos casos em que a autoridade responsável não inicia procedimento
investigatório ou se a notícia é interceptada por terceiro antes da instauração de qualquer
procedimento.
6) Pena
7) Majorante
O § 1º estabelece a forma majorada, aumentando a pena de sexta parte “se o agente se serve
de anonimato ou de nome suposto”.
8) Minorante