Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Ao longo do tempo, diversos materiais foram utilizados como moeda pelo homem. Conchas,
ouro, sal, bois, enfim, qualquer substância valiosa dentro de uma comunidade. E, de preferência,
que fosse divisível e de fácil transporte. A partir de um certo momento, no entanto, o carácter
distintivo da moeda passou a ser não o seu material constituinte apreciado pela comunidade, mas
a garantia, por parte dos governos, de sua aceitação generalizada como meio de pagamento.
O estudo da história da moeda é muito útil para o estudo das sociedades humanas ao longo do
tempo, pois as diferentes sociedades tendem a representar em suas moedas os valores mais
importantes de sua cultura, como a religião, a política, as artes, a natureza, a economia, a
história, a ciência etc..
EVOLUÇÃO DA MOEDA
Conceito
Moeda é qualquer coisa que serve como meio de troca genericamente aceite como tal. Porque o
dinheiro tem uma história longa e fascinante, iniciaremos com a descrição da evolução da
moeda.
Os economistas, contudo, usam a palavra moeda com um significado mais específico: Moeda é
um conjunto de activos na economia que as pessoas usam regularmente para comprar bens e
serviços de outras pessoas. O dinheiro em sua carteira é moeda porque você pode usa ˗ lo para
comprar uma refeição num restaurante ou uma camisa numa loja. Por outro lado, se você fosse o
dono da maior parte da Microsoft corporation, como é o caso de Bill Gates, você seria rico, mas
esse activo não é considerado uma forma de moeda. Você não poderia comprar uma refeição ou
uma camisa com esta riqueza sem antes obter algum tipo de dinheiro. De acordo com a definição
dos economistas, a moeda inclui apenas aqueles poucos tipos de riqueza que são regularmente
aceitos por vendedores em troca de bens e serviços.
Evolução da moeda
Dificuldade que cada pessoa sentia em encontrar outra interessada na troca de determinados
produtos
O facto das pessoas atribuírem valores diferentes aos produtos, por vezes não fraccionáveis,
não permitia o acordo quanto à transacção a efectuar.
O aparecimento da moeda
Os obstáculos que se coloram à troca directa acabaram por ser ultrapassados quando a moeda
passou na ser utilizada como intermediária nas trocas.
As trocas passaram então, a ser feitas em duas fases: numa primeira fase, o produtor troca o
resultado da sua actividade por moeda e, numa segunda fase, troca a moeda pelo produto que
pretende adquirir – é a chamada troca indirecta.
A moeda, apresenta, ainda algumas características essenciais, segundo o Adam Smith, citado por
Lopes Rosseti (1991) a moeda se caracterizaria principalmente por sua:
• Indestrutibilidade: a moeda deve ser durável, isto é, não deve se deteriorar com o
manuseio por parte dos agentes na intermediação das trocas.
• Inalterabilidade: a moeda não deve poder ser alterada ou falsificada (reprodução indevida)
para que mantenha sua aceitação geral.
A função central da moeda aqui salientada é de servir como meio de troca. Sem
dinheiro estaríamos constantemente a andar de um lado para outro a procura de
alguém para uma troca directa. Lembramo˗nos frequentemente do valor do dinheiro
quando o sistema monetário não funciona bem. Quando a Rússia abandonou o
sistema de planeamento central, no inicio dos anos 1990, as pessoas passavam horas
em filas a espera de bens e tentavam obter dólares ou outras moedas estrangeiras dado
que o rublo deixara de funcionar como um meio de troca aceitável.
A moeda também é usada como unidade de conta, a unidade com que medimos o
valor das coisas. Tal como medimos o peso em quilogramas, medimos o valor em
dinheiro. O uso de uma unidade de conta comum simplifica imenso a vida economia.
A moeda é por vezes usada como reserva de valor, em comparação com activos com
risco, como acções, imóveis ou outro, o dinheiro é relativamente seguro.
Antigamente, as pessoas possuíam numerário como uma forma segura de riqueza.
Actualmente, quando as pessoas procuram um lugar seguro para a sua riqueza, esta é
detida predominantemente na forma de activos não monetários, como depósitos de
poupança, acções, obrigações e imóveis.
Tipos de moeda
Moeda-mercadoria
Moeda˗metálica
Moeda-papel
Moeda˗escritural
Moeda – mercadoria
Nas sociedades primitivas muitos foram os bens utilizados como moeda: gado; cereais; sal ,
conchas; búzuios; peixes, etc.
Cada sociedade adoptava como moeda os bens relacionados com a sua actividade principal.
Assim, os pescadores utilizavam, como moeda, conchas, peixes ou sal; os pastores, o gado;
os agricultores os cereais, etc- era a moeda-mercadoria .
Moeda – metálica
Como a moeda-mercadoria apresentava várias desvantagens visto que: o gado não era
divisível, tal facto dificultava as trocas de menor valor, o peixe estragava-se e o sal não era
duradouro porque sofria com a humidade.
Para superar estes inconvenientes foi-se generalizando, a utilização de metais como moeda.
Facilidade de transporte
Durabilidade
Divisibilidade
Maior aceitação
Moeda-papel
A moeda-papel, constituída por notas de banco, foi assumindo diferentes espécies em função
em função do grau de vinculação à moeda metálica.
A moeda-papel, constituída por notas de banco, começou por ser moeda representativa,
pois à quantidade de notas em circulação equivalia igual valor de ouro ou prata retido nos
cofres dos bancos. No final do séc. XVII, esta nova forma de moeda já se tinha generalizado
em toda a Europa
Moeda fiduciária
No séc. XVIII o Banco de Estocolmo emitiu pela primeira vez notas de banco cujo valor era
superior à quantidade de ouro retida nos seus cofres. Surgiram assim, as primeiras emissões
de moeda de papel a descoberto, ou seja, sem igual contrapartida de ouro retido nos cofres do
banco. O valor do ouro depositado correspondia apenas a uma parte do valor das notas
emitidas. Este tipo de moeda é designado por moeda fiduciária por se basear na confiança
que os clientes depositam nos bancos.
Moeda-escritural
Esta moeda resulta dos depósitos feitos pelos particulares e pelas empresas nos bancos e
traduz-se nas movimentações de valores monetários feitas pelos bancos por simples jogos de
escrita nas contas dos seus clientes. A moeda-escritural resulta, assim, da circulação dos
depósitos à ordem.
Actualmente, a circulação das quantias depositadas nas contas à ordem dos clientes dos
bancos é processada por computador e movimentam-se através dos seguintes instrumentos:
cheques, transferências bancárias, cartões de débito, cartões de crédito, etc
A procura de moeda pelos agentes económicos representa a quantidade de moeda que estes
querem deter tendo em conta o custo de oportunidade que têm de suportar pela sua posse, o
qual corresponde ao juro que terá de pagar ou ao juro que terá de sacrificar por não possuir
outro tipo de activo. Desta forma, a procura de moeda surgirá como um função negativa em
relação às taxas de juro de mercado, ou seja, quanto mais elevada forem as taxas de juro,
menor será a quantidade de moeda que os agentes económicos desejam deter.
As razões para a procura de moeda podem ser agrupados em dois grandes grupos,
nomeadamente:
A desmaterialização da moeda
Actualmente, enormes quantias circulam entre contas bancárias no mesmo país, ou entre
países, através de meios electrónicos, o que constitui mais um passo no processo de
desmaterialização da moeda – grande parte das transacções actuais são efectuadas através
da movimentação
CONCLUSÃO
DAS NEVES, J.C., Introdução à economia 6ͣᵃ Edição (s.I) Verbo, 2001.
MANKIW, N., Gregory, Introdução à economia Edição Compacta, São Paulo, Editora
Thompson Learning Lda, 2005.