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ID: 73844496 02-03-2018 | AgroVida Âmbito: Ambiente e Ciência Corte: 1 de 3

SECRETÁRIO DE ESTADO DAS FLORESTAS REVELA QUE OS DETENTORES DOS REBANHOS RECEBERÃO 200 MIL EUROS AO FINAL DE CINCO ANOS

Governo investe 5,5 milhões de euros


das "cabras sapadoras"
Abriram a 19 de fevereiro as a gestão destes 1000 hectares, com a
candidaturas aos apoios no âmbito possibilidade de pagarmos uma cerca
dos projetos-piloto dos rebanhos amovível por rebanho até 2000 euros.
dedicados das chamadas 'cabras As cercas são necessárias para confinar
sapadoras', destinados à gestão a gestão de combustível para quando
do combustível florestal na rede há maior intensidade de mato poder ter
primária determinada pelo Instituto o rebanho mais concentrado para pas-
Conservação da Natureza e torear a área até ficar limpa.
Florestas (ICNF).
Em entrevista à "Vida Económica", VE — E também haverá apoios à pas-
o secretário de Estado das tagem, certo?
Florestas, Miguel Freitas, adianta MF - Para além disso, as cabras não
que o montante financeiro podem comer só mato. Portanto, va-
associado é de 5,5 euros a cinco mos pagar também a possibilidade de
anos, dois milhões dos quais instalação de uma pastagem até 5000
destinados a apoiar a instalação de euros, que dá para instalar cerca de 20
pastagens. Com o pacote completo hectares de pastagem. As contas que
— para fazer os 1000 hectares fazemos são: com o pacote completo —
a começar com 200 hectares para fazer os 1000 hectares a começar
de instalação e 200 hectares de com 200 hectares de instalação e 200
manutenção —, os detentores do hectares de manutenção —, recebem
rebanho e/ou da terra "recebem 200 mil euros ao final de cinco anos. É
200 mil euros ao final de cinco um valor razoável para fazer o encontro
anos". entre o interesse do detentor das cabras
e o interesse do detentor da terra. Por-
TERESA SILVEIRA
que é preciso compatibilizar estas duas
teresasilveiravidaeconomica.pt
realidades. E isto é feito essencialmente
na rede primária e em áreas determina-
Vida Económica — Qual é o incentivo das pelo ICNF [Instituto Conservação
financeiro que o Governo vai atribuir da Natureza e Florestas], que determi-
ao projeto das chamadas 'cabras sa- nou quais são as áreas prioritárias para
padoras'? instalarmos estes rebanhos.
Miguel Freitas — Vamos fazer um pro- Miguel Freitas, secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural.
grama para cinco anos. Assinamos um VE - Qual é o montante financeiro
contrato ou com o detentor da terra ou total que o Governo vai disponibilizar
com o detentor do rebanho, isto é, se autoestradas de 125 metros que têm de 200 [hectares] mais os 200 que mantêm, para este efeito. E quantos rebanhos
for com o detentor da terra, ele tem de ser abertas para proteger a floresta. Ha- no terceiro ano pagamos 120 [euros por serão apoiados?
provar que tem um rebanho para fazer a verá um encabeçamento de uma cabra hectare] pelos novos hectares mais 25 MF — Serão 3,5 milhões de euros para
ação, se for com o detentor do rebanho por hectare. Uma cabra real. À instala- [euros] mais 25 [euros], no quarto ano o programa de cinco anos e, nesta fase,
ele tem de mostrar que tem um contra- ção dos 200 hectares nós pagamos 120 pagamos 120 [euros por hectare] pelos deveremos apoiar entre 20 e 30 reba-
to com o detentor da terra para poder euros por hectare. No segundo ano eles novos [hectares] mais 25 [euros], mais nhos. Neste momento temos três reba-
pastorear. fazem mais 200 hectares novos e nós 25 [euros], mais 25 [euros] e no quinto nhos dedicados em Portugal e eles têm
Vamos fazer uma área mínima de 100 pagamos mais 120 euros por hectare e ano pagamos 120 [euros por hectare] de ser mesmo dedicados. Primeiro, não
hectares e uma área máxima de 200 25 euros por cada hectare que mantêm. pelos novos, mais 25 [euros], mais 25 podem ficar estabulados, têm de deixar
hectares e para 200 cabras, que é aque- No fundo, no primeiro ano pagamos [euros], mais 25 [euros], mais 25 [eu- de estar para poderem assumir esta ta-
le que é um rebanho normal dedicado, 120 [euros por hectare] e permitimos ros]. Com um rebanho de 200 cabras, a refa. Em segundo lugar, ao passarem a
porque isto é para pastorear a chamada que já haja alguma manutenção, no pessoa vai gerir, ao final de cinco anos, esta prestação de serviço, que é o que
rede primária de defesa da floresta con- segundo ano obrigatoriamente no con- 1000 hectares. Este é o grande objetivo nós pagamos, há uma perda de rendi-
tra incêndios, ou seja, aquelas grandes trato que assinam connosco fazem mais do programa: gerir 1000 hectares. Será mento, quer em leite, quer em carne. E

Estatuto da Pequena Agricultura Familiar aprovado até ao final de março

Estatuto da Pequena Agricul- formação e informação próprios e de "rendimento, da dimensão da proprie- alto nível que, ao longo de três dias,

O tura Familiar, que esteve em


consulta pública até ao final
de janeiro, deverá ser aprovado em
aconselhamento técnico", assim como
"um programa próprio para a cria-
ção de organização de produtores".
dade ou através de saber se é ou não
necessário que as pessoas residam no
local onde desenvolvem a sua ativida-
concentrou em Lisboa os represen-
tantes de 17 milhões de agricultores
familiares e de 500 organizações da
Conselho de Ministros ainda este mês. A grande questão, diz o governante, de agrícola ou florestal". sociedade civil", diz o Ministério da
"O compromisso é que até ao mês de "está em saber o que é a agricultura Entretanto, foi assinada, a 7 de feve- Agricultura. Marcaram também pre-
março possa estar aprovado", garantiu familiar", já que o estatuto e os benefí- reiro, a "Carta de Lisboa pelo Fortale- sença representantes do setor agroin-
à "Vida Económica" o secretário de cios, esses, "estão mais ou menos con- cimento da Agricultura Familiar". Um dustrial e das entidades ligadas à in-
Estado das Florestas. sensualizados". compromisso que envolve os gover- vestigação.
Em Portugal, a agricultura familiar Ciente das dificuldades a esse nível nos dos países da CPLP, os Mecanis- Capoulas Santos, ministro português
representa cerca de 93% dos agricul- — "não há nenhuma definição em lado mos de Participação no Conselho de da Agricultura, Florestas e Desenvolvi-
tores, em quase 300 mil explorações e nenhum do mundo, nem ao nível da Segurança Alimentar da CPLP, a pró- mento Rural, anunciou, entretanto, "a
49% da superfície agrícola útil, avança FAO e, evidentemente, que a agricul- pria Comunidade de Países de Língua disponibilização integral da verba des-
o Ministério da Agricultura. tura familiar no Quénia não é a mesma Portuguesa e a FAO — Organização das tinada a apoiar a cooperação transna-
Questionado sobre as vantagens, coisa que em Portugal" —, o secretá- Nações Unidas para a Alimentação e cional, num montante de cinco milhões
Miguel Freitas revela que a ideia é rio das Florestas não tem dúvidas: "é Agricultura. de euros, para projetos de cooperação
"ter um estatuto fiscal e de Segurança preciso encontrar uma definição con- A assinatura da Carta de Lisboa no âmbito do desenvolvimento da
Social próprios e ter um programa de sensualizada", seja através da fonte do constituiu "o ponto alto da reunião de agricultura familiar na CPLP".
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no programa

nós estamos a pagar uma compensação que vamos fazer. O pacote financeiro
ao produtor para ele fazer esta ativida- associado são dois milhões de euros.
de. No fundo, o pacote global são 5,5 mi-
lhões de euros.
VE - E há recetividade a estas me-
didas? VE - Como vê a polémica instalada
MF — Nós discutimos isto com as or- com algumas autarquias e a Associa-
ganizações de produtores, com os bal- ção Nacional de Municípios por causa
dios, com as associações de criadores, das novas regras da limpeza das flo-
portanto isto foi devidamente equa- restas?
cionado, os valores encontrados foram MF — Como sabe, essa é uma maté-
devidamente consensualizados com os ria da competência do Ministério da
diferentes agentes. E é de referir ainda Administração Interna. O Ministério da
isto: a cabra, que é sapadora, é o animal Agricultura defende a floresta. O Mi-
de referência, o símbolo deste progra- nistério da administração Interna tem
ma, mas ele pode estar associado a ou- competência naquilo que é a defesa
tro tipo de ruminantes, nomeadamente de pessoas e bens. De qualquer ma-
vacas, cavalos garranos, por exemplo, neira, nós achamos que todos têm de
ou ovelhas, que são roçadoras. fazer aquilo que é possível. Se todos
fizermos o que está ao nosso alcance,
VE - Estamos a falar de um projeto- conseguimos atingir o objetivo. Em se-
-piloto, certo? gundo lugar, nós definimos quais são as
MF — A ideia é ter um programa mui- grandes áreas prioritárias. Definimos 19

"Os proprietários têm a sua responsabilidade e


devem fazê-lo [limpeza da floresta]. As autarquias
entrarão supletivamente e terão uma linha de
financiamento de 50 milhões de euros para apoiar
essa atividade"

to flexível. Estamos a testar, a fazer isto regiões do país onde existe maior peri-
como projeto piloto em várias regiões. gosidade de incêndio. Definimos, aliás,
Vamos começar com Rio Maior, onde há quais são os concelhos e as freguesias.
um rebanho, na Serra da Estrela há outro, E fomos mais longe: definimos as 6400
em Gavião outro, no Nordeste algarvio aldeias que estarão em risco de incêndio
outro e Baião também apareceu agora este ano. E, ao defini-las, a primeira men-
como urna possibilidade. Acima de tudo sagem que passámos é que a primeira
vamos testar. Este programa, para além grande prioridade é defender as aldeias,
do apoio ao rebanho e à atividade, tem o coroamento das aldeias, os tais 100 me-
o apoio às raças autóctones, porque a tros à volta das aldeias, que é essencial.
maior parte das raças que fazem gestão A segunda prioridade tem a ver com a
de combustível são autóctones. proteção de áreas industriais, parques de
Mas, hoje mesmo também [19 de campismo, portanto, zonas onde tenham
fevereiro], abrimos outro programa as- atividades económicas importantes e que
sociado a este, que tem a ver com as sempre que há um incêndio o prejuízo
queimadas controladas. que está associado é muito elevado. Por
outro lado, atividaaes onde está muita
VE — Do que é que se trata? gente concentrada e é preciso proteger
MF — Qual é a ideia aqui? A maior as pessoas. Não é possível fazer tudo,
parte da pastorícia, antes de ser feita, mas é possível fazer alguma coisa.
implica que haja alguma mecanização
ou um fogo controlado para limpar a VE - Vai ser concedido algum incen-
maior parte da vegetação para depois tivo financeiro às câmaras para ajudar
os animais entrarem. E estamos a fa- a financiar estas novas competências?
zer um apoio às queimadas para poder MF — Sim. Há, por um lado, a ideia de
apoiar a silvicultura e a pastorícia, dan- que os proprietários têm a sua respon-
do prioridade às áreas baldias, porque sabilidade e devem fazê-lo. As autar-
é aí que normalmente existe alguma quias entrarão supletivamente e terão
incompatibilidade entre aquilo que são uma linha de financiamento de 50 mi-
os interesses dos compartes e gestores lhões de euros para apoiar essa ativida-
do território e dos pastores que fazem de. Isto está devidamente enquadrado.
transumância. Este programa procura O que as autarquias dizem é que, neste
resolver o conflito entre aqueles que fa- tempo, é difícil fazer tudo. É verdade.
zem a queimada, que são os pastores, Mas, não fazendo tudo, é possível fazer
controlando-os, isto é, ser capaz de ter escolhas. E as autarquias são as entida-
lá tecnicamente um controlo desse pro- des que conhecem melhor o território
cesso, e aquilo que são os pagamentos para fazer essas escolhas.
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VidaEconómica
GRUPO EDITORIAL

Este suplemento faz parte integrante


da Vida Económica, número 1726, de 2 de março 2018,
e não pode ser vendido separadamente.
Suplemento editado na 1' semana de cada mês.

PRES► DENTE 'DA PORTUGAL FRESH LAN, ,


Editorial
SOBRE AS OPCÔES DO PRÓXIMO QUADRO COMUNiTARIO PÓS-2020
TERESA SILVEIRA
teresasilveiravidaeconomica.pt

O condão
de mandar chover
( ---',,hove a cântaros em Portugal por estes
dias e neva com intensidade em algumas
.-,_.----->zonas do país, mas janeiro de 2018 foi o
décimo mês consecutivo com precipitação infe-
rior à normalidade climatológica (média 1971-
2000) e 56% do território continental estava em
seca severa, em especial a sul do Tejo e no inte-
rior Norte e Centro.
À margem de urna visita a Berlim, em feve-
reiro, à feira Fruit Logistica, para se inteirar da
dinâmica exportadora das empresas de frutas e
legumes, o secretário de Estado da Agricultura
disse o óbvio: "o Governo ainda não tem o con-
dão de mandar chover". Tem razão Luís Vieira. A
chuva é um fenómeno meteorológico sem apa-
rente intervenção humana e sobre o qual a ação
governativa nada pode.
Mas já não é tanto assim quanto à prevenção
e mitigação das alterações climáticas e da escas-
sez de pluviosidade e quanto às consequentes
dificuldades de acesso à água para a agricultura.
A UE começou a discutir esta semana o qua-
dro financeiro plurianual pós-'Brexit' (2021-2027)
e, em cima da mesa, há-de estar o futuro orça-
mento da PAC para o mesmo período. É, pois,
dever de Portugal intervir ativamente na discus-
são deste dossier, mas, sobretudo, zelar pelos
seus interesses, em articulação com os países do
Sul, tão ou mais atingidos pelas mudanças climá-
ticas que estão à vista.
Itália enfrenta uma das piores secas das últi-
mas décadas e, há escassas semanas, vimos
gôndolas encalhadas em Veneza e alguns canais
sem água. Em Espanha, há 22 anos que os re-
servatórios de água não eram tão baixos. A es-
cassez atípica de chuva levou a Confederação
Hidrográfica do Tejo a afirmar que o volume de
água armazenado na bacia do Tejo em Espanha
é "notavelmente inferior" à média dos últimos
5/10 anos.
Haja, pois, firmeza política e visão de longo
prazo para, cá dentro e na UE, acautelar o futuro
da agricultura e da economia do país.

Destaques

Governo investe 5,5 milhões


de euros no programa
das "cabras sapadoras"
Págs. 2-3

Apoios ao investimento
em agricultura biológica
já ultrapassam 38,5 milhões
Pág. 6

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