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DELIMITAÇÃO DO TEMA, PROBLEMAS, HIPÓTESES E OBJETIVOS


Propomos como tema e objeto de estudo para nosso projeto de pesquisa a seguinte
temática, a saber: a construção de uma escola de formação integrada no IFRN/Mossoró.
Um estudo do curso de Edificações/EJA: das intenções proclamadas às exigências do
mundo do trabalho.
O objeto do estudo procura verificar a interação teórico-prática entre o ensino médio
propedêutico, de formação geral, integrado à educação profissional na modalidade EJA e as
necessidades do mundo do trabalho, a partir da visão de docentes e discentes do curso.
Sabemos que, na concepção marxista, a educação politécnica visa à transformação
radical da sociedade de classes, vislumbrando a emancipação social e humana da classe que
vive do trabalho. Até que ponto a educação ministrada no IFRN/Mossoró contribui para essa
mudança social proclamada pela politecnia? E, se de fato contribui, em que nível e medida dá-
se essa contribuição? Essas são indagações que propomos investigar e analisar.
A relação da educação com o mundo do trabalho deve estar ancorada em estudos e
pesquisas, sob pena de se cair ou em uma reprodução mecânica da sociedade ou num
idealismo utópico de transformação messiânica da mesma. Em consonância com essa
concepção, pretendemos dialogar com docentes e discentes do curso de Edificações/EJA,
IFRN/Mossoró, para assinalarmos quais são suas ideias e concepções acerca dessa relação.
A politecnia – cujos rudimentos remontam aos trabalhos de Marx no século XIX e os
primeiros estudos à Gramsci no século XX – parte de uma concepção que enxerga o trabalho
como princípio educativo e tem na transformação radical da sociedade burguesa sua primeira
(e quiçá última) finalidade. Nesse sentido, postula uma educação pública, gratuita, obrigatória
e única para todos os indivíduos, de forma a romper com o quase monopólio que a burguesia
possui da cultura e do conhecimento na sociedade capitalista.
Seu objetivo é a combinação da educação intelectual com a produção material com o
propósito de superar o hiato historicamente produzido entre trabalho manual (execução,
técnica) e trabalho intelectual (concepção, ciência) e, com isso, proporcionar a todos uma
compreensão integral do processo educativo e produtivo. O desenvolvimento dessa formação
integral e multilateral (omnilateral) do educando visa tornar o ser humano um sujeito capaz
de produzir e fruir ciência, conhecimento, arte e técnica. Almeja, portanto, a integração
recíproca da escola à sociedade com o propósito de superar o estranhamento (a alienação)
entre as práticas educativas e as demais práticas sociais, sobretudo aquelas referentes ao
mundo do trabalho.
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A existência de um modelo de educação politécnica tem que vir articulado a um


projeto de sociedade não excludente, que procure superar a dualidade estrutural entre
educação propedêutica versus formação profissional; implica, pois, pensar uma educação que
tenha o ser humano como centro, segundo o princípio marxiano consagrado de que as
pessoas, e não lucro, devem vir em primeiro lugar.
O Projeto Político Pedagógico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
do Rio Grande do Norte/2012 parte de uma concepção de educação politécnica e
emancipadora, que busca conjugar a educação e o trabalho numa perspectiva de emancipação
humana. Logo de início, o PPP proclama como função social e objetivo da Instituição:
(...) ofertar educação profissional e tecnológica – de qualidade referenciada
socialmente e de arquitetura político-pedagógica capaz de articular ciência,
cultura, trabalho e tecnologia – comprometida com a formação humana
integral, com o exercício da cidadania e com a produção e a socialização do
conhecimento, visando, sobretudo, a transformação da realidade na
perspectiva da igualdade e da justiça sociais. Desse modo, o IFRN contribui
para uma formação omnilateral que favorece, nos mais variados âmbitos, o
(re)dimensionamento qualitativo da práxis social visto que esses processos
educacionais são construídos nas relações sociais. (PPP/IFRN, 2012. p. 23)

Nosso objeto de estudo será verificar até que ponto, a Instituição consegue conciliar
esses objetivos aparentemente antípodas nos marcos do capitalismo, a saber:
1. a conciliação de uma escola unitária politécnica com a inserção do educando no mundo
produtivo, o que quase sempre, senão sempre, implica na adaptação à sociedade de classes e
na reprodução da mesma;
2. a contribuição da educação politécnica para a transformação da estrutura econômica e
ideológica da sociedade de classes.
Ao propor uma educação pública, gratuita, obrigatória e única para todos os jovens
educandos, de forma a romper com o quase monopólio por parte da burguesia da cultura e do
conhecimento, o PPP do IFRN/Mossoró acredita na possibilidade dessa educação como
instrumento de mudança social. No âmbito dessa proposição, a questão que precisa ser
respondida é esta: até que ponto, e em que circunstância, isso é possível nos marcos do
capitalismo?
A politecnia, ao propor a combinação da educação com o trabalho, com o propósito de
superar o hiato historicamente existente entre trabalho manual (execução, técnica) e trabalho
intelectual (concepção, ciência), busca a superação das condições reais que forjam tal
sociedade e que ancoram tal modelo educativo.
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JUSTIFICATIVA
O Projeto Político Pedagógico do IFRN propõe a formação omnilateral (multilateral,
integral) do educando, de forma a tornar o ser humano capaz de produzir e fruir o
conhecimento, a ciência, a produção da riqueza social (isto é, dos bens e serviços necessários
à vida em sociedade) da arte e da técnica. Ao propor uma integração recíproca da escola à
sociedade, com o propósito de superar a alienação e a separação entre as práticas educativas e
o mundo do trabalho, o PPP do IFRN visa à construção de uma sociedade menos injusta na
qual a educação possa ser um instrumento de transformação social (mesmo que nos marcos do
capitalismo – e a história já mostrou - tal transformação seja sempre modesta).
A nomenclatura utilizada pelo documento é claramente de defesa de uma escola e uma
educação politécnica que conjuga mundo acadêmico e mundo do trabalho na perspectiva de
“uma formação humana integral” que permita ao educando ser um agente de mudança social,
em contraposição a função tradicional da escola que é a de adaptação social, com vistas à
conservação do status quo, do establishment. Resta saber, através de estudos qualitativos e
empíricos, até que ponto, e em quais circunstâncias, o mundo do trabalho propicia (retarde ou
mesmo impeça) a possibilidade de tal formação educativa.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Em nossa fundamentação teórica, procuraremos trabalhar com autores brasileiros e
estrangeiros que utilizam o materialismo histórico e dialético, sobretudo em suas versões
brasileiras da pedagogia histórica-crítica dos conteúdos e da pedagogia libertadora.
Utilizaremos esse aporte teórico em nossos estudos e pesquisas acerca da realidade política,
econômica e social, sobretudo aqueles que estudam a relação e a interação da educação com o
mundo do trabalho. Dentre estes autores, destacamos alguns como indispensáveis, a saber:
Antunes (2011); Ciavatta (2005); Frigoto (1999, 2006, 2015); Marx (2014); Meszáros (2005);
Moura (2015); Savianni (2008), dentre outros.
A escolha dos autores supracitados mostra claramente nossa opção por uma concepção
de mundo (Weltchauung) na qual o homem é um sujeito político e social que interage com a
natureza e com outros sujeitos na produção de sua vida material e espiritual. Ao
estabelecerem estas relações entre si e com a natureza, através do trabalho, ao longo da
história, criam divisões de classe. Isso claramente se reflete nas ideias políticas, jurídicas e
religiosas que os homens produzem para explicarem e justificarem a divisão e a opressão de
classes que preside a vida econômica da qual fazem parte e na qual estão inseridos. No
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capitalismo, esta relação se apresenta sob a forma de uma relação social específica, o capital,
na qual alguns poucos são detentores dos meios de produção e a grande maioria dispõe apenas
de sua força de trabalho, seja física ou intelectual.
Uma escola que integre a formação humanística e propedêutica à formação técnica e
profissional, (dita também de integrada, unitária, politécnica, omnilateral) tem que partir da
definição clara dos conceitos e das categorias de trabalho e educação, entendidas em suas
múltiplas relações.
Em Marx, o trabalho é primeiramente o que diferencia o homem dos outros animais; é
a transformação do mundo natural em mundo social e humano. É através do trabalho, da
interação dos homens entre si e com a natureza, que ocorre a humanização do homem
enquanto ser genérico (ontológico). É que, ao transformar a natureza, o homem também se
transforma.

O trabalho é, antes de tudo, um processo entre o homem e a natureza,


processo este em que o homem, por sua própria ação, medeia, regula e
controla seu metabolismo com a natureza. Ele se confronta com a matéria
natural como com uma potência natural [Naturmacht]. A fim de se apropriar
da matéria natural de uma forma útil para sua própria vida, ele põe em
movimento as forças naturais pertencentes a sua corporeidade: seus braços e
pernas, cabeça e mãos. Agindo sobre a natureza externa e modificando-a por
meio desse movimento, ele modifica, ao mesmo tempo, sua própria natureza.
(...) Pressupomos o trabalho numa forma em que ele diz respeito unicamente
ao homem. Uma aranha executa operações semelhantes às do tecelão, e uma
abelha envergonha muitos arquitetos com a estrutura de sua colmeia. Porém,
o que desde o início distingue o pior arquiteto da melhor abelha é o fato de
que o primeiro tem a colmeia em sua mente antes de construí-la com a cera.
No final do processo de trabalho, chega-se a um resultado que já estava
presente na representação do trabalhador no início do processo, portanto, um
resultado que já existia idealmente
(MARX, 2014. p. 2016)

Nossa intenção, ao estudar a experiência do curso de Edificações/EJA no


IFRN/Mossoró, é apresentar uma experiência que possa trazer importantes subsídios para a
discussão da relação existente entre a educação profissional integrada à formação geral e a
relação destas com o mundo do trabalho.
Considerando-se a dinâmica vivaz do mundo do trabalho, é natural que haja uma
defasagem epistemológica entre o que propõe uma escola politécnica de formação integral e a
experiência vivenciada por docentes e discentes. Além dessa referida distância, há ainda
aquela existente entre o que realmente se propõe e o que realmente se faz nessa escola
integrada. Essas são questões que precisam ser pesquisadas e analisadas à luz de uma pesquisa
teórica-empírica, através de entrevistas e confronto de dados coletados.
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Assim, é nosso interesse formular propostas e medidas que, a partir dos resultados
obtidos nessa pesquisa, apontem para uma nova situação que articule melhor a formação geral
à educação profissional, no âmbito de um currículo politécnico, voltado para a modalidade da
Educação de Jovens e Adultos.

METODOLOGIA
Em nossa metodologia julgamos oportuno e necessário realizarmos uma pesquisa por
amostragem, com perguntas fechadas e abertas, depois da qual realizaremos uma triangulação
de dados entre o que está proposto no Projeto Pedagógico do Curso do curso de
Edificações/EJA no IFRN/Mossoró, o que os docentes e discentes dizem sobre o curso em
suas experiências profissionais e de vida. Essa triangulação das respostas obtidas nos dará
uma visão do que acontece no âmbito do curso de Edificações/EJA no IFRN/Mossoró, além
de abrir possibilidades para futuras pesquisas que aclarem melhor essa problemática.
Para tanto, coletaremos os dados da pesquisa através de entrevistas devidamente
gravadas com docentes e discentes, inserindo também, nessa pesquisa, os alunos egressos. Em
nosso trabalho, as discussões desta pesquisa estão embasadas na teoria histórico-crítica e
dialética (materialismo histórico e dialético), que reconhece na práxis toda e qualquer
possibilidade de emancipação subjetiva e objetiva do ser humano.
A incógnita a que queremos responder, através de pesquisa qualitativa e empírica, é a
de saber quais relações de fato existem (e se existem) entre o currículo do curso de
Edificações/EJA (aí incluídas as proposições curriculares do PPC do curso, as práticas do
“chão de sala de aula” de docentes e discentes) e as necessidades do mundo do trabalho, mais
especificamente da área objeto do curso, a indústria da construção civil.

CRONOGRAMA DE TRABALHO

TAREFAS 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º


mês mês mês mês mês mês mês mês mês mês mês mês
Leitura sistemática x x x x x x x x x
Entrevistas e coleta de x x x x x
dados
Sistematização do x x x x x
material coletado
Escrever o texto final x x x x x
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