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INSTITUTO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
IT390 – LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA I
1 INTRODUÇÃO
A sedimentação é definida como uma operação unitária, que tem por
objetivo a separação de sólidos e líquidos por efeito gravitacional. Por meio deste
procedimento, é possível obter a separação de fases para líquido clarificado e
uma fase mais densa, que se forma como uma espécie de lama com alto teor de
sólidos no fundo do equipamento devido sua maior densidade das partículas,
(PERRY & CHILTON, 1980).
Na indústria química, os processos de separação por meio da
sedimentação, podem ser realizados de maneira continua ou descontinua em
equipamentos que variam de nomenclatura de acordo com seu objetivo final,
podendo ser considerado um decantador, caso objetivo seja a lama concentrada
ou mesmo clarificadores para obtenção de líquido límpido.
A sedimentação pode ainda ser dividida entre livre (natural) ou forçada,
quando se utiliza agentes floculantes (substância com propriedade de
aglomeração de particulados).
Do ponto de vista científico, a problemática envolvendo a sedimentação
continua ainda engloba dificuldades além da resolução das equações
diferenciais não lineares que são provenientes das equações de conservação e
equações constitutivas, pois observa-se que, na operação de protótipos
contínuos, uma aparente indicação de estágio de equilíbrio e regime
estacionário, sendo que em algumas situações, o equilíbrio altera-se sem causa
aparente, podendo a região de compactação atingir rapidamente o extravasante.
Por conseguinte, o método mais utilizado para projeto de sedimentadores é o
teste de proveta (MASSARANI, 2001). O mecanismo de sedimentação em
proveta segue ilustrado na Figura 1.
Ca . 𝑧0
𝑧𝑚𝑖𝑛 = (1)
𝐶𝑙
𝑄.𝑡𝑚𝑖𝑛
𝐴𝑐𝑎𝑙𝑐 = (2)
𝑧0
Sendo:
zmin - Altura mínima de suspensão (cm);
Ca - Concentração de alimentação (g/cm3);
zo - Altura inicial de suspensão (cm);
Cl - Concentração de lama (g/cm3);
Q - Vazão de alimentação (cm3/min);
Acalc - Área calculada do sedimentador (cm2);
tmin - Tempo mínimo (min);
Onde:
HT - Altura total do sedimentador;
H1 - Altura do líquido dispositivo de alimentação;
HC - Altura da zona de sedimentação;
H2 - Altura do dispositivo de fundo;
tR – Tempo necessário para atingir a concentração de lama;
tc - Tempo crítico;
(tR – tc) – tempo de retenção na zona de sedimentação;
ρs - Densidade do sólido;
ρl - Densidade da lama;
ρ - Densidade do líquido;
2 MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Materiais
- Água destilada;
- Carbonato de cálcio (CaCO3);
- 3 provetas de 1000mL;
- 3 cronômetros;
- Espátula;
- Balança analítica;
- Bastão de vidro;
- Trena;
- 3 béqueres;
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados experimentais obtidos no ensaio de proveta da suspensão de
carbonato de cálcio, em três distintas concentrações, estão apresentados na
Tabela 1.
Tabela 1: Dados experimentais de altura e tempo.
20 g/L 30 g/L 40 g/L
z(cm) t (min) z (cm) t (min) z (cm) t (min)
31,00 0,00 33,6 0,00 29,70 0,00
29,50 1,00 31,85 1,40 29,10 0,67
28,00 2,40 30,1 3,12 28,20 2,00
26,50 3,37 28,35 4,95 27,60 2,83
24,10 5,19 26,6 8,67 26,70 4,23
22,90 6,16 24,85 10,48 25,80 5,60
22,00 6,61 22,77 12,45 25,20 6,55
20,50 7,74 21,02 13,32 24,60 7,52
19,00 8,81 19,27 16,47 23,70 8,92
17,50 9,95 17,49 18,57 23,20 9,90
16,00 11,19 16,09 20,72 22,60 10,83
14,50 12,39 14,34 23,02 22,00 11,92
13,00 13,56 13,64 24,17 20,80 13,85
11,50 14,89 12,59 25,75 19,30 16,48
10,00 16,29 10,84 29,43 17,80 19,13
9,10 16,85 10,14 31,93 17,20 20,30
7,30 18,70 9,79 33,67 16,30 22,02
6,40 20,24 9,44 35,30 14,80 25,15
6,10 21,44 9,09 36,97 13,40 28,92
5,95 22,14 8,74 39,15 12,50 31,62
5,80 22,76 8,39 41,45 11,60 35,00
5,50 24,40 8,07 43,88 10,70 39,45
5,20 26,56 7,72 46,83 9,80 44,93
5,05 27,86 7,37 49,70 8,90 51,97
4,90 28,56 7,02 53,07 8,30 57,35
4,75 30,20 6,67 56,52 7,70 63,58
4,60 30,95 6,32 60,30 7,10 70,18
4,45 32,99 5,97 64,52 6,50 77,77
4,30 35,40 5,62 68,83 5,90 86,48
4,15 41,91 5,27 76,20 5,60 91,53
4,00 58,69 4,92 84,90 5,30 100,67
Fonte: Autor.
A partir dos dados obtidos experimentalmente, descreveu-se a curva de
sedimentação para cada concentração de CaCO3, nas Figuras 4, 5 e 6, anexo.
Utilizou-se a Equação 1, para a determinação, do zmin. Fixando o ponto de
zmin no gráfico da curva do sedimentador, é possível realizar a leitura do tmin, para
três concentrações de lamas distintas. Sabendo-se que a vazão de alimentação
a ser considerada é de 10 m³/h, a partir das Equações 2, 3 e 4, e considerando
a relação de fatores de correção, criou-se a Tabela 2, com os dados obtidos
através da análise gráfica obtida pela Figura 4, e os valores de áreas e diâmetros
calculados, para a concentração de alimentação de 20 g/L.
O valor para tc, obtido pela Figura 6, é igual a 39,2 min, para Ca = 40 g/L.
Assim, escreveu-se a Tabela 7, demonstrando os valores obtidos para as alturas
de projeto dos sedimentadores.
4 CONCLUSÃO
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, A. de, SCHEID, C. M., COSTA, D. A., COELHO, G. L. V., MACHADO
JÚNIOR, H. F., TORRES, L. de G., MENDES, M. F., MANCINI, M. C.,
OLIVEIRA, P. J. de, CASQUEIRA, R. de G. Laboratórios Didáticos do
Departamento de Engenharia Química: da Teoria à Prática. Seropédica:
Edur, 2011.
PEÇANHA, R. Sistemas Particulados: Operações unitárias envolvendo
partículas e fluidos. Elsevier, 2014.
FAUST, A. S. Princípios das Operações Unitárias. 1982. Rio de Janeiro: LTC.
PERRY, R. H., GREEN, D. W., MALONEY, J. O. Perry 's Chemical Engineer's
Handbook. 7th ed, Mc Graw-Hill, 1997.
Massarani
MASSARANI, G. Fluidodinâmica em sistemas particulados. Editora E-Papers, 2002.
FRANÇA, S.C.A. & MASSARANI, G. Tratamento de Minérios, Separação Sólido-Líquido.
Capítulo 14; 4ª Ed. Revisada e ampliada; CETEM – Centro de Tecnologia Mineral. Ministério
da Ciência e Tecnologia. Rio de Janeiro, 2004.