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A Contribuição De Perus – A Companhia De

Cimento Portland
Notícias Perus
15 De Dezembro De 2017 Abrahão De Oliveira2 ComentáriosEm A Contribuição De
Perus – A Companhia De Cimento Portland

O bairro de Perus, que fica na região noroeste da cidade de São Paulo, possui
uma grande contribuição para a construção da cidade de São Paulo que
conhecemos hoje. Se, por um lado, a história de seu surgimento é
extremamente curiosa (falaremos em outro texto, com o destaque merecido),
por outro, a fundação da Companhia de Cimento Portland, eternizou a região na
nossa história.
De maneira muito resumida, Perus surgiu graças a expansão do centro da
cidade, em busca de áreas inabitadas de São Paulo. Até o ano de 1867, o local
era apenas uma vila, muito distante do Distrito da Freguesia do Ó. Contudo,
com a chegada do boom do café e da São Paulo Railway (que ainda funciona
sob a égide da CPTM), tudo mudaria na construção e composição do bairro.
Entretanto, se a chegada da SP Railway muda a cara do bairro, trazendo mais
moradores e pessoas para a região, a criação da estrada Perus – Pirapora
(EFPP), datada de 1914, tira Perus do ostracismo. Os trilhos nunca chegaram a
Pirapora, mas o percurso era o suficiente para levar pedra calcária de Cajamar
até Perus.

Com esse trajeto funcionando, estava aberto o caminho para a construção de


uma fábrica de grande porte e pioneira no seu setor: a Companhia de Cimento
Portland Perus, mais conhecida como Fábrica de Cimento de Perus.

Os responsáveis por fundar essa empresa foram empresários canadenses, da


Indústria Drysdale y Pease, de Montreal. Eles identificaram que a região
distante era a ideal para a instalação de um empreendimento daquela ordem e
firmaram parceria com dois moradores comerciantes de Perus – Sylvio de
Campos e Arthur Costa Jambeiro – que foram, respectivamente, nomeados
presidente e vice-presidente. Fabricavam o cal em Cajamar, que chegava a
Perus por meio do trem Maria-Fumaça, e ia pra São Paulo nos trilhos da Railway.

Fundada a Companhia de Cimento Portland Perus


A empresa foi fundada no ano de 1924, data em que o primeiro maquinário da
indústria foi encomendado. Em abril do ano seguinte as plantas estavam
entregues e no dia 24 de abril de 1926 a fábrica produz sua primeira leva de
cimento.

Sua importância para a cidade foi gigantesca, tendo em vista que entre 1926 e
1933, ela foi a principal fonte de matéria prima para erguer prédios, casas,
indústrias e qualquer tipo de edifício, tanto na cidade de São Paulo, quanto em
outros estados.

Se antes os moradores se restringiam a donos de terras, o bairro começou a


criar, de fato, uma população. Pessoas de todos os lugares e etnias passaram a
procurar por moradia em Perus: imigrantes e migrantes foram morar na região
em busca de novas oportunidades e, essa miscigenação, acabou marcando a
população peruense.
Nessa época, o Brasil consumia cerca de 496.582 toneladas de cimento. Desse
todo, pelo menos cento e vinte e cinco mil vinham dos fornos de Perus. No ano
de 1951, um grande acontecimento mudaria para sempre a história da
companhia. Acontece uma troca de comando bastante significativa: chega José
João Abdalla, deputado federal pelo Partido Social Democrático (PSD) e
Secretário do Trabalho do Governador Adhemar de Barros de 1950 a 1951, líder
de um império industrial, bancário e agropecuário. A partir de então, vê seus
negócios crescerem, pois passa a ser sócio majoritário da indústria cimenteira,
transformando fábrica, ferrovia, pedreiras de calcário, o Sítio Santa Fé, onde
hoje é o Parque Anhanguera, e terras de Cajamar em parte integrante de suas
posses.
Fábrica de Cimento de Perus, em um registro sem data. Imagem de Nelson Barbosa
O grande problema foi que, com esse império imenso, problemas começaram a
fazer parte da rotina da empresa. O mandatário, por exemplo, passou a ser
chamado de mau patrão, não fazendo atualizações no maquinário e não
investindo na segurança de seus empregados. E, vale dizer, essa fama de
patrão desleixado foi instituída pelo Estadão que, em vários artigos,
documentava os problemas de relação entre Abdalla e seus operários.

Com esse cenário extremamente desfavorável, os trabalhadores se


organizaram e começaram a reivindicar direitos trabalhistas. Esse grupo ficou
conhecido como “Os Queixadas”, termo que faz referência ao ruído que porcos
selvagens faziam ao se reunir para se defender. Com a piora das relações, uma
greve foi realizada, gerando até conflitos físicos.

No dia 14 de maio de 1962, sem a resposta da diretoria das empresas, as


quatro empresas da Família Abdalla acabaram entrando em greve, só voltando
a trabalhar se todos os pedidos fossem atendidos. Mas, ao passar de 32 dias,
todos aqueles que estavam de comum acordo, voltaram ao trabalho, exceto os
Queixadas da Perus. Com isso, o grupo do Perus se organiza e passa a pedir a
desapropriação da fábrica, pelo não cumprimento de acordos trabalhistas
estabelecidos com a gestão em 1959 e 1960.

O problema permaneceu até o dia 7 de agosto de 1962, quando o Estadão


publicou o parecer de alguns juristas que estavam a favor da desapropriação ao
lado de um manifesto dos sindicalistas intitulado: As razões da justa greve da
Perus.
Entre as reinvindicações vale destacar: o pagamento de 5% do salário, que
estava retido desde 1960 (dinheiro que era para o loteamento de casas de
operários, no total de 17 milhões da moeda da época); pagamento do prêmio
coletivo acordado em 1961, pagamento de 10% da taxa de insalubridade;
registro de 100 trabalhadores que trabalhavam nos eucaliptos, contratação de
nova mão-de-obra, pagamento de horas de espera pelo pagamento e
antecipação de 20% dos salários dos trabalhadores da indústria Carioca.
Após quatro meses do começo da greve, foi acordado com os trabalhadores que
eles deveriam tirar novas carteiras de trabalho e procurar novos empregos, até
que a questão fosse resolvida.

Com o passar dos anos, a greve também foi tomando outras formas. Os
piquetes praticamente acabaram. Os protestos, agora, eram passeatas. As
assembleias, a melhor forma de manter a constância dos encontros. Se o
Queixada não podia ir por causa do emprego, ia a mulher com os filhos nos
braços, realçando a importância das mulheres nessa tão longa greve. Mas, mas
no fim não deu em nada e a luta trabalhista continuou até 1969 quando
terminou a grave com algumas conquistas ganhas.

Atualmente, existe o “Movimento pela Reapropriação da Fábrica de Cimento de


Perus” formado pelas principais lideranças do bairro, assim como estudantes,
professores, universitários e demais ativistas que lutam em prol da utilização do
espaço, atualmente degradado pela ação do tempo.

Referências: https://movimentofabricaperus.wordpress.com/historico/historico-
da-fabrica/
http://netleland.net/categoria-geral/cimento-queixadas-e-uma-greve-de-7-
anos.html

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