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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO

CAMPUS ENGENHEIRO COELHO

ADRIANO JOÃO CHITUNDA KAPANGUE

FERRAMENTA GRÁFICA PARA A ESTIMATIVA DA


IRRADIAÇÃO SOLAR NO BRASIL

ENGENHEIRO COELHO – SP
2011
ADRIANO JOÃO CHITUNDA KAPANGUE

FERRAMENTA GRÁFICA PARA A ESTIMATIVA DA


IRRADIAÇÃO SOLAR NO BRASIL

Trabalho de Conclusão de Curso do Centro


Universitário Adventista de São Paulo do curso
de Engenharia Civil, sob orientação do prof. Dr.
Ítalo Alberto Gatica Ríspoli

ENGENHEIRO COELHO – SP
2011
Trabalho de Conclusão de Curso do Centro Universitário Adventista de São
Paulo, do Curso de Engenheiro Civil, apresentado e aprovado no dia 19 de Outubro
de 2011.

__________________________________________________

Prof. Dr. Ítalo Alberto Gatica Ríspoli

__________________________________________________

Prof. Ms. Jean Cleudes Gagliardo

__________________________________________________

Prof. Dr. Rogério Teixeira da Silva


Dedico este trabalho à minha
mãe, meus amigos e parentes, que
sempre me ajudaram e apoiaram
durante esses cinco anos de jornada.
AGRADECIMENTOS

 A Deus em primeiro lugar por tudo o que Ele é para mim, pelas vitórias que
me concede e, acima de tudo, pelo amor que tem por mim.

 A minha mãe, dona Justina Kapangue, a quem eu devo tudo o que sou, que
em todo o momento se demonstrou presente e forte, sempre buscando a
Deus por mim e orando por cada passo dessa caminhada.

 Ao UNASP, pela forma como tem conduzido estudantes para mais perto de
Deus e dos ideais de uma sociedade sadia.

 Ao professor Ítalo Ríspoli, meu orientador, por sua amizade e dedicação,


sempre se demonstrando disposto a ajudar e ensinar a boa engenharia e
comportamentos de bons cidadãos.

 Ao Sr. Ismael Diogo da Silva, meu tutor e mantenedor pelo IDS, pela
oportunidade a mim concedida.

 Ao Melvin Kapangue e Alcides Samuel, por tudo que representam para mim.

 A Maria Elizete pelos anos de companhia e auxílio em tudo, por me ajudar a


amadurecer em muitos aspectos.

 Ao Esmael Diogo da Silva, pelo amigo e companheiro, pelo mentor em muitos


momentos, e pela forma como me ajudou a chegar onde estou.

 Ao Fernando Manuel Pedro, pelo apoio e ajuda em várias ocasiões e peços


conselhos nos vários momentos.

 A tia Arminda Branco, por me acolher, não apenas a mim, mas aos angolanos
do UNASP como filhos.
 Ao pastor Paulo Martini, pela forma como se deixou usar por Deus e tem se
deixado usar, ao me conceder a bolsa de AP1 quando cheguei no UNASP.

 Aos amigos e companheiros do UNASP e de Angola, que em todos os


momentos estiveram, direta ou indiretamente me acompanhando em tudo.

 Aos meus irmãos: Melvin Kapangue, Joaquim Kapangue, Cláudio Alfredo


Gengue, David Kapangue, Samuel Kapangue e Ermelinda Kapangue, por
tudo o auxílio em todo o tempo e em tudo o que podiam fazer para ajudar.
“Assim diz o Senhor, o teu
redentor, o Santo de Israel: Eu sou o
Senhor, o teu Deus, que te ensina o
que é útil e te guia pelos caminhos em
que deves andar.”

(Isaias 48:17)
RESUMO

O presente trabalho visa contribuir de forma prática para a área de energia


solar, mais propriamente no cálculo da irradiação solar no topo da atmosfera e na
superfície terrestre, com o objetivo de fornecer um meio prático e exato para esta
faceta de estudos. Desenvolveu-se um ábaco para o respectivo cálculo, que tem
como fonte a fórmula da irradiação solar na superfície da atmosfera num plano
teórico horizontal. Os resultados do ábaco foram comparados com os valores
obtidos por softwares, e demonstrou-se confiável e pronto para o uso. O resultado
final deste trabalho é útil para os estudantes de engenharia civil, ambiental,
arquitetura, e pesquisadores interessados na área e desenvolvimento de fontes
sustentáveis de energia, em especial a energia solar.

Palavras-Chave: Energia Solar, Coletores Solar, irradiance.


ABSTRACT

This paper aims to contribute to the practice area of solar energy, more
specifically in the calculation of solar radiation in the upper atmosphere and Earth's
surface, aiming to provide a practical and accurate for this facet of study. It has been
Developed an abacus for the respective calculation, which is the source of the
formula. The results of the abacus were compared with those obtained by software,
which proved to be reliable and ready for use. The end result of this work is useful for
students of civil engineering, environmental, architecture, and researchers interested
in the area and development of sustainable sources of energy, particularly solar
energy.

Key Words: Solar Energy, Solar Collectors, irradiation.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11

2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 12

2.1 Objetivos Gerais .................................................................................................. 12

2.2 Objetivos Específicos .......................................................................................... 12

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 13

3.1 Energia solar ....................................................................................................... 13

3.2 Radiação Solar no Topo da Atmosfera ............................................................... 14

3.2.1 Absorção Atmosférica da Radiação Solar ........................................................ 15

3.3 Irradiância e Irradiação solar ............................................................................... 15

3.3.1 Instrumentos de medição de irradiância ........................................................... 19

3.4 Coletores solares ................................................................................................ 26

3.4.1 Dimensionamento de coletores ........................................................................ 27

3.5 Reservatórios Térmicos....................................................................................... 29

4 MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................... 31

4.1 Ábaco para o cálculo do ................................................................................ 31

4.2 SOFTWARES DISPONÍVEIS .............................................................................. 34

4.2.1 Radiac-2 ........................................................................................................... 34

4.2.2 RAD-OPT ......................................................................................................... 36

4.2.3 Radiasol ........................................................................................................... 38

4.3 Métodos............................................................................................................... 42

5 RESULTADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS.................................................. 45

5.1 Irradiação solar – softwares e ábaco para planos horizontais ............................. 45

5.1.2 Cálculo da área coletora solar – Exemplo numérico (plano horizontal) ............ 49

5.2 Irradiação solar – softwares e ábaco para planos inclinados .............................. 52

5.2.1 Cálculo da área coletora solar – Exemplo numérico (plano inclinado) ............. 55

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 59


7 REFERENCIA BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 61

APÊNDICE 1 – ÁBACOS ANUAL E MENSAIS PARA O CÁLCULO DA IRRADIAÇÃO


SOLAR NO TOPO DA ATMOSFÉRA ....................................................................... 64

APÊNDICE 2 – TABELAS DE ÁREAS COLETORAS ............................................... 78


11

1 INTRODUÇÃO

Levando em conta as novas políticas públicas brasileiras para disseminação


dos sistemas de aquecimento solar junto ao plano de governo “Minha Casa Minha
Vida” e outras tantas municipais onde se obriga a especificação de aquecedores
solares residenciais, imposto pela lei orgânica do município, como no caso de São
Paulo, parece oportuno ofertar uma nova ferramenta para o bom dimensionamento
de aquecedores solares de forma simples, econômica e sem prejuízo do rigor
científico.

Apesar da existência de softwares livres para o tema, disponível na rede


mundial de computadores, estes têm pouca divulgação e precisam de infraestrutura
computacional e pessoal para seu uso. Ante a possibilidade do manuseio de um
pequeno manual de folhas impressas em tamanho A4 que fornecem os mesmos
resultados com muita economia, como por analogia, os ábacos de flexão composta
para avaliação das taxas de armadura no caso da ciência que trata do concreto
armado, aqui se propõe algo semelhante para uma área de conhecimento em franca
expansão mundial que é o uso das energias renováveis.

Outro fator que animou a aceitação desta elaboração gráfica centrou-se no


fato que as latitudes correspondentes, de norte a sul do território brasileiro
contemplam as faixas de latitude de Angola, onde existe real interesse por levar e
disseminar esta nova técnica para desenvolver nesse país as aplicações termo
solares ou fotovoltaicas, uma vez que em ambos sistemas o quesito irradiação solar
está intrínseco nas equações.
12

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivos Gerais

Elaborar e aferir um ábaco para dimensionamento de sistemas de


aquecimento solar que sirvam para toda estação do ano e em todas as latitudes
brasileiras. É objetivo deste trabalho também, demonstrar a possibilidade da
utilização deste ábaco para outros países, desde que suas latitudes estejam dentro
das delimitadas nesta pesquisa. Aqui, aproveitam-se as latitudes de Angola, por
serem cobertas pelo mesmo ábaco, pois partem de -5,55° a -17°.

2.2 Objetivos Específicos

Proporcionar uma ferramenta econômica para os acadêmicos de engenharia


ao substituir hardwares e softwares por gráfico impresso em papel A4, sem perder o
rigor científico;

Comprovar a confiabilidade da utilização do ábaco, em folha A4, que possa


facilitar o cálculo da irradiação solar em qualquer local do país;

Efetuar o dimensionamento de coletores solares para todo o Brasil;

Efetuar o dimensionamento de coletores solar para a cidade de Luanda,


capital de Angola, por ser país de interesse do pesquisador.
13

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Energia solar

Segundo Echer (2005, p. 33),

O Sol é a fonte de praticamente toda energia que entra no planeta


Terra. A quantidade de energia recebida da Lua, planetas, estrelas e
do interior do globo terrestre, são desprezíveis em comparação com
a recebida através do Sol. A evidência desse fato está no aumento
da temperatura, durante o dia, e na queda da temperatura, durante a
noite. A radiação solar constitui a força motriz para processos
térmicos, dinâmicos e químicos em nosso planeta. A importância do
conhecimento sobre essa fonte de energia para a atmosfera terrestre
estimula a investigação sobre a interação da radiação solar com a
atmosfera e sobre seus agentes moduladores. Tais agentes são,
principalmente, a matéria presente em suspensão na atmosfera
como: moléculas de gases, aerossóis e nuvens. As nuvens são os
agentes moduladores de primeira ordem da radiação solar que chega
à superfície.

Segundo Aldabó, citado por Echer (2005, p. 29),

A energia solar é a fonte de energia infinita e a menos poluente


conhecida até o momento. Disponível para a humanidade desde o
surgimento da vida na Terra, a energia solar nunca foi aproveitada de
forma tão eficiente quanto às outras formas de energia.
Considerando que todas as outras fontes de energia renováveis
apresentam alguma desvantagem. Providenciar um sistema de
suprimento de energia solar confiável é uma tarefa que encontra
algumas dificuldades e certo grau de complexidade.

Para Palz, 1981, citado por Varella (2004, p. 11)

O Sol, além de fonte de vida, pode ser a resposta para a questão do


abastecimento energético no futuro, uma vez que aprendamos a
aproveitar de maneira racional a luz que esta estrela constantemente
derrama sobre nosso planeta. Brilhando a mais de cinco bilhões de
anos, calcula-se que o sol ainda nos privilegiará por outros seis
bilhões de anos, ou seja, ele está apenas na metade de sua
existência e lançará sobre a Terra, só neste ano, 4000 vezes mais
energia que consumiremos.
14

Essa afirmação de Palz dá uma ideia de como o Sol é uma fonte de energia
que pode ser muito útil à humanidade, caso sejam desenvolvidos métodos eficazes
de aproveitamento da mesma, visto que a falta de tecnologia para aproveitamento
da energia proveniente do chamado astro maior tem sido o impedimento para se
garantir melhor qualidade energética global.

Gil e Santos (2000, p. 10) afirmam que a quantidade de energia irradiada pelo
Sol é muito maior do que a necessária para manter a atual civilização tecnológia.

Aproximadamente 30% da radiação entrante se reflete sem mudança


na amplitude de onda. Cerca de 47% é absorvida pela atmosfera e
pela superfície terrestre, provoca um aumento de temperatura e, em
seguida, irradia-se novamente para o espaço. Apenas os 23%
restantes penetram no sistema terrestre e passam a ser a força
motriz de ventos, correntes, ondas, modelam nosso clima e
proporciona o ciclo da água. Em última instância, também será re-
irradiado ao espaço (PALZ, 1981, citado por VARELA, 2004, p. 13).

3.2 Radiação Solar no Topo da Atmosfera

Para RISPOLI (2008, p. 43), radiação solar é o fenômeno físico de transporte


de ondas electromagnéticas provenientes do sol.

A densidade de fluxo de energia solar que chega ao topo da atmosfera


terrestre é expressa nas unidades de A Constante Solar, (E∞) representa o
fluxo máximo de radiação solar que atinge o topo da atmosfera terrestre. Seu valor
corresponde a aproximadamente 1.367 (Vianello e Alves, citado por Echer
2004). A radiação que chega ao topo da atmosfera sofre dois tipos de modulação,
uma é a modulação em larga escala da radiação solar (MLERS), e a outra é a
modulação em baixa escala da radiação solar (MBERS).

A MLERS ocorre devido aos movimentos de rotação, translação e precessão


realizados pela Terra. As mudanças que ocorrem no posicionamento da Terra em
relação ao Sol são as causas das variações diárias e sazonais do clima na Terra
(HOYT; SCHATTEN, citado por ACHER, 2004, p. 34).
15

A MBERS pode ocorrer por variações extraterrestres. Os fatores


extraterrestres ocorrem devido ao Sol não ser uma fonte de energia uniforme. Os
fatores que compõem a MBERS apresentam periodicidades variáveis de acordo com
sua natureza. Essas periodicidades podem ser mensais acompanhando o período
de rotação do Sol de 27 dias e ainda o ciclo solar, de 11 anos. (FROLICH e LEAN,
citado por ACHER, 2004, p. 34).

Assim sendo, a radiação solar que atinge um plano inclinado localizado na


superfície terrestre é decomposto por três componentes: a direta a difusa e a
refletida, esta última conhecida como albedo tem pouca expressividade. (RISPOLI,
2008, p. 43)

Oliveira citado por Rispoli (2008, p. 43), diz que a componente direta é
constituída pela onda que sai do sol e atinge diretamente a superfície terrestre. A
componente difusa é a radiação proveniente de todo o céu, com exceção do disco
solar, ela é dispersa pelos elementos da atmosfera e a componente refletida ou
albedo é constituída pela parcela de irradiação que é refletida ao atingir o solo.

3.2.1 Absorção Atmosférica da Radiação Solar

A absorção da radiação solar é seletiva, sendo o vapor d’água, o ozônio e o


gás carbônico os principais agentes absorvedores. Dentre eles, o ozônio atua
principalmente na região do ultravioleta e os dois outros gases atuam na faixa do
infravermelho do espectro. (ACHER 2004, p. 38).

Ao chegar à superfície terrestre a radiação solar pode ser medida de duas


formas: acumulada ou instantânea, ao que denomina-se irradiação e irradiância
respectivamente.

3.3 Irradiância e Irradiação solar

Segundo Rispoli (2008, p. 44), irradiância solar, diz-se da grandeza física, a


potência de energia radiante ou fluxo de energia que atravessa uma determinada
área na superfície terrestre em um determinado instante e é mensurada em .
16

Para o cálculo da irradiância solar no topo da atmosfera é apresentada a


Equação 3.1. A equação é expandida da irradiação solar. Essa equação é resultado
da dedução de muitas outras equações que não são objeto de estudo deste
trabalho, mas teve comprovações experimentais da NASA, conforme descrito em
Duffie e Backman (1981 p. 26)

* ( )+ (3.1)

sendo:

Irradiância solar no topo da atmosfera terrestre para um instante qualquer


[Wh/ ];

Constante solar, de valor fixo em 1367 [W/ ];

Dia do ano que se deseja calcular, ordinal de 1 a 365.

, como mostra a Equação 3.2, é referente ao ângulo entre a radiação solar que
toca a superfície terrestre e o zênite num ponto de latitude “ ” par aum horário solar
“ ” numa definida declinação solar.

(3.2)

Latitude local (-) para o sul [º];

Declinação solar para qualquer coordenada geográfica da Terra em função da


data de 1 a 365, [º];

e, para um horário qualquer , o ângulo horário calculado pela Equação 3.3.

(3.3)

Ângulo horário [º];

horário solar qualquer.

Seundo Frota (2004), citado por Rispoli (2008, p. 55),

A latitude é a medida a partir do Equador, imaginando-se que cada


ponto da superfície terrestre está contido em círculo paralelo ao
17

plano do Equador imaginando-se o centro da esfera terrestre como


vértice. Portanto a latitude pode ser medida entre 0º a 90º, no
entanto, devem-se assumir valores negativos para o hemisfério sul e
positivos para o hemisfério norte. Para o caso do Brasil, por se situar
no hemisfério sul, adotam-se valores negativos, segundo convenção.

A declinação para qualquer coordenada geográfica é apresentada pela


Equação 3.4 Duffie e Backman, citado por Rispoli (2008, p. 58), e depende apenas
do dia que se pretende calcular, sendo usada com frequência, a Tabela 3.1 que
apresenta os dias médios mensais,

* + (3.4)

Irradiação solar é a grandeza física inerente à quantidade de energia radiante


que atravessa uma determinada superfície num período de tempo, numericamente
sendo igual à integração da irradiância solar no intervalo de tempo em questão, e
sua unidade de medida é (RISPOLI, 2008, p. 44).

A Equação 3.5 apresenta a irradiação solar no topo da atmosfera num dia


completo em data e localidade qualquer.

* ( )+ * + (3.5)

sendo:

o ângulo horário ao anoitecer [º];

Irradiação solar num plano teórico horizontal no topo da atmosfera


terrestre durante um dia completo, para qualquer coordenada geográfica terrestre
[ .dia]

Segundo Rispoli (2009, p. 9) todos os cálculos para a irradiância e irradiação


solar, levam em conta o horário solar (verdadeiro), pois a hora solar é diferente da
hora marcada no relógio (horário civil ou local). O meio dia, para o horário
verdadeiro, corresponde à hora em que o sol cruza o meridiano do observador.
Segundo o mesmo autor, o horário civil ou local mede, para um país, a hora solar do
distrito federal, para o caso do Brasil, Brasília.
18

Para Duffie e Beckman, citado por Rispoli (2009, p. 9) duas correções são
necessárias para se calcular a hora solar a partir do horário local. A primeira
correção se deve ao fato da diferença entre o meridiano do observador e o
meridiano do fuso horário que indica a hora do local em que ele se encontra. A
segunda se deve às perturbações na rotação da Terra.

A Equação 3.6 serve para o cálculo da hora solar em qualquer dia e em


qualquer latitude e longitude.

(3.6)

sendo:

a hora solar;

a hora local.

Duffie e Beckman (1991, p. 11) apresentam a Equação 3.7 para o cálculo de , que
depende de B.

(3.7)

sendo B, fornecido pela Equação 3.8, que depende apenas do dia que se
pretende calcular.

(3.8)

Os valores encontrados na Equação 3.5 são correspondentes ao ,


devendo, para o cálculo da irradiação solar na superfície terrestre, H ser
multiplicados pelo Índice de transparecia atmosférico .

A Equação 3.9, apresentada por Duffie e Beckman (1991, p. 77), serve para o
cálculo do ,

̅ (3.9)

Segundo Duffie e Beckman (1991, p. 69) a relação entre a insolação diária e a


radiação solar global diária, média mensal, conhecida equação de Angstrom,
19

estabelecida em 1924, expressa o índice de transparência atmosférico médio


mensal. A expressão, segundo Tiba, (2000), citado por Rispoli (2008, p. 62), sofreu
alteração, sendo atualmente expressa segundo a Equação 3.10.

̅
̅̅̅̅ (3.10)
̅

Onde:

é o número real de horas de duração do brilho solar médio mensal, que


tem sido amplamente medido praticamente no mundo inteiro através do antigo
Heliógrafo de Campbell – Stokes, Fig. 3.1;

e são coeficientes empíricos inerentes à natureza e características


locais.

̅ Irradiação solar média mensal na superfície terrestre [ .dia];

̅ Irradiação solar média mensal num plano teórico horizontal no topo


da atmosfera terrestre [ .dia];

N = Duração média mensal do dia solar [ ];

̅̅̅̅ Índice de claridade atmosférica ou índice de transparência


atmosférica média mensal [ ].

3.3.1 Instrumentos de medição de irradiância

Existem instrumentos específicos usados para as medições da irradiância


solar, que são integrados posteriormente em irradiação média diária, ou média
mensal. Geralmente, esses instrumentos são instalados em planos horizontais.

Segundo Rispoli e Mariotoni, citado por Rispoli (2008, p. 45), é necessária a


irradiação global que incide na superfícei inclinada dos coletores solares, motivo
pelo qual é necessário um estudo da distribuição espacial e temporal da irradiância
solar sobre um plano inclinado.
20

A seguir, passar-se-á a mensionar alguns destes instrumentos e sua


utilização.

3.3.1.1 Heliógrafo de Campbell – Stokes

Sobre o Heliógrafo de Campbell, Rispoli, (2009, p. 45), diz:

O Heliógrafo foi inventado po Campbell em 1853 e modificado por


Stokes em 1879, consiste em uma esfera sólida de vidro polido
comportando-se como uma lente convergente capaz de concentrar,
em uma região, toda a luz incidente sobre ela. Ao produzir o
enegrecimento de um papel ao final de um dia de exposição pode ser
interpretada a insolação atravéz de um processo de conversão visual
do número de horas que a irradiância solar for superior a 120W/ ,
ou seja, este instrumento fornece atravez de um processo visual de
análise de conversão, o brilho do dia. Posteriormente esta
informação pode ajustar a irradiação solar com a ulitização da
expressão modificada de Angtrom.

A Figura 3.1 apresenta o heliógrafo de Campbell.

FIGURA 3.1 - Heliógrafo de Campbell – Stokes


Fonte: FOTOMETEO, Associação Meteorológica Espanhola 2011

3.3.1.2 Piroheliômetro

(DUFFIE; BECKMAN, 1991, p. 47-51), definem e comentam sobre o


piroheliômetro e mostram de forma clara a sua funcionelidade. Eles definem como
sendo:
21

Instrumento que mede a irradiação (W/ ) que incide numa


superfície plana perpendicular à incidência da radiação solar. A
radiação atinge o sensor no instrumento através de uma abertura
que permite apenas a visão equivalente ao disco solar e uma
pequena parcela da radiação proveniente do céu próximo ao sol. Os
piroheliômetros acompanham o movimento do sol ao longo do dia, de
forma a que a radiação incida em ângulo normal em relação ao
sensor do instrumento.

Rispoli (2008, p. 49), diz que:

O piroheliômetro é um instrumento que possui um ângulo de abertura


pequeno, capaz de captar a radiação proveniente do sol e cercanias
(região circumsolar), é um instrumento que serve para medir
radiação direta. Em geral utiliza-se uma montagem equatorial de
seguimento solar, com movimento em torno de um único eixo,
ajustado periodicamente para corrigir a variação da declinação solar.
São instrumentos de grande precisão. Quando corretamente
utilizados, apresentam erro de ordem de 0,2% a 0,5%. Existem
vários tipos de piroheliômetros, alguns são conhecidos como padrões
de referencias: piroheliômetro de Ângstrom, piroheliômetros de disco
de prata de Abbot, piroheliômetro de circulação de água de Abbot.
Com características distintas, mas denominados piroheliômetros
auto-calibraveis, piroheliômetro de termopar, Eppley N.I.P. Kipp e
Zonen.

Tiba, citado por Prado et al. (2007, p. 9), divide os piroheliômetros em três
grupos, de acordo com uma ordem de precisão do instrumento. Segundo ele:

Os piroheliômetros são divididos em três classes, de acordo com a


precisão do instrumento. Os instrumentos padrão são usados para
calibração de instrumentos de menor precisão. Além dessa, existem
os instrumentos de primeira e segunda classe, sendo aqueles de
maior precisão. Os piroheliômetros são usados para calibrar outros
instrumentos, como piranômetros. Os parâmetros considerados para
classificação são: sensibilidade (m.W.cm-2); estabilidade (%);
temperatura (variação de sensibilidade com a temperatura); resposta
espectral (%); linearidade (%) e constante de tempo

A Figura 3.2 mostra um piroheliômetro de incidência normal, um dos muitos


referidos acima, montado em base telescópica.
22

Figura 3.2 - Piroheliômetro


Fonte: OLIVEIRA (1997), retirado de RISPOLI (2009)

3.3.1.3 Piranômetro

Duffie e Beckman (1991, p. 51-55); Oliveira (1997), citado por Prado (2007, p.
10), definem Piranômetro como sendo: Instrumento que mede a irradiação total,
medido em (W / dia). Também chamada de irradiação global direta e difusa, num
plano horizontal. Segundo os mesmos autores, a sensibilidade dos sensores à
radiação independe do ângulo de incidência dos mesmos.

Oliveira (1997), citado por Rispoli (2009, p. 47), descreve:

Os piranômetros denominados, eventualmente, como solarímetros,


são instrumentos que medem a irradiação global (direta + difusa +
albedo). Existem dois tipos: Piranômetros fotovoltaicos e
piranômetros termelétricos. A classe fotovoltaica possui como
elemento sensível uma célula solar de silício, em geral
monocristalino que ao ser iluminado gera uma corrente elétrica
devido a fótons com energia suficiente para serem absorvidos pelo
material (efeito fotovoltaico). Esta corrente na condição de curto-
circuito é proporcional à intensidade da radiação incidente. A maior
restrição a este instrumento, diz respeito à seletividade espectral de
sua resposta, fenômeno inerente ao comportamento do detector, por
isso impossível de corrigir. Outro problema como a refletividade das
células e a dependência da resposta com a temperatura já possuem
correções satisfatórias. Como sua utilização é simples e seus custos
são baixos, são instrumentos úteis para realizar medidas
secundárias, como a interpolação de estações com piranômetros
termelétricos.
23

A Figura 3.3 mostra um piranômetro fotovoltaico clássico, retirado da


literatura.

Figura 3.3 - Piranômetro fotovoltaico


Fonte: OLIVEIRA (1997), retirado de PRADO et al. (2007)

O piranômetro termelétrico utiliza, como elemento sensível, uma pilha


termelétrica, constituída por termopares em série. Tais elementos geram uma tensão
elétrica proporcional a diferença de temperatura entre suas juntas (RISPOLI, 2009,
p. 48). Existem diferentes modelos de piranômetros com termopilha, mas de forma
geral a radiação incidente é medida através da diferença de potencial obtida pela
diferença de temperatura de dois materiais: um com elevada absortância e o outro
com elevada refletância (PRADO et al. 2007, p. 10).

Os três tipos mais comuns de piranômetros são os que utilizam


termopilhas (fotocondutivo), os que utilizam elementos bimetálicos
(bolométrico) e os que utilizam sensores fotovoltaicos (fotoelétricos).
Os primeiros são mais precisos, porém requerem uma alimentação
de energia constante, enquanto os segundos funcionam sem o uso
de energia elétrica e por isso, de menor custo (PRADO et al. 2007, p.
10).

Rispoli (2009, p. 48), afirma existirem dois piranômetros termelétricos mais


amplamente usados, a saber: piranômetro do tipo branco e preto e o piroheliómetro,
apresentado anteriormente neste mesmo capítulo. O piranômetro do tipo branco e
preto possui um receptor pintado, alternadamente, de preto e branco. Sobre o modo
de funcionamento destes receptores, Duffie e Beckman (1991, p. 54), dizem que os
sinais emitidos são detectados por um potenciômetro. Os dados registrados são
24

integrados num intervalo de tempo. Além do erro associado ao aparelho


(aproximadamente 5%), soma-se o erro na integração dos valores.

A Figura 3.4 apresenta um modelo de piranômetro com termopilha.

Figura 3.4 - Piranômetro com termopilha


Fonte: Estação Meteorológica IM de Lamas de Mouro

3.3.1.4 Actinógrafo

Existe ainda o último instrumento a ser apresentado neste trabalho, que,


segundo a Cresesb, (2006), citado por Prado et al. (2007, p. 11), descrevem:

Os piranômetros que utilizam elementos bimetálicos, também


chamados de actinógrafos, possibilitam a leitura da radiação
incidente através do aquecimento do bimetálico e sua deformação é
proporcional à quantidade de radiação recebida. Com uma pena
ligada a esse elemento é registrado o valor da deformação do
elemento, que é correspondente a radiação incidente.

Oliveira (1997), citado por Rispoli (2009, p. 49), comenta sobre o actinógrafo
com as seguintes palavras:

O actinógrafo também chamado de actinómetro, ou piranógrafo é um


instrumento de baixo custo, mede a radiação solar total ou difusa,
possuindo um sensor metálico de temperatura e um registrador
gráfico instantâneo acoplados na mesma unidade, sua resposta a
25

variação de radiação é lenta e não há uma compensação no seu


mecanismo de funcionamento de conversão com a temperatura. O
registro é feito numa bobina de papel e deve ser interpretada
posteriormente, sendo considerado um instrumento de terceira
classe.

Esse tipo de aparelho não depende de fonte de energia externa,


porém precisa da atuação de um operador em intervalos regulares
(diários) para funcionar. Além disso, a integração dos valores
registrados é feita manualmente, o que aumenta o erro associado.
Os modelos mais usados no país são os de Robitzch-Fuess (PRADO
et al., 2007, p. 11).

A Figura 3.5 mostra um actinógrafo.

Figura 3.5- Actinógrafo

Fonte: Estação meteorológica Hipólito Unanue

3.3.2 Índice de claridade atmosférica

Para lugares desprovidos de medições solarimétricas, Rispoli (2008, p. 111),


recomenda: ao dimensionar um sistema termo solar, desprezar dias extremamente
nublados ou de pouca claridade e suas respetivas irradiações. Assim sendo, um
critério prático para o solo brasileiro é classificar dias claros em três espécies:
nublado, parcialmente nublado e limpo.
26

Na Figura 3.6, são apresentadas sugestões intuitivas da classificação visual


do índice de claridade atmosférica, com os valores de variando de 0,5 a 0,75,
como apresentado em Rispoli (2008, p. 111). Porém, Duffie e Beckman (1991, p.
79), os autores apresentam uma tabela com variação do de 0,3 a 0,7. Para este
estudo será utilizada apenas a variação do de 0,5 a 0,75, utilizando-se 0,5 como
sendo o menor valor ideal do cálculo médio mensal para o Brasil, conforme
comprovado em tese doutoral de RISPOLI (2008, p. 79), para o índice de
transparência a ser adotado no exemplo 5.2 a ser apresentado no capítulo 5.

=0,30 a 0,40 = 0,50 a 0,60 = 0,60 a 0,80

FIGURA 3.6: Sugestão prática para a classificação viual do índice de transparência.


Fonte: Jangadeiroonline

3.4 Coletores solares

Os coletores solares, como o próprio nome sugere, são elementos que,


basicamente, servem para absorver a energia emitida pelo Sol e transformá-la em
outra forma de energia. Para o estudo em caso, transformá-la em energia térmica.

Para se gerar energia térmica, Pereira (2003, p. 244 e 245), apresenta os


elementos básicos necessários para um coletor:

 Caixa externa: geralmente fabricada em perfil de alumínio, chapa


dobrada ou material plástico.
 Isolamento térmico: os materiais isolantes mais utilizados na indústria
nacional são lã de vidro ou de rocha e espuma de poliuretano,
27

colocados na base e laterais do coletor. Sua função é minimizar as


perdas de calor para o meio.
 Tubos (flauta/ calhas superior e inferior): através dos quais o fluido
escoa no interior do coletor. Normalmente, feita de cobre devido à sua
alta condutividade térmica e resistência à corrosão.
 Placa absorvedora (aletas): em cobre ou alumínio, é responsável pela
absorção e transferência da energia solar para o fluido de trabalho.
 Tintas: as aletas são pintadas de preto fosco para melhor absorção da
energia solar. No mercado internacional há preponderância do uso de
superfícies seletivas, enquanto no mercado nacional empregam-se
tintas comerciais.
 Cobertura transparente: geralmente de vidro, policarbonato ou acrílico.
 Vedação: importante para manter o sistema isento da umidade externa.

Pereira (2003, p. 245), ainda comenta sobre outro tipo de coletores que não
possuem cobertura transparente, isolamento térmico, corpo externo, que operam a
baixa temperatura, entre 28 e 30ºC, e que são na maior parte das vezes feitos de
materiais termoplásticos, polipropileno, EPDM, e borrachas especiais.

Existem outros tipos de coletores solares para diversos fins, como o coletor
solar desenvolvido por Santos (1980), para aquecimento de ar na secagem de
produtos agrícolas, onde, ao invés de tubos de água abaixo da cobertura
transparente e da placa absorvedora, passa ar.

Porém, é objetivo deste trabalho analisar, apenas coletores solares térmicos


para água.

3.4.1 Dimensionamento de coletores

Conhecondo a quantidade de energia solar insidente sobre o local que se


pretende projetar, pode-se efetuar ao dimensionamento de coletores.
28

Para o aramazenamento de água quente para fins de consumo residencial, a


NBR 7198 (1993, p. 4), determina que:

Na elaboração dos projetos das instalações de água quente, as


peculiaridades de cada instalação, as condições climáticas e as
características de utilização do sistema são parâmetros a serem
considerados no estabelecimento do consumo de água quente.

Esta especificação deixa claro que para dimensionar um reservatório de água


quente, a responsabilidade é completamente do projetista, sendo diretamente
influenciado pelas exigencias e necessidades do proprietário, em função das suas
condições financeiras e, também, do representante comercial.

O tamanho do reservatório e a quantidade de calor requerida pelo domicílio


não fazem parte desse trabalho, podendo ser encontradas orientações para o seu
domencionamento na antiga NR128.

A Equação 3.11, para o dimensionamento de área coletora é apresentada por


Orosco, citada por Rispoli (2008, p. 41).

(3.11)

sendo:

Área coletora solar [ ];

Calor requerido na água em um dia, a se transformar de [kcal/dia] para


[kWh/dia];

Calor perdido no tanque reservatório em um dia, a se transformar de


[kcal/dia] para [kWh/dia];

Rendimento ou eficiencia da placa de absorção (adimensional, com


informação do fabricante);

Irradiação solar que chega no plano da superfície inclinada ou superfície


terrestre [ ]; em algumas literaturas apresentada como .
29

A quantidade de calor para aquecer determinado volume de água a uma


temperatuda desejada , partindo de uma temperatura ambiente , é apresentada
na equação 3.12, dada por Bezerra (1990).

(3.12)

sendo:

a massa de água a ser aquecida [kg]; tomando-se 1[kg] = 1[l], toma-se


como sendo o volume de água a ser aquecida;

o calor específico da água [Kcal/Kg˚C];

Tempetatura desejada [˚C];

Temperatura ambiente [˚C].

3.5 Reservatórios Térmicos

Segundo Pereira (2003, p. 246), os reservatórios térmicos são tanques


utilizados para armazenar água de modo a atender a demanda diária, mesmo fora
dos horários de incidência solar.

São, geralmente construídos de forma cilíndrica, geralmente em aço inox ou


cobre, termicamente isolado para minimizar a perda de calor para o ambiente
externo. Para a protecção externa, recomenda-se o emprego de capas metálicas.
(PEREIRA, 2003, p. 246).

Os reservatórios precisam ser fabricados de modo a resistirem a variação de


temperatura da água. Segundo Costa (2002, p. 13),

Os reservatórios em sistema de aquecimento solar


normalmente trabalham em temperaturas normais, mas a fabricação
deve ser de material que resista às temperaturas mais altas do
sistema e que não tenham problemas de degradação e corrosão e
devem suportar as pressões envolvidas. Os reservatórios térmicos
geralmente são utilizados no sistema de aquecimento para optimizar
o seu funcionamento. Tais sistemas, normalmente empregam o
30

reservatório térmico para armazenamento de energia acumulada ao


longo do dia garantindo o aproveitamento de energia também no
período noturno ou no dia seguinte nos dias em que não há radiação.

Pereira (2003, p. 247), aconselha que, como a incidência de radiação solar é


intermitente, alternando bastante, e porque sabemos que os dias são compostos de
dias e noites, além da ocorrência de períodos nublados e chuvosos. No caso da
instalação termossolar, deve-se sempre prever uma forma de aquecimento auxiliar,
normalmente a gás ou eléctrico. É comum o uso do recurso elétrico no Brasil.

Segundo Pereira (2003, p. 247), para instalações de aquecimento solar com


capacidade maior que 1500 litros, recomenda-se a utilização de um sistema de
bombeamento para a circulação da água entre a bateria de coletores e o
reservatório térmico.
31

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Ábaco para o cálculo do

O ábaco propósto neste trabalho visa simplificar o cálculo do utilizando


uma folha A4. Será utilizada a Equação 3.5 (equação do ), como base para os
cálculos e a composição do gráfico.

Com a ajuda da ferramenta Microsoft Excel, versão 2007, foram lançadas as


equações necessárias para o cálculo da irradiação solar, e com latitudes variando de
1º em 1º de 0 a -33º, por abrangerem as latitudes correspondentes ao Brasil.

Para o cálculo da irradiação no topo da atmosfera terrestre, foram utilizados


os dias médios mensais apresentados na Tabela 4.1 onde são apresentados todos
os meses do ano, os seus respectivos dias médios e é também apresentada a
declinação solar correspondente a cada um desses dias médios.

Tabela 4.1 - Dia do ano e dia médio mensal

Para dia médio do mês


Dia
“n” “n”
Mês médio δ [°]
mensal
1 i 17 17 -20,953
2 31+i 16 47 -13,028
3 59+i 16 75 -2,512
4 90+i 15 105 9,320
5 120+i 15 135 18,725
6 151+i 11 162 23,065
7 181+i 17 198 21,238
8 212+i 16 228 13,566
9 243+i 15 258 2,360
10 273+i 15 288 -9,461
11 304+i 14 318 -18,817
12 334+i 10 344 -23,018
Fonte: RISPOLI, 2008
32

Após lançadas as equações 3.4 e 3.5 e a equação para o cálculo do ângulo


horário para o anoitecer, utilizou-se o recurso do Excel para inserir gráficos,
obtendo-se assim o ábaco para a determinação da irradiação solar no topo da
atmosfera apresentado em forma de ábaco, como mostra o Ábaco 4.1.

Ábaco 4.1 - Para o Cálculo do

A tabela com os valores de colocados neste ábaco abrange todas as


condições discutidas no item 3.3, sendo considerado o céu, tanto em dias de chuva,
como em dias completamente claros.

Para os valores da irradiação foram lançados valores de acordo aos obtidos


através dos resultados dos cálculos.
33

A forma de retirada de valores do ábaco é simples, apenas cruza-se o valor


da latitude que se pretende calcular, como mostra Ábaco 4.2, com a curva referente
ao mês desejado.

Ábaco 4.2 - Explicativo Para o Cálculo do

Um problema foi observado em relação ao Ábaco: nos locais com latitudes


inferiores a 17º as curvas se cruzam, interferindo numa perfeita leitura e obtenção
clara dos resultados. Para solucionar este problema, foram feitos ábacos separados
para cada mês, como apresentados no Apêndice 1. O objetivo é deixar de forma
simples e clara a possibilidade da visualização.

No apêndice estão os ábacos com curvas mensais tendo separação, entre as


linhas das células do Excel, de 100 em 100 ou de 50 em 50 ,
dependendo da inclinação da curva original. Dessa forma, torna suave a curva e
permite maior conforto ao leitor.

O ábaco com todos os meses, como apresentado acima, tem uma separação
entre as células, de 200 em 200
34

4.2 SOFTWARES DISPONÍVEIS

Para cumprimento do propósito inicial, foram analizados e comparados os


resultados de softwares que são comunmente utilizados no cálculo da irradiação
solar na suprefície terrestre. Esses softwares são livres e podem ser encontrados
com facilidade na internet.

São uilizados, para este trabalho, os seguintes programas: Radiac2, RAD –


OPT e Radiasol.

4.2.1 Radiac-2

O radiac2 2.1/95 é um software utilizado para cálculo da irradiação solar,


desenvolvido pelo professor, pesquisador Jorge Daniel Czajkowski. livre docente na
Universidade Pública de La Plata, na Argentina.

O software apresenta os resultados para cada dia durante o período de vinte


e quatro horas, porém, ele depende na sua entrada de dados, da inclinação que se
deseja para os coletores. Ou seja, apresenta os resultados apenas para uma
inclinação de cada vez. Diferente do que acontece com o RAD-OPT, que apresenta
os resultados com variação de inclinações e 0º a 90º, de 10º em 10º.

Para utilizar o programa, precisa-se entrar com os seguintes dados, conforme


a Figura 4.1: localidade, latitude, dia, mês, azimute, inclinação do plano, refletância
do solo e o índice de transparência atmosférica apresentada no item 3.3.
35

Figura 4.1 Entrada de dados Radiac2


Fonte: Radiac2

Os resultados conforme a Figura 4.2, são apresentados de hora em hora,


para as diferentes componentes solar: direta, difusa, a refletida, vistas no item 3.2 e
o total da irradiação em MJ/ dia e em W/ para a irradiância solar horária.

Figura 4.2- Resultados Radiac2


Fonte: Radiac2

Se multilplicado o valor dado em por 277,78 obtem-se o valor da


irradiação em . Se dividido por 3,6 obtem-se o resultado em .
36

Portanto, 21,20 x 277,78 5889 , e se dividido por 21,20


x 3,6 5,889 estes últimos são valores usados para o cálculo
da área coletora solar, conforme tabelas 5.5; 5.6; 5.7 e 5.8.

4.2.2 RAD-OPT

O programa RAD-OPT é do mesmo autor do Radiac2, porém tem o diferencial


de fornecer os valores da irradiação para várias inclinações.

Na entrada de dados deste programa, são inseridos os seguintes dados:


localidade, latitude, refletância do solo e o para todos os meses. Diferente do que
acontece com o Radiac2, que precisa lançar um mês em cada entrada de dados,
aqui, tem-se uma entrada de dados para o ano todo conforme Figuras 4.3 e 4.4.

Outra diferença visível entre os dois programas é que o RAD-OPT apenas


calcula os dados para os dias médios mensais, não podendo calcular para outros
dias, ou para qualquer dia do ano, vantagem que o Radiac2 apresenta em relação
ao programa em análise.

Figura 4.3 – Entrada de dados RAD-OPT


Fonte: RAD-OPT
37

Figura 4.4 – Entrada de dados RAD-OPT


Fonte: RAD-OPT

Os resultados, apresentados na figura 4.5, com inclinação de 10 em 10º, de 0


a 90º e são dados em MJ/ dia. Existe ligeira diferença de resultados entre o RAD-
OPT e o Radiac2, pois no Radiac2 a integral numérica foi feita de 15 em 15 minutos
ao passo que no RAD-OPT foi de hora em hora. Todavia, estas diferenças não
comprometem os resultados dimensionais da área coletora solar.

Figura 4.5 Tabela de resultados RAD-OPT


Fonte: RAD-OPT
38

Para o caso dos dois programas, Radiac2 e RAD-OPT, o azimute do plano é


180º, pois o autor equacionou o programa tomando como base de referência o
trabalho de Duffie e Beckman, cujos trabalhos se deram em Madison, Wiscosin,
USA, que tem como latitude +40 onde se emprega o sul como melhor orientação,
assim a utilização do azimute 180º.

4.2.3 Radiasol

O Programa RADIASOL é um banco de dados terrestres com possibilidades


de estimativas de radiação solar sobre o plano inclinado na superfície terrestre com
vários modelos de anisotropia do céu, foi elaborado pelo Grupo de Estudos
Térmicos e Energéticos (GESTE) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul –
(UFRGS), em 1998, segundo Santos (2010, p.86)

Segundo LOBO, (2004, p. 52), este programa, necessita da inclusão das


coordenadas geográficas do local a ser estudado em qualquer época do ano. A
inclusão do ângulo de inclinação do coletor (β) e o desvio do azimute solar ( ),
fornecem a energia acumulada no coletor solar para radiação terrestre e
extraterrestre. O programa através de critérios próprios calcula o nível de
transmitância para a estimativa da radiação terrestre.

Os autores do programa, no site do laboratório solar da universidade federal


do Rio Grande do Sul, onde se pode baixar o software livre, apresentam o programa
com as seguintes palavras:

O cálculo da intensidade da radiação solar em superfícies inclinadas


é um procedimento trabalhoso devido ao elevado número de
operações aritméticas envolvidas. Além de cálculos trigonométricos
são necessários modelos de distribuição temporal e espacial da
radiação solar. O Radiasol utiliza internamente modelos matemáticos
disponíveis na literatura, desenvolvidos por outros autores ou por
integrantes do Laboratório. No programa os cálculos são realizados
através de rotinas que determinam o efeito da inclinação da
superfície receptora e da anisotropia da radiação solar em suas
componentes direta e difusa. O usuário pode selecionar o modelo de
distribuição da radiação e obterá na tela, imediatamente, um conjunto
39

de dados adicionais na forma de tabelas ou gráficos. O sistema


incorpora um banco de dados contendo informações de mais de
2000 estações meteorológicas em todo o mundo, das quais cerca de
200 no Brasil. Está incluído também um mecanismo exclusivo para a
sintetização de dados seqüenciais de radiação solar em intervalos
diário, horário dado de cinco em cinco minutos.
(KRENZINGUER; SALVADORETTI; PRIEB, 2010).

Para entrada de dados do Radiasol, os procedimentos são completamente


simples, pois entra-se com os dados do país, estado, como mostra a Figura 4.6. ao
serem inseridos os dados, o programa, automáticamente mostra os valores da
irradiação em kWh/ .

Figura 4.6 - Entrada de dados Radiasol


Fonte: Radiasol

O programa possui um banco de dados já cadastrados, mas permite que os


dados sejam editados. Caso sejam conhecidos os dados exatos de uma
determinada localidade que não esteja cadastrada no programa, podem ser
inseridos.

Após a entrada de dados, clicando em ok, o programa mostra uma tela onde
aparecem os dados da inclinação e do azimute, podendo ser ajustados aos dados
que se pretende. Para o estudo em questão, usar-se-á 0º para a inclinação do
coletor e 90º para a posição do sol.

A Figura 4.7 mostra os resultados da irradiação solar em gráfico de barras


com a irradiação correspondente ao ano todo, em kWh/ .
40

Figura 4.7 - Resultado da insolação diária gráfico de barras.


Fonte: Radiasol

Além do gráfico de barras, o Radiasol mostra a opção de gráfico de linhas,


com os valores também em kWh/ , como mostra Figura 4.8. Para o caso dos dois
gráficos (de barras e de linhas), está selecionado para todo o ano, sendo possível
selecionar apenas para um único mês.

O software possui a vantagem, em realção aos outros dois apresentados, de


exportar os dados diretamente para o Excel a partir da opção cópia, gerando uma
tabela no Exel, o que torna fácil, para o operador do programa. Existem muitas
outras vantagens que poderiam ser enumeradas, porém, não é interesse, nesta
pesquisa fazer comparações entre as funcionalidades dos programas, e sim os
resultados finais dos mesmos.
41

Figura 4.8 - Resultado da insolação diária gráfico de linhas


Fonte: Radiasol

Para este trabalho, foram adotados os valores obtidos nos resultados em


tabelas, como mostra a Figura 4.9, onde os valores são dados em Wh/

Figura 4.9 - Resultado da insolação diária tabelas


Fonte: Radiasol
42

Quando os resultados são apresentados para o ano todo, não se tem formas
de editar os dados. Porém, ao se selecionar algum mês, como mostra a figura 4.10,
pode-se editar o valor de .

Figura 4.10 – Resultados da insolação diária, tabela


Fonte: Radiasol

4.3 Métodos

Para o cálculo da irradiação global na superfície terrestre, em plano


horizontal, como foi feito neste trabalho, os valores da irradiação no topo da
atmosfera foram afetados por um coeficiente de transparência atmosférica .= 0,5.
Tanto nos programas como para o ábaco, este coeficiente determinou o valor de .

A primeira cidade a ser estudada é a cidade de Campinas - SP. Além da


cidade de Campinas - SP, foram estudadas também as irradiações de Porto Alegre -
RS (sul) e Salvador - BA (nordeste), e analisados os resultados, como serão
apresentados e discutidos no capítulo 5 deste trabalho.

Para o caso do ábaco, a forma de se obter o valor da irradiação no topo da


atmosfera é, tendo o valor da latitude que se pretende calcular, cruzar este dado
43

com a curva correspondente ao mês desejado. O resultado pode não ser tão
preciso, por se tratar de um ábaco em que quem determina o valor é a pessoa que
utiliza o mesmo. Esse aspecto requer da pessoa a maior atenção ao coletar os
dados, a fim de obter os resultados mais próximos possíveis. Porém, por se tratar de
um ábaco em forma de gráficos de linhas, considera-se aceitável essa imprecisão.

Com os valores da irradiação obtidos a partir dos programas e do ábaco, e


afetados pelo foram inseridos na Equação 4.1 e calculada a área correspondente
para á irradiação para cada mês.

A Equação 4.1 é obtida a partir das Equações 3.9 e 3.10, sendo a 3.9 a
equação da área coletora e 3.10 a equação para a determinação da quantidade
de calor para aquecer determinado volume de água.

( ) (4.1)

Desenvolvendo a equação, chegamos à expressão da Equação 4.2.

( ) (4.2)

Sendo, como apresentado no capítulo 3,


Área coletora [ ]
Volume de água que se deseja aquecer [ ]
A quantidade de calor que se pretende acrescentar à água[˚C];
O rendimento do coletor;
A irradaição solar na superfícei terrestre num palno teórico horizontal
[ ⁄ ].
calor perdido de 0% a 20%
Tomar-se-á, ainda, a equação 4.2 e substituir-se-á por , dando origem à
Equação 4.3.

( ) (4.3)

da qual,
44

A irradiação solar global sobre um plano inclinado desviado ou não do


norte verdadeiro [ ⁄ ].

A aprtir da Equação 4.3, achar-se-á a área coletora solar para coletores


inclinados, o que corresponde a realidade dos coletores, que são, geralmente
usados com a mesma inclinação da cobertura.

A partir dos valores obtidos da Equação 4.2, são calculados o número de


coletores necessários para cada mês, para planos horizontais.

O número de coletores foi obtido em números quebrados, o que requereu


uma aproximação para valores inteiros. A aproximação foi feita considerando o
arredondamento dos valores para cima a partir de 0,15. Os valores inferiores a 0,15
foram arredondados para baixo, pois se entende que não interfeririam na quantidade
de calor requerida.

Foi analisada a possibilidade de estabelecer-se uma curva que representasse


a irradiação média anual e ver em que mês os valores se aproximavam do valor
médio anual. A intenção é que, tendo uma curva que correspondesse ao valor anual,
não seja necessário o cálculo da irradiação para todos os meses

A recomendação é que se tenha uma fonte alternativa para os meses mais


frios. A mais comum e usual é a instalação de chuveiros elétricos. A realidade
demonstra que essa alternativa não constituirá problema para a maioria das
habitações brasileiras, por se saber que na maioria das casas já existem chuveiros
elétricos, e que a tecnologia solar é que, em alguns lugares, vem sendo usada como
fonte alternativa. Portanto, o recomendável é que ao ser aplicada a tecnologia solar
em determinada habitação ou lugar, não se desinstalassem as elétricas já
existentes, a fim de servirem de fontes alternativas.
45

5 RESULTADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS

5.1 Irradiação solar – softwares e ábaco para planos horizontais

Após a coleta dos valores das irradiações, e feitos os devidos cálculos por
meio de planilhas do Excel, como apresentados no apêndice os resultados são
apresentados em tabelas comparativas.

A Tabela 5.1 mostra o resultado comparativo das irradiações em planos


horizontais, obtidas do ábaco e dos programas em Wh/m², para a cidade de
Campinas - SP.

Tabela 5.1 - Valores de H – Campinas - SP

Radiac2 Rad-opt Radiasol


Gráfico x 0,5
Mês H (Wh/m²) H (Wh/m²) H (Wh/m²)
H (Wh/m²)
Para 0˚ Para 0˚ Para 0˚
Janeiro 5860 5889 5650 5902
Fevereiro 5550 5625 5383,333 5554
Março 4995 5085 4900 5000
Abril 4200 4373 4183,333 4190
Maio 3495 3688 3536,111 3480
Junho 3140 3355 3213,889 3196
Julho 3285 3488 3333,333 3288
Agosto 3850 4042 3855,556 3780
Setembro 4615 4767 4572,222 4598
Outubro 5310 5414 5186,111 5298
Novembro 5730 5794 5558,333 5690
Dezembro 5910 5938 5697,222 5904
Média 4661,66667 4788,166667 4589,120 4656,666667

Os resultados mostram uma grande aproximação de valores médios e uma


grande variedade entre os valores mensais de cada elemento estudado (programas
e ábaco).

É, porém, importante ressaltar que os valores de irradiação mensal do ábaco


estão entre os valores médios, podendo, até, serem usados, como valores médios
entre os valores dos programas. Se calculada uma média aritmética entre as médias
46

anuais, perceber-se-á que a média aritmética (4673,905), se aproxima do valor


médio anual do ábaco.

Os valores analisados na Tabela 5.1 são apenas referentes à cidade de


Campinas e, pelo fato de o Brasil ser um país de extensão continental, viu-se a
necessidade de se estudar outras cidades com latitudes opostas. Por essa razão,
mostrar-se-á, na Tabela 5.2 e 5.3, valores referentes à uma cidade do nordeste e
uma do sul do país, a fim de se ter uma idéia da confiabilidade do ábaco para o país.

A Tabela 5.2 mostra os valores referentes à cidade de Salvador - BA, no


nordeste, que tem latitude -12,9711º, aproximadamente -13º.

Tabela 5.2 - Valores de H – Salvador - BA

H para Salvador - Latitude= -13˚


Radiac2 Rad-opt Radiasol
Gráfico x 0,5
Mês H (Wh/m²) H (Wh/m²) H (Wh/m²)
H (Wh/m²)
Para 0˚ Para 0˚ Para 0˚
Janeiro 5600 5617 5375 5596
Fevereiro 5500 5567 5567 5502
Março 5205 5326 5111,111 5198
Abril 4692,5 4884 4669,444 4696
Maio 4147,5 4383 4205,556 4188
Junho 3855 4122 3944,444 3882
Julho 3955 4228 4041,667 3986
Agosto 4410 4647 4441,667 4394
Setembro 4955 5140 4922,222 4900
Outubro 5365 5490 5255,556 5300
Novembro 5550 5608 5372,222 5496
Dezembro 5600 5615 5372,222 5592
Média 4902,91667 5052,25 4856,509259 4894,166667

Os resultados obtidos na Tabela 5.2, não diferem muito, em termos de


aproximação, com os obtidos na Tabela 5.1, pois, percebe-se, aqui, mais uma vez,
que os valores médios dos programas diferem entre si, mas estão próximos um do
outro. Percebe-se também, que os valores obtidos pelo ábaco, estão entre os
valores médios das irradiações, tanto mensais como anuais. Novamente, se for
tomada uma média aritmética entre os valores médios anuais, perceber-se-á, outra
vez, que a média aritmética (4962,4606), tem valores muito próximos aos valores da
média anual do ábaco, podendo tomar o valor do ábaco como valor médio.
47

Neste caso, da cidade de Salvador - BA, pode-se perceber, mais uma vez,
que o ábaco se apresenta confiável e pode ser tomado como valor médio anual, o
que permite considerá-lo apto para o uso.

Uma última análise é feita para a cidade de Porto Alegre - RS, que tem como
latitude -30,01805, aproximadamente -30º, como mostra a Tabela 5.3. Por situar-se
na região sul do país, e por ser a cidade com uma das menores latitudes do país.

Tabela 5.3 Valores de H - Porto Alegre - RS

H para a cidade de Porto Alegre - Latitude= -30˚


Radiac2 Rad-opt Radiasol
Gráfico x 0,5
Mês H (Wh/m²) H (Wh/m²) H (Wh/m²)
H (Wh/m²)
Para 0˚ Para 0˚ Para 0˚
Janeiro 5975 5992 5755,556 5994
Fevereiro 5500 5569 5327,778 5484
Março 4750 4825 4655,556 4672
Abril 3800 3942 3763,889 3784
Maio 2995 3147 3027,778 2998
Junho 2600 2778 2655,556 2606
Julho 2750 2924 2791,667 2802
Agosto 3400 3550 3383,333 3312
Setembro 4300 4419 4244,444 4198
Outubro 5200 5269 5047,222 5096
Novembro 5800 5833 5613,889 5810
Dezembro 6075 6078 5836,111 6130
Média 4428,75 4527,166667 4341,898148 4407,166667

Como se pode perceber, os resultados não fogem da realidade observada


nas cidades acima analisadas. Agora, com mais segurança pode-se sugerir o uso do
ábaco como médio entre os valores obtidos. A média aritmética observada
(4426,2454), se aproxima muito do valor médio anual do ábaco.

Estes resultados mostram que os valores obtidos por intermédio do ábaco são
tão confiáveis quanto os valores, comumente usados, dos softwares. Como será
demonstrado no item 5.2, o cálculo numérico da área de coletores necessários
apresenta semelhança de resultados, tanto no uso dos softwares, como no uso do
ábaco.
48

Outra realidade observada em todas as tabelas é o fato de que o valor


referente ao mês de setembro, em todos os elementos observados, se aproxima
muito do valor médio anual dos programas e ábacos. Esta realidade indos a uma
sugestão do pesquisador: Calcular apenas os valores para o mês de setembro e
dimensionar os coletores a partir dos resultados obtidos do mesmo mês.

Outra análise é feita, desta vez para Luanda, capital de Angola, que tem como
latitude -8,85º -9º. Os resultados obtidos dessa análise são apresentados na
Tabela 5.4, tendo os mesmos dados das outras tabelas acima apresentadas.

Tabela 5.4 – Valores de H – Luanda - Angola

H para a cidade de Luanda - Latitude= -9˚


Radiac2 Rad-opt Radiasol
Gráfico x 0,5
Mês H (Wh/m²) H (Wh/m²) H (Wh/m²)
H (Wh/m²)
Para 0˚ Para 0˚ Para 0˚
Janeiro 5450,0 5617,0 5227,777778 5596,0
Fevereiro 5425,0 5567,0 5567 5502,0
Março 5225,0 5326,0 5152,778 5198,0
Abril 4850,0 4884,0 4825,000 4696,0
Maio 4375,0 4383,0 4441,667 4188,0
Junho 4125,0 4122,0 4216,667 3882,0
Julho 4225,0 4228,0 4300,000 3986,0
Agosto 4510,0 4647,0 4641,667 4394,0
Setembro 5050,0 5140,0 5019,444 4900,0
Outubro 5350,0 5490,0 5236,111 5300,0
Novembro 5425,0 5608,0 5252,778 5496,0
Dezembro 5425,0 5615,0 5205,556 5592,0
Média 4952,917 5052,250 4923,87037 4894,167

Assim como nos outros casos, os valores obtidos são relativamente próximos
e a média de irradiação anual se aproxima muito da irradiação aferida em fevereiro.

Por estar dentro dos limites de latitude previstos ou calculados para o ábaco,
embora não seja no Brasil, era de se esperar que os resultados não variassem
muito, pois não de pende do local em análise e sim da latitude em análise. Portanto
mesmo sendo em Angola, os resultados do ábaco são aplicáveis para lá também.
49

5.1.2 Cálculo da área coletora solar – Exemplo numérico (plano horizontal)

Para demonstrar numericamente a confiabilidade do ábaco em relação ao


cálculo de áreas coletoras, tomar-se-á, como forma de exemplo, uma caixa de água
com capacidade 400 l, uma variação de temperatura ΔT=35º, coletores de 1,7 de
área coletora, calor perdido de 0% e rendimento 0,6 ou 60%.

Usando a Equação 4.1 e sendo feitas as transformações necessárias, obtêm-


se os valores apresentados nas tabelas 5.4; 5,5 e 5.6, para as mesmas cidades
observadas na análise feita acima para os valores de irradiação solar.

A Tabela 5.4 apresenta os valores de áreas coletoras para a região de


Campinas - SP e o número de coletores necessários para cada uma dessas áreas.
Os dados da irradiação que dão origem à tabela abaixo são os mesmos das tabelas
comparativas de irradiação discutidas acima.

Tabela 5.5 – Número de coletores - (Campinas - SP)

Área coletora para cidade de Campinas - SP


Gráfico x 0,5 Radiac2 RAD-OPT Radiasol
Mês Nº Nº Nº Nº
Área Efetivo Área Efetivo Área Efetivo Área Efetivo
Janeiro 4,63 3 4,607 3 4,802 3 4,597 3
Fevereiro 4,889 3 4,823 3 5,04 3 4,885 3
Março 5,432 4 5,336 3 5,537 4 5,426 4
Abril 6,46 4 6,204 4 6,486 4 6,475 4
Maio 7,763 5 7,357 5 7,673 5 7,796 5
Junho 8,641 5 8,087 5 8,442 5 8,489 5
Julho 8,259 5 7,779 5 8,14 5 8,252 5
Agosto 7,047 4 6,712 4 7,037 4 7,178 5
Setembro 5,879 4 5,692 4 5,934 4 5,901 4
Outubro 5,11 3 5,011 3 5,232 3 5,121 3
Novembro 4,735 3 4,683 3 4,881 3 4,768 3
Dezembro 4,591 3 4,569 3 4,762 3 4,595 3
Média 6,12 4 5,905 4 6,164 4 6,124 4
*Área unitária = 1,7

Pode-se observar que o número médio de coletores, quer para o ábaco como
para os softwares, é o mesmo. Nota-se, ainda, que embora os valores da irradiação
solar tenham sido diferentes, pela proximidade dos mesmos, geraram números de
50

coletores iguais. Percebe-se, com esses resultados, que não se precisa,


necessariamente, que a irradiação dê exatamente igual em todos os elementos em
análise, basta que esteja numa faixa de valores aproximados para que o resultado
seja o mesmo, em relação ao número de coletores solar.

Para continuação das análises, tomar-se-á a Tabela 5.5, também de


comparação de número de coletores, para a cidade de Salvador - BA, tomando os
mesmos valores de irradiação apresentados na Tabela 5.2 e tendo como dados para
cálculo, os mesmos que foram tomados para os exemplos numéricos.

Tabela 5.6 - Número de coletores – Salvador - BA

Área coletora para Salvador - BA


Gráfico x 0,5 Radiac2 RAD-OPT Radiasol
Mês Nº Nº Nº Nº
Área Efetivo Área Efetivo Área Efetivo Área Efetivo
Janeiro 4,848 3 4,83 3 5,048 3 4,848 3
Fevereiro 4,931 3 4,874 3 4,874 3 4,931 3
Março 5,22 3 5,094 3 5,308 3 5,22 3
Abril 5,778 4 5,555 4 5,81 4 5,778 4
Maio 6,478 4 6,19 4 6,451 4 6,478 4
Junho 6,989 4 6,582 4 6,878 4 6,989 4
Julho 6,807 4 6,417 4 6,713 4 6,807 4
Agosto 6,175 4 5,839 4 6,108 4 6,175 4
Setembro 5,537 4 5,279 3 5,512 4 5,537 4
Outubro 5,119 3 4,942 3 5,162 3 5,119 3
Novembro 4,937 3 4,838 3 5,05 3 4,937 3
Dezembro 4,852 3 4,832 3 5,05 3 4,852 3
Média 5,639 4 5,439 4 5,664 4 5,639 4
*Área unitária = 1,7

Os valores das áreas coletoras, embora diferentes nos quatro casos, não
interferiram diretamente no número total médio de coletores anuais e, mais uma vês,
há igualdade no número médio de coletores entre os elementos em análise.
Percebe-se, dessa vez, que para o mês de Setembro, o número de coletores do
programa Radiac2 não se ajusta à consideração feita anteriormente em relação a
média anual, pois o número de coletores calculado com os dados do mesmo é
inferior a média anual. Porém, os números referentes ao mês de setembro dos
outros elementos em análise apresentam o mesmo número de coletores médios
anuais.
51

É interessante, para essa pesquisa, perceber que os números do ábaco se


encontram entre os médios em análise, o que demonstra segurança semelhante à
dos softwares comparativos.

Tomar-se-á, como próximo exemplo de comparação, a cidade de Porto Alegre


- RS para análise do número de coletores necessários, como apresentados na
Tabela 5.6. As considerações a serem feitas para este último exemplo não diferem
dos outros anteriores, portanto, os dados que foram tomados para cálculo das áreas
e número de coletores, são os mesmos tomados para os dois primeiros exemplos,
tendo, porém, como fonte para os valores de irradiação a Tabela 5.3.

Tabela 5.7 – Número de coletores – Porto Alegre - RS

Área coletora para Porto Alegre - RS


Gráfico x 0,5 Radiac2 RAD-OPT Radiasol
Mês Nº Nº Nº Nº
Área Efetivo Área Efetivo Área Efetivo Área Efetivo
Janeiro 4,541 3 4,528 3 4,714 3 4,526 3
Fevereiro 4,933 3 4,872 3 5,093 3 4,947 3
Março 5,712 4 5,623 4 5,828 4 5,807 4
Abril 7,14 5 6,883 4 7,208 5 7,17 5
Maio 9,059 6 8,621 5 8,961 6 9,05 6
Junho 10,435 6 9,767 6 10,217 6 10,411 6
Julho 9,866 6 9,279 6 9,719 6 9,683 6
Agosto 7,98 5 7,643 5 8,019 5 8,192 5
Setembro 6,31 4 6,14 4 6,392 4 6,463 4
Outubro 5,218 3 5,149 3 5,376 3 5,324 3
Novembro 4,678 3 4,651 3 4,833 3 4,67 3
Dezembro 4,466 3 4,464 3 4,649 3 4,426 3
Média 6,695 4 6,468 4 6,751 4 6,723 4
*Área unitária = 1,7

Os resultados obtidos demonstram o mesmo que vem acontecendo nos


exemplos anteriores. A quantidade de coletores não variou nem nos valores médios
nem nos valores referentes ao mês de setembro.

Ao final dos três exemplos, percebeu-se que, coincidentemente, os números


de coletores médios anuais foram semelhantes nos três estados analisados. Com os
dados tomados para exemplo, poder-se-ia estabelecer uma média anual de quatro
coletores para o país todo.
52

Para a cidade de Luanda, aplicadas as mesmas variáveis dos outros


exemplos, e tomada a Tabela 5.4 como base de cálculo, obtém-se como resultados
os valores apresentados na Tabela 5.8.

Tabela 5.8 – Número de coletores – Luanda – Angola

Área coletora para Cidade de Luanda


Gráfico x 0,5 Radiac2 RAD-OPT Radiasol
Mês Nº Nº Nº Nº
Área Efetivo Área Efetivo Área Efetivo Área Efetivo
Janeiro 4,848 3 4,83 3 5,19 3 4,848 3
Fevereiro 4,931 3 4,874 3 4,874 3 4,931 3
Março 5,22 3 5,094 3 5,265 3 5,22 3
Abril 5,778 4 5,555 4 5,623 4 5,778 4
Maio 6,478 4 6,19 4 6,108 4 6,478 4
Junho 6,989 4 6,582 4 6,434 4 6,989 4
Julho 6,807 4 6,417 4 6,31 4 6,807 4
Agosto 6,175 4 5,839 4 5,845 4 6,175 4
Setembro 5,537 4 5,279 3 5,405 3 5,537 4
Outubro 5,119 3 4,942 3 5,182 3 5,119 3
Novembro 4,937 3 4,838 3 5,165 3 4,937 3
Dezembro 4,852 3 4,832 3 5,212 3 4,852 3
Média 5,639 4 5,439 4 5,551 4 5,639 4
*Área unitária = 1,7

As tabelas apresentadas são o resultado de cálculos feitos com a ferramenta


de cálculo do Excel 2007. No apêndice 2 são apresentados os resultados em tabelas
mais detalhadas de onde foram retirados os valores aqui apresentados.

5.2 Irradiação solar – softwares e ábaco para planos inclinados

Ao serem analisados os exemplos anteriores, foram tomados planos


horizontais, que são de algum modo a favor da segurança, pois não estão afetados
pela componente difusa, apenas pela irradiação direta. Serão analisados coletores
inclinados com , que corresponde a um coletor solar com a inclinação de
uma telha de barro a 30% de inclinação, (17º = arco tang 0,3).
53

Nos cálculos feitos anteriormente, a comparação foi feita entre planos


horizontais e os resultados revelaram que para planos horizontais não variou muito o
valor das irradiações, e os números de coletores foram, praticamente, os mesmos.

Nos próximos resultados, comprova-se o ábaco, se aplicado a planos


inclinados.

A Tabela 5.9 apresenta a diferença de irradiações, geradas pelos softwares e


o ábaco.

Tabela 5.9 – Valores de – Campinas – SP

para Campinas - SP - Latitude= -23˚


Radiac2 Rad-opt Radiasol
Gráfico x 0,5
Mês H (Wh/m²) H (Wh/m²) H (Wh/m²)
H (Wh/m²)
Para 17˚ Para 17˚ Para 17˚

Janeiro 5600 5889 5386,667 5840


Fevereiro 5500 5625 5255,833 5632
Março 5205 5085 4941,667 5278
Abril 4692,5 4373 4405,556 4666
Maio 4147,5 3688 3860,556 4060
Junho 3855 3355 3589,444 3836
Julho 3955 3488 3690,000 3904
Agosto 4410 4042 4143,056 4306
Setembro 4955 4767 4702,778 4972
Outubro 5365 5414 5136,111 5460
Novembro 5550 5794 5347,778 5678
Dezembro 5600 5938 5403,611 5816
Média 4902,91667 4788,166667 4655,255 4954

Os resultados obtidos pelo Radiac2 e pelo Radiasol revelam algo esperado,


pois, ao tomar o plano inclinado, os valores devem ser maiores que os obtidos em
planos horizontais, tomando como pressuposto de que no plano inclinado a
irradiação total é resultado da somatória da direta mais a difusa.

Espera-se obter os mesmos resultados para os outros dois estados em


análise, tendo em mente as mesmas considerações.
54

As tabelas 5.10 e 5.11 apresentarão os valores para as cidades da Salvador -


BA e Porto Alegre - RS, respectivamente.

Tabela 5.10 – Valores de – Salvador - BA

para Salvador -BA - Latitude= -13˚


Radiac2 Rad-opt Radiasol
Gráfico x 0,5
Mês H (Wh/m²) H (Wh/m²) H (Wh/m²)
H (Wh/m²)
Para 17˚ Para 17˚ Para 17˚
Janeiro 5600 5617 5033,33 5430
Fevereiro 5500 5567 5567 5454
Março 5205 5326 5056,389 5322
Abril 4692,5 4884 4796,111 5022
Maio 4147,5 4383 4462,778 4692
Junho 3855 4122 4265,000 4450
Julho 3955 4228 4339,444 4524
Agosto 4410 4647 4638,333 4798
Setembro 4955 5140 4956,389 5106
Outubro 5365 5490 5107,500 5322
Novembro 5550 5608 5073,056 5376
Dezembro 5600 5615 5003,333 5402
Média 4902,917 5052,25 4858,222 5074,833

Os resultados mostram, mais uma vez, que os valores dos softwares são
maiores, em geral, do que os do ábaco. É perceptível, outra vez, que a média de
valores do Rad-opt é menor do que as outras médias.

A última análise será feita para a cidade de Porto Alegre - RS, Tabela 5.11,
para verificar o comportamento e resultado de cada elemento em análise e verificar
os dados.

Observa-se que os valores médios para esta análise, se aproximam dos


valores obtidos para o mês de setembro. Esses resultados dão mais solides à idéia
de que o mês de setembro pode ser tomado como padrão para o cálculo da
irradiação anual.
55

Tabela 5.11 - Valores de - Porto Alegre - RS

para Porto Alegre - RS - Latitude= -30˚


Radiac2 Rad-opt Radiasol
Gráfico x 0,5
Mês H (Wh/m²) H (Wh/m²) H (Wh/m²)
H (Wh/m²)
Para 17˚ Para 17˚ Para 17˚
Janeiro 5975 5992 5553,611 6022
Fevereiro 5500 5569 5268,333 5682
Março 4750 4825 4773,611 5050
Abril 3800 3942 4049,444 4358
Maio 2995 3147 3407,222 3626
Junho 2600 2778 3084,167 3226
Julho 2750 2924 3204,167 3468
Agosto 3400 3550 3711,667 3890
Setembro 4300 4419 4440,278 4666
Outubro 5200 5269 5063,333 5370
Novembro 5800 5833 5461,111 5900
Dezembro 6075 6078 5603,889 6120
Média 4428,750 4527,167 4468,403 4781,5

Para a cidade de Porto Alegre - RS, percebe-se que os valores mudaram,


tendo resultados maiores que os obtidos pelo gráfico. Era esperado que os
resultados obtidos nesta tabela fossem os mesmo das tabelas passadas, pois, se
espera, que ao inclinar o coletor a irradiação aumente.

5.2.1 Cálculo da área coletora solar – Exemplo numérico (plano inclinado)

Pelo aumento do valor da irradiação, as áreas coletoras devem ser menores,


pois, como visto nas equações para o cálculo da área coletora solar, o valor da
irradiação é inversamente proporcional ao da área coletora.

As tabelas 5.12; 5.13; e 5.14, mostram o número de coletores necessários


para cada valor de irradiação encontrado.

Por serem valores muito próximos as áreas não variam muito, sendo
encontradas áreas muito iguais às encontradas nos exemplos anteriores.

Serão tomados os mesmos valores dos exemplos acima e calculados para


ΔT, volume, área de um coletor e o rendimento.
56

A Tabela 5.12, mostra o número de coletores inclinados necessários para a


cidade de Campinas - SP, tendo como base de dados de irradiação a Tabela 5.9.

A equação para o dimensionamento de áreas coletoras inclinadas é a


Equação 4.3, onde é usado e não . As tabelas asseguir, apresentarão a
diferença de resultados entre os elementos analisados para planos inclinados.

Tabela 5.12 - Número de coletores para Campinas - SP

Área coletora para a cidade de Campinas - SP


Gráfico x 0,5 Radiac2 RAD-OPT Radiasol
Mês Nº Nº Nº Nº
Área Efetivo Área Efetivo Área Efetivo Área Efetivo
Janeiro 4,844961 3 4,607197 3 5,036841 3 4,645853 3
Fevereiro 4,933051 3 4,823428 3 5,162223 3 4,817433 3
Março 5,212638 3 5,335651 3 5,490411 4 5,140542 3
Abril 5,781946 4 6,204387 4 6,158538 4 5,814784 4
Maio 6,54172 4 7,356774 5 7,027948 4 6,682705 4
Junho 7,038076 4 8,08697 5 7,558769 5 7,072936 4
Julho 6,860122 4 7,778607 5 7,352787 5 6,949739 4
Agosto 6,152332 4 6,712465 4 6,548737 4 6,300925 4
Setembro 5,475637 4 5,691584 4 5,76931 4 5,456915 4
Outubro 5,057182 3 5,011412 3 5,282554 3 4,969191 3
Novembro 4,88861 3 4,682738 3 5,073469 3 4,778405 3
Dezembro 4,844961 3 4,569179 3 5,021047 3 4,665025 3
Média 5,635936 4 5,905033 4 5,956886 4 5,607871 4
*Área unitária = 1,7

Embora tenha variado o valor da irradiação, nota-se que o número de


coletores necessários não alterou, se comparado com o exemplo anterior.

Visto serem os valores das áreas pouco maiores que os dos exemplos
anteriores, espera-se ter os mesmos resultados nas próximas tabelas. Para os três
elementos em análise, o número de coletores para setembro corresponde,
novamente, aos médios mensais.

A Tabela 5.13 mostra resultados para a cidade de Salvador - BA, sempre


tomando os mesmos dados anteriores e tendo como base de cálculo os valores de
irradiação mostrados na Tabela 5.10.
57

Tabela 5.13 - Número de coletores para Salvador - BA

Área coletora solar para Salvador - BA


Gráfico x 0,5 Radiac2 RAD-OPT Radiasol
Mês Nº Nº Nº Nº
Área Efetivo Área Efetivo Área Efetivo Área Efetivo
Janeiro 4,844961 3 4,830298 3 5,39042 3 4,996645 3
Fevereiro 4,933051 3 4,873681 3 4,873681 3 4,974658 3
Março 5,212638 3 5,094214 3 5,365842 3 5,098043 3
Abril 5,781946 4 5,555238 4 5,657038 4 5,402585 3
Maio 6,54172 4 6,190231 4 6,079573 4 5,782562 4
Junho 7,038076 4 6,582189 4 6,361497 4 6,09703 4
Julho 6,860122 4 6,417167 4 6,252363 4 5,9973 4
Agosto 6,152332 4 5,838559 4 5,849468 4 5,654811 4
Setembro 5,475637 4 5,278557 3 5,474103 4 5,313706 3
Outubro 5,057182 3 4,942037 3 5,312145 3 5,098043 3
Novembro 4,88861 3 4,83805 3 5,348213 3 5,046835 3
Dezembro 4,844961 3 4,832018 3 5,422741 4 5,022544 3
Média 5,533805 4 5,439353 4 5,61559 4 5,37373 3
*Área unitária = 1,7

Para esta tabela, verifica-se que os números de coletores não são os mesmos
nos quatro casos. Para o programa Radiasol, os valores são menores, ou seja a
média de coletores é menor que as outras. Provavelmente seja pela precisão do
software, que faz interação de 5 em 5 minutos. Porém, os outros elementos em
análise conservam-se a favor da segurança, mas contra a economia, para este caso
em particular.

A cidade de Porto Alegre - RS será a última a ser analisada. Não foram feitas
análises para a cidade de Luanda, como no exemplo anterior, pois, acredita-se que
a precisão será a mesma obtida para o solo brasileiro.

Visto ter-se, em Angola, latitudes que estão dentro das limitadas por este
ábaco, pode-se afirmar que os resultados não serão muito diferentes para a cidade
de Luanda.

A Tabela 5.14, a seguir, mostra os valores de número de coletores para a


cidade de Porto Alegre - RS.
58

Tabela 5.14 - Número de coletores para Porto Alegre - RS

Tabela comparativa de área coletora Porto Alegre - RS


Gráfico x 0,5 Radiac2 RAD-OPT Radiasol
Mês Nº Nº Nº Nº
Área Efetivo Área Efetivo Área Efetivo Área Efetivo
Janeiro 4,540884 3 4,528001 3 4,885431 3 4,505444 3
Fevereiro 4,933051 3 4,871931 3 5,149975 3 4,775041 3
Março 5,711954 4 5,623167 4 5,683702 4 5,37263 3
Abril 7,139943 5 6,882746 4 6,700125 4 6,225742 4
Maio 9,059026 6 8,621475 5 7,963021 5 7,482566 5
Junho 10,4353 6 9,766661 6 8,79712 5 8,410348 5
Julho 9,866103 6 9,278996 6 8,467657 5 7,823467 5
Agosto 7,979936 5 7,642756 5 7,309865 5 6,974751 4
Setembro 6,309717 4 6,139802 4 6,11038 4 5,814784 4
Outubro 5,217651 3 5,149323 3 5,358482 3 5,052474 3
Novembro 4,677894 3 4,651429 3 4,96818 3 4,598607 3
Dezembro 4,466137 3 4,463933 3 4,841599 3 4,433298 3
Média 6,6948 4 6,468352 4 6,352961 4 5,955763 4
*Área unitária = 1,7

Para a cidade de Porto Alegre - RS, tomados os mesmos valores, percebe-se


que não varia a diferença de coletores médios anuais, se comparados com os
números obtidos para planos horizontais.

As linhas referentes ao mês de Setembro estão grifadas em amarelo,


propositalmente, afim de chamar a atenção ao fato de que os valores referentes a
este mês se igualam, na maioria das vezes aos valores médios mensais, algo que já
vinha sendo comentado ao longo do trabalho.

Pode-se afirmar então que as curvas do mês de Setembro podem ser


tomadas como curvas médias anuais.

Se tomados os valores pelo ábaco, essa afirmação se demonstra ainda mais


consistente visto, ter o ábaco demonstrado resultados, em relação a número de
coletores, sempre iguais em todos os exemplos analisados.
59

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O interesse em estudar a possibilidade do uso de uma folha A4 para o cálculo


da irradiação solar tem aqui uma resposta: é possível calcular a irradiação solar por
intermédio de uma folha de papel em qualquer canto do Brasil.

Os meios existentes para o cálculo da irradiação solar, softwares, são


confiáveis. Porém, para fins acadêmicos e de praticidade, o ábaco apresentado se
ajusta de forma precisa, com o mesmo rigor científico.

Após análise dos resultados e com as demonstrações da confiabilidade do


ábaco, por meio das tabelas comparativas apresentadas, pode-se afirmar ser
completamente confiável e recomendável ao uso para os fins propostos.

Os resultados mostram, sobre o ábaco, que:

 O ábaco é tão confiável para o bom dimensionamento de coletores solar


quanto os softwares existentes.
 O ábaco pode ser usado para o cálculo de coletores solar em plano horizontal
ou inclinado
 O cálculo com o ábaco se demonstra a favor da segurança, quando utilizado
para planos inclinados
 O cálculo com o ábaco em uma folha A4 é confiável, porém, para maior
precisão, recomenda-se o uso de uma cartilha contendo as curvas de cada
mês, para todo o ano, apresentadas no apêndice um.
 Qualquer latitude que esteja dentro das limitadas no ábaco podem ser,
confiavelmente calculadas pelo ábaco sem a necessidade do recurso a
softwares.
 Todos os elementos analisados são confiáveis quando o plano é horizontal

. O ábaco criado e desenvolvido nesta pesquisa não se prepõe substituir algo


existente, mas, contribuir de forma singular aos acadêmicos e interessados nesta
área de estudos.
60

O ábaco possui a limitação de não poder calcular a irradiação para valores


que estejam em latitudes maiores que 0º e menores que -33º. Esta limitação foi
proposital pois o principal objeto de estudo é o Brasil e suas latitudes não
extrapolam esses limites. No entanto, o mesmo é passível de ampliação caso se
necessite.

Para ampliar esse estudo basta, seguindo os passos dados pelo autor deste
trabalho, elaborar curvas que tenham como elementos de base de dados latitudes
que se pretendam calcular.
61

7 REFERENCIA BIBLIOGRÁFICAS

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Campinas, SP, 2004.
64

APÊNDICE 1 – ÁBACOS ANUAL E MENSAIS PARA O CÁLCULO DA


IRRADIAÇÃO SOLAR NO TOPO DA ATMOSFÉRA
65

Ábaco 1 - Valores de - Anual


66

Ábaco 2 - Valores de - Janeiro


67

Ábaco 3 – Valores de - Fevereiro


68

Ábaco 4 - Valores de - Março


69

Ábaco 5 - Valores de - Abril


70

Ábaco 6 - Valores de - Maio


71

Ábaco 7 - Valores de - Junho


72

Ábaco 8 - Valores de - Julho


73

Ábaco 9 - Valores de - Agosto


74

Ábaco 10 - Valores de - Setembro


75

Ábaco 11 - Valores de - Outubro


76

Ábaco 12 - Valores de - Novembro


77

Ábaco 13 - Valores de - Dezembro


78

APÊNDICE 2 – TABELAS DE ÁREAS COLETORAS


79

Tabela 2 - Área coletora - Campinas

Tabela 3 - Áreas coletoras - Salvador


80

Tabela 4 - Área coletora - Porto Alegre

Tabela 5 - Áreas coletoras - Luanda

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