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SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

Integração regional na CEEAC


e relacionamento com os países da CPLP

Maio de 2014

Parceiro estratégico:
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Índice

1. CEEAC. Enquadramento regional, político e económico........................................................................................... 24

1.1. Caracterização da CEEAC ............................................................................................................................................. 24

1.1.1. Principais objetivos e aspirações da CEEAC .................................................................................................. 24

1.1.2. Os Estados Membros da CEEAC ................................................................................................................... 26

1.1.3. Mecanismos de integração e prioridades no desenvolvimento da CEEAC .................................................... 26

1.2. A CEEAC enquanto comunidade económica ............................................................................................................. 28

1.3. Estrutura produtiva da CEEAC................................................................................................................................... 36

1.4. Trocas comerciais na CEEAC .................................................................................................................................... 42

1.4.1. Complementaridade das economias............................................................................................................... 42


1.4.2. Comércio intrarregional ................................................................................................................................... 43

1.4.3. São Tomé e Príncipe e Gabão. O país da CPLP e a terceira maior economia da região ............................... 46

1.5. Comércio extrarregional ............................................................................................................................................. 47

1.5.1. Principais parceiros comerciais da CEEAC .................................................................................................... 47

1.5.2. Trocas comerciais entre a CPLP e a CEEAC ................................................................................................. 52

1.6. IDE na CEEAC ........................................................................................................................................................... 56

1.7. Setores de oportunidade nos países da CEEAC, principais portos e aeroportos ...................................................... 58

1.8. Principais produtos importados pelos países da CEEAC e oportunidades para as empresas Portuguesas ............. 60
2. Gabão.............................................................................................................................................................................. 65

2.1. Macroeconomia.......................................................................................................................................................... 66

2.1.1. PIB da economia do Gabão ............................................................................................................................ 66

2.1.2. Orçamento Geral do Estado .......................................................................................................................... 67

2.2. Estrutura produtiva ..................................................................................................................................................... 70

2.2.1. PIB por setor ................................................................................................................................................... 70

2.2.2. Caraterização do setor empresarial do Estado ............................................................................................... 70

2.3. Política económica ..................................................................................................................................................... 75

2.3.1. Perspetivas futuras ......................................................................................................................................... 75

2.3.2. Prioridades estratégicas do Gabão ................................................................................................................. 75

2.4. Infraestruturas e energia ............................................................................................................................................ 78

2.5. Grandes projetos de investimento previstos em infraestruturas................................................................................. 83

2.6. Abertura da economia e relações comerciais ............................................................................................................ 85

2.7. Principais setores de oportunidade ............................................................................................................................ 96

2.8. IDE de e para o Gabão .............................................................................................................................................. 97

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

2.9. Financiamento à economia ........................................................................................................................................ 98

2.9.1. Principais bancos presentes ........................................................................................................................... 98

2.9.2. Bancarização da população ............................................................................................................................ 99

2.9.3. Taxa de juros de empréstimos ...................................................................................................................... 100

2.9.4. Bolsa de Valores ........................................................................................................................................... 100


3. São Tomé e Príncipe. Uma esperança em África ...................................................................................................... 102

3.1. Macroeconomia........................................................................................................................................................ 103

3.1.1. PIB da Economia de São Tomé e Príncipe ................................................................................................... 103

3.1.2. Orçamento Geral do Estado ......................................................................................................................... 105

3.1.3. Dívida pública ............................................................................................................................................... 107

3.2. Estrutura Produtiva .................................................................................................................................................. 109

3.2.1. PIB por setor ................................................................................................................................................. 109

3.2.2. Setor empresarial do Estado ........................................................................................................................ 110

3.3. Política Económica................................................................................................................................................... 111

3.3.1. Perspetivas futuras ....................................................................................................................................... 111

3.3.2. Prioridades estratégicas para São Tomé e Príncipe ..................................................................................... 114

3.4. Infraestruturas e energia .......................................................................................................................................... 116

3.5. Grandes projetos de investimento previstos em infraestruturas............................................................................... 122

3.6. Abertura da economia e relações comerciais .......................................................................................................... 126

3.7. Principais setores de oportunidade .......................................................................................................................... 133

3.8. IDE em São Tomé e Príncipe................................................................................................................................... 135

3.9. Financiamento à economia ...................................................................................................................................... 136

3.9.1. Principais bancos presentes ......................................................................................................................... 136

3.9.2. Bancarização da população .......................................................................................................................... 137


3.9.3. Microcrédito .................................................................................................................................................. 139

3.9.4. Taxas de juro de empréstimos ...................................................................................................................... 139


4. Investir em São Tomé e Príncipe ................................................................................................................................ 142

4.1. Breve descrição do mercado de trabalho e do regime de Segurança Social ........................................................... 142

4.1.1. População ativa ............................................................................................................................................ 142

4.1.2. Desemprego ................................................................................................................................................. 142

4.1.3. Desigualdades .............................................................................................................................................. 142

4.1.4. Breve descrição do regime de Segurança Social ......................................................................................... 143

4.2. Como investir em São Tomé e Príncipe? ................................................................................................................. 143

4.2.1. Fases/etapas a observar no processo de estabelecimento em São Tomé e Príncipe.................................. 144

4.3. Incentivos e benefícios ao investimento ................................................................................................................... 145

4.4. Principais mecanismos de financiamento ................................................................................................................ 147

4.5. Competitividade de São Tomé e Príncipe ................................................................................................................ 148

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

4.5.1. Atratividade de São Tomé e Príncipe no contexto regional .......................................................................... 148

4.6. Principais constrangimentos ao IDE e Exportação .................................................................................................. 149

4.6.1. Exportações/Importações – barreiras aduaneiras: tarifas, barreiras não tarifárias, outros impedimentos .... 149

4.6.2. Entrada e saída de capitais .......................................................................................................................... 150

4.6.3. Estabilidade legal e fiscal - barreiras legais, fiscais e regulamentares ......................................................... 151

4.6.4. Obtenção de vistos, disponibilidade de mão-de-obra ................................................................................... 155

4.6.5. Modelos de cobertura de riscos financeiros, operacionais, propriedade ...................................................... 156

4.6.6. Sistema jurídico e judiciário .......................................................................................................................... 156

4.6.7. Resolução extrajudicial de litígios ................................................................................................................. 157

4.7. Principais características dos acordos de São Tomé e Príncipe no domínio do comércio e investimento .............. 159

4.7.1. Protocolos da CEMAC e posicionamento relativo de São Tomé e Príncipe ................................................. 159

4.7.2. Acordos essenciais de STP na área do comércio (ACI, APPRI, ADT) ......................................................... 159

4.7.3. Acordos entre EUA e São Tomé e Príncipe .................................................................................................. 160

4.7.4. Acordos entre a UE e São Tomé e Príncipe ................................................................................................. 160


5. Atratividade de São Tomé e Príncipe no contexto da CPLP .................................................................................... 164

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Acrónimos e abreviaturas de termos utilizados

ACE – Acordo de Cooperação Económica

ACI – Acordos Comerciais de Investimento

ACP – Estados de África, das Caraíbas e do Pacífico (African, Caribbean, and Pacific Group of States)

ADT – Acordo para evitar a Dupla Tributação

AGO – Angola

AGOA – Lei de Crescimento e Oportunidades para África (African Growth and Opportunity Act)

APIEX – Agência de promoção dos investimentos e das exportações (Ágence de Promotion des Investessements et des
Exportations)

APPRI – Acordos de Promoção e Proteção Recíproca de Investimentos

ASEAN – Associação das Nações do Sudeste Asiático (Association of Southeast Asian Nations)

BAfD – Banco Africano de Desenvolvimento

BAI – Banco Angolano de Investimentos

BDI – Burundi

BEAC – Banco dos Estados da África Central

BEI – Banco Europeu de Investimento

BIRD – Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento

BM – Banco Mundial

BVMAC – Bolsa de Valores da África Central (Central African Stock Exchange – BVMAC)

BWA – Botsuana

CAF – República Centro-Africana

CAGR - Compound Annual Growth Rate - Taxa de crescimento anual composta

CAPEX – Despesas de capital ou investimento em bens de capital (Capital Expenditure)

CEDEAO – Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental

CEEAC / ECCAS – Comunidade Económica dos Estados de África Central (Economic Community of Central African
States)

CEEGL – Comunidade Económica dos Estados dos Grandes Lagos

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

CEMAC – Comunidade Económica e Monetária da África Central

CGD – Caixa Geral de Depósitos

CMR – Camarões

COBAC – Comissão Bancária da África Central (Commission Bancaire de l’ Áfrique Centrale)

COD – República Democrática do Congo

COG – Congo

COMESA – Mercado Comum da África Oriental e Austral

COMIFAC – Comissão das Florestas da África Central

COPAX / CPSAC – Conselho de Paz e Segurança da África Central

COREP – Comité Regional das Pescas para o Golfo da Guiné

COSEC – Companhia de Seguro de Créditos

CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

DB – Doing Business (Banco Mundial e SFI)

DIHPSE / DIHPSSD – Organização Humana, Paz, Estabilidade e Segurança

DSX - Bolsa de Valores de Douala (Douala Stock Exchange - DSX)

ECA – Comissão Económica da ONU para África (Economic Commission for Africa)

EDFI – Instituições Financeiras Europeias de Desenvolvimento (Association of European Development Finance


Institutions)

EM – Estados Membros

EMAE – Empresa Nacional de Água e Electricidade de São Tomé e Príncipe

ENAPORT – Empresa Nacional da Administração de Portos de São Tomé e Príncipe

ENASA – Empresa Nacional de Aeroportos e Segurança Aérea de São Tomé e Príncipe

ENCO – Empresa Nacional de Combustíveis e Óleos

ENRP – Estratégia Nacional de Redução da Pobreza

ENRPII – Estratégia Nacional de Redução da Pobreza II 2012-2016

EUA – Estados Unidos da América

FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura - Food and Agriculture Organization of the
United Nations

FED / EDF - Fundo Europeu de Desenvolvimento (European Development Fund)


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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

FMI – Fundo Monetário Internacional (IMF – International Monetary Fund)

FOMAC – Força Multinacional de Manutenção da Paz na África Central

GAB – Gabão

GEF – Global Environment Facility

GNQ – Guiné Equatorial

Gpeari – Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais Avaliação e ais

HIPC – Países Pobres Altamente Endividados (Heavily Indebted Poor Countries)

ICC – Índice de Complementaridade Comercial (TCI – Trade Complentary Index)

ICG – Índice de Competitividade Global

ICSID – Centro Internacional para a Resolução de Conflitos sobre Investimento (International Centre for Settlement of
Disputes)

IDE – Investimento Direto Estrangeiro

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

IDS – Instituto de Estudos do Desenvolvimento (Institute of Developmet Studies)

ITC– Centro Internacional de Comércio (International Trade Center)

LSO – Lesoto

LUPP – Luanda Urban Poverty Programme

MARAC – Sistema de Alerta Prévio da África Central

MDG – Madagáscar

MDRI – Iniciativa Multilateral de Diminuição de Dívida (Multilateral Relief Initiative)

MERCOSUL – Mercado Comum do Sul

MIGA – Agência Multilateral de Garantia de Investimentos - (Multilateral Investment Guarantee Agency)

MMTZ – Maláui-Moçambique-Tanzânia-Zâmbia

MOZ – Moçambique

MUS – Maurícias

MWI – Maláui

NAM – Namíbia

NEPAD – Nova Parceria para o Desenvolvimento de África

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

OMC – Organização Mundial do Comércio

OMD – Objetivos do Milénio para o Desenvolvimento

OMPI – da Organização Mundial da Propriedade Intelectual

ONU – Organização das Nações Unidas

OPEC – Organização dos Países Exportadores de Petróleo

OPEX – Capital utilizado para manter ou melhorar os ativos fixos de uma empresa (Operational Expenditure)

PAAR - Programa para o desenvolvimento da rede rodoviária do Gabão

PEAC – Grupo de Energia (ou Centro Energético) da África

PIB – Produto Interno Bruto

PIDA – Programa de Desenvolvimento das Infraestruturas em África

PME – Pequenas e médias empresas

PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PSGE – Plano Estratégico do Gabão Emergente

QUIBB – Questionário Unificado de Indicadores do bem-estar em São Tomé e Príncipe

RAE Macau - Região Administrativa Especial de Macau (RAE Macau)

RDC – República Democrática do Congo

SADC – Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (Southern African Development Community)

SFI – Sociedade Financeira Internacional (IFC- International Finance Corporation)

SOFID – Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento. Notamos que as referências a esta entidade devem lidas
como SOFID ou futuro banco de fomento.

STP – São Tomé e Príncipe

SWZ – Suazilândia

SYC – Seicheles

TCD – Chade

TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação

TZA – Tanzânia

UDEAC – União Aduaneira dos Estados da África Central

UE – União Europeia

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

UMAC – União Monetária da África Central

UNCTAD – Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (United Nations Conference for Trade and
Development)

UNCTADstat – Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento estatísticas

XAF – Código da moeda atribuído a Francos da Comunidade Financeira Africana

ZAF – África do Sul

ZDC – Zona de Desenvolvimento Conjunto (São Tomé e Príncipe e Nigéria)

ZEE – Zonas Económicas Exclusivas

ZMB – Zâmbia

ZWE – Zimbabué

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Nota prévia

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Nota prévia

O presente documento constitui resultado de um trabalho de pesquisa e análise que decorreu entre 1 de julho
e 31 de Dezembro de 2013, ao abrigo de contrato celebrado entre a AIP – Associação Industrial Portuguesa
(“AIP”) e a PricewaterhouseCoopers&Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda. ( “PwC”).

Os elementos estatísticos, dados e informação constantes do presente documento e que serviram de base à
análise e conclusões obtidas, têm por base informação pública disponível, como referenciado ao longo do
documento, as quais foram alvo de apreciação quanto à sua materialidade e aplicabilidade à análise, tendo
presente critérios de razoabilidade e aderência às realidades locais e regionais, e que sejam do nosso
conhecimento. Foram integrados alguns dados e elementos adicionais que foram publicados após a fase de
pesquisa e análise dada a sua relevância para o estudo.

Esta comunicação é de natureza geral e meramente informativa, não se destinando a qualquer entidade ou
situação particular, e não substitui aconselhamento profissional adequado ao caso concreto.

As conclusões obtidas e os cálculos efetuados estão dependentes da qualidade da informação obtida em


todos os aspetos materialmente relevantes, sendo que a informação recolhida foi considerada como
adequada, não tendo sido realizada qualquer forma de auditoria ou certificação, para além do referido, que
não as de consistência com fontes concorrentes ou complementares, salvo indicação expressa em contrário.

Os valores e as conclusões apresentados só terão sustentabilidade caso se verifiquem os pressupostos


considerados, não podendo este estudo ser entendido como uma garantia ou confirmação de que esses
pressupostos se verificarão. Desta forma, as nossas conclusões devem ser analisadas em função das
limitações referidas. A PwC e a AIP, não se responsabilizarão por qualquer dano ou prejuízo emergente de
decisão tomada com base na informação aqui descrita.

Em nenhuma circunstância, assumiremos qualquer responsabilidade relativamente a terceiros que tenham


acesso ao presente documento.

Projeto Co-Financiado:

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Sumário
Executivo

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Sumário Executivo
A redefinição das centralidades de dinamismo económico, a par da relativa contração das economias
desenvolvidas, confere uma nova relevância às economias emergentes.

Entre estas, os países da


CPLP e a Região
Administrativa Especial
de Macau (RAE Macau)
assumem um papel
relevantíssimo, não só
pelo seu potencial
intrínseco, mas também
por se encontrarem
inseridas em
comunidades económicas
regionais em crescente
integração económica.
Constituem, assim, um
incontornável desafio e
uma oportunidade única
para os empresários
nacionais.

Com efeito, os países da


CPLP e a RAE de Macau
encontram-se integrados
em sete espaços regionais económicos distribuídos por quatro continentes.

Estima-se que o espaço lusófono tenha cerca de 258 milhões de habitantes e as regiões económicas que
integram cerca de 1.8 mil milhões de habitantes.

Os estados membros da CPLP e a RAE de Macau apresentam, no seu conjunto, potencialidades e


características próprias que podem permitir aumentar as exportações das empresas portuguesas, potenciar
novas parcerias para a sua internacionalização e atrair investimento direto estrangeiro.

CPLP Comércio CPLP


% % - Valor
Características (% Quota Mundial)
População CPLP 2012, % da população CPLP - Total do comércio 3,9% - US$ 706 mil
mundial 3,68% mundial milhões

2,1% - US$ 379 mil


PIB 2012, % do PIB mundial 3,67% Exportações totais CPLP
milhões

1,8% - US$ 327 mil


Água disponível na CPLP 2012, % mundo 13,53% Importações totais CPLP
milhões

Terra arável disponível na CPLP, % mundo 5,86%

Fonte: Banco Mundial, FAO e UNCTADstat

Acresce que muito embora os países da CPLP apresentem uma dinâmica de crescimento relevante, quando
comparados com o resto do mundo, verificamos a existência de um gap. Ora, este gap deverá poder ser
minimizado ou revertido, através do incremento da cooperação e da integração da CPLP, assente na
proximidade cultural e na complementaridade de competências.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

O reforço da integração no espaço comum lusófono


Taxa de crescimento estimada e o estabelecimento de players regionais e de redes
de empresas oriundas desse espaço facilitarão o
5% acesso a novos consumidores, com preferências
4.37% 4.46% 4.51% 4.49% tendencialmente convergentes, e a mercados com
4.04% elevadíssimo potencial de desenvolvimento e forte
4% 3.40% 3.54% necessidade de investimento.
3.31% 3.24% 3.38%

3% 2.60% Por outro lado, o desenvolvimento será


2.35% exponenciado com o desenvolvimento dos grandes
projetos de infraestruturas regionais, aumentando
2% ainda o grau de integração de cada uma das
2013 2014 2015 2016 2017 2018 comunidades económicas regionais.

CPLP Mundo Adicionalmente, grandes áreas dessas regiões não


apresentam, ainda, um nível de concorrência
particularmente elevado, podendo conferir uma
vantagem relevante (first mover) aos investidores
Fonte: FMI e análise PwC
que primeiro acedam ao mercado.

As comunidades económicas regionais a que pertencem os demais países da CPLP e a RAE de Macau, são
constituídas por 53 países, aos quais acrescem ainda os EM da União Europeia e do Espaço Económico
Europeu. Apesar de Timor-Leste ainda só ser membro observador da ASEAN já apresentou o pedido formal
de adesão à ASEAN.

Comunidades económicas regionais*

SADC
MERCOSUL
Estados Membros: Angola,
Botsuana, República
Estados Membros: Argentina,
Democrática do Congo, Lesoto,
Brasil, Paraguai, Uruguai e
Madagáscar, Maláui, Maurícias,
Venezuela.
Moçambique, Namíbia,
Seicheles, África do Sul,
Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e
Zimbabué.

CEEAC ASEAN

Estados Membros: Indonésia,


Estados Membros: Angola, Malásia, Filipinas, Singapura,
Burundi, Camarões, República Tailândia, Brunei Darussalam,
Centro - Africana, Chade, Congo, Vietname, Laos, Myanmar e Camboja.
República Democrática do
Congo, Guiné Equatorial, Gabão Membros observadores: Papua Nova
e São Tomé e Príncipe. Guiné e Timor-Leste.

CEDEAO
*RP China e RAE Macau
Estados Membros: Benim, Burkina
Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim,
Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau,
Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal,
Serra Leoa e Togo. * A RAE Macau apesar de não se encontrar numa
comunidade económica regional foi analisada enquanto
plataforma para a China e RAE Hong-Kong.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

O presente guia procura portanto enfatizar como os países da CPLP e a RAE de Macau podem contribuir para
as exportações portuguesas e o IDE nacional, enquanto plataformas de acesso àqueles mercados de
integração regional. E, reciprocamente, enfatizar ainda como Portugal pode tornar-se uma plataforma de
acesso do resto do mundo àqueles mercados e, simultaneamente, promover também as exportações e o IDE
oriundos daquelas regiões, enquanto plataforma de acesso à União Europeia e ao Espaço Económico
Europeu.

Para o efeito procurou-se caracterizar, nas suas múltiplas dimensões, os mercados das comunidades
económicas regionais, o país com maior representatividade económica na região e o país da CPLP. Foi
analisado um conjunto muito alargado de variáveis económicas e oportunidades nestes mercados que
resultam no presente guia de investimento não só para os mercados alvo, neste caso São Tomé e Príncipe,
como também para as respetivas comunidades económicas regionais, isto é, a Comunidade Económica dos
Estados de África Central (CEEAC).

Conhecer a estratégia regional comum e o nível de integração dos países permitirá antecipar as tendências de
desenvolvimento da economia, o comportamento dos mercados e a sua futura evolução que será sempre
reforçada pelo processo de integração destas regiões e consequente convergência económica.

São Tomé e Príncipe e a CEEAC

No presente estudo procurou-se analisar a atratividade de São Tomé e Príncipe, considerando a sua
integração na CEEAC, na perspetiva dos países da CPLP.

São Tomé e Príncipe encontra-se numa fase de retoma económica que, de acordo com as previsões dos
organismos internacionais, se deverá manter nos próximos anos.

Os agregados macroeconómicos têm respondido favoravelmente aos esforços feitos pelo Governo,
evidenciando desde 2011: (i) uma intensificação do ritmo de crescimento económico, (ii) a redução modesta,
mas generalizada, dos desequilíbrios externos, (iii) a preservação das reservas cambiais em patamares
aceitáveis e, merecendo maior destaque, (iv) o aprofundamento da consolidação orçamental e (v) o
abrandamento da tendência inflacionária.

O crescimento anual do PIB de US$ 263 milhões tem registado valores anuais na ordem dos 4% a 5% (4,9%
em 2011 e 4,5% em 2012), resultante: (i) da ajuda externa que tem vindo a sustentar parte do investimento
público, e, (ii) do IDE que tem vindo a recuperar desde o segundo semestre de 2010. A perspetiva de
descoberta de petróleo no Golfo da Guiné é uma variável crítica positiva neste processo e determinará de
forma significativa o futuro a médio prazo.

Em termos de desempenho setorial, destacam-se os setores de construção, agricultura, turismo, que


constituem apostas do Governo como setores estratégicos nacionais. Nesse sentido verificou-se um esforço
do Governo em desenvolver e ampliar as infraestruturas económicas e sociais, materializado nomeadamente
através do aumento da produção de bens e disponibilização de serviços à população (como a educação ou a
saúde, a construção de estradas, escolas ou hospitais), da expansão do aeroporto, e da melhoria do setor
hidroelétrico.

De forma a ancorar as expetativas dos agentes e económicos o Governo definiu objetivos estratégicos para o
país: (i) alcançar uma taxa mínima de crescimento do PIB (6%), (ii) redução da pobreza do país, (iii) assegurar
o acesso de toda a população a serviços sociais básicos.

Estes objetivos estratégicos assentam nos seguintes eixos:

 reforma das instituições públicas e reforço da política de boa governação;


 promoção de um crescimento económico sustentável integrado;
 desenvolvimento do capital humano e melhoria dos serviços sociais básicos; e,
 reforço da coesão e proteção social.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Setores relevantes no país

Tendo sido analisados os setores de atividade santomenses, foram identificados serviços ou produtos
específicos que consideramos que já têm, ou que futuramente poderão vir a ter, uma procura relevante ou
vantagens competitivas, caso sejam produzidos localmente. Estes serviços / produtos foram agrupados por
tipo de setor de atividade.

Setor primário: culturas com potencial de exportação como o cacau, café, cereais como o arroz, o milho e o
feijão, frutas tropicais, plantas ornamentais e medicinais.

Setor Secundário:

 serviços de apoio às empresas petrolíferas;


 comercialização e armazenagem de produtos petrolíferos;
 construção de centrais geradoras de eletricidade (incluindo parques eólicos);
 fornecimento de combustíveis.

Setor terciário:

 turismo (incluindo o desenvolvimento de infraestruturas de suporte);


 banca e seguros;
 telecomunicações, resultante da liberalização do mercado de telecomunicações fixas e móveis,
disponibilização de serviços de internet;
 construções de estradas, equipamentos sociais, habitação, para comércio e indústria;
 transportes - gestão da rede de transportes públicos;
 serviços postais – privatização parcial.

Os seguintes elementos têm sido essenciais na dinamização da economia de São Tomé e Príncipe:

 incremento do nível de integração económica, decorrente dos programas de liberalização do comércio


definidos pela CEEAC;
 a parceria estratégica no âmbito
da zona de desenvolvimento Do total dos produtos importados por São Tomé e Príncipe aos
conjunto com a Nigéria (ZDC); seus parceiros comerciais, no montante de US$ 141 milhões, são
 a integração na CPLP. identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais
produtos que representam 69% das importações, no montante de
Em termos de desenvolvimento das US$ 98 milhões, e a negrito os produtos que poderão representar
relações comerciais a nível mundial, os oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:
acordos de cooperação estabelecidos
com os EUA e a UE são determinantes. Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%;
Bebidas alcoólicas; Veículos automóveis para transporte de
Em 2012, as importações de São Tomé e pessoas; Arroz; Farinha de trigo e farinha de trigo com centeio;
Príncipe ascenderam a um total de US$ Gorduras vegetais e óleos; Cal e cimento; Bebidas não alcoólicas;
141 milhões. Sabonetes, limpeza e de polimento; Leite e produtos lácteos;
Produtos comestíveis e preparações; Outras carnes e miudezas
Portugal já tem uma elevada comestíveis; Motocicletas e velocípedes; Veículos a motor para
representatividade nas importações deste transporte de mercadorias; Legumes; Preparações de cereais,
páis, com uma quota de mais de 50% do farinha de frutas ou vegetais; Equipamento de telecomunicação;
total das importações, num total de US$ Açúcar, melaço e mel; Mobiliário e peças; Artigos de plásticos;
73 milhões. O elevado nível de Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Máquinas de
penetração deverá permitir beneficiar do processamento de dados; Máquinas e aparelhos elétricos; Metais
crescimento futuro e permitir/facilitar uma comuns.
maior presença na CEEAC. Fonte: UNCTADStat, dados de 2012

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Os produtos portugueses mais Do total dos produtos importados por São Tomé e Príncipe a
exportados para São Tomé e Príncipe em Portugal que totalizaram US$ 73 milhões são identificados de
2012 foram as bebidas alcoólicas, com seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que
cerca de US$ 7 milhões, o cimento, com representam 62% das importações, no montante de US$ 45
cerca de US$ 3,5 milhões e a farinha de milhões:
trigo com cerca US$ 3,4 milhões.
Bebidas alcoólicas; Cal, cimento; Farinha de trigo e farinha de trigo com
A composição das importações evidencia centeio; Bebidas não alcoólicas; Gorduras vegetais e óleos, petróleo
um baixo nível de industrialização do bruto e refinado; Sabonetes, produtos de limpeza e de polimento;
país, com elevada representatividade dos Veículos automóveis para transporte de pessoas; Produtos comestíveis
produtos agroindustriais. e preparações; Leite e produtos lácteos; Legumes; Preparações de
cereais, farinha de frutas ou vegetais; Veículos a motor para transporte
de mercadorias; Açúcar, melaço e mel; Artigos de plástico; Mobiliário e
Em termos de categorias de produtos, as peças; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Outras carnes e
suas importações assentam em três miudezas comestíveis; Metais comuns; Arroz; Produtos residuais de
setores dominantes: (i) maquinaria e petróleo; Geradores; Carne, miudezas, comestíveis, preparados,
equipamentos de transporte ligados à conservada; Materiais de construção; Alimentos para animais;
construção civil, (ii) alimentos, (iii) bens Equipamento de telecomunicação.
manufaturados como farinhas, produtos
comestíveis e alimentos. Fonte: UNCTADStat, dados de 2012

Comunidade Económica dos Estados de África Central (CEEAC)

A CEEAC tem vindo a reforçar a sua posição no contexto internacional, e paralelamente, tem vindo a construir
uma zona de comércio livre entre os seus EM.

Em termos de crescimento do PIB intra-região, no período 2008-2012, registou um crescimento médio de


7,44% ao ano.

Setores relevantes na região

Com o objetivo de impulsionar o processo de integração a CEEAC definiu um programa que visa a minimizar a
representatividade dos produtos que não beneficiam da zona de comércio livre, e iniciar o processo de
liberalização da circulação de pessoas, bens e capital. Este programa inclui o desenvolvimento de
infraestruturas regionais.

Sendo o nível de complementaridade entre os EM da CEEAC reduzido, a intensificação das trocas comerciais
é um dos seus objetivos, pelo que se torna necessário o incremento da especialização em cada EM e
consequentemente o desenvolvimento de cadeias de valor regionais.

São Tomé e Príncipe é a economia mais pequena da CEEAC, apresenta ainda um nível reduzido de relações
comerciais com os restantes EM, só tendo Angola como parceiro comercial.

No entanto, dada a sua localização geográfica, e assumindo a diminuição dos custos de contexto, São Tomé e
Príncipe poderia a médio prazo desempenhar um papel de “porta de entrada” para a região, por parte dos
países da CPLP, bem como por parte de países terceiros.
18
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

No comércio extrarregional, os principais Do total dos produtos importados pela CEEAC aos seus parceiros
mercados de exportações são países com comerciais, no total de US$ 60 mil milhões, são identificados de
elevada produção industrial, como a seguida, por ordem decrescente, os 50 principais produtos que
China, os EUA e Taiwan, que representam 68% das importações, no montante de cerca US$ 41.4
representam cerca de 67% do total das mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar
exportações. oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:

As matérias-primas têm uma enorme Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%;
relevância na estrutura de exportações da Máquinas de construção civil; Embarcações; Veículos a motor para
CEEAC, destacando-se, entre estas, o transporte de mercadorias; Tubos e perfis ocos, acessórios de
petróleo e os seus derivados (o que ferro e aço; Outras carnes e miudezas comestíveis; Geradores;
justifica o aumento do peso relativo da Bebidas alcoólicas; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio;
China, que continua ávida de recursos Veículos automóveis para transporte de pessoas; Barras de ferro e
naturais). aço, cantoneiras, perfis e seções; Cal e cimento, outros materiais
de construção civil; Medicamentos (incluindo medicamentos
A CEEAC representa um mercado veterinários); Outras máquinas e aparelhos para as indústrias
potencial na ordem dos 140 milhões de particulares; Equipamento de telecomunicação; Mobiliário e peças;
consumidores, distribuídos pelos seus EM Óleos brutos de petróleo, óleos de xistos, outros; Metais comuns;
embora com características (perfil do Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Aparelhos para
consumidor, cultura) muito distintas. canalizações, caldeiras, reservatórios, cubas; Equipamento para
distribuição de energia elétrica; Artigos de plástico; Ferramentas
Em termos de comércio extrarregional, os mecânicas, e outros; Produtos comestíveis e preparações;
principais produtos que a região importa Preparações de cereais, farinha de frutas ou vegetais; Aparelhos
têm origem em países industrializados, de medição, análise e controle de aparelhos; Bombas (excluindo
sendo de destacar o peso relativo da líquido), compressores de gás e ventiladores; Arroz; Peixe fresco ou
China (que desenvolve uma política de congelado; Equipamentos de aquecimento e de refrigeração;
troca de bens por petróleo), dos EM da Farinha de trigo e farinha de trigo com centeio; Pneus de borracha e
UE, dos EUA e da África do Sul. câmaras-de-ar; Bombas de água; Peças e acessórios dos veículos;
Máquinas e aparelhos elétricos; Automóveis; Sabonetes, produtos
No Top dos produtos mais importados de limpeza e de polimento; Aeronaves e equipamentos associados;
pela CEEAC são de destacar a Gorduras vegetais e óleos; Leite e produtos lácteos (com exceção de
maquinaria e equipamentos de transporte, manteiga, queijo); Papel e cartão; Motocicletas e velocípedes; Roupas
e produtos manufaturados. e outros artigos têxteis usados; Açúcar, melaço e mel; Construções
pré-fabricadas; Construção de barro, materiais refratários e de
Por outro lado, vale a pena referir que a construção; Trigo (incluindo espelta) e centeio em grão; Calçado;
China surge como concorrente de muitos Motores e motores, não elétricos; Fertilizantes.
produtos que formam a base industrial
portuguesa, tendo como fator competitivo,
não tanto a qualidade, mas o baixo preço Fonte: UNCTADStat, dados de 2012
dos seus produtos.

Nas trocas comerciais entre a CEEAC e a CPLP, apenas Portugal e o Brasil apresentam montantes
exportados relevantes, muito embora a um nível muito inferior ao potencial esperado, dado se concentrarem
em Angola e São Tomé e Príncipe.

O principal destino das exportações portuguesas para a região é Angola, absorvendo aproximadamente 88%
das exportações.

O Brasil exporta maioritariamente alimentos, sendo também de destacar a exportação de maquinaria e


equipamento de transporte. Angola surge também neste caso como principal mercado de destino das
exportações brasileiras.

19
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

No domínio das exportações da CEEAC para a


Do total dos produtos importados pela CEEAC a Portugal, no
CPLP, Portugal e o Brasil destacam-se em
montante de US$ 5.2 mil milhões de USD, são identificados
termos de peso, importando ambos quase
de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais
exclusivamente petróleo (na ordem dos 90%).
produtos que representam 55% das importações do bloco,
no montante de US$ 2.9 mil milhões:

Bebidas alcoólicas; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras,


perfis e seções; Mobiliário e peças; Estruturas e peças, ferro, aço,
alumínio; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis;
Aeronaves e equipamentos associados; Máquinas de construção
civil; Carne, miudezas, comestíveis, preparados, conservados;
Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Metais
comuns; Artigos de plásticos; Equipamento para distribuição de
energia elétrica; Cal e cimento; Outras máquinas e aparelhos
para as indústrias particulares; Bebidas não alcoólicas; Veículos
a motor para transporte de mercadorias; Equipamentos de
aquecimento e arrefecimento; Gorduras vegetais e óleos; Papel e
cartão; Máquinas e aparelhos elétricos; Geradores elétricos;
Peças e acessórios de veículos; Componentes e ferramentas
mecânicas; Material para impressão; Materiais de construção.

Fonte: UNCTADStat, dados 2012

O Gabão: a economia motora da CEEAC

O Gabão, a par de Angola, é a economia motora da CEEAC. O crescimento médio do PIB no período 2010-
2012 ascendeu a 6,6% (as previsões de crescimento do PIB para 2014 acompanham esta tendência,
situando-se num valor superior a 6%) e ocupa, de acordo com o relatório anual sobre o desenvolvimento
humano para o PNUD, a melhor posição no ranking dos países da África Subsariana.

O Governo definiu uma estratégia de desenvolvimento que visa acelerar o crescimento económico, mas de
forma sustentável, assente em 3 dimensões: “Gabão Verde”, “Gabão dos Serviços” e “Gabão Industrial”. O
Governo apoia ativamente iniciativas que lhe permita executar a sua estratégia, o que permitiu direcionar os
investimentos de operadores estrangeiros para as áreas consideradas prioritárias.

Paralelamente, o Governo do Gabão tem vindo a modernizar a sua administração, a reduzir as barreiras ao
investimento, fomentando e financiando o desenvolvimento de infraestruturas de suporte à sua competitividade
(nomeadamente em termos de infraestruturas de transportes, eletricidade, água e telecomunicações)
reforçando o seu capital humano e posicionando-se nas principais redes internacionais de trocas comerciais.

O Gabão importa maioritariamente maquinaria e equipamento de transporte, bens manufaturados e alimentos,


representando estes um total de 74% das importações.

20
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

As importações do Gabão aos países da CPLP


Do total dos produtos importados pelo Gabão aos seus não são significativas (1,45%), sendo estas
parceiros comerciais no montante de US$ 3,6 mil milhões maioritariamente asseguradas pelo Brasil.
são identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25
principais produtos que representam 52% das importações, Quanto a exportações do Gabão estas
no montante de US$ 1,9 mil milhões, e a negrito os produtos compreendem maioritariamente combustíveis
que poderão representar oportunidades de exportação para minerais, lubrificantes e materiais relacionados
as empresas portuguesas: (79%) e outras matérias-primas (16%).

Máquinas de construção civil; Embarcações; Tubos e perfis Os principais destinatários são os EUA, a
ocos, acessórios, ferro e aço; Óleos de petróleo ou de China, a França, Trinidade e Tobago e
minerais betuminosos> óleo de 70%; Outras carnes e Espanha.
miudezas comestíveis; Veículos a motor para transporte de
mercadorias; Medicamentos (incluindo medicamentos As principais oportunidades estão relacionadas
veterinários); Veículos automóveis para transporte de com a exploração de petróleo e de gás natural,
pessoas; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Bombas a construção e operação de infraestruturas, a
(excluindo líquido), compressores de gás e ventiladores; produção de madeira tropical, a agroindústria, a
Aparelhos para canalizações, caldeiras, reservatórios, cubas; pesca e o turismo (assente na biodiversidade
Aparelhos de medição, análise e controle; Equipamento de do território e no elevado número de parques
telecomunicação; Outras máquinas e aparelhos para as nacionais).
indústrias particulares; Cal e cimento, outros materiais para a
construção civil; Barras de ferro e aço, barras, cantoneira, O Gabão está a implementar um programa de
perfis e seções; Leite e produtos lácteos; Metais comuns; privatizações, que abre oportunidades no setor
Equipamento mecânico e componentes; Produtos da banca comercial.
comestíveis e preparações; Pneus de borracha e câmaras-
de-ar; Bombas para líquidos; Peças e acessórios dos veículos;
Equipamentos de aquecimento e refrigeração; Gorduras
vegetais e óleos;

Fonte: UNCTADStat, dados 2012

Conclusão

São Tomé e Príncipe poderá ser uma porta de entrada para a comunidade económica regional (que tem vindo
a eliminar tarifas alfandegárias, aspira a uma maior integração e reconhece a necessidade de
desenvolvimento de infraestruturas regionais).

A confirmação de reservas de petróleo significativas e a sua efetiva extração gerará um acréscimo de


rendimento na economia e na procura externa. Simultaneamente, o acréscimo das disponibilidades financeiras
fomentará a construção de infraestruturas.

Por fim, e como é regra no mundo dos negócios além-fronteiras, haverá sempre que considerar questões
culturais do país alvo na forma como os contactos e os negócios se devem processar, bem como aproveitar o
apoio e assessoria prestada por entidades nacionais e internacionais que, através de presença global,
estabelecem pontes para a abordagem a estes mercados, apoiam na implementação e acompanhamento do
investimento, e acima de tudo na otimização destes projetos.

A abordagem a este mercado pode-se sintetizar no seguinte quadro:

21
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Forças Fraquezas
 Português é a língua oficial de São Tomé e Príncipe  A reduzida área de solo arável no arquipélago
 Portugal é o principal parceiro económico da UE na  Reduzida dimensão da economia
CEEAC  Dificuldade na obtenção de crédito
 Extensa Zona Económica Exclusiva de São Tomé  Baixo nível de rendimento
 Perspetiva do início de exploração de petróleo em São  Reduzidas capacidades infraestruturais (água, energia,
Tomé e Príncipe e com potencial petrolífero saneamento, estradas)
 Zona Franca de São Tomé e Príncipe  Exportações dependentes de dois setores de atividade
 Abertura ao investimento externo – produção de cacau e (emergente) turismo
 As previsões de continuação de retoma da atividade  A falta de mão-de-obra qualificada
económica nos próximos anos  Insuficientes ligações aéreas com o exterior
 A consolidação orçamental
 Política de incentivos e benefícios ao investimento
 Formalidades simplificadas no âmbito do Guiché Único
da Empresa
 Facilidades administrativas na concessão de terrenos
para construção
 Cedência à exploração de prédios rústicos ou urbanos
adequados à realização de um projeto de investimento
 Outros fatores como as praias, a paisagem, o clima, a
hospitalidade, o nível de segurança

S W
Oportunidades O Ameaças
T
 Incremento do nível de integração da CEEAC  Atraso na exploração de petróleo ou inviabilidade de
(incluindo a dimensão social, económica e monetária) exploração do bloco identificado
 A implementação, pela CEEAC, de programa que visa  O elevado nível de concorrência internacional em
a liberalização do comércio, livre circulação de alguns setores específicos (ex. no turismo com maior
pessoas, bens, capital e infraestruturas oferta por parte de operadores / empresas de aviação
 A integração na CPLP, bem como a ZDC abrem boas para outros destinos)
perspetivas de negócio (mercado potencial) para os  Nível de saneamento e a falta de acesso a cuidados
investidores internacionais básicos de saúde contribui para a propagação de
 Os programas de apoio de organismos internacionais doenças
(FMI) e acordos de cooperação estabelecidos (UE,
EUA e Portugal)
 Fundo Fiduciário UE-África para as Infraestruturas
 Baixo nível de bancarização da população
 Aposta do Governo em determinados setores
estratégicos (turismo, setor hidroelétrico) para
potenciar transformações socioeconómicas relevantes
 Desenvolvimento de infraestruturas (habitação,
educação, saúde, saneamento, transportes - porto e
aeroporto.
 Estratégia Nacional de Redução de Pobreza
 Liberalização do mercado de telecomunicações e
privatização parcial dos correios do país

22
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

1. CEEAC
Enquadramento regional, político
e económico

23
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

1.CEEAC. Enquadramento regional, político e


económico

1.1. Caracterização da CEEAC

1.1.1. Principais objetivos e aspirações da CEEAC

A Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) é uma das cinco sub-regiões do continente
africano, que visa a promoção da região da África Central e a cooperação económica regional.

A CEEAC foi criada em 1983, quando os Estados Membros (EM) da


União Aduaneira dos Estados da África Central – UDEAC (Camarões, Estrutura da CEEAC :
1

República Centro-Africana, Chade, República do Congo, Guiné


Equatorial e Gabão) decidiram intensificar a integração comercial e criar • Conferência de Chefes de Estado
uma comunidade económica mais ampla, assinando um Tratado com os e do Governo, que é o órgão
membros da Comunidade Económica dos Estados dos Grandes Lagos -
supremo da CEEAC;
CEEGL (Burundi, República Democrática do Congo e Ruanda),
juntamente com São Tomé e Príncipe.
• Conselho de Ministros;
Angola manteve-se membro observador até 1991, quando se tornou
membro “pleno”, posição que mantém atualmente. • Tribunal de Justiça (à data, ainda
não operacional);
O Tratado Constitutivo da CEEAC foi assinado em outubro de 1983 em
Libreville, República do Gabão, e entrou em vigor em dezembro de • Secretaria – Geral (órgão
1984. executivo da Comunidade);

A CEEAC suspendeu as atividades entre 1992 e 1998, devido a crises • Comité Consultivo;
internas em alguns dos seus EM (nomeadamente pelo incumprimento de
obrigações pelos EM). Paradoxalmente, foi durante este período de • Comités Técnicos Especializados.
tempo que a região começou a despertar para a necessidade de
estabelecer objetivos económicos mais concretos e de reunir esforços A sede da CEEAC está localizada
para manter a paz e a segurança na região. em Libreville, no Gabão.

Missão

A CEEAC tem como missão a promoção e o fortalecimento da cooperação harmoniosa e dinâmica, equilibrada
e auto – sustentável em todas as áreas de domínio económico e social, especialmente nos setores da
indústria, transportes, comunicações, energia, agricultura, recursos naturais, comércio, setor monetário e
financeiro, recursos humanos, turismo, educação, cultura, ciência e tecnologia.
1
Principais objetivos

A CEEAC tem como principais objetivos:

 Alcance da “autonomia coletiva” dos EM;


 A melhoria do padrão de vida das populações;
 Manutenção da estabilidade económica através de uma cooperação harmoniosa.
O seu “objetivo final” é o estabelecimento de um “Mercado Centro – Africano” comum.

1
www.ceeac-eccas.org / Comissão da União Africana
24
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Ao longo dos anos, a CEEAC tem vindo a reforçar a sua posição, quer no contexto interno, quer no contexto
externo, e é hoje uma região com objetivos mais concretos, onde inúmeros esforços têm sido feitos no sentido
de harmonizar e coordenar as políticas económicas e construir uma zona de comércio única. No entanto,
existem ainda alguns desafios – os objetivos de uma união aduaneira, a livre circulação de pessoas e o
mercado comum ainda não foram totalmente atingidos.

Para o futuro, a política deste organismo inclui um plano de 12 anos para eliminar tarifas aduaneiras entre os
EM e estabelecer uma pauta externa comum; melhorar e desenvolver a indústria, os transportes e as
2
comunicações; reforçar a união dos bancos comerciais e garantir a criação de um fundo de desenvolvimento .

Principais organismos da CEEAC


 Grupo de Energia (ou Centro Energético) da África Central (PEAC)

Criado em abril de 2003, o PEAC tem como grande missão potenciar a capacidade hidroelétrica da região
da África Central, até 2025. Os principais objetivos são:

(i) Promover e coordenar a política energética;


(ii) Realizar estudos de monitorização;
(iii) Construir infraestruturas comunitárias;
(iv) Expandir o acesso regional à eletricidade;
(v) Assegurar o fornecimento energético aos seus membros.

 Comissão de Florestas da África Central (COMIFAC);

A COMIFAC é a única autoridade de orientação política e técnica, que visa a coordenação e a


harmonização dos ecossistemas florestais, através de uma gestão eficaz, da região da África Central.

 Comité Regional das Pescas para o Golfo da Guiné (COREP)

A Convenção que originou o COREP, aplica-se a sete países africanos, banhados pelo Golfo da Guiné,
localizados entre os Camarões (inclusive) e Angola (inclusive). São estes: Angola, Camarões, Congo, RDC,
Gabão, Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe.

O COREP tem como principal objetivo coordenar, harmonizar e desenvolver as pescas nas Zonas
Económicas Exclusivas (ZEE) dos países membros. Este organismo protege os recursos pesqueiros e
promove o desenvolvimento da aquacultura, otimizando o papel que as pescas desempenham na economia
de vários EM.

 Conselho de Paz e Segurança na África Central (COPAX / CPSAC)

O Conselho de Paz e Segurança da África Central tem como principal objetivo promover, manter e
consolidar a paz e a segurança na África Central.

O Protocolo do CPSAC criou dois importantes mecanismos, nomeadamente, a Força Multinacional de


Manutenção da Paz na África Central (FOMAC) e Sistema de Alerta Prévio da África Central (MARAC). No
entanto, estes mecanismos não se revelaram tão eficazes quanto desejado, uma vez que os conflitos entre
EM, embora em número significativamente mais reduzido, ainda existem.

2
Cimeira da CEEAC, 2012
25
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

1.1.2. Os Estados Membros da CEEAC

Os Estados Membros da CEEAC


A CEEAC é composta por dez Estados
da África Central:

(1) Angola
(2) Burundi
(3) Camarões
(4) República Centro – Africana
(5) Chade
(6) República do Congo
(7) República Democrática do Congo
(8) Guiné Equatorial
(9) Gabão
(10) São Tomé e Príncipe

O Ruanda, um dos EM fundadores,


deixou a CEEAC em junho de 2007.

1.1.3. Mecanismos de integração e prioridades no desenvolvimento da


CEEAC3
Prioridades de desenvolvimento

Na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo realizada em 1999, em Malabo, foram definidos quatro
domínios prioritários para a organização:

1. Desenvolver capacidades para manter a paz, segurança e estabilidade, pré-requisitos essenciais para
o desenvolvimento económico e social;
2. Desenvolver a integração social, económica e monetária;
3. Desenvolver uma cultura de integração humana;
4. Estabelecer um mecanismo de financiamento autónomo para a CEEAC.

Apesar de alguns desafios que a CEEAC ainda enfrenta, têm sido notórios os esforços para a implementação
de novos projetos, nomeadamente:

1. União Europeia e CEEAC


Uma das iniciativas foi o estabelecimento do projeto comum da União Europeia (UE) – CEEAC, que teve como
objetivo apoiar o departamento de integração humana da “Organização Humana, Paz, Estabilidade e
Segurança” – DIHPSE / DIHPSSD, no seu papel de detetar e prevenir conflitos na África Central.

Este projeto prevê, por exemplo, dotar o MARAC com equipamentos de alerta prévio, permitindo-lhe
identificar, analisar e reagir aos conflitos na região.

3
www.ceeac-eccas.org / Comissão da União Africana
26
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Prevê também dotar a região de capacidades para trabalhar em estreita colaboração com os restantes
estados na luta contra os fatores que promovem conflitos, tais como crimes transfronteiriços ou a exploração
ilegal dos recursos naturais da região.

2. Liberalização do comércio, livre circulação de pessoas, bens e capital


Com o objetivo de melhorar a zona comercial da região e desenvolver o estado dos transportes e
comunicações, foi implementado um programa que visa a harmonização da questão da liberalização do
comércio, livre circulação de pessoas, bens e capital, e infraestruturas. A CEEAC concebeu um plano diretivo,
inclusivo e dinâmico, que foi integrado no plano a curto prazo do NEPAD (Nova Parceria para o
Desenvolvimento de África) para os transportes.

Uma das principais dificuldades para a região surge ao nível das infraestruturas rodoviárias que, de acordo
com a União Africana e a Comissão Económica da ONU para África (ECA – Economic Commission for Africa),
é a região com a rede rodoviária menos integrada (comparativamente às restantes sub-regiões do continente
africano).

Também nas redes ferroviárias a região enfrenta um desafio: a CEEAC tem o menor nível de ligações
ferroviárias, comparativamente com as restantes sub-regiões.

3. Ambiente e Florestas
Relativamente ao ambiente, dado que as florestas da Bacia do Congo* estão inseridas na CEEAC, a região
recebe apoio multilateral de alguns parceiros de desenvolvimento, nomeadamente do GEF (Global
Environment Facility); da UE (no âmbito do 10º EDF - European Development Fund) e do Fundo Florestal da
Bacia do Congo.

*Florestas da Bacia do Congo

A floresta da Bacia do Congo abrange grande parte da África Central, desde o Golfo da Guiné até às
montanhas Albertine Rift. É a segunda maior floresta tropical do mundo, ficando atrás apenas da Floresta
Amazónica, na América do Sul. Estende-se por seis países: Camarões, República Centro-Africana,
República do Congo, República Democrática do Congo, Guiné Equatorial e Gabão, totalizando
2
aproximadamente 1.800.000 km . O Rio Congo é o segundo maior do mundo tanto em volume de água
quanto em área drenada, ficando apenas atrás do Amazonas.

Participação eficaz e cumprimento com os acordos internacionais

Figura 1- OMC – Membros e observadores


Atualmente, 8 dos EM da CEEAC são também
membros da Organização Mundial do
Comércio (OMC), com a exceção de São
Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial que são
membros observadores.

Desta forma, os EM da CEEAC pertencentes à


OMC estão adstritos ao regime jurídico
estabelecido por esta organização.

Outros Observadores Fonte: OMC, 2012

27
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

1.2. A CEEAC enquanto comunidade


económica
Tabela 1 - Indicadores dos Estados Membros da CEEAC

Extensão População PIB 2012


População PIB 6 Índice de Lib.
País Territorial 5 (% s/ total (milhões IDH 7
2 4 2012 per capita Económica
(km ) região) US$)
1. Angola* 1.247.000 20.820.525 14,7% 114,197 5,485 Baixo 160

2. Burundi 27.800 9.849.569 6,9% 2,471 251 Baixo 157

3. Camarões 475.500 21.699.631 15,3% 24,984 1,151 Baixo 135


4. República Centro –
623.000 4.525.209 3,2% 2,138 473 Baixo 145
Africana
5. Chade 1.284.000 12.448.175 8,8% 11,018 885 Baixo 166
6. Congo 342.000 4.337.051 3,1% 13,677 3,154 Baixo 167
7. Rep. Democrática
2.344.885 65.705.093 46,3% 17,870 272 Baixo 172
do Congo*
8. Guiné Equatorial 28.050 736.296 0,5% 17,679 24,036 Médio 170
9. Gabão 267.670 1.632.572 1,2% 18,661 11,430 Médio 113
10. São Tomé e
960 188.098 0,1% 263 1,402 Baixo 148
Príncipe
8
Total CEEAC 6.640.865 141.942.219 100% 222.980 1.570,92

2 2
A extensão territorial dos países membros oscila entre os 960 km de São Tomé e Príncipe e 2.344,9 mil km
da República Democrática do Congo, que além de ser o país com maior extensão territorial, é também o que
tem mais habitantes (69.705 mil), representando 46% do total da população da região.

*Angola e República Democrática do Congo: países membros da CEEAC e da SADC


Angola e a República Democrática do Congo (RDC) integram, para além da CEEAC, a SADC (Southern African
Development Community), assumindo, no entanto, papéis diferentes, em termos de influência económica e
demográfica.
 População: A RDC figura, quer na CEEAC quer na SADC, como o país com maior peso populacional, embora
significativamente mais relevante na 1ª região (46% na CEEAC e 23% na SADC). Angola, que responde por 15% do
total da população na CEEAC, pesa apenas 7% na SADC, atrás de países como a África do Sul, Madagáscar ou
Tanzânia;
 PIB: Angola, o país que mais pesa na CEEAC (cerca de 51% do PIB da região em 2012, como se poderá observar
nos gráficos seguintes), figura em segundo lugar na SADC, representando cerca de 17,57% do PIB da região.
Embora partilhem objetivos semelhantes, como por exemplo o crescimento e desenvolvimento de uma zona comercial
plena entre a região, o crescimento e a promoção, quer económica, quer social, de todos os EM, a segurança, a paz e o
bem-estar das populações; os países integrantes da CEEAC e da SADC apresentam características muito distintas. Por
outro lado, o grau de desenvolvimento das economias é notoriamente diferente, o que confere, consequentemente, um
grau de desenvolvimento e maturidade à SADC e à CEEAC bastante distintos.

4
www.ceeac-eccas.org
5
Banco Mundial, dados de 2012
6
Relatório do Desenvolvimento Humano 2013 – IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
7
Índice de Liberdade Económica, The Heritage Foundation – Ranking 2012
8
PIB per capita da região = PIB / População total
28
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Gráfico 1 – PIB por setor - CEEAC


Em 2012, o PIB total dos EM da CEEAC
100% ascendia a US$, 222.980 milhões com uma
7.85 Comércio
contribuição relevante da indústria extrativa
90% (31% do PIB da região). Os países que mais
12.27 Transportes e contribuíram para o peso do setor na região,
comunicação
80%
1.94
nomeadamente o Gabão, República do
6.1 Outros Congo, Chade e Guiné Equatorial,
70% apresentam uma base de exportações
Adminstração pública, totalmente dominada pelos produtos minerais.
saúde e educação
60%
30.69 Ind. Extrativa A agricultura é o segundo setor com maior
50% relevância na CEEAC, consequência da
Indústria importância que o setor assume em países
40% como o Burundi ou a República Centro-
8.69
Serviços financeiros
Africana (41,2% do PIB e 54% do PIB,
30% 5.43 respetivamente), onde a força de trabalho se
concentra maioritariamente na atividade
6.19 Energia
20% agrícola.
Construção
10% 19.9
Em termos de crescimento, o PIB dos EM da
CEEAC aumentou, em 2012, cerca de US$
Agricultura 49.189 milhões face a 2008, o que sugere
0%
CEEAC uma aceleração económica nos anos mais
recentes.
Fonte: UNCTAD, 2012

Mesmo estando geograficamente ligados e tendo projetos comuns, as economias dos países membros da
CEEAC apresentam características distintas, com diferentes estruturas de produção e população. Contudo, há
um aspeto transversal à maioria das economias da região - a grande diversidade de recursos:
 Agricultura e florestas: destacam-se o café, cacau, borracha, algodão, banana e tabaco. O potencial
florestal da região é significativo – a madeira é o segundo produto exportado por alguns países da
região, contando com 200 milhões de hectares não suficientemente explorados.

 Indústria extrativa: petróleo, cobre, cobalto, diamante, níquel, ouro, estanho, fosfato, urânio, magnésio
e ferro.

Economicamente, a região é dominada por Angola – que representa cerca de 51% do PIB da região, seguido
dos Camarões, que representa cerca de 11% (2012).

Angola, o terceiro país com mais população na CEEAC, é um país rico em recursos naturais e o maior
produtor de petróleo daquela região. As receitas deste recurso natural representam quase ¾ do PIB do país.

Os Camarões, país que mais contribui para o PIB da CEEAC, depois de Angola, foca a sua atividade no setor
primário (a agricultura representa cerca de 23% da atividade económica).

29
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

9
Gráfico 2 - PIB por Estado Membro, milhões US$

250,000 7%
6%
6% 6%
PIB em milhões US$

200,000 6%
5% 5%
150,000 4%
4% 4%
3% 4%
3%
100,000 3% 3%
2%
50,000
1%
- 0%
Angola Burundi Camarões República Chade Rep. Congo Guiné Gabão São Tomé e
Africo - Democrática Equatorial Príncipe
Central do Congo

PIB (2008) PIB (2012) CARG PIB


CAGRG PIB12-08
08-12

Os países que mais cresceram nos últimos 5 anos (2008 – 2012) foram Angola, a República Democrática do
Congo e o Congo. O motor de crescimento da região é Angola, cuja economia representa cerca de 51% de
CEEAC, com crescimento de cerca de 6% no referido período.

De facto, quando analisado o peso relativo de cada país na região, apenas Angola e a República Democrática
do Congo reforçaram o seu peso na economia da CEEAC, entre 2008 e 2012. Para além de representar no
seu conjunto cerca de 60% do PIB da região, foram das economias que mais cresceram nos períodos em
análise.

9
Gráfico 3 - Contribuição de cada Estado Membro para o PIB da CEEAC

2008
2012
Camarões

Gabão 11.2%
13.6%
Guiné Equatorial 8.4%
9.0% Congo
7.9%
48.2%
51.2%
Chade
8.9% 6.1%
São Tomé e Príncipe
6.8% 4.9%
Rep. Dem. Congo 8.0%
4.8%
Fonte: World Bank 6.7% Angola

9
Banco Mundial, 2008- 2012
30
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Gráfico 4 - Evolução das economias da CEEAC

9%
Angola
8%

7% Gabão
Rep. Dem Congo
Crescimento do PIB em 2012

6%

5% Camarões Chade

4%
STP
Rep. Centro-
3% Burundi
Africana

2%

Guiné Equatorial
1%

0%
0% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8%
Crescimento médio do PIB 2008 - 2012

Fonte: Banco Mundial, 2008-2012

No quadro da CEEAC 2012 constituiu, para quase todas as economias, um ano de aceleração face à média
histórica dos últimos 5 anos, onde apenas o Burundi, Congo, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial
registaram crescimentos abaixo da média desse período.

De salientar a performance do Gabão que, em 2012, potenciado pelo petróleo, registou níveis de crescimento
ao nível de Angola e República Democrática do Congo, o que assume especial relevo, visto apresentar um
PIB per capita dos maiores da região (apenas superado pela Guiné Equatorial), mais do dobro do registado
em Angola e quase 50 vezes maior que o registado na República Democrática do Congo.

31
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Fazer negócios na CEEAC


10
Gráfico 5 - Ranking do Doing Business – CEEAC

1 101 O Doing Business da CEEAC 2012 regista todos os


procedimentos oficialmente necessários, para um
Guiné Equatorial 155 empresário abrir e operar “formalmente” uma
empresa industrial ou comercial, assim como o
Gabão 156
tempo e custo necessários para completá-los. São
Camarões 161 analisadas 10 áreas chave em cada país,
nomeadamente (i) abertura de empresas, (ii)
São T&P 163 obtenção de eletricidade, (iii) registo de
propriedades, (iv) obtenção de crédito, (v) proteção
Burundi 169
de investidores, (vi) pagamento de impostos, (vii)
Média da CEEAC 170 comércio entre fronteiras, (viii) execução de
contratos, (ix) resolução de insolvência e (x)
Angola 172 obtenção de alvarás de construção.
RDC 178
De entre os EM da CEEAC, a Guiné Equatorial é o
Congo 181 país que apresenta melhor classificação, o que
significa que o ambiente regulatório desta
República Centro -
Africana
182 economia é o que mais promove o funcionamento
de negócios.
Chade 183

As economias são classificadas no índice de facilidade para fazer


negócios, de 1 a 183, em que 1 é a melhor classificação.

Gráfico 6 - Como é que a CEEAC se classifica no ranking “Doing Business”?

Abertura de empresas
180 150
Obtenção de alvarás de 160
Obtenção de eletricidade
construção 140
120 121
109
100
164 80
Resolução de insolvências 60
131 Registo de propriedades
40
20
0

159 123
Execução de contratos Obtenção de crédito

156 128
Comércio entre fronteiras Proteção de investidores
157
Pagamento de impostos

10
Doing Business 2012 – CEEAC.
O “Doing Business 2012” é uma publicação do Banco Mundial e da Sociedade Financeira Internacional (SFI) que compara a
regulamentação existente para fazer negócios e a sua implementação, em 183 países.

32
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Como é que os Estados Membros da CEEAC se caracterizam em algumas áreas chave, para fazer
11
negócios? (ranking 1 – 183)

Gráfico 7 - Facilidade em começar um negócio Gráfico 8 – Nº de dias médio para abrir uma
empresa
Angola
200 167 Média da CEEAC 9
Média da CEEAC Burundi
151 Sao Tome and Principe 4
150
108 Gabon 9
Sao Tome and 100 Cameroon
Principe 128 Equatorial Guinea 21
105
50
Congo, Rep. 10
0
Central African Congo, Dem. Rep. 10
Gabon156 160
Republic
Chad 11

178 Central African Republic 7


Equatorial Guinea Chad
183 Cameroon 5
148
Congo, Rep. Congo, Dem. Rep. Burundi 9
175
Angola 8

- 5 10 15 20 25
nº dias

Gráfico 9 - Obtenção de eletricidade Gráfico 10 – Nº médio de dias para ter eletricidade

Média da CEEAC 5
Angola Sao Tome and Principe 4
200
Média da CEEAC Burundi Gabon 6
151
150 120
121 Equatorial Guinea 5
Sao Tome and 100 Cameroon
Principe Congo, Rep. 6
74 50 66 Congo, Dem. Rep. 6
0 162 Chad 5
Central African
Gabon 137
Republic Central African Republic 6
88 Cameroon 4
117
Equatorial Guinea Chad Burundi 4
145 Angola 8
152
Congo, Rep. Congo, Dem. Rep.
- 2 4 6 8 10

nº médio de dias

Gráfico 11 - Obtenção de crédito Gráfico 12 - Proteção dos investidores

Angola Angola
200 166 200
Média da CEEAC 126 Burundi Média da CEEAC Burundi
150
123 129 150
Sao Tome and 100
Cameroon 100 65
Principe Sao Tome and Principe Cameroon
177 50 98 46 122
155 50
0
98 98 Central African 0
Gabon 133 Central African Republic
Republic Gabon
155
98 98
155
Equatorial Guinea 98 Chad 147
Equatorial Guinea Chad
174 155
Congo, Rep. Congo, Dem. Rep.
Congo, Rep. 155 Congo, Dem. Rep.

11
Doing Business 2012 – CEEAC
33
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Competitividade
12
Figura 2 - Índice de Competitividade Global (ICG)

Competitividade

Menor Maior

Gráfico 13 – Relação entre o crescimento do PIB e a variação no ICG

7% África apresenta, em termos


Rep Dem Congo mundiais, índices de
competitividade reduzidos. Os
6% Angola
EM da CEEAC não são
Taxa de crescimento média anual do PIB 2008-2012

Congo
exceção, apresentando índices
São Tomé e de competitividade muito
5%
Príncipe baixos.

4% Burundi Os países da CEEAC que mais


evoluíram em termos de
Camarões; Gabão competitividade foram o
3% Guiné Equatorial Chade Burundi, Gabão e Chade que,
Rep Centro- simultaneamente, registaram
Africana um nível de crescimento
2% económico relativamente
elevado no período 2008-2012.

1% Angola, República Democrática


do Congo, Congo e São Tomé
e Príncipe registaram níveis de
0% crescimento elevados, mas
5 10 15 sem o correspondente
Alteração ao ranking ICG 2008/9-2013/14
12
Relatório sobre competitividade de África – Banco Mundial (Fórum Económico Mundial 2012)
34
Fonte: FMI
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

acompanhamento na melhoria do ranking de competitividade, o que pode comprometer a sustentabilidade e


continuidade do seu crescimento no futuro.

De referir que Angola, com o objetivo de contrariar esta potencial ameaça, tem vindo a empreender reformas
administrativas com vista à modernização, bem como a apresentar uma melhoria na diversificação na sua
economia.

2013 Estimativas
Figura 3 - Estimativas de
de crescimento do PIB em África,
crescimento
2013 PIB

O relatório “Global economic prospects


June 2012”, publicado no final do mês de
junho pelo Banco Mundial, refere que “é
esperado que o crescimento dos países
ricos em recursos naturais como Angola,
Camarões, Gabão, (EM da CEEAC),
Gana, Moçambique, Serra Leoa e
Libéria, seja suportado por um provável
fluxo de novas exportações”.

Sendo a CEEAC altamente dependente


dos recursos naturais de cada EM, o
crescimento dos países acima referidos
< 0%
poderá funcionar como um importante
Entre 2% e 4%
fator de dinamização e desenvolvimento
Entre 4% e 6%
da região.
> 6%

Excluído da análise

(Fonte: IMF Staff Estimates)

- - Países CEEAC e área de influência

35
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

1.3. Estrutura produtiva da CEEAC13

Angola - o único grande produtor de petróleo da região

Gráfico 14 – PIB por setor - Angola


Representando 51% do PIB da CEEAC, Angola
possui reservas de crude que no ano de 2012
100% foram estimadas em 9,06 mil milhões, tendo a
Comércio
16.1
produção nesse mesmo ano sido de 1.618
90% barris/dia. Contudo, a elevada importância
deste subsetor na economia poderá acarretar
80% 7.4 Adminstração pública,
saúde e educação
um enviesamento da estrutura produtiva do país
14
(“Dutch disease” ).
70%
Ind. Extrativa Apesar de a produção de diamantes
60%
corresponder apenas a 0,9% do PIB, o setor
47.4 não deixa de ter um forte potencial de
50% crescimento. Aliás, e de acordo com o Global
Indústria
Summary de 2009 do Esquema de Certificação
40% 15
do Processo de Kimberley , Angola é o 4º
Serviços financeiros maior produtor mundial deste recurso natural.
30%
6.7
Constituindo 16,1% do PIB angolano, e em
20% 4.3 resultado do boom no consumo interno e no
Construção
7.9 investimento privado nos últimos 4 anos, o
10%
comércio assume-se, enquanto a produção
10.2
nacional não responder às necessidades do
0% Agricultura
Angola (2012)
mercado nacional, como setor essencial.

Relativamente ao setor da agricultura (10,2%),


o Governo tem vindo a apostar na produção nacional através de várias iniciativas, incluindo:

 Programas de incentivos;
 Linhas de financiamento;
 Forte investimento público;
 Campanhas de marketing e de estímulo a comprar nacional.

O Governo pretende também fomentar polos agroindustriais com o objetivo de criar sinergias entre as
produções agrícolas e pecuárias, e o seu processo de transformação, de armazenamento, e de logística.

O setor da construção (7,9%) tem crescido, resultado de uma forte aposta do Governo em reconstruir e
requalificar as infraestruturas de apoio à produção e população.

Quanto ao setor da indústria (6,7%), este é caracterizado pelo elevado nível de importações cuja resposta
deverá ser formalizada através de uma aposta estratégica na produção nacional.

13 African Economic Outlook (Perspetivas Económicas em África); OPEC (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) 2012.
14 Dutch disease explica as consequências negativas que resultam de aumentos significativos nos rendimentos de um país. A abundância
em recursos naturais leva a que o país se especialize só na produção / exploração desses bens e não desenvolva a sua indústria.
15 Esquema de Certificação do Processo de Kimberley – esquema destinado a certificar a origem de diamantes, a fim de evitar a compra
de diamantes originários de países africanos em guerra civil (evitando o financiamento de armas dessa forma).
36
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Camarões, na República Centro - Africana, Burundi e República Democrática do


Congo – agricultura é um setor com forte expressão

Camarões

Gráfico 15 – PIB por setor - Camarões


Como resultado do aumento das receitas
100%
7.1 Comércio provenientes da exploração petrolífera, o peso
90% do setor agrícola tem vindo a diminuir. Em
Transportes e 1985, a indústria petrolífera alcançou “o
19.5 comunicação
80% apogeu” neste país, que registou uma média
Outros de 185 mil barris/dia. O petróleo é atualmente
1.2
70% o principal produto exportado pelos Camarões,
8.2
Adminstração pública, e entre janeiro e setembro de 2012, a
60% 8.3 saúde e educação
produção média foi de 62 mil barris/dia. Para
Ind. Extrativa
50%
além deste recurso, o país conta ainda com
14.5 reservas de gás.
Indústria
40%
10.9 Serviços financeiros Contudo, a maior parte da população ainda
30% se dedica à agricultura, sendo o setor que
5.7 mais mão-de-obra absorve, com alto grau de
Energia
20% especialização no cultivo de cacau, café,
23.6 Construção algodão e borracha. A cana-de-açúcar, a
10% mandioca, a banana, o milho, a batata-doce,
Agricultura o óleo-de-palma, o amendoim, o arroz, o
0%
Camarões (2011)
inhame e o palmito são também culturas com
importante expressão económica.

No setor terciário, destaque para as áreas de transportes e comunicação, que representam, no seu conjunto,
cerca de 20% do PIB.

República Centro - Africana

Gráfico 16 – PIB por setor – República Centro - Africana


100% A República Centro-Africana faz fronteira
5.8 Comércio com os Camarões, Chade, República
90%
13.3
Democrática do Congo, República do
Transportes e
Congo, Sudão do Sul e Sudão, não tendo
80% comunicação
4.7 acesso ao mar.
Outros
2
70% 6.6
Adminstração pública, O setor agrícola, que é de subsistência e
6.9 orientado para a exportação de produtos
60% saúde e educação
4.4 Ind. Extrativa básicos, é o principal ramo de atividade,
50% correspondendo aproximadamente a 54%
Indústria do PIB. Os principais produtos exportados
40% são o algodão (11% das exportações em
Serviços financeiros 2012) e a madeira (26% das exportações
30%
54.1 em 2012).
Energia
20%
No que respeita à indústria mineral, a
10% Construção principal fonte de riqueza do país são os
diamantes, as pérolas, o ouro e as pedras
0% Agricultura preciosas.
República Centro-Africana (2011)

37
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

O FMI projetou um crescimento mais acentuado da economia em 2013 e 2014, podendo este crescimento ser
explicado pela retoma das ajudas internacionais. A economia poderá ser impulsionada, igualmente, pelo
aumento previsto de investimentos públicos e privados, sobretudo na produção de diamantes e ouro.

Burundi
Gráfico 17 – PIB por setor - Burundi

100% 3.3 Comércio


90% O Burundi, país de pequena dimensão,
19.6 Transportes e localizado no centro leste de África, faz
80% comunicação
fronteira com o Ruanda, a Tanzânia e
8.1 Outros com a República Democrática do Congo.
70%
6.5
Adminstração pública, Tal como os Camarões e a República
60%
saúde e educação Centro - Africana, o Burundi tem uma
15.2
50% Ind. Extrativa economia que se baseia
1.3 predominantemente no setor primário,
4.4
40% Indústria onde a força de trabalho se concentra,
formando a base da economia local.
30%
Energia
A produção e as exportações são
20% 41.2
concentradas no ouro, no café, chá,
Construção
mate e especiarias. A Suíça e o Quénia
10%
são os principais compradores de café e
Agricultura chá, respetivamente.
0%
Burundi (2012)

República Democrática do Congo


Gráfico 18 – PIB por setor – República Democrática do Congo

100% Representando 8% do PIB da CEEAC


Comércio em 2012, a República Democrática do
13.5
90% Congo dispõe de inúmeros recursos
Transportes e naturais, destacando-se os diamantes,
80% 12.2 comunicação cobalto, cobre, ouro e nióbio. A
Adminstração pública, participação de produtos minerais nas
70% 7.4 saúde e educação exportações do país atinge cerca de
8.4 Ind. Extrativa 70%.
60%
O setor agrícola carece de ganhos de
50% Indústria
23.2 competitividade e de escala, embora
não deixe de ser um setor de grande
40% Serviços financeiros importância para o país, tendo
30% 7.3 contribuído para o seu crescimento nos
4.7 Energia últimos anos e ocupando a maior parte
20% da mão-de-obra local. Tradicionalmente,
Construção o país exporta tabaco, madeira, café,
10% 22.2 algodão e óleo de palma.
Agricultura
0% No plano industrial, a República
Rep. Dem. Congo (2011) Democrática do Congo produz têxteis,
artigos de limpeza, calçados e plástico.

38
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Gabão, Congo, Chade e Guiné Equatorial – a indústria extrativa é um setor com forte peso no
PIB dos Estados Membros

Gabão
Localizado no centro de África e
Gráfico 19 – PIB por setor – Gabão ladeado pelo Oceano Atlântico, o
100% Gabão faz fronteira com a República
4.4
Comércio do Congo, Camarões e Guiné
6
90% Equatorial. O país tem um rendimento
9.2 Transportes e
per capita cerca de quatro vezes maior
80% comunicação do que a maioria dos países da África
Subsariana, em grande medida devido
70% Adminstração pública, à produção de petróleo.
saúde e educação
60% Ind. Extrativa A prioridade do Governo para a
economia do país, nos próximos anos,
50%
56.5 é a redução da dependência do setor
Indústria petrolífero, através do desenvolvimento
40%
dos setores secundário e terciário.
Serviços financeiros Embora o setor petrolífero seja a base
da economia do Gabão, o país
30%
também se destaca na produção e na
4.1
Energia exportação de manganês (substância
20%
usada na indústria metalúrgica).
11.4
10% Construção
1.7 As atividades agrícolas têm grande
2.3
4.3 potencial de crescimento, sobretudo na
0% Agricultura exportação de madeiras e obras de
Gabão (2012)
madeira, uma vez que metade do
território do país está coberta por densas
Congo florestas tropicais.
Gráfico 19 – PIB por setor - Congo
O Congo, país que representa cerca de
100% 6% do PIB da CEEAC (2012), faz
7.1 Comércio fronteira com os Camarões, o Gabão e a
90% 5 República Democrática do Congo.
4.4
Transportes e
80% comunicação É um dos países mais urbanizados do
continente africano (cerca de 70% da
Adminstração pública, população reside em áreas urbanas) e
70%
saúde e educação
muito rico em recursos naturais (tem
60% Ind. Extrativa aproximadamente 50% da sua área
terrestre coberta por densas florestas
50% 65.4 Indústria tropicais, principalmente no centro e no
norte do país).
40% Serviços financeiros
O petróleo é considerado a principal
30% riqueza do país, representando 90%
Energia das exportações, 80% das receitas
20% governamentais e aproximadamente
3.3 Construção 65% do PIB.
5.4
10%
5.1
Agricultura Além dos recursos energéticos, o país
0% 3.7 conta com grandes reservas de
Congo (2012) minério de ferro, bauxite, cobre e
diamantes, potássio, zinco e urânio.

39
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Chade
Gráfico 20 - PIB por setor - Chade

100%
O Chade é um dos maiores países do
7.1 Comércio mundo em superfície (1 284 000 km²).
Longe da costa litoral, o lago Chade é
90%
o reservatório de água mais
18.6 Transportes e significativo do país.
80% comunicação
Adminstração pública, A indústria extrativa representa cerca
70% 8.5
saúde e educação de 28% do PIB. O país possui diversos
Ind. Extrativa
recursos naturais, nomeadamente
60%
petróleo, urânio, caulim, ouro e
28 calcário.
50% Indústria

40% O principal grupo de produtos


Serviços financeiros
6.1 exportados em 2012 foram os
30% 1.1
combustíveis (basicamente óleo de
Energia
13.7 petróleo bruto), representando 97,1%
20% das exportações.
Construção
10% 16.4
Agricultura
0%
Chade (2012)

Guiné-Equatorial
Gráfico 21 – PIB por setor – Guiné Equatorial

100% A Guiné Equatorial, país observador da


0.1 Comércio CPLP* que recentemente adotou o
90% português como terceira língua oficial, é,
Transportes e o EM com maior PIB per capita, na
80% comunicação CEEAC.
Outros
70%
O expressivo peso da indústria extrativa
é explicado pela alta participação do
Adminstração pública, setor petrolífero – a Guiné Equatorial é
60% saúde e educação
um forte exportador de petróleo, tendo
89.4 Ind. Extrativa também gás natural e outros minérios.
50%
Desde 1995 (quando começou a
Indústria exploração dos seus recursos
40% petrolíferos), que o setor de
Serviços financeiros hidrocarbonetos é considerado a base
30% da economia do país.
Energia
20% A atividade industrial é escassa, estando
limitada essencialmente ao
10% Construção
processamento de cacau e café.
5.7
0% Agricultura
Guiné Equatorial (2011)

40
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

*Guiné Equatorial: Membro observador da CPLP desde 2006


Desde 2006 que a Guiné Equatorial tem o estatuto de observador da CPLP (no XI Conselho de Ministros,
reunido em Bissau, em julho de 2006, foi recomendada a atribuição do Estatuto de Observador Associado à
Guiné Equatorial), mas o processo de adesão tem sido adiado, devendo voltar a ser discutido na próxima
cimeira da organização lusófona, em Dili, capital de Timor-Leste, em 2014.

São Tomé e Príncipe: Setores potenciais a desenvolver, turismo, infraestruturas e petróleo


Gráfico 22 – PIB por setor – São Tomé e Príncipe

100% Em termos setoriais, a economia do


Comércio país é essencialmente dominada pelo
13.4
90% setor terciário (que representa cerca
Transportes e comunicação de 50% do PIB e ocupa 60% da
80% população ativa).
Outros
28.4 O setor do turismo tem um enorme
70%
Adminstração pública,
potencial de desenvolvimento em São
saúde e educação Tomé e Príncipe, tendo as
60%
autoridades, desde 2000, confirmado o
8.4 Ind. Extrativa
objetivo de dinamizar este setor, que
50%
3.8 passou a ser considerado estratégico
Indústria para o país.
7.1
40%
6.2 Serviços financeiros É visto como um importante promotor
30% 1.9
de transformações socioeconómicas
8
Energia internas, fundamentalmente ao nível
20% da saúde e das infraestruturas,
Construção contribuindo assim para o
10% 22.0 desenvolvimento social e económico e
para a melhoria das condições de vida
Agricultura
0% da população.
São Tomé e Príncipe (2011)

Contudo, este setor ainda enfrenta alguns desafios. Existe uma carência de infraestruturas – tais como
esgotos, água, energia e estradas – falta de pessoal qualificado e insuficiência de voos de ligação com a
Europa e com o resto do Mundo.

Acresce ainda a necessidade de vacinação, em particular contra a febre-amarela, e a prevalência de malária


que constituem detratores de um maior crescimento turístico do país.

O setor secundário é dominado pela construção civil, obras públicas e indústria transformadora (que se dedica
essencialmente à produção de eletricidade e de cerveja).

A base de exportações do país é constituída principalmente pelo cacau e pelo setor emergente do turismo.

A partir de 2015, com o expectável (ou desejável) início da exploração do petróleo, estima-se uma alteração
significativa da configuração da estrutura económica e social do país.

41
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

1.4. Trocas comerciais na CEEAC


1.4.1. Complementaridade das economias As exportações
intra-CEEAC
A intensificação das trocas comerciais exige complementaridade industrial das representam
economias, implicando níveis de especialização diferenciada entre parceiros. O
baixo nível de industrialização das economias da região reduz essa possibilidade,
apenas 0,88% do
que, no entanto, poderá ser estimulada pelo desenvolvimento económico e pelo total das
esforço de diversificação das economias - uma aspiração de muitos dos países da exportações da
região. região (2012)
16
Tabela 2 – Índice de Complementaridade Comercial (ICC ) intra-CEEAC (%)

País exportador
República Rep.
Guiné São Tomé
Angola Burundi Camarões Centro- Chade Congo Dem. Gabão
Equatorial e Príncipe
Africana Congo
Angola 0 100 92 50 91 50 91 0 50 50

Burundi 50 0 48 41 35 19 52 0 33 35

Camarões 50 27 0 52 70 22 32 0 50 24
República Centro-
61 53 42 0 54 52 51 0 46 58
Africana
País importador

Chade 51 49 60 57 0 52 42 0 41 18

Congo 50 12 22 14 46 0 14 0 46 9
Rep. Dem.
51 18 43 30 25 54 0 0 41 30
Congo

Guiné Equatorial 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Gabão 50 16 42 32 63 66 33 0 0 21

São Tomé e
61 49 44 45 51 12 49 0 27 0
Príncipe
Fonte: Cálculo realizado pela PwC com base nos dados do UNCTAD, UNCTADstat

O ICC intrarregional da CEEAC é muito reduzido. De facto apenas 0,88% das exportações dos países da
região ficam na região. Não obstante, verifica-se que poderá existir um potencial de complementaridade e
maior intensidade no relacionamento comercial entre alguns EM da CEEAC. Angola, enquanto país
importador, apresenta um ICC elevado com 4 dos 10 países da região. O ICC entre Angola e Burundi (100 pts)
revela uma correspondência total entre a estrutura de importações de Angola e a estrutura de exportações do
Burundi. No futuro, poder-se-á verificar uma relação biunívoca entre estes dois
países (50 pts).

O ICC entre Angola e Camarões (92 pts) traduz-se numa relação de Chade

complementaridade unívoca. As importações de Angola também apresentam


um elevado ICC com as exportações do Chade (91 pts) e da RDC (91 pts). De Camarões

República
notar que as importações da Guiné Equatorial não apresenta uma Democrática
do Congo
complementaridade com as exportações dos restantes países da região e vice- Burundi

versa, devendo-se ao facto do valor de importações e exportações intra-CEEAC Angola

ser muito reduzido (peso relativo de 0,018% no total de importações intra-


CEEAC e peso relativo de 0,001% no total das exportações intra-CEEAC).

16
O ICC (TCI - Trade Complementary Index) é um indicador utilizado para medir a compatibilidade do perfil comercial, através da
comparação das estruturas de exportação e de importação entre países. Índices mais elevados revelam potenciais de complementaridade
superiores e maior correspondência entre a estrutura de exportações/importações de 2 países. Um ICC nulo é sinónimo de não
complementaridade.
42
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

A alavancagem comercial intra-CEEAC poderá ser potenciada fundamentalmente por Angola – a maior
economia da região, Burundi, RDC, Chade e subsidiariamente pelos Camarões. Os principais produtos
importados e exportados por estas economias na região são veículos automóveis, bebidas alcoólicas,
sementes e frutos oleaginosos.

1.4.2. Comércio intrarregional

A CEEAC regista o menor valor de trocas intra-região, medido pelo rácio de exportações sobre o PIB, dos
espaços de integração económica analisados, cujo nível de integração é liderado pela UE e seguido pela
17
ASEAN , o que indicia um nível de integração relevante, tendo com consideração o nível de desenvolvimento
da região e o facto das trocas informais nestas regiões poderem representar o dobro das registadas.

Tabela 3 - Comunidades económicas regionais em perspetiva

18 19
Indicador SADC UE CPLP CEEAC Mercosul CEDEAO ASEAN
Exportações
intrarregião 27.153 3.630.191 16.283 1.111 67.343 11.667 324.184
(milhões US$, 2012)
Exportações
intrarregião
4,09% 21,90% 0,62% 0,47% 2,10% 2,86% 13,90%
(% no PIB da região,
2012)
Exportações
intrarregião
0,15% 19,87% 0,09% 0,01% 0,37% 0,06% 1,77%
(% das exportações
mundiais, 2012)

Crescimento anual
médio das exportações
6,66% (2,17%) 8,12% 3,43% 4,50% 4,27% 6,65%
intrarregião
(2008-2012)

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Apesar das exportações intra-região apresentarem um crescimento médio anual de 3,43% nos últimos 5 anos,
as exportações intra-CEEAC apenas contribuíram com 0,47% para o PIB (2012).

Este incremento no volume de trocas comerciais vem sendo acompanhado pelo ritmo de crescimento do PIB,
que apresenta uma correlação positiva relativamente forte com este indicador, como seria expectável,
apresentando no entanto uma elasticidade menor, ou seja, crescendo a um ritmo inferior ao do PIB que desde
2008 cresceu 7,44% ao ano.

17
ASEAN – Associação de Nações do Sudeste Asiático (Association of Southeast Asian Nations)
18
Mercosul – Mercado Comum do Sul é a união aduaneira de cinco países da América do Sul:
 Membros plenos – Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Venezuela
 Estados associados – Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru.
19
CEDEAO - Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
43
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Gráfico 23 - Evolução do comércio intra-CEEAC vs. evolução do PIB da região

300,000 1,600
PIB a preços correntes (milhões US$)

238.415 1,400
250,000
221.955

Exportações (Milhões US$)


1,200
179.485
200,000 178.948
160.411 1,000

150,000 800
1,399
600
100,000 1,034 1,109 1,111
971
400
50,000
200

- -
2008 2009 2010 2011 2012

Exportações (milhões US$) PIB (milhões US$)

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

44
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

O PIB da região cresceu a uma média de 7,44% ao ano no período 2008-2012, tendo passado de cerca de
US$ 179 milhões em 2008 para cerca de US$ 238 milhões em 2012. As exportações da CEEAC cresceram a
um ritmo mais reduzido, situando-se nos 3,43%, pelo que o aumento do PIB tem sido suportado, em grande
parte, pelo aumento dos fatores produtivos internos.

Verifica-se uma grande disparidade ao nível das relações comerciais dos EM da CEEAC, existindo 3
principais clusters.

Gráfico 24 - Peso das exportações/importações intra-CEEAC no total da região

40%
TCD
Importações intra-CEEAC (% no total

35%
das importações intra-CEEAC)

30% COG

25%
GAB
20%

15% ZAR

10%

5%STP CMR
CAF
AGO
0%GNQBDI
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%
Exportações intra-CEEAC (% no total das exportações da CEEAC)

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat20, 2012

São Tomé e Príncipe, Guiné Equatorial, Burundi, República Centro-Africana e Angola apresentam uma
contribuição muito pequena ou quase nula (no caso da Guiné Equatorial) para o comércio intra-CEEAC. Por
seu lado, Angola contribui com apenas 5% do total de exportações intrarregião.

O segundo cluster é constituído pelo Gabão, República Democrática do Congo, Congo e Chade, registando
uma maior contribuição ao nível das importações e exportações intra-CEEAC. É notória a contribuição
significativa das importações do Chade (35%) para o total das importações da região.

Os países que mais contribuem para a intensificação das trocas comerciais intra-CEEAC são os Camarões, o
Chade e a República Democrática do Congo que, simultaneamente, melhor se constituem como motores de
desenvolvimento regional, tendo em conta as conclusões referidas ao nível da complementaridade das suas
economias.

20
Acrónimos Banco Mundial: AGO - Angola; BDI – Burundi; CMR – Camarões; CAF – República Centro-Africana; TCD – Chade; COG –
Congo; ZAR – República Democrática do Congo; GNQ – Guiné Equatorial; GAB – Gabão; STP – São Tomé e Príncipe.
45
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Gráfico 25 - Trocas intra-CEEAC (2012)

Maquinaria e equipamentos de
transporte
As principais trocas
assentam em maquinaria e
Combustíveis minerais, lubrificantes equipamentos de
e materiais relacionados transporte, combustíveis
3% minerais, lubrificantes e
4%
5% Bens manufaturados materiais relacionados,
6% 31% bens manufaturados e
Alimentos e animais vivos alimentos e animais vivos.

12% Por outro lado, as matérias-


Químicos e produtos relacionados primas, outros artigos
manufaturados, óleos
Bebidas e tabaco vegetais e animais e as
13% bebidas e tabaco
24% apresentam baixa
Óleos vegetais e animais, gorduras representatividade no total
e ceras dos produtos
Outros artigos manufaturados

Fonte: UNCTAD, UNCTADs

1.4.3. São Tomé e Príncipe e Gabão. O país da CPLP e a terceira maior


economia da região

São Tomé e Príncipe, a economia mais pequena da CEEAC (PIB de 263 milhões de US$), apresenta relações
comerciais muito fracas com os restantes membros da região, representando 0,02% do total de exportações
intrarregião (2012). De facto, São Tomé e Príncipe apenas possui um parceiro comercial, Angola (100% das
exportações totais de São Tomé e Príncipe) e os principais produtos exportados são veículos a motor (45,0%
do total de produtos exportados para Angola), frutos e frutos secos (27,5%).

Os dois produtos com maior relevância nas exportações do Gabão para a região são as embarcações e
estruturas flutuantes (50,5%) destinados unicamente ao Congo e óleos derivados do petróleo ou minerais
betuminosos (20,8%) cujo principal destino é República Democrática do Congo.

Assim, regista-se uma reduzida diversidade de produtos exportados na região, concentrando-se nos outros
produtos manufaturados (28,5%) e combustível lenhoso e carvão vegetal (24,4%).

46
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

1.5. Comércio extrarregional

1.5.1. Principais parceiros comerciais da CEEAC

A CEEAC tem historicamente apresentado uma balança comercial positiva de US$ 54 mil milhões (valor médio
2008 – 2012), o que representa em média 27,5% do PIB da região.

Importações

A CEEAC importa maioritariamente de países industrializados (China, EM da UE e EUA) e África do Sul. Note-
se que a China foi o único país que conseguiu aumentar significativamente a sua importância relativa nas
importações do bloco, em parte pela sua necessidade de recursos naturais, dos quais se destaca o petróleo.

Entre 2010 e 2012, assistiu-se a um crescimento das importações de Portugal para a região, após a ligeira
quebra registada de 2009 para 2010. Em 2012, as importações da CEEAC a Portugal representaram 9% do
a
total de importações da região, o que colocou o nosso país no 3 posição ex aequo com a França.

Gráfico 26 - Evolução das importações da CEEAC e principais países de origem

60% 70
EUA
7% 61 60
Peso nas importações totais na CEEAC

50% 7% 7% 8% Reino Unido


8%
3%
2% 4% 3% 54

Importações (milhões US$)


2% 5% 50 África do Sul
4% 4% 4%
40% 5%
44
44 10% 46 7% 8% 9% Portugal
40
9%
30% 2%
6% 3% Nigéria
2% 6%
9% 30
10%
11% França
20% 9% 11%
20
China
17%
10% 12% 12% 11% 13%
10 Bélgica
4% 4% 4% 4% 4% Importações
0%
2008 2009 2010 2011 2012 total

O aumento das importações verificadas demonstra um crescimento contínuo e consistente das economias
emergentes, com é o caso da China, com forte presença na região e em todo o continente africano. Por outro
lado, nos principais produtos importados pelo bloco, verifica-se uma estagnação de países europeus (como é
o caso da Bélgica e do Reino Unido), e uma desaceleração das importações de produtos provenientes da
Nigéria e dos EUA.

De facto, observando o desempenho económico e a balança comercial da CEEAC, verifica-se uma correlação
acentuada com o crescimento da economia chinesa. Não obstante, o abrandamento das relações comerciais
com os EUA implica uma menor exposição dos países da região ao desempenho da economia norte
americana.

47
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Importações da CEEAC
Gráfico 27 - Importações da CEEAC - Top Produtos

Alimentos e animais vivos

9% 14% Bebidas e tabaco

3%
Combustíveis minerais, lubrificantes e
materiais relacionados
6%
Químicos e produtos relacionados
36%
9%
Bens manufaturados

19% Maquinaria e equipamentos de transporte

Outros artigos manufaturados

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Relativamente aos principais produtos importados pela região, destacam-se as importações de máquinas e
equipamentos de transporte, representando cerca de 36% do total das importações. Em segundo lugar surgem
as importações de bens manufaturados, com um peso de 19%, dado o fraco desenvolvimento do setor
industrial na região.

Gráfico 28 - Importações da CEEAC à China

Químicos e produtos As importações da CEEAC à China


6% relacionados concentram-se essencialmente em
17%
três grupos de produtos: bens
manufaturados (35%); maquinaria e
Bens manufaturados equipamentos de transporte (40%) e
outros artigos manufaturados (17%).
35%
Este facto resulta da política explícita
do Governo chinês, que troca petróleo
40% Maquinaria e por bens e infraestruturas.
equipamentos de
transporte Note-se que a China se posiciona
como um concorrente de muitos
produtos que formam a base da
Outros artigos
manufaturados estrutura industrial portuguesa, se não
pela qualidade e preço, pela categoria
de produto.
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012
48
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Importações da CEEAC a França e a Portugal

Gráfico 29 - Importações da CEEAC a França

Alimentos e animais vivos

9% De França, o maior fluxo de


16%
importações refere-se a maquinaria e
Químicos e produtos equipamentos de transporte (39%),
relacionados em especial, maquinaria
especializada, e equipamentos
elétricos.
Bens manufaturados
39% 15% A alguma distância do peso deste
grupo de produtos, surge a
importação de bens manufaturados
(14%).
14% Maquinaria e equipamentos
de transporte

Outros artigos
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012 manufaturados

Gráfico 30 - Importações da CEEAC a Portugal A pauta de exportações de Portugal para


a CEEAC, em comparação, por exemplo
com a China, é bastante mais
Alimentos e animais vivos diversificada.

A maquinaria e equipamentos de
Bebidas e tabaco transporte surgem em primeiro lugar,
14% 10% como o principal grupo de bens mais
importado (32%) e em seguida os bens
9% manufaturados e outros artigos
Químicos e produtos
relacionados manufaturados.

8% Os restantes produtos, nomeadamente


32% Bens manufaturados as bebidas e tabaco, alimentos, e
produtos químicos apresentam um peso
semelhante, com 9%, 10% e 8%,
24% Maquinaria e equipamentos de respetivamente.
transporte
Do montante global das exportações de
Outros artigos manufaturados Portugal à CEEAC, cerca de de 89%
representam importações de Angola.

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

49
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Exportações da CEEAC
Exportações

Os principais destinos das exportações dos países da CEEAC são a China, os EUA, a Índia e Taiwan,
representando cerca de 67% do total das exportações da CEEAC em 2012.

Gráfico 31 - Evolução das exportações da CEEAC e principais países de destino

100% Reino Unido

90% Canadá

Itália
Peso nas exportações da CEEAC

80%
3% 3% 3% África do Sul
70% 5% 4% 4% 5%
7% 4%
6% 4% 5% Holanda
3% 6%
60% 4% 6% 6%
2% 8% Portugal
6%
50%
Japão
25% 17%
40% 30% 28% 22%
Espanha

30% França

Taiwan
20% 38%
32% 31%
27% 28% Índia
10%
EUA
0%
2008 2009 2010 2011 2012 China

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2008-2012


As exportações da CEEAC
cresceram, em média, 21% por
ano, desde 2009
Gráfico 32 - Exportações da CEEAC – Top produtos

Alimentos e animais vivos

Bebidas e tabaco
0.04%
0.49% Matérias-primas (exceto combustíveis)

Combustíveis minerais, lubrificantes e


4.92% materiais relacionados
0.78% Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras
6.40% 0.15%
3.61% 0.20% Químicos e produtos relacionados
88.68%
1.07%
Bens manufaturados

Maquinaria e equipamento de transporte


0.05%
Outros artigos manufaturados

Commodities e transações n.e.

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012


50
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

As exportações dos EM da CEEAC são maioritariamente matérias-primas, com enorme destaque para o
petróleo e seus derivados que representaram cerca de 89% das exportações totais da CEEAC em 2012.

Pela natureza das exportações (matérias-primas), os principais destinos analisados individualmente continuam
a ser os países com elevada produção industrial. Assim boa parte do petróleo exportado pelos EM da CEEAC
tem como destino a China, os EUA, a Índia e Taiwan.

Gráfico 33 - Exportações da CEEAC para China Gráfico 34 - Exportações da CEEAC para os EUA

6%
5%

89%

98%
Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais
relacionados
Matérias-primas (exceto combustíveis)
Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais
Bens manufaturados
relacionados

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

Gráfico 35 - Exportações da CEEAC para a Índia Gráfico 36 - Exportações da CEEAC para Taiwan

3% 1%

97% 98%

Combustíveis minerais, lubrificantes e Combustíveis minerais, lubrificantes e


materiais relacionados materiais relacionados
Matérias-primas (exceto combustíveis) Bens manufaturados

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat


Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

51
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

1.5.2. Trocas comerciais entre a CPLP e a CEEAC

Importações

Analisando a relação comercial na vertente das importações da CEEAC aos países pertencentes à CPLP,
apenas Portugal e Brasil apresentam níveis significativos no que respeita ao volume de produtos importados
pela CEEAC. Portugal e o Brasil mantiveram um peso relativamente constante, entre 2008 e 2009.

Gráfico 37 – Importações da CEEAC à CPLP

9,000
Importações em milhões US$

8,000
7,000
6,000
5,000 5,242
3,871 4,486 4,488
4,000
3,000 3,092
2,000
1,000 2,471 2,097 2,062 2,295
1,371
93 167 143 166
-
2008 2009 2010 2011 2012

Angola Brasil
Brazil Portugal

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2008-2012

Figura 4 – Principais destinos de exportação de Portugal para a CEEAC

Gabão
6,52%
STP
Guiné - 1.42%
Bissau
Outros 2.12%
Angola 5.06%
88.42% Burundi
Portugal 0.08%

Camarões
0.47%
Congo Chade
Rep. Dem
0.49% 0.05%
Congo
0.43%

Angola é o principal parceiro de Portugal, dentro


Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012 da CEEAC, absorvendo cerca de 88% das
exportações portuguesas para este mercado.

52
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Gráfico 38 – Importações da CEEAC a Portugal

Alimentos e animais vivos


Quando observados os
principais grupos de produtos
Bebidas e tabaco exportados por Portugal à
14% 10% CEEAC, os que apresentam
maior peso são a maquinaria
9% e equipamentos de transporte
Químicos e produtos e bens manufaturados (32%).
relacionados
Importa ainda destacar os
8%
Bens manufaturados seguintes produtos: bens
32%
manufaturados e outros
artigos manufaturados, que
representam cerca de 38%
24% Maquinaria e equipamentos de do total importado pela
transporte CEEAC a Portugal, e
alimentos (10%).
Outros artigos manufaturados

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Figura 5 - Principais destinos de exportação do Brasil para a CEEAC

Camarões
6.30%
Rep. Dem.
Congo
2.70%
Rep. Centro -
Congo Africana
Chade Guiné -
20.73% 0.08%
0.97% Bissau
0.17%
Outros STP
Brasil
2,81% 0.03%
Gabão
Angola 1,55% Burundi
67.47% 0.02%
Cabo Verde
1.55%

O principal cliente do Brasil é, de


longe, Angola, representando 67%
das exportações do Brasil para a
CEEAC.

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

53
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Gráfico 39 – Importações da CEEAC ao Brasil

Alimentos e animais vivos


O Brasil apresenta uma forte
exportação de alimentos
Matérias-primas (exceto para a CEEAC, sendo de
13% combustíveis) destacar também a
exportação de maquinaria e
Óleos vegetais e animais, equipamento de transporte.
gorduras e ceras

21% 49% Químicos e produtos relacionados

Bens manufaturados

9%
4% Maquinaria e equipamentos de
3% transporte

Outros artigos manufaturados


Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Exportações

A CPLP é responsável por cerca de 2,9% das exportações da CEEAC, sendo que apenas Portugal e Brasil
apresentam valores dignos de registo.

Gráfico 40 – Exportações da CEEAC para a CPLP

4,000
Exportações em milhões de US$

3,500

3,000
1,068
2,500
1,983
2,000
3,338
1,085
1,500

1,000 2,470
618
1,109 1,208
500
425 262
-
2008 2009 2010 2011 2012

Brasil Portugal

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

54
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

O peso relativo das exportações da CEEAC para Portugal aumentou de 0,95% em As exportações da
2008 para 2,65% em 2012. CEEAC para
Portugal cresceram,
O Brasil aparece como o 2º país da CPLP, não pertencente à CEEAC em termos de em média, cerca de
destino das exportações dos países membros da CEEAC, representando cerca de 33% por ano, entre
0,21% das exportações da zona. 2008 e 2012

Gráfico 41 – Exportações da CEEAC para Portugal Gráfico 42 – Exportações da CEEAC para o Brasil

6% 2% 2%
6%

91% 91%

Matérias-primas (exceto combustíveis) Combustíveis minerais, lubrificantes e


materiais relacionados
Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais Químicos e produtos relacionados
relacionados
Maquinaria e equipamento de transporte Bens manufaturados

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

Tanto o Brasil como Portugal importam quase exclusivamente combustíveis minerais (petróleo), representando
este 91% das exportações dos países da CEEAC para os dois países.

Portugal importa ainda alguma maquinaria e equipamento de transporte e o Brasil importa alguns químicos e
produtos relacionados.

55
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

1.6. IDE na CEEAC

Desde 2008, a CEEAC tem vindo a perder competitividade na captação IDE, com especial ênfase nos anos a
partir de 2010, o que resulta dos processos de desinvestimento vividos em Angola.

Em contrapartida, os investimentos realizados pelos países da região têm vindo a aumentar (fluxo outward), o
que conjugado com o declínio da captação de IDE conduziu a um saldo negativo em 2012.

Gráfico 43 - IDE na CEEAC – Inward e Outward

9,000
7,738
8,000

7,000 6,132
5,807
Milhões de US$

6,000
4,708
5,000

4,000 3,439

2,718 2,416
3,000
1,931
2,000 2,618

1,000
60
-
2008 2009 2010 2011 2012

Inward Outward

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2008-2012

As grandes diferenças na capacidade de atração de IDE nos diversos EM que fazem parte da CEEAC
resultam das diferenças dos estágios de desenvolvimento de cada um dos EM e da sua dimensão individual.

Enquanto São Tomé e Príncipe manteve sempre alguma capacidade de atração de investimento (fluxo inward
sempre positivo), Angola tem vindo a sofrer sucessivos desinvestimentos, o que leva a um reporte de IDE
negativo.

56
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Tabela 4 - IDE nos Estados Membros da CEEAC – inward flow, (M US$)

País 2008 2009 2010 2011 2012

Angola 1.679 2.205 (3.227) (3.024) (6.898)

Burundi 4 0 1 3 1

Camarões 21 740 538 243 507

República Centro-Africana 117 42 62 37 71

Congo 2.526 1.862 2.211 3.056 2.758

Rep. Dem. do Congo 1.727 664 2.939 1.687 3.312

Guiné-Equatorial (794) 1.636 2.734 1.975 2.115

Gabão 773 573 499 696 702

São Tomé e Príncipe 79 16 51 35 50

CEEAC 6.132 7.738 5.807 4.708 2.618


Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

Os Camarões, a República Democrática do Congo e a Guiné-Equatorial aumentaram a sua capacidade de


atração de IDE entre 2008 e 2012.

Espera-se que São Tomé e Príncipe venha a apresentar valores relevantes de IDE, com verdadeiro impacto
no PIB do país, a partir de 2015 – ano em que se estima que se iniciem as explorações de petróleo na zona
marítima partilhada com a Nigéria.

Angola destacou-se pela negativa, sendo o único país a registar níveis de desinvestimento líquidos nos
últimos 2 e 3 anos e superando em larga medida os ganhos obtidos pelos Camarões, pela República
Democrática do Congo e pela Guiné-Equatorial.

57
CEEAC Região

Angola País
Camarões Burundi

Café,
Café
Algodão
Cacau
Chá
Algodão
Milho Principais
Borracha
Batata-doce produtos
Bananas
Bananas agrícolas
Grãos de sementes oleaginosas
Mandioca
Mandioca
Carne bovina
Pecuária
Leite
Madeira
Peles

58
Extração e refinação de petróleo
Produção e refinação de petróleo
Manganês, Ouro
Produção de alumínio
Produtos químicos Principais
Processamento de alimentos
Reparação naval Analisado indústrias
Bens de consumo Têxteis
principais portos e aeroportos

Alimentação e bebidas autonomamente


Madeira
Têxteis, Madeira
Reparação naval Oportunid
Cimento
ades na
CEEAC
Agricultura, Indústria farmacêutica,
(produtos
Indústria têxtil, Indústria alimentar Agricultura Indústria farmacêutica Indústria têxtil
e serviços
Indústria petrolífera, Indústria naval Indústria petrolífera Indústria naval
associado
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Turismo
s aos
Douala International Airport setores)
Principais
Bujumbura International Airport
Garoua International Airport aeroporto
Gitega
Yaoundé Nsimalen International s
Kirundo Airport
1.7. Setores de oportunidade nos países da CEEAC,

Airport
Principais
Libreville Owendo
Douala Garoua portos
Port-Gentil
Região

Guiné Equatorial Chade Congo País


RD Congo

Algodão Café, Açúcar, Óleo de palma, Borracha


Mandioca
Milho Chá
Açúcar
Amendoim Algodão
Arroz
Arroz, Café, abacaxi, Sementes de Arroz Cacau
Milho Principais
palma, Mandioca, Banana, Batata- Batatas Mandioca
Amendoim produtos
doce, Bovinos, Ovinos, Caprinos, Mandioca Bananas
Vegetais agrícolas
Madeira Gado Amendoins
Café
Ovinos Tubérculos
Cacau
Cabras Milho
Produtos florestais
Camelos Frutas
Produtos de madeira

59
Bauxite Petróleo
Petróleo, Cimento, Minério (cobre, cobalto, ouro,
Ouro Tecidos de algodão
Madeira, Cerveja, Açúcar diamantes, zinco, estanho, tungstênio)
Diamantes Frigoríficos
Óleo de palma Processamento do minério,Produtos Principais
Minério de ferro Fabrico de cerveja
Sabão de consumo (têxteis, plásticos, indústrias
Indústria ligeira Sabão
Farinha calçados, cigarros), Produtos de metal
Processamento de produtos Tabaco
Cigarros Alimentos e bebidas,Madeira, Cimento,
agrícolas Materiais de construção Oportunid
Reparação naval comercial
ades na
Indústria naval Indústria petrolífera, CEEAC
Agricultura Turismo Indústria petrolífera Energia, Agricultura Indústria petrolífera Agricultura (produtos
Serviços financeiros Indústria Agricultura Indústria mineira, Indústria mineira e serviços
petrolífera Tecnologia Indústria de produtos de consumo associado
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

s aos
N'Djili International Airport (Kinshasa setores)
Principais
N'Djamena International Int'l), Bangoka International Airport,
Malabo International Airport Maya-Maya Airport aeroporto
Airport Goma International Airport s
Lubumbashi International Airport
Principais
Bata, Luba, Malabo N/A Pointe-Noire
Banana portos
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1.8. Principais produtos importados pelos países da


CEEAC e oportunidades para as empresas
Portuguesas

A CEEAC apresenta um conjunto alargado de oportunidades para as empresas portuguesas em termos de


exportações e que, em muitos casos, poderão ser potenciados por via de São Tomé e Príncipe.

Do total dos produtos importados pela CEEAC aos seus Do total dos produtos importados por Angola aos parceiros
parceiros comerciais, no total de US$ 60 mil milhões, são económicos, no total de US$ 24 mil milhões, são
identificados de seguida, por ordem decrescente, os 50 identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25
principais produtos que representam 68% das importações, principais produtos que representam 49% das importações,
no montante de cerca US$ 41.4 mil milhões, e a negrito os no total de cerca de US$ 12 mil milhões, e a negrito os
produtos que poderão representar oportunidades de produtos que poderão representar oportunidades de
exportação para as empresas portuguesas: exportação para as empresas portuguesas:

Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos >


óleo de 70%; Máquinas de construção civil; óleo de 70%; Máquinas para a construção civil; Outras
Embarcações; Veículos a motor para transporte de carnes e miudezas comestíveis; Geradores; Tubos e
mercadorias; Tubos e perfis ocos, acessórios de ferro e perfis ocos, acessório, ferro, aço; Bebidas alcoólicas;
aço; Outras carnes e miudezas comestíveis; Geradores; Veículos a motor para transporte de mercadorias;
Bebidas alcoólicas; Estruturas e peças de ferro, aço, Mobiliário e peças; Veículos automóveis para
alumínio; Veículos automóveis para transporte de transporte de pessoas; Barras de ferro e aço,
pessoas; Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e cantoneiras, perfis e seções; Aparelhos para
seções; Cal e cimento, outros materiais de construção canalizações, caldeiras, reservatórios, cubas; Artigos
civil; Medicamentos (incluindo medicamentos de plástico; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio;
veterinários); Outras máquinas e aparelhos para as Outras máquinas e aparelhos para a indústria; Metais
indústrias particulares; Equipamento de telecomunicação; comuns; Equipamento de telecomunicação; Aparelhos
Mobiliário e peças; Óleos brutos de petróleo, óleos de para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis;
xistos, outros; Metais comuns; Aparelho para circuitos Equipamento mecânico; Motocicletas e ciclomotores;
elétricos, tabuleiro, painéis; Aparelhos para Aparelhos de medição, análise e controle; Materiais de
canalizações, caldeiras, reservatórios, cubas; construção (cal e cimento); Equipamento para
Equipamento para distribuição de energia elétrica; Artigos distribuição de energia elétrica; Farinhas de cereais;
de plástico; Ferramentas mecânicas, e outros; Produtos Bombas de compressores a gás e ventiladores;
comestíveis e preparações; Preparações de cereais, Equipamentos de aquecimento e refrigeração.
farinha de frutas ou vegetais; Aparelhos de medição,
análise e controle de aparelhos; Bombas (excluindo
líquido), compressores de gás e ventiladores; Arroz;
Peixe fresco ou congelado; Equipamentos de
aquecimento e de refrigeração; Farinha de trigo e farinha
de trigo com centeio; Pneus de borracha e câmaras-de-
ar; Bombas de água; Peças e acessórios dos veículos;
Máquinas e aparelhos elétricos; Automóveis;
Sabonetes, produtos de limpeza e de polimento;
Aeronaves e equipamentos associados; Gorduras
vegetais; Leite e produtos lácteos (com exceção de
manteiga, queijo); Papel e cartão; Motocicletas e
velocípedes; Roupas e outros artigos têxteis usados;
Açúcar, melaço e mel; Construções pré-fabricadas;
Construção de barro, materiais refratários e de
construção; Trigo (incluindo espelta) e centeio em grão;
Calçado; Motores e motores, não elétricos;
Fertilizantes.

60
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Do total dos produtos importados pelo Burundi aos Do total dos produtos importados pelos Camarões aos
parceiros económicos, no total de US$ 751 milhões, são parceiros económicos, no total de US$ 7.3 mil milhões, são
identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25 identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25
principais produtos que representam 70% das importações, principais produtos que representam 54% das importações,
no total de cerca de US$ 529 milhões, e a negrito os no total de cerca de cerca de US$ 4 mil milhões, e a negrito
produtos que poderão representar oportunidades de os produtos que poderão representar oportunidades de
exportação para as empresas portuguesas: exportação para as empresas portuguesas:

Óleos brutos de petróleo, outros, em bruto; Peixe fresco e Óleos brutos de petróleo, outros, em bruto; Peixe fresco e
congelado; Arroz; Máquinas para a construção civil; congelado; Arroz; Máquinas para a construção civil;
Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários);
Trigo e centeio em grãos; Óleos de petróleo ou de minerais Trigo e centeio em grãos; Óleos de petróleo ou de minerais
betuminosos> óleo de 70%; Veículos a motor para betuminosos> óleo de 70%; Veículos a motor para
transporte de mercadorias; Materiais de construção transporte de mercadorias; Materiais de construção
(cal e cimento); Roupas e outros artigos têxteis; (cal e cimento); Roupas e outros artigos têxteis;
Equipamento de telecomunicação; Preparações de Equipamento de telecomunicação; Preparações de
cereais, farinhas de frutas ou vegetais; Veículos cereais, farinhas de frutas ou vegetais; Veículos
automóveis para transporte de pessoas; Tubos e perfis automóveis para transporte de pessoas; Tubos e perfis
ocos, acessórios de ferro e aço; Barras de ferro e aço, ocos, acessórios de ferro e aço; Barras de ferro e aço,
cantoneiras, perfis e seções; Produtos comestíveis e cantoneiras, perfis e seções; Produtos comestíveis e
preparações; Produtos residuais de petróleo; Pneus de preparações; Produtos residuais de petróleo; Pneus de
borracha e câmaras-de-ar; Geradores; Inseticidas e borracha e câmaras-de-ar; Geradores; Inseticidas e
produtos semelhantes, para venda a retalho; produtos semelhantes, para venda a retalho;
Embarcações; Outras máquinas e aparelhos para a Embarcações; Outras máquinas e aparelhos para a
indústria; Papel e cartão; Leite e produtos lácteos. indústria; Papel e cartão; Leite e produtos lácteos.

Do total dos produtos importados pela República Do total dos produtos importados pelo Congo aos
Democrática do Congo aos parceiros económicos, no parceiros económicos, no total de US$ 5.7 mil milhões, são
total de US$ 6.1 mil milhões, são identificados de seguida, identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25
por ordem decrescente, os 25 principais produtos que principais produtos que representam cerca de 60% das
representam cerca de 50% das importações, no total de importações, no total de cerca de US$ 3.4 mil milhões e a
cerca de US$ 3 mil milhões, e a negrito os produtos que negrito os produtos que poderão representar oportunidades
poderão representar oportunidades de exportação para as de exportação para as empresas portuguesas:
empresas portuguesas:

Veículos a motor para transporte de mercadorias; Óleos Embarcações; Construções pré-fabricadas; Máquinas
de petróleo ou de minerais betuminosos > óleo de 70%; para a construção civil; Outras carnes e miudezas
Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); comestíveis; Medicamentos (incluindo medicamentos
Máquinas para a construção civil; Outras carnes e veterinários); Veículos a motor para transporte de
miudezas comestíveis; Estruturas e peças de ferro, aço, mercadorias; Óleos de petróleo ou de minerais
alumínio; Equipamento de telecomunicação; Outras betuminosos > óleo de 70%; Materiais de construção (cal
máquinas e aparelhos para a indústria; Peixe fresco e e cimento); Tubos e perfis ocos, acessórios de ferro e
congelado; Produtos comestíveis e preparações; Tubos e aço; Outras máquinas e aparelhos para a indústria;
perfis ocos, acessórios de ferro e aço; Tecidos de Veículos automóveis para transporte de pessoas;
algodão; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, Aparelhos de medição, análise e controle de aparelhos;
painéis; Materiais de construção (cal e cimento); Aparelhos para canalizações, caldeiras, reservatórios,
Bombas de água; Máquinas e aparelhos elétricos; cubas, outros; Equipamento de telecomunicação;
Farinha de trigo e farinha de trigo com centeio; Veículos Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Metais
automóveis para transporte de pessoas; Trigo e centeio comuns; Tecidos de algodão; Equipamento para
em grãos; Metais comuns; Máquinas de energia elétrica e distribuição de energia elétrica; Arroz; Produtos
componentes; Bombas de compressores a gás e comestíveis e preparações; Geradores; Barras de ferro e
ventiladores; Geradores; Roupas e outros artigos aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Componentes
têxteis usados; Componentes mecânicas. mecânicas; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro,
painéis; Preparações de cereais, farinha de frutas ou
vegetais.

61
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Do total dos produtos importados pelo Chade aos parceiros Do total dos produtos importados pela Guiné Equatorial
económicos, no total de US$ 2.8 mil milhões, são aos parceiros económicos, no total de US$ 7.5 mil milhões,
identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25 são identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25
principais produtos que representam cerca de 64% das principais produtos que representam cerca de 60% das
importações, no total de cerca de US$ 1.8 mil milhões, e a importações, no total de cerca de US$ 4.5 mil milhões e a
negrito os produtos que poderão representar oportunidades negrito os produtos que poderão representar oportunidades
de exportação para as empresas portuguesas: de exportação para as empresas portuguesas:

Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos > óleo de Máquinas para a construção civil; Bebidas alcoólicas;
70%; Máquinas para a construção civil; Aeronaves e Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Tubos e
equipamentos associados; Farinha de trigo e farinha de perfis ocos, acessórios de ferro e aço; Barras de ferro e
trigo com centeio; Medicamentos (incluindo aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Metais
medicamentos veterinários); Barras de ferro e aço, comuns; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro,
barras, cantoneiras, perfis e seções; Tabaco; Bombas painéis; Outras carnes e miudezas comestíveis; Outras
de água; Geradores; Tubos e perfis ocos, acessórios máquinas e aparelhos para as indústrias particulares;
de ferro e aço; Veículos a motor para transporte de Materiais de construção (cal e cimento); Equipamento
mercadorias; estruturas e peças de ferro, aço, para distribuição de energia elétrica; Veículos a motor
alumínio; Açúcar, melaço e mel; Materiais de construção para transporte de mercadorias; Aparelhos para
(cal e cimento); Produtos comestíveis e preparações; canalizações, caldeiras, reservatórios, cubas, outros;
Equipamento de telecomunicação; Construções pré- Mobiliário e peças; Veículos automóveis para
fabricadas; Fertilizantes; Preparações de cereais, farinha transporte de pessoas; Motores e motores não
de frutas ou vegetais; Sabonetes, limpeza e de elétricos e componentes; Produtos residuais de petróleo;
polimento; Metais comuns; Aparelhos de medição, Ferramentas mecânicas; Peças e acessórios dos
análise e controle; Aparelho para circuitos elétricos, veículos; Pneus de borracha e câmaras-de-ar; Materiais
tabuleiro, painéis; Equipamento para distribuição de de construção (cal e cimento); Equipamento de
energia elétrica; Leite e produtos lácteos. telecomunicação; Geradores; Bombas de compressores
a gás e ventiladores; Bombas de água.
Países analisados de forma autónoma

Do total dos produtos importados pelo Gabão aos seus Do total dos produtos importados por São Tomé e Príncipe
parceiros comerciais no montante de US$ 3.6 mil milhões aos seus parceiros comerciais, no montante de US$ 141
são identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25 milhões, são identificados de seguida, por ordem
principais produtos que representam 52% das importações, decrescente, os 25 principais produtos que representam
no montante de US$ 1.9 mil milhões, e a negrito os 69% das importações, no montante de US$ 98 milhões, e a
produtos que poderão representar oportunidades de negrito os produtos que poderão representar oportunidades
exportação para as empresas portuguesas: de exportação para as empresas portuguesas:

Máquinas de construção civil; Embarcações; Tubos e Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos>


perfis ocos, acessórios, ferro e aço; Óleos de petróleo óleo de 70%; Bebidas alcoólicas; Veículos automóveis
ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Outras para transporte de pessoas; Arroz; Farinha de trigo e
carnes e miudezas comestíveis; Veículos a motor para farinha de trigo com centeio; Gorduras vegetais e
transporte de mercadorias; Medicamentos (incluindo óleos; Cal e cimento; Bebidas não alcoólicas;
medicamentos veterinários); Veículos automóveis para Sabonetes, limpeza e de polimento; Leite e produtos
transporte de pessoas; Estruturas e peças de ferro, lácteos; Produtos comestíveis e preparações; Outras
aço, alumínio; Bombas (excluindo líquido), carnes e miudezas comestíveis; Motocicletas e
compressores de gás e ventiladores; Aparelhos para velocípedes; Veículos a motor para transporte de
canalizações, caldeiras, reservatórios, cubas; mercadorias; Legumes; Preparações de cereais, farinha
Aparelhos de medição, análise e controle; Equipamento de frutas ou vegetais; Equipamento de telecomunicação;
de telecomunicação; Outras máquinas e aparelhos para as Açúcar, melaço e mel; Mobiliário e peças; Artigos de
indústrias particulares; Cal e cimento, outros materiais plásticos; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio;
para a construção civil; Barras de ferro e aço, barras, Máquinas de processamento de dados; Máquinas e
cantoneira, perfis e seções; Leite e produtos lácteos; aparelhos elétricos; Metais comuns.
Metais comuns; Equipamento mecânico e
componentes; Produtos comestíveis e preparações;
Pneus de borracha e câmaras-de-ar; Bombas para
líquidos; Peças e acessórios dos veículos;
Equipamentos de aquecimento e refrigeração;
Gorduras vegetais e óleos.

Fonte: UNCTADStat, dados 2012


62
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

03

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

2. Gabão

64
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

2.Gabão

Figura 6 - Mapa do continente africano


Independente desde 1960, o contexto
político vivido no Gabão foi marcado
durante o ano de 2009 por eleições
antecipadas devido à morte do então
Presidente Omar Bongo Ondima que
dirigiu o país ao longo de 42 anos. A
este acontecimento, seguiu-se a
eleição do atual Presidente, Ali Bongo
Ondima, que colocou o Gabão num
novo rumo político marcado pela
vontade de alcançar o
desenvolvimento socioeconómico com
base no crescimento diversificado e
na criação de emprego.

Geograficamente, o Gabão situa-se


na zona oeste da África Central.
Apresenta uma área total de 267.667
km². É atravessado pelo Equador e
faz fronteira com o Congo, Guiné
Equatorial e Camarões.

A população gabonesa é relativamente jovem, tendo metade da população uma idade inferior a 15 anos, e
cerca de 75% da população vive em zonas urbanas, nomeadamente em Libreville e Port-Gentil.

Estima-se que a população do Gabão seja constituída por cerca de 1,5 milhões de habitantes e apesar de a
língua oficial do Gabão ser o francês, existem diversos grupos étnicos (cerca de 40) com línguas e culturas
distintas, o que permite a diversificação e o enriquecimento da população gabonesa. Predomina na população
a religião católica (75%) seguindo-se a religião protestante (20%) assim como outras religiões, nas quais se
inclui a religião muçulmana (5%).

O Gabão possui uma economia baseada nos recursos petrolíferos, que representam mais de metade do PIB
do país e cerca de 80% das receitas de exportação. Dispõe ainda de outros recursos, nomeadamente, o
manganês, o gás natural, o ferro e a madeira. Apesar disso, fatores como a fraqueza das infraestruturas e a
dificuldade no acesso ao crédito para as pequenas e médias empresas (PME) constituem fatores de
impedimento à diversificação da economia.

O Gabão integra algumas organizações económicas internacionais como é o caso da União Africana,
21
Comunidade Económica e Monetária da África Central (CEMAC ), CEEAC e Banco dos Estados da África
Central (BEAC), beneficiando assim de relações privilegiadas com alguns países.

21
Membros da CEMAC: Camarões, República Centro- Africana, Congo, Gabão, Guiné e Chade.
65
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

2.1. Macroeconomia
Comparativamente com os restantes países da África Subsariana, o Gabão apresenta um dos PIB’s mais
elevados por habitante. Apesar disso, a economia continua a apresentar um funcionamento característico de
um país com fracos rendimentos.

O país ainda enfrenta grandes desafios. Em primeiro lugar, o desenvolvimento no setor das infraestruturas
(água, eletricidade e transportes) continua a ser uma das prioridades de modo a conseguir diminuir os custos
de produção e de distribuição dos produtos e permitir assim atingir uma economia mais competitiva. Outro dos
desafios a ultrapassar consiste na desigualdade existente ao nível da repartição da riqueza.

Do ponto de vista do IDH e de acordo com o relatório anual sobre o desenvolvimento humano para o
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Gabão ocupa a 106ª posição de entre 189
países (índice de 0,683), apresentando o melhor índice da África Subsariana.

2.1.1. PIB da economia do Gabão

O Gabão representa cerca de 8,4% do PIB da CEEAC.


22
Gráfico 44 - Representação da percentagem do PIB dos EM da CEEAC

Camarões
11.2%

Gabão
8.4%

Guiné
Equatorial
Angola 7.9%
51.2%
Congo
6.1%

Rep. Chade República Centro-


Dem. 4.9% Africana
Congo 1.00%
8.0% São Tomé e Príncipe
0.10%
Burundi
Fonte: Banco Mundial (PIB 2012) 1.10%

A economia gabonesa é uma economia pouco diversificada e ainda muito dependente da procura mundial de
petróleo, de madeira e de manganês, que constituem os principais recursos que potenciam o crescimento do
país.

O petróleo constitui o recurso com maior relevância constituindo a base da economia gabonesa. Apesar da
diminuição de produção de petróleo, a economia nacional continua muito dependente deste recurso, que tem
representado, em média, 80% das exportações, 45% do PIB e 60% das receitas orçamentais.

22
Banco Mundial | Grupo do Banco Africano de Desenvolvimento (BAfD) – Documento de Estratégia para o País 2011-2015
66
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

23
Gráfico 45 - Evolução anual do PIB do Gabão (últimos 5 anos)

20,000 7.1% 8
6,8%
18,000
6,1% 6
16,000
14,000 18,661 4
15,732 18,791
12,000
14,539
10,000 12,076
2
8,000 1.0%
6,000 0
4,000 -2
2,000 -2,9%
- -4
2008 2009 2010 2011 2012

PIB (M USD) Crescimento anual PIB (em %)

Fonte: Banco Mundial

O Gabão tem apresentado um dos mais elevados PIB per capita da África Subsariana, este desempenho
encontra-se relacionado com a disponibilidade dos recursos naturais do país e mais especificamente com a
exploração de hidrocarbonetos, nomeadamente, o petróleo.

A economia gabonesa apresentou no ano de 2012 um crescimento real do PIB de 6,1%, registando, no
entanto, um ligeiro abrandamento face ao ano anterior, como consequência do fim dos trabalhos de
construção dos estádios para a Taça das Nações Africanas (CAN) 2012. De referir que, embora o PIB tenha
crescido em termos reais, em termos nominais manteve-se relativamente constante como resultado da
depreciação do dólar.

As previsões para o ano de 2014 indicam um crescimento do PIB de 6,0%. Estas previsões tiveram por base
principalmente dois fatores, sendo que o primeiro se relaciona com o aumento do investimento público e dos
investimentos diretos estrangeiros feitos nas zonas económicas especiais e o outro se relaciona com a
revalorização do setor mineiro provocado pelo aumento na procura por parte dos grandes países emergentes.

2.1.2. Orçamento Geral do Estado 24

O Orçamento do Estado para 2013 caracteriza-se por um aumento significativo das despesas de investimento
(na ordem dos 74%), apontando para um défice orçamental de 241 milhares de Francos, cerca de 2,3% do
PIB.
25
O Orçamento do Estado para 2013 está fixado em 3.142,2 milhares de Francos (Mds XAF ), representando
um aumento de 28% comparativamente com o Orçamento do Estado para 2012. Importa referir a existência de
um baixo défice orçamental de 74 milhares de francos no Orçamento do Estado para 2012, correspondente a
2,6% do Orçamento e a 0,8% do PIB.

Adicionalmente, é de notar que os rendimentos do Gabão provenientes do petróleo têm vindo a diminuir
apesar de este ter apresentado historicamente sempre valores bastante elevados.

23
Banco Mundial e African Economic Outlook (Perspetivas Económicas em África)
24
African Economic Outlook (Perspetivas Económicas em África); Relatório Nacional do FMI n.º 13/1.
25
Franco CFA – código da moeda atribuído a Francos da Comunidade Financeira Africana. É dividido em duas moedas o franco CFA
central (XAF), e o franco CFA ocidental (XOF).
67
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

26
Tabela 5 - Evolução das receitas petrolíferas

Mds XAF Lei das Lei das Lei das


Lei das finanças Lei das finanças
(milhares de finanças finanças finanças
retificativa 2010 retificativa 2012
francos) 2011 2012 2013
Receitas
1033 1305 1312 1460 1442
petrolíferas

27
Tabela 6 - Despesas orçamentais

Lei das
Mds XAF (milhares de Lei das finanças Lei das Lei das finanças Lei das
finanças
francos) retificativa 2010 finanças 2012 retificativa 2012 finanças 2013
2011
Serviço da dívida
445 396 415 428 508
pública

Funcionamento 884 958 1067 1273 1271

Investimentos 885 687 699 1044 1217

Empréstimos,
adiantamentos, 0 325 272 14 144
depósitos
Total 2215 2365 2453 2760 3141
Fonte: Ministério da Economia e das Finanças – Governo Francês

28
Em conformidade com o “Plan Stratégique Gabon Émergent” , as despesas de investimento previstas
constituíram uma das prioridades previstas para o ano de 2013 em comparação com os anos anteriores de
2012, 2011 e 2010, respetivamente. De entre as despesas de funcionamento, as remunerações ocupam os
primeiros lugares representando cerca de 17% da despesa pública.
29
Tabela 7 - Finanças Públicas do Gabão, 2009-2014 (Percentagem do PIB)

2009 2010 2011 2012* 2013** 2014**

Total da receita 32,1 27,5 25,7 25,3 24,9 24,3

Receitas fiscais 14,6 10,6 10,1 10,4 10,6 11,0

Receitas petrolíferas 16,6 16,3 14,8 14,0 13,5 12,4


Donativos - - - - - -
Despesas totais 25,1 26,7 25 24,4 26,2 26,0
Despesas correntes 18,5 14,3 13,4 13,1 13,3 13,2
Sem juros 17 13 12,3 11,9 12,0 11,9
Salários 6,9 5,7 5,1 4,9 5,1 5,3
Juros 1,5 1,3 1,1 1,2 1,4 1,3
Saldo primário 8,5 2 1,8 2,1 0,1 -0,5
Saldo global 6,9 0,7 0,7 0,9 -1,3 -1,8
*Estimativa / **Previsões

26
Governo Francês - Ministério da Economia e das Finanças |Governo do Gabão
27
Governo Francês - Ministério da Economia e das Finanças |Governo do Gabão
28
Plano Estratégico Gabão Emergente (PSGE)
29
Governo Francês - Ministério da Economia e das Finanças |Governo do Gabão
68
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

As receitas do Estado passaram de 25,7% do PIB nominal no ano de 2011 para 25,3% no ano de 2012. Esta
diminuição teve como principal causa a diminuição das receitas petrolíferas que passaram de 14,8% para
14,0%

A política orçamental visada pelo país tem como principal objetivo a diversificação da economia e o controlo
das despesas totais do Estado. O excedente do saldo orçamental primário representou 2,1% do PIB em 2012,
contra os 1,8% registados em 2011.

Dívida pública30

O Gabão é um país que tem conseguido manter a dívida pública relativamente baixa. A dívida pública tem
apresentado uma taxa ligeiramente superior a 21% do PIB – dos quais 18% correspondem a dívida exterior –
existindo assim um fraco endividamento por parte do país.

No ano de 2012 registou-se um ligeiro aumento (1,2%) comparativamente com o ano anterior de 2011 (1%) e
prevê-se que em 2014, a dívida pública registe um aumento de 1,4%. A previsão deste aumento da dívida
relaciona-se com a lentidão dos procedimentos orçamentais e com a gestão financeira no geral.

O Governo constituiu uma “Direção de Dívida Externa” incumbida de elaborar a política de endividamento e de
gerir ativamente a dívida, o que permitiu trazer a dívida para níveis sustentáveis. O Governo definiu ainda tetos
de endividamento compatíveis com o equilíbrio das contas públicas. No ano de 2012, a Direção Geral da
Dívida procedeu à reconciliação dos montantes de dívida com os diferentes credores do Estado, incluindo com
o Banco Mundial.

Gráfico 46 - Dívida pública total (%)

100
90 92
85 86
80
75 77 76 76 74
70
68
65
60 60
53
50
40 42
39 37
30 32 32
29
26 25
23 22
20 20
17 17
10
-

Fonte: FMI

Segundo a Standard & Poor's, o empenho do Gabão em cumprir o seu serviço de dívida é reforçado pelo forte
crescimento económico e pelo superavit existente nas suas contas correntes.

As perspetivas estáveis da notação da dívida advêm assim do aumento da qualidade dos investimentos
públicos, da cultura de pagamento e das expetativas de que a dívida externa líquida do país se mantenha
reduzida.

30
African Economic Outlook
69
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Tabela 8 - Notação de crédito da dívida pública do Gabão (2012)

Indicadores S&P Fitch


Notação BB- BB-
Perspetivas Negativo Estável
Considerações Especulativo Especulativo

Fonte: Standard & Poor's e Fitch

2.2. Estrutura produtiva

2.2.1. PIB por setor

A indústria extrativa tem um peso preponderante no PIB do Gabão representando 56,5% do PIB do país,
sendo o petróleo o recurso com maior relevância nesta indústria.

O setor agrícola tem um peso diminuto no PIB (4,3%). Prevê-se, no entanto, um grande potencial crescimento
neste setor, sobretudo na exportação de madeiras, dado que metade do território do país está coberto por
densas florestas tropicais.

Gráfico 47 - Gabão, PIB por setor 2012 (%)

Transportes e
Comunicação
6.00
Indústria Extrativa
56.50 Outros Comércio
19,60 Administração 4.40
Pública, Saúde e
Educação
9.20

Serviços Agricultura
Financeiros 4.30
11.40 Construção
Indústria 2.30
4.10 Energia
1.70

Fonte: Banco Mundial

2.2.2. Caraterização do setor empresarial do Estado

O Estado é acionista de diversas empresas de distintos setores da economia, sendo que algumas destas
empresas têm o monopólio no mercado em que se inserem ou direitos exclusivos de exploração.

70
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

O quadro seguinte enumera as diversas empresas em que o Estado é acionista e a sua respetiva participação
acionista.

Tabela 9 – Participação do Estado no capital das sociedades, 2013

Setor de atividade Empresa Participação detida Valor da participação


pelo Estado detida pelo Estado no
capital (moeda local)

Agricultura SMAG 34 % 510.000.000

CFA 1% 50.000
ECG 0.60% n/d

ROUGIER GABON 1.23% 14.790.688,5

Madeira SBL 1% 4.000.000

SEFO 1% 2.000.000

SNBG 51% 2.040.000.000

THANRY CEB 4.1% 63.037.500


Minas COMILOG 25% 10.202.898.125

MOBIL OIL 10% 54.650.000

TOTAL GABON 25% 10.710.000.000

TOTAL MARKETING 10% 26.500.000

SGEPP 25% 225.000.000


Hidrocarbonetos
SOGARA 25% 300.000.000

PIZOLUB 52.83% 464.338.000

SHELL GABON 25% 3.750.000.000

FORAID GABON 10% 1.000.000

PIZO SHELL 10% 187.500.000

Automóveis CFAO GABON 2% 42.801.800

TECHNOTO 10% n/d

ADL 26.5% 540.600.000

DHL 10% 1.000.000


HELI GABON 10% 3.000.000
Transportes
SAM GABON 10% 40.000.000

SNAT 51% 306.000.000

SETRAG Ação específica n/d

ASECNA NATIONALE 100% n/d

Gabon FRET 40% n/d


Transportes
OPRAG 100% n/d

CNI 100% 5.000.000

71
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Setor de atividade Empresa Participação detida Valor da participação


pelo Estado detida pelo Estado no
capital (moeda local)

PSM 100% 10.000.000

SDV 3% 135.450.000

COLAS GABON 10% 8.100.000

DRAGAGES 10% 122.500.000

Trabalhos públicos SOBEA GABON 10% 5.000.000

SITRAM 10% 10.000.000

SNGE 30% 15.000.000

GABOSEP 10% 2.000.000

GABON MECA 10% 40.000.000

PHARMACIE LES 10%


12.000.000
FORESTIERS

SRMG 10% 1.000.000

CHIMIE GABON 10% 15.100.000

COGIMEX 9,64% 1.600.240

GPL 30% 118.800.000

Comércio/Indústria/Serviços NESTLÉ GABON 10% 34.400.000

(SUCAF) 53,81% n/d

(SIAT) 93,7% n/d

SMAG 34% n/d

SIFRIGAB 99,75% n/d

SIFRIGAB Pêche 49% n/d

SOCIGA 10% 33.500.00

SOVINGAB 10% 5.000.000

SOGAMAR 10% 2.000.000

BERNABE GABON 10% 100.000.000

DAVUM GABON 6,45% 14.190.000

MATERIAUX DU GABON 20% 44.000.000

Comércio/Indústria/Serviços MIAG SA 10% 6.000.000

CIM BATON 25% 4.750.000.000

LBTPG 100% n/d

CECA-GADIS 9,1% 79873.885

BGFI 8% 2.005.230.080

Bancos comerciais BICIG 26,35% 362.000.000

UGB 26,9% 1.990.600.000


72
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Setor de atividade Empresa Participação detida Valor da participação


pelo Estado detida pelo Estado no
capital (moeda local)

Bancos de desenvolvimento BGD 69,01% 17.390.520.000

AXA GABON 7,97% 43.041.985

Seguradoras GRAS SAVOYE 7,3% 6.664.900

OGAR 8,52% 78.384.000

Outras sociedades ALIOS Finance 12,17%


132.691.944
financeiras

Correios e GABON TELECOM 49% n/d


telecomunicações LA POSTE 100% n/d

CNSS 100% n/d


Serviços sociais
CNGS 100% n/d

AFRICA No1 35% n/d

GABON INFO 73,59% n/d


Outros
SONAPRESS 73% n/d

SNI 70,14% 876.750.000


Fonte: OMC

O quadro seguinte lista as empresas do Gabão, após 2006, que foram privatizadas ou que se encontram em
processos de privatização:

Tabela 10 – Lista das empresas privatizadas/em curso depois de 2006

% detida Parte
Data
Setor de atividade Ano de pelo Estado Modelo de cedida ao
Empresa de
privatização antes da privatização investidor
criação
privatização principal

Sociedades

Agricultura Venda de
SMAG Em curso 1968 39% 29,13%
comércio/indústria/serviços ações
Transportes AIR Gabon 2006 1978 80% Liquidação 100%

Agricultura Venda de
AGRIPOG Em curso 1976 55% n/d
ativos
Transportes SNAT Em curso 1976 51% Em curso 80%

Transportes SOGATRA Em curso 1997 n/d Reestruturação n/d

Madeira SNBG Em curso - 51% Reestruturação n/d

Hidrocarbonetos SGEPP Retirada - 25% - -

73
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

% detida Parte
Data
Setor de atividade Ano de pelo Estado Modelo de cedida ao
Empresa de
privatização antes da privatização investidor
criação
privatização principal
Outros SNI Retirada - 77% - -

Hidrocarbonetos SOGARA A programar - 25% - -

Banco de Desenvolvimento BGD A programar - 69% - -

Imprensa SONAPRESSE A programar - 73% - -

Estabelecimentos públicos industrial /comercial


Transportes CNI Em curso Restruturação

Comércio/ /Indústria/
LBTGP A programar
Serviços
Agricultura OGAPROV A programar

Agência nacional de
PROMOGABON A programar
promoção PME

Correios Gabon/Poste 2006/Criação 2001 Liquidação

Correios e Venda de
Gabon Telecom 2007 2001 51%
Telecomunicações ativos

Fonte: OMC

As privatizações são geralmente efetuadas através de operações de venda (e troca de ações), fusões-cisões,
entre outras. Estas operações podem assumir a forma de mandato de gestão (locação-gerência), concessão,
ou dissolução (liquidação).

Nos termos da regulamentação em vigor, quando a privatização assume a forma de transferência de


propriedade, os títulos devem ser reservados aos portadores gaboneses e, em particular, aos assalariados das
empresas privadas.

De entre as privatizações que têm ocorrido destacam-se as privatizações nos setores da água e eletricidade
(SEEG), postos e telecomunicações (Gabon Télécom), transportes (OPRAG, Air Gabon, SETRAG
anteriormente designada por OCTRA), agricultura (AGROGABON), e indústria do comércio e dos serviços
(Ciments du Gabon, CFG).

74
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

2.3. Política económica

2.3.1. Perspetivas futuras

Gráfico 48 – Crescimento do PIB real

8% 6.8% 7.1% 6.8%


6.1% 6.1%
6%
5.2%
4%

2% 1.1%
1.5%
1.0%
0%

(2%) -1.9%
-2.9%
(4%)
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Fonte: FMI

A atividade económica teve um crescimento significativo apesar da crise mundial ocorrida durante o período
de 2008-2009. Para o crescimento contribuíram as exportações de produtos (petróleo, manganês, madeira e
hévea) e a subida do valor dos mesmos, apesar da depreciação do dólar face ao franco.

Em 2012, o crescimento global do PIB atingiu 6,2%. Este crescimento foi em grande parte devido à política
orçamental expansionista que anunciou como uma das principais medidas, um plano de desenvolvimento de
infraestruturas para o período de 2012-2016.

2.3.2. Prioridades estratégicas do Gabão31

Pese embora os avanços significativos verificados em determinadas áreas, o Gabão continua apostado em
enfrentar alguns desafios.

O Plano Estratégico do Gabão Emergente – 2025 e as orientações estratégicas para 2011-2016 apresentam
como principais desafios:

 Acelerar o crescimento económico e a diversificação das suas fontes;

 Diminuir a pobreza e as desigualdades sociais;

 Assegurar uma gestão sustentável para as gerações futuras.

Quanto ao primeiro desafio, a aceleração do crescimento económico e a diversificação das suas fontes,
apesar do crescimento inicial da economia aquando da descoberta do petróleo, esta tem apresentado, nos
últimos trinta anos, um crescimento médio anual de 2%. O crescimento apresenta-se demasiado fraco para a

31
Plano Estratégico Gabão Emergente – Visão 2025 e orientações estratégicas 2011-2016

75
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

criação de emprego e a redução da pobreza, encontrando-se a economia demasiado dependente de um fator


que não é controlável, o preço do petróleo, e a sua evolução no mercado mundial.

Relativamente ao segundo desafio, a diminuição da pobreza e das desigualdades sociais, o Gabão confronta-
se com um paradoxo socioeconómico atendendo ao seu elevado PIB por habitante (8.833 US$).

O Gabão integra o grupo de países com um nível de rendimento intermédio enquanto do ponto de vista dos
indicadores sociais, o Gabão pertence aos países menos desenvolvidos. Cerca de um quarto da população
vive abaixo do limiar da pobreza e as condições das camadas sociais mais vulneráveis (viúvas, órfãos, mães
adolescentes, mulheres divorciadas, doentes com Sida, crianças que vivem na rua e deficientes) merecem um
severo grau de preocupação.

No que toca ao terceiro desafio, assegurar uma gestão sustentável para as gerações futuras, o Gabão possui
como mais-valia relevante os recursos naturais. No entanto, e paradoxalmente, após anos de exploração das
matérias-primas, o país continua a ter dificuldades em responder a necessidades básicas, tais como a
habitação, a saúde, a segurança alimentar ou o desenvolvimento de infraestruturas.

O Gabão tem consciência dos desafios do futuro e a visão do Gabão emergente para 2025 tem como objetivo
tornar o Gabão uma nação unida, uma economia competitiva com um desenvolvimento duradouro, uma
prosperidade partilhada e uma voz respeitada no contexto regional e mundial.

A economia é o principal pilar para a confiança no futuro. Deverá ser assegurada a concretização de três
pilares fundamentais, Gabão Verde, Gabão dos Serviços e Gabão Industrial que coincide com os
investimentos dos operadores estrangeiros.

O reforço das relações bilaterais, tanto internacionais, como em África constituirá uma abertura crucial aos
investimentos para o Gabão se tornar no Gabão emergente.

A ambição do Gabão em tornar-se um país emergente nos próximos quinze anos depende de uma
competitividade diferente daquela que tem existido até agora. Para atingir o objetivo previsto, deverá começar
a existir um crescimento diversificado e duradouro.

Para cumprir a meta estipulada o Gabão necessita de modernizar a sua administração, reduzindo as barreiras
ao investimento, desenvolvendo um quadro de negócios internacional e criando uma infraestrutura económica
de suporte à competitividade, nomeadamente, infraestruturas de transporte, eletricidade, água e
telecomunicações, reforçando o capital humano e integrando as redes de troca mundiais.

O Gabão emergente deverá caracterizar-se por uma melhoria na condição de vida das populações, uma
repartição mais equilibrada e por uma classe média dominante.

No seio da CEEAC, o Gabão terá como principal papel o de acelerar a dinâmica de integração. O Gabão terá
assim um papel importante na obra de construção da União Africana a nível político, económico, social ou
cultural.

É objetivo que em 2025, o Gabão seja uma das cinco nações africanas mais desenvolvidas.

O Plano Estratégico do Gabão Emergente (PSGE) – 2025 e orientações estratégicas 2011-2016 enumera
como principais objetivos estratégicos, na seguinte tabela estão representado os principais objetivos do PSGE
2025:

76
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Tabela 11 – Principais objetivos estratégicos

Principais objetivos Estratégicos

1. Instauração de um novo modelo de desenvolvimento que origine bem-estar humano, equidade


social, crescimento duradouro e preservação ambiental;
2. Desenvolvimento de uma base de dados que permita a criação de um sistema de informação
nacional coerente;
3. Alinhamento do quadro institucional ao PSGE;
4. Alinhamento do quadro jurídico ao PSGE;
5. Alinhamento da governação económica ao PSGE;
6. Garantia de uma educação de qualidade para todos;
7. Melhoramento do acesso ao Gabão e desenvolvimento das infraestruturas de transporte;
8. Melhoria do nível de oferta no setor da eletricidade para que esta seja duradoura, diversificada e
acessível para todos;
9. Construção de infraestruturas tecnológicas de nível mundial;
10. Gerir de forma duradoura a floresta e o posicionamento do Gabão como líder mundial na produção
de madeira tropical;
11. Valorização do potencial agrícola e garantia da segurança alimentar;
12. Promover a exploração e valorização duradoura dos recursos haliêuticos;
13. Relançar a produção petrolífera e otimização dos rendimentos dos hidrocarbonetos e das indústrias
conexas;
14. Desenvolvimento do setor mineiro e construção de uma indústria metalúrgica própria;
15. Desenvolvimento do tecido industrial inovador e diversificado (madeira, pesca, agro-indústria);
16. Posicionamento do Gabão como um destino de referência em matéria de turismo;
17. Tornar o Gabão, um polo regional da economia tecnológica e comunicação;
18. Criação de um serviço de saúde e de qualidade para toda a população;
19. Garantia de acesso universal à água potável e serviços de saneamento;
20. Direito a habitação para todos;
21. Promover o acesso ao emprego e luta contra a exclusão.

77
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

2.4. Infraestruturas e energia

O estado das infraestruturas no Gabão32

O Gabão encontra-se atualmente dividido em 9 províncias distintas: Estuaire (Libreville), Haut-


Ogooué (Franceville), Moyen-Ogooué (Lambaréné), Ngounié (Mouila), Nyanga (Tchibanga), Ogooué-
Ivindo (Makokou), Ogooué-Lolo (Koulamoutou), Ogooué-Maritime (Port-Gentil), Woleu-Ntem (Oyem).

Figura 7 - O estado das infraestruturas em África - Gabão

Fonte: Africa Gearing Up, PwC 2013

32APIEX- Agência de promoção dos investimentos e das exportações (Ágence de Promotion des Investessements et des Exportations) |
Banco Africano de Desenvolvimento – Documento de estratégia do país 2011-2015
78
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

33
Tabela 12 - Características das províncias do Gabão

Densidade
População Área
Província Capital 2
populacional
(Census 2013) (km ) 2
(por km )
Estuaire Libreville 662.028 20.740 31,9

Haut-Ogooué Franceville 228.471 36.547 6,3

Moyen-Ogooué Lambaréné 60.990 18.535 3,3

Ngounié Mouila 101.415 37.750 2,7

Nyanga Tchibanga 50.297 21.285 2,4

Ogooué-Ivindo Makokou 64.163 46.075 1,4

Koulamouto
Ogooué-Lolo 64.534 25.380 2,5
u
Ogooué-Maritime Port-Gentil 128.774 22.890 5,6

Woleu-Ntem Oyem 157.013 38.465 4,1

Gabão Libreville 1.517.685 267.667 60,2

O estado das infraestruturas no Gabão tem constituído um entrave ao crescimento do país, destacando-se por
exemplo, a fragilidade ao nível das infraestruturas de transporte, eletricidade, água e telecomunicações que
constituem uma barreira ao investimento e consequentemente um entrave à competitividade do país.

A construção e o desenvolvimento de infraestruturas constituem uma prioridade no seio da sociedade


gabonesa, encontrando-se de momento em desenvolvimento o projeto “L’avenir en confiance” que tem como
principal objetivo reduzir o isolamento do Gabão até 2016, através do desenvolvimento da rede de transportes.

As infraestruturas têm representado 70% dos investimentos do Governo. O seu desenvolvimento tem
permitido a ligação entre as populações, as regiões e os negócios. As infraestruturas subdividem-se em
infraestruturas rodoviárias, aéreas, ferroviárias, fluviais e marítimas.

O Gabão é constituído por diversos corredores que representam áreas geográficas que permitem a ligação
entre os polos de maior atividade económica e as infraestruturas que favorecem a comunicação (transportes,
energia, telecomunicações). Este facto permite, assim, favorecer a descentralização das zonas de
desenvolvimento.

Encontram-se definidos três corredores prioritários de desenvolvimento que permitem a cobertura do Gabão:

1. O corredor Transgabonês que liga Port-Gentil e Belinga;


2. O corredor norte;
3. O corredor sul.

As principais necessidades ao nível das infraestruturas dizem essencialmente respeito às estradas, às


ferrovias, aos portos, aos aeroportos, a água e à energia.

33
Direção Geral de Estatística e Estudos Económicos do Gabão
79
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

34
Figura 8 – Mapa dos corredores do Gabão

Fonte: Governo
Francês

O documento estratégico do país 2011-2015 do Banco Africano de Desenvolvimento (BAfD) prevê o reforço
das infraestruturas nos seguintes setores:

Energia

No setor da energia, o custo elevado da eletricidade e a existência de uma oferta cada vez
mais deficitária levam a concluir pela emergência em reforçar os meios de produção e de
transporte de energia. As três zonas económicas especiais que se encontram em
construção necessitam de uma resposta rápida face aos constrangimentos técnicos e institucionais que advêm
do setor da energia. Face aos entraves originados por este setor, o Governo criou em 2010 uma agência de
regulação do setor da energia. Prevê-se a operacionalização desse setor e estabeleceu-se o objetivo de
passar da produção atual de energia de 373 MW para 12000 MW, até 2020, no sentido de responder a uma
procura de 1039 MW, privilegiando essencialmente a energia hídrica, em que o potencial do Gabão está
estimado entre 5000 e 6000 MW.

O BAfD e o Banco Mundial preveem apoiar a nova estratégia energética do Governo. O BAfD cofinanciará a
rede que permitirá transportar a eletricidade produzida ao nível das barragens “Impératrice” e FE2 para
Libreville permitindo, assim, efetuar a ligação com um certo número de cidades, zonas industriais e empresas
privadas. O financiamento permitirá apoiar também os projetos de conceção, construção e exploração por
promotores privados, das Centrais Hidroelétricas nas cascatas de “L’Impératrice” (56 MW) e FE2 (36 MW).
Este projeto de desenvolvimento permitirá ao BAfD acompanhar o Governo na implementação de uma
parceria público-privada.

34
Governo Francês - Ministério da Economia e das Finanças
80
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Água e saneamento

O aprovisionamento de água potável é caracterizado por um défice de oferta que é


agravado pelos cortes regulares de água.

O sucesso da política de diversificação económica passa pela existência de uma planificação adequada de
oferta de água.

As três zonas económicas especiais que se encontram em construção necessitam de uma resposta rápida
face aos constrangimentos técnicos e institucionais que advêm dos setores da água. Perante os desafios que
se colocam, o Governo criou em 2010 uma agência para a regulação do setor da água que se encontra em
operacionalização.

Transportes

Transportes Rodoviários

A rede rodoviária é constituída por 9.170 Km e encontra-se pouco desenvolvida. Esta possui
menos de 11% de estradas alcatroadas (1.055 Km) e cerca de 8.115 Km das estradas ainda
não se encontram revestidas. Existe um elevado nível de degradação, sendo que menos de
20% da rede não revestida se encontra em bom estado.

Estas condições constituem um entrave no que diz respeito ao desenvolvimento da atividade económica nas
zonas de produção e no comércio regional e constituem um fator impeditivo às trocas internas regionais e ao
desenvolvimento do setor do turismo.

No setor dos transportes, o BAfD irá apoiar o programa rodoviário 1 (PR1), o programa denominado
35
“Programme d’Aménagement du Réseau Routier” (PARR ) que visa a reabilitação de 2.579 Km de estrada,
compreendendo as estradas regionais para os países vizinhos (Camarões, Congo e Guiné-Equatorial).

No quadro da presente estratégia, estão previstas obras de realização através do programa rodoviário 2 (PR2)
num itinerário total de 245 Km. O PR2 é um segmento indispensável para a integração regional permitindo a
ligação entre o Gabão representando assim um instrumento fundamental para o corredor
Tripoli-Windhoek.

Transportes Marítimos

A rede marítima é constituída por dois portos que são, respetivamente, Libreville – Owendo
(para as mercadorias) e o porto de Port-Gentil (para o petróleo).

Em novembro de 2010, foi assinada uma convenção de gestão entre o gabinete dos portos do Gabão e a
Autoridade Portuária de Singapura, com vista a reforçar a capacidade dos portos do Gabão e o
posicionamento dos mesmos na sub-região e em África. Os projetos em curso estão relacionados com o porto
marítimo e águas profundas de Mayumba, o porto marítimo de Santa Clara e o porto fluvial de Lambaréné.

35
PARR – Programa para o desenvolvimento da rede rodoviária do Gabão
81
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Transportes Ferroviários

A rede ferroviária é constituída por 658 Km e permite efetuar a ligação desde Libreville até
Franceville e facilitar as atividades no setor florestal e mineiro. Uma segunda linha
ferroviária permite servir o sul do país com acesso ao porto de Mayumba.

Transportes Aéreos

O Gabão é constituído por três aeroportos internacionais, o aeroporto de Libreville, o


aeroporto de Port-Gentil e o aeroporto de Franceville. Existem ainda 60 aeródromos locais
dos quais 30 têm vocação comercial.

O aeroporto de Libreville recebe a maioria do tráfico internacional. Existem alguns


aeródromos tais como os de Mitzic, Oyem, Bitam, Makokou, Okondja, Akieni, Lastoursville, Koulamoutou,
Mouila, Tchibanga, Mayumba, Omboué, e Gamba com capacidade para receber aviões de médias dimensões.

A existência de aeroportos secundários em toda a extensão do território permite reduzir o isolamento


económico e social de algumas cidades, para as quais não existem acessos rodoviários nem outros.

A nível do tráfico internacional, o ano de 2010 registou um aumento do número de passageiros internacionais
de 10,5% face ao ano anterior.

Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC)

No setor das telecomunicações, a taxa de utilização de telefone fixo ronda os 5% e de


aproximadamente 90% para a rede móvel. A utilização de internet pela população ronda
os 5,76% e a banda larga é muito pouco usada tendo apenas 1,8% de utilização.

A otimização da rede de telecomunicações passa pelo desenvolvimento de uma rede de telecomunicação de


banda larga em fibra ótica.

O BAfD prevê a possibilidade de apoiar o desenvolvimento da rede nacional de telecomunicações de banda


larga através de cabos de fibra ótica para aumentar a largura da banda que possibilitará a disponibilização de
diversos serviços (serviço telefónico, internet, etc.) de melhor qualidade aos cidadãos, empresas públicas e
privadas.

Através desta intervenção, prevê-se uma melhoria na qualidade das trocas entre os países da região.

82
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

2.5. Grandes projetos de investimento previstos


em infraestruturas36
O aperfeiçoamento de redes integradas de infraestruturas regionais constitui o vetor para o desenvolvimento
socioeconómico que permitirá a diminuição da pobreza existente no país.

O Programa de Desenvolvimento das Infraestruturas em África (PIDA), órgão do BAfD, intervém no Gabão por
forma a estabelecer uma estratégia para o desenvolvimento do país à escala regional e continental que
seguidamente se apresenta:

Desenvolvimento dos três corredores estratégicos

 Infraestruturas energéticas - o Gabão é dotado de recursos naturais abundantes no plano energético


(petróleo e gás) e beneficia ainda de um elevado potencial hidroelétrico;
 Infraestruturas de transporte – permitem a conexão dos polos económicos do Gabão por forma a
facilitar o fluxo de pessoas e mercadorias;
 Infraestruturas tecnológicas – o objetivo é o de desenvolver uma rede nacional de fibra ótica e uma
conexão internacional de acordo com as normas internacionais graças às suas duas redes submarinas
(SAT 3 e ACE) e à rede nacional (wi max, 3g+, adsl).

Desenvolvimento ao nível das infraestruturas de transportes

 Infraestruturas marítimas – os dois principais portos de águas profundas do Gabão são os portos de
Owendo e de Port-Gentil. Está em construção um terceiro porto, o porto de Mayumba;
 Infraestruturas aeroportuárias – são constituídas por uma rede de 27 aeroportos e aeródromos locais
dos quais se destacam os três aeroportos principais com ligações internacionais;
 Infraestruturas rodoviárias – a rede rodoviária é constituída por 9.170 Km. Este setor encontra-se
atualmente em reorganização progressiva permitindo a aproximação à periferia e às províncias do
Gabão;
 Infraestruturas ferroviárias – a rede ferroviária é constituída por 814 Km que fazem a ligação entre os
polos mineiros e florestais e com o porto de águas profundas em Owendo. Encontra-se em curso um
processo de modernização.

Zonas Económicas Especiais

No âmbito da industrialização da economia gabonesa, o Estado decidiu criar zonas económicas francas. Estas
zonas irão permitir a criação de novas áreas de crescimento permitindo atrair novos investidores. As zonas
encontram-se atualmente operacionais:

 Zona Económica Especial de Nkok;

 Zona Franca da Ilha de Mandji;

 Zona agrícola de Franceville.

Com o objetivo de tornar o Gabão num país competitivo, o Estado prevê a realização de um investimento ao
nível das infraestruturas que permitirá assegurar a conclusão dos corredores referidos e a realização de outros
projetos de outros projetos relacionados com o setor das infraestruturas.

36
Governo Francês - Ministério da Economia e das Finanças
83
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

A tabela seguinte representa uma estimativa de orçamento de investimento do Estado que permitirá a
conclusão das obras referidas.

Tabela 13 – Total dos investimentos dos projetos (Milhares de francos CFA)

38
37 OPEX
Duração CAPEX Total
(duração de 50 anos)

Curta 3.465 65 3.530

Média 3.067 58 3.124

Longa 735 14 749

Total 7.267 137 7.403

O Governo pretende tornar o Gabão num destino atrativo, propício aos negócios, melhorando a qualidade de
vida dos seus habitantes e tornar Libreville numa capital internacional e um lugar privilegiado para as
empresas.

Alguns projetos poderão beneficiar da participação do setor privado, nomeadamente, as infraestruturas


geradoras de rendimentos e os projetos de desenvolvimento imobiliário urbano.

Os projetos que se afiguram prioritários ao nível das infraestruturas são:

 Ao nível nacional, os projetos que dizem respeito à produção de eletricidade, redes rodoviárias e
outros meios de transporte, projetos económicos especiais (Zonas Económicas Especiais,
desenvolvimento do turismo cultural, telecomunicações, desenvolvimento urbano e desenvolvimento
de Bélinga);

 Os projetos em Libreville que se encontrem relacionados com o desenvolvimento urbano, gestão das
águas (água potável e águas usadas), reforço da estrutura organizacional do Grande Libreville e
criação de um sistema de transporte seguro e eficaz para todos os projetos futuros nestas áreas
geográficas e projeto de desenvolvimento urbano do Port Mole do Champ Triomphal.

37CAPEX – Capital expenditure (despesas de capital ou investimento em bens de capital)


38 OPEX – Operational Expenditure (capital utilizado para manter ou melhorar os ativos fixos de uma empresa, tais como equipamentos,
propriedades e imóveis)
84
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

2.6. Abertura da economia e relações comerciais

A economia gabonense pode ser considerada bastante aberta, especialmente devido à exportação de
produtos petrolíferos e à importação de bens de consumo e equipamentos.

Com as Balanças Comercial e Corrente superavitárias o país consegue manter em boas condições as suas
contas externas, diminuindo as suas necessidades de financiamento.

A inflação tem-se mantido em níveis baixos, especialmente para países africanos em desenvolvimento, o que
evidencia uma boa conjugação da política fiscal com a política monetária conduzida pelo BEAC. Com a
inflação controlada e um crescimento estável na região, o franco CFA tem-se igualmente mantido
relativamente estável, nomeadamente para anos de turbulência nos mercados financeiros.

Tabela 14 - Indicadores caracterizadores da economia externa do Gabão

Gabão 2008 2009 2010 2011 2012

Taxa de câmbio (US$ / franco CFA) 447,81 472,18 495,28 471,87 510,53

Inflação 5,26% 1,89% 1,46% 1,27% 2,66%

Balança Comercial (em % do PIB) 51,80% 38,30% 38,30% 43,70% 45%

Balança Corrente (em % do PIB) 22% 12,70% 8,20% 8,80% 9,60%

Abertura da economia 81% 68,90% 74,10% 75,90% 76%

Fonte: Banco Mundial, BAfD.

Importações

As importações apresentam alguma diversificação, especialmente quando comparadas com o leque de


produtos que o país exporta. O nível das importações, calculado em percentagem do PIB tem-se mantido
estável e sempre inferior a 20% do PIB.

Apesar de ser expectável que as importações aumentem a par do desenvolvimento do país e do aumento do
rendimento disponível das famílias, não é esperada uma mudança significativa no peso relativo das
importações para a economia do Gabão ao longo dos próximos anos.

O top4 de países fornecedores do Gabão é composto por França, China, EUA e Bélgica, totalizando, em 2012,
perto de 57% das importações totais do Gabão.

Desde 2008, que o mercado de fornecedores do país é composto por estes 4 países, no entanto, a China
ganhou importância nas importações do Gabão, passando a ser o 2º mercado fornecedor do país em 2012,
quando era apenas o 4º mercado fornecedor em 2008.

85
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Gráfico 49 - Evolução das importações do Gabão e principais países de origem

100% 4,000
Espanha
3,665
90% 3,631 Congo
3,500
Turquia
Peso nas importações totais do Gabão

80%
2,983 3,000 Índia
70% 3%

Importações mihões US$


3% 2,563 3% 3% 4% África do Sul
2%
4% 4% 2,501 4% 4% 4% 2,500
60% 3% Reino Unido
4% 4% 4% 4%
5% 4% 4%
3% 6% Japão
50% 7% 7% 6% 2,000
8% Alemanha
6% 10%
10% 8% 9% Holanda
40%
8% 1,500
5% 6% 6% 13% Itália
30%
Camarões
1,000
20% Bélgica
33% 32% 32% 33%
29% 500 EUA
10%
China

0% - França
2008 2009 2010 2011 2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2008-2012


As importações do Gabão cresceram,
em média, 9,1% por ano, entre 2008
e 2012
Gráfico 50 – Evolução das importações gabonesas por produtos

100%
193,222 195,147 235,773 278,535 278,854
90%
80%
70% 1,005,893 1,485,358 1,457,331
1,176,889 1,321,320
60%
50%
40% 399,178 486,400 493,249 685,539 739,068
30% 225,806 351,200
255,695 273,169 321,713
20%
10% 348,725
326,799 404,770 500,886 478,794
0%
2008 2009 2010 2011 2012

Alimentos e animais vivos Bebidas e tabaco


Matérias-primas (exceto combustíveis) Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados
Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras Químicos e produtos relacionados
Bens manufaturados Maquinaria e equipamento de transporte
Outros artigos manufaturados Commodities e transações n.e.

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2008-2012

Entre 2008 e 2012 as importações do Gabão não sofreram alterações relevantes, sendo que o país
maioritariamente importa maquinaria e equipamento de transporte, bens manufaturados e alimentos,
representando estes 3 conjuntos de produtos cerca de 74% do total de produtos importados pelo país.

86
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Gráfico 51 - Importações do Gabão – Top produtos

Alimentos e animais vivos

8% 13% Bebidas e tabaco

2%
Combustíveis minerais, lubrificantes e
4% materiais relacionados

Químicos e produtos relacionados


9%
40%
Bens manufaturados

Maquinaria e equipamento de transporte


21%

Outros artigos manufaturados

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Gráfico 52 – Importações gabonesas de França

Alimentos e animais vivos

11% 14% Bebidas e tabaco

4% Combustíveis minerais, lubrificantes e


materiais relacionados
2%
Químicos e produtos relacionados

15% Bens manufaturados


38%

Maquinaria e equipamento de
transporte
15%
Outros artigos manufaturados

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

87
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Gráfico 53 – Importações gabonesas da China

3%
11% 3%

Alimentos e animais vivos

Químicos e produtos relacionados

Bens manufaturados
38%

Maquinaria e equipamento de
transporte
44% Outros artigos manufaturados

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Gráfico 54 – Importações gabonesas dos EUA

Alimentos e animais vivos


5% 8%
3%
5% Combustíveis minerais, lubrificantes e
materiais relacionados

13%
Químicos e produtos relacionados

Bens manufaturados

65%
Maquinaria e equipamento de transporte

Outros artigos manufaturados

FontFFonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

88
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Gráfico 55 – Importações gabonesas da Bélgica

Alimentos e animais vivos

4% 9% Matérias-primas (exceto combustíveis)

6%
Combustíveis minerais, lubrificantes e
materiais relacionados

35% Óleos vegetais e animais, gorduras e


15% ceras

Químicos e produtos relacionados

Bens manufaturados
9%
Maquinaria e equipamento de transporte
21%
Outros artigos manufaturados

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Gráfico 56 - Importações do Gabão à CPLP

70

60 5
5
Importações (milhões US$)

18
50 9
4
40

30 56 56
44 45 42
20

10
2 2 2 2 2
-
2008 2009 2010 2011 2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012 Angola Brasil Portugal

A CPLP representa apenas 1,45% do total de importações


do Gabão, sendo que o Brasil é o principal responsável Sendo estatisticamente irrelevantes, as
pelas exportações da CPLP para este país, representando exportações de Portugal correspondem em
1,14% do seu total de importações. Além do Brasil, apenas grande parte a maquinaria, ferro, aço e produtos
Portugal e Angola têm exportações para o Gabão com derivados destes
importância estatística, dentro dos EM da CPLP.

89
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Dado o decréscimo das exportações brasileiras para o Gabão, a CPLP diminuiu assim o seu peso nas
importações totais do país, entre 2008 e 2012. No entanto, Portugal conseguiu aumentar a sua participação de
0,21% para 0,25%, no mesmo período.

Gráfico 57 - Importações do Gabão provenientes do Brasil

Alimentos e animais vivos


6%
9%

3% Combustíveis minerais, lubrificantes e


materiais relacionados

Bens manufaturados

79%
Maquinaria e equipamento de transporte

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Figura 9 - Principais importações do Gabão provenientes do Brasil

Brasil
1,14% das importações do
Gabão

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

90
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Gráfico 58 - Importações do Gabão provenientes de Portugal

8%

25% Alimentos e animais vivos


13%
Combustíveis minerais, lubrificantes e
materiais relacionados
Bens manufaturados

Maquinaria e equipamento de transporte

48%

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Exportações

Os principais destinos das exportações gabonesas são os EUA, a China, a França e Trinidade e Tobago,
sendo que estes 4 países absorvem cerca de 65% das exportações totais do Gabão. Estes 4 países compõem
assim o top4 de mercados destino das exportações gabonesas desde 2008. Contrariamente ao que acontece
em outros países africanos, a China tem perdido importância nas exportações do país, enquanto os EUA estão
a aumentar o seu peso relativo.

Gráfico 59 - Evolução das exportações do Gabão e principais países de destino

100% 12,000
Itália

90%
Holanda
9,766 10,000
Peso nas exportações totais do Gabão

9,665
80% Japão
9,566 2.94% 3.03% 3.08% 3.06%
3.51% 5.91% 4.19% 4.20% 4.32%
70% 1.87% 8,686 Coreia
4.24% 4.92% 5.09% 5.12% 8,000
6.24%
4.37% 5.54% 5.63% 5.68% Aalemanha
60% 6.80%
6.23%
6.80% 6.64% 6.67%
6.37% Índia
50% 6,000
19.42% 5,356 16.13% 16.03% 15.86% Malásia
13.25%
40%
Espanha
4,000
30% Trinidade e Tobago

20% França
35.66% 36.51% 36.71% 36.53% 36.58% 2,000
China
10%
EUA
0% -
2008 2009 2010 2011 2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2008-2012


91
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Gráfico 60 – Evolução das exportações gabonesas

100%
90%
80%
70%
60% 6,562,697
7,180,341 3,982,114 7,669,857 7,602,119
50%
40%
30%
20%
10% 1,861,529 1,038,870 1,643,021 1,594,192 1,562,910
0%
2008 2009 2010 2011 2012

Alimentos e animais vivos Bebidas e tabaco


Matérias-primas (exceto combustíveis) Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados
Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras Químicos e produtos relacionados
Bens manufaturados Maquinaria e equipamento de transporte
Outros artigos manufaturados Commodities e transações n.e.

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2008-2012

Cerca de 79% das


Gráfico 61 – Exportações gabonesas – Top produtos exportações do Gabão são
petróleo

2%
2% Matérias-primas (exceto combustíveis)
16%

Combustíveis minerais, lubrificantes e


materiais relacionados

Bens manufaturados

79% Maquinaria e equipamento de transporte

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

92
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Gráfico 62 – Exportações gabonesas para os EUA

Combustíveis minerais, lubrificantes


e materiais relacionados

99%

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012 A cortiça e a madeira


representam ainda 9,12% das
exportações do país

Gráfico 63 – Exportações gabonesas para a China

Matérias-primas (exceto combustíveis)


46%
53%

Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais


relacionados

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

93
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Gráfico 64 – Exportações gabonensas para França

1% Matérias-primas (exceto
3% combustíveis)
17%
14%
Combustíveis minerais,
lubrificantes e materiais
relacionados
Bens manufaturados

Maquinaria e equipamento de
transporte

Outros artigos manufaturados


64%

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Gráfico 65 – Exportações gabonensas para Trinidade e Tobago

0%

Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais


relacionados

100%

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

A CPLP representa apenas 0,25% do total das exportações do Gabão, sendo Portugal, dentre os membros da
CPLP, que mais produtos gabonenses absorve, representando 0,13% do total das exportações gabonesas.
94
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Gráfico 66 - Exportações do Gabão para a CPLP

30

25
Exportações (em milhões US$)

5 5
20
4 5

15

11 4 13 13
11
10

7
5 2 1 1 1
0 5 5
4 3 4
-
2008 2009 2010 2011 2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012 Angola Brasil Portugal São Tomé e Príncipe

A maioria dos produtos que o Gabão exporta para Portugal, cerca de 93%, são produtos de madeira: madeira
em bruto, madeiras pouco trabalhada, madeira folheada e travessas de madeira.

Gráfico 67 – Exportações gabonesas para Portugal

6%
Matérias-primas (exceto combustíveis)
12%

Bens manufaturados

Maquinaria e equipamento de
82% transporte

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

95
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

2.7. Principais setores de oportunidade

O Gabão é um país com uma economia ainda pouco desenvolvida e com um subsolo extremamente rico. Nos
últimos anos, tem sido levado a cabo um conjunto de reformas estruturais por forma a tornar o país numa
economia emergente até 2025. Inicialmente, estas reformas tinham o objetivo de tornar o crescimento do país
mais regular e abrangente e ajudar a salientar as maiores oportunidades de investimento.

O país é ainda o centro de vários destinos na região da África Central e pode ser considerado uma plataforma
para as trocas comerciais com a África do Sul. É membro de 2 grupos regionais – CEMAC e CEEAC – e de
39
várias organizações multilaterais – OMC, BM e MIGA - representando, deste modo, um mercado potencial de
mais de 130 milhões de consumidores.

Alguns pontos fortes do país são:

 A estabilidade das instituições políticas, que oferecem um quadro favorável para a implementação de
reformas estruturais indispensáveis à diversificação da economia;

 A sua integração na CEMAC, onde as políticas regionais oferecem estabilidade monetária a longo
prazo;

 A existência de uma força de trabalho jovem que, no entanto, requer formação adequada por forma a
ir de encontro aos imperativos do desenvolvimento económico, particularmente no setor produtivo;

 A existência de recursos naturais, cujo desenvolvimento oferece inúmeras oportunidades. Ainda


assim, o desenvolvimento de polos de crescimento alternativos é indispensável para o crescimento
destas economias.

Indústria extrativa, petróleo e gás


Oportunidades de exploração de gás natural, a possibilidade de construção de um complexo petroquímico na
região de Port-Gentil, e de desenvolvimento dos recursos minerais, através dos depósitos de ferro em Bélinga.

Setor florestal
Um dos setores que mais irá crescer nos próximos 30 anos, permitirá responder à exaustão gradual da
produção de petróleo. No início de 2010, o Governo elevou a meta da produção de madeira para os 100%
(75% em 2012). Este setor tem contribuído para a criação de emprego e para a redistribuição de lucros.

Para garantir o estímulo das unidades de processamento, da exportação de produtos de elevado valor
acrescentado, da criação de empregos e geração de divisas, o Gabão desenvolveu uma Zona Económica
Especial focada na indústria da madeira.

O desenvolvimento destas zonas económicas cria uma procura potencial que oferece enormes oportunidades
de negócio para outros setores (eletrónica e componentes elétricos, cabos, plásticos, etc.).

Processamento agrícola e pesca industrial


Fonte de criação de emprego, principalmente nas proximidades de áreas urbanas e periurbanas. A pesca
industrial também oferece oportunidades de emprego com um potencial estimado de 300.000 toneladas por
ano.

39
MIGA - Multilateral Investment Guarantee Agency (Agência Multilateral de garantia de investimentos)
96
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Turismo

O potencial do turismo no Gabão é considerável, tendo em conta a sua rica biodiversidade e o elevado número
de parques nacionais. Todo o território é apropriado para a prática de diversas atividades, incluindo os safaris.

Potencial hidroelétrico

Estimado entre 5.000 e 6.000 MW, o potencial hidroelétrico do Gabão coloca-o em 5º lugar quando comparado
com os restantes países do continente africano.

As barragens hidroelétricas em construção (Ivindo, Grand e Poubara) e as perspetivas de interligação sub-


regional deverão permitir ao país exportar, a longo prazo, os excedentes de energia para os restantes países
da CEEAC.

2.8. IDE no Gabão

A indústria petrolífera é a maior beneficiária do IDE no Gabão. No entanto, esforços governamentais têm sido
no sentido de diversificação da economia, nomeadamente procurando tornar outros setores de atividade
igualmente atrativos ao IDE.

Apesar das grandes vantagens do país, com um rendimento per capita relativamente alto para a região e a
acessibilidade de certos inputs como o petróleo, o país tem-se mantido pouco atrativo ao IDE devido ao seu
reduzido mercado, à economia paralela, à baixa produtividade do fator trabalho, ao elevado custo salarial para
a região e existência de poucas infraestruturas.

Analisando em particular o IDE, apesar de algum declínio entre 2008 e 2010 o Gabão tem vindo a recuperar
(ainda que com valores reduzidos) sua capacidade de atração de IDE, tendo atingido em 2012 cerca de US$
702 milhões de investimento externo no seu país. Por outro lado, os investimentos do Gabão no estrangeiro
têm-se mantido ao longo dos abaixo US$ 100 milhões por ano.

Gráfico 68 - Fluxos de IDE no Gabão

900
Fluxos de IDE em milhões de US$

800
773 702
696
700

600 573
499
500

400

300

200
96 87 81 88 85
100

-
2008 2009 2010 2011 2012

Inward Outward

Fonte: International Trade Center (Centro Internacional de Comércio); UNCTAD, UNCTADstat

97
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

2.9. Financiamento à economia

2.9.1. Principais bancos presentes

O setor financeiro do Gabão está entre os menos Estrutura acionista bancária


Figura 10 - Estrutura acionista bancária em África
desenvolvidos da região da África subsariana. É
40
composto por 9 bancos , três dos quais detêm 65%
dos depósitos e empréstimos de clientes: o BGFI,
o BICIG, e o UGB.

Os empréstimos concedidos ao setor privado estão


abaixo da média dos países exportadores de petróleo
da África Subsariana: 17,6% do PIB excluindo o
petróleo, em 2012, contra 18,3%, em 2011.

Os ativos do setor bancário representam 21% do PIB


do país e os empréstimos concentram-se em setores
como o petróleo, telecomunicações e imobiliário.

As instituições de microcrédito, os fundos de pensões e


seguradoras têm um papel limitado na prestação de
serviços financeiros. Predominantemente local

Equilibrada

O acesso a serviços financeiros é ainda limitado. A Estrangeira e Governo


insuficiente proteção dos investidores, o fraco Predominantemente estrangeira
cumprimento dos contratos e a baixa bancarização
Predominantemente Governo
constituem os principais entraves à oferta de crédito. O
Excluído
sistema de pagamentos é pouco desenvolvido, com
elevados custos para as empresas. Neste contexto, o (Fonte: World Bank Staff Estimates, 2007)

crescimento do crédito ao setor privado acelerou


fortemente em 2012 (44% face a 2011), refletindo principalmente o aumento da procura na construção,
transportes, telecomunicações e setores petrolíferos. A maior liquidez e confiança na solidez da economia e o
aumento da concorrência entre os bancos aumentaram a oferta de crédito, inclusive no crédito ao consumo.

Os dois bancos de desenvolvimento (que representam menos de 10% dos empréstimos totais e menos de 3%
dos depósitos totais) têm altos níveis de crédito em incumprimento e têm vindo a registar perdas. Tendo por
base as recomendações da COBAC (Comissão Bancária da África Central),as autoridades introduziram, no
contexto dos planos de reestruturação, mudanças na estrutura e governação desses bancos.

COBAC

A COBAC é um dos órgãos responsáveis pela implementação da cooperação monetária entre os EM da CEMAC.
É responsável, sob as condições estabelecidas no anexo à Convenção de 16 de outubro de 1990, por assegurar o
cumprimento, pelas instituições de crédito, das leis e regulamentos adotadas pelas autoridades nacionais, pelo
comité da União Monetária da África Central (UMAC) e pelo BEAC. Em particular, a COBAC é responsável pelo
controle das condições de funcionamento das instituições de crédito, pela garantia da qualidade da sua situação
financeira e por assegurar o cumprimento das normas éticas

40
BICIG (Banque Internationale pour le Commerce et l’Industrie du Gabon), BGFI (Banque Gabonaise et Française Internationale),
UGB (Union Gabonaise de Banque), Citibank Gabon, Alios Finance, BHG (Banque de l’habitat du Gabon), SOGACA (Société Gabonaise
de Crédit Automobile), Banque National de Crédit Rural, Banque Populaire du Gabon.
98
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

2.9.2. Bancarização da
população Figura 11 - Contas bancárias (% +15 anos) em
Contas bancárias (% +15anos)
África
Os bancos dominam o setor financeiro do país,
existindo apenas um número reduzido de
instituições não financeiras ativas. A maioria da
população não tem acesso a qualquer tipo de
serviços financeiros, nem mesmo aos tradicionais
serviços informais, predominantes noutras
economias africanas.

No ano de 2009, apenas 95 em cada 1.000 adultos


tinham depósitos em bancos comerciais e apenas
46 em cada 1.000 tinham contraído empréstimos.

Com vista a aumentar o acesso às instituições


financeiras, as autoridades do Gabão apoiaram a
criação de um fundo de desenvolvimento e
crescimento para apoiar as PME, bem como a < 10%
criação de uma agência especializada para
Entre 10% e 20%
promover o investimento privado.
Entre 20% e 30%

A percentagem da população com acesso a conta Entre 30% and 40%

bancária aumentou de 16% em 2010 para 21% em > 40%

2011. A recente criação dos correios, a abertura de Não disponível


novos bancos, as infraestruturas melhoradas e a (Fonte: World Bank, Global Financial Inclusion Database, 2011)
introdução do mobile money deverão melhorar o
acesso aos serviços financeiros.

Quanto ao número de caixas automáticas existentes (ATM), tem-se verificado uma evolução positiva (em 2011
existiam cerca de 11 caixas automáticas por cada 100.000 adultos, mais 50% que em 2004). Quando
comparado com os outros países da mesma região, verificamos que o Gabão se encontra acima da média. No
entanto, segundo o ranking do “The Global Economy”, a média mundial, em 2011, era de 47 caixas
automáticas por cada 100.000 adultos. Pelo que, tanto o Gabão como os restantes países da CEEAC têm um
longo caminho a percorrer neste domínio.

Gráfico 69 – Caixas automáticas no Gabão

12 11.1

10 9.4
8.0
8
5.9 6.2 6.3
6 5.3 5.5

-
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Caixas Multibanco por cada 100 mil adultos
Caixas automáticas por cada 100 mil adultos

Fonte: The Global Economy (A economia global).

99
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Gráfico 70 - Número de caixas automáticas – comparação com outros países da CEEAC


18 Angola
15.98
16
14
12 Gabão
11.12
10
9,37
8 8,04
6 6,16 6,31
5,46 5,88
4 Ruanda
2.74
2
Burundi; 0.67
- Chade; 0.52
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Fonte: The global economy (A economia global).

2.9.3. Taxa de juros de empréstimos

As taxas de juro têm-se mantido relativamente constantes, apresentando valores reduzidos, quando
comparado com o verificado em muitos países da África Central.

41
Tabela 15 - Evolução das taxas de juro no Gabão (2008-2012)

2008 2009 2010 2011 2012

Taxas de juro de depósitos 3,8% 3,3% 3,3% 3,3% 3,3%


Taxa de juro real (%) (0,4%) 5,1% 5,9% 4,2% 2,2%

2.9.4. Bolsa de Valores

A região da África Central tentou criar uma bolsa de valores comum aos EM. No entanto, como não foi
possível chegar a acordo entre os EM em relação ao país onde estaria sediada a bolsa, pelo que estes planos
foram temporariamente arquivados.

O Gabão decidiu então criar a sua própria bolsa de valores, a Bolsa de Valores da África Central
42
(Central African Stock Exchange – BVMAC ), bem como nos Camarões, a Bolsa de Valores de Douala
(Douala Stock Exchange - DSX).

Ultimamente têm sido feitos esforços no sentido de integrar as duas bolsas numa bolsa única.

41
Banco Mundial, FMI
42
BVMAC – Bourse des Valeurs Mobiliéres d’Afrique Centrale
100
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

3. São Tomé
e Príncipe

101
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

3.São Tomé e Príncipe. Uma esperança em


África

São Tomé e Príncipe (STP) é um país de pequena


Figura 12 - O continente Africano – São Tomé dimensão, situado no golfo da Guiné, na linha do
e Príncipe equador, que se caracteriza por ter uma reduzida área de
solo arável, correspondendo apenas a 9,5% da superfície
do arquipélago. Nas terras mais férteis desenvolveu-se a
cultura do cacau e, em menor escala, a cultura do café.
Com a proclamação da Independência Nacional, foi
confiado ao M.L.S.T.P. (Movimento de Libertação de São
Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata), a
responsabilidade de, como mais alto órgão político da
Nação, assumir a direção da sociedade e do Estado em
São Tomé e Príncipe, com o principal objetivo de garantir
a independência e a unidade nacionais, mediante a
construção de um Estado Democrático.

O território da República Democrática de São Tomé e


Príncipe é composto pelas Ilhas de São Tomé e do
Príncipe, pelos Ilhéus das Rolas, das Cabras, Bombom,
Boné Jockey, Pedras Tinhosas e outros ilhéus
adjacentes, pelo mar territorial, pelas águas
arquipelágicas (águas interiores) situadas no interior das
ilhas e o espaço aéreo que se estende sobre o conjunto
territorial atrás definido. O Arquipélago apresenta um cenário imponente, resultado da vegetação tropical muito
rica, que constitui a sua principal referência paisagística.

Relativamente às principais relações económicas, deve ser referida a cooperação próxima com Angola na
área da segurança, mais concretamente a nível de formação e disponibilização de equipamentos, bem como a
entrada da Unitel (empresa de telecomunicações móveis) e do BAI (Banco Angolano de Investimentos), nas
áreas de telecomunicações e banca, respetivamente, no mercado santomense. Portugal também apoia o país
na área de segurança nos mesmos moldes, aproveitando seu o potencial turístico através do Grupo Pestana.
É ainda fundamental referir o potencial local em termos de exploração petrolífera, que conta já com a
portuguesa Galp e a angolana Sonangol.

102
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

3.1. Macroeconomia
3.1.1. PIB da Economia de São Tomé e Príncipe

São Tomé e Príncipe é o país com menor peso na região, representando, em 2012, 0,1% do PIB da CEEAC.
43
Gráfico 71 - Representação da percentagem do PIB dos EM da CEEAC, 2012

Angola República Centro-


51.2% Africana
Congo 1.00%
6.1%
Chade
4.9%

Outros
37.5%
São Tomé e Príncipe
0.10%
Burundi
1.10%

Rep. Dem. Congo


8.0% Camarões Guiné Equatorial
11.2% 7.9%
Gabão
8.4%
Fonte: Banco Mundial (PIB 2012)

São Tomé e Príncipe possui uma economia de dimensão reduzida, com um nível de rendimento baixo,
marcada por algumas deficiências estruturais significativas, muito dependente das importações e da ajuda
internacional. Não obstante a relevância desses constrangimentos, é notório o esforço que as autoridades
santomenses têm vindo a fazer no decurso dos últimos anos, através de um conjunto de iniciativas em
44
diversos domínios , tais como a recente Estratégia Nacional de Redução da Pobreza 2012 – 2016 (ENRP); o
novo programa de ajustamento apoiado pelo FMI (em vigor desde Julho de 2012) ou o Acordo de Cooperação
Económica (ACE) vigente com Portugal (ver caixa).

ACE entre STP e Portugal

O ACE entre a República Portuguesa e a República Democrática de São Tomé e Príncipe, assinado a 28
de julho de 2009, durante a visita oficial do Ministro de Estado e das Finanças a São Tomé, tem com o
objetivo reforçar a Estabilidade Macroeconómica e Financeira de STP. Este Acordo, que estabelece uma
base jurídica para a cooperação nos domínios económico e financeiro, define as condições através das
quais as partes constituem um enquadramento institucional e operacional, com vista a apoiar a intenção
das autoridades santomenses de optarem por um regime cambial assente no euro como âncora fixa da
dobra santomense.

A estabilidade macroeconómica e financeira, e a sustentabilidade do regime cambial, potenciarão de forma


significativa o sucesso das profundas reformas económicas que têm vindo a ser implementadas, e que
tendem ao ajustamento, à abertura e ao crescimento sustentado da economia .

Fonte: Gpeari – Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais


43
Banco Mundial, 2012
44
Banco de Portugal
103
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

A pobreza e o desenvolvimento humano têm constituído algumas das principais preocupações do país. Neste
contexto, o Governo destinou no Orçamento de Estado para 2013 uma importante parte dos recursos à
educação e à saúde. Os esforços do setor público neste sentido, aliado às melhorias registadas na prestação
de serviços sociais, têm ajudado o país a melhorar o seu IDH.

Tabela 16 - Indicadores sociais de São Tomé e Príncipe

Esperança média de Número médio de anos de Taxa de Índice de pobreza


IDH 45
vida escolaridade alfabetização multidimensional
144.º
64,9 anos 4,7 anos 89,2% 0,154
(Baixo)

Fonte: Relatório de Desenvolvimento Humano 2012 – Nações Unidas

A evolução da conjuntura macroeconómica ao longo de 2011 e do primeiro semestre de 2012 esteve,


genericamente, em consonância com os esforços do Governo nos últimos anos, conforme se pode observar
pelas seguintes tendências económicas: (i) a intensificação do ritmo de crescimento económico, (ii) a redução
modesta, mas generalizada, dos desequilíbrios externos, (iii) a preservação das reservas cambiais em
patamares aceitáveis e, merecendo maior destaque, (iv) o aprofundamento da consolidação orçamental e (v) o
abrandamento da tendência inflacionária.

Gráfico 73 - Evolução do PIB nominal em US$ Gráfico 72 - Evolução do PIB nominal em %

300.0

250.0 7
263.729
248.287 6 5.8
200.0 4.9
5
196.474 201.038 4.5
150.0 183.465 4 4.5
4
100.0 3
2
50.0
1
- 0
2008 2009 2010 2011 2012 2008 2009 2010 2011 2012

O crescimento real de 4,9% em 2011 (4 décimas acima do estimado para esse ano) ficou a dever-se,
essencialmente, a duas variáveis cruciais: (i) por um lado, a ajuda externa, que sustenta grande parte do
investimento público, por outro lado (ii) o IDE, que tinha registado uma quebra acentuada em 2009 e
recuperou significativamente a partir do segundo semestre de 2010. Uma vez que o país se situa no Golfo da
Guiné, uma região rica em hidrocarbonetos, a perspetiva da descoberta de petróleo tem atraído algum IDE e
estimulado o crescimento económico.

Em termos setoriais, São Tomé e Príncipe tem vindo a registar um bom desempenho nos setores da
construção, agricultura, turismo e outros serviços. O turismo tem um grande potencial, e desde meados de
2000 passou a ser considerado como setor estratégico para o país. É visto como um importante promotor de
transformações socioeconómicas internas, fundamentalmente ao nível da saúde e das infraestruturas,
contribuindo assim para o desenvolvimento social e económico e para a melhoria das condições de vida da
população.

45
Número médio de anos de escolaridade recebida por pessoas com mais de 25 anos
104
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

3.1.2. Orçamento Geral do Estado

Gestão Orçamental

Nos últimos anos, o compromisso das autoridades para com a gestão do orçamento tem sido notório. Durante
o terceiro trimestre de 2012, o Governo deu continuidade aos seus esforços de consolidação orçamental,
implementando políticas com vista a tornar o país mais resistente aos choques externos e a evitar distorções
desnecessárias nos gastos.

No Orçamento Geral do Estado para 2013, o Governo estabeleceu como meta um défice primário interno de
3,1% do PIB para 2013, situado ligeiramente abaixo da meta e resultados do ano transato. Para tal, a
estratégia do Governo consiste em reforçar a coleta de receitas através da modernização das administrações
tributária e alfandegária e do alargamento da base tributária (ver caixa), continuando a conter a despesa não
prioritária.

O programa da reforma do Governo para reforçar as finanças públicas centrou-se nas


administrações tributária e alfandegária e na gestão das finanças públicas. As ações específicas
incluíam:

 Aumentar o cumprimento tributário voluntário através da melhoria da qualidade dos serviços ao


contribuinte;
 Melhorar a gestão dos contribuintes ao nível da administração tributária; Prosseguir com a informação
e a educação aos contribuintes relativamente aos impostos cobrados pela administração tributária;
 Combater a fraude e a evasão fiscal com o melhoramento da seleção de contribuintes sujeitos a
auditoria, através da análise de risco, do alargamento da cobertura tributária a todo o país, e do reforço
da capacidade de resposta do Tribunal Tributário Nacional;
 Completar a implementação da segunda fase do SYDONIA WORLD (Sistema Aduaneiro
Automatizado), através da ativação de todas as suas funcionalidades e do estabelecimento de
procedimentos totalmente informatizados;
 Dotar as administrações tributária e alfandegária de recursos necessários, incluindo mais pessoal e
equipamento, para implementar as reformas acima mencionadas;
 Tomar medidas para operacionalizar na íntegra o Sistema de Administração Financeira do Estado
(SAFE-e) através da ativação do respetivo módulo de contabilidade;
 Estabelecer até ao final de junho de 2013 uma unidade multissetorial composta por representantes do
Ministério do Plano e Finanças, do Banco Central e do Instituto Nacional de Estatística para
desenvolver um plano de ação para a implementação do Quadro Fiscal de Médio Prazo (QFMP).
 Conseguir uma solução de longo prazo para a questão dos atrasados cruzados entre o Tesouro, a
EMAE (Empresa Nacional de Água e Electricidade) e a ENCO (Empresa Nacional de Combustíveis e
Óleos).

As estimativas da composição da despesa por natureza económica em 2013 refletem a intenção do Governo
Fonte: FMI,
em desenvolver Julho 2013
e ampliar as infraestruturas económicas e sociais, relativas ao aumento da produção de bens
e disponibilização de serviços à população, como a educação ou a saúde; e a construção de estradas, escolas
ou hospitais (despesas de investimento).

105
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

36
Gráfico 74 - Despesas públicas por classificação económica (OGE 2012 e OGE 2013)

OGE 2012
Despesas com o pessoal
O Orçamento Geral do Estado para 2013 consagrou
21% Bens e Serviços
um aumento das despesas com as infraestruturas
económicas e sociais (despesas de investimento).
Juros da Dívida
10%
57%
Subsídios e Transferências
10% Correntes
OGE 2013
Outras despesas correntes

Despesas de investimento Despesas com o pessoal

17%
Bens e Serviços

9% Juros da Dívida

Subsídios e Transferências
62% Correntes
11%
Outras despesas correntes

Despesas de investimento

Paradoxalmente, os orçamentos do Estado para 2012 e 2013 evidenciam a alta dependência do país à ajuda
externa. Em 2012, cerca de 43% do orçamento foi financiado por doadores externos e esse nível deverá
manter-se em 2013, embora em menor percentagem (37%).
46
Gráfico 75 - Financiamento do OGE - Recursos públicos 2012 e 2013

OGE 2012

16% Empréstimos do exterior OGE 2013

40% Donativos do exterior

Receitas Internas 9%
19% Empréstimos do
43% exterior
Financiamento interno
Donativos do exterior

35% Receitas Internas

Em média, nos últimos anos, 41% do


Orçamento foi financiado com Financiamento interno

donativos do exterior. 37%

46 Orçamento do Cidadão de São Tomé e Príncipe 2013


106
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

3.1.3. Dívida pública


Em março de 2007, STP atingiu o “estado de conclusão” da A iniciativa para o alívio da dívida dos
47
iniciativa dos Países Pobres Altamente Endividados (HIPC – HIPC foi concebida para reduzir o
Heavily Indebted Poor Countries) (ver caixa), beneficiando assim elevado ónus da dívida externa de
de alívio da dívida. algumas das nações mais pobres,
posta a vigorar pelo Banco Mundial e
Ao abrigo desta Iniciativa e da Multilateral de Diminuição de pelo FMI em 1996. Mais tarde, em
48
Dívida (MDRI ), o país passou a beneficiar em pleno do alívio 1999, foi implementada uma
da dívida externa, obtendo desta forma, em setembro de 2007, “Iniciativa Aperfeiçoada da HIPC”.
uma redução da dívida superior a 70%. Com uma abordagem mais
compreensiva ao alívio da dívida –
Antes do país solicitar o alívio da sua dívida ao abrigo da HIPC, incluindo, pela primeira vez, a dívida
em 2006, o seu valor estava estimado em 360 milhões de US$. multilateral – a Iniciativa representa
Depois de beneficiar da iniciativa, esse valor (no final de Agosto uma inovação significativa nas
2012) estava estimado em 191 milhões de US$, dos quais 45 finanças da política de
milhões de US$ eram devidos a credores multilaterais (de um desenvolvimento.
país para com uma organização multilateral ou privada) e 146
milhões de US$ a credores bilaterais (de um país para com o Fonte: Banco Mundial
49
outro) .

No decorrer da avaliação da sustentabilidade da dívida, conduzida pelo Banco Mundial e pelo FMI (2012), o
risco do país permanecia alto. Não obstante, é esperado uma melhoria do nível de endividamento de STP,
com o início da exploração petrolífera em 2015 ou 2016.

Em 2012, a dívida bruta total de STP atingiu cerca de 75,5% do PIB, contra 73,23% em 2011 e 77,8% em
2010.

Gráfico 76 - Dívida pública bruta, em percentagem do PIB


“A limitada base de
80 exportação e a alta
78 77.837 dependência das
76 75.503 importações tornam o
74 país vulnerável a
72 choques externos.
70 73.267
69.202 Alcançar a
68 65.56 sustentabilidade externa
66 exige a contenção do
64 endividamento externo e
62 reformas para alargar
60 as exportações e
58 estimular o crescimento”
2009 2010 2011 2012 2013
FMI, 2012

Do total da dívida externa a M/L prazo em 2011 (156,1 milhões US$), cerca de 57% corresponde à dívida
bilateral, 27% à dívida multilateral e 17% à dívida comercial.

47 HIPC – Heavily Indebted Poor Countries


48
MDRI – Multilateral Debt Relief Initiative
49
Perspetivas Económicas em África 2012 / 2013
107
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Gráfico 77 - Dívida externa, em milhões de US$

200
156.1
150 139.4
122.6 Dívida de médio
106.6 longo prazo
100

50 28.4
13.4 18.4 Dívida de curto
3.4 prazo
-
2008 2009 2010 2011

Fonte: Banco de Portugal

Dívida Externa na CPLP: São Tomé e Príncipe, um dos Estados Membros com maior dívida pública

Em termos de peso da dívida externa


em relação ao PIB, os países da
CPLP apresentam níveis elevados,
chegando a atingir, em São Tomé e
Príncipe mais de 300% do valor do
PIB (em 2003).

Não obstante, tem-se verificado uma


tendência generalizada de redução
com destaque para São Tomé e
Príncipe e Guiné-Bissau que
registaram as maiores descidas.

Fonte: Estatísticas CPLP 2012

Obs: dados para Timor Leste não disponíveis.

108
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

3.2. Estrutura Produtiva

3.2.1. PIB por setor

Gráfico 78 – PIB por setor 2011 – São Tomé e Príncipe

Em termos setoriais, a economia do país


100%
Comércio é essencialmente dominada pelo setor
13.4 terciário (que representam cerca de 50%
90% do PIB e ocupa 60% da população ativa).
Transportes e comunicação

80%
Outros Apesar do enorme potencial do setor do
28.4 turismo, este ainda enfrenta alguns
70% desafios. Existe uma carência de
Adminstração pública, saúde e
educação infraestruturas – tais como esgotos,
60% água, energia e estradas – falta de
Ind. Extrativa
pessoal qualificado e insuficiência de
8.4
50% voos de ligação com a Europa e com o
3.8 Indústria resto do Mundo.
40% 7.1
Serviços financeiros O setor secundário é dominado pela
6.2 construção civil, obras públicas e
30% 1.9 indústria transformadora (que se dedica
Energia
8 essencialmente à produção de
20% eletricidade e de cerveja).
Construção

10% 22.0 A base de exportações do país é


Agricultura
constituída principalmente pelo cacau e
pelo setor emergente do turismo.
0%
São Tomé e Príncipe (2011)

50
Tabela 17 - Taxa de crescimento do PIB real por setor de atividade

Média Contribuição
Setor de
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2002-
atividade PIB 2010
2010
Setor
0,01 2,42 1,65 0,72 1,14 10,38 8,01 -4,10 0,26 2,28 17,20
primário
Setor
-9,89 6,49 5,55 -3,94 14,75 4,41 0,49 1,77 3,30 2,5529 16,36
secundário
Setor
5,59 7,36 4,78 3,18 12,73 -0,91 10,24 6,19 5,44 6,07 66,44
terciário

Ao longo dos anos, o desempenho da atividade económica foi fortemente dominado pelo setor terciário. De
2002 a 2010, este setor cresceu em média 6% e representou cerca de 66,4% do PIB em 2010. Foi sobretudo
impulsionado pelos setores do comércio, transportes, armazenagem, comunicações, e administração pública.

50
ENRP II 2012 - 2016
109
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

3.2.2. Setor empresarial do Estado51


De acordo com o Regime Jurídico das Empresas Públicas e do Setor Empresarial Público, publicado a 27 de
Junho de 2011 através do Decreto - Lei nº 22, o Setor Público do Estado é composto por Empresas Públicas,
em que o Estado é o maior acionista, e Empresas Participadas, em que o Estado é um sócio minoritário.

Empresas Públicas

 EMAE, que fornece a eletricidade e a água; Os principais setores do país são


 ENASA (Empresa Nacional de Aeroportos e controlados por empresas públicas. O
Segurança Aérea), que controla os serviços Estado continua a ser acionista
aeroportuários; maioritário de quatro empresas
 ENAPORT (Empresa Nacional da Administração de determinantes no desenvolvimento
Portos), que assegura os serviços portuários; económico de STP, o que pode inibir,
 Correios, que prestam serviços postais. ou pelo contrário, incentivar o
investimento.

Empresas Participadas

 BISTP, que é o Banco Internacional de São Tomé e Príncipe;


 ENCO, a única importadora e distribuidora de combustíveis no mercado santomense (recentemente
iniciou a revenda de combustíveis);
 CST Telecom (Companhia Santomense de Telecomunicações), que intervém nas telecomunicações;
 STP Airways, companhia aérea de STP.

51
EMAE – Relatório final 2010
110
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

3.3. Política Económica

3.3.1. Perspetivas futuras


As previsões do Banco Central de São Tomé e Príncipe, indicavam para 2013, a continuação da retoma da
atividade económica, embora com algumas incertezas económicas principalmente ao nível internacional. A
recuperação da economia nacional deverá assentar num forte retorno de entradas de capital privado,
principalmente investimento direto estrangeiro, bem como na efetiva implementação do programa de
investimento público.

Por outro lado, o aumento do investimento em infraestruturas de transporte e comunicação, serviços públicos
gerais, habitação, serviços comunitários, combustíveis e energia, bem como a melhoria na execução dos
projetos de investimento público continuará, nos próximos anos, a ser uma das grandes prioridades do
Governo, e ajudará a elevar o potencial de crescimento. No setor das telecomunicações, espera-se em 2014 a
entrada de uma nova operadora, a Unitel, que ganhou o concurso para operar em são Tomé e Príncipe. Deste
modo, a nova operadora irá concorrer com a CST Telecom, que até agora detinha o monopólio da
comunicação no país.

Nos próximos anos, a gestão das reservas petrolíferas (ver caixa), a revitalização da agricultura e da pesca, e
o turismo são reconhecidos como o tripé de uma estratégia de desenvolvimento diversificada para o país.

Petróleo em São Tomé e Príncipe: o início e os próximos anos

As ilhas de São Tomé e Príncipe situam-se no Golfo da Guiné, conhecido pelos seus recursos petrolíferos. Em 2001,
São Tomé e Príncipe e a Nigéria puseram fim às disputas sobre a fronteira marítima e acordaram a exploração
conjunta de petróleo à proporção de 40 / 60. A Zona de Desenvolvimento Conjunto (ZDC) passou a aceitar propostas
das empresas petrolíferas em abril de 2003. A proposta vencedora para o primeiro de nove blocos foi apresentada por
um consórcio que congregava a Chevron Texaco (51% de participação), a ExxonMobil (40%) e a empresa
norueguesa Equity Energy (9%), cabendo a STP 40% dos 123 milhões de dólares da proposta. Em junho de 2005
foram atribuídos mais cinco blocos e a Chevron Texaco iniciou as perfurações exploratórias em janeiro de 2006.

Em maio de 2006, a Chevron Texaco anunciou a descoberta de hidrocarbonetos no Bloco 1, declarando,


subsequentemente, que a quantidade encontrada não era viável para exploração comercial. Estas declarações
arrefeceram, em parte, o entusiasmo inicial, quer em STP, quer fora do país. Contudo, a crença de que STP detém
reservas petrolíferas consideráveis ainda persiste. Quando a produção de petróleo arrancar, nos próximos anos, a
economia santomense irá seguramente sofrer transformações positivas. Mesmo que os preços deste recurso se
mostrem consideravelmente inferiores aos atuais, a economia da ilha ver-se-á injetada por grandes somas de capital.

Fonte: Universidade de Columbia (no “Guia do Investimento para STP” – Corporate Council of Africa; The Earth Institute)

ANP – STP (Agência Nacional de Petróleo de São Tomé e Príncipe)

A ANP faz parte do processo de estruturação e consolidação do quadro institucional de gestão do setor petrolífero em
São Tomé e Príncipe. Foi criada pelo Decreto-lei nº 5/2004 de 30 de junho de 2004, e é um organismo público
encarregue da gestão e execução quotidiana da política do Governo no domínio de hidrocarbonetos.

Tem como principal objetivo contratar e fiscalizar as atividades económicas inerentes à indústria petrolífera, de acordo
com a legislação em vigor e em conformidade com as orientações dos órgãos superiores do Estado.

A ANP-STP tem plena autonomia patrimonial, administrativa e financeira.

Fonte: ANP - STP

111
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Segundo o FMI, as perspetivas de crescimento económico para os próximos anos são bastante positivas,
refletindo o início previsto da produção de petróleo e das exportações em 2015. Estas previsões levam a uma
taxa de crescimento do PIB estimada de quase 40% em 2015 e 50% em 2016.
52
Gráfico 79 - Crescimento anual do PIB real (%)

50
47.38
45
40
37.80
35
30
25
20
15 Início da exploração de
petróleo em 2015 / 2016
10 4.94 4.50 10.70
4.00
5 6.00 1.75
-
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Já o Governo, através da Estratégia Nacional de Redução da Pobreza II 2012-2016 (ENRP II), prevê dois
cenários para os próximos anos: i) o cenário base, que presume o arranque da produção/exportação de
petróleo em 2015 e ii) um cenário alternativo, sem a produção/exportação de petróleo.

1. Cenário base, que presume o arranque da produção/exportação de petróleo em 2015

No cenário petrolífero, o crescimento deverá subir para 6% até 2014 e em seguida disparar com o início da
produção/exportação petrolífera, em 2015. A inflação deverá baixar para um dígito.

53
Gráfico 80 - Crescimento anual do PIB real, com base no cenário 1 (%)
Início exploração de petróleo
em 2015
30

25 24,9

20

15

10
9,1 6
5,5
4 4,5 4,9
6 6
5
4,1

-
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Espera-se que o Governo estabilize o défice primário interno em cerca de 3% do PIB até 2014, em linha com o
financiamento disponível, enquanto o défice da conta corrente deverá diminuir.

52
FMI
53
ENRP II 2012 - 2016
112
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

2. Cenário alternativo, sem o arranque da produção/exportação de petróleo em 2015

No cenário não petrolífero, projeta-se um crescimento menor do que no cenário petrolífero, dada a ausência
de investimento relacionado ao petróleo e ausência de efeitos de segunda ordem decorrentes das receitas do
petróleo.

54
Gráfico 81 - Crescimento anual do PIB real, com base no cenário 2 (%)

30

25

20

15

10
9.1 5.5 5.5
4.5 4.9 5.5 5.5
5 6 6
4

-
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

O financiamento do orçamento será limitado, e o Governo terá de adotar políticas orçamentais mais restritivas
e utilizar como meta um défice primário interno de cerca de 2% do PIB.

54
ENRP II 2012 - 2016
113
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

3.3.2. Prioridades estratégicas para São Tomé e Príncipe55


São Tomé e Príncipe tem uma série de oportunidades que podem, e devem, ser capitalizadas. Nesse sentido,
o país estabeleceu um plano de desenvolvimento económico e social, através da ENRP II, 2012-2016.

A estratégia ambiciona, através da implementação de diversos objetivos, fazer de STP um país:

1. Bem governado com instituições fortes e credíveis;


2. Com um ambiente favorável ao crescimento económico, sustentável e integrado, e favorável à
(re)distribuição de rendimentos;
3. Com recursos humanos com formação adequada;
4. Que valorize o património cultural e garanta a igualdade e oportunidade entre os géneros.

Objetivos estratégicos

A ENRP II definiu 3 objetivos “principais” para o país, a serem alcançados mediante a implementação de 4
eixos estratégicos. Os objetivos principais são:

1. Alcançar uma taxa de crescimento de pelo menos 6%, (criando condições para uma diversificação
consistente da economia);
2. Reduzir em 10% a percentagem da população santomense que vive em situação de pobreza,
(promovendo iniciativas geradoras de rendimento e melhorando, por conseguinte, a sua capacidade
produtiva);
3. Conseguir que toda a população tenha acesso (facilitado e melhorado) aos serviços sociais básicos.

Figura 13 – Estratégia de STP: objetivos e eixos estratégicos

Objetivos Estratégicos

- Alcançar uma taxa de crescimento do PIB de pelo menos 6%;


- Reduzir em 10% a percentagem da população em situação de pobreza;
- Conseguir que toda a população tenha acesso aos serviços sociais básicos

Eixo 1 Eixo 2 Eixo 3 Eixo 4

Reforma das Promoção de um Desenvolvimento do Reforço da coesão e


instituições públicas e crescimento capital humano e proteção social
reforço da política de económico melhoria dos serviços
boa governação sustentável integrado sociais básicos

As intervenções ao nível de cada eixo inscrevem-se numa lógica de necessidade de planificação e execução
orçamental, para a viabilização técnica e financeira das ações prioritárias, com o apoio dos parceiros de
cooperação e desenvolvimento de São Tomé e Príncipe.

55
ENRP II 2012 - 2016
114
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Tabela 18 – Objetivos específicos para 2012 – 2016 do Eixo 1

Eixo 1 – Reforma das instituições públicas e reforço da política de boa governação

─ Adequar e modernizar o aparelho do Estado às necessidades e recursos do país;


─ Promover o envolvimento participativo do setor privado e da sociedade civil, na conceção e execução de medidas
de combate à pobreza;
─ Garantir a eficiência e a qualidade na prestação dos serviços da administração pública;
56
─ Renovar o quadro de diálogo com os parceiros de desenvolvimento com base na Declaração de Paris (promove
e apoia o desenvolvimento).

Tabela 19 – Objetivos específicos para 2012 – 2016 do Eixo 2

Eixo 2 – Promoção de um crescimento económico sustentável integrado

─ Promover o desenvolvimento do setor primário como fator de aumento da produção nacional, da criação de
emprego e do relançamento do setor económico;
─ Travar o êxodo rural e melhorar as condições socioeconómicas das populações do meio rural;
─ Desenvolver infraestruturas de base de apoio ao desenvolvimento económico;
─ Melhorar o ambiente de negócios para atrair o investimento privado;
─ Garantir a sustentabilidade ambiental.

Tabela 20 – Objetivos específicos para 2012 – 2016 do Eixo 3

Eixo 3 – Desenvolvimento do capital humano e melhoria dos serviços sociais básicos

─ Desenvolver uma educação de qualidade e promover a formação profissional nos domínios prioritários de
desenvolvimento;
─ Assegurar que, até 2016, 100% das crianças e jovens em idade escolar concluem o ensino básico;
─ Garantir que, até 2016, 100% da população tem acesso aos serviços básicos de saúde.

Tabela 21 – Objetivos específicos para 2012 – 2016 do Eixo 4

Eixo 4 – Reforço da Coesão e Proteção Social

─ Promover a identidade santomense e valorizar o património cultural nacional;


─ Garantir a igualdade e equidade de género;
─ Promover iniciativas de proteção eficaz aos grupos sociais vulneráveis ou desfavorecidos através de políticas de
apoio e de inserção social.

56
Declaração de Paris sobre a Eficácia da Ajuda ao Desenvolvimento Fev / Mar 2005
115
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

3.4. Infraestruturas e energia

O estado das infraestruturas em São Tomé e Príncipe57

Água e saneamento

Embora STP possua um elevado potencial hídrico – mais de 50 cursos de água – a qualidade
da água é fraca. Os recursos hídricos estão distribuídos de forma desigual, o que expõe
determinadas regiões a uma situação de grande escassez deste recurso. Mais de 60% dos cursos de água
estão situados nas zonas sul do país e sudoeste das ilhas.

Uma grande parte da população, fundamentalmente residente nas zonas rurais, continua sem acesso à água
potável e utiliza a água do rio (ou outras fontes não protegidas).

As principais causas para a fraca qualidade da água e para a baixa taxa de acesso à água potável são:

 Sistemas inadequados e degradados;


 Vandalismo e falta de sensibilização da população;
 Falta de apoio do Governo;
 Investimento insuficiente.

No meio rural e semiurbano, a taxa de acesso à água potável passou de 6,4% para 12,6%, entre 2001 e 2006,
enquanto no meio urbano a cobertura variou em média de 29%, em 2001, para 57,2%, em 2006.

58
Tabela 22 – Taxa de acesso à água potável (2001 – 2006)

Acesso Meio urbano / rural 2001 (em %) 2006 (em %)

Água Potável Urbano 29 57,2


Rural 6,4 12
Fonte: QUIBB59, 2005

No que respeita ao saneamento, o país ainda se confronta com alguns problemas, especialmente nas zonas
urbanas. Consequentemente, esta situação contribui para a propagação de doenças infeciosas e agrava o
estado de saúde da população.

Apesar dos investimentos que têm vindo a ser realizados neste setor, não se registaram grandes melhorias,
devido, por um lado ao ritmo elevado do crescimento demográfico e, por outro, à crescente concentração da
população nas zonas limítrofes das cidades.

As principais causas para o deficiente saneamento básico são:

 Fraca sensibilização das comunidades e insuficiente campanha de informação;


 Ausência e insuficiência de infraestruturas de saneamento;
 Fracos recursos financeiros;
 Pouca disponibilidade de água;
 Casas com estruturas que dificultam a instalação das infraestruturas necessárias.

57
Ambiente do investimento privado em São Tomé e Príncipe – Banco Africano de Desenvolvimento 2012
58
ENRP II 2012 - 2016
59
Questionário Unificado de Indicadores do bem estar em STP
116
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Em 2006, no meio rural apenas 19,2% da população tinha acesso a um sistema de saneamento contra 10,2%
em 2001. No meio urbano, em 2001, apenas 20,8% dos habitantes tinham acesso a um sistema de
saneamento.

60
Tabela 23 – Cobertura de saneamento (2001 e 2009)

Acesso Meio urbano / rural 2001 (em %) 2006 (em %) 2008 – 2009

Urbano 20,8 39,1 42,2


Saneamento
Rural 10,2 19,2 26,6

Fonte: Relatório de custeamento OMD61; IDS62; 2008 - 2009

Energia

O sistema elétrico nacional é constituído por sete organismos principais, com diferentes
63
funções e responsabilidades .

Tabela 24 - Competências no âmbito do sistema elétrico de São Tomé e Príncipe

Organismos Competências

1. Ministério das Obras Públicas e Recursos Naturais Supervisiona as atividades da EMAE (aspetos técnicos)
(MOPRN)
Supervisiona as atividades da EMAE (aspetos financeiros,
2. Ministério do Plano e Desenvolvimento (MPD) tarifas e investimentos)

Empresa estatal de produção, transmissão, distribuição e


3. Empresa de Água e Eletricidade (EMAE) comercialização

Organismo Central do Estado, que promove a política de


4. Direção Geral dos Recursos Naturais e Energia
energia
(DGRNE)

5. Empresa Nacional de Combustíveis e Óleos Empresa fornecedora de combustíveis do país


(ENCO)
Produtor independente de eletricidade do país
6. Hidroelétrica STP Lda

Agência geral de regulação (mercado elétrico)


7. Autoridade Geral de Regulação (AGER)

O fornecimento de eletricidade constitui um desafio para São Tomé e Príncipe. Os desastres de cargas são
comuns e as perdas de eletricidade algo significativas (correspondem a mais de 45% da produção energética,
num país onde a procura não satisfeita ascende a 45%).

A eletricidade provém, na sua maioria, de centrais hidroelétricas ou térmicas alimentadas com gasóleo, o que
no caso desta última, torna o custo por unidade muito elevado. De acordo com o Banco Mundial, o setor
produtivo perde anualmente, entre 0,2% e 1,1% do PIB devido aos elevados custos do setor energético. Por
outro lado, com desastres frequentes, o desenvolvimento de algumas atividades no país fica comprometido, e
a solução é, na maioria das vezes, o recurso a geradores privados (solução adotada nos grandes hotéis, por

60
ENRP II 2012 - 2016
61
OMD - Objectivos do Milénio para o Desenvolvimento
62
Instituto de Estudos do Desenvolvimento (Institute of Development Studies)
63
Ministério das Obras Públicas e Recursos Naturais – Panorama Energético Nacional, 2011
117
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

exemplo). Esta solução permite assegurar simultaneamente a regularidade dos abastecimentos e uma relativa
redução dos custos.

A empresa responsável pela maioria da produção de eletricidade é a EMAE, empresa pública que detém o
monopólio da distribuição e que é a principal produtora de eletricidade - produz atualmente cerca de 12 MW de
energia, 80% provenientes de centrais termoelétricas e 20% de centrais hidroelétricas nos rios Contador e
Gué-Gué (figura seguinte).

Existe ainda outra empresa, a Hidroeléctrica STP Lda., que também contribui para a produção, embora a uma
escala mais reduzida (22%). Esta última é detida por dois acionistas, a EMAE, com 40%, e a Hidroequador
64
Santomense, pertencente a um grupo português , com 60%.

A EMAE opera sob o estrito controlo do Estado, o que significa que não pode decidir sobre os preços de
comercialização da energia produzida, sendo estes fixados pelo Estado a níveis inferiores ao custo real.

Figura 14 - Centrais de energia hidroelétrica existente

A – Central Agostinho Neto

C – Central Contador

G – Central Guégué

P – Central Pagaio

Fonte: Ministério das Obras Públicas e Recursos Naturais

Fonte: Ministério das Obras Públicas de Recursos Naturais

64
De acordo com o Relatório e Contas do 3º Trimestre de 2013, do Grupo Soares da Costa SGPS, SA, a Hidroequador é detida pelo
Grupo.
118
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Produção de eletricidade na CPLP: São Tomé e Príncipe, o Estado Membro com maior crescimento em
2008

AO – Angola; BR – Brasil; CV – Cabo Verde; GW – Guiné Bissau; MZ – Moçambique; PT – Portugal; STP – São Tomé e
Príncipe; TL – Timor Leste

Fonte: Estatísticas CPLP 2012

As taxas médias anuais de produção de eletricidade, entre 2004 e 2010, tiveram tendência positiva
em qualquer um dos países da CPLP.

Angola encontra-se em primeiro lugar, com uma taxa média de variação de 15,0%. Seguido por
Timor Leste (87%), Cabo Verde (7,5%), São Tomé e Príncipe e Moçambique (6,4%), Brasil (4,0%),
Guiné-Bissau (2,5%) e Portugal (2,1%). STP foi o país que mais cresceu a partir de 2008.

119
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Portos e aeroportos

No início de 2009, o Estado santomense assinou um acordo com a


Sonangol (Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola), para
reabilitar e modernizar o aeroporto internacional e o porto de Ana
Chaves (o principal Porto de São Tomé e Príncipe). Mais tarde, em
2011, foi assinado o acordo “definitivo” de concessão à empresa angolana, das duas infraestruturas
fundamentais para o desenvolvimento de STP. Foi criada uma sociedade privada, responsável pela gestão e
administração do aeroporto e do porto de Ana Chaves, 80% detida pela Sonangol e 20% pelo estado de STP,
sendo esta a situação que vigora atualmente.
Os limitados meios de
Os transportes marítimos estão pouco desenvolvidos. Entre as ilhas o descarga e de
transporte de pessoas e mercadorias é feito de modo irregular e pouco movimentação de
seguro, recorrendo às embarcações de pesca ou outro tipo de mercadorias traduzem-se
embarcações adaptadas para o efeito. em custos diretos adicionais

As instalações portuárias em STP não permitem o acesso a meios de


transporte de grandes dimensões, o que pode significar alguns custos adicionais. Por outro lado, os meios de
descarga e de movimentação de mercadorias são limitados, o que se traduz num aumento dos custos diretos.
O custo de transporte de um contentor a partir da Europa é 40% mais elevado se o destino for STP em vez de
Libreville (no Gabão), porto que se situa à mesma distância. A construção do porto de águas profundas tem
sido adiada devido a questões de viabilidade.

O aeroporto de São Tomé é limitado, devido à reduzida dimensão da sua única pista, que não permite o
acesso aos aviões de grande porte, e aos problemas de iluminação, que tornam a sua utilização arriscada a
partir de determinadas horas do dia.

Estradas

O estado das estradas em São Tomé e Príncipe constitui outro desafio ao desenvolvimento
do país. De acordo com o BAfD, apenas um terço da rede viária está alcatroada. A restante
parte permanece “quase intransitável durante a época das chuvas tropicais. Com cerca de
250 km de estrada asfaltada (AIP, 2004), a STP concentra a maior parte da sua rede
rodoviária junto ao litoral (ver página seguinte).

Apesar dos esforços que têm sido feitos, no sentido de melhorar e desenvolver a rede rodoviária no país,
existem alguns fatores que dificultam as ações do Governo, nomeadamente:

 O clima equatorial com fortes chuvas;


 Morfologia acentuada;
 Vegetação densa e águas que correm de forma descontrolada;
 Falta de manutenção corrente e / ou periódica;
 Ausência de meios financeiros para manter a totalidade da rede de estradas em boas condições;
 Ineficiente gestão dos fundos do setor rodoviário.

Telecomunicações

As telecomunicações são um dos “pontos fortes” das infraestruturas de STP, embora


estejam ainda pouco desenvolvidas. A taxa de penetração telefónica é relativamente baixa,
sendo que apenas 5% da população tem acesso à rede fixa de telefone. A rede móvel
regista uma taxa de 65%, mas cobre, no entanto, apenas 30% do território.

O uso da Internet é marginal, sendo inferior a 1%. Comparativamente com os países vizinhos, os custos das
comunicações são bastante superiores, o que pode em parte ser justificado pelo tipo de ligação utilizado.
Neste mercado existe apenas um operador com capital maioritariamente público: a Companhia Santomense
120
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

de Telecomunicações, detida em 49% pelo Estado e em 51% pela Portugal Telecom. A CST beneficia de uma
concessão de 20 anos, que só termina em 2027.
65
Figura 15 – Rede Nacional de Estradas em São Tomé

65 Gabinete de Estudos e Pesquisas Pedagógicas, Atlas Nacional de Apoio


121
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

3.5. Grandes projetos de investimento previstos em


infraestruturas66

De acordo com o OGE 2013, o Ministério de Obras Públicas e Recursos Naturais (MOPRN) seria responsável
pela realização de 43,6% do total das despesas de investimentos públicos planeadas para 2013 (62%). Esta
distribuição demonstra bem o interesse do Governo em criar infraestruturas novas e melhorar as já existentes,
como por exemplo a reabilitação da estrada nacional que liga a cidade de São Tomé à cidade de Neves (EN1),
reabilitação de estradas e pontes que ligam a Cidade de São Tomé à cidade de Portalegre (EN2), reabilitação
da estrada nacional que liga cidade de São Tomé à Monte-Café, construção de salas de aula, centros de
saúde e infraestruturas de produção agrícola.

Dos 43,6% estimados, a maior percentagem do orçamento (27,4%) seria canalizada para “Transportes e
comunicações”, nomeadamente estradas, pontes, pistas rurais e serviços de telecomunicação.

Na ENRP II, o Governo projetou alguns programas que visam o (1) desenvolvimento das redes de
infraestruturas e transportes (transportes marítimos, rodoviários e aeroportuários) e o (2) desenvolvimento de
infraestruturas “de apoio” ao desenvolvimento (energia, telecomunicações, ordenamento do território e
urbanismo).

1. Redes de infraestruturas e transportes

A. Transportes marítimos
O desenvolvimento dos transportes marítimos constitui uma prioridade para o país, uma
vez que assegura cerca de 90% das trocas inter-ilhas e entre o arquipélago e o resto do
mundo. Principais medidas políticas:

 Reforçar a capacidade técnica e operacional do Porto de Ana Chaves;


 Construir um novo porto na Região Autónoma de Príncipe;
 Elaborar um estudo para o desenvolvimento da cabotagem costeira;
 Construir um porto de águas profundas.

O estudo de viabilidade técnico-económica para a construção do porto de águas profundas em Fernão Dias,
orçamentado em 475.990 US$ já foi elaborado pelo Governo. Em julho de 2007, foi assinado um acordo com o
terceiro maior operador de contentores (Terminal Link) para a construção do porto de águas profundas, mas
até ao momento as obras de construção ainda não foram iniciadas.

B. Transportes rodoviários
O programa do Governo para a reabilitação e construção da rede rodoviária, tem como
objetivo melhorar as condições operacionais das estradas, contribuindo assim para a
redução dos custos de transporte, e para a criação de condições para a promoção de
economia local.

Principais medidas políticas:

 Reorganizar a rede de transportes públicos;


 Manutenção e conservação da rede rodoviária;
 Elaborar e implementar o plano de mobilidade rodoviária.

66 ENRP II 2012 – 2016 / Orçamento de Estado 2013

122
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

C. Transportes aeroportuários
A modernização e extensão dos aeroportos de STP, e em particular do aeroporto
internacional de S. Tomé, constitui um fator essencial para a promoção do desenvolvimento
do país. Estas intervenções têm como principal objetivo melhorar a ligação entre as ilhas e o
resto do mundo.

Principais medidas políticas

 Melhorar as infraestruturas de acolhimento e manobra de aeronaves de maior porte;


 Estender as pistas e alargar as placas de estacionamento (taxiway);
 Alargar o terminal dos passageiros às exigências do desenvolvimento do país;
 Melhorar os serviços de combate ao incendio, assim como de comunicação e de apoio a navegação;
 Aperfeiçoar a gestão do processo de certificação das capacidades aéreas;
 Dotar o Instituto de Aviação Civil (INAC) de legislação e regulamentação moderna e adequada;
 Dotar os aeroportos de equipamentos de segurança e de meios informáticos adequados;
 Atrair outras companhias aéreas para prestarem serviços no país;
 Melhorar a qualidade dos serviços aos utentes;
 Construir uma nova pista de pelo menos 1.800 metros de extensão no Príncipe e adequar as
infraestruturas aeroportuárias às exigências de desenvolvimento regional e nacional.

2. Infraestruturas de apoio ao desenvolvimento do país

A. Energia
O fornecimento seguro de energia elétrica desempenha um importante papel no progresso
das atividades económicas e sociais do país. O investimento destinado à eletrificação é
considerado uma das condições mais importantes para conseguir estimular o
desenvolvimento económico e social.

Com o objetivo de aumentar a produção e eficiência, e reduzir a dependência de STP face às


importações de combustível, o Governo pretende aumentar rapidamente o setor da energia
elétrica e melhorar a capacidade técnica e de gestão da EMAE.

Principais medidas políticas

 Aumentar a capacidade instalada e a produção de energia elétrica;


 Melhorar a rede de transportes e distribuição de eletricidade;
 Melhorar e expandir os serviços de energia prestados às populações;
 Reforçar as capacidades de gestão da EMAE, dando prioridade aos serviços de manutenção técnica,
e aumentar a autonomia de gestão da empresa;
 Organizar e regulamentar o mercado energético.

Plano de execução para o desenvolvimento hidroelétrico de STP67

Em 2008, o Governo assinou um contrato com a Hidroelétrica STP, Lda, para o desenvolvimento da energia
hidroelétrica em STP, sendo a EMAE um dos principais parceiros deste projeto.

O contrato previa a construção de 14 centrais hidroelétricas (figura seguinte), que já está em vigor.

67
Ministério das Obras Públicas e Recursos Naturais – Panorama Energético Nacional, 2011
123
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Figura 16 – Plano de desenvolvimento hidroelétrico

Construção de 14
centrais hidroelétricas

Para 2014, prevê-se o alargamento da capacidade instalada, para valores entre 17.666 KW e 28.265 KW.

Ação Ano
Continuar a implementação do projeto inicial e alargar a
2012 2013 2014
capacidade instalada

Período de execução
3
Custo total previsto (10 Euros) 1.063,09 886,75 886,75

De 2015 e até 2022, prevê-se o aumento da capacidade instalada para valores entre 25.361 KW e 40.478 KW.

Ação Ano
Alargar a capacidade
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
instalada

Planeamento

Projeto

Construção
3
Custo total previsto (10
1.712 3.424 5.136 8.560 10.273 5.136 3.424 1.713
Euros)

124
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

B. Telecomunicações
O programa destinado às telecomunicações, pretende implementar uma ampla reforma neste
setor, assente numa estratégia para a maximização das oportunidades de investimento,
satisfação da procura de novos serviços e a melhoria da eficácia e da eficiência.

Principais medidas políticas

 Desenvolver os serviços universais, em particular os serviços telefónicos nas regiões rurais;


 Definir um quadro legal e regulamentar, que assegure a promoção dos investimentos no setor e
clarifique os objetivos específicos do Estado e dos operadores das redes e serviços;
 Desenvolver novos serviços, decorrentes do futuro desenvolvimento das TIC.

C. Ordenamento do Território e Urbanismo


O estabelecimento de uma Política Nacional para o Ordenamento do Território e Urbanismo é uma prioridade
na ENRP II.

O ordenamento do território favorece a criação de empregos e contribui para a dotação de equipamentos e


infraestruturas, aumentando a acessibilidade a esses equipamentos e a consequente redução das
desigualdades.

Principais medidas políticas

 Elaborar um Plano Nacional de Ordenamento do Território;


 Criar um Sistema de Informação Geográfica (SIG);
 Dar continuidade ao projeto ESPERG – IPAD (Projeto para Formação e atualização da cartografia
nacional);
 Proceder aos levantamentos topográficos em áreas de expansão e elaborar um plano integrado, que
relaciona as atividades de uso com a ocupação de solo (área de serviços, residência, lazer, parques
nacionais, escolas, hospitais ou centros comerciais);
 Atualizar as plantas topográficas das cidades para implantação de infraestruturas sociais;
 Elaborar as leis de base do ordenamento e Território, do cadastro e da cartografia;
 Elaborar planos urbanísticos em articulação com o Governo Regional e com as Câmaras Distritais;
 Promover a formação técnica – profissional dos quadros dos serviços geográficos e autarquias locais.

125
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

3.6. Abertura da economia e relações comerciais

A abertura da economia de São Tomé e Príncipe tem-se traduzido em diversas alterações estruturais
relevantes, como seja a reforma tributária, a modernização do sistema financeiro e a mudança de regime
cambial.

Tabela 25 – Abertura da economia de São Tomé e Príncipe

Angola 2008 2009 2010 2011 2012

Abertura da economia 71,5% 62,3% 76,4% 68,8% n.d.

Taxa de câmbio (US$ /STD) 14,21 15,22 17,99 17,51 18,96

Inflação 24,83% 16,09% 12,89% 11,94% 10,41%

Balança Comercial (em % do PIB) (50,97%) (40,10%) (43,56%) (42,60%) (37,65%)

Balança Corrente (em % do PIB) (52,37%) (42,32%) (52,22%) (45,90%) (57,6%)

Fonte: Banco Mundial

Importações

Entre 2009 e 2012, as importações continuaram a aumentar, face à quebra observada em 2009.

Portugal constitui o principal fornecedor de São Tomé e Príncipe, tendo representado 52% do total das
importações em 2012, seguido, por um grande distância por Angola, e pela Bélgica, com quotas de 22% e de
3%, respetivamente.

Para os próximos anos é esperado um ligeiro aumento das importações, induzido pelos investimentos nas
infraestruturas e atividades relacionadas com a exploração petrolífera.

126
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Gráfico 82 - Evolução das importações de São Tomé e Príncipe e principais países de origem

100% 160

90% Espanha
134 141 140
2.65%
80%
120 Portugal
1%

Importações (milhões US$)


70%
112
114 103 100 Indonésia
Importações %

60%
61%
62% 52.03%
50%
57% 80
Gabão
60%
40%
60
Bélgica
30%
3% 2.15%
2% 3.45% 40
20% 5% Angola
3% 3%
2%
2% 20
23% 2% 22.47%
10%
15% 16% Importações
11%
total
0%
2008 2009 2010 2011 2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2008-2012

Portugal tem conseguido aumentar as suas exportações para STP, aumentando igualmente o seu peso
relativo no total das importações do país – representou em 2012 mais de 50% das importações do país.
Angola teve algum relevo no peso das importações entre 2008 e 2010, perdendo, a partir de 2011, importância
enquanto fornecedor de São Tomé e Príncipe. Em 2012 conseguiu inverter esta tendência para um valor
próximo do máximo alcançado no período 2008-2012.

Gráfico 83 - Importações santomenses da CPLP

140
Importações (milhões US$)

120
100 1
11 1 1 1
0
80 26 0
18
15
60
84 88
40 70
70
58
20
-
2008 2009 2010 2011 2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat


Portugal Angola Brasil

Comparativamente às exportações, que estão muito concentradas nas matérias-primas, a composição das
importações de STP é naturalmente mais diversificada. Não obstante, apresenta três grupos de produtos que
são tradicionalmente dominantes: maquinaria e equipamentos de transporte; alimentos; e bens
manufaturados. Ao analisar a natureza destes produtos, verifica-se uma dependência relevante de São Tomé
e Príncipe dos países industrializados.

127
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Gráfico 84 – Importações de São Tomé e Príncipe – Top Produtos

.2% Maquinaria e equipamentos de transporte


4%.3%
7% Alimentos e animais vivos
29%
8% Bens manufaturados

Bebidas e tabaco
9%
Outros artigos manufaturados

Químicos e produtos relacionados


15%
24%
Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Não obstante o peso dos produtos importados, em particular máquinas e equipamentos de transporte, importa
realçar o crescimento que as importações de combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados
tiveram entre 2010 e 2012 (mais 3% em 2011, face ao ano anterior, e mais 15% em 2012, face a 2011).

Gráfico 85 - Importações santomenses - Evolução dos produtos

160
Outros artigos manufaturados

140
8 Maquinaria e equipamentos de
13 transporte
120 28 Bens manufaturados
9 9 32
100 6
Milhões US$

16 Químicos e produtos relacionados


25
23 30 8
80 15
4 Óleos vegetais e animais, gorduras e
16 7 ceras
13 13 4
60 5 36
4 6 6 Combustíveis minerais, lubrificantes e
5 2 21 materiais relacionados
40 26 16 18
11 Matérias-primas (exceto
11
7 combustíveis)
8 10
20
29 Bebidas e tabaco
25 28
20 21
- Alimentos e animais vivos
2008 2009 2010 2011 2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2008-2012

128
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Figura 17 – Principais importações santomenses de Portugal

Portugal:
52% das importações de São
Tomé e Príncipe

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Gráfico 86 - Importações santomenses de Portugal

Maquinaria e equipamentos
de transporte

Combustíveis minerais,
lubrificantes e materiais
A maquinaria e equipamentos de
4%
6% relacionados transporte representam a maior
fatia nas importações de São
8% Bens manufaturados Tomé e Príncipe, provenientes de
35%
Portugal.

Químicos e produtos Analisando em maior detalhe,


18% relacionados importa destacar a importação de
químicos e produtos relacionados,
que representam cerca de 8% no
Alimentos e animais vivos total das importações, e alimentos
e animais vivos, que representam
28% cerca de 6%.
Matérias-primas (exceto
combustíveis)

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

129
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Figura 18 – Principais importações santomenses do Brasil

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Gráfico 87 - Importações santomenses do Brasil

Alimentos e animais vivos Relativamente aos produtos


6%
vindos do Brasil, destaca-se a
7%
importação de alimentos e
Maquinaria e equipamentos de
transporte
animais vivos, que representa
11% mais de 50% no total das
importações deste país.
Químicos e produtos relacionados
56%
A maquinaria e equipamentos
Bens manufaturados de transporte surgem em
16%
segundo lugar, com um peso
de 16% e, de seguida, os
Combustíveis minerais, lubrificantes produtos químicos e
e materiais relacionados relacionados, com um peso de
11% no total das importações.
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

130
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Exportações

Em 2012, as exportações atingiram 11 milhões de US$ (tendência mantida em 2010 e 2011), o que, face a
2009, demonstra uma evolução bastante positiva (um aumento de 3 milhões de US$).
68
De acordo com os dados do International Trade Center (ITC ), verifica-se que Aruba, um território autónomo
holandês das Caraíbas, localizado ao largo da costa da Venezuela, ultrapassou a Bélgica, em 2009, enquanto
principal destino das exportações santomenses, assumindo um peso cada vez mais relevante (23% do total
em 2009, 36% em 2010, 48% em 2011, e 31% do total em 2012). Por outro lado, Portugal tem vindo a perder
importância relativa enquanto destino de exportações de STP, representando em 2012 apenas 1%, quando
em 2008 representava 5%.

Gráfico 88 - Evolução das exportações de São Tomé e Príncipe e principais países de destino

100% 12
11 11 11
11 Austrália
90% 3%
2%
Peso nas exportações de São Tomé e Príncipe

2% Índia
4% 3% 10
80% 3% 3%
5% 1% 3% Portugal
8 2% 3%
70% 4% 15% 7% Nigéria
8
60% 5% 10% EUA
11.28% 1% 13%
5% 15%
2.56% França
50% 6
7.61% 13% 21%
Polónia
40% 1.25% 21%
Espanha
4
30% 20.93% 16%
Bélgica
48%
20% Holanda
36% 2
31%
10% 23% Aruba
19.52%

0% -
2008 2009 2010 2011 2012

Fonte: International Trade Center (ITC); UNCTAD, UNCTADstat, 2008-2012

As exportações de São Tomé e Príncipe para a CPLP representam uma percentagem muito pequena –
apenas 3% em 2012 – fruto das importações angolanas e portuguesas de combustíveis minerais, lubrificantes
e materiais relacionados, assim como bens manufaturados a STP. O quadro de relações de exportação para a
CPLP é residual para os restantes países.

A CPLP representou em 2012


perto de 3% das exportações
santomenses

68
ITC – Centro Internacional de Comércio
131
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Gráfico 89 - Exportações santomenses - CPLP

3,500
Exportações santomenses em milhares de US$

3,000

2,500 1,199

2,000

1,500

1,000
1,934

513
500
564 282
334 256
16 185 20
-
2008 2009 2010 2011 2012

Angola Portugal

Fonte: International Trade Center; UNCTAD, UNCTADstat

Portugal é atualmente o principal destino das exportações santomenses dentro da CPLP, absorvendo cerca de
2,4% das exportações totais do país. No entanto, tanto a nível relativo como em termos absolutos, as
exportações santomenses para os demais países lusófonos têm vindo a diminuir.

Figura 19 - Principais exportações santomenses para Portugal

Portugal:
2,4% das
exportações
santomenses

Fonte: International Trade Center; UNCTAD, UNCTADstat, 2012

132
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

3.7. Principais setores de oportunidade69


São Tomé e Príncipe tem prosseguido uma estratégia baseada na abertura, modernização e desenvolvimento
da sua economia, no âmbito da qual se inserem diversas alterações estruturais relevantes, como seja a
reforma tributária, a modernização do sistema financeiro e a mudança de regime cambial.

No entanto, a economia continua marcada por deficiências estruturais significativas, que se traduzem numa
base produtiva e num setor exportador muito reduzidos e que estão na origem dos elevados desequilíbrios
externos. A base de exportações do país, constituída principalmente pelo cacau e pelo setor emergente do
turismo, é diminuta e está fortemente dependente de bens importados.

Tendo em conta o elevado nível de investimento em infraestruturas que está planeado pelo Governo, a
redução da pobreza e a melhoria das condições de vida da população (aumento do rendimento per capita),
são identificados alguns setores, e respetivas oportunidades, com elevado potencial nos próximos anos.

Tabela 26 - Principais setores de oportunidade em São Tomé e Príncipe


Setor Primário Potencial

- Culturas com potencial de exportação: baunilha, pimenta, cacau (biológico); café; essências
para perfumaria; arroz; milho; feijão; frutas tropicais (manga, goiaba, abacate); plantas
Agricultura ornamentais e medicinais; coco (produção de derivados); batata-doce; mandioca; inhame;
matabala;
- Exportação de produtos alimentares e flores.

Pescas - Pesca de alto mar (atum e marisco) para exportação;


- Indústria de conservas de pescado.

Pecuária - Reativação da indústria de produção de leite e manteiga;


- Distribuição de produtos veterinários e de rações.

Setor Secundário Potencial

- Serviços de apoio às empresas petrolíferas;


- Participação em atividades de exploração na Zona Económica Exclusiva;

Petróleo e Gás - Comercialização de produtos petrolíferos;


- Fornecimento à EMAE;
- Construção de um centro de apoio logístico e armazenagem;
- Armazenagem de produtos petrolíferos.

- Construção de novos geradores de eletricidade/centrais elétricas;

Eletricidade - Possibilidade de construção de centrais eólicas;


- Fornecimento de combustível à EMAE;
- Privatização (parcial) da EMAE.

69
JURISTEP
133
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Setor Terciário Potencial

- Turismo ecológico e rural;


- Turismo ocupacional;
Turismo e lazer - Desenvolvimento de infraestruturas;
- Turismo marítimo (pesca, passeio, pesca subaquática e observação da fauna e flora
marítimas);
- Marketing.
- A escassez de linhas de crédito ao investimento é uma oportunidade para a banca;
Banca e seguros
- Ausência de programas de microcrédito;
- Diversificação de produtos de seguros e da banca comercial e de investimentos.

Telecomunicações - Liberalização do mercado de telecomunicações móveis e fixas;


- Distribuição de serviços de internet.

- Construções de estradas;
Construções / obras
- Construções de equipamentos sociais (por exemplo escolas, hospitais, casas sociais);
públicas
- Construções para comércio e indústria;
- Construções para habitação (segmento de luxo e classe média).

- Reconstrução e gestão de rede de transportes públicos;


Transportes (marítimos e - Aluguer de veículos;
terrestres)
- Serviços de reparação;
- Serviços de comercialização e distribuição de peças.

- Serviços de segurança;
Comércio e serviços (não
- Comércio a retalho e a grosso;
financeiros)
- Comércio de bens de consumo, automóveis, equipamentos de escritório, eletrodomésticos
e eletrónicos.

- Privatização (parcial) dos Correios de São Tomé e Príncipe, que opera em regime de
Serviços postais
monopólio;
- Diversificação do tipo de serviços postais prestados à população.

Serviços aeronáuticos - Armazenagem e desalfandegagem de cargas;


- Manutenção de pistas, aeronaves e equipamentos.
- Prestação de serviços de formação técnica básica;
Ensino - Prestação de serviços de formação de aperfeiçoamento;
- Ensino de línguas estrangeiras.

- Construção, manutenção e gestão da rede pública de esgotos e saneamento;


Água e saneamento
- Construção, manutenção e gestão da rede de fornecimento de água potável.

Zonas Francas - Processamento e armazenagem de mercadorias;


- Fornecimentos de bens e serviços para as plataformas e companhias petrolíferas.

134
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

3.8. IDE em São Tomé e Príncipe

De acordo com a UNCTAD, São Tomé e Príncipe recebeu fluxos de


A dimensão de São Tomé e
IDE na ordem dos 46 milhões de US$ (média) entre 2008 - 2012. Não
Príncipe, aliada à sua escassez
obstante a ligeira variação no seu IDE o governo tem procurado
de recursos humanos e
melhorar as condições de investimento. De salientar que a edição de
financeiros, tem dificultado a
2012 do relatório Doing Business do Banco Mundial, destaca São
atracão de IDE para o país.
Tomé e Príncipe como um dos países que mais reformas implementou
em 2011.
70
Figura 20 - Inward e outward de IDE em STP (milhões US$) São Tomé e
90 Príncipe
80 79
70 Para o incremento de fluxos de
investimento verificados nos
60
últimos anos, contribuiu,
50 51 50 fundamentalmente, o setor
40 petrolífero, com o início das
35 atividades na ZDC, resultante de
30
uma parceria entre STP e a
20 Nigéria.
16
10 0 1
0 0 0
-
2008 2009 2010 2011 2012 Posição no ranking mundial

Inward Outward Como recetor

182ª (2010) /178ª (2011)


São Tomé e Príncipe é dos EM da CEEAC que menos investimento
atrai, reportando a 2012, 50 milhões de US$ de IDE. Os valores de
investimento no exterior com origem em São Tomé e Príncipe são
residuais.
Tabela 27 – Inward de IDE por EM da CEEAC

Ano 2008 2009 2010 2011 2012


Angola 1.679 2.205 -3.227 -3.024 -6.898
Burundi 4 0 1 3 1
Camarões 21 740 538 243 507
República Centro-Africana 117 42 62 37 71
Chade 466 376 313 282 323
Congo 2.526 1 862 2.211 3.056 2.758
República Democrática do Congo 1.727 664 2.939 1 687 3.312
Guiné Equatorial -794 1.636 2.734 1.975 2.115
Gabão 773 573 499 696 702
São Tomé e Príncipe 79 16 51 35 50
CEEAC 6.598 8.114 6.119 4.990 2.942

70
UNCTAD
135
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Apesar do investimento reduzido, o IDE tem estado ligado a setores da economia santomense que despertam
elevado interesse em Portugal e Angola, como é o caso das telecomunicações, banca, petróleo e turismo.
Algumas das entidades que efetuaram investimentos significativos nestas áreas, foram a Unitel, BAI e
Sonangol, do lado angolano, bem como a GALP e o Grupo Pestana, do lado português.

Para os próximos anos será fundamental para a atração de IDE um maior investimento na modernização das
infraestruturas físicas do país (porto, aeroporto, estradas), e a reforma do setor energético.

3.9. Financiamento à economia71


3.9.1. Principais bancos presentes

O sistema bancário de STP expandiu-se significativamente nos


últimos anos, e atualmente operam oito bancos no país. O Banco "Os bancos investem, criam
Internacional de São Tomé e Príncipe (BISTP), uma subsidiária da emprego, introduzem novas
Caixa Geral de Depósitos – CGD (banco público português), é o tecnologias, concorrem entre si, o
maior e mais antigo banco comercial, tendo beneficiado do estatuto que faz do setor bancário
de monopólio até à revisão da Lei Bancária, em 2003. santomense um dos mais
inovadores e dinâmicos da
O Estado é o maior acionista do BISTP, detendo 48% do capital, economia."
estando o restante capital repartido entre a CGD (de Portugal)
Maria do Carmo Silveira, Governadora do Banco Central
(27%) e o BAI, de Angola (25%). O BISTP, que atualmente detém de São Tomé e Príncipe (BCSTP)
cerca de metade dos ativos bancários, foi o único banco comercial
do país até 2003.

Figura 21 - Estrutura
Estrutura acionista
acionista bancáriabancária em África De acordo com o mais recente relatório anual do
Banco Central (Relatório BCSTP, 2010), os três
principais bancos de STP, nomeadamente o
BISTP, o Afriland First Bank e o Banco Ecuador,
totalizam mais de 75% dos ativos bancários.

O BISTP continua a contar com a maioria das


empresas entre os seus clientes, em particular as
empresas públicas mais importantes, para além
de mais de 50% das grandes e médias empresas
do país.

No que respeita às pequenas e microempresas,


estas recorrem mais a outros bancos
secundários.

Predominantemente local

Equilibrada

Estrangeira e Governo

Predominantemente estrangeira

Predominantemente Governo

Excluído

(Fonte: World Bank Staff Estimates, 2007)

71 Ambiente do investimento privado em São Tomé e Príncipe – Banco Africano de Desenvolvimento 2012
136
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Figura 22 – Repartição dos ativos bancários em STP

Oceanic Cobstp
6% 4%
Island
7%

Ecobank
8%
BISTP
49%

BE
11%

Afriland
15%

Fonte: Relatório BCSTP, 2010

3.9.2. Bancarização da população

72
Tabela 28 – Instituições de crédito

Indicadores 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2012

Bancos comerciais de investimento (nº) 2 4 6 6 7 8 n.d.


Nº de agências (inclui sede) 2 6 8 8 13 15 26
Seguradoras 1 1 1 1 1 1 n.d.
Nº de casas de câmbio 5 5 5 5 5 5 n.d.

Em 2008, de acordo com o Banco Central de STP, os bancos tinham um total de 15 agências. Em 2012,
existiam já 26 agências, na sua maioria localizadas na capital ou na sua periferia. O distrito de Água Grande
conta com a maioria das sucursais.

Figura 23 - Distribuição geográfica dos pontos de acesso – agências bancárias

25
21
20 18 26 Agências
17
bancárias em
15 STP (2012)
10

5 2 2 2
1 1 1 1 1 1 1
0 0
-
2010 2011 2012
Água Grande R.A. Príncipe Lembá Me - Zochi Cantagalo

72
Banco Central de São Tomé e Príncipe (2008)
137
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

A maior parte da população é servida pelas instituições de crédito que se encontram localizadas nas principais
zonas urbanas do país. Estão direcionadas, preferencialmente, para as populações de rendimento médio e
alto, não apostando por isso nas populações de baixo rendimento.

Gráfico 90 – Concentração do mercado bancário em São Tomé e Príncipe (Índice de GINI)

“O sistema financeiro
nacional tem registado
avanços significativos no
decorrer das últimas
décadas, em particular,
registou-se uma melhoria no
número de instituições
bancárias”

BCSTP

Após o aumento significativo da Taxa de Bancarização entre 2009 e 2010, registou-se um crescimento menos
acentuado nos anos subsequentes.
73
Gráfico 91 – Inclusão financeira – situação atual

200,000 188,098.00 45

180,000 163,783.00 166,728.00 39.8 40.6 40


157,847.00 160,820.00
160,000
35 35
140,000
30
120,000
25
100,000 23.6
21.5 20
75,112.00
80,000 66,334.00
57,316.00 60,496.00 68,775.00
52,595.00 53,003.00 15
60,000 52,147.00
34,005.00 37,971.00 10
40,000

20,000 5

- 0
2008 2009 2010 2011 2012

População Nº Clientes Nº de Contas MN Grau de Bancarização

Cerca de 30% da população adulta, na sua maioria de baixo rendimento, não tem acesso a crédito, poupanças
ou outros serviços financeiros.

Existem ainda alguns outros obstáculos que dificultam o acesso à abertura ou posse de uma conta bancária,
por parte da população, nomeadamente:

 Custos inerentes à abertura e manutenção de uma conta bancária;


 Localização geográfica;
 Documentação necessária.

73
Banco Central de São Tomé e Príncipe (2013)
138
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Para potenciar a eficácia das políticas de inclusão Figura 24Contas bancárias (% +15anos)
- Contas bancárias (% +15 anos) em
financeira, é importante desenvolver ações de África
literacia financeira, divulgando as vantagens
inerentes à utilização de produtos e serviços
financeiros básicos, e promovendo a utilização
responsável e eficiente destes produtos.

O Banco Central de STP criou em 2011 o Gabinete


de Apoio ao Consumidor, e tem vindo a
desenvolver a área de apoio à população e
supervisão comportamental.

Os principais desafios do setor começam pela


garantia dos serviços mínimos bancários, que
apenas chegam a uma parte da população.

É fundamental, para que o setor financeiro se < 10%


desenvolva, estabelecer o direito de acesso a
Entre 10% e 20%
serviços bancários considerados essenciais, a um
Entre 20% e 30%
custo relativamente reduzido.
Entre 30% and 40%

> 40%

Não disponível

(Fonte: World Bank, Global Financial Inclusion Database, 2011)

3.9.3. Microcrédito74
A existência de programas de microcrédito em São Tomé e Príncipe é muito limitada. Desde 2003, existiram
apenas dois projetos que beneficiaram um total de 112 famílias: o Projeto Micondó (2003-06) e o Projeto de
Caué (2004-09).

Estes projetos resultaram em prejuízos para a agência promotora, o PNUD, porque as ONGs responsáveis
pela sua implementação não estavam suficientemente capacitadas para garantir o nível de acompanhamento
necessário aos projetos financiados.

3.9.4. Taxas de juro de empréstimos

A política cambial seguida ao longo da última década (taxa flutuante), aliada a uma política monetária
expansionista (propiciada pelo fluxo de IDE entre 2006 e 2009), num contexto de subida dos preços dos
hidrocarbonetos e dos produtos alimentares, contribuiu para atenuar a inflação.

Depois de ter atingido a taxa de 27,6% em 2007, a inflação diminuiu para 16% em 2009, 12,9% em 2010, e
11,9% em 2011. Um dos efeitos desta política foi a forte depreciação da moeda nacional (a dobra), na ordem
75
dos 210%, entre 2000 e 2009 .

74
Dissertação apresentada à Universidade Católica Portuguesa, 2012
75
Ambiente do investimento privado em São Tomé e Príncipe – Banco Africano de Desenvolvimento 2012
139
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Taxas de Juro | Taxas anuais, em %

2007 2008 2009 2010 2011 2011 2012


(Dez) (Dez) (Dez) (Dez) (Jun) (Dez) (Jul)

1. Taxa de referência do BCSTP 28 28 16 15 15 15 14

2. Taxas ativas76

2.1 Créditos de 91 a 180 dias 34,3 31,2 31,2 26,8 26 26 26

2.2 Créditos de 181 dias a 1 ano 32,1 28,7 28,7 27 26 26 26

2.3 Créditos de mais de um ano 30,8 28 28 26,7 26,5 26,5 26,5

3. Taxas passivas

3.1 Depósitos até 90 dias 12,3 10,2 10,2 11,6 12,2 12,2 12,2

3.2 Depósitos de 91 dias a 1 ano 13,2 11,3 11,3 13,2 13,7 13,7 13,7

3.3 Depósitos a mais de um ano Negociável Negociável Negociável 13,9 12,8 12,8 12,8

77
Gráfico 92 – Taxa de inflação (t.v. homóloga anual), %

30
27.6
25 24.8
20
16.1 16.6
15
11.9
12.9 11.6
10

-
2007 (Dez) 2008 (Dez) 2009 (Dez) 2010 (Dez) 2011 (Jun) 2011 (Dez) 2012 (Jul)

76
Taxas de juro ativas são as cobradas aos clientes pelas instituições de créditos. Taxas de juro passiva, sãs as taxas pagas pelas
instituições de crédito aos depositantes. A diferença entre ambas denomina-se margem financeira
77
Banco de Portugal
140
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

4. Investir em
São Tomé e
Príncipe
ipe

141
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

4.Investir em São Tomé e Príncipe

4.1. Breve descrição do mercado de trabalho e do


regime de Segurança Social

4.1.1. População ativa

São Tomé e Príncipe tem uma população de cerca de 163 mil habitantes, estruturalmente muito jovem, com
uma esperança média de vida de cerca de 65 anos.

Não obstante o nível elevado de população ativa – cerca de 73% da população tem algum tipo de ocupação
profissional – prevalece um regime de trabalho muito precário em que predomina a economia paralela e
informal. Atualmente, o mercado de trabalho santomense está fortemente dependente dos serviços, como
sejam o comércio e retalho, a hotelaria e restauração, os transportes e a comunicação, e do setor da
construção civil.

Com cerca de metade da população a viver abaixo do limiar de pobreza e cerca de 16% da população em
pobreza extrema, existe ainda um árduo trabalho a desenvolver no combate à deficiente criação de emprego e
ao baixo poder de compra. Estes fatores, aliados ao alto nível de inflação, à fraca qualidade da gestão de
recursos públicos e às pobres infraestruturas na área da saúde, têm contribuído para a elevada emigração que
se tem verificado no país, ao longo dos últimos anos.

4.1.2. Desemprego

A taxa de desemprego em São Tomé e Príncipe é de cerca de 12%, mas é expectável que esta venha a
reduzir-se no futuro, na sequência da recente descoberta de jazidas de petróleo.

No entanto, no curto prazo, persistirão ainda constrangimentos que poderão limitar o efeito benéfico que esta
descoberta poderá causar nos níveis de emprego, como sejam a deficiência das infraestruturas, o baixo nível
de mão-de-obra qualificada para este efeito, a incerteza quanto aos direitos de propriedade e o nível de
subdesenvolvimento dos sistemas privado e financeiro.

Não obstante os razoáveis níveis de alfabetização – a taxa de analfabetismo do país situa-se nos 8%, sendo
que cerca de 95% dos jovens são alfabetizados –, as fracas condições de emprego têm levado à fuga para o
exterior da mão-de-obra qualificada, pelo que o recurso a expatriados por parte do setor privado é uma
constante, nomeadamente no que respeita aos quadros médios.

4.1.3. Desigualdades

A discriminação entre géneros, nomeadamente no acesso ao emprego, é uma realidade em São Tomé e
Príncipe, ainda que em pequena escala. De fato, o nível de pobreza é mais elevado no caso das mulheres do
que no caso dos homens, não obstante a promoção da igualdade de géneros e dos direitos da mulher.

Adicionalmente, verificam-se discrepâncias no nível de atividade económica entre as diferentes regiões,


nomeadamente entre meios urbanos e rurais.

Face a esta realidade, o Governo de São Tomé e Príncipe tem vindo a implementar reformas e a criar projetos
com o objetivo de diminuir as disparidades quer no que respeita à igualdade de géneros, quer no que respeita
ao acesso ao ensino, ao combate às disparidades e desigualdades económicas e às assimetrias regionais.

142
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Paralelamente, o Governo de São Tomé e Príncipe comprometeu-se a implementar a Convenção da


Comissão das Nações Unidas para a eliminação da discriminação contra mulheres.

4.1.4. Breve descrição do regime de Segurança Social

A Lei nº. 7/04, de 4 de novembro, (designada Lei de Enquadramento da Proteção Social), regula o sistema de
proteção social em São Tomé e Príncipe, o qual está estruturado em três regimes:

- Regime obrigatório: aplicável a trabalhadores por conta de outrem e a trabalhadores independentes, sendo
financiado com as contribuições dos trabalhadores e das respetivas entidades empregadoras;

- Regime complementar: de adesão facultativa, tendo por objetivo reforçar a cobertura dos benefícios
proporcionados pelo regime obrigatório;

- Regime social: tem por objetivo proporcionar proteção social a pessoas em situação de risco que não
estejam abrangidas pelo regime obrigatório e é inteiramente financiado pelo Estado.

As prestações sociais previstas visam cobrir situações de velhice, invalidez e sobrevivência, bem como outras
situações socialmente relevantes (maternidade, doença e funeral).

Atualmente a taxa contributiva para o regime obrigatório do sistema de Segurança Social ascende a 10% do
montante das prestações pecuniárias periódicas, recaindo sobre a entidade patronal a obrigatoriedade de
entrega dos montantes devidos, não obstante o respetivo encargo ser repartido entre ambas as partes
(empregador: 6%, trabalhador: 4%).

4.2. Como investir em São Tomé e Príncipe?


A Lei n.º 7/2008, de 27 de agosto - Código de Investimentos - define o quadro jurídico em que se processam
os investimentos elegíveis ao benefício de incentivos e garantias em São Tomé e Príncipe, e tem por objetivo
a adequação e melhoria do quadro legal regulador de matérias sobre investimentos privados no país.

Para este efeito, qualificam como investimento a instalação, reabilitação e expansão de atividades económicas
que concorram para o desenvolvimento do país. Estão, no entanto, excluídos do âmbito de aplicação do
Código de Investimentos os projetos de investimentos realizados no domínio da pesquisa e extração de
hidrocarbonetos a montante da indústria petrolífera e das Zonas Francas, que são regulados por lei especial.

As condições previstas no Código de Investimentos são aplicáveis quer a investidores nacionais, quer a
investidores estrangeiros.

O Código de Investimentos aplica-se apenas a projetos de investimento privado, nacional ou estrangeiro, de


valor igual ou superior a 250.000 Euros, considerando-se para o efeito:

 IDE: qualquer das formas de contribuição do capital estrangeiro suscetível de avaliação pecuniária,
que constitua recurso próprio ou sob conta e risco do investidor estrangeiro, provenientes do
estrangeiro, e destinadas à incorporação no investimento para a realização de um projeto de atividade
económica através de uma empresa registada em São Tomé e Príncipe e a operar a partir do território
nacional;

 Investimento Direto Nacional: qualquer das formas de contribuição de capital nacional suscetível de
avaliação pecuniária, que constitua capital ou recursos próprios ou sob conta e risco do investidor
nacional, destinadas à incorporação no investimento para a realização de um projeto de atividade

143
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

económica através de uma empresa registada em São Tomé e Príncipe e a operar a partir do território
nacional.

O Estado de São Tomé e Príncipe assegura aos investidores cujos investimentos qualifiquem para efeitos de
aplicação do Código de Investimentos as seguintes garantias:
 Direito à proteção da propriedade privada;
 Direito às garantias previstas em acordos ou tratados internacionais;
 Direito à igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, em todo o processo de investimento;
 Direito à transferência da totalidade do capital e dos seus rendimentos;
 Direito de exportação dos produtos de liquidação dos investimentos realizados.

De notar que os lucros exportáveis correspondem à parte dos lucros resultantes da atividade do projeto que
envolva IDE elegível à exportação de lucros de acordo com a Lei Cambial em vigor, cuja remessa para o
exterior possa ser efetuada por livre iniciativa do investidor, uma vez assegurados o pagamento dos impostos
e outras obrigações devidas ao Estado Santomense e as deduções legais relativas à constituição ou reposição
de fundos de reserva.

Processo de candidatura

O gozo das garantias e incentivos previstos no Código de Investimento depende da celebração de contrato
entre o investidor e o Estado. Para tal, os projetos de investimento em São Tomé e Príncipe devem ser
submetidos à aprovação do Ministério responsável pelo Planeamento, que decidirá no prazo máximo de 45
dias após a data da receção do dossier completo de candidatura. Decorrido esse prazo sem que seja remetida
uma resposta ao investidor, o projeto de investimento é considerado tacitamente autorizado pelas autoridades
governamentais.

Após a aprovação, expressa ou tácita, do projeto de investimento, o mesmo deverá ser implementado no
prazo de 90 dias, sob pena da autorização para o investimento caducar.

Em caso de recusa da candidatura por falta de apresentação ou insuficiência de informação relevante, o


investidor poderá apresentar um outro dossier de candidatura, devendo a decisão sobre o processo ser-lhe
comunicada no prazo de 30 dias (contados a partir da data de apresentação do novo dossier).

4.2.1. Fases/etapas a observar no processo de estabelecimento em São Tomé e


Príncipe

O Governo de São Tomé e Príncipe implementou uma plataforma – Guiché Único da Empresa – com o
objetivo de conferir celeridade aos processos de constituição, alteração ou extinção de empresas e atos afins,
cujas competências incluem a verificação da admissibilidade do nome da empresa, o registo estatístico e
comercial da empresa e a emissão da respetiva certidão de registo, a atribuição de número de contribuinte às
empresas e a inscrição dos contribuintes e beneficiários de segurança social.

Assim, os investidores poderão criar uma empresa através da plataforma Guiché Único da Empresa, mediante
a apresentação dos seguintes documentos, no caso de sócios que sejam pessoas singulares:
 Certificado de admissibilidade;
 Estatuto da empresa/pacto social em formato digital;
 Cópias do bilhete de identidade, número de identificação fiscal e número de identificação bancária ou
de passaporte e/ou cartão de residente válido;
 Informação quanto ao estado civil, dados do cônjuge e regime de casamento, se aplicável;
 Caso existam mandatários, procuração ou fotocópia da procuração autenticada;
 Atas ou fotocopias autenticadas (caso confiram poderes de representação, as assinaturas devem ser
reconhecidas).
144
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Caso pelo menos um dos sócios seja pessoa coletiva, deverão ainda ser entregues os seguintes documentos:
 Cópias da escritura pública de constituição da “sociedade”, certidão do Registo Comercial e Alvará;
 Ata da Assembleia Geral que delibere sobre a participação da mesma numa sociedade de direito São-
Tomense.
 Cópias do documento de identificação dos sócios/ acionistas.

Por outro lado, para efeitos de registo de uma sucursal ou filial de empresa estrangeira em São Tomé e
Príncipe, deverão ser entregues os seguintes documentos:

 Certidão do registo da empresa (no estrangeiro);


 Ata da Assembleia Geral que delibera a abertura da sucursal ou filial, designando um representante
para a gestão dos negócios em São Tomé e Príncipe;
 Prova de que a empresa não se encontra em insolvência, ou em curso processo de falência;
 Documentos de identificação dos sócios ou acionistas (cópias do bilhete de identidade ou passaporte);
 Estatutos da empresa mãe.

Todos os documentos referidos acima que estejam em língua estrangeira devem ser traduzidos para língua
portuguesa, para este efeito, por um tradutor público em São Tomé e Príncipe.

Aquando do registo de sociedades/sucursais/filiais em São Tomé e Príncipe, há lugar ao pagamento,


nomeadamente, das seguintes taxas:

 Inscrição de sociedade/sucursal/filial no prazo normal: 5.150.000,00 STD (cerca de 285 US$ ou 210
Euros);
 Inscrição de sociedade/sucursal/filial com carácter de urgência: 10.150.000,00 STD (cerca de 560 US$
ou 415 Euros).

4.3. Incentivos e benefícios ao investimento

Para além de definir o regime jurídico aplicável ao investimento interno e externo, a Lei n.º 7/08, de 27 de
agosto – Código de Investimentos – regula também o regime de benefícios e incentivos aplicáveis aos
investimentos.

Assim, os projetos de investimento realizados à luz do Código de Investimentos beneficiam:


 dos incentivos fiscais ao investimento previstos na legislação fiscal;
 de facilidades administrativas na concessão de terreno para construção;
 de cedência à exploração de prédios rústicos ou urbanos, propriedade do Estado, que se mostrem
adequados à realização do projeto durante a duração do mesmo.

Por forma a beneficiar destes incentivos, o investidor deverá submeter ao Guiché Único da Empresa um
dossier de candidatura de que conste a seguinte documentação:

 Formulário Modelo, devidamente preenchido;


 Plano de investimento e estudo de viabilidade económica do projeto;
 Estudo de impacto ambiental nos casos em que, pelas suas características, o projeto de investimento
possa causar riscos ambientais.

Uma vez atribuído, o direito a incentivos fiscais ao investimento é irrevogável pelo período da sua duração, a
não ser que o beneficiário cometa alguma infração prevista no Código de Investimentos. Os benefícios fiscais
atribuídos no âmbito do Código de Investimentos são ainda cumuláveis com quaisquer outros, de natureza
financeira ou especial.

145
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Atualmente, os benefícios fiscais existentes estão dispersos por vários diplomas, estando prevista a
publicação de um Código de Benefícios Fiscais, que venha sistematizar e uniformizar a aplicação dos
mesmos, e colmate assim a lacuna introduzida pela revogação da Lei n.º 13/92 de 18 de junho (o anterior
Código de Investimentos).

Zonas Francas

Atualmente São Tomé e Príncipe dispõe de três “Zonas Francas”:

 Zona Franca do Aeroporto de São Tomé;


 Zona Franca da Baía das Agulhas, na região Autónoma do Príncipe;
 Centro de Negócios Offshore.

Ao abrigo do Regime Franco, definido no Decreto-Lei n.º 61/95 de 31 de dezembro, as empresas que operem
em zona franca, e que estejam como tal homologadas, não estão sujeitas a imposto nas suas atividades
objeto de homologação, durante um período de 10 anos. Adicionalmente, não estão também sujeitos a
impostos os dividendos, juros, taxas ou remunerações de serviços pagos por essa entidade a entidades não
residentes em São Tomé e Príncipe (exceto se a entidade não residente exercer ela própria atividade no país).

Adicionalmente, as atividades realizadas no âmbito do Regime Franco são consideradas, para efeitos
aduaneiros, como sendo situadas fora do território aduaneiro de São Tomé e Príncipe, estando assim isento
de direitos e taxas de importação e exportação o trânsito de mercadorias entre:

 Entidades que exerçam as suas atividades ao abrigo do Regime Franco;

 Entidades que exerçam as suas atividades ao abrigo do Regime Franco, por um lado, e em território
exterior ao de São Tomé e Príncipe, por outro.

Para que possam beneficiar do regime franco, as empresas devem ser constituídas sob a forma de
sociedades offshore, devendo efetuar o pagamento de uma licença. Podem beneficiar do regime franco as
empresas que:

a) Atuem no setor do comércio ou da indústria e exportem pelo menos 80% em valor e em


volume dos bens que distribuam ou produzam;

b) Trabalhem exclusivamente para o setor de exportação de bens ou serviços (se homologadas);

c) Vendam bens e serviços exclusivamente a não residentes (se homologadas).

146
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

4.4. Principais mecanismos de financiamento


78
A SOFID – Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento – é uma sociedade financeira portuguesa,
de capitais maioritariamente Públicos, que tem como missão ajudar a promover o crescimento económico e
social de países emergentes e em vias de desenvolvimento, nomeadamente alguns dos países da CPLP,
como é o caso de São Tomé e Príncipe.

Neste âmbito, podem apresentar projetos de investimento à SOFID empresas privadas e públicas, desde que
geridas de forma comercial, e com uma participação acionista portuguesa mínima de 20%, cujos projetos
cumpram os seguintes requisitos:

 Sejam investimentos de raiz, ampliações, reabilitações, modernizações ou aquisições de ativos;

 Sejam efetuados no âmbito de programas setoriais (múltiplos projetos promovidos por um único
mutuário, parcerias público privadas, projetos regionais, parcerias entre empresas/empresários
portugueses e de outros países);

 Estão excluídos os projetos com impactes sociais ou ambientais negativos, e os projetos de caráter
especulativo ou que envolvam trabalho infantil, entre outros;

 São apoiados todos os setores relevantes para o desenvolvimento sustentado dos países de destino
e que correspondam aos interesses da economia e das empresas portuguesas, sendo no entanto
privilegiados os setores da agro-indústria, da indústria transformadora, das infraestruturas, da energia,
do turismo, comércio e serviços e ainda o setor financeiro;

 O financiamento mínimo é de 250 mil Euros e o máximo é de 2,5 milhões de Euros.

 Os mutuários não sejam sociedades offshore sedeadas em locais que integrem a lista da OCDE de
regimes fiscais privilegiados não cooperantes.
79
A SOFID é uma instituição portuguesa membro da EDFI (Association of European Development Finance
Institutions). Regra geral, os produtos financeiros disponibilizados pelas Instituições Financeiras ao
Desenvolvimento locais podem ser dos seguintes tipos:

 Empréstimos de longo prazo, com taxas a juros de mercado ou bonificados;


 Participações de capital (private equity);
 Financiamento “mezzanine”;
 Garantias;
 Donativos destinados ao financiamento de atividades específicas nos países de menor rendimento;
 Produtos de gestão de risco;
 Apoio à realização de estudos de sustentabilidade do projeto.

Através da SOFID, é possível também aceder a financiamento no âmbito do Fundo Fiduciário EU-África para
as Infraestruturas, que canaliza fundos do Banco Europeu de Investimento (BEI), quer para entidades privadas
quer para entidades públicas, para investimentos com carácter transfronteiriço ou regional nos setores da
energia, transportes, água, saneamento e tecnologias de informação.

78 Nota: As referências a esta entidade devem lidas como SOFID ou como futuro banco de fomento.
79
EDFI - Instituições Financeiras Europeias de Desenvolvimento
147
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

4.5. Competitividade de São Tomé e Príncipe

4.5.1. Atratividade de São Tomé e Príncipe no contexto regional

No contexto da CEMAC, São Tomé e Príncipe está bem posicionado no que se refere à facilidade de se fazer
negócios, de acordo com o relatório do Banco Mundial, ocupando, contudo, a última posição quando é
avaliada a facilidade de obtenção de crédito.

Tabela 29 - Doing Business 2013 – Posição por EM da CEMAC

Facilidade de Obtenção de
Abertura de Obtenção Registo de Obtenção
Países se fazer alvarás de
empresas eletricidade propriedade de crédito
negócios construção

Burundi 159 28 141 164 127 167

São Tomé e
160 100 91 72 161 180
Príncipe

Camarões 161 125 95 63 158 104

Guiné
162 182 107 86 103 104
Equatorial

Gabão 170 157 110 135 170 104

Angola 172 171 124 113 131 129

R.D. Congo 181 149 81 140 106 176

República do
183 180 149 170 156 104
Congo

Chade 184 181 127 149 140 104

República
Centro- 185 170 147 173 132 104
Africana

80
De acordo com o World Investment Report do UNCTAD publicado em 2013, São Tomé e Príncipe registou
em 2012 um volume de IDE de 344 milhões de dólares, o que representa um dos valores mais baixos no
contexto da CEMAC, só ultrapassando o Burundi, que apenas registou um valor de 9 milhões de dólares.

Ao longo dos anos, contudo, a posição de São Tomé e Príncipe como país recetor de IDE tem vindo a
melhorar, conforme demonstra o estudo da UNCTAD, para o que tem contribuído a descoberta de petróleo
nas suas águas, e a exploração quer na ZDC (parceria entre São Tomé e Príncipe e a Nigéria), quer na ZEE.

80 Relatório sobre Investimentos Mundiais do UNCTAD


148
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

4.6. Principais constrangimentos ao IDE e Exportação


4.6.1. Exportações/Importações – barreiras aduaneiras: tarifas, barreiras não
tarifárias, outros impedimentos

A realização de importações ou exportações a título comercial, efetuada por pessoas singulares, coletivas
privadas, mistas, estatais e cooperativas, implica o registo obrigatório como exportador ou importador na
Direção do Comércio daquele país.

O processo de desembaraço aduaneiro é regulado pelo Decreto-Lei nº 39/2009 de 13 de outubro, que aprovou
o Código Aduaneiro, sendo a Direção Geral das Alfândegas a entidade responsável pela fiscalização das
atividades alfandegárias em São Tomé e Príncipe.

Em regra, a importação de mercadorias é livre, com exceções justificadas por razões de segurança, ordem
moral, defesa do património, da fauna e da flora, entre outras. A realização de uma importação implica a
obtenção dos seguintes documentos:

 Fatura comercial, original, assinada e carimbada;

 Número de contribuinte fiscal;

 Declaração da situação fiscal do importador;

 Certificado de origem;

 Certificado veterinário ou fitossanitário – apresentação obrigatória no caso de produtos de origem


animal, ou vegetal;

 Conhecimento de embarque e carta de porte devidamente legalizado;

 Inscrição como importador na Direção do Comércio;

 Declaração aduaneira emitida pelo país de embarque – DU (quando solicitada pela Alfândega).

Direitos aduaneiros e taxas

A Pauta Aduaneira de São Tomé respeita o Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de


Mercadorias, sendo os direitos aplicados numa base “Ad valorem”.

Desde a implementação, em 2000, de um sistema tarifário de três níveis, as mercadorias importadas estão
sujeitas a taxas de 5% para produtos de primeira necessidade, 10% para outros bens e 20% para produtos de
luxo. Contudo, certos bens estão sujeitos a uma sobretaxa, por exemplo:

 Veículos motorizados - 0% e 20%.


 Tabaco - 55%.
 Bebidas alcoólicas:
 Vinho - 25%,
 Vinho espumante e bebidas espirituosas - 55%;
 Cerveja - 41%

Para além dos direitos, são devidos outros montantes, nomeadamente a título de taxas. Por sua vez, não são
devidos direitos aduaneiros sobre as exportações, mas apenas devidas algumas taxas.

149
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Conforme referido acima, existem regras especiais relativamente aos investimentos efetuados nas zonas
francas.

4.6.2. Entrada e saída de capitais

Conforme referido no ponto 4.2 supra, o Estado de São Tomé e Príncipe garante aos investidores estrangeiros
o direito à transferência da totalidade do capital e dos seus rendimentos, desde que estejam reunidos os
demais pressupostos legais.

Regras e procedimentos para operações cambiais

A realização de vendas de divisas e transferência para o exterior para realização de importações estão
totalmente liberalizadas, mas estas operações apenas podem ser efetuadas pelos bancos comerciais e pelo
Banco Central.

O Banco Central garante a convertibilidade e a transferência das divisas para o exterior, quando o importador
disponha de fundos para cobertura dos valores nos bancos comerciais.

No que se refere às divisas recebidas em virtude de exportações, os exportadores poderão dispor livremente
das mesmas, exceto no que respeita à verba retida pelo Banco Central.

As divisas provenientes de exportações deverão ser entregues na sua totalidade, ao sistema financeiro de São
Tomé e Príncipe.

Por sua vez, as vendas de divisas e transferências para o exterior estão dependentes de prévia autorização do
Banco Central, nos seguintes casos:

 Operações sobre valores mobiliários;


 Concessão e obtenção de empréstimos e créditos financeiros;
 Concessão e obtenção de empréstimos de natureza pessoal;
 Constituição de garantias não ligadas a operações correntes;
 Outras operações de capitais.

150
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

4.6.3. Estabilidade legal e fiscal - barreiras legais, fiscais e regulamentares

Nos últimos anos, São Tomé e Príncipe procedeu a uma reforma profunda do seu sistema tributário, com o
objetivo de o modernizar e de o tornar mais eficaz.

A tabela infra resume o sistema tributário de São Tomé e Príncipe.

Tabela 30 - Quadro resumo com os principais impostos de São Tomé e Príncipe

Imposto Taxa Sujeitos passivos/base tributável

Sujeitos passivos:

- Sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, cooperativas,


empresas públicas e demais entidades de direito público ou privado que
possuam sede ou direção efetiva em território nacional;

- Entidades desprovidas de personalidade jurídica, com sede ou direção


25%
efetiva em território nacional;

- Entidades, com ou sem personalidade jurídica, que não tenham sede nem
Imposto sobre o direção efetiva em território nacional.
Rendimento das
Pessoas Coletivas Base tributável:

- Lucro das pessoas e entidades referidas nos dois pontos anteriores que
IRC
exerçam uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola;

- Lucro imputável a estabelecimento estável situado em território


santomense de entidades, com ou sem personalidade jurídica, que não
tenham sede nem direção efetiva em território santomense;

- Rendimentos das diversas categorias consideradas para efeitos de IRS,


auferidos por entidades mencionadas no ponto anterior que não possuam
estabelecimento estável em território santomense ou que possuindo, não
lhe seja imputável.
20%  Tributação dos rendimentos sujeitos a retenção na fonte.
Sujeito passivo:
- Pessoas singulares que residam em território santomense e as que nele
não residindo, ali obtenham rendimentos.

Imposto sobre o
Taxa Incidência objetiva:
Rendimento
Progressiva
de Pessoas - Rendimentos provenientes das categorias seguintes:
(10% a 25%)
Singulares (IRS)  Categoria A: rendimentos do trabalho dependente e de pensões;
 Categoria B: rendimentos empresariais e profissionais;
 Categoria C: rendimentos de capais;
 Categoria D: incrementos patrimoniais.

Imposto de Incidência objetiva:


Consumo Taxa variável - Valor de operações de venda ou qualquer outra forma de alienação
151
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Imposto Taxa Sujeitos passivos/base tributável


onerosa realizada por produtores e de importação.

Sujeitos passivos:
- Pessoas singulares ou coletivas que produzam, transformem ou embalem
mercadorias, sejam quais forem os processos ou meios utilizados

- Pelos importadores sobre as mercadorias importadas.

Incidência objetiva:
- Valor patrimonial tributário do imóvel.
Contribuição
0,1%
predial urbana
Sujeito passivo:
- Proprietário do imóvel.

8% - Incide sobre as transmissões onerosas do direito de propriedade de bens


imóveis, incluindo a compra e venda, permuta, dação em cumprimento, renda
SISA perpétua entre outras.
- Quando o adquirente ou sócios do adquirente tenham residência em território
15% sujeito a um regime fiscal claramente mais favorável.

Imposto de selo
3% - Emissões de faturas e recibos.

Imposto Geral de - Liquidação realizada pelos Serviços de Alfândega no momento da liquidação


Variável
Exportação do despacho de exportação.

*Taxa aplicada a contratos para construção ou beneficiação do ativo fixo imobilizado

São Tomé e Príncipe, comparativamente com os seus pares da CEEAC, e tal como se pode concluir da tabela
seguinte, ocupa uma das melhores posições da tabela de competitividade do Relatório Paying Taxes da PwC,
apesar do excessivo número de horas necessárias para cumprir as respetivas obrigações fiscais.

152
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Tabela 31 - Paying Taxes, PwC, 2014 - CEEAC

Imposto Contrib. impostos Outros Total


Pagamentos Tempo
Países Ranking s/ lucros sobre o trabalho impostos (%
(n.º) (horas/ano)
(% lucros) (% lucros) (% lucros) lucros)

Burundi 43 25 274 38,6 10,2 2,8 51,6

Gabão 152 26 488 18,4 22,7 2,4 43,5

Angola 155 30 282 25,2 9,0 17,9 52,1

São Tomé e
156 42 424 22,1 6,8 3,6 32,5
Príncipe

R.D. Congo 176 32 348 58,9 7,9 51,3 118,1

Guiné Equatorial 177 46 492 0,0 25,4 18,7 44,1

Camarões 180 44 630 30 18,3 0,5 48,8

República do
183 49 602 0,0 31,3 32,5 63,8
Congo

República
188 56 483 0,0 19,8 67,8 87,6
Centro-Africana

Chade 189 54 732 31,3 28,4 14,1 73,8

Por sua vez, comparativamente com os vários países da CPLP, São Tomé e Príncipe encontra-se a meio da
tabela no que se refere ao nível de competitividade fiscal (conforme Tabela 32 incluída na pág. seguinte).

153
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Tabela 32 - Paying Taxes, PwC, 2014 – CPLP

Contribs.
Imposto Outros Total
Pagamentos Tempo impostos sobre o
Países Ranking s/ lucros impostos (%
(n.º) (horas/ano) trabalho
(% lucros) (% lucros) lucros)
(% lucros)

Timor-Leste 55 18 276 11,0 0,0 0,0 11,0

Cabo Verde 80 30 186 18,0 18,5 0,7 37,2

Portugal 81 8 275 15,1 26,7 0,5 42,3

Moçambique 129 37 230 30,9 4,5 2,1 37,5

Guiné-Bissau 153 46 208 14,9 24,8 6,2 45,9

Angola 155 30 282 25,2 9,0 17,9 52,1

São Tomé e
156 42 424 22,1 6,8 3,6 32,5
Príncipe

Brasil 159 9 2600 24,9 39,6 3,8 68,3

154
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

4.6.4. Obtenção de vistos, disponibilidade de mão-de-obra

O Regime Jurídico dos Cidadãos Estrangeiros, aprovado em 2008, impõe 5 requisitos para que um cidadão
estrangeiro possa entrar em São Tomé:

 Possuir um passaporte ordinário com validade mínima de 1 ano;


 Não estar proibido de entrar no território santomense;
 Possuir meios económicos suficientes para a sua estada no país;
 Possuir visto de entrada concedido pelas autoridades de São Tomé;
 Ser portador de certificado internacional de vacinação.

Existem 4 tipos de vistos em São Tomé e Príncipe:

Tipo Requisito

 É necessário haver uma proposta de contrato de trabalho e


Para exercício de uma que a entidade empregadora solicite a aprovação da mesma
atividade profissional ao Ministério do Trabalho. Contudo o empregador, tem que
dependente: fazer a prova que para a profissão em causa não existem
cidadãos santomenses, nem residentes legais capazes de a
desenvolver.
Para exercício de uma
atividade profissional  É necessário que o cidadão estrangeiro tenha feito um
independente: investimento naquele país ou prove ter meios e intenções de
Visto de iniciar uma atividade profissional independente.
residência Para exercício de
atividade de  É necessário que seja no âmbito de um centro de
investigação, ou investigação reconhecido oficialmente.
atividade altamente  É necessário oferta de trabalho que corresponda a uma
qualificada: atividade altamente qualificada.

Para estudar, fazer  Bilhete de viagem, cuja validade corresponda ao tempo de


intercâmbio de estada no país.
estudantes, estágio  Se for menor necessita de autorização de quem exerça o
profissional ou poder paternal.
voluntariado:

Visto oficial, diplomático e de  Concedidos pelo Ministério que tutela o setor das relações
cortesia: exteriores, são válidos por 30 dias no máximo por duas
entradas.

 Nos casos em que é feita escala em São Tomé, permite a


Visto de trânsito:
entrada por um período máximo de 4 dias, sendo obrigatório
ter admissão garantida no país de destino.

 Para viagens culturais, turismo, ou outros fins que não se


aplique a concessão de outro visto.
Visto temporário:  Prazo máximo de 180 dias, contudo a permanência
ininterrupta no território santomense não pode ultrapassar
três meses.

Países com os quais São Tomé e Príncipe assinou acordos de supressão de vistos

155
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

São Tomé e Príncipe é parte no Acordo sobre supressão de vistos para cidadãos dos países da CPLP titulares
de passaportes diplomáticos, de serviço e especiais.

Formas de obtenção de Visto de entrada em São Tomé e Príncipe

Os pedidos de vistos de entrada devem ser efetuados, numa Embaixada ou Consulado de São Tomé e
Príncipe com o mínimo de 7 dias de antecedência, salvo se respeitarem a elementos de organizações
internacionais, caso em que prazo mínimo deve ser de 72 horas.

Nos países ou áreas geográficas onde não exista representação diplomática ou consular de São Tomé e
Príncipe o visto pode ser solicitado diretamente ao Serviço de Migração e Fronteiras, usando o “eVisaST”
através do sítio de internet www.smf.st/virtualvisa, também com o prazo mínimo de 7 dias úteis de
antecedência.

4.6.5. Modelos de cobertura de riscos financeiros, operacionais, propriedade

Apesar de não ser obrigatório, é aconselhável obter um contrato de seguro sobre as mercadorias e bens com
destino a São Tomé e Príncipe.

A cobertura de risco das exportações de Portugal para São Tomé e Princípe poderá ser realizada por
empresas seguradoras privadas tendo em consideração que, no caso dos seguros de créditos com Garantia
do Estado, o operador único, por protocolo com o Estado Português, é a empresa Companhia de Seguro de
Créditos (COSEC) que, para além do seguro de crédito à exportação dispõe de um mecanismo de garantias
de seguro de caução.

Esta companhia de seguros de crédito cobre riscos quanto a apólices individuais a curto prazo, apesar de o
fazer numa base muito restritiva. Contudo, esta cobertura não é possível numa apólice global, relativamente a
exportações para São Tomé e Príncipe.

4.6.6. Sistema jurídico e judiciário

Tipos societários em São Tomé e Príncipe:

 Sociedade Anónima – O capital social mínimo depende da atividade desempenhada, a saber:

 No ramo de hidrocarbonetos e seus derivados, o capital mínimo é de Dbs. 500.000.000;

 Nas sociedades financeiras, gestoras de participações sociais, titularização de créditos,


gestoras de fundos de pensões, de comercialização e gestão de capital de risco e entidades
de investimento coletivo que comercializem as suas unidades de participação, o capital
mínimo é de Dbs. 500.000.000;

 Sociedades não financeiras de concessão e exploração de jogos, pagamentos de prémios de


apostas ou lotarias, o capital mínimo é de Dbs. 300.000.000;

 Sociedades do setor imobiliário, o capital mínimo é de Dbs. 200.000.000;

 Para os restantes ramos de atividade, o capital mínimo é de Dbs. 350.000.000.

156
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

 Sociedade Unipessoal por Quotas – É uma sociedade constituída apenas por um sócio único, que
pode ser pessoa singular ou coletiva. O capital social mínimo é de Dbs. 20.000.000.

A Lei de bases do Sistema Judiciário aprovada em 2010, estabeleceu uma divisão do território em três regiões
judiciais:

 Região de Água que engloba os distritos de Água Grande, Mé-Zóchi, Lobata, Cantagalo e Caué;
 Região de Lembá;
 Região Autónoma do Príncipe.

Tabela 33 – Tribunais judiciários em São Tomé e Príncipe

Tipos de Tribunais
Competência Organização Nº de Tribunais
Judiciários

O Supremo Tribunal de
Está dividido em duas
Justiça é o órgão superior
secções, uma de matéria
Supremo Tribunal de de hierarquia dos tribunais
penal e outra que engloba 1
Justiça judiciais e apenas decide
matéria cível,
questões em matéria de
administrativa e fiscal.
direito.

Os Tribunais de 1.ª Estão divididos em


instância decidem a pedido tribunais de competência
das partes tanto em genérica, e tribunais de
matéria de facto como de competência específica.
Tribunais de 1.º Instância direito. 1
A alçada dos tribunais de
1ª Instância é 10 vezes o
salario mínimo da Função
Pública (em matéria cível).

4.6.7. Resolução extrajudicial de litígios

Existem dois meios alternativos de resolução extrajudicial de litígios relacionados com investimentos em São
Tomé e Príncipe:

a) Tribunais Arbitrais Nacionais:

Existe um Centro de Arbitragem na cidade de São Tomé criado, em 2006, pela Lei de Arbitragem Voluntária
que funciona com um mínimo de 3 juízes nomeados pela Câmara de Comércio, Agricultura e Indústria.

O acesso a este Centro é permitido em relação a qualquer litígio que não envolva direitos alienáveis de
natureza agrícola, comercial, industrial ou de serviços, e que não esteja legalmente adstrito aos tribunais ou à
arbitragem obrigatória, nos seguintes termos:

 Tem de ser submetido ao Centro de Arbitragem pelas partes através de um acordo de arbitragem;

 O objeto do acordo de arbitragem pode basear-se num litígio corrente, mesmo que já esteja a correr
num tribunal (compromisso arbitral), ou um litígio potencial decorrente de uma relação jurídica
contratual ou não contratual (cláusula de arbitragem);

157
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

 Para além das questões de natureza litigiosa em sentido estrito, as partes podem convencionar
livremente sobre que assuntos querem ver resolvidos pela arbitragem tais como: questões que
envolvem a necessidade de clarificar, completar, atualizar ou rever os contratos ou as relações
jurídicas;

 O Estado e outras entidades de direito público podem celebrar acordos de arbitragem nos casos
permitidos por lei ou se tiverem por objeto litígios respeitantes a relações de direito privado.

 Os acordos de arbitragem devem sempre respeitar os princípios da Constituição e do Código Civil.

b) Tribunais Arbitrais Internacionais

A arbitragem internacional só pode ser acionada por investidores estrangeiros, que tenham um contrato inicial
com o Governo santomense. Neste contrato terá de ser expressamente mencionado que qualquer litígio
superveniente daquela relação contratual será dirimido através deste tipo de arbitragem.

Devido ao acordo bilateral de investimento celebrado entre Portugal e São Tomé em 1997, qualquer litígio
entre investidores portugueses e o Estado santomense poderá ser resolvido através da negociação entre as
partes, ou caso esta não tenha êxito, com recurso ao International Centre for Settlement of Investment
81
Disputes (ICSID) .

81 ICSID – Centro Internacional para a Resolução de Conflitos sobre Investimento


158
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

4.7. Principais características dos acordos de São Tomé


e Príncipe no domínio do comércio e investimento
4.7.1. Protocolos da CEMAC e posicionamento relativo de São Tomé e Príncipe

Os EM que integram a CEMAC celebraram protocolos para as indústrias que visam desenvolver a economia,
incluindo os setores agrícola, industrial, dos transportes, comunicações, ciência, tecnologia, energia, recursos
naturais, entre outros. Esta comunidade pretende estabelecer protocolos aduaneiros e de livre circulação de
materiais em indústrias relevantes na região.

4.7.2. Acordos essenciais de STP na área do comércio (ACI82, APPRI83, ADT84)

Há um conjunto de acordos bilaterais que são essenciais para compreender os mecanismos que poderão
facilitar o acesso dos investidores aos mercados: os acordos comerciais de investimento, os acordos de
promoção e proteção recíproca de investimentos e os acordos para evitar a dupla tributação. São Tomé e
Príncipe não dispõe de muitos acordos em vigor.

Tabela 34 - Acordos bilaterais de São Tomé e Príncipe

Acordos assinados, mas ainda


Tipo de Acordos Acordos em vigor
não em vigor
Acordos de Promoção e Proteção Recíproca de
Portugal Itália
Investimentos
Acordos para Evitar a Dupla Tributação Não Não

 São Tomé e Príncipe não é membro da OMC, mas tem o estatuto de observador. Este território
também não pertence à CEDEAO, apesar de ter assinado diversos acordos bilaterais de comércio,
nomeadamente com Angola, Gabão e Nigéria e de ter uma relação de comércio livre com a CEMAC;

 São Tomé e Príncipe é membro do BAfD, do Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento


(BIRD) e do FMI;

 São Tomé e Príncipe é também membro da MIGA e da Organização Mundial da Propriedade


Intelectual (OMPI), tendo aderido ao seu código de classificação internacional de patentes e registo de
marcas;

 São Tomé e Príncipe ratificou a Convenção de Paris para a Proteção da Propriedade Industrial para a
proteção de marcas e patentes, a Convenção de Nova Iorque sobre o Reconhecimento e a Execução
de Sentenças Arbitrais Estrangeiras e a Convenção de Washington para a Resolução de Disputas
relativas a Investimentos entre Estados e Nacionais de Outros Estados;

 São Tomé e Príncipe assinou o Acordo sobre Aspetos dos Direitos da Propriedade Intelectual na
sequência do Acordo de Marrakesh que criou a OMC;

 São Tomé e Príncipe assinou o Tratado que estabelece o Mercado Comum da África Oriental e
Austral (COMESA) e o Tratado que estabelece a Comunidade da África Oriental;

 São Tomé e Príncipe assinou um acordo de cooperação aduaneira com Angola.

82 ACI – Acordos Comerciais de investimento


83 APPRI - Acordos de Promoção e Proteção Recíproca de Investimentos
84 ADT – Acordo para evitar a Dupla Tributação

159
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

4.7.3. Acordos entre EUA e São Tomé e Príncipe

A Lei de Crescimento e Oportunidades para África (AGOA), aprovada em 2000, tem vindo a permitir desde
então a exportação de bens e produtos para os EUA, com isenção de taxas alfandegárias. Para beneficiarem
deste regime fiscal é necessário que os produtos sejam originários de países africanos, e que os países sejam
reconhecidos como estando a implementar medidas que possibilitem uma economia de mercado livre e com
políticas democráticas.

Foi também celebrado um acordo de incentivo ao investimento entre os Governos dos EUA e da República
Democrática de São Tomé e Príncipe.

4.7.4. Acordos entre a UE e São Tomé e Príncipe

O Acordo de Cotonu

O Acordo de Cotonu, assinado por 79 países em 2000, é o principal instrumento para a prestação de
assistência pela UE em matéria de cooperação para o desenvolvimento com os Estados de África, das
Caraíbas e do Pacífico (ACP), e de cooperação da UE com os países e territórios ultramarinos.

O Acordo de Cotonu tem por objetivo promover e acelerar o desenvolvimento económico, cultural e social dos
países ACP e trouxe uma nova visão de cooperação. A nova parceria combina a ajuda para o
desenvolvimento, a dimensão política e os aspetos comerciais. O seu principal objetivo é a redução da
pobreza nos Estados ACP do qual faz parte São Tomé e Príncipe.

O Acordo de Cotonu previu a criação de um importante instrumento financeiro de apoio aos seus objetivos, o
Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED).

O Acordo Cotonu prevê também a promoção de instrumentos de dinamização do IDE para os países ACP:

 Promoção do investimento;

 Apoio e financiamento dos investimentos nos países da ACP através de subsídios para
assistência financeira e técnica, serviços de assessoria e consultoria, capitais de risco para
participações no capital ou operações assimiláveis, garantias de apoio a investimentos
privados, nacionais e estrangeiros, bem como empréstimos e linhas de crédito, empréstimos a
partir dos recursos próprios do BEI.

 Criação de instrumentos de garantias de investimento, através da disponibilização e utilização


crescentes, entre outros, de:

 Seguros de risco enquanto mecanismo de diminuição do risco, no intuito de aumentar a


confiança dos investidores nos Estados ACP;

 Fundos de garantia para cobrir os riscos associados a investimentos elegíveis, em especial,


regimes de resseguros destinados a cobrir o investimento direto estrangeiro realizado por
investidores elegíveis.

 Proteção dos investimentos, a promoção de acordos de promoção e de proteção dos


investimentos que possam igualmente constituir a base de sistemas de seguro e de garantia;

160
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Estes mecanismos de apoio às empresas têm vindo a ser promovidos, entre outros, pelas Instituições
Financeiras para o Desenvolvimento.

Outros Acordos

Além do Acordo de Cotonu existe um conjunto de outras convenções e compromissos políticos assinados
entre a UE e São Tomé e Príncipe.

Entre estes contam-se a Declaração de Paris sobre a eficácia da ajuda, de 2 de Março de 2005, e
instrumentos subsequentes e a Parceria Estratégica África-UE de 2007.

Estão a ser negociados Acordos de Parceria Económica entre a UE e a CEEAC, mas à data de realização
deste estudo ainda não foram concluídas as negociações.

161
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

162
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

5. CPLP
Atratividade de São Tomé e
Príncipe no contexto da CPLP

163
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

5.Atratividade de São Tomé e Príncipe no


contexto da CPLP

O valor global dos fluxos de IDE nos países da CPLP ascende a US$ 79,5 mil milhões, contudo, São Tomé e
Príncipe tem pouca expressão em termos globais.

Gráfico 93 - Valores (milhões US$) e percentagens de IDE na CPLP no ano de 2012, UNCTAD

70000
IDE na CPLP
60000
Brasil
50000
Portugal
40000
7%
11% Moçambique 30000

Cabo Verde 20000

10000
São Tomé e Príncipe
82% 0
Timor-Leste

Guiné-Bissau

De acordo com o estudo “Doing Business 2013” do Banco Mundial, São Tomé e Príncipe tem vindo a
implementar diversas medidas visando aumentar a sua atratividade, nomeadamente, a reforma tributária, a
modernização do sistema financeiro, a mudança de regime cambial e a simplificação do processo de abertura
de empresas e do processo de licenciamento.

No contexto da CPLP, algumas das reformas acima referidas permitiram que São Tomé e Príncipe esteja bem
posicionado no que se refere ao processo de constituição de empresas e obtenção de licenças, mas tal como
já referido acima, também no contexto da CPLP ocupa a última posição quando se avalia a facilidade de
obtenção de crédito.

Tabela 35 - Doing Business 2013 – Posição por país da CPLP

Facilidade em Obtenção de
Abertura de Obtenção de Registo de Obtenção
Países fazer alvarás de
empresas eletricidade propriedade de crédito
negócios construção

Portugal 30 31 78 35 30 104

Cabo Verde 122 129 122 106 69 104

Brasil 130 121 131 60 109 104

Moçambique 146 96 135 174 155 129

164
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

São Tomé e
160 100 91 72 161 180
Príncipe

Timor-Leste 169 147 116 40 185 159

Angola 172 171 124 113 131 129

Guiné-Bissau 179 148 117 182 180 129

A intensificação das trocas comerciais exige complementaridade industrial das economias, implicando níveis
de especialização diferenciada entre parceiros.

O índice de complementaridade das transações comerciais (trade complementary index) apresenta


importantes informações sobre as perspetivas para o comércio intrarregional na medida em que demonstra
como as estruturas de importações de um país podem combinar com as estruturas das exportações dos
demais países.

Como indicador, revela igualmente, o potencial dos acordos de comércios regionais para as trocas comerciais.
Nessa medida analisou-se o grau de complementaridade da CPLP e da RAE de Macau como um bloco
económico.

Tabela 36 – ICC da CPLP e Macau (%)

País exportador
São Tomé e
Angola Brasil Cabo Verde Guiné-Bissau Moçambique Timor Leste Portugal Macau
Príncipe
Angola 5 1 2 4 2 1 80 0
Brasil 40 32 19 31 24 23 47 13
Cabo Verde 6 5 3 8 4 3 2 7
País importador

Guiné-Bissau 2 5 3 4 1 1 1 0
Moçambique 15 12 13 10 11 10 9 9
São Tomé e Príncipe 18 13 18 19 19 6 3 8

Timor Leste 5 1 5 3 7 4 1 4
Portugal 83 48 72 38 66 51 37 35
Macau 11 8 9 5 12 6 5 1

Fonte: Cálculo realizado pela PwC com base nos dados do UNCTAD, UNCTADstat

O nível de complementaridade comercial das economias da CPLP e Macau é muito baixo, excetuando no
relacionamento entre Portugal e Angola.

De facto apenas 2,9% das exportações dos países da CPLP se destinam a outros países da CPLP, peso
relativo que tem vindo a reduzir-se desde 2008. Apesar das exportações intrarregião evidenciarem um
decréscimo médio anual 0,4% de 2008 a 2012, verifica-se uma retoma favorável das exportações intrarregião
de 20,8% (crescimento médio anual) a partir de 2010.

Verifica-se um elevado potencial de complementaridade recíproco no relacionamento comercial entre alguns


países da CPLP.

O ICC entre Portugal e Angola (83 pts e 80 pts) revela uma relação potencial biunívoca.

165
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

A estrutura de importações de Portugal poderá também potenciar as suas relações com o Brasil (48 pts),
Guiné-Bissau (38 pts), Moçambique (66 pts), São Tomé e Príncipe (51 pts) e Timor Leste (37 pts).

Por seu lado, a estrutura de importações do Brasil poderá apresentar algum grau de complementaridade com
as estruturas exportadoras de Angola (40 pts) e Portugal (47 pts). Por outro lado, o ICC entre Portugal e Cabo
Verde evidencia uma relação potencial unívoca, apresentando um grau de complementaridade de 72 pts.

De facto, é notório que a alavancagem comercial intra-CPLP poderá ser potenciada fundamentalmente por 2
motores, por Angola - país com maior relevância nas exportações intrarregião e por Portugal – país CPLP que
mais destaca nas importações intrarregião.
85
Nesta medida Portugal poderá potenciar-se como hub comercial da CPLP, assumindo um papel fundamental
de porta de entrada para os países da CPLP e destes para a UE.

85 Hub – centro internacional (cosmopolita), neste caso para efeitos comerciais.


166
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

São Tomé e Príncipe – Valor total das importações totais, US$ 141 milhões, 2012

Principais produtos importados Potenciais fornecedores CPLP


 Angola
 Óleos de petróleo ou de minerais
Combustíveis minerais  Brasil
betuminosos> óleo de 70%
 Timor-Leste*
 Cereais
 Carnes
 Arroz
 Farinha de trigo e farinha de trigo com
centeio  Brasil
Alimentos
 Gorduras vegetais e óleos  Portugal
 Produtos comestíveis e preparações
 Preparações de cereais, farinha de
frutas ou vegetais

 Veículos automóveis
 Equipamento eletrónico
 Veículos automóveis para transporte de
Maquinaria e equipamento de pessoas  Brasil
transporte  Veículos a motor para transporte de  Portugal
mercadorias
 Máquinas de processamento de dados
 Máquinas e aparelhos elétricos
 Brasil
 Bebidas alcoólicas
Bebidas  Portugal
 Bebidas não alcoólicas
 Angola
Matéria-prima (exceto  Portugal
 Cal e cimento
combustíveis)  Brasil
 Portugal
Produtos químicos  Sabonetes, limpeza e de polimento
 Brasil
 Estruturas e peças de ferro, aço,  Portugal
Artigos manufaturados
alumínio  Brasil
 Mobiliário e peças
Outros artigos manufaturados  Portugal
 Artigos de plástico
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat *Indiretamente, produz matéria prima

Alguns dos produtos com potencial de produção local*

Combustíveis minerais  Petróleo

Alimentos  Café, cacau, borracha, banana e tabaco


 Têxtil
Produtos manufaturados
 Vestuário e calçado
*Para mais dados ver estudo sobre São Tomé e Príncipe.

167
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Índice de Tabelas
Tabela 1 - Indicadores dos Estados Membros da CEEAC .................................................................................................... 28
Tabela 2 – Índice de Complementaridade Comercial (ICC) intra-CEEAC (%) ...................................................................... 42
Tabela 3 - Comunidades económicas regionais em perspetiva ............................................................................................ 43
Tabela 4 - IDE nos Estados Membros da CEEAC – inward flow, (M US$) ........................................................................... 57
Tabela 5 - Evolução das receitas petrolíferas ....................................................................................................................... 68
Tabela 6 - Despesas orçamentais ......................................................................................................................................... 68
Tabela 7 - Finanças Públicas do Gabão, 2009-2014 (Percentagem do PIB) ........................................................................ 68
Tabela 8 - Notação de crédito da dívida pública do Gabão (2012) ....................................................................................... 70
Tabela 9 – Participação do Estado no capital das sociedades, 2013 .................................................................................... 71
Tabela 10 – Lista das empresas privatizadas/em curso depois de 2006 .............................................................................. 73
Tabela 11 – Principais objetivos estratégicos........................................................................................................................ 77
Tabela 12 - Características das províncias do Gabão ........................................................................................................... 79
Tabela 13 – Total dos investimentos dos projetos (Milhares de francos CFA) ...................................................................... 84
Tabela 14 - Indicadores caracterizadores da economia externa do Gabão .......................................................................... 85
Tabela 15 - Evolução das taxas de juro no Gabão (2008-2012) ......................................................................................... 100
Tabela 16 - Indicadores sociais de São Tomé e Príncipe ................................................................................................... 104
Tabela 17 - Taxa de crescimento do PIB real por setor de atividade .................................................................................. 109
Tabela 18 – Objetivos específicos para 2012 – 2016 do Eixo 1 .......................................................................................... 115
Tabela 19 – Objetivos específicos para 2012 – 2016 do Eixo 2 .......................................................................................... 115
Tabela 20 – Objetivos específicos para 2012 – 2016 do Eixo 3 .......................................................................................... 115
Tabela 21 – Objetivos específicos para 2012 – 2016 do Eixo 4 .......................................................................................... 115
Tabela 22 – Taxa de acesso à água potável (2001 – 2006) ............................................................................................... 116
Tabela 23 – Cobertura de saneamento (2001 e 2009) ........................................................................................................ 117
Tabela 24 - Competências no âmbito do sistema elétrico de São Tomé e Príncipe ........................................................... 117
Tabela 25 – Abertura da economia de São Tomé e Príncipe .............................................................................................. 126
Tabela 26 - Principais setores de oportunidade em São Tomé e Príncipe .......................................................................... 133
Tabela 27 – Inward de IDE por EM da CEEAC ................................................................................................................... 135
Tabela 28 – Instituições de crédito ...................................................................................................................................... 137
Tabela 29 - Doing Business 2013 – Posição por EM da CEMAC ....................................................................................... 148
Tabela 30 - Quadro resumo com os principais impostos de São Tomé e Príncipe ............................................................. 151
Tabela 31 - Paying Taxes, PwC, 2014 - CEEAC................................................................................................................. 153
Tabela 32 - Paying Taxes, PwC, 2014 – CPLP ................................................................................................................... 154
Tabela 33 – Tribunais judiciários em São Tomé e Príncipe ................................................................................................ 157
Tabela 34 - Acordos bilaterais de São Tomé e Príncipe ..................................................................................................... 159
Tabela 35 - Doing Business 2013 – Posição por país da CPLP.......................................................................................... 164
Tabela 36 – ICC da CPLP e Macau (%) .............................................................................................................................. 165

168
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Índice de Gráficos
Gráfico 1 – PIB por setor - CEEAC........................................................................................................................................ 29
Gráfico 2 - PIB por Estado Membro, milhões US$ ............................................................................................................... 30
9
Gráfico 3 - Contribuição de cada Estado Membro para o PIB da CEEAC ........................................................................... 30
Gráfico 4 - Evolução das economias da CEEAC ................................................................................................................... 31
Gráfico 5 - Ranking do Doing Business – CEEAC ................................................................................................................ 32
Gráfico 6 - Como é que a CEEAC se classifica no ranking “Doing Business”? ..................................................................... 32
Gráfico 7 - Facilidade em começar um negócio .................................................................................................................... 33
Gráfico 8 – Nº de dias médio para abrir uma empresa.......................................................................................................... 33
Gráfico 9 - Obtenção de eletricidade ..................................................................................................................................... 33
Gráfico 10 – Nº médio de dias para ter eletricidade .............................................................................................................. 33
Gráfico 11 - Obtenção de crédito .......................................................................................................................................... 33
Gráfico 12 - Proteção dos investidores.................................................................................................................................. 33
Gráfico 13 – Relação entre o crescimento do PIB e a variação no ICG ................................................................................ 34
Gráfico 14 – PIB por setor - Angola ....................................................................................................................................... 36
Gráfico 15 – PIB por setor - Camarões ................................................................................................................................. 37
Gráfico 16 – PIB por setor – República Centro - Africana ..................................................................................................... 37
Gráfico 17 – PIB por setor - Burundi ..................................................................................................................................... 38
Gráfico 18 – PIB por setor – República Democrática do Congo ............................................................................................ 38
Gráfico 20 – PIB por setor - Congo ....................................................................................................................................... 39
Gráfico 21 - PIB por setor - Chade ........................................................................................................................................ 40
Gráfico 22 – PIB por setor – Guiné Equatorial ...................................................................................................................... 40
Gráfico 23 – PIB por setor – São Tomé e Príncipe ............................................................................................................... 41
Gráfico 23 - Evolução do comércio intra-CEEAC vs. evolução do PIB da região .................................................................. 44
Gráfico 24 - Peso das exportações/importações intra-CEEAC no total da região ................................................................. 45
Gráfico 25 - Trocas intra-CEEAC (2012) ............................................................................................................................... 46
Gráfico 26 - Evolução das importações da CEEAC e principais países de origem ............................................................... 47
Gráfico 27 - Importações da CEEAC - Top Produtos ............................................................................................................ 48
Gráfico 28 - Importações da CEEAC à China ....................................................................................................................... 48
Gráfico 29 - Importações da CEEAC a França...................................................................................................................... 49
Gráfico 30 - Importações da CEEAC a Portugal ................................................................................................................... 49
Gráfico 31 - Evolução das exportações da CEEAC e principais países de destino .............................................................. 50
Gráfico 32 - Exportações da CEEAC – Top produtos ........................................................................................................... 50
Gráfico 33 - Exportações da CEEAC para China .................................................................................................................. 51
Gráfico 34 - Exportações da CEEAC para os EUA ............................................................................................................... 51
Gráfico 35 - Exportações da CEEAC para a Índia ................................................................................................................. 51
Gráfico 36 - Exportações da CEEAC para Taiwan ................................................................................................................ 51
Gráfico 37 – Importações da CEEAC à CPLP ....................................................................................................................... 52
Gráfico 38 – Importações da CEEAC a Portugal ................................................................................................................... 53
Gráfico 39 – Importações da CEEAC ao Brasil ..................................................................................................................... 54
Gráfico 40 – Exportações da CEEAC para a CPLP .............................................................................................................. 54
Gráfico 41 – Exportações da CEEAC para Portugal ............................................................................................................. 55
Gráfico 42 – Exportações da CEEAC para o Brasil ............................................................................................................... 55
Gráfico 43 - IDE na CEEAC – Inward e Outward .................................................................................................................. 56
Gráfico 44 - Representação da percentagem do PIB dos EM da CEEAC............................................................................. 66
Gráfico 45 - Evolução anual do PIB do Gabão (últimos 5 anos) ........................................................................................... 67
Gráfico 46 - Dívida pública total (%) ...................................................................................................................................... 69
Gráfico 47 - Gabão, PIB por setor 2012 (%) .......................................................................................................................... 70
Gráfico 48 – Crescimento do PIB real ................................................................................................................................... 75
Gráfico 49 - Evolução das importações do Gabão e principais países de origem ................................................................. 86
Gráfico 50 – Evolução das importações gabonesas por produtos ........................................................................................ 86
Gráfico 51 - Importações do Gabão – Top produtos ............................................................................................................. 87
Gráfico 52 – Importações gabonesas de França ................................................................................................................... 87

169
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Gráfico 53 – Importações gabonesas da China .................................................................................................................... 88


Gráfico 54 – Importações gabonesas dos EUA ..................................................................................................................... 88
Gráfico 55 – Importações gabonesas da Bélgica .................................................................................................................. 89
Gráfico 56 - Importações do Gabão à CPLP ......................................................................................................................... 89
Gráfico 57 - Importações do Gabão provenientes do Brasil .................................................................................................. 90
Gráfico 58 - Importações do Gabão provenientes de Portugal.............................................................................................. 91
Gráfico 59 - Evolução das exportações do Gabão e principais países de destino ................................................................ 91
Gráfico 60 – Evolução das exportações gabonesas ............................................................................................................. 92
Gráfico 61 – Exportações gabonesas – Top produtos........................................................................................................... 92
Gráfico 62 – Exportações gabonesas para os EUA .............................................................................................................. 93
Gráfico 63 – Exportações gabonesas para a China .............................................................................................................. 93
Gráfico 64 – Exportações gabonensas para França ............................................................................................................. 94
Gráfico 65 – Exportações gabonensas para Trinidade e Tobago ......................................................................................... 94
Gráfico 66 - Exportações do Gabão para a CPLP ................................................................................................................. 95
Gráfico 67 – Exportações gabonesas para Portugal ............................................................................................................ 95
Gráfico 68 - Fluxos de IDE no Gabão.................................................................................................................................... 97
Gráfico 70 – Caixas automáticas no Gabão .......................................................................................................................... 99
Gráfico 71 - Número de caixas automáticas – comparação com outros países da CEEAC................................................ 100
Gráfico 71 - Representação da percentagem do PIB dos EM da CEEAC, 2012 ................................................................. 103
Gráfico 73 - Evolução do PIB nominal em % ....................................................................................................................... 104
Gráfico 74 - Evolução do PIB nominal em US$ ................................................................................................................... 104
36
Gráfico 75 - Despesas públicas por classificação económica (OGE 2012 e OGE 2013) ................................................. 106
Gráfico 75 - Financiamento do OGE - Recursos públicos 2012 e 2013 .............................................................................. 106
Gráfico 76 - Dívida pública bruta, em percentagem do PIB................................................................................................. 107
Gráfico 78 - Dívida externa, em milhões de US$ ................................................................................................................ 108
Gráfico 79 – PIB por setor 2011 – São Tomé e Príncipe..................................................................................................... 109
Gráfico 79 - Crescimento anual do PIB real (%).................................................................................................................. 112
Gráfico 80 - Crescimento anual do PIB real, com base no cenário 1 (%)............................................................................ 112
Gráfico 81 - Crescimento anual do PIB real, com base no cenário 2 (%)............................................................................ 113
Gráfico 82 - Evolução das importações de São Tomé e Príncipe e principais países de origem ........................................ 127
Gráfico 83 - Importações santomenses da CPLP ............................................................................................................... 127
Gráfico 84 – Importações de São Tomé e Príncipe – Top Produtos ................................................................................... 128
Gráfico 85 - Importações santomenses - Evolução dos produtos ....................................................................................... 128
Gráfico 86 - Importações santomenses de Portugal ........................................................................................................... 129
Gráfico 88 - Importações santomenses do Brasil ................................................................................................................ 130
Gráfico 88 - Evolução das exportações de São Tomé e Príncipe e principais países de destino ....................................... 131
Gráfico 89 - Exportações santomenses - CPLP .................................................................................................................. 132
Gráfico 91 – Concentração do mercado bancário em São Tomé e Príncipe (Índice de GINI) ............................................ 138
Gráfico 91 – Inclusão financeira – situação atual ................................................................................................................ 138
Gráfico 92 – Taxa de inflação (t.v. homóloga anual), % ..................................................................................................... 140
Gráfico 93 - Valores (milhões US$) e percentagens de IDE na CPLP no ano de 2012, UNCTAD ..................................... 164

170
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Índice de Figuras
Figura 1- OMC – Membros e observadores .......................................................................................................................... 27
Figura 2 - Índice de Competitividade Global (ICG) ................................................................................................................ 34
Figura 3 - Estimativas de crescimento do PIB em África, 2013 ............................................................................................. 35
Figura 5 – Principais destinos de exportação de Portugal para a CEEAC ............................................................................ 52
Figura 6 - Principais destinos de exportação do Brasil para a CEEAC ................................................................................. 53
Figura 6 - Mapa do continente africano ................................................................................................................................. 65
Figura 8 - O estado das infraestruturas em África - Gabão ................................................................................................... 78
Figura 8 – Mapa dos corredores do Gabão ........................................................................................................................... 80
Figura 9 - Principais importações do Gabão provenientes do Brasil ..................................................................................... 90
Figura 11 - Estrutura acionista bancária em África ................................................................................................................ 98
Figura 12 - Contas bancárias (% +15 anos) em África .......................................................................................................... 99
Figura 13 - O continente Africano – São Tomé e Príncipe .................................................................................................. 102
Figura 14 – Estratégia de STP: objetivos e eixos estratégicos ............................................................................................ 114
Figura 15 - Centrais de energia hidroelétrica existente ....................................................................................................... 118
Figura 15 – Rede Nacional de Estradas em São Tomé ...................................................................................................... 121
Figura 17 – Plano de desenvolvimento hidroelétrico ........................................................................................................... 124
Figura 17 – Principais importações santomenses de Portugal ............................................................................................ 129
Figura 19 – Principais importações santomenses do Brasil ................................................................................................ 130
Figura 19 - Principais exportações santomenses para Portugal ......................................................................................... 132
Figura 20 - Inward e outward de IDE em STP (milhões US$) ............................................................................................ 135
Figura 22 - Estrutura acionista bancária em África .............................................................................................................. 136
Figura 22 – Repartição dos ativos bancários em STP ........................................................................................................ 137
Figura 24 - Distribuição geográfica dos pontos de acesso – agências bancárias ............................................................... 137
Figura 25 - Contas bancárias (% +15 anos) em África ........................................................................................................ 139

171
Título ou nome da empresa

Um estudo realizado no âmbito do projeto nº 30030, apoiado pelo QREN, através do


SIAC do Programa Operacional Fatores de Competitividade (COMPETE) pela:

Apoio: Projeto Co-Financiado:

ente.

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