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COMPORTAMENTAL
São Paulo
2015
KENNEDY GOMES MARTINS
São Paulo
2015
Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde que citada a fonte.
Martins, Kennedy G.
28f + CD-Rom
BANCA EXAMINADORA
Parecer: ____________________________________.
Prof. _______________________________________.
Parecer: _____________________________________.
Prof.________________________________________.
RESUMO
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................08
2 OBJETIVO ..............................................................................................................17
3 METODOLOGIA .....................................................................................................18
1) INTRODUÇÃO
Quando a morte vem ceifar uma vida, pode trazer consigo profundas
alterações para os indivíduos envolvidos, gerando, comumente, dores físicas,
emocionais e psicológicas, às vezes insuportáveis (PARKES, 1998).
Por ainda estar envolvida por mistérios e crenças, ela gera dificuldades no ser
humano em lidar com sua finitude. Devido a isso, nega-se a morte de todas as
maneiras possíveis, no entanto, ela insiste em fazer parte do dia-a-dia das pessoas.
A morte invade a vida das criaturas através do diversificado mundo das
comunicações, anunciando a dizimação em forma de guerras, fome, epidemias e
doenças, catástrofes naturais, violências nas metrópoles, acidentes automobilísticos,
aéreos e náuticos, degradação do meio ambiente, e outros. Todavia, quanto mais se
nega a morte, mais ela aparece, como a trazer um desafio à Humanidade (SANTOS,
2007).
Para Ariès (2003), um dos maiores historiadores do tema, não é fácil lidar
com a morte, mas ela espera por todos. Deixar de pensar na morte não a evita, nem
retarda. Pensar nela pode ajudar a aceitá-la e a perceber que ela é uma experiência
tão importante e valiosa quanto qualquer outra.
Apesar de Sócrates nunca ter escrito nada, seu brilhante discípulo Platão
(427-347 A.C) fornece através do Fédon, as últimas palavras de Sócrates, bem
como suas conversações a respeito da morte e do morrer. Sócrates ensinava que a
arte de morrer nada mais era que aceitar a morte como a separação da alma do
corpo. Para o grande filósofo, o medo da morte devia-se ao fato de que ninguém
saberia exatamente o que aconteceria no momento em que chegasse. Reflexionava
que se a pessoa não tivesse mais dúvida do que realmente acontecesse no
momento da morte, este medo ficaria sem fundamento ou sem razão de ser. Para o
eminente filósofo, não havia nada de trágico sobre a morte e as pessoas deveriam
morrer em uma atitude de reverência, agradecimento e paz, com paciência e
aceitação (SANTOS, 2007).
morte não era mais significada somente no âmbito do sagrado. Com o declínio da
visão religiosa e a ascensão do modelo científico do final do século XVIII e todo o
século XIX, inicia-se a introdução de uma nova forma de morte e morrer que não só
perpetuará como aumentará o medo da morte.
E, por fim, o quinto estágio que é a aceitação. Quando alcança esse estágio,
a pessoa encontra-se mais serena diante da situação de morte. Consegue expressar
de forma mais clara e organizada seus sentimentos, emoções, frustrações e
dificuldades.
tudo. Ele escuta a voz do morto o chamando, sente o cheiro, sonha muito
frequentemente, escuta passos e tem a impressão de que o morto está presente.
No Luto Inibido, como o próprio nome diz, a expressão do luto está inibida e
seus sinais estão ausentes.
Beck (2013) relata que inicialmente Dr. Beck, seu pai, trabalhava para trazer
uma demonstração mais efetiva da psicanálise para a medicina. Tinha em seu
conceito que a depressão era mantida pelo modelo da raiva retroflexa (hostilidade
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2) OBJETIVO
3) METODOLOGIA
4) RESULTADO E DISCUSSÃO
necessariamente, uma ordem específica, pois isso tende a variar de acordo com
cada paciente. Basso & Wainer (2011) propõem as seguintes estratégias
terapêuticas:
acha de tentar aplicar nas situações que, num primeiro momento, você
consideraria embaraçosas?”; “O que aconteceria se você tentasse?”
d) ESTRATÉGIAS DE COPING – o conjunto das estratégias utilizadas pelas
pessoas para adaptarem-se a circunstâncias adversas, ou seja, uma resposta
cognitiva e comportamental ao estresse, com objetivo de suavizar
características aversivas. É preciso que os pacientes busquem novas
estratégias de enfrentamento, frente às anteriormente internalizadas. Indica-
se o levantamento de outros eventos adversos na vida dos enlutados e quais
estratégias foram úteis para amenizar os sintomas gerados: “Quando você se
encontrou numa situação difícil, como você lidou com ela?”; “Se uma pessoa
amiga estivesse na mesma situação na qual você se encontra, que conselho
daria a ela?” (LISBOA et.al., 2005)
e) REESTRUTURAÇÃO COGNITIVA – numa colaboração entre paciente e
terapeuta, identifica-se pensamentos irracionais e catastróficos, exame das
evidências favoráveis e contrárias aos pensamentos distorcidos, a fim de
avaliar e perceber outros pensamentos mais adaptativos (BECK, 1997).
Nesse momento, pode ser usado o modelo A-B-C (A-situação, B-pensamento,
C-consequência) para auxiliar o paciente a identificar a situação perturbadora
e o pensamento automático: “O que aconteceu para eu me sentir assim?”; “O
que passou pela minha cabeça?”. Identificado esse pensamento, o segundo
passo é avaliar a veracidade desse pensamento: “Que evidências eu tenho
para comprovar esse pensamento?”; “Esse pensamento é realista?”. Num
último momento, orienta-se o paciente a desafiar e substituir o pensamento
por afirmações mais racionais: “Qual vantagem tenho em manter esse
pensamento irracional?”; “Qual seria o pensamento saudável nessa
situação?”
f) PREVENÇÃO E RECAÍDA – psicoeducar o enlutado quanto ao seu
funcionamento, suas dificuldades e também sua autoeficácia (BECK, et al.,
1997). No decorrer do processo psicoterapêutico, foi lhe orientado a utilizar
estratégias e habilidades para lidar de maneira eficaz com o problema
percebido. Ao se deparar com outras situações, terá recursos para enfrentar
possíveis problemas: “Quais os primeiros indícios de um evento adverso?”;
“Que situações são consideradas como situação de risco?”; “Que estratégias
disponíveis me auxiliariam neste momento?” (BECK, et al.,1997).
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Basso & Wainer (2011) propõe também algumas técnicas para auxiliar no
processo terapêutico do luto, partindo do pressuposto de que é a maneira como
o indivíduo interpreta uma situação que faz com que ele tenha sentimentos e
emoções, por diversas vezes, desagradáveis e causadoras de sofrimento. As
técnicas irão servir como instrumento para identificar esses pensamentos
disfuncionais, que geram interpretações catastróficas e errôneas. As principais
técnicas que se reportam ao processo terapêutico do luto são:
Outro processo que cria problemas é a esquiva do esquema. Isto significa que
a pessoa tenta evitar o enfrentamento de quaisquer questões que toquem seu
esquema. Por exemplo, um indivíduo tem um esquema de fracasso. Sua ideia é de
que deve ser realmente incompetente. Uma maneira pela qual pode evitar testar
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Basso & Wainer (2011), relatam que a maioria das pessoas que passam por
situações de estresse, como a perda de um ente querido, desenvolve respostas de
enfrentamento desadaptativas, ou seja, utilizam-se de estratégias para conseguir
lidar com o evento traumático. Segundo Young, Klosko e Weishaar (2008), em
algum momento os Esquemas Iniciais Disfuncionais latentes, caracterizados por um
conjunto de crenças globais e enraizadas com pressuposições e regras acerca do
mundo, podem ser ativados devido a uma situação, alterando e predominando sobre
humor bem como sobre o comportamento de um indivíduo.
O impacto gerado por uma perda pode ser tão doloroso que dificulta os
indivíduos a terem uma recuperação saudável. Assim, por meio da Terapia dos
Esquemas e dos erros de pensamento a Terapia Cognitivo-Comportamental vai
poder auxiliar os pacientes enlutados na busca de uma reorganização, alívio e
melhor aceitação da perda do ente querido.
5) CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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