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Teoria e Prática
QUARTIER LATIN
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COORDENAÇÃO
Teoria e Prática
1. Direito Tributário
ISBN: 85-7674-183-0
Prefácio, 17
José Eduardo Soares de Melo
Apresentação, 21
Pedro Anan Jr.
I. Introdução 24
II. Consideração Inicial: Da Prevalência dos TDTs sobre a
Legislação Interna no Brasil 26
III. Dos Dispositivos dos TDTs Aplicáveis aos Serviços
Técnicos - Da Possibilidade de Equiparação a "Royalties"
- Tratamento Tributário ................................................ 28
III.l.Dos tributos visados pelos TDTs .......................... 34
IV. Dos Tributos Incidentes na Remessa vis-à-vis ao IRF
Visado no TDTs 43
IV.1. CIDE .................................................................... 43
IV.2.ISSlImportação 47
IV.3. PISllmportação e COFINSllmportação 50
IVA. CPMF 51
V. Da Conclusão 53
I. Objetivos e Justificativas 56
II. Situação de Fato 56
III. Desenvolvimento 57
III.l.Regime de competência e a tributação da renda .... 57
I11.2. Tratamento comercial e tributário dos resultados
auferidos na fase pré-operacional ................................... 59
III.3. A Instrução Normativa SRF nO 54/88 - Confrontação
do resultado financeiro com as despesas pré-operacionais
registradas no ativo diferido 64
IIIA. Parêntese: normas internacionais de contabilidade .... 70
IV Conclusões 71
I. Introdução 100
II. Tributação dos Rendimentos Auferidos no Exterior 100
III. Variação Cambial de Investimento no Exterior 103
IV. Conclusão ................................................................... 105
I. Introdução 188
II. Elisão Fiscal Internacional 189
III. Transparência Fiscal Internacional 193
IV. Da Definição de Renda como Base Imponível ........... 196
V. Tributação dos Lucros Auferidos no Exterior .............. 201
VI. Conclusão .................................................................. 209
L Introdução 242
II. O Dever da Prova por parte do Agente Tributário 242
III. A Prova em Contrário como Ônus do Contribuinte . 245
IV As Presunções Simples a Partir dos Indícios 246
V. As Presunções Legais a Partir dos Indícios Provados 247
VI. A Prova na Glosa de Custos ou Despesas
Operacionais ............................................................... 249
VIL Conclusões ............................................................... 251
Preços de Transferência e Juros sobre o Capital Próprio, 253
Marcelo Natale Rodriguez
I. Introdução 254
II. Preços de Transferência ............................................... 254
III. Juros sobre Capital Próprio 256
IV Dos Efeitos do Ajuste de Preços de Transferência no
Cálculo dos Juros sobre Capital Próprio ...................... 259
V. Dos Efeitos do Pagamento de Juros sobre Capital Próprio
no Cálculo do Safe Harbour de Lucratividade para Fins
Preços de Transferência 265
V.I. Safe Harbour da Representatividade 266
V.2. Safe Harbour da Lucratividade 266
VI. Efeitos Imprevistos do art. 45 .................................... 268
VII. Conclusões ............................................................... 268
L Introdução 346
II. Da Dedutibilidade das Despesas 347
III. Conclusão 354
PREFÁCIO
18
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
19
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APRESENTAÇÃO
J
PEDRO ANAN R.
Coordenador
22
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Remessas de Contraprestação pôr
Serviços Técnicos para o Exterior
Vis-à- Vis aos Tratados para Evitar a
Dupla Tributação
FERNANDA]UNQUEIRA CALAZANS
Advogada em São Paulo
Especialista em Direito Tributário pelo IBDT e pelo IBET
Especialista em Direito nos Mercados Financeiro e de Capi-
tais LLM - Ibmec Law
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
I. INTRODUÇÃO
24
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
25
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
2 Isso porque, de acordo com a melhor doutrina, no que tange à interpretação dos
TDTs, os comentários ao modelo de Convenção da OCDE podem servir de guia para
interpretação pelo Brasil, a despeito do mesmo não ser um país signatário da OCDE.
3 O caput do artigo 150 da Constituição Federal (que trata das limitações do poder de
tributar) inclui as questões tributárias no conceito de direitos fundamentais, esten-
dendo, assim, a aplicabilidade do parágrafo 2° do artigo 5° aos TDTs.
4 "Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legisla-
ção tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha".
26
COORDENAÇAO: PEDRO ANAN JR.
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IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
28
COORDENAÇAO: PEDRO ANAN JR.
("Business Profits"). Este enquadramento implicaria. regra geral. que tais rendimen-
tos. desde que não atribuíveis a estabelecimento permanente do prestador do serviço
localizado no país do tomador. somente poderiam ser tributados no país de residência
do respectivo beneficiário. Não obstante. salienta-se que as Autoridades Fiscais brasi-
leiras expressaram entendimento diverso por meio do Ato Declaratório (Normativo)
COSIT n.O O1. de 05.01.00. no sentido de que os rendimentos auferidos por residente
no exterior pela prestação de serviços que não envolvam a transferência de tecnologia
devem ser classificados nos TDTs celebrados pelo Brasil como "Rendimentos não Ex-
pressamente Mencionados" ("Olher Incorne") e não como "Lucro das Empres'as
("Business Profils"). o que autorizaria a incidência do IRF no Brasil (chamada "com-
petência cumulativa"). Em razão disso, o Brasil vem exigindo o IRE mesmo nos casos
em que haja TDT celebrado com o pais do beneficiário do rendimento. 'ainda que o
respectivo TDT não contenha o artigo referente aos "Rendimentos não Expressamente
Mencionados" (no caso da França. por exemplo), admitindo. a nosso ver. hipótese ex-
plicita de bi-tributação. No entanto. entendemos existirem ótimos argumentos para
questionamento judicial do referido AD(N) COSIT n.O 01/00. inclusive com decisões
positivas emanadas pelo judiciário, Neste sentido. apontamos as decisões da IS' Vara
Federal da Justiça Federal de São Paulo. nos Mandados de Segurança nO
2000.61.00.012154-0 e n° 2000.61.00,015742-0, favoráveis à não incidência do IRF nas
remessas de contraprestação por serviços que não envolvam a transferência de
tecnologia.
12 O TDT Brasil/Ucrânia. ass'nado em 16,01.02. também contém esta disposição. contu-
do ainda não foi aprovado e promulgado pelo ordenamento jurídico brasileiro.
13 Aprovado pelo Decreto Le;;islativo n.O 92, de 05,11.75, e promuJgado.pelo Decreto n°
76.988, de 06,0176. Tal equiparação está contida no Protocolo aprovado pelo mesmo
Decreto que aprovou o TDT, item 4. Tivemos acesso à informação ainda não oficial de
que a Alemanha pretende denunciar o TDT Brasil/Alemanha,
14 Aprovado pelo Decreto Legislativo n,O 74. de 05.12.81. e promulgado pelo Decreto n°
87.976. de 22,12.82, Tal equiparação está contida no Protocolo aprovado pelo mesmo
Decreto que aprovou o TDT. item 7.
15 Aprovado pelo Decreto Legislativo n.O 28. de 12,11.85, e promulgado pelo Decreto n°
92.318. de 23.01.86, Tal equiparação está contida no Protocolo aprovado pelo mesmo
Decreto que aprovou o TDT. item 8, A decisão do Processo de Consulta n° 124/99 da
SRRF da 7a. Região Fiscal confirma essa possibilidade: "( ... ) Remessas ao exterior rela-
cionadas a gastos com assistência técnica ou científica são tributadas na fonte à aliquota
de 15%, recebendo o tratamento de roya/fies, eis que o Tratado Internacional entre
Brasil e Canadá no seu respectivo Protocolo adicional, item 8, por pura ficção jurídica.
equipara as remunerações de serviços técnicos ao conceito de roya/ties. (, .. )"
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IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
16 Aprovado pelo Decreto Legislativo n.O 85, de 24.11.92, e promulgado pelo Decreto
n° 762, de 19.02.93. Tal equiparação está contida no Protocolo aprovado pelo mesmo
Decreto que aprovou o TDT, item 3.
Aprovado pelo Decreto Legislativo n.O 331, de 22.07.03, e promulgado pelo Decreto
nO 4.852, de 02.10.03. Tal equiparação está contida no Protocolo aprovado pelo mes-
mo Decreto que aprovou o TDT, item 5.
18 Aprovado pelo Decreto Legislativo n.O 205, de 07.10.91, e promulgado pelo Decreto
nO 354, de 02.12.91. Tal equiparação está contida no Protocolo aprovado pelo mesmo
Decreto que aprovou o TDT, item 4. Neste sentido, destacamos a decisão do Processo
de Consulta n° 83/03 da SRRF da 9a Região Fiscal, cujo trecho da ementa transcreve-
mos: "As remessas efetuadas à empresa domiciliada no exterior em face de contrato
referente à licença sobre direitos de propriedade industrial e de direito de uso de
informações técnicas, incluindo, subsidiariamente, a obrigação da Licenciante de
fornecer informações técnicas e assistência técnica, caracteriza pagamento de raya/ties
conforme definição dada ao termo pela Convenção Internacional para Evitar a Du-
pla Tributação em Matéria de Imposto de Renda, entre o Governo da República Fe-
derativa do Brasil e o Governo da República da Coréia".
19 Aprovado pelo Decreto Legislativo n.O 90, de 28.11.74, e promulgado pelo Decreto
n° 75.106, de 20.12.74. Tal equiparação está contida no Protocolo aprovado pelo mes-
mo Decreto que aprovou o TDT, item 3.
20 Aprovado pelo Decreto Legislativo n.o 04, de 20.03.86, e promulgado pelo Decreto
n° 95.717, de 11.02.88. Tal equiparação está contida no Protocolo aprovado pelo mes-
mo Decreto que aprovou o TDT, item 5.
21 Aprovado pelo Decreto Legislativo n.O 62, de 07.08.75, e promulgado pelo Decreto
n° 76.975, de 02.0 1.76. Tal equiparação está contida no Protocolo aprovado pelo mes-
mo Decreto que aprovou o TDT, item 5. Destacamos, para este TDT, as ementas das
seguintes decisões: (i) Processo de Consulta n° 119/99, da SRRF da 7a. Região Fiscal:
"Nas remessas a empresa domiciliada na Espanha aplicam-se as normas veiculadas
na respectiva Convenção Internacional, em detrimento da lei interna. Por força do
Protocolo, que é parte integrante do Tratado firmado, dá-se à remuneração relativa a
prestação de serviços técnicos o mesmo tratamento dispensado ao pagamento de
roya/ties" e (ii) Processo de Consulta nO 148/99, também da SRRF da 7a. Região Fis-
cal: "Os rendimentos decorrentes do contrato de prestação de serviços de natureza
técnica e gerencial, celebrado entre a consulente e a empresa domiciliada na Espanha
(prestadora), sem qualquer estabelecimento em nosso país, dar-se-á o tratamento de
transferência de royalties."
22 Aprovado pelo Decreto Legislativo n.O 198, de 01.10.91, e promulgado pelo Decreto
n° 241, de 25.10.91. Tal equiparação está contida no Protocolo aprovado pelo mesmo
Decreto que aprovou o TDT, item 7 b.
23 Aprovado pelo Decreto Legislativo nO 60, de 17.12.90, e promulgado pelo Decreto n°
355, de 02.12.91. Tal equiparação está contida no Protocolo aprovado pelo mesmo
Decreto que aprovou o TDT, item 5. Destacamos que tal equiparação contemplou
"serviços'; de modo geral, e "assistência técnica': de maneira que os pagamentos decorrentes
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COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
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COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
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COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
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COORDENAÇAO: PEDRO ANAN JR.
nos países contratantes, estão visados pelo TDT (no caso do Brasil,
no geral somente o imposto de renda está contemplado neste pará-
grafo, exceção feita ao TDT Brasil/Portugal, anteriormente mencio-
nado, no qual a CSL foi expressamente incluída); e, por fim, (iii) o
parágrafo 3°, que prevê (a) na sua primeira parte, a possibilidade de
aplicação do TDT aos tributos futuros de natureza idêntica ou se-
melhante aos abrangidos pelo mesmo no momento da celebração do
TDT, que venham a acrescê-los ou substituí-los; e (b) na segunda
parte, o compromisso de notificação mútua entre as autoridades com-
petentes dos Estados Contratantes quanto às modificações substan-
ciais que ocorram em suas respectivas legislações tributárias.
Apesar dos Estados Contratantes se comprometerem a notifi-
car uns aos outros acerca das modificações relevantes introduzidas
em suas respectivas legislações tributárias - incluídas aquelas refe-
rentes à introdução de tributos idênticos ou semelhantes abrangidos
pelo escopo do TDT4J, entendemos que tal artigo não gera uma
obrigação de notificar para que certo tributo novo esteja abarcado
pelo correspondente TDT. Ou seja, na falta de notificação pela au-
toridade competente quanto à introdução de novos tributos idênti-
cos ou semelhantes aos expressamente visados pelo TDT, não deve-
rão ser os beneficiários do TDT prejudicados. 44
43 Destacamos, neste sentido, I recho dos Comentários da OCDE: "Cada Estado se com-
promete a notificar o outro de qualquer mudança significativa ocorrida em suas leis
tributárias, informando, por exemplo, os detalhes dos impostos novos ou substituí-
dos. Países membros são encorajados a informarem também sobre outros aconteci-
mentos significativos, tais como novas regulamentações ou decisões judiciais; vários
países já adotam tal prática. Estados Contratantes podem também estender esta exi-
gência de notificação, a fim de abranger quaisquer alterações significativas em outras
leis que tenham impacto sobre suas obrigações nos termos desta convenção; ( ... )"
(tradução livre)
44 Neste sentido, citamos Vogel, Klaus. On Double Taxation Conventions. 3. ed. London: Kluwer
Law International, 1997, p. 158: "A notificação tem o propósito de informar a outra parte
contratante de mudanças, caso haja alguma, no escopo de aplicação do tratado. A deficiên-
cia em tal informação, porém, não deve acarretar nenhuma conseqüência legal. Se um Esta-
do contratante omite-se em notificar qualquer mudança de suas leis tributárias, o imposto
recém-criado deve, não obstante, ser abrangido pelo TDT, desde que se encaixe nas condi-
ções estipuladas na primeira sentença do art. 2 (4)." (tradução livre)
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IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
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COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
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IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
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COORDENAÇÃO: PEDRO MAN JR.
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IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
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COORDENAÇÁO: PEDRO ANAN JR.
1V.1. (IDE
52 "Art. 708. Estão sujeitos à incidência do imposto na fonte. à alíquota de vinte e cinco
por cento, os rendimentos de serviços técnicos e de assistência técnica, administrati-
va e semelhantes derivados do Brasil e recebidos por pessoa física ou jurídica resi-
dente ou domiciliada no exterior, independentemente da forma de pagamento e do
local e data em que a operação tenha sido contratada, os serviços executadm ou a
assistência prestada. (Decreto-Lei n.O 1.418, de 3 de setembro de 1975, art. 6°, Lei n.O
9.779, de 199, art. 70). Parágrafo único. A retenção do imposto é obrigatória na data
do pagamento, crédito, entrega, emprego ou remessa dos rendimentos (Decreto-Lei
n.O 5.844, de 1943, art. IDO}."
43
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDlCA
44
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
45
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JlIRIDIC A
55 Destacamos o artigo 121 do CTN, que trata do sujeito passivo da obrigação tributária,
vejamos: "Ar!. 121 Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao paga-
mento de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único. O sujeito passivo da obri-
gação principal diz-se: I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a
situação que constitua o respectivo fato gerador; " - responsável, quando, sem revestir
a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei."
56 Destacamos trecho da íntegra do referido acórdão: "Por derradeiro, relativo à
violação, pela legislação atual, ao Decreto n." 355/91, que incorporou ao
ordenamento jurídico brasileiro tratado firmado entre o Brasil e os paises bai-
xos, referente ao imposto de renda, a legislação atacada exige a arrecadação de
novo tributo, criado sob a mesma hipótese de incidência tributária na qual se
assenta o Imposto de Renda, cuja alíquota, no presente caso, não poderia ser
superior a 15%. Consideramos o sistema tributário nacional, previsto na Carta
Constituição, não há vício algum na medida em que a contribuição ora discuti-
da tem contornos absolutamente distintos, apenas, a incidência de imposto de
renda e de qualquer outro imposto idêntico ou substancialmente semelhante
que forem posteriormente criados. Assim, a contribuição de intervenção sequer se
assemelha ao imposto de renda, não podendo, portanto, sofrer a limitação do trata-
do. O Tratado refere-se à disciplina da incidência de impostos e não contribuições,
não havendo que se falar em violação ao Tratado ratificado pelo Decreto n."
355/91, nem em bitributação." (destacamos)
46
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
1V.2. ISSIIMPoRTAçÃo
47
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
Referida LC determina, no seu artigo 1°, "capu! ", que o fato gerado~9
do ISS consiste na prestação de serviços incluídos na lista anexa a esta
Lei, ainda que esses serviços não constituam a atividade preponderan-
te do prestador, estabelecendo, no seu parágrafo 1°, a incidência do
ISSlImportação sobre os serviços provenientes do exterior ou sobre os
serviços cuja prestação se tenha iniciado no exterior. A base de cálculo
do ISS, conforme o artigo 7° da LC nO 116/03, corresponde ao preço
do serviço60
É importante ressaltar que, conforme o artigo 15661 da Cons-
tituição Federal, o ISS é um imposto de competência Municipal,
sendo.esta, portanto, a autoridade legitimada para criá-lo e instituí-
10. Neste sentido, o Município de São Paulo, no âmbito de sua com-
petência, editou a Lei Municipal nO 13.701, de 24.12.03, que trata
do ISS, reforçando ser a base de cálculo do ISS (mesmo na modali-
dade "Importação", o preço do serviçoY
Com relação ao contribuinté 3 e ao responsável pelo recolhi-
mento 64 do ISSlImportação, podemos notar semelhança substan-
cial quanto aos do IRF, conforme artigos 5° e 6° da LC nO 116/03.
De fato, inclusive a sistemática de recolhimento desses tributos são
59 '"Art. 1°. O imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Mu-
nicípios e do Distrito Federal. tem como fato gerador a prestação de serviços cons-
tantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponde-
rante do prestador. § 10. O imposto incide também sobre os serviços proveniente do
exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País. (... )"
60 '"Arl. 7°. A base de cálculo do imposto é o preço do serviço. ( ... )"
61 '"Art 156: Compete aos municípios instituir imposto sobre: (... ) III - serviços de qual-
quer natureza, não compreendidos no arl. 155, II, definidos em Lei Complementar."
62 Em seu artigo 14, referida Lei traz a definição da base de cálculo do ISSISão Paulo:
'"Art 14. A base de cálculo do Imposto é o preço do serviço, como tal considerada a
receita bruta a ele correspondente, sem nenhuma dedução, excetuados os descontos
ou abatimentos concedidos independentemente de qualquer condição."
63 Conforme LC n° 116/03: '"Arl. 5°. Contribuinte é o prestador do serviço."
64 Conforme LC n° 116/03: "Artigo 6° (... ) § 1° Os responsáveis a que se refere este
artigo estão obrigados ao recolhimento integral do imposto devido, multa e
acréscimos legais, independentemente de ter sido efetuada sua retenção na fon-
te. § 2° Sem prejuízo do disposto no caput e no § 1° deste artigo, são responsá-
veis: I - o tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior do País ou
cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País; ( ... )" (destacamos)
48
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
49
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
66
IV.3. PIS/IMPORTAÇÃO E (OFINS/IMPORTAÇÃO
50
(OOROENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
esta não seja tão patente, como no caso da CIDE, por nós já analisa-
da. Isso porque o IRF incide no pagamento, remessa, crédito, em-
prego ou entrega de contraprestação de serviços, independente do
local de execução do mesmo pelo não-residente. Já o PISlImporta-
ção e a COFINSlImportação incidem sobre pagamento, remessa,
crédito, emprego ou entrega de contraprestação de serviços, executa-
dos no Brasil ou, se executados no exterior, desde que seus resultados
sejam verificáveis no Brasil.
Do mesmo modo, há dessemelhança nas bases de cálculo des-
ses tributos, tendo em vista que a do IRF corresponde, em suma, ao
valor remetido, enquanto que a do PI S/Importação e da COFINS/
Importação corresponde ao valor do serviço, acrescido do valor pago
a título de ISSlImportação e do valor das próprias contribuições.
Tais dessemelhanças não nos parecem suficientes para impedir
que esses tributos sejam considerados substancialmente semelhan-
tes para fins de tentativa de ampliar a abrangência dos TDTs cele-
brados pelo Brasil.
Desse modo, apesar de termos identificado algumas
dessemelhanças entre o fato gerador e a base de cálculo do IRF e do
PISlImportação e da COFINSlImportação, os quais não são tão
substancialmente semelhantes como no caso da CIDE, entendemos
que há semelhanças relevantes, como vimos, com relação a estes as-
pectos materiais, de maneIra que entendemos defensável a tentativa
de questionamento judicial para inclusão dessas contribuições no
âmbito de abrangência dcs TDTs.
1V.4. ePMF
51
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
52
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
v. DA CONCLUSÃO
53
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
(a) o termo "imposto" nos TDTs deve ser entendido como "tributo";
e (b) para estabelecer identidade ou substancial semelhança entre
tributos, deve-se analisar a natureza dos mesmos, externada por dois
de seus aspectos, quais sejam, o fato gerador e a base de cálculo,
sendo irrelevante a respectiva espécie tributária, a denominação, a
pessoa jurídica de direito público que seja titular, a destinação cons-
titucional da renda, os métodos adotados para cobrança, a alíquota;
Tomando-se por base, no caso em exame, o IRF, cujo fato gera-
dor consiste, em linhas gerais, no pagamento, crédito, entrega, em-
prego ou remessa de valores remuneratórios de serviços técnicos e de
assistência técnica, administrativa e semelhantes, e a base de cálculo
corresponde nos valores remuneratórios pagos, creditados, entregues,
empregados ou remetidos, pode-se concluir que:
a. a CIDE, por possuir fato gerador e base de cálculo substancial-
mente semelhantes ao do IRF, e pela alíquota do IRF ter sido reduzi-
da por força da sua criação, apresenta argumentos jurídicos bastante
consistentes para, na esfera judicial, tentar ser incluída no âmbito dos
TDTs, a par de decisões administrativas e judiciais em contrário;
b. o ISSlImportação, apesar de algumas semelhanças com re-
lação à forma de recolhimento e ao contribuinte do IRF, careceria de
semelhança substancial com relação ao fato gerador, uma vez que o
seu fato gerador recai sobre a prestação do serviço em si, e não sobre
o "pagamento" pelo serviço (genericamente considerado em uma das
formas elencadas no artigo 708 do RIR/99), como no IRF, o que
poderia prejudicar a argumentação em eventual tentativa, por meio
de medida judicial, de inclusão deste imposto no âmbito dos TDTs;
c. já com relação ao PISlImportação e à COFINS/lmporta-
ção, ainda que estes não possuam fato gerador e base de cálculo tão
semelhantes ao IRF como a CIDE, consideramos que os mesmos
poderiam ser considerados substancialmente similares para fins de
abrangência nos TDTs, de maneira que seria defensável a tentativa
de questionamento judicial objetivando inclusão dessas contribui-
ções nesta esfera;
d. quanto à CPMF, tendo em vista patente dessemelhança com
o fato gerador do IRF, entendemos remota a chance de êxito em even-
tual medida judicial objetivando sua inclusão no âmbito dos TDTs.
54
Tributação das Receitas Finan
Auferidas na Fase Pré-Operacional
I. OBJETlVOS E JUSTIFICATIVAS
56
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
III. DESENVOLVIMENTO
57
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
Art. 7° O lucro real será determinado com base na escrituração que o contribuinte
deve manter. com observância das leis comerciais e fiscais.
§ 4° Ao fim de cada período-base de incidência do imposto o contribuinte deverá
apurar o lucro líquido do exercício mediante a elaboração, com observância das dis-
posições da lei comercial. do balanço patrimonial. da demonstração do resultado do
exercício e da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados':
58
COORDENAÇAO: PEDRO ANAN JR.
59
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIOICA
60
COOROENAçAO: PEORO ANAN JR.
61
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
62
COORDENAÇAo: PEDRO ANAN JR.
63
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
64
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
65
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
66
COORDENAÇlO: PEDRO ANAN JR.
67
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
68
COOROENAçAO: PEORO ANAN JR.
69
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
Orientação CVM nO 17/89, sem tributação pelo IRPJ e CSL até que
sejam lançadas em conta de resultado.
Relativamente ao IRRF, não obstante a responsabilidade dos
agentes financeiros pela retenção e recolhimento do imposto, a
inexistência de rendallucro impede a tributação na fonte.
70
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
IV. CONCLUSÕES
71
IMPOSTO OE RENDA PESSOA JURIOICA
72
l t
"nbilr*.
i""114 ' _
Uma Visão Geral do Regime de
Tributação na
República Popular da China: Regras
Aplicáveis às Sociedades
Estrangeiras e às Sociedades com
Investimento Estrangeiro
DANIEL TAKAK1
Advogado
Mestre em Direito pela Universidade Mackenzie
IMPOSTO OE RENDA PESSOA JURIDICA
76
I. INTRODUÇÃO
76 YUEN, Clement. Overview of the current system and the coming reformo Country
guide: China, London, Dec. 2003/1an. 2004. Disponível em:<http://
legal mediagroup.com/in terna tional taxreview/defaul t.asp? Page= 1&Sl D= 2 799
Type=Country%20Guides>. Acesso em: 03/12/004.
PRlCEWATERHOUSECOOPERS. The People's Republic ofChina: tax facts and fi-
gures, [S.I.I: [s.n.l. c2004. p, I.
74
COOROENAçAO: PEORO ANAN JR.
75
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
76
COOROENAÇAO: PEDRO ANAN JR.
86
11.2. CONSÓRCIOS CONTRATUAIS SINO-ESTRANGEIROS
87
11.3. EMPRESAS TOTALMENTE PEf'TENCENTES A SÓCIOS ESTRANGEIROS
77
IMPOSTO OE RENDA PESSOA JURlolCA
88
III. IMPOSTO DE RENDA
78
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
91
111.1 . OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
94
111.2. REGIME DE APURAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA
79
IMPOSTO OE RENDA PESSOA JURIDICA
96
1/1.3. RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS
98
11/.4. PREJUIZOS FISCAIS
80
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN lR.
101
111.5. DEPRECIAÇÃO E AMORTIZAÇÃO
81
IMPOSTO OE RENDA PESSOA JURIDICA
105
IV. INCENTIVOS FISCAIS
106
IV.1 • REDUÇÃO DE ALlQuOTA
105 ARTHUR ANDERSEN. Op. cit., p. 36 e ss. Para maiores referências vide também
MAUGUE, Pierre. Tax incentives in the People·s Republic of China: who benefits?
Tulane !ournal of International and Compara tive Law, v. 5, p. 155, Spring 1997.
106 ARTHUR ANDERSEN. Op. cit.. p. 36.
107 EGUCHI, Takuya. Chyugoku no ChyuSeibu nitaisuru Atarashii Toushi Yuuguu Seido
INova sistemática de tratamento preferencial aos investimentos efetuados na região
oeste da China] (tradução livre do título pelo autor). Kokusai Shojihomu -
International Business Law, v. 27, n. 12, p. 1484, Dec. 1999 (em japonês). Original do
termo "2 Men 3 Hangen", em japonês. Vide também TOSHIGE, Mitsuo. Chyugoku
no Seibu Daikaihatsu: gaishi wo Seikyokuteki Kastuyo IAtração de investimentos
estrangeiros na região oeste na China] (tradução livre do titulo pelo autor). Nihon
Keizai Shimbun, p. 7, Nov. 12,2000 (em japonês); e. CHUO AOYAMA KANSA
HOUJIN. Chyugoku Zeimu, Kaikei ITributação e contabilidade na China] (tradução
livre do título pelo autor). 2. ed., Tóquio: Toyo Keizai, 2003. p. 39 et seq., ao se referir
aos projetos de infra-estrutura, tais quais estradas, portos, e geração de energia.
82
COOROENAçAO: PEDRO ANAN JR.
111
1V.3. ÁREAS GEOGRÁFICAS COM REDUÇÃO DE ALlQUOTA DE IMPOSTO DE RENDA
108 PRICEWATERHOUSECOOPERS. The People's Republic ofChina: tax facts and fi-
gures. p. 7.
109 Ibidem .• p. 9.
1 lO Ibidem. p. 6.
111 ARTHUR ANDERSEN. Op. cit .• p. 36,
112 Conforme art. 69 das Regras de Implementação da lei de Imposto de Renda da Re-
pública Popular da China às Empresas com Investimento Estrangeiro e às Empresas
Estrangeiras. de 1° de julho de 1991. Disponível em: <http://www.novexcn.com/
implim_incm_tax_sinojv_9I.html>. Acesso em: 1 dez. 2004.
83
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
115
V . TRIBUTAÇÃO INTERNACIONAL
84
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
122
VI. TRANSFER PRICING
85
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
do-se por este o que seria fIxado entre empresas independentes, atu-
ando em circunstâncias análogas (arm's length price}."123
Ou seja, transfir pricing envolve as operações realizadas entre
sociedades do mesmo grupo societário, principalmente entre as em-
presas multinacionais. Tais operações incluem a transferência de bens
tangíveis, intangíveis, propriedade intelectual, serviços, empréstimos,
leasing, dentre outras operações.
A China ado ta o princípio arm's length 124 Este dispositivo per-
mite às autoridades fiscais chinesas efetuarem os ajustes razoáveis,
se os pagamentos ou recebimentos entre as empresas relacionadas
não forem efetuados nas mesmas condições de operações entre par-
tes independentes, ou se os pagamentos ou recebimentos resultarem
na redução do lucro tributável.
As autoridades fiscais chinesas aceitam acordo prévio de pre-
ços (Advanced Pricing Agreements -APA). Os procedimentos neces-
sários para a solicitação do acordo estão previstos nas Regras de
Implementação do Acordo Prévio de Preços (Implementation Rules
for Advance Pricing Arrangement for Transactions between Related
Parties), de 20 de setembro de 2004 125
Para a legislação chinesa, parte relacionada inclui as empresas
que tenham os seguintes vínculos, dentre outros:
123 XAVIER, Alberto. Direito tributário internacional do Brasil. 6. ed., Rio de Janeiro:
Forense, 2004, p. 363-364.
124 Art. 13 da Lei do Imposto de Renda da República Popular da China às Empresas com
Investimento Estrangeiro e às Empresas Estrangeiras, de 9 de abril de 1991. Trans-
crição da tradução não-oficial de seu art. 13: "The payment or receipt of charges or
fees in business transactions between an enterprise with foreign investment, or an
establishment or place set up in China by a foreign enterprise to engage in production
or business operations, and its associated enterprises shall be made in the same manner
as the payment or receipt of charges of fees in busincss transactions between
independent enterprises. Where lhe payment or receipt of charges or fces in not made
in lhe same manner as in business Iransactions between independent enterprises
and this results in a reduction of laxable income, the tax authorities shall have lhe
right lo make reasonable adjustments."
125 PRlCEWATERHOUSECOOPERS. China seIS implementation rules on advance price
arrangements. [Boletim informativo]. 21 setembro 2004. Disponível em: <http://
www.pwccn.comlhomeJeng/chinatax_news_sep2004_apa.html> . Acesso em: 29 mar. 2005.
86
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
126
VII. REORGANIZAÇÕES SOCIETÁRIAS
126 ZIMMERMAN. James M. el a!. Merger and division rules for foreign enlerprises.
87
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
88
COORDENAÇAO: PEDRO ANAN JR.
133
VII.2. CONSIDERAÇÕES TRIBUTARIAS
130 Entendemos que se trata de uma fusão. "A operação de fusão é a operação através da
qual duas ou mais sociedades se unem, para formar uma sociedade nova, a qual lhe
sucede, em todos os direitos e obrigações extinguindo-se as sociedades submetidas
ao processo de fusão" (ANAN Jr., Pedro. Op. cit., p. 24).
131 ZIMMERMAN, James M. et aI. Op. cit., p. 903.
132 Ibidem.
133 Ibidem, p. 905 et seq.
134 Beneficios relacionados no item 4 acima. Vide ZIMMERMAN, James M. et aI. Op.
cit., p. 903.
89
IMPOSTO OE RENDA PessOA JURlolCA
VI 1.3 . DIVERSOS
135 ERNEST & YOUNG. New tax holiday rules - China update. [S.I.J: [s.n.]. July 2003.
p.l et seq.
136 lbidem. p. 1.
137 Ibidem. p. 2.
90
COOROENAÇAo: PEDRO ANAN JR.
91
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
x. CONCLUSÃO
92
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
148 CHINA to unify tax on domestico foreign firms. Xinhuanel. 9 março 2005. Disponí-
vel em: <hllp://news3.xinhuanel. comi english/200S-03/09/content_2676036.htm>.
Acesso em: 29 mar. 2005.
93
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
XI. REFER~NCIAS
94
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
95
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
96
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
Law & Business, v. 20, p. 477 et seq., Spring 2000, disponível em LEXIS
NEXIS.
YUEN, Clement. Overview of the current system and the coming
reformo Country guide: China, London, Dec. 20031Jan. 2004. Dispo-
nível em: < http://legalmediagroup.com/internationaltaxreview/
default.asp?Page= 1&SID=2799Type=CountryOIo20Guides>. Acesso em:
3 dez. 2004.
YUNFANG, Wendy Guo. Chyugoku no Ittenkagaku Zeisei
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[Tributação Internacional] (tradução livre do título pelo autor), v.
20, n. 8, p. 12 e ss., [1998?] (em japonês).
XAVIER, Alberto. Direito tributário internacional do Brasil.
6. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2004. 908 p.
ZIMMERMAN,James M. et alo Merger and division rules for
foreign enterprises: People' s Republic of China. The International
Lawyer, v. 34, n. 3, p. 899 et seq., Autumn 2000.
97
Aspectos ln rios da
Cambial do
Investimento Brasileiro no Exterior
I. INTRODUÇÃO
Dentre as várias confusões geradas pela edição da Medida Pro-
visória na 232, de 31 de dezembro de 2004, uma que mereceu bas-
tante destaque foi a prevista no seu artigo 90 , a qual possuía a se-
guinte redação:
101
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
102
COOROENAçAO: PEDRO ANAN JR.
103
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
104
COOROENAçAO: PEORO ANAN JR.
IV. CONCLUSÃO
105
i
-1 t
~lh..
ri • ;d.-.
-.•;%11..&--
..-
IRPJ e CSLL: Efeitos da Correção
Monetária do Capital Social com
Base em Dispositivo Contratual ou
Assemblear
149 Adianto que as premissas e as conclusões que serão aqui expostas podem ser, mutatis
mutandis, adotadas para o campo das contribuições sociais incidentes sobre a recei-
ta. De fato, considero ser legítima a exigência de tributo sobre correção monetária e
variação cambial quando elas representam atualização de receita ou lucro efetivo,
como é o caso, por exemplo, da correção monetária incidente sobre o preço de um
produto vendido que deveria ter o mesmo tratamento atribuído à receita de venda.
150 Não me interessa discutir, aqui, a eventual responsabilidade estatal pelo fenômeno
da inflação. Remeto o leitor para: TILBERY, Henry. Inflação e tributação. Direito
triblltário: estudos em homenagem ao Professor Ruy Barbosa Nogueira. I. ed. São
Paulo: Saraiva, 1984, p. 455; e MARTINS, Ives Gandra da Silva. Ajustes por perdas
inflacionárias e cambiais e o seu tratamento perante o imposto sobre a renda. V Co-
lóqllio irttemacional de direito tributário. I. ed. São Paulo: 10B, 2003, p. 157
151 ANDRADE FILHO, Edmar Oliveira. Imposto de renda das empresas. I. ed. São Pau-
lo: Atlas, 2004, p. 255. Na mesma obra discorri sobre a correção monetária dos preju-
ízos fiscais (p. 351 ) matéria que não foi considerada neste estudo mas que tem afini-
dade estrutural e tel~ológica com as premissas e conclusões aqui expostas.
108
COOROENAçAO: PEDRO ANAN JR.
vo, posto que, consoante adverte Caio Tácito, "a ordem jurídica não
pode ser indiferente aos pressupostos econômicos que lhe servem de
alicerce"152 De igual modo, são ainda atuais as lições de Amílcar de
Araújo Falcão proferidas em 1967. Segundo ele, "à ordem jurídica não
é possível ficar indiferente diante do fenômeno da depreciação da
moeda" posto que ela (a moeda) constitui um dos instrumentos bási-
cos "para a definição de inúmeros dos seus institutos e para a formula-
ção da maior parte das soluções jurídicas que consagra" .153
Portanto, os efeitos da inflação sobre a vida econômica das pes-
soas em geral não podem ser ignorados ou desprezados pelo Direito,
sem justa causa. 154 Um dos mecanismos de consideração do fenô-
meno inflacionário é a correção monetária. Ainda de acordo com
Amílcar de Araújo Falcão, ela "é a técnica pelo direito consagrada de
traduzirem-se em termos de idêntico poder aquisitivo quantias e
valores que fixados pro tempore, se apresentam expressos em moeda
sujeita a depreciação".!SS
A ordem jurídica positixa ignora esse tipo de fato social quan-
do não dispõe de regras que permitam reduzir as probabilidades de
decisões que levam a algum tipo de injustiça que a existência da
inflação possa eventualmente causar. Logo, se numa determinada
comunidade há inflação, a falta de mecanismos de correção ou aco-
modação de seus efeitos leva a uma lacuna axiológica l56 que pode
implicar decisões injustas 011 não eqüitativas l57 Por tal razão, é atual
a advertência de Caio Tácito, no sentido de que "o reajustamento da
expressão nominal de obrig:lções pecuniárias, de modo a conservar o
152 TAcITO, Caio. Direito administrativo. I. ed. São Paulo: Saraiva, 1975, p. 320.
153 FALCÃO, Amílcar de Araújo. A inflação e suas conseqüências para a ordem jurídica.
Revista de direito público n" 1. São Paulo: RT, julho a setembro de 1967, p. 54-63.
154 ASCARELLl, Tullio. Problemas das sociedades anónimas e direito comparado. 2. ed.
São Paulo: Saraiva, 1969, p. 165.
155 FALCÃO, Amílcar de Araújo. Idem, idem.
156 DINIZ, Maria Helena. Norma constitucional e seus efeitos. 2. ed. São Paulo: Saraiva,
1992,p.63. .
157 CAMPOS FILHO, Paulo Barbosa. Obrigações de pagamento em dinheiro. I. ed. RIo
de Janeiro: EJV, 1971, p. 81-88.
109
IMPOSTO OE RENDA PESSOA JURIDICA
158 T ACITO, Caio. Direito administrativo. I. ed. São Paulo: Saraiva, 1975, p. 320.
159 Em situações extremas, a lacuna pode levar a situações em que o ordenamento passa a
tutelar o enriquecimento sem causa que deveria combater. A respeito: PAES, Pedro.
Introdução ao estlldo do el1riquecimento sem callsa. I. ed. São Paulo: VB, 1975, p. 31.
Acerca da eqüidade como fundamento moral da necessidade de repressão ao enrique-
cimento ilícito, vide: COMPARATO, Fábio Konder. Direito empresarial. I. ed. São Pau-
lo: Saraiva, 1990, p. 531, e RIPERT, Georges. A regra morall1as obrigações civis. I. ed.
São Paulo: Bookseller, 2000, p. 245.
160 Exemplo são as regras que dispõem acerca da correção monetária nos contratos entre
particulares e nos contratos de concessão de serviços públicos.
161 DERZI, Misabel. Os conceitos de renda e patrimônio: efeitos da correção monetária
illsuficiel1te 110 imposto de renda. I. ed. Belo Horizonte: Dei Rey, 1992, p. 19.
162 A idéia de lesão, nas relações jurídicas, estará presente quando as bases contratuais ou
legais não estiverem baseadas na equivalência das prestações ou das condições jurídi-
cas existentes em determinada época e comunidade. A respeito: PEREIRA, Caio Mário
da Silva. Lesão 1105 cOl1tratos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1959, p. 190.
110
COORDENAÇAO: PEDRO ANAN JR.
163 ANDRADE FILHO. Edmar Oliveira. lnfrações sanções tributárias. I. ed. São Paulo:
Dialética. 2003. p. 137.
111
IMPOSTO OE RENDA PESSOA JURIDICA
164 SOUSA. Rubens Gomes de. Pareceres 3: imposto de renda. 1. ed. São Paulo: Resenha
Tributária. 1976. p. 297-298.
165 Deveria recolher. também. contribuições ao PIS e COFINS. salvo nos casos em que a
lei não exige tais contribuições sobre as chamadas "receitas financeiras':
112
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
113
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
114
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
115
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
116
COORDENAÇAO: PEDRO ANAN JR.
117
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
118
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
174 BECKER, Alfredo Augusto. Teoria geral do direito tributário. 2. ed. São Paulo: Sarai·
va, 1972, p. 454.
119
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
Implica que cada lei tributária tenha por efeito atingir ma-
nifestações, ou aspectos dessa riqueza, sem destruir sua base
criadora. 176
175 XAVIER, Alberto. Manual de direito fiscal. 1. ed. Lisboa: FDL. 1974, p. 108.
176 ATALlBA, Geraldo. Progressividade e capacidade contributiva. Em: Princípios cons-
titucionais tributários. Separata da Revista de Direito Tributário. 1. ed. São Paulo:
IDEPE, 1991, p. 50.
GIARDINO, Cleber e ATALlBA, Geraldo. Intributabilidade das correções monetá-
rias: capacidade contributiva. Princípios tributários no direito brasileiro e com-
parado. Estudos em homenagem a Gilberto de Ulhoa Canto. 1. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 1988, p. 164.
120
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
178 FARIAS. Edilsom Pereira de. Colisão de direitos. 1. ed. Porto Alegre: Fabris. 1996. p.
75; VIEIRA DE ANDRADE. José Carlos. Os direitos fundamentais na Constituição
Portuguesa de 1976.1. ed. Lisboa: Almedina. 1987. p. 228-229; e MIRANDA. Jorge.
Manual de direito constitucional. Tomo 4. 2. ed. Coimbra: Coimbra Editora. 1993. p.
306-320. passim; ALEXY. Robert. Teoria de los derechos fimdamentales. Trad. Ernesto
Garzón Valdés. 1. ed. Madri: Centro de Estudios Constitucionales. 1997. p. 272-274.
179 A importância sistemática do princípio da capacidade económica supera antigas con·
cepções doutrinárias acerca da sua condição de "norma programática". Vide. a res-
peito: FALCÃO. Amílcar de Araújo. Fato gerador da obrigação tributária. 4. ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais. 1977. p. 68.
121
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
122
COOROENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
ISI MARTINS. MARTINS. Ives Gandra da Silva. Ajustes por perdas inflacionárias e cam·
biais e o seu tratamento perante o imposto sobre a renda. V Colóquio internaciolla,
de direito tributário.!. ed. São Paulo: lOBo 2003. p. 168.
123
IMPOSlO DE RENDA PESSOA JURlolCA
182 PEDREIRA. José Luiz Bulhões.Imposto de Renda Pessoas ]llrídicas. v. II. Justec. Rio
de Janeiro: 1979. p. 694.
183 SOUSA. Rubens Gomes de. Pareceres J. Imposto de Renda. Edição Póstuma. IBDTI
USP. São Paulo: 1976. p. 107.
124
COORDENAÇAO: PEDRO ANAN JR.
125
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
184 Isto me traz à lembrança o texto de um antigo Parecer Normativo editado pela
Coordenadoria do Sistema de Tributação da Secretaria da Receita Federal. Trata-se
do Parecer Normativo nO 9/96, em cuja ementa está dito: "não são operacionais as
despesas decorrentes de operações de realização impossível, em razão de disposições
legais"
185 WALD, Arnoldo. Parecer publicado na Revista Forense nO 258. Rio de Janeiro: Foren-
se, 1977, p. 196.
186 Idem, p. 195.
126
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
v. CONCLUSÕES
127
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIOICA
128
Anotações So a Distribu
Disfarçada de Lucros
I. INTRODUÇÃO
130
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
131
IMPOSTO OE RENDA PESSOA JURIOICA
132
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
133
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
189 Sócio controlador é aquele titular, direto ou indireto, de direitos de sócio que lhe
permitam preponderância nas decisões da sociedade.
190 Sobre o tema comenta Bulhões Pedreira, "ü conceituação de distribuições disfarçadas
entre pessoas jurídicas poderia constituir fonte inesgotável de conflitos entre a ad-
ministração do imposto e os contribuintes e de insegurança para estes, pois razões
comerciais legítimas podem justificar que uma empresa aliene bens a outra por va-
lor inferior ao de mercado. Não havendo, no caso, a forma de evasão do imposto que
se verifica quando o adquirente do bem é pessoa física... in Imposto de Renda, 7.40.
134
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
135
IMPOSTO DE RENDA PESSDA JURIDICA
136
COOROENAÇÃO: PEDRO AAAN JR.
197 Luis Eduardo Schoueri. Fato Gerador e Obrigação Tributária. in Direito Tributário.
Homenagem a Alcides Jorge Costa. vol. I. coordenação de Luis Eduardo Schoueri.
198 Segundo Fernando Zilvetti. nas cláusulas gerais o legislador deixa um espaço para o
contribuinte e o fisco determinarem. de comum acordo. o que deve efetivamente ser
objeto de tributação. para determinar o imposto devido; não havendo consenso ca-
beria a intervenção do poder jurisdicional. in Princípios de Direito Tributário e "
Capacidade Contributiva, pág. 262 ..
137
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
138
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
139
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
199 Luis Eduardo Schoueri reporta que antes de seu nascimento legislativo, a DDL foi
construida pelos tribunais. Vide Distribuição disfarçada de lucros, págs 46 ..
200 As decisões referidas são meramente exemplificativas e não exaustivas.
140
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
v. BIBLIOGRAFIA
JARDIM, Eduardo Marcial Ferreira Jardim. DicionárioJurídi-
co Tributário, 5 a ed. Dialética, São Paulo
PEDREIRA, José Luis Bulhões. Imposto de Renda, JUSTEC,
Rio de Janeiro, 1971.
SCHOUERI, Luis Eduardo. Fato gerador da obrigação tributá-
ria, in Direito Tributário, Homenagem a Aleides Jorge Costa, voI. L Co-
ordenação de Luis Eduardo Sclloueri. ~artier Latin, São Paulo, 2003
_____________________ Distribuirão r disfiarçada de lucros.
Dialética, São Paulo, 1996
SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico. Atualizadores
N agib Slaibi Filho e Geraldo Magela Alves, 173 ed., Forense, Rio de
Janeiro, 2000.
XAVIER, Alberto. Extinção de sociedade e distribuição
disfarçada de lucros, in Estudos sobre o Imposto de renda. Belém:
CEJUP, 1988.
ZILVETTI, Fernando A. Princípios de Direito Tributário e a
Capacidade Contributiva. São Paulo, ~artier Latin, 2004
141
Tributação no Mercado Finailcé
HÉLIO HANADA
Consultor em São Paulo
Bacharel em Administração Pública pela FGV
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIOICA
I. TRIBUTAÇÃO NA FONTE
144
COOROENAÇÃO: PEDRO ANAN lR.
Alíquotas Prazos
22,5% Até 180 dias
20% De 181 até 360 dias
17,5% De 361 dias até 720 dias
15% Acima de 720 dias
145
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
201 Rendimento calculado aplicando-se a taxa de juros contratada sobre o principal in-
vestido, levando-se em conta a data de emissão e a data em que se está calculando os
juros. no caso, 31 de dezembro de 2004.
146
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
147
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
148
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
206 Segundo o arl. 109 da Instrução CVM n° 409/04. são considerados investidores qua-
lificados: instituições financeiras; companhias seguradoras e sociedades de capitali-
zação; entidades abertas e fechadas de previdência complementar; pessoas físicas ou
149
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
150
COORDENAÇÃO: PEDRO AAAN JR.
151
IMPOSTO DE RENDA PeSSOA JURIDICA
152
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
153
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
154
COORDENAÇAO: PEDRO ANAN JR.
155
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
156
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
157
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
158
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
159
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA 1
valores mobiliários adquiridos por intermédio das contas correntes de
depósito à vista e de investimento (vide comentários abaixo).
160
COOROENAçAO: PEDRO AAAN JR.
161
IMPOSTO OE RENDA PESSOA JURlolCA
207 Consideram-se imunes de tributos sobre o patrimônio. renda ou serviços dos parti-
dos políticos. inclusive suas fundações. das entidades sindicais dos trabalhadores.
das instituições de educação e de assistência social. sem fins lucrativos. atendidos os
requisitos da lei e os templos de qualquer culto.
162
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
pre alegam que as realizam apenas para fins de proteção. Por outro
lado, não documentam essas operações de modo a vincular a opera-
ção financeira com o ativo, o passivo ou a operação-objeto a ser pro-
tegida ("objeto de hedge"), em termos de prazo de vencimento e de
quantidade (valor financeiro). Dependendo do caso, as perdas po-
dem ser significativas e, em caso de eventual fiscalização, é possível
que o Fisco venha a questionar a dedutibilidade dessas perdas, em
virtude do fato de a prova do hedge não ter sido efetuada adequada-
mente. O grande problema é que a fiscalização ocorre alguns anos
após a liquidação dessas operações, o que pode dificultar a localiza-
ção dos documentos.
Existe confusão entre a legislação de fonte e a legislação que se
refere ao tratamento fiscal das perdas nas operações realizadas nes-
ses mercados.
Como exemplo, é o caso do Day-Trade. A legislação permite a
compensação das perdas realizadas com os ganhos auferidos nessas
transações para fins de apuração da base de cálculo para o pagamento
do imposto de renda. Por outro lado, a legislação determina a tributa-
ção das perdas e dos ganhos auferidos nessas operações na base de
cálculo do lucro real. Essa diferença de tratamentos na fonte e na apu-
ração do resultado corporativo é que gera a confusão.
As perdas realizadas em operações de renda fixa e de renda vari-
ável de titularidade de instituições financeiras, inclusive sociedade de
seguro e capitalização, sociedade corretora de títulos, valores mobiliá-
rios e câmbio, sociedade distribuidora de títulos e valores mobiliários
ou sociedade de arrendamento mercantil são dedutíveis, sem a limita-
ção acima descrita, com base 1\0 disposto nos incisos I e III do art. 77
da Lei nO 8.981/95.
Outra questão é a perda gerada em aplicações de renda fixa. Sem
uma análise mais detalhada, podemos concluir que não haveria perdas
em aplicações de renda fixa, uma vez que são operações que remune-
ram a taxas predeterminadas. Porém, a instabilidade das taxas de juros
e de câmbio mais voláteis, ainda em períodos de crise que vivenciamos
há pouco tempo, geraram perdas aos aplicadores.
163
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
208 Decreto nO 3.000/99. '"art. 375 Na determinação do lucro operacional deverão ser
incluídas. de acordo com o regime de competência. as contrapartidas das variações
monetárias. em função das taxas de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis.
por disposição legal ou contratual. dos direitos de crédito do contribuinte. assim
como os ganhos cambiais e monetários realizados no pagamento de obrigações. §
único. As variações monetárias de que trata este artigo serão consideradas como re-
ceitas ou despesas financeiras. conforme o caso"
164
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
165
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
166
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·l'JI*;~,.~,"~·:~.~""M
Uma Inteligência Possível () A
74 da MP 2.158, de 24/04/2001
209 Maria de Fátima Ribeiro lembra que. ao comentar o artigo 98 do CfN: "E por que os
tratados e convenções internacionais devem integrar a legislação tributária? Esse é o
questionamento que Fábio Fanucchi faz ao comentar o art. 98 do CfN. Salienta. então.
que comumente ocorre que determinada situação tributável se submeta a uma pluralidade
de poderes impositivos. de Estados soberanos distintos. Desde que ocorrida essa circuns-
tância e a fim de evitar que o sujeito passivo se subordine a várias imposições perante um
só fator de avaliação de sua capacidade contributiva. surgem os tratados e convenções
internacionais que. no seu contexto. declaram pretender evitar a bi-tributação intemacio-
nar' (Comentários ao CfN. Editora Forense. Rio de Janeiro. 1997. p. 205).
168
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
2\ O Por força do artigo 2° da E.C. n. 32 de \1/9/200 I. assim redigido: 'I\s medidas provi-
sórias editadas em data anterior à da publicação desta emenda cOIllinuam cm vigor
até que medida provisória ulterior as revogue explicitamente ou até deliberação de-
finitiva do Congresso Nacional': não havendo necessidade de nova reedição da MP.
n.2158/35.
169
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
211 Francesco Ferrara, em "Interpretação e aplicação das leis': 2a. ed., Coimbra, 1963, p.
129, dizia que: "o excessivo apego à letra da lei é pernicioso, mas, ainda mais grave é o
perigo de que o intérprete force a exegese, encaixlllldo no texto aquilo 'p,e gost/lrú,
que lá estivesse ou suprimindo o que contrariasse suas preferências" ("apud" Direito
Tributário 2, aI/tores: Hamilton Dias de Souza, Hel/ry Tilbery. lvcs G{/ndra da S.
Martins e José Carlos Graça Wagner, Ed. Bushatsky, 1972, p. 32).
170
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
212 José Rubens Marone comenta-o: "Destarte, em relação ao rendimento, só será possível a
eleição como materialidade do imposto de renda na fonte de forma isolada e exclusiva se
prevalecer a classificaçiio de fato gerador instantâneo, ou seja, aquele que se verifica a cada
aquisição de disponibilidade, e se a lei ordinária eleger hipótese em que a descolISideração
de custos, despesas e perdas, em termos gerais, só ocorra se o auferimento lião i,nplicdr a
incorrência desses fatores.
É importante ressaltar que a matéria é doutrinária e jurisprudencialmente controversa,
podendo-se concluir, entretanto, que a interpretação dos parágrafos adicionados ao art.
43 do CTN não permite a tributaç-io pelo imposto de renda de receita pura e simples, por
ser este um conceito de entrada de valores sem identidade direta com o acréscimo
patrimonial próprio para a incidê lcia, e, em relação aos rendimentos, devem ser analisa-
das as hipóteses à luz das considero ções aduzidas'; acrescentando: "Para a exegese do § 2°,
inserido no art 43 do CTN pela L: n. 104/2001, devem ser considerados os parámetros
aduzidos da proteção ao direito adquirido, ao ato jurídico perleito e à coisa julgada, nos
termos do inciso XXXVI do art 5° da Constituição, e dos princípios da anterioridade e
irretroatividade, contidos no art. ISO, inciso m, alíneas a e b, também da Carta Magna.
Tais parâmetros constitucionais influem na vigência da lei no tempo e, por conseqüência.
nos limites legais na eleição do momento em que se reputará ocorrida a disponibilidade
de receita ou rendimentos oriundos do exterior.
Cabe também ao legislador da lei a que alude o § 2" do art. 43 do CfN atentar à classifi-
cação do fato gerador do imposto de renda em instantâneo ou complcxivo para eleger o
entendimento a respeito do "momento em que se dará" a disponibilidade de rendimen-
tos e receitas, pois a periodicidade de apuração inflllencia esses conceitos, cOllforme men-
cionado" (Comentários ao CfN, vai. I, Ed. Saraiva, 3a. ed., 2002, p. 3231324).
171
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
172
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
Por outro lado, o legislador complementar aclara que tipo de aquisição seria
de fato imponível do tributo questionado, ou seja, aquele das disponibilida-
des econômicas e jurídicas. O discurso corresponde, por decorrência, a uma
limitação. Não a qualquer tipo de aquisição, mas apenas àquele correspon-
dente à ostentação de disponibilidade econômica ou jurídica refere-se oco·
mando intermediário."
Os intérpretes têm, algumas vezes, tido dificuldades em esclarecer o que seria dispo-
nibilidade jurídica, mormente ao se levar em consideração que o simples fato de uma
disponibilidade econômica ter tratamento legal, tal tratamento a transforma tam-
bém em disponibilidade jurídi, a.
Temos 1105 illsurgido co,ltra a Impropriedade redacional, a partir da collcepção de
que não há objeto jurídico 1/0 Direito. E distillguir, Direito, situações a partir da
adjetivação ''jurídica''é tornar' gênero, espécie" (Caderno de Pesquisas Tributárias
vai. II, O fato gerador do IR t prove,lIos de qualquer Ilatureza, co-ed. Ed. Rescl/lta
Tributária e Celltro de ExtCllsã ) Universitária, 1986, p. 266/267).
215 José Luiz Bulhões Pedreira ao distinguir "fluxo" de acréscimo" identifica o
"acréscimo"como "acumulação" (visão estática) e a "entrada "(visão dinâmica) re-
presentam, sob o aspecto temporal, isto é, no momento de sua ocorrência, um acrés-
cimo, vocábulo inclusive utilizado pelo legislador complementar para definir o su-
porte fático do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza. Assim, se
expressa o eminente jurista: "O sCIltido vulgar da rCIlda é o produto do capital 011
trabaUlO, e o termo é usado como sillônimo de lueros, juros, aluguéis, proventos ou
receitas. A exprcssão "provelltos"é cmp rega da como sillônill/o de pensão, crédito,
provellto ou lucro. No seu sentido vulgar, tallto a exprcssão "renda" quallto a
"proveI/tos" iII/plica a idéia de fluxo, alguma coisa quc elltra, que é recebida"! Imposto
de Rellda"APEC, p. 2 a 21 l.
173
IMPOSTO OE RENDA PESSOA JURlolCA
216 Gustavo Miguez de Mello lembra a lição do Eminente MINISTRO ALDIR G. PAS-
SARINHO (então Vice-Presidente do TRIBUNAL FEDERAL DE RECURSOS) cm
respeitável despacho de 30.06.82, no qual ele indeferiu o seguimento de recurso ex-
traordinário de decisão da 5· TURMA DO TRIBUNAL FEDERAL DE RECURSOS,
no qual são apreciadas características essenciais dos conceitos de disponibilidade de
renda: "Despacllo. Trata-se de recurso extraordinário manifestado pela União Fede-
ral, com fundamento no artigo 119, inciso III. letra "a" da Constituição Federal, con-
tra acórdão da Egrégia 5" Tllrma deste Tribunal, CIIjo enunciado proclama:
Tributário. IR. Disponibilidade de Renda. Inteligência do art. 43 do CTN.
A disponibilidade económica ou jurídica implica a possibilidade de entrega da coisa
(arts. 675 e 676 do C. Civil), pressuposto indispensável à interpretação do art. 43 do
CTN. Quem apenas possui título de crédito está em condições de vir a possuir renda,
mas não possui renda. ( ... )
O Sr. Ministro-Relator Justino Ribeiro, no seu voto contrário à União Federal, no
qual se reporta a dois arestos de que foi relator, transcreve, como ponto fulcral de
sua argumentação, após reproduzir o art. 43 do Código Tributário Nacional. o tópi-
co de pronunciamento seu, anterior na AC 46.904 - RI. pois, embora os fatos fossem
outros, era o mesmo o tema de direito discutido: "Vê-se que o Código fala em dispo-
nibilidade da renda. Ora, mesmo que se possa extrair alcance prático da distinção
doutrinária entre disponibilidade jurídica e económica, é certo que qualquer delas só
se compreende com a possibilidade, que lhe é imanente da entrega da coisa (arts. 675
e 676 do C. Civil) de posse dessa mesma coisa. Não é este o caso dos autos. ( ... )
Antes disto, tinha ela apenas direito de crédito a essas parcelas, título certamente
disponível mas que não se confunde com o conceito de renda de que trata o CTN.
Quem apenas possui título de crédito está em condições de vir a possuir renda, não
possui renda."(Caderno de Pesquisas Tributárias, vol. II, O Fato Gerador do Impos-
to Sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza, Gustavo Miguez de Mello, pág,.
198-200, Ed. Resenha Tributária, 1986).
174
(OOROENAÇAo: PEDRO ANAN JR.
217 Antonio Carlos Rodrigues do Amaral comenta-o. dizendo: "O Brasil, no campo do im-
posto sobre a renda, é signatário de cerca de vinte e cinco tratados para evitar a dupla
tributação; além de tratados regulamentando serviços de /lavegação e transporte aéreo e,
igualmente. os acordos com implicações tributárias derivados do Mercosu4 da ALADI e
da OMe (sucessora do GATT).
A Constituição Federal brasileira. já no parágrafo único do art 4°. que trata dos princípios
fundamentais. informa que: "A República Federativa do Brasil buscará a integração econó-
mica. política. social e cultural dos povos da América Latina. visando à formação de uma
comunidade latino-americana de nações': Daí já se destaca a importância das conven,
ções internacionais para o sistema jurídico brasileiro.
Os tratados internacionais são negociados pelo Poder Executivo e oficialmente celebra-
dos pelo Presidente da Repúb ica (art. 84. Vlll. da CF), e deverão ser ratificados pelo
Congresso Nacional (art. 49. I. da CF).
Os tratados internacionais. em sentido geral. não possuem hierarquia superior à legisla-
ção ordinária brasileira. No entanto. aqueles voltados para questões tributárias ganham
tratamento diferenciado pelo legislador pátrio. que esculpiu no art. 98 do CTN. com
eficácia de lei complementar. o seguinte comando normativo: "Os tratados e as conven-
ções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna. e serão obser-
vados pela que lhes sobrevenha':
Não obstante a redação do dispositivo fale em "revogação". as disposições de um tratado.
na realidade. representam normas especiais sobre questões tratadas em uma lei geral.
Com isso. a lei geral permanece vigente. mas não aplicável aos casos específicos regulados
pelo tratado em questão. Tal interpretação deriva também das lições de ilustres juristas
pátrios. como Agostinho Tavolaro. Fábio Fanucchi. Alberto Xavier. José Carlos Faleiro.
Hely Lopes Meirelles e Ricardo Lobo Torres" (Comentários ao aN. vol. 2. Ed. Saraiva.
3'. ed .• 2002. p.41/42).
175
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
218 Pesquisas Tributárias - Nova Série n. 4, Imunidades Tributárias, Ed. CEU/Ed. Revista
dos Tribunais, 1998, p. 21.
'76
COORDENAÇÁO: PEDRO ANAN JR.
177
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA 1
est~bel~cia na competência do S~F o jul~a~e~to de recurso extra~
ordmáno em que houvesse negatIva de vIgencIa de Tratado ou LeI
Federal. Se concebeu que essa equivalência considerava que os Tra- I
178
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
179
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
180
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN 1ft.
222 A grande maioria dos autores pr< fere entender que sendo lei especial não pode ser
revogado por lei ordinária, à luz do disposto 110 art. 2° da lei de introdução do Códi·
go Civil assim redigido: "Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até
que outra a modifique 011 revoglle.
§ lo A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com
ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
§ 20 A lei nova. que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já exis-
tentes, não revoga nem modifica a lei anterior,
§ 30 Salvo disposição cm contrário, a lei revogada não se restaura por ter J lei
revogadora perdido a vigência", com o que s6 um outro tratado poderia revogar o
anterior.
181
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
223 Escrevi: "Em outras palavras. até hoje. o Fisco teve o poder de deflagrar a produção
legislativa e - desde que a lei não fosse confocat6ria e respeitasse o princípio da capa-
cidade contributiva pôde usar da espada da imposição. cabendo ao contribuinte.
exclusivamente. lastrear sua defesa no escudo do cumprimento da lei. Dentro da lei.
tudo pode o Fisco; fora nada.
A norma antielisão objetiva permitir que o Fisco imponha tributos e penas "fora da
lei", desconsiderando a lei aplicável, escolhendo o instrumento que lhe permita arreca-
dar mais, dando por configurada a hipótese de operação mais onerosa, mesmo que a
menos onerosa tenha sido utilizada dentro da lei, pelo contribuinte.
Pretende, como disse V. Exa., o Secretário da Receita, fechar, as "brechas legais'; não da
maneira legítima, através do Congresso, com projetos de lei, mas através da ação da
fiscalização. Ora, as "brechas" ou são legais, e não há o que contestar, ou são ilegais. e,
portanto, sempre houve tratamento legislativo para coibir o seu aproveitamento.
É lamentável que o CTN. obra elaborada pelos mais eminentes tributaristas do país
da época. tenha sido desfigurado por texto resultante de pressões do Ministério da Fa-
zenda. em que a eliminação dos direitos do contribuinte. o alijamento da ação do Poder
Judiciário (quebra do sigilo bancário sem autorização judicial) e do Poder Legislativo
(norma antielisão. definida, não pelo Congresso, mas pelo agente focal) foram as tônicas
dominantes. objetivando a instalação definitiva de uma ditadura fiscal no país" (O plane-
jamento tributário e a Lei Complementar n. 104. &l. Dialética, 2001, p. 128).
224 O artigo 150 caput e 5°. inciso II, estão assim redigidos: 'I\rt. 150 Sem prejuízo de
outras garantias asseguradas ao contribuinte. é vedado à União. aos Estados, ao Distri-
to Federal e aos Municípios: 1- exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
"Ar!. 5° - 11: ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei':
182
COOROENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
225 Escrevi: "Com efeito, em direito tributário, só é possível estudar o princípio da lega-
lidade, através da compreensão de que a reserva da lei formal é insuficiente para a sua
caracterização. O principio da reserva da lei formal permitiria uma certa
discricionariedadc, impossível de admitir-se, seja no direito penal, seja no direito
tributário.
Como bem acentua Sainz de Bujanda (Hacienda y derecho, Madrid, 1963, vol. 3, p. 166),
a reserva da lei no direito tributário não pode ser apenas formal, mas deve ser absoluta,
devendo a lei conter não só o fundamento, as bases do comportamento, a administração,
mas --e principalmente-- o próprio critério da decisão no caso concreto.
A exigência da lex scripta, peculiar à reserva formal da lei, acresce-se da lex stricta,
própria da reserva absoluta. t: Alberto Xavier quem esclarece a proibição da
discricionariedade e da analogia, ao dizer (ob. cit., p.39): E daí que as normas que
instituem sejam verdadeiras normas de decisão material (Sachentscheidungsnormen l,
na terminologia de Werner Flume, porque, ao contrário do que sucede nas normas
de ação (handlungsnormen). não se limitam a autorizar o órgão de aplicação do
direito a exercer, mais ou menos livremente, um poder, antes lhe impõem o critério
da decisão concreta, predeterminando o conteúdo de seu comportamento.
Yonne Dolácio de Oliveira, em obra por nós coordenada (Legislação tributária, tipo
legal tributário, in Comentários ao CTN, Bushatsky, 1974, v. 2, p. 138). alude ao
princípio da estrita legalidade para albergar a reserva absoluta da lei, no que encon-
tra respaldo nas obras de Hamilton Dias de Souza (Direito Tributário, Bushatsky,
1973, v. 2) e Gerd W. Rothmann (O princípio da legalidade tributária, in Direito
Tributário, 5' Coletânea, coorden3da por Ruy Barbosa Nogueira, Bushatsky, 1973, p.
154). O certo é que o princípio d,llegalidade, através da reserva absoluta de lei, em
direito tributário, permite a segurança jurídica necessária, sempre que seu corolário
conseqüente seja o princípio da ipicidade, que determina a fixação da medida da
obrigação tributária e os fatore: dessa medida a saber: a quantificação exata da
alíquota, da base de cálculo ou d, penalidade.
É evidente, para concluir, que a decorrência lógica da aplicação do princípio da
tipicidade é que, pelo princípio da seleção, a norma tributária elege o tipo de tributo
ou da penalidade; pelo princípio do "numerus clausus" veda a utilização da analogia;
pelo princípio do exclusivismo toma aquela situação fálica distinta de qualquer ou-
tra, por mais próxima que seja: e finalmente, pelo princípio da determinação corrceitua
de forma precisa e objetiva o fato imponível, com proibição absoluta às normas
elásticas (Resenha. Tributária, 154:779-82, Sec. 2.1, 1980)" (Curso de Direito Tribu·
tário, Co-edição CEEU-FlEO/Editora Saraiva, 1982, p. 57/58).
226 O artigo 108, § l°, do CTN está assim redigido: "Art. /08 - § l° O emprego da analo-
gia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei':
183
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
227 Yonne Dolácio de Oliveira sobre o referido princípio ensina: "Na criação e "lteraçiio
dos tributos, o Legislativo dos entes de governo, por força da norma constituciol1al
que lhes ol/torga a competência impositiva (e que é norma de organização da atri·
buição de poderes), recebe o poder para traçar na lei de incidência, o fato-tipo legal.
a que vai ligar, como conseqüência ou estatuição, o tributo. Tal atribuição assegura
ao legislador ordinlrio. com exclusividade. a opção para a escollJa dos fatos tribl/tá,oeis.
o poder de proceder à qualificação tipológica, isto é, a seleção de tais fatos de acordo
com os fins por ele objetivados para defini-los na IJipótese de incidência. Também.
com exclusividade, toca-lhe o poder de determinar o "quantum" do tributo (base de
cálculo e alíquota) e o SI/jeito passivo.
Essa competência atribuída pela Constituição. por exigência desta, quando exercida.
deve observar a norma geral do art. 97 do C.T.N., isto é, o legislador ordinário deve
proceder à definição exaustiva dos elementos do fato-tipo legal ou hipótese de inci-
dência, do sujeito passivo, e dos elementos da quantificação do tributo - a base de
cálculo e a alíquota" (Caderno de Pesquisas Tributárias n° 6, co-edição CEEU/ed.
Resenha .. Tributária, 1991, p. 503/504).
228 Hugo de Brito Machado vê flagrante inconstitucionalidade na L.c. n. 104/2001. ao
dizer: "4°) A norma albergada pelo parágrafo Úllico do art. //6 do Código TribllltÍri"
Naciollal, introduzido pela Lei Complementar nO /04, de /0.0/.2001, nos parece "'''
simples alargamento dos poderes da administração em matéria tributária, e sendo
assim é flagrante a sua inconstitucionalidade, posto que, como assevera Marco Auré-
lio Creco, "a própria noção de Estado Democrático de Direito repele uma norma
184
COOROENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
185
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
230 Sacha Calmon Navarro Coelho ensina: '~ Lei Complementar n. 104/01 nesta parte é
inconstitucional. É oportuno notar que o Relator da matéria nO-Congresso Nacional
faz questão de inserir no texto originário a frase "observados os procedimentos pre·
vistos em lei': para contornar os artigos 5°, II e 150, 1 e II.
Ocorre que a exigência da Constituição não é apenas formal, mas material. Nem
mesmo a lei pode permitir ao Estado-Administração achar fato gerador por "inter-
pretação analógica" O fato gerador deve estar exaustivamente previsto em lei
(tipicidade). Assim também a equiparação de efeitos fiscais entre institutos e formas
de Direito Privado.
O exclusivismo da lei obsta a interpretação económica a que visa a "norma geral
anti-elisiva" Esta, por não poder mesmo ser geral, há de ser sempre específica (nor-
ma anti-elisiva específica, espécie por espécie) e legislada, jamais intuida pela Admi-
nistração. Se prevalecer a norma geral anti-elisiva em face da Constituição, a lei tem
que prever um contencioso com efeito suspensivo para decidir se a "desclassificação
do ato ou negócio jurídico" procede ou não. É a única saída jurídica possível. No
meio está a virtude. O princípio do contencioso deve prevalecer, smj" (O planeja-
mento tributário e a L.c. n. \04, ob. cit., p. 304 ,.
186
Tributa
Exterior e
Limites Relativos de Normas
Antielisas
I. INTRODUÇÃO
Enquanto Investimento Externo de Porfólio não envolve controle sobre uma atividade
no exterior, e geralmente representa menos de 10% do capital envolvido nesta atividade,
Investimento Externo Direto abrange controle ou maior interesse sobre a atividade, re-
presentando sempre mais de 10% do capital envolvido na atividade.
Os países de baixa pressão fiscal podem ser classificados como (i) países de tributação
favorecida ou paraísos fiscais (lax haven), ou (ii) países de regime fiscal privilegiado
(preferePltial tax system).
188
COORDENAÇÁO: PEDRO ANAN JR.
189
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
235 Segundo o Princípio da Territorialidade, o imposto incide sobre a renda gerada den-
tro das fronteiras dos Estados, independentemente do país de residência do agente,
enquanto que de acordo com o Princípio da Universalidade da Renda, também são
tributadas as riquezas geradas no exterior pelos residentes ou nacionais do pais.
236 BIRD, Richard, MINTZ, Jack, Sharing the International Tax Base in a Changing World
in Public Finance and Public Policy in the New Century, ed. Sijbren Cnossen, MIT
Press, 2003, pág. 416.
237 A doutrina da neutralidade da exportação de capitais parte de uma série de premis-
sas, entre elas, a de que a renda deve ser tributada de forma isonômica quando acu-
mulada, seja no território nacional ou no estrangeiro.
190
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
238 "Any difference in the corporate tax rate faced by two corporations cornpeting in the
sarne location will give one a cornpetitive advantage" (DEVEREUX, Michael, Issues
in the Taxation of Incorne frorn Foreign Portfolio and Direct Investrnent, Taxing
Capital Income in the European Union: Issues and Optiolls for Refonn, ed. Sijbren
Cnossen, Oxford, 2000, pág. 123).
191
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
192
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
239
III. TRANSPARÊNCIA FISCAL INTERNACIONAL
239 "Fiscal transparency mealls 'Iooking througl!' an entity alld attributillg profits alld
losses directly to the clltity's membcrs." "Ullder SUelI a systcm. the corporate profits
(whether or not distributed) are imputed to the shareholders or partllers (whether
individuais or compallies) and taxed in t/leir hands." InternationaI tax gIossary. IBFD.
1996, 3rd edition. Ed. Susan M. Lyons. p. 128.
193
IMPOSTO OE RENDA PESSOA JURlolCA
240 "Your cornrnittce, while recognizing the need to rnaintain active American Busilless
operations abroad on equal cornpetitive footing with other operating business in the
sarne coutries, nevertheless sus no need to rnaintain the deferral of US tax where the
investirnents are portfolio types of investrnents, ar where the cornpany is rnerely
recciving ÍllI'estrnent incarne. ln such cases there is no cornpetitive problern justifying
postponernent of the tax until the incarne is repatried" (Sessões de votação das CFC
Rules in KUNTZ, loel D.; PERONI, Robert S., US IlIternational Taxation, vol. 1.,
West, pág. B3·7).
241 "The rationale for these ownership requirements is fairness. It rnight be unfair to tax
resident shareholders 071 the IIndistribllted incarne of a foreign corporation if they
do 1101 have sufficient power of influence to require the corporation to distribute its
incarne". ARNOLD, Brian; MCINTYRE, Michael, International Tax Primer. Boston:
Kluwer. 1995, pág. 79.
194
COORDENAÇAO: PEDRO ANAN lR.
242 FERNANDEZ, Albertina M. Tlte L'S Deferral Privilege: Shollld Supart F be Repealed?
Tax Notes International, fevereiro 2000 pág. 831.
243 "The countries that do not have such (CFC) rules consider adopting them and that
countries who have such rules ensure that they apply in a fashion consistent with the
desirability of curbing harmful tal practices" (OCDE, Committee on Fiscal Affairs:
Harmful Tax Competition, OCDE 1998, pág. 40).
244 Existem três espécies de Transpar< ncia Fiscal Internacional. as quais utilizam dife-
rentes institutos jurídicos para cor.siderar tributável os lucros auferidos no exteriur:
i) a abordagem da ficção da distribuição de lucros; ii) a abordagem da desco~sideraçã.o
da personalidade jurídica da sociedade estrangeira; e iii) tributação do efeito pOSltl-
vo de equivalência patrimonial. OCDE, Base Compallies, Paris: OCDE, 1987.
245 Geralmente exige-se a existência de controle efetivo para a aplicação da norma, com
poucas exceções como a da França, onde se aplica a norma às sociedades estrangeiras
em que se tenha investimento relevante. .'_
246 Na maioria dos casos, a norma é aplicável exclusivamente aos palses de baixa pressao
fiscal (aburdagem jurisdicional), com exceção de países como os Estados Unidos ~ o
Canadá, que determinam a aplicação da norma em relação a qualquer SOCiedade es·
trangeira (abordagem global).
195
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
247 Em regra é utilizado sistema por meio do qual são incluídos ao lucro da sociedade
controladora os rendimentos passivos da sociedade estrangeira (abordagem
transacional). com exceções como as da Nova Zelândia e da Suécia. países que deter·
minam a adição ao lucro de qualquer tipo de rendimentos auferidos no exterior (abor-
dagem da entidade).
196
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
248 "Income (Iooked at form the sources side af t/Ie househald account) s/lOuld be t/lOug/1I
of as a person's elltire accretio11 to /tis or her wealth, illcluding ali forms thereof As
we will examille ill detaillater on, a perso11's eco11omic capacity and /lC/lCe ability to
pay is increased whether i11come aêcrues ill the form of money i11come (such as wages,
salaries, illterest, or dividellds), as imputed illcome (such as imputed re11t from OWller·
occupicd /IOUSÚlg), or as ali appreciatioll (whether realized or not) in I/,e l'alue of
assets. The same requiremellt of c0mprellC/ISivelless call be stated if we loak at illcome
from the uses side of the /lOuse/ old accoullt. Illcome then equals illcrmsc iII lIet
worlh (or savillgs) plus colISum/tion during the period" (MUSGRAVE, Richard,
MUSGRAVE, Peggy, Public Fina.1ce in Theory and Practice, 5. ed., McGraw-Hill.
1989, pág. 224).
249 GRAETZ, Michael, SCHENK, Deborah, Federal Incorne Taxation, 4. ed., Foundation
Press, pág. 144.
250 "TRIBUTO _ RELAÇÃO JURfDICA ESTADO/CONTRIBUINTE - PEDRA DE TO-
QUE. No embate diário Estado!contribuinte, a Carta politica da República exsurge
com illsuplalltável l'alia, no que, em prol do segundo, impõe parâmetros a serem
respeitados pelo primeiro. Delltre as garalltias constitucionais explícitas, e a
constatação não exclui o reconhecimento de outras correntes do próprio sistema
adotado, exsurge a de que somente a lei complementar cabe a definição de tributos
197
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta COllSti-
tuição, a dos respectivos fatos geradores, bases de calculo e contribuitltes" - alínea
a" do inciso III do artigo 146 da do Diploma Maior de 1988" (Ac. uno do Plenário do
STF, RE n.· 172.058, ReI. Min. Marco Aurélio).
251 ':.4 disponibilidade adquirida pode, nos termos da definição, ser 'econômica' 011 :illrí-
dica' (CrN, art. 43, caput). A aquisição de 'disponibilidade econômica' corresponde
ao qlle os economistas chamam 'separação' de renda: é a sua efetiva percepção em
dinheiro ou outros valores (RIR, ar/. 498).
A aquisição de 'disponibilidade jurídica' corresponde ao que os economistas cha-
mam de 'realização' da renda: é o caso em que embora o rendimento ainda não esteja
'economicamente disponíve/'(isto é percebido), entretanto o beneficiário já tenha
título hábil para percebê-lo" SOUZA, Rubens Gomes de. Pareceres 3 - Imposto de
Renda. São Paulo: Resenha Tributária, pág. 277. apud SCHOUERI. Luís Eduardo.
Tributação de lucros auferidos por controladas e coligadas no exterior: um novo
capítulo no direito tributário internacional do Brasil? Imposto de Renda: Alterações
Fundamentais. São Paulo: Dialética, 1996. pág. 143.
252 SCHOUERI, Luís Eduardo; HILU NETO. Miguel. Sobre a Tributação dos 'Lucros
Disponibilizados' do Exterior. Imposto de Renda: Alterações Fundamentais. 2. vol.,
São Paulo, Dialética. 1998, pág. 120.
198
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
199
IMPOSTO OE RENDA PESSOA JURlolCA
200
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
201
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
254 São plenamente aplicáveis os fundamentos utilizados pelo Supremo Tribunal Fede-
ral no julgado do RE n.O 172.058, vez que os lucros auferidos no exterior e não
disponibilizados pelas sociedades estrangeiras não representam acréscimo patrimonial
de disponibilidade econômica ou jurídica.
255 De acordo com a legislação societária, a Lei n.O 6.404, de 1964, os resultados (lucro
ou prejuízo) das sociedades controladas e coligadas deverão ser considerados na apu-
ração dos resultados (lucro ou prejuízo) das empresas, de modo que seja apurado o
lucro das sociedades.
256 O conceito de lucro do direito societário pode ser englobado pelo conceito de rend"
como acréscimo patrimonial (ROLlM, João Dácia. Imposto de Renda, Contribuição
Social sobre o Lucro e Planejamento Tributário. Planejamento Fiscal: Teoria e Práti-
ca. São Paulo: Dialética. 1995, pág. 73).
257 Observe-se que o legislador tributário, em razão de uma coeréncia sistémica, deter·
mina a exclusão do lucro real dos efeitos da equivalência patrimonial, de modo a
evitar uma bitributação econômica da renda e a incidência do imposto sobre acrés-
cimo patrimonial indisponível.
202
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
203
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
204
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
205
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
imposto brasileiro, e como tal, a regra deveria ter sua aplicação redu-
zida aos casos em que se pretenda efetivamente uma finalidade elisiva.
A norma jurídica em exame parece não ser aquela que melhor
atenderia aos anseios arrecadatórios do Estado e a aspiração de se
desenvolver a economia nacional, pois apesar de dar solução ao pro-
blema relativo à elisão fiscal internacional ao afastar qualquer espé-
cie de postergação do Imposto de Renda, a medida não é adequada,
vez que tem efeito muito mais abrangente.
Existem formas menos agressivas de se combater a elisão fiscal
internacional, como através da Transparência Fiscal Internacional e
seus testes de aplicação, pois confrontando-se os princípios e valores
envolvidos na questão, verificaríamos que em nome do aumento da
arrecadação tributária e dos Princípios da Isonomia e da Capacidade
Contributiva, deixa-se de lado o Princípio da Livre Concorrência2s9
Ao tentar introduzir uma norma contra a postergação tributá-
ria internacional sobre lucros auferidos no exterior por empresas li-
gadas, o Governo Federal perdeu a oportunidade de introduzir o
Brasil no crescente grupo de países que adotaram medidas contra a
elisão fiscal internacionapo, mas sem ferir a competitividade das
empresas brasileiras.
Como observado em certo sentido por parte da doutrina, a ins-
tituição da norma específica antielisiva em referência seria possí-
vel261 , ou até mesmo desejável, pois aliada às regras de preços de
transferência, já relativamente consolidadas no nosso ordenamento
259 Assim. não se pode generalizar a idéia de que o artigo 74 da Medida Provisória n."
2.158-34. de 200 I. veio "simplificar a legislação tributária e combater a evasão 011 a
elisão fiscal internacional abusiva ou com frallde à lei. geradas. sobretudo. pelas cha-
madas empresas de papel ou pelos estímulos fiscais oferecidos pelos chamados para-
ísos fiscais" (SARAIVA FILHO. Oswaldo Othon de Pontes. Ob. cito pág. 254).
260 Como destacado no LV Congresso da International Fiscal Association em São Fran-
cisco. EUA. 26 (vinte e seis) países já haviam adotado a Transparência Fiscal Interna-
cional no início de 2001.
261 "Não nos parece que o sistema constitucional tributário brasileiro seja tão rígido a
ponto de impedir que o legislador federal combata os planejamentos tributários con-
siste1ltes em criar sociedades não-operacionais em paraísos fiscais ou jurisdições de
baixa pressão fiscal. tra1lsferir a tais sociedades ativos diversos e deS\·iar para aquelas os
rendimentos passivos correspondentes. posterga1ldo indefinidamente. ou mesmo eli-
minando integralmente. a incidência do imposto de renda brasileiro" (GODOI. Mar-
ciano Seabra de. O imposto de Renda e os lucros auferidos no exterior. Inédito).
206
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
"Mas, e"fim, seria comtitucional a inserção de uma regra sobre o 'co"trole de socie-
dades estrangeiras' 110 Direito Tributário brasileiro, crialldo uma regra de tra/lSpa-
rência para as operações com raíses com tributação favorecida? Desde que seja
identificdda exclusivamente par" essa finalidade, e assegurando ao COlltribuillte o
direito de demonstração da legItimidade das operações, por i/J1'ersão do ÔIlJlS da
prova, COI/1 todos os mcios de prvva ad,lIitidos, ne,JI""'J(J incollStitucio"alidadc po·
der ser alegada. E dever do Estado desencorajar o uso de países com tributaçào
fcll'orecida, como mais duma forma de realizar o princípio da livre concorrêllcia 'lO
mercado illtCTIlO e estabilizar o cumprimento do princípio dd isonomia em face do
sistema tributário" (TORRES, Heleno. Direito Tributário Internacional: Plane.iamento
Tributário e Operações Transnacionais, São Paulo, Revista dos Tribunais, 2001, pág. 132).
262 Neste sentido, proveitosas as considerações do relatório geral apresentado no LV Con·
gresso da Internacional Fiscal Associatioll, ARNOLD. Brian I .. DIBOUT. Patrick.
Gelleral Report: Limits on the use of low-tax regimes by multi'Jatiollal busi"ess:
currellt mesures alld trends {lntemational Fiscal Association. Ob. cit.. pág. 21 l.
2Q7
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
263 BAKER. Philip. Double Taxation Conventions. 2. ed .• Sweet&Maxwell. 2002. pág. 1·2/32.
208
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
VI. CONCLUSÃO
209
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
210
Tributação da Renda em
Universais - Tendências Atuais
I. INTRODUÇÃO
212
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
213
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIOICA
11.2. lN 38/96
264 Alberto Xavier. a esse respeito. leciona: "Ora. é inequívoco que os lucros auferidos
pelas pessoas jurídicas. enquanto não forem objeto de atos que formalizem a sua
retirada do respectivo património. continuam a pertencer a esta pessoa jurídica e
não a seus acionistas ou sócios. Estes têm. é certo. uma expectativa de direito sobre
aqueles lucros. os quais porém não se transferem para os respectivos patrimõnios
enquanto não praticados os atos jurídicos adequados à deslocação jurídica dos lu-
cros do património das sociedades estrangeiras para o património da sociedade bra-
sileira" (Alberto Xavier. Direito Tributário Internacional do Brasil. 6" ed. Rio de Ja-
neiro. Forense. 2004. pág. 444)
214
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
215
IMPOSTO OE RENDA PESSOA JURlolCA
216
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
podem ser invocados para tributar tais lucros no Brasil, sob pena de
violação dos princípios constitucionais tributários da estrita legali-
dade, da tipicidade fechada e da reserva absoluta de lei.
Além disso, a Lei 9.532/97 não pode tributar lucros gerados
nos anos-calendário de 1996 e 1997 (antes de sua vigência), já que
tais lucros se submetem à legislação vigente no período em que fo-
ram gerados, conforme esclarecido pelo Coordenador-Geral do Sis-
tema de Tributação da Receita Federal no Ato Declaratório
(Normativo) nO 49, de 23.9.1994 ("ADN 49/94"), abaixo transcrito:
217
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
218
(OOROENAÇÁO: PEDRO ANAN JR.
266 Sobre o assunto, Alberto Xavier declara: "Com efeito, nas operações de crédito atrás
referidas não ocorre qualquer acréscimo patrimonial, uma vez que os valores credi-
tados são simultaneamente registrados no ativo, como caixa, e no passivo, como
exigibilidade de valor rigorosamente idêntico, correspondente à obrigação de resti-
tuir a quantia mutuada ou de entregar o bem ou serviço cuja entrega futura foi con-
tratada. Trata-se, por conseguinte, de inconstitucional tributação sobre a renda ou
capital" (Alberto Xavier, Direito Tributário Internacional do Brasil, 6' ed. Rio de
Janeiro, Forense, 2004, pág. 462)
219
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDlCA
11.7 MP 2.158/01
220
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
267 Bulhões Pedreira leciona que "( ... ) disponibilidade econõmica é o poder de dispor
efetivo e atual, de quem tem a posse direta da renda. Em regra, a renda consiste em
moeda, quem aufere renda adquire dinheiro, que é domínio de moeda; e o fato que
caracteriza a aquisição da disponibilidade econõmica da renda é a aquisição da posse
de moeda ( ... )." Em relação à disponibilidade juridica. disciplina que "( ... ) é a presu-
mida por força de lei, que define como fato gerador do imposto a aquisição virtual. e
não efetiva, do poder de dispor de renda. A disponibilidade é virtual quando já ocor-
reram todas as condições necessárias para que se torne efetiva ( ... )." (Bulhões Pedrei-
ra, Imposto sobre a Renda Pessoas Jurídicas, Volume I, justec-Editora LIda., 1979.
págs. 196 e 197)
221
IMPOSTO OE RENDA PESSOA JURlolCA
268 Ricardo Mariz de Oliveira é preciso: "Mais ainda, considerando a unicidade orgânica
que os parágrafos formam com o "caput" do artigo, a norma do § 2° e a de qualquer
lei editada sob sua tutela devem estar em consonância com o disposto na cabeça do
art. 43, que, esta sim, conserva paridade com a realidade das coisas, com o
ordenamento jurídico integral e, principalmente, com os limites do poder de tribu-
tar." (Ricardo Mariz de Oliveira, Revista Dia/ética de Direito Tributário nO 73, Dialética,
2001, pág. 115)
269 Já comentamos nesse sentido: "Rubens Gomes de Souza103(Pareceres - 3 -Imposto
de Renda, São Paulo: Resenha Tributária, 1976, p. 277 e ss.). ao comentar o artigo 43
do CTN, esclarece que em se tratando tanto de 'renda' como de 'proventos', o elemen-
to essencial do fato gerador é a aquisição da disponibilidade de riqueza nova, defini-
da em termos de acréscimo patrimonial. Essa circunstância - de tratar-se de riqueza
nova - está implícita, no caso de 'renda', na palavra 'produto' (CTN, art. 43,1), que
envolve a noção de algo novo produzido por, ou seja, decorrente de algo existente: a
fonte produtora (capital, trabalho ou combinação de ambos). Por outro lado, no
caso dos 'proventos', aquela mesma circunstância - de tratar-se de riqueza nova -
está expressamente referida (CTN, art. 43, I) em termos, como disse, de 'acréscimos
patrimoniais'. O imposto incide, portanto, sobre a renda e os proventos de qualquer
natureza, assim entendidos como acréscimos patrimoniais, à medida que venham a
ser auferidos. Para tanto, deve ser adquirida a disponibilidade sobre tais montantes,
que pode ser 'económica' ou 'jurídica'. A disponibilidade económica é a sua efetiva
percepção em dinheiro ou outros valores. A disponibilidade jurídica ocorre quando,
embora a renda não esteja 'economicamente disponível' (isto é, efetivamente perce-
bida). o beneficiário já tenha o título hábil para percebê-Ia e dela dispor. Rubens
Gomes de Souza esclarece ainda, que a disponibilidade económica envolve automa-
ticamente a jurídica; mas a recíproca pode não ser verdadeira; certo é que a aquisição
de qualquer daqueles tipos de disponibilidade basta para configurar o fato gerador,
isto é, para dar lugar à incidência do imposto." (Luciana Rosanova Galhardo, Rateio
de Despesas no Direito Tributário, Quartier Latin 2004, págs. 126 e 127)
222
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
223
IMPOSTO OE RENDA PESSOA JURlolCA
270 Confira-se o seguinte trecho do voto do Exmo. Ministro Marco Aurélio Mello: U( ... )
O encerramento do período-base aponta-o. mas o faz relativamente à situação que
não extravasa o campo de interesse da própria sociedade. Ocorre. é certo. uma expec-
tativa. mas. enquanto simples expectativa. longe fica de resultar na aquisição da dis-
ponibilidade erigida pelo art. 43 do Código Tributário Nacional como fato gerador.
Uma coisa é a incidência do imposto de renda sobre o citado lucro e. portanto. a
obrigação tributáril da própria pessoa jurídica. Algo diverso é a situação dos sócios.
no que não passam. com a simples apuração do lucro líquido na data do encerra-
mento do período-base. a ter a disponibilidade reveladora do fato gerador. Imagine-
se. apenas para exemplificar. quadro em que a assembléia de acionistas. respeitado o
percentual alusivo aos dividendos obrigatórios. resolva promover investimentos.
Descabe. na hipótese. partir para o campo da presunção. equiparando a apuração do
lucro líquido à distribuição deste. ou mesmo. à aquisição da disponibilidade pelos
sócios. ~ que o recurso a tal método normativo da presunção legal pressupõe
harmonia com os princípios norteadores do direito. especialmente do direito consti-
tucional e. mais do que isso. também com os princípios lógicos da identidade. não-
contradição e do terceiro excluído. Os lucros apurados em balanço de pessoa jurídica
integram o património desta e não dos sócios. já que estes. considerados isolada-
mente. deles não dispõem. quer sob o ângulo económico. quer. até mesmo. sob o
jurídico. ( ... ) A aquisição da disponibilidade. quer sob o ângulo económico ou jurídi-
co do rendimento. há de estar assentada no poder daquele que se beneficiou do acrés-
cimo patrimonial dele dispor efetivamente. Conforme exsurge da Lei das Sociedades
Anónimas. a apuração. em si. do lucro líquido pela pessoa jurídica não revela a dis-
ponibilidade pelos sócios.( ... )"
224
COORDENAÇAO: PEDRO AAAN JR.
11.8. lN 213/02
225
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
271 Rutnéa Navarro Guerreiro e Sérgio Murilo Zalona Latorraca. atualizando a obra de
Nilton Latorraca. ensinam que "( ... ) o resultado da avaliação de investimentos pelo
valor do patrimônio líquido compreende tanto os lucros ou os prejuízos apurados
nas controladas ou coligadas. como os ganhos ou perdas que a investidora tenha
obtido pelo simples fato de possuir os investimentos. ganhos e perdas destes cuja
apuração decorre obrigatoriamente da aplicação desse método de avaliação de in·
vestimento. (. .. )" (Nilton Latorraca. Direito Tributário· Imposto de Renda das Em·
presas. São Paulo. Ed. Atlas. 15' edição. 2000. pág. 535). Da mesma forma. concluem
que a variação cambial de investimento no exterior é parte integrante dos resultados
da avaliação de investimentos pelo valor de patrimônio líquido ( pág. 371).
226
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
272 O STF já teve a oportunidade de se manifestar acerca do caráter secundário das Ins-
truções Normativas. Ao tratar da natureza e função dos atos infra-legais, no julga-
mento do Agravo Regimental em Ação Direta de Inconstitucionalidade nO 365/DF.
cujo Relator foi o I. Ministro Celso de Mello, o Plenário do STF assim decidiu: "( ... l
As Instruções Normativas, editadas por órgão competente da administração tributá-
ria, constituem espécies jurídic.ls de caráter secundário, cuja validade e eficácia re-
sultam, imediatamente, de sua estrita observância dos limites impostos pelas leis,
tratados, convenções internacionais, ou decretos presidenciais, de que devem consti-
tuir normas complementares. fssas Instruções nada mais são, em sua configuração
jurídico-formal, do que provim ,ntos executivos cuja normatividade está diretamen-
te subordinada aos atos de natu eza primária, como as Leis e as Medídas Provisórias,
a que se vinculam por um claro nexo de assessoriedade e de dependência ( ... )."
273 Apesar de recente, a lN 213/02 já teve sua legalidade examinada em sede liminar pela
D. Juíza Federal da 20' Vara da Seção Judiciária de São Paulo nos autos do Mandado
de Segurança 2003.6\.00.000331-3, illl'erbis:"A mell ver, tal 'lei' (IlO caso, a MP 2158)
deve ser illterpretada segllndo o 'caput' do artigo 43 do CTN, vale dizer, ainda que
tenha a atribuição de determinar o momellto da disponibilidade, não pode desprel1-
der-se do conceito de acréscimo patrimonial. E acréscimo patrimonial só ocorre
quando o resultado positivo ingressa, efetivamente, no património do seu titu~ar.
Ora, é sabido que o resultado positivo auferido pode receber d,versas destlllaçoes,
entre as quais a distribuição aos acionistas. Neste caso, e apellas aqui, é que deve
haver incidência do Imposto de Renda. Como bem afirmado pelo lmpetrante na
petição inicial, 'pode ser até mesmo que os lucros ncm se tornem renda da empresa
227
IMPOSTO OE RENDA PESSOA JURIDICA
brasileira por opção da pessoa jurídica estrangeira, que é pessoa jurídica diversa da
Impetrante' (fi. 08). Desta feita, entendo que o artigo 74 da MP 2.158 fere o artigo 43
do CTN, não podendo prosperar, em respeito ao princípio da estrita legalidade. Su-
pOllhamos, então, que o § 2° constitua uma exceção à regra geral prevista no 'caput:
permitindo, assim, que a receita ou rendimerJto oriundos do exterior tenham trala-
mellto distinto. Ainda assim, entendo que o artigo 74 da MP 2158 não atmdeu às
diretrizes da lei complementar (CTN). É que o próprio § 2" fala em 'disponibilidade',
definida como 'a qualidade daquilo de que se pode dispor. em viril/de do que se diz
que é alienável' (Vocabulário Jurídico, De Plácido e Silva, 17" edição, Ed. Forense,
pág. 280). Ora, o resultado positivo obtido na balanço da empresa sediada no exteri-
or não pode ser disposto à sociedade brasileira, sem que haja destinação para tanto.
Já o parágrafo lÍnico do artigo 74, em questão, afronta, neste exame preliminar, o
princípio da irretroatividade tributária, ao alcallçar fatos praticados antes da sI/a vi-
gência (lucros obtidos até 31 de dezembro de 2001). Com efeito, referidos lucros
devem obedecer à legislação vigente à época de sua ocorrência (Leis nOs 9249/96 e
9532/97, cOllforme o caso). Por fim, foi editada a Instrução Normativa SRF nO 213/
02, a fim de regulamentar o artigo 74 da MP 2158, determinando a tributação dos
resultados positivos de equivalência patrimonial em coligadas e controladas na exte-
rior de pessoas jurídicas brasileiras. Em princípio, quer parecer que a regulamenta-
ção desbordou de seus limites, vez que há lei dispondo em sentido contrário (Decre-
to-lei nO 1598/77, Decreto-lei nO 1648/78 e Decreto n° 3000/99), estipulando que tais
resultados positivos não devem ser adicionados às bases de cálCl/lo do IRPJ e da CSLL.
O mesmo raciocínio elaborado com relação à dispollibilização do II/cro para fills de
Imposto de Renda é válido para a CSLL. Presente a plausibilidade do direito invoca-
do, vislumbro, ainda, o 'periCl/lum in mora; considerando a data de recolhimento
das exações (31 de janeiro). Isto posto, CONCEDO A LIMINAR, a fim de suspellder
a exigibilidade do crédito tributário de IRPJ e CSL relativo aos lucros aCl/mulados
pelas sociedades estrangeiras até sua efetiva disponibilização, bem como os lucros
futuros que permanecerem acumulados pelas sociedades estrangeiras, até a efetiva
disponibilização para a Impetrante, impedindo ainda que as DD. Autoridades Admi-
nistrativas pratiquem qualquer ato tendente à imposição de penalidades pelo fato de
a Impetrante não recolher no próximo dia 31 de jmleiro o IRPJ e a CSL nos termos
do artigo 74, capl/t e parágrafo lÍnico da MP 2158-35/2001, mantendo-se a sistemá-
tica da Lei ,,0 9532/97 (artigo 1·). Determino, ainda, seja afastada a aplicação do
artigo r, §1° da Instrução Normatil'a SRF nO 213, suspendendo a exigibilidade do
crédito tributário relativo à tributação pelo IRPJ/CSL dos valores relativos aos resul-
tados positivos de equivalência patrimonial concernentes aos investimentos detidos
na exterior, nas quais é sociedade controladora ou coligada, suspendendo, também
neste aspecto, a exigibilidade do crédito tributário relativo ao IRPJ e CSL." A questão
também foi apreciada pela D. Juíza Federal da 2' Vara Federal de Joinville, nos autos
do Mandado de Segurança n° 2003.72.01.000014-4: "Por fim, cabe a atlálise da 1115-
trução Normativa n· 213/2002, que ao regulamentar o artigo 74 da MP elll comento
determinaI/ a tribl/tação dos resultados positil'os de equivalêtlcia patrimonial em
coligadas e controladas no exterior de pessoas jl/rídicas brasileiras. Da comparação
entre o § lo do artigo 7· da Instrução Normativa e o seu caput, se extrai que o 'resul-
tado positivo da equivalência patrimonial' não foi apenas registrado no balanço le-
vantado em 3l de dezembro do ano-calendário para que fossem apurados o II/era
real e a base de cálculo da CSL. mas sim. foi tributado. É o que se denota a seguir: (... )
228
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
229
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDlCA
230
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
231
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
232
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
233
IMPOSTO OE RENDA PESSOA JURIDICA
277 Luís Eduardo Schoueri, sobre o dispositivo, comenta: "Ainda, o § 90 do mesmo dispo-
sitivo da lN prevê a tributação dos lucros quando ocorrer alienação do investimento
no exterior. Parece-nos claro que esta não é uma hipótese de realização de lucros;
tampouco parece-nos hipótese de auferimento de lucros." (Luís Eduardo Schoueri, Sobre
" Triblltação dos 'Lueros DispOIlibilizados' do Exterior, Dialética, pág. 115 l.
278 O item "4" desse dispositivo faz referência à hipótese de "emprego do valor, em favor
da beneficiária, em qualquer praça, inclusive no aumento de capital da controlada ou
coligada, domiciliada no exterior."
279 O item "I" desse dispositivo faz referência à hipótese de "crédito do valor em conta
bancária, em favor da controladora ou coligada no Brasil."
234
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
235
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIOICA
236
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
237
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
238
COORDENAÇAO: PEDRO ANAN JR.
1I1.4.SINTESE
IV. CONCLUSÃO
239
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
240
\
I
i
1 t.
\".r.I.--
.-"tdlrh.
Breves Considerações sobre a Prova
no Processo Tributário
I. INTRODUÇÃO
242
COORDENAÇAo: PEDRO ANAN JR.
243
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
244
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
285 efr. Da prova no Processo Administrativo Tributário. São Paulo, 1997, Dialética, pago 75.
245
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
286 Cfr. IX Simpósio Nacional de Direito Tributário. realizado em São Paulo em 23.10.84. sob a
coordenação de Ives Gandra da Silva Martins. sob o tema Presunções no Direito Tributário.
287 Crr. Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro. Rio de Janeiro. 2005. Forense.
Pag.144
246
COOROENAçAO: PEDRO ANAN JR.
247
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
288 Cfr. Os Depósitos Bancários de Pessoas Físicas Como Base Para a Presunção Legal de
Omissão de Rendimentos. Artigo publicado em http://www.fiscosoft.com.br/Arti-
gos. Acesso em: 03.08.2005.
248
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
249
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
250
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
VII. CONCLUSÕES
251
Preços de Transferência e urõ"
sobre o Capital Próprio
I. INTRODUÇÃO
254
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
289 Art. 464. Presume-se distribuição disfarçada de lucros /lO negócio pelo qual a pessoa
jurídica (Decreto-Lei n° 1.598. de 1977. art. 60. e Decreto-Lei nO 2.065, de 1983. art.
20, illciso 11):
I _ aliena. por valor notoriamente inferior ao de mercado. bem do seu ativo a pessoa
ligada;
II _ adquire, por valor notoriamente superior ao de mercado, bem de pessoa ligada;
III _ perde, em decorrência do não exercício de direito à aquisição de bem e em bene-
fício de pessoa ligada, sinal, depósito em garantia ou importância paga para obter
opção de aquisição;
IV _ transfere a pessoa ligada, sem pagamento ou por valor inferior ao de mercado,
direito de preferência à subscrição de valores mobiliários de emissão de companhia;
255
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
256
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
257
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
258
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
259
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
292 Art. 45. Nos casos de apuração de excesso de Cl/sto de aq.úsição de bens, direitos e
serviços, importados de empresas vinculadas e que sejam considerados indcdutíveis
na determinação do lucro real e da base de cálCl/lo da contribuição social sobre o
lucro líquido, apurados na forma do art. 18 da Lei nº
9.430, de 27 de dezembro de
1996, a pessoa jurídica deverá ajustar o excesso de custo, determinado por um dos
métodos previstos na legislação, no encerramento do período de apuração,
cmllabilmente, por meio de lançamento a débito de conta de resultados acumulados
e a crédito de:
I - conta do ativo onde foi contabilizada a aquisição dos bens, direitos ou serviços e
que permanecerem ali registrados ao final do período de apuração; ou
" - conta própria de custo ou de despesa do período de apuração, que registre o valor
dos bens, direitos ou serviços, no caso de esses ativos já terem sido baixados da conta
de ativo que tenha registrado a sua aquisição.
§ I" No caso de bens classificáveis no ativo permanente e que tenham gerado
quotas de depreciação, amortização ou exaustão, no ano-calendário da impor-
tação, o valor do excesso de preço de aquisição na importação deverá ser credi-
tado na conta de ativo em cujas quotas tenham sido debitadas, em contrapartida
à conta de resultados acumulados a que se refere o caput.
§ 2" Caso a pessoa jurídica opte por adicionar, na determinação do lucro real e
da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, o valor do exces-
so apurado em cada período de apuração somente por ocasião da realização por
alienação ou baixa a qualquer título do bem, direito ou serviço adquirido, o
valor total do excesso apurado no período de aquisição deverá ser excluído do
patrimônio líquido, para fins de determinação da base de cálculo dos juros so-
bre o capital próprio, de que trata o art. 9° da Lei n° 9.249, de 26 de dezembro de
1995, alterada pela Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996.
§ 3" Na hipótese do § 2°, a pessoa jurídica deverá registrar o valor total do exces-
so de preço de aquisição em subconta própria que registre o valor do bem, ser-
viço ou direito adquirido no exterior.
260
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
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IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
262
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN lR.
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267
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
VII. CONCLUSÕES
268
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
269
t +I
( ... )
( ... )
272
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
293 A esse respeito, ver artigo 34 da Lei n° 10.637/02, iII verbis: "A condição e a vedação
estabelecidas, respectivamente, no art. 13, § 2°, III, b, da Lei n° 9.249, de 26 de dezem·
bro de 1995, e no art. 12, § 2°, a, da Lei n° 9.532, de 10 de dezembro de 1997, não
alcançam a hipótese de remuneração de dirigente, em decorrência de vinculo
empregatício, pelas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip),
qualificadas segundo as normas estabelecidas na Lei nO 9.790, de 23 de março de
1999, e pelas Organizações Sociais (OS), qualificadas consoante os dispositivos da
Lei nO 9.637, de 15 de maio de 1998. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-
se somente à remuneração não superior, em seu valor bruto, ao limite estabelecido
para a remuneração de servidores do Poder Executivo Federal."
273
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
"Art. 12. Para efeito do disposto no art. 150, inciso Vl, alí-
nea c, da Constituição, considera-se imune a instituição de
educação ou de assistência social que preste os serviços para
os quais houver sido instituída e os coloque à disposição da
população em geral, em caráter complementar às atividades
do Estado, sem fins lucrativos.
( ... )
294 "Art. 28. A partir de 1o de janeiro de 1998, a incidência do imposto de renda sobre os
rendimentos auferidos por qualquer beneficiário, inclusive pessoa jurídica imune ou
isenta, nas aplicações em fundos de investimento, constituídos sob qualquer forma,
ocorrerá: I - diariamente, sobre os rendimentos produzidos pelos títulos, aplicações
financeiras e valores mobiliários de renda fixa integrantes das carteiras dos fundos;
II - por ocasião do resgate das quotas, em relação à parcela dos valores mobiliários de
renda variável integrante das carreiras dos fundos. ( ... )"
295 O disposto por esse dispositivo legal é corroborado pelo Conselho Federal de Conta-
bilidade em suas Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC T 10.19 - Entidades
sem finalidade de lucros), i/1 I'erbis:" 10.19.1.3 - As entidades sem finalidade de lucro
são aquelas em que o resultado positivo não é destinado aos detentores do patrimônio
líquido e o lucro ou prejuízo são denominados, respectivamente, de superávit ou
274
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
275
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
296 "Ar!. 13. Sem prejuízo das demais penalidades previstas na lei. a Secretaria da Receita
Federal suspenderá o gozo da imunidade a que se refere o artigo anterior, relativa-
mente aos anos-calendários em que a pessoa jurídica houver praticado ou, por qual·
quer forma, houver contribuído para a prática de ato que constitua infração a dispo-
sitivo da legislação tributária, especialmente no caso de informar ou declarar falsa-
mente, omitir ou simular o recebimento de doações em bens ou em dinheiro, ou de
qualquer forma cooperar para que terceiro sonegue tributos ou pratique ilícitos fis-
cais. Parágrafo único. Considera-se. também. infração a dispositivo da legislação tri-
butária o pagamento. pela instituição imune. em favor de seus associados ou dirigen-
tes. ou, ainda. em favor de sócios. acionistas ou dirigentes de pessoa jurídica a ela
associada por qualquer forma. de despesas consideradas indedutíveis na determina-
ção da base de cálculo do imposto sobre a renda ou da contribuição social sobre o
lucro líquido."
"Art. 14. Asuspensão do gozo da imunidade aplica-se o disposto no art. 32 da lei n°
9.430, de 1996."
276
COORDENAÇAo: PEDRO ANAN JR.
( ... )
II - relativamente a fatos geradores que ocorrerem a par-
tir de 10 de janeiro de 2000 (Lei nO 9.250, de 1995, art. 3°,
e Lei nO 9.532, de 1997, art. 21, parágrafo único):
§ Jo. O valor do imposto retido na fonte durante o ano-calen-
dário será considerado redução do apurado na declaração de
271
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
197
rendimentos, ressalvado o disposto no arfo 638 (Lei n"
9.250, de 1995, ar/o 12, inciso V)"
297 "Art. 638. Os rendimentos pagos a titulo de décimo terceiro salário (CF, art. 7°. inciso
VIII) estão sujeitos à incidência do imposto na fonte com base na tabela progressiva
(art. 620). observadas as seguintes normas (Lei n° 7.713, de 1988. art. 26. e Lei n°
8.134. de 1990. art. 16): I - não haverá retenção na fonte. pelo pagamento de anteci-
pações; II - será devido. sobre o valor integral. no mês de sua quitação; III - a tributa-
ção ocorrerá exclusivamente na fonte e separadamente dos demais rendimentos do
beneficiário; IV - serão admitidas as deduções previstas na Seção VI."
278
COORDENAÇAo: PEDRO ANAN JR.
279
IMPOSTO OE RENDA PESSOA JURIDICA
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COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
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IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
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COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
287
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
288
Incorporação - Aspectos Relevantes
e a Posição do Conselho de
Contribuintes
PEDRO ANANJR.
Advogado em São Paulo, Especialista em Direito Empresarial pela
PUC/SP. MBA Controller 'Jela FEA/USP. Viu-presidente da Diretoria
Jurídica da ANEFAC, Professor de Especialização da APET
I. INTRODUÇÃO
290
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
291
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
292
COORDENAÇAo: PEDRO ANAN JR.
302 "Art. 250. Na determinação do lucro real, poderão ser excluídos do lucro líquido
do período de apuração (Decreto·Lei n° 1.598, de 1977, art. 6°, § 3°):
I . os valores cuja dedução seja autorizada por este Decreto e que não tenham sido
computados na apuração d ) lucro líquido do período de apuração;
II . os resultados, rendimen ,os, receitas e quaisquer outros valores incluídos na apu·
ração do lucro líquido que, de acordo com este Decreto, não sejam computados no
lucro real;
III o prejuízo fiscal apurado em períodos de apuração anteriores, limitada a
compensação a trinta por cento do lucro líquido ajustado pelas adições e excluo
sões previstas neste Decreto, desde que a pessoa jurídica mantenha os livros e do-
cumentos, exigidos pela legislação tlscaI. comprobatórios do prejuízo fiscal utIlIzado
para compensação, observado o disposto nos arts. 509 a 515 (Lei n° 9.065, de 1995,
art. 15 e parágrafo único). ( ... )"
303 "Ementa: IRP] _ COMPENSAÇÃO DE PREJU!ZO - LIMITE DE 30% - EMPRESA
INCORPORADA _ A empresa extinta por incorporação não se aplica o limite de
30% do lucro líquido na compensação do prejuízo fiscal.(. .. }"
293
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
294
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
( ... )
295
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
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COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
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IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
300
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
111.1. Do MPF
307 "Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, ii
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; (... )
LXXIII. qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao património público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao património histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ónus da sucumbência; ( ... l".
308 "Art. 45. No caso de decisão definitiva favorável ao sujeito passivo, cumpre à autori-
dade preparadora exonerá-lo, de ofício, dos gravames decorrentes do litígio."
301
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
302
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
303
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
111.2. DA PROCURADORIA
304
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
IV. CONCLUSÃO
310 "Art. 20. As decisões dos Conselhos de Contribuintes e da Câmara Superior de Re-
cursos Fiscais podem ser submetidas à apreciação do Poder Judiciário desde que ex-
pressa ou implicitamente afastem a aplicabilidade de leis ou decretos e. cumulativa
ou alternativamente:
1- versem sobre valores superiores a R$ 50.000.000.00 (cinqüenta milhões de reais);
11- cuidem de matéria cuja relevância temática recomende a sua apreciação na esfe-
ra judicial; e
III - possam causar grave lesão ao patrimônio público."
305
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
306
.-'-<>
4'
li
T
'I'
I. APLICAÇÕES FINANCEIRAS
308
COOROENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
309
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
(00')
c) aos rendimentos auferidos pela entrega de recursos a pes-
soa jurídica, sob qualquer forma e a qualquer título, inde-
pendentemente de ser ou não a fonte pagadora instituição
autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil."
310
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
(iü) 17,5%, em aplicações com prazo de 361 dias até 720 dias' e
(iv) 15%, em aplicações com prazo acima de 720 dias. '
Assim, investimentos em aplicações financeiras de renda fixa
resgatados em até 180 dias terão seus rendimentos tributados pelo
IRFonte à alíquota de 22,5%, por outro lado, no caso de resgate com
prazos acima de 720 dias, os rendimentos serão tributados pelo
IRFonte à alíquota de 15%.
A alteração promovida pela referida lei beneficiou os investi-
dores que optam por aplicações com prazos mais extensos, majorando
as alíquotas deste imposto para investidores que aplicam em opera-
ções financeiras de curto prazo.
311
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
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320
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
321
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322
'.
,:~"
311 Juros de até 12% ao ano sobre capital integralizado (Lei n° 4.506, de 1964, art. 49,
parágrafo único, e Lei n° 5.764, de 1971, art. 24, § 3°, consolidados no artigo n° 348
do Regulamento do Imposto de Renda de 1999 - RIR/99 - aprovado pelo Decreto n°
3.000, de 26-03-1999, republicado em 17-06-1999).
312 Quando as despesas e receitas são incluídas na apuração do resultado do exercício no
período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem,
independentemente de recebimento ou pagamento (Artigo 9° da Resolução n° 774,
de 16-12-1994, do Conselho Federal de Contabilidade).
313 Representa o resultado líquido do período de apuração, ajustado por adições, exclu-
sões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação tributária (artigo n°
247 do RIR/99).
324
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
325
IMPOSTO OE RENDA PESSOA JURlolCA
318
III. PATRIMÔNIO LíQUIDO
326
COORDENAÇAO: PEDRO ANAN JR.
327
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
2') Os juros pagos por cooperativas a seus associados, pessoas físicas, como remuneração do capital social,
sofrerão tributação exclusiva na fonte, na data do pagamento ou crédito, não podendo, no entanto, ser
compensados na Declaração de Ajuste anual (Decisão da 6' RF nO 168/00 e Solução da I' RF nO 99/01).
3') Os juros pagos ou creditados, a título de remuneração do capital próprio, a sócio residente no Japão,
estão sujeitos à tributação na fonte à a1íquota de 12,5% (Solução de Divergência Cosit nO 16/01).
328
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
Contabilização:
a) do valor dos Juros sobre o Capital Próprio em 31-12-2005
Despesa de Juros sobre o Capital Próprio 321 (Resultado)
a Remuneração do Capital Próprio a Pagar (Passivo Circulante)
13.000.000,00 (*)
321 Para fins de dedutibilidade na determinação do lucro real. os juros pagos ou credita-
dos, ainda que imputados aos dividendos, deverão ser registrados em contrapartida
de despesas financeiras (lN SRF n° 1I. de 21-02-1996, artigo n° 30, §).
329
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIOICA
330
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
Contabilização:
1o) Na apropriação dos juros
Juros sobre o Capital Próprio (Despesa Financeira)
a Remuneração do Capital Próprio a Pagar (PC)
13.000.000,00
331
IMPOSTO OE RENDA PESSOA JURIDICA
332
COORDENAÇÁO: PEDRO ANAN JR.
Contabilização:
333
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
334
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
335
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
(e) Para evif';lr ajustes na base de: cálculo dos tributos, suponha que a emprcs:a distribuiu apen3S o mont.l.ntc dos juros dcdutiveis n3 bas
cllculos dos tributos (IRPJ c CSLL), ou sej" o valor de RS 11.600.000,00.
336
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
337
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
338
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
Há uma questão que deve ser colocada, pois está sendo bas-
tante discutida entre profissionais da área tributária: poderiam as
empresas deduzir no atual período de apuração os juros não-de-
duzidos em períodos de apuração anteriores? Antes de responder
à questão, será reproduzida de forma literal a ementa da solução de
Consulta Tributária nO 63, de 2001, da 6 a Região Fiscal:
327 Levantado para suspender ou reduzir o pagamento mensal dos tributos devidos por
estimativa (artigo n° 230, do RlR/99),
328 Pagamento mensal dos tributos calculados sobre o valor da receita bruta e das de-
mais receitas, rendimentos e ganhos de capital, na forma do artigo n° 222 do RlR/99,
339
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
340
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
Notas:
1a) O valor líquido dos juros sobre o capital próprio (rendi-
mento menos imposto de renda retido na fonte) deverá constar na
declaração de rendimentos da pessoa física como:
a) rendimento sujeito à tributação exclusiva na fonte; e
b) crédito junto à pessoa jurídica distribuidora (informado
na declaração de bens e direitos), quando corresponder ao valor
creditado e ainda não recebido pelo beneficiário ao final do ano-
calendário correspondente.
341
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
342
COORDENAÇAO: PEDRO ANAN JR.
Contabilização em 31-12-2005:
10) Valor dos juros
Juros sobre o Capital Próprio (Despesas Financeiras)
a Remuneração do Capital Próprio a Pagar (PC) 960.916,66
2 0 ) Pelo IRRF sobre o valor dos juros
Remuneração do Capital Próprio a Pagar (PC)
a IRRF a Recolher (PC) 144.137,50
Notas:
la) O valor médio da Taxa de Juros de Longo Prazo relativo
ao ano-calendário de 2005, foi de 9,75%.
2 a ) O valor mensal utilizado no exemplo foi o divulgado pela
Secretaria da Receita Federal para os meses do ano-calendário de 2005
e corresponde ao valor de 0,8125%, ou seja, (9,75% : 12 meses);
3 a ) A aplicação da TJLP sobre o montante do patrimônio
líquido representa o limite do pagamento ou crédito dos juros so-
bre o capital próprio. Não existe, entretanto, qualquer empecilho
para a estipulação de valor inferior, levando-se em conta o limite
dedutível na base de cálculo dos (IRPJ e da CSLL), ou, até o limi-
te da disponibilidade financeira da pessoa jurídica.
343
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
344
.~
Regras Ge
Despesas
PEDRO ANANJR.
Advogado em São Paulo
Especialista em Direito Empresarial pela PUClSP
MBA Contro//er pela FEAlUSP
Vice-prc ridente da Diretoria Jurídica da ANEFAC
Frofessor de Especialização da APET
I. INTRODUÇÃO
346
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
329 Nessa esteira. vale transcrever a lição de José Luis Bulhões Pedreira. que ao tratar
sobre a composição da base de cálculo do imposto de renda. assim dispôs: "o acrésci-
mo patrimonial que constitui rel1da tributável é formado pela diferença entre as re-
ceitas e os custos necessários para ganhá-Ias. e é inconstitucio/wl a lei a-) que define
como base de cálculo a receita brut<l, ou porcelltagenr dessa receita, ou b-) que pres-
creve a determil1ação do lucro real computando receitas porém vedando a dedução
de custos lIecessários para ga/d/á-Ias, se a lei ordil1ária veda a deduçiio de custos
neassários. o tributo não incide apuJas sobre a renda. mas sobre relida e cap'.tal.
pois parte da receita bruta correspol1de aos custos necessários é reposição do cap'tal,
e não renda. (Imposto de Renda - Lucro da Pessoa Jurídica - Compensação de
Prejuízos. Revista de Direito Administrativo n.O 207. p.401)
347
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
348
COORDENAÇAO: PEDRO ANAN JR.
349
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
350
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN JR.
351
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
352
COORDENAÇAo: PEDRO ANAN JR.
353
IMPOSTO OE RENDA PESSOA JURlolCA
III. CONCLUSÃO
354
t
, I
,~h . . . -
ir.1U ii:.,
IRPJ e o Lançamento Tributári .
Controvertido: Autonomia e
Imparcialidade na Discussão
Administrativa
356
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
357
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA
358
COORDENAÇÃO: PEDRO ANAN lR.
359
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
perior de Recursos Fiscais. Com isso, e não por acaso, várias maté-
rias que haviam se consolidado em favor dos contribuintes (PNUD,
fiscalização pela CPMF, p. ex.), sofreram revés contrário à juris-
prudência antes firmada.
Mais recentemente, a Medida Provisória nO 252, de 15 de
junho de 2005, em seu artigo 68 330 , trouxe previsão de instalação
de "turmas especiais" nos Conselhos, com competência para jul-
gar matérias e valores especificados pelo Ministro da Fazenda.
Sendo evidente, a percepção largamente manifestada pela dou-
trina foi a de que se estava criando "turmas de exceção", cuja
composição especialmente designada poderia servir de instru-
mento de desconstrução de orientações jurisprudenciais firma-
das nas Câmaras em favor dos contribuintes.
Por fim, ressaltamos afguns pontos do Regimento Interno
dos Conselhos, que funcionam em desfavor do direito de defesa
do contribuinte.
O Recurso Especial, que pode ser interposto contra o acórdão
da Câmara, para análise pela Câmara Superior de Recursos fis-
cais, tem duas faces: uma que se apresenta ao contribuinte, outra
que se expõe à Fazenda Pública.
É que a admissibilidade do recurso interposto pelo contri-
buinte depende de demonstração de que há divergência de en-
tendimentos entre Câmaras dos Conselhos. Então, trata-se de
recurso oportunizado ao contribuinte apenas para a resolução de
divergência jurisprudencial, ou seja, volta-se para a uniformiza-
ção da jurisprudência.
330 "Arl. 68. O Ministro de Estado da Fazenda poderá criar. nos Conselhos de Contribuin-
tes do Ministério da Fazenda. Turmas Especiais. por prazo determinado. com competên-
cia para julgamento dos processos que especificar em função da matéria e do valor.
§ 1n As Turmas de que trata o caput serão paritárias. compostas por quatro mem-
bros. sendo um conselheiro Presidente de Câmara. representante da Fazenda. e três
conselheiros com mandato pro tempore. designados entre os conselheiros suplentes.
§ 2" O Ministro de Estado da Fazenda disciplinará o disposto neste artigo. inclusive
quanto à definição da matéria e do valor a que se refere o caput e ao funcionamento
das Turmas Especiais."
360
COORDENAçAO: PEDRO ANAN JR.
"Art.27
§2°. O despacho do Presidente, após a audiência do Relator
ou de Conselheiro designado, na impossibilidade daquele,
se necessária, será definitivo se declarar improcedentes as
alegações suscitadas, sendo submetido à deliberação da
Cãmara em caso contrário."
361
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURlolCA
362
OBRAS QUARTIER LATIN
Rulluele De GIOl91
DIREITO, TEMPO E
Direito, Tempo e Memória MEMÓRIA
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Coordenadores:
Clóvis Panzarini Filho
Fernando Tonanni
Marco Antônio Behrndt
Ricardo Pereira Ribeiro
Rodrigo S. Masset Lacombe
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REVISTA DE
o CASO lJOS
EXPLORADORES DE
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