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Escola Superior de Saúde

16 de Maio de 2019

Bárbara Rosa Relatório Reflexivo do Ensino Clínico II

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Escola Superior de Saúde
16 de Maio de 2019

Bárbara Rosa Relatório Reflexivo do Ensino Clínico II


N.mecº 64374

O presente relatório insere-se na avaliação da Unidade


Curricular (UC) de Ensino Clínico II relativo ao módulo de
Cuidados de Saúde Primários (CSP), incorporado no plano
curricular do segundo semestre do segundo ano da
Licenciatura em Enfermagem da Escola Superior de Saúde
da Universidade de Aveiro (ESSUA), no ano letivo
2018/2019. Este foi realizado sobre a orientação da docente
Helena Loureiro e da Enfermeira tutora Paula Santos.
Abreviaturas e/ou Siglas
ACES BV- Agrupamento de Centros de Saúde Baixo Vouga
ARS- Administração Regional de Saúde do Centro
AVC- Acidente Vascular Cerebral
CSP- Cuidados de Saúde Primários
DM- Diabete Mellitus
EAM- Enfarte Agudo do Miocárdio
HTA- Hipertensão Arterial
IRC- Insuficiência Renal Crónica
PNV- Plano Nacional de Vacinação
SINUS- Sistema de Informação Nacional dos Cuidados de
Saúde Primários
SAM - Sistema de Apoio ao Médico
TA- Tensão Arterial
USF- Unidade de Saúde Familiar
ÍNDICE

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 7
1. USF ESGUEIRA MAIS ................................................................................................... 8
1.1 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS............................................. 8
1.2 IDENTIFICAÇÃO DE NOVAS SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM ................... 13
1.3 IDENTIFICAÇÃO DAS DIFICULDADES ENCONTRADAS ................................. 13
1.4 REFLEXÃO CRÍTICA ................................................................................................. 14
2. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................. 17
3. ANEXOS ......................................................................................................................... 18
INTRODUÇÃO

No âmbito do módulo de CSP inserido no ensino clínico II e previsto no plano de


estudos do 2º semestre do 2º ano da licenciatura em Enfermagem da Escola Superior de
Saúde da Universidade de Aveiro, foi proposto, como um dos elementos de avaliação,
elaborar um relatório critico-reflexivo relativo ao ensino clínico realizado USF Esgueira
Mais, no período de 25 de março a 24 de maio de 2019, sob a supervisão da docente
Helena Loureiro e da Enfermeira tutora Paula Santos.
Pretende-se. que com a elaboração deste relatório se atinjam determinados
objetivos, tais como:
✓ Descrever a estrutura e dinâmica funcional da USF;
✓ Contextualizar os serviços da unidade como parte de um todo do Sistema de
Saúde;
✓ Descrever o tipo de atividades observadas e realizadas com a equipa
multidisciplinar bem como novas situações de aprendizagem;
✓ Aplicar os conhecimentos nas diferentes dimensões tecnocientíficas,
comportamentais e dimensionais;
✓ Posicionar-se criticamente perante técnicas e práticas desenvolvidas e
observadas ao longo do ensino.
Sendo que a enfermagem é uma profissão eminentemente prática, é imperativo
que os alunos desenvolvam uma visão construtivista do saber, do saber-fazer e do saber-
ser. (Alarcão, 1996a). Este ensino clínico torna-se pertinente na medida em que, sob
supervisão, o aluno interaja com os horários, locais e hierarquias das USF em que estão
inseridos. (Almeida, 2004)
Estruturalmente, o presente relatório será constituído por quatro grandes tópicos,
que incluem a descrição das atividades desenvolvidas, a identificação de novas situações
de aprendizagem, identificação das dificuldades e por último, pela reflexão crítica.
Seguidamente, realizar-se-á uma breve síntese onde se fará referência a eventuais
críticas e/ou sugestões.

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1. USF Esgueira Mais
A USF Esgueira encontra-se na dependência da ARS, integra o ACeS BV e está
localizada no centro da cidade de Aveiro (freguesia de Esgueira). Atualmente, a unidade
é constituída por catorze profissionais de saúde, dos quais cinco são médicos, cinco
enfermeiros e quatro secretários clínicos e está em funções desde Abril de 2017 e
desenvolve a sua atividade todos os dias úteis das 8 às 20 horas. A marcação de
consulta médica e/ou de enfermagem poderá ser feita presencialmente, via telefone, via
e-mail durante o horário de atendimento da USF ou através do Portal do Utente. Os
profissionais prestam serviços de carteira básica a todos os utentes inscritos na USF
Esgueira Mais.

Cada equipa de médico, enfermeiro de família e secretária clínica partilha um mesmo


ficheiro de utentes e procura prestar-lhes todos os cuidados necessários ao longo do
ciclo vital. Particularmente no caso da equipa de enfermagem, cada enfermeiro de família
dispõe de um gabinete próprio onde realiza todas as consultas de enfermagem aos seus
utentes, à exceção dos tratamentos de feridas que são realizadas em duas salas
destinadas para o efeito, com condições apropriadas. O enfermeiro realiza, ainda, visitas
domiciliárias para prestação de cuidados aos utentes que, por limitações na mobilidade,
não podem comparecer na unidade ou para promoção de saúde (incentivo à vacinação
em grupos de risco, visita à puérpera e ao recém-nascido).

1.1 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As atividades que foram desenvolvidas ao longo deste EC foram distribuídas


segundo os horários de cada enfermeiro e de forma gradativa. Por acreditar que a
aprendizagem seria mais completa e coesa e a avaliação mais coerente, a Enfermeira
Paula (orientadora), optou que ao longo das semanas frequentasse várias consultas
entre os diferentes enfermeiros do serviço. Assim, a descrição das atividades
encontra-se agrupadas nos seguintes objetivos específicos:

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1. Integração na USF e primeiro contato com os CSP

As primeiras semanas foram para integração e observação. Assim, numa primeira


fase foi possível conhecer as instalações da USF e compreender o funcionamento da
organização e a dinâmica da equipa multidisciplinar. Para isso, de entre várias
atividades, podemos destacar:
✓ Apresentação e visita guiada à USF;
✓ Apresentação da equipa multidisciplinar e das micro equipas (médico de
família/ enfermeiro de família);
✓ Conhecimento do horário de funcionamento da USF e de cada
enfermeiro/médico;
✓ Leitura do Regulamento Interno da USF
✓ Identificação das normas e protocolos do serviço.
✓ Observação da interação e metodologia de trabalho da equipa de
enfermagem;
✓ Primeiro contato com os vários programas como o SClínico, SINUS, SAM,
SiiMA rastreios.
2.Observar e colaborar com a equipa nas diferentes atividades da Unidade de acordo
com os conhecimentos adquiridos

Ao longo do EC foi possível observar e colaborar em todos os tipos de consulta


que acompanham o ciclo vital do individuo. Note-se que estas são distribuídas segundo
os dias da semana em horário previamente estabelecido e marcação prévia. Posto isto,
as consultas a que assisti e participei foram:
✓ Saúde Infanto-Juvenil (SIJ)
✓ Planeamento Familiar (PF)
✓ Saúde Materna (SM)
✓ Diabetes Mellitus (DM) e Hipertensão (HTA)
✓ Visitas domiciliária (VD)
✓ Consultas abertas de Enfermagem

Todo o envolvimento ativo e participação nos diversos tipos de consultas,


possibilitado pela minha orientadora, permitiu desenvolver competências importantes
na esfera interpessoal: gerir comportamentos (respeitar o utente quanto à privacidade
e sigilo), atuar com responsabilidade reconhecendo os limites do papel do enfermeiro,
exercer a prática segundo e de acordo com as políticas e normas da USF; e na
esfera instrumental: gestão e cumprimento do tempo de prestação de cuidados,

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efetuar educação para a saúde e ensinos adequados a cada consulta, capacitar para
o processo de tomada de decisão.
Todas as consultas têm uma planificação comum entre elas e obedecem aos
respetivos programas de saúde. Deste modo, na consulta de SIJ que se preconiza
segundo as linhas orientadoras do Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil (PNSIJ)
e é destinada à vigilância, promoção da saúde e prevenção da doença em crianças e
jovens com idade inferior a 18 anos. Posto isto, nestas consultas realizei a avaliação
inicial, exame físico (perímetro cefálico até aos 2 anos), avaliação de sinais vitais e TA (a
partir dos 3 anos), verifiquei e registei vacinas no calendário vacinal do utente, exame
global entre os 5-6 e os 11-13 anos, cuidados antecipatórios (erros alimentares e
comportamentos promotores de desenvolvimento), aplicação da Escala de Mary Sheridan
(até aos 5 anos) e efetuei ensinos, adequados à idade do utente.
Na consulta de PF que se realiza segundo Programa Nacional de Saúde
Reprodutiva e Planeamento Familiar e é destinada a mulheres até aos 54 anos e homens
sem limite de idade é programada e regular (anual). Esta destina a promover
comportamentos saudáveis face à sexualidade, informar sobre a saúde sexual e
reprodutiva, reduzir a incidência das infeções sexualmente transmissíveis, planear uma
gravidez segura. Nestas consultas, realizei avaliações iniciais, exame físico,
monotorização de sinais vitais e TA, auxiliei em exames ginecológicos e colpocitologias,
monitorizei a urina (teste Combur) e efetuei ensinos acerca da autovigilância da mama,
rastreio do cancro do colo do útero, contracetivos, prevenção de doenças sexualmente
transmissíveis.
Gerar (uma nova pessoa), traduz uma adaptação a uma nova situação (ser mãe,
ser pai) e uma modificação fisiológica corporal e emocional (processo adaptativo da
gravidez) que culmina num desfecho: o nascimento de uma ou mais crianças. Logo, o
acompanhamento da gravidez no ciclo de vida da mulher e da família é fulcral para um
desenvolvimento saudável, deteção precoce de complicações e promoção da saúde.
(PNSR, ANO). Deste modo, as consultas de SM seguem o esquema segundo o
Programa Nacional de Saúde Reprodutiva (PNSR) e englobam cuidados muito variados,
de que são exemplo: a contraceção, o planeamento da gravidez, o apoio ao casal com
dificuldade em conseguir uma gravidez, a vigilância pré-natal, o acesso a serviços
seguros de interrupção de gravidez. Considero que estas consultas foram as que menos
intercedi, uma vez que a maioria das mulheres já não eram nulíparas e já tinham um nível
diferente de conhecimento devido às experiências com os filhos mais velhos. Assim,
monitorizei os sinais vitais e TA, e efetuei os registos em algumas consultas. Tive a
oportunidade de assistir a uma primeira consulta de uma nulípara em que se fez:

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✓ Informar sobre o esquema de consultas ao longo da gravidez (fornecimento de
panfleto) e entrega do boletim de saúde da grávida;
✓ Avaliação da progressão ponderal: avaliar peso e altura, aconselhar sobre o
ganho de peso adequado durante a gravidez;
✓ Ensinar sobre Rastreios analíticos e ecográficos contemplados ao longo da
gravidez;
✓ Avaliação do consumo de substâncias nocivas como tabaco, álcool e outras
substâncias psicoativas;
✓ Questionar sobre a ingestão de fármacos e medicamentos de venda livre;
✓ Instruir sobre a suplementação durante a gravidez;
✓ Ensinar sobre cuidados especiais a ter com a alimentação e exercício físico;
✓ Ensinar sobre sinais de alerta;

PNV é um programa universal, gratuito e acessível a todas as pessoas residentes


em Portugal e que engloba as vacinas consideradas de primeira linha (isto é, aquelas de
cuja aplicação se obtêm os maiores ganhos em saúde). Como experiência pessoal foi
bastante interessante pois foi possível observar a administração de todas as vacinas do
plano e vacinas extraplano e administrar Tétano e Difteria (Td), Sarampo e Rubéola
(VASPR), Vírus Papiloma Humano (HPV) a utentes em idade adulta e uma criança de 10
anos. Após a administração da vacina, também efetuar os respetivos ensinos e sobre a
resposta a cada vacina. A administração das vacinas é feita em qualquer consulta, uma
vez que em todas as consultas é verificado se o utente cumpre com o plano vacinal
preconizado e sempre que o tempo o permite, verifica-se do resto do agregado familiar
que consta no ficheiro.
A presença de uma doença crónica no ambiente familiar exige uma serie de
alterações na sua dinâmica, de forma a que se adapte e conviva com as novas
necessidades que em torno da mesma se desenvolvem. Portanto, seguindo o que foi dito
anteriormente existem as consultas de DM e HTA. Estas são bastante idênticas, à
exceção da consulta DM em que existe a avaliação do pé diabético, sempre que
necessário pesquisa da glicémia capilar. A Diabetes Mellitus é reconhecida como um
sério problema de saúde pública. Considerando o seu potencial de morbidade e o grande
número de pessoas afetadas, a DM constitui-se, atualmente, como um dos mais
importantes problemas de saúde da população. Xavier, Bittar e Ataíde (2009) referem
que a DM é uma doença crónica e as suas complicações levam a que o indivíduo possa
ficar impossibilitado de concretizar as suas atividades do quotidiano, provocando uma
diminuição da sua autoestima o que, por consequência, afeta a sua qualidade de vida.
(Leal, 2014) A DM 2 (tipo comum) tem uma forte componente hereditária, mas pode ser

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prevenido controlando os fatores de risco modificáveis. No caso da consulta de HTA, a
TA é medida pelo menos duas vezes, com um intervalo mínimo de dois minutos, ficando
registado o valor mais baixo. A HTA é uma doença crónica caracterizada pelo aumento
da pressão sanguínea na parede dos vasos sanguíneos que faz com o que coração
exerça um maior esforço do que o necessário para fazer circular o sangue (hipervolemia,
aterosclerose, etc). Segundo a Sociedade Portuguesa de Cardiologia considera que por
existir um elevado número de casos em que a esta doença não está ou controlada ou
não foi corrigida, é que esta representa um dos principais fatores de risco no
aparecimento de doenças cardiovasculares. A HTA prolongada pode provocar EAM,
AVC, IRC, Tromboembolia, Perda de visão. A periodicidade recomendada destas
consultas (DM e HTA) é de 6/6 meses, no entanto as equipas com quem trabalhei
marcavam de 3/3 meses.
Relativamente às atividades realizadas em ambulatório, salienta-se a realização
de:
• Limpeza de feridas;
• pensos de feridas com origem cirúrgica, traumática, úlceras venosas e
arteriais, quistos sebáceos, cancro da mama;
• remoção de pontos e agrafos de diversas cirurgias tais como
colecistectomia, episiotomia, cirurgia às varizes, entre outras.
Também neste tipo de consultas, denominadas por atos de enfermagem, foi passível
de se desenvolver o pensamento critico-reflexivo e de tomada de decisão na resolução
de problemas e aplicar os conhecimentos adquiridos previamente relativamente à
avaliação do tipo de ferida e aos diferentes tipos de apósitos a utilizar.
A VD é uma atividade que se realiza no domicílio da família e permite cuidar da
família no seu espaço social privado. Neste contexto, apenas prestei auxílio à enfermeira
aquando da prestação de cuidados uma vez que apenas tive possibilidade de ir a duas
visitas domiciliarias. Uma vez que o domicílio não apresenta as mesmas características
que uma instituição de saúde foi necessário adequar os recursos à realidade da família.
Como tal, observei e auxiliei no tratamento de uma utente que se encontrava acamada,
com sonda vesical e nasogástrica, há vários anos e apresentava diversas úlceras de
pressão de grau II e III na região das costelas, trocânteres e sacrococcígea.

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1.2 IDENTIFICAÇÃO DE NOVAS SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM

Com toda a certeza que, a aprendizagem ao longo deste EC foi contínua e


gradativa e contribuíram de forma inigualável para o desenvolvimento pessoal e
profissional. Enumeras foram as situações que possibilitaram novas aprendizagens,
as que considero serem mais relevantes para o meu desenvolvimento pessoal
enquanto futura profissional são:
✓ Interação com a equipa multidisciplinar e em particular com o médico de
família;
✓ Utilização do sistema de informação SClínico para os registos do Processo
de Enfermagem com a aplicação da linguagem CIPE;
✓ Utilização do sistema de informação SINUS para marcação de consultas;
✓ Utilização do programa Siima Rastreios para realização de consulta de
colpocitologia;
✓ Observação da inoculação de vacinas extra do PNV, como a Meningite tipo
B, Meningite ACWY, Rotavirus;
✓ Administração mensal de injeção intramuscular de Goserrelina a doente
oncológica;
✓ Auxiliar o médico de família em colpocitologias, nas consultas de
planeamento familiar;
✓ Eleger e convocar utentes para o rastreio do Cancro do Colo e do Reto
✓ Receção, contagem e armazenamento de reposição de vacinas no local
adequado (frigorifico científico);
✓ O contato com diferentes tipos de feridas desde feridas cirúrgicas a
oncológicas e também diferentes tipos de apósitos;
✓ Visitas domiciliárias e prestação de cuidados fora da unidade de saúde;

1.3 IDENTIFICAÇÃO DAS DIFICULDADES ENCONTRADAS

Considerando que este EC foi o primeiro em contexto de CSP foi possível reconhecer
alguns momentos mais desafiantes, mas que ainda assim são inerentes ao processo de
aprendizagem. Assim, e por ordem decrescente de dificuldade:
✓ Registos no SClínico uma vez que ainda não tinha tido contato com o
programa, mas que ao longo do EC e através da prática constante e
orientação, considero que se tenha tornado mais inteligível;

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✓ Realização de pensos uma vez que considero ter pouca experiência e
conhecimento sobre os tipos de apósitos que existem e dificuldade em
adequar aos diferentes tipos de feridas;
✓ Consultas de Enfermagem pois para um primeiro contato é difícil gerir o
tempo de consulta e ainda assim fazer todas as avaliações e realizar todos os
ensinos necessários;
✓ Tratamento de feridas em contexto domiciliário porque além de nem sempre
ter todo o material necessário nem sempre é fácil manter a assepsia e um
ambiente seguro na prestação de cuidados;
✓ Assegurar que a informação a transmitir e a linguagem utilizada é feita de
forma clara e adequada, o que nem sempre é simples pois requer destreza.

1.4 REFLEXÃO CRÍTICA

A nossa vida é repleta de acontecimentos, de momentos e de experiências.


Somos aquilo que vivemos e as relações que estabelecemos. Somos as experiências
que temos, que nos tocam e nos afetam. Por esta razão, gostaria de escrever sobre a
visita domiciliária que fiz com a Enfermeira Bárbara Nunes porque considero ter sido um
dos momentos que mais me marcou durante todo o EC. A VD foi agendada para prestar
cuidados a uma senhora de avançada idade que vivia no seu quarto e estava acamada
há 14 anos. Esta senhora encontrava-se algaliada e era alimentada por sonda
nasogástrica e expressava-se através do olhar e do toque. Além disso, esta utente
apresentava diversas úlceras de pressão de grau II e III, algumas de grandes dimensões
que lhe causavam imensas dores e lhe limitavam cada vez mais os movimentos. Durante
a visita dei por mim a questionar que qualidade de vida que teria esta senhora que
apesar de não lhe faltar recursos económicos, faltava-lhe tudo pois tinha perdido toda a
autonomia, não mantinha relação com o exterior e encontrava-se limitada àquele espaço
dia após dia. São estas vivencias que me fazem perceber que a profissão de
enfermagem não é apenas centrada na prestação de cuidados, mas sim numa visão mais
abrangente do individuo.
A prática que vivenciei no contexto social e do trabalho, onde me deparei com
situações reais e diferenciadas, foi que o impulsionou o crescimento do meu papel
enquanto futura profissional com mais qualidade, habilidade e segurança, ao articular o
conhecimento teórico com as experiências vividas. Mais acrescento que considero ter
desenvolvido competências de acordo com a individualidade, o coletivo e a organização
do serviço no qual estive ao longo do EC. Observar as atitudes e posturas tomadas pelo
profissional enfermeiro, ajudou-me a refletir e relacionar os conhecimentos. Considero

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que a minha enfermeira tutora sempre me delegou atividades proporcionais às minhas
capacidades. Essas experiências conduziram a que conseguisse planear melhor as
ações para só depois as implementar. Aprendi que uma equipa, quando está bem
articulada, é a base para prestação de um serviço eficaz e uma assistência de qualidade.
Por fim, considero que esta experiência me ajudou a criar uma identidade
enquanto futura profissional, o que ao longo do tempo se traduz numa prática mais
fluente. Mais gostaria de acrescentar que foi importante trabalhar com mais do que um
enfermeiro, uma vez que me ajudou a perceber diferentes forma de trabalho e a
aproveitar as diferentes oportunidades de aprender com os outros, contribuindo para os
cuidados de saúde. Assim, reconheço a importância e necessidade deste processo
enquanto aluna, uma vez que me prepara para enfrentar uma realidade que não vem
moldada, mas estimula a habilidade de adquirir um novo “molde ou forma” conforme a
equipa de trabalho e contexto no qual estou inserida.

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CONCLUSÃO

Elaborar este relatório serviu para sintetizar e organizar todas as atividades


desenvolvidas no EC, através de um método de descrição e reflexão, tendo em conta as
competências nos domínios da prestação e cuidados e assim responder às exigências
deste ensino clínico.
Com o decorrer deste módulo do ECII foi possível verificar, que a integração dos
enfermeiros no contexto dos CSP é abrangente e proporciona uma ligação entre os
indivíduos, famílias, comunidades e o resto do sistema. Exercem funções com autonomia
ou em colaboração, para a prevenção da doença e da incapacidade, assim como para
promover, melhorar, manter e restaurar a saúde. O trabalho do enfermeiro é amplo e
abrange a promoção da saúde, prevenção da doença, cuidados de bem-estar, o primeiro
contacto para os cuidados e a gestão da doença. (Guedes, 2012)
A realização deste EC foi uma oportunidade de descoberta e um constante
desafio no percurso que agora se concluí. Este foi o primeiro contato enquanto estudante
de enfermagem com uma instituição de CSP e assim quanto mais variada for a
experiência, mais coesa é a aprendizagem. Nesse sentido, foi possível, ao longo deste
período foi possível trabalhar as diferentes dimensões interpessoal, instrumental e
sistémica por forma a alcançar os objetivos traçados.
Por fim, e tendo em conta as dificuldades acima referidas, gostaria de sugerir que
os alunos tivessem mais preparação sobre como avaliar e executar o tratamento de
feridas. Proponho também que os professores considerem “visitas de estudo” às
instituições onde os alunos vão posteriormente estagiar para permitir uma adaptação
mais ténue uma vez que as primeiras semanas são muitas vezes difíceis porque são
demasiadas informações e normas a adquirir e se os alunos já souberem previamente
como são os serviços e como estes funcionam penso que seria uma mais valia para uma
integração mais rápida.

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2. BIBLIOGRAFIA

Almeida, T. M. (2004). Contributos da Supervisão na Gestão do Stresse. Aveiro:


Universidade de Aveiro.
Guedes, V. M. (2012). COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO DE CUIDADOS GERAIS EM
CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS. Porto: Universidade Católica Portuguesa.
Leal, M. C. ( 2014). Outra Forma de Olhar a Diabetes: Dificuldades e Expetativas de
Doentes e Familiares em Relação aos Apoios Sociais. Coimbra: Universidade de
Coimbra.
Maria Susana França, S. P. (2011). DESENVOLVIMENTO DA COMPETÊNCIA ÉTICA
DOS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM. Porto: UNIVERSIDADE CATÓLICA
PORTUGUESA.
Vieira, M. I. (2013). A Pessoa com AVC, promoção do autocuidado nas AVD: Higiene e
Vestuário. Lisboa : Escola Superior de Enfermagem de Lisboa.

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3. ANEXOS

18
Anexo 1- Estudo Família
O MCAF é uma estrutura multidimensional, constituído por três categorias principais:
estrutural, desenvolvimento e funcional, subdividindo-se cada uma em outras
subcategorias. Este modelo permite através de entrevistas aplicadas às famílias realizar
a sua avaliação, tendo como foco de atenção a interação entre os seus membros. Assim,
na categoria estrutural pretende-se saber quem faz parte da família, quais os vínculos
afetivos entre os seus membros e qual o contexto onde a família se insere. Utiliza-se
então, o genograma e o ecomapa, para facilitar a visualização da estrutura interna e
externa da família, ou seja, uma visão geral da estrutura da família. Na categoria de
desenvolvimento onde se faz um estudo do ciclo vital da família, ou seja, de todo o
percurso familiar construído, onde estão os acontecimentos previsíveis, como o
nascimento de um filho ou imprevisíveis, como uma doença, provocando mudanças na
organização das famílias. E, por fim, na categoria funcional pretende-se ter
conhecimento do comportamento dos indivíduos uns com os outros, ou seja, o modo
como os membros da família interagem com outras estruturas. Quanto ao aspeto
instrumental avaliam-se as atividades de vida diárias e o aspeto expressivo diz respeito à
comunicação e à interação entre os seus membros.

Avaliação da família M

Na avaliação estrutural, foi identificado que a família M é do tipo reconstituída.


AJM de 48 anos é a matriarca da família, tem diabetes e trabalha como empregada de
mesa num restaurante. A família é composta por AJM, o marido AL e DM filha do casal.
AJM tem 48 anos. Viveu no Porto com JP cerca de 8 anos com quem veio a ter 2 filhos,
DP de 20 anos que e AP de 31 anos. A filha mais velha vive sozinha, é solteira e trabalha
numa loja num centro comercial, o mais novo é jogador de futebol em Vila Nova de Gaia
e coabita com AP de 21 anos com quem tem uma filha de 2 meses. Há 18 anos AJM
mudou-se para Aveiro para casar e viver com AL de origem marroquina e trabalha como
mecânico. Deste casamento resultou a filha DM de 18 anos que estudou até ao 8º ano e
neste momento está desempregada. DM, a única filha deste casamento mantém um caso
amoroso há um 1 ano com RF de 25 anos. Estes dados estão sistematizados no
diagrama seguinte.

A representação da Figura 1 nos mostra como está formada a estrutura interna da


família em estudo e como seus membros estão agrupados de acordo com a ordem de
nascimento e subsistemas. Além disso, é observado o forte vínculo entre alguns
membros, em destaque para o sujeito índice com o marido com quem refere ter muito
19
boa relação e com a amiga Fátima que também é madrinha da filha, DM com refere
desabafar quando se sente triste. AJM considera que atualmente a sua família o marido e
a filha mais nova. No entanto, já habitou em sua casa os outros dois filhos.
Em relação à categoria de desenvolvimento, identificou-se que a AJM apresenta
diagnóstico de diabetes tipo II e que é acompanhada na USF da sua localidade. Afirma
que segue corretamente as orientações dos profissionais de saúde, porém por vezes
sente-se desanimada com os resultados. Diz que não tem problemas financeiros e que
gosta de passear com o marido quando tem folgas e que só não o faz mais vezes porque
muitas vezes se sente cansada.
Por meio da avaliação funcional observou-se que a AJM não se relaciona
socialmente com quase ninguém para além da amiga Fátima. Refere que em tempo
falava com a sua colega de trabalho quando sentia necessidade de falar, mas sente que
esta não merece a sua confiança. AJM tem dificuldade em expressar os seus
sentimentos e aparenta solidão. Por vezes sente-se triste, mas que não tem com quem
desabafar e que não quer sobrecarregar o marido com os seus problemas. AJM refere
sentir saudades dos filhos que pouco vê e que vivem longe dela. Mantém uma relação
harmoniosa com a filha mais velha, fala com ela todas as semanas e esta visita-a quando
pode. Mantém uma relação conflituosa com o filho do meio que pouco vê e cada vez que
falam têm discussões intensas.

Apgar familiar

Com o uso do APGAR Familiar pode-se observar que a família é funcional sob a
visão do sujeito índice do estudo, a qual obteve resultado 7.
Na dimensão de Adaptação (A = Adaptation) M.F.G.S. respondeu que “QUASE
SEMPRE” (2 pontos) está satisfeita ao recorrer à família em busca de ajuda quando
alguma coisa está lhe incomodando ou preocupando.

Na dimensão de Companheirismo (P = Partnership) respondeu que “ALGUMAS VEZES”


(2 pontos) fica satisfeita com a maneira pela qual ela e a família conversam e
compartilham os problemas.

Com relação ao Desenvolvimento (G = Growth) respondeu que “ALGUMAS VEZES” (um


ponto) está satisfeita com a maneira como a família aceita e apoia seus desejos de iniciar
ou buscar novas atividades e procurar novos caminhos ou direções.

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Na dimensão de Afetividade (A = Affection) ela afirmou “ALGUMAS VEZES” (1 ponto)
ficar satisfeita com a maneira pela qual a família demonstra afeição e reage às suas
emoções, tais como raiva, mágoa ou amor.

E em relação à Capacidade resolutiva (R = Resolve) referiu “ALGUMAS VEZES” (um


ponto) ficar satisfeita com a maneira pela qual ela e a família compartilham o tempo
juntos.

Genograma

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Ecomapa

Em relação à categoria de desenvolvimento, identificou-se que a AJM apresenta


diagnóstico de diabetes tipo II e que é acompanhada na USF da sua localidade. Afirma
que segue corretamente as orientações dos profissionais de saúde, porém por vezes
sente-se desanimada com os resultados. Diz que não tem problemas financeiros e que
gosta de passear com o marido quando tem folgas e que só não o faz mais vezes porque
muitas vezes se sente cansada.
Por meio da avaliação funcional observou-se que a AJM não se relaciona
socialmente com quase ninguém para além da amiga Fátima. Refere que em tempo
falava com a sua colega de trabalho quando sentia necessidade de falar, mas sente que
esta não merece a sua confiança. AJM tem dificuldade em expressar os seus
sentimentos e aparenta solidão. Por vezes sente-se triste, mas que não tem com quem
desabafar e que não quer sobrecarregar o marido com os seus problemas. AJM refere
sentir saudades dos filhos que pouco vê e que vivem longe dela. Mantém uma relação
harmoniosa com a filha mais velha, fala com ela todas as semanas e esta visita-a quando
pode. Mantém uma relação conflituosa com o filho do meio que pouco vê e cada vez que
falam têm discussões intensas.

Planificação de Cuidados à Família:

Intervenções com justificação/fundamentação teórica:

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Tendo como base a avaliação familiar, elaborámos a planificação de cuidados à família.
Considerando a família num todo, selecionei o foco “Comportamento de adesão” como o
mais indicado, uma vez que, a alimentação muitas vezes realizada AJM não é a mais
adequada e fora de horas e a que faz para a família também não é saudável. E
direcionado à AJM selecionei o foco “Gestão do regime terapêutico”.

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Foco: Comportamento de adesão
Data Atividades de diagnóstico: Dados recolhidos:
Avaliar a adesão ao regime de Não segue o regime acordado
15/8/2018
dietético

Início Termo Diagnósticos de Enfermagem:


15/8/2018
Adesão ao regime dietético comprometida

Início Termo Horário Intervenções (e atividades que concretizam as intervenções)


15/8/2018
10h Encorajar tomada de decisão para comportamentos de adesão
Ensinar sobre comportamento de adesão
Incentivar adesão à dieta
Incentivar comportamento de adesão

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Foco: Gestão do regime terapêutico
Data Atividades de diagnóstico: Dados recolhidos:
Avaliar gestão do regime Capacidade para gerir regime de exercício: não demonstra
15/8/2018
terapêutico Capacidade para gerir regime dietético: não demonstra
Capacidade para gerir regime medicamentoso: demonstra

Início Termo Diagnósticos de Enfermagem:


15/8/2018
Gestão do regime terapêutico comprometida

Início Termo Horário Intervenções (e atividades que concretizam as intervenções)


15/8/2018
10h Ensinar sobre padrão alimentar
Ensinar sobre padrão de exercício
Ensinar sobre padrão de repouso
Incentivar atividade física
Incentivar envolvimento do prestador de cuidados
Incentivar hábitos alimentares saudáveis
Incentivar ingestão de líquidos
Incentivar envolvimento da família

Apgar familiar

Com o uso do APGAR Familiar pode-se observar que a família é funcional sob a
visão do sujeito índice do estudo, a qual obteve resultado 7.
Na dimensão de Adaptação (A = Adaptation) M.F.G.S. respondeu que “QUASE
SEMPRE” (2 pontos) está satisfeita ao recorrer à família em busca de ajuda quando
alguma coisa está lhe incomodando ou preocupando.

Na dimensão de Companheirismo (P = Partnership) respondeu que “ALGUMAS VEZES”


(2 pontos) fica satisfeita com a maneira pela qual ela e a família conversam e
compartilham os problemas.

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Com relação ao Desenvolvimento (G = Growth) respondeu que “ALGUMAS VEZES” (um
ponto) está satisfeita com a maneira como a família aceita e apoia seus desejos de iniciar
ou buscar novas atividades e procurar novos caminhos ou direções.

Na dimensão de Afetividade (A = Affection) ela afirmou “ALGUMAS VEZES” (1 ponto)


ficar satisfeita com a maneira pela qual a família demonstra afeição e reage às suas
emoções, tais como raiva, mágoa ou amor.

E em relação à Capacidade resolutiva (R = Resolve) referiu “ALGUMAS VEZES” (um


ponto) ficar satisfeita com a maneira pela qual ela e a família compartilham o tempo
juntos.

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Anexo 2- Folheto de educação para a saúde

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