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DA ECONOMIA DA AMBIGUIDADE E SEUS AGENCIAMENTOS DE

SUBJETIVIDADES: uma cartografia do espaço dilemático das relações entre patroas e


empregadas no contexto pós Lei das Empregadas Domésticas

Prólogo
Respiro.
Aqui inicio a escrita desta tese. É neste instante que aquelas
que durante alguns anos foram ideias quase secretas se
transformam em palavras a serem partilhadas, palavras a
serem lidas. No oferecimento desses escritos ao mundo, não
posso ver outra forma de começo que não seja est:a contar de
mim, implicar-me nisso que escrevo e expor os meus caminhos -
para fora e para dentro - na jornada da construção deste
trabalho É madrugada de uma segunda feira insone. Retomo
a escrita neste exato instante. Não é fácil sentar diante do
computador no intuito de dizer quem é esta mulher que escreve,
de onde escreve e porque decidiu escrever; de dizer como a
escrita produz o meu lugar , misturar a minha com as histórias
que serão contadas aqui.Outra respiração profunda e enfim a
coragem do mergulho.

Introdução - no coração da pesquisa

Esta tese se inscreve em um esforço mais geral de pensar o que chamamos aqui
de economia da ambiguidade, cujas dinâmicas atravessam vários campos do
funcionamento da vida macro/meso/microssocial, a partir da focalização de um caso da
longa série de espaços dilemáticos e paradoxais marcados por gradações variadas de
eufemização e investimento no registro do caráter tácito das relações de poder, a saber
as experiências potencializadas pelas relações de trabalho estabelecida entre patrões e
empregadas – parte-se do recorte do gênero feminino, do lado das empregadas
domésticas.
A ideia central em torno da qual se organizam os argumentos aqui apresentados é
a de que esse gênero de trabalho apresenta um histórico que se liga à primeva divisão
sexual do trabalho, atravessando a linha do tempo na qual incide a dominação
masculina, o fenômeno da escravidão e recentemente a Lei Complementar 150/2015 –
Lei do Trabalho Doméstico – no contexto social brasileiro.
A reflexão aqui proposta se refere à análise das experiências de 6 casos de
relações de trabalho doméstico, tipificados a partir da literatura especializada sobre
trabalho doméstico no Brasil, um corpus de filmes sobre a temática e através da
trajetória biográfica da pesquisadora/autora, sendo o trabalho de campo baseado na
seleção de redes de relações/interações construídas com base no estabelecimento de
contatos formais e informais entre mulheres que oferecem o serviço doméstico e
pessoas – patrões/patroas/filhos/filhas/outros atores dos contextos residenciais em que
as relações laborais se desenrolam, em cenários com diversos graus de regulamentação
formal. Nossa ênfase interpretativa se inscreve no campo da socioantropologia da
experiência, no caso específico focalizando a partilha de sentimentos, expectativas,
modos de reconhecimento/desconhecimento social mobilizada dos dois lados que
compõem as redes de relações em torno do oferecimento/contratação de serviços das
empregadas domésticas.
O campo imanente da experiência de interações propiciadas pelas relações de
trabalho doméstico, estabelecidas entre patrões e empregadas domésticas – fazemos um
recorte do gênero feminino, no que se refere ao lado da força de trabalho -–, será
atravessado pelo interesse teórico de investir da categoria teórica de ‘economia da
ambiguidadede’, relacionada de certo modo com a reflexão bourdieusiana sobre
estratégias de eufemização das relações de poder, ao mesmo tempo em que se reflete
sobre a economia da dádiva, como pensada por Mauss, aplicada a um caso que
configura um espaço dilemático, de intercruzamento do tacitamente regulamentado com
a incisão do formalmente regulamentado, a partir da implementação da referida lei,
agregando à abordagem elementos da crítica feminista às assimetrias de gênero
observadas em nossa sociedade.
Interessa-nos aqui abordar os agenciamentos das subjetividades de
patrões/patroas/empregadas domésticas a partir das narrativas das narrativas das
experiências dos atores/atrizes sociais que desempenham seus papéis nesse universo que
metonimicamente oferece à observação socioantropológica sintomas de dinâmicas
interacionais atravessadas pelos registros sobrepostos do tácito, da moral e da
formalização das relações laborais domésticas, mobilizando as dobras e estrias do
magma subjacente ao funcionamento de dispositivos determinantes do trabalho
feminino ao longo da história humana.

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