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ANTONIO PEDRO PITA Faculdade ge Letras da Univerida Coimbra A MODERNIDADE DE «A CONDIGAO POS-MODERNA» ‘edpebee de p60 na Soncopedo do conigura na bre ae JeancFrancas lim pom-modernidace conciot poly Lyotara, A Conalgaa Pos Mogafna ‘mogarniseae eum pensamen's U M debate sobre @ pés-modernidade depende, om primeiro lugar, de uma reflexao sobre a propria modernidade: 2 Impreciséo das multiplas acepgdes em que o termo é utili zado e 0 efeito erosive provocado pela sua instalagao, como palavra-de-passe, nos debates actuais, exige uma espécie de arqueologia da modernidade que —em toda a sua extensto, profundidade @ rigor— nao é possivel, evidentemente, levar agora a cabo. © presente texto nBio é, portanto, mais do que um indice {de questdes a retomar e desenvolver, no ambito de um traba- ho em curso. Esta encarregado de reler, em 1987, um ensaio Publicado em 1978: La condition post-moderne de Jean- “Frangois Lyotard (Lyotard, 1978). Com esse ralatério sobre 0 saber, Lyotard procurou dar maior consisténcia tedrica @ uma ‘expressdo de Danio! Bell, de 1959, e a posteriores investiga- ($005 dispersas em dominios como a arquitectura e a critica Iiteraria ou a priticas artisticas no campo das artes visuais © {da musica, por exemplo (Rosengarten, 1887: Miranda, 1987). Para isso, estabelecia com a modernidade uma determinada relagao: de certo modo, 0 problema desta nota reside nas acepgoes possivels do =pés pos» significa, em primeiro lugar, 0 que vem depois, ‘sno sentido de uma simples sucesso, de uma sequéncia dia. 78 Antonio Pedro Pita ‘erdnica de periodos em que cada um é, em si mesmo, clar mente identificavel= (Lyotard, 1987.94); pode também traduzir ‘a descontiana recente em relagao ao principio optimista —o ‘optimista moderna, iluminista, claro— do progresso geral da humanidade; e a esta ideia de «um progresso possivel, prové- vol ou necessério», enraizada sna corteza de que o desenv vimento das artes, da tecnologia, do conhecimento © da liberdade seria proveitoso no seu conjuntos, Auschwitz @ Hiroshima opdem, pelo menos, uma interrogagao radical finalmente, recorrendo ao trabalho exemplar da arte moderna para a qual a posicao de vanguarda partia da investigacao das pressuposicdes implicadas na modernidade— pds nao significaria um movimento de come back, de flash back, de feed back, ou seja de repeticao, mas um processo em ana, um processo de anélise, de anamnese, de anagogia ¢ de ‘anamortose, que reelabora um esquecimento inicial» (Lyotard, 1987:97-28) ‘Assim, @ interpelagao & condigao pos-moderna desdobra- se em duas questbes: a de saber se esse deslocamento para uma diferenca-da-modernidade tem ou nao lugar no interior do campo problematico moderna e a que interroga a retlexao sobre a modernidade levada a cabo na obra de Lyotard. Por- que, recorde-se, a hipotese em que ela assenta 6: © saber muda de estatuto ao mesmo tempo que as socie- ades ontram na idade dita pos-industnal e a6 cuturas na dade possmoderna (Lyotard, 197911) Vejamos 0 primeiro aspecto. Escreve Lyotard: que era a medida e. hoje. na 0 ‘Seve ser permanentamente estabslacida (cyotare, 198813) Esta mutagdo, pela qual -o homem deixa de ser a medidar {idem:13), suscita, no entanto, uma reflexio mais longa. ‘A exighncia de método ea consideragio da matematica como linguagem privilegiada, constituintes do paradigma moderna, operam a transformagao dos conceitos de Natureza, azo e Historia a partir do principio (moderno) fundamental ‘segundo 0 qual saber ¢ poder. Um dos aspectos da moderni- ‘dade 6 a fundamentagao de um concelto de natureza que ja nada tem a ver com a experiéncia grega de physis. A cons deragdo, scomo a manitestagdo fundamental da naturezar, dos sfendmenos do movimento das coisas materials, atomos © electrdes, ou seja, o que a fisica investiga como physis+ (Hel dogger. 1966:53), 6 0 pressuposto basico de uma concepcao de natureza encarada a partir de uma tripla novidade: primado A Condicao PossModerna do modelo mecanico, primado da lel e primado da conceptua- lidade. Por isso, Galileu pode recorrer a metafora do livro para falar da natureza: AA filosofia esté escrita neste grande tivo eternamente fberto perante os nossos olhos = mas ndo pode 10 mesmo tempo que tem condigoes, exige uma precauglo essencial JA que 0 espirito humano 6 algumas vezes vitima de abu- 'Sos'por faisos esplendores quanco nao presia a atoncao Recessaria e dado que ha coisas que S686. connecem mediante um largo ¢ dificil exame, 6 indubitavel que seria UUt'contar com regras para conduait-se em tals clreunstan ‘clas de tal maneiva que a investigacto da verdage resul- tasse mals facie segura: o estas regras nao so impossivels. Assim se 1 n@ Logica de Port-Royal (cit. Rabad 1981:20), onde se escreve, também (¢ 08 termos so expres sivos quanto a0 projecto mais geral da modernidade), que seas regras spermitem evitar vermo-nos surpreendidos no futuro». € na elaboragao cartesiana que 0 método modero encontra a sua definigao exemplar. A elevagao do Eu, en- quanto *Eu penso», a principio supremo foi precedida pela definigBo de raz8o (-o poder de julgar bem, @ de distinguir 0 verdadeiro do falso, que & propriamente 0 que se chama az80, 6 naturalmonto igual em todos os homens: [Descartes, 1998:2}) € pela expressdo da sua ahistoricidade, pois, a0 reduzir a historia a uma viagem, Descartes neutraliza a impor- tancia desse passado, visto como um outro-presente, jd que © que é decisivo & 0 facto de todas as épocas serem habitadas ppela mesma razio, consequéncia do fascinio exercido pela certeza © evidéncia das razes mateméticas. Elas permite, ‘no mesmo movimento, desvalorizar, do ponto de vista tebrico, ‘a importancia dos sentidos e colocar o pensamento, enquanto luz, como critério de toda a determinacdo do ser. € na imaterialidade do pensamento —-conclui que era uma substancia cuja esséncia ou natureza néo é sendo pen- samonto, e que, para ser, n8o tom necessidade de nenhum lugar nem depende de nenhuma coisa material» (Descartes 1938:2) — que Descartes situa 0 primeiro principio, 0 ponto firme sobre 0 qual apoiaré a filosofia, semelhante ao que

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