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Química Analítica

1ª edição

Química Analítica

Paulo César Oliveira Carvalho

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Química Analítica

DIREÇÃO SUPERIOR
Chanceler Joaquim de Oliveira
Reitora Marlene Salgado de Oliveira
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves

DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA


Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira
Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva

FICHA TÉCNICA
Texto: Paulo César Oliveira Carvalho
Revisão Ortográfica: Telma Ardoim
Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso.
Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos

COORDENAÇÃO GERAL:
Departamento de Ensino a Distância
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói

Bibliotecária: ELIZABETH FRANCO MARTINS – CRB 7/4990

Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se responsabilizando a ASOEC
pelo conteúdo do texto formulado.
© Departamento de Ensino a Distância - Universidade Salgado de Oliveira
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora
da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO).

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Química Analítica

Pa l av ra da Rei tora

Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo,


exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSOEAD, que reúne os diferentes
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O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que


permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo o
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Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores


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A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a


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as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona.
Seja bem-vindo à UNIVERSOEAD!
Professora Marlene Salgado de Oliveira
Reitora.

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Química Analítica

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Química Analítica

Sum ário

Apresentação da disciplina............................................................................................. 7

Plano da disciplina............................................................................................................. 9

Unidade 1 – Conceitos Básicos da Química Analítica. ............................................. 13

Unidade 2 – Métodos da Química Analítica. .............................................................. 41

Unidade 3 – Equilíbrio Químico..................................................................................... 59

Unidade 4 – Soluções ...................................................................................................... 77

Unidade 5 – Cálculos empregados na Química Analítica ....................................... 93

Considerações finais ........................................................................................................ 111

Conhecendo o autor ........................................................................................................ 112

Referências......................................................................................................................... 113

Anexos................................................................................................................................. 115

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Química Analítica

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Química Analítica

Apresentação da Disciplina

Caros alunos,

Preparem-se para um estudo interessante no mundo das substâncias e suas


aplicações no campo da Engenharia e dos materiais nela utilizados. A Química
Analítica é o ramo da Química, que trata da identificação ou quantificação de
espécies ou elementos químicos. Podem ser classificados como métodos clássicos
ou instrumentais. A Química Analítica envolve métodos voltados para a
determinação da composição da matéria. Os métodos qualitativos geram
informações sobre a identidade das espécies atômicas ou moleculares ou mesmo
grupos funcionais na amostra. Já os métodos quantitativos proporcionam
resultados numéricos relacionados à quantidade dos componentes na amostra.

O dia a dia em um Laboratório Químico pode ser fascinante, mas também


muito perigoso se não forem seguidas determinadas Normas de Segurança e
atitudes necessárias ao seu bom funcionamento. Em nossa disciplina abordamos,
inicialmente, um breve histórico da Química Analítica, incluindo os primeiros
passos da Química no Brasil, além das Normas Básicas de Segurança nos
Laboratórios.

Sucesso na sua jornada!

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Química Analítica

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Química Analítica

Plano da Disciplina

A Química Analítica é a ciência que estuda os princípios e a teoria dos métodos


de análise química que nos permitem determinar a composição química das
substâncias ou de misturas das mesmas. A análise permite-nos determinar a
composição qualitativa da substância em estudo, ou seja, identificar os elementos
ou íons que a constituem e também a composição quantitativa, ou seja, estabelecer
as proporções entre os elementos ou íons que tinham já sido identificados. A
finalidade da Análise Qualitativa é a identificação ou pesquisa dos elementos ou
íons que constituem a substância em estudo. A Análise Quantitativa permite
determinar a composição quantitativa dos elementos que entram na constituição
da substância em estudo.

A disciplina foi dividida em cinco unidades para o maior entendimento dos


assuntos abordados. No intuito de facilitar a compreensão, segue uma síntese de
cada unidade, ressaltando seus objetivos específicos para que você possa ter um
melhor conhecimento do que irá estudar.

Unidade 1 – Conceitos Básicos da Química Analítica.

Nesta primeira unidade, vamos conceituar os fundamentos da Química


Analítica, aprender a distinção entre as suas divisões e conhecer a importância da
segurança no laboratório.

Objetivos da unidade: O(A) aluno(a) deverá aprender que o laboratório é um


lugar para a realização de experimentos, que envolvem uma série de substâncias
tóxicas e/ou corrosivas e/ou inflamáveis, que devem ser manuseadas sempre com
grande cuidado e atenção. É importante, nesta primeira unidade, que o(a)
estudante conheça os procedimentos utilizados em laboratório, incluindo os de
segurança, no caso de acidentes e a suas prevenções.

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Química Analítica

Unidade 2 - Métodos da Química Analítica.

Para atingir suas finalidades, na Análise Qualitativa e Quantitativa recorre-se a


vários métodos: químicos, físicos e físico-químicos. Nesta unidade, daremos ênfase
somente aos métodos químicos, os quais serão utilizados no curso.

Objetivos da unidade: Desenvolver os métodos para a determinação da


composição química dos materiais e o estudo da teoria em que se baseiam esses
métodos.

Unidade 3 - Equilíbrio Químico

Equilíbrio químico é uma reação reversível na qual a velocidade da reação


direta é igual à da reação inversa e, consequentemente, as concentrações de todas
as substâncias participantes permanecem constantes.

Objetivos da unidade: Caracterizar o estado de equilíbrio de sistemas


químicos, reconhecer fatores que influem no equilíbrio químico (Le Chatelier),
determinar uma constante de equilíbrio e permitir ao aluno uma visão mais ampla
sobre equilíbrio químico.

Unidade 4 – Soluções

Na natureza, raramente encontramos substâncias puras. O mundo que nos


rodeia é constituído por sistemas formados por mais de uma substância: as
misturas. Às misturas homogêneas dá-se o nome de soluções. Logo, podemos dizer
que, soluções são misturas de duas ou mais substâncias que apresentam aspecto
uniforme.

Objetivos da unidade: Aprender métodos de preparação de diferentes tipos


de soluções de uso comum em laboratórios.

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Química Analítica

Unidade 5 – Cálculos empregados na Química Analítica

Nesta unidade, vamos descrever vários métodos empregados para calcular os


resultados de uma análise quantitativa. Começaremos apresentando o sistema SI
(Sistema Internacional) de unidades e a distinção entre massa e peso. Então, vamos
discutir o mol, a medida da quantidade de uma substância química. Em seguida,
consideraremos as várias formas pelas quais a concentração é expressa.
Finalmente, vamos tratar a estequiometria química. Provavelmente, você já se
deparou com a maior parte do material contido nesta unidade em disciplinas de
química geral.

Objetivos da unidade:

Ao final desta unidade o aluno(a) deverá compreender os esforços de


cisalhamento em um elemento de junta (rebite, parafusos, solda ou pinos), quando
esta junta estiver sob tração ou compressão.

Bons estudos!!

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Química Analítica

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Química Analítica

1 Conceitos Básicos da
Química Analítica

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Química Analítica

Nesta primeira unidade, vamos conceituar os fundamentos da Química


Analítica, aprender a distinção entre as suas divisões e conhecer a importância da
segurança no laboratório.

Objetivos da unidade:

O(A) aluno(a) deverá aprender que o laboratório é um lugar para a realização


de experimentos que envolvem uma série de substâncias tóxicas e/ou corrosivas
e/ou inflamáveis, que devem ser manuseadas sempre com grande cuidado e
atenção. É importante, nesta primeira unidade, que o(a) estudante conheça os
procedimentos utilizados em laboratório, incluindo os de segurança, no caso de
acidentes e a suas prevenções.

Plano da unidade:

 Breve Histórico.

 A Química Analítica no Brasil.

 A Criação dos Cursos de Química no Brasil

 Normas de Segurança em Laboratório

 Os acidentes não ocorrem. Eles são causados.

 Principais Equipamentos e Vidrarias utilizadas em Laboratório

 Resumo de um equipamento para aquecimento.

Bons estudos!

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Química Analítica

Abordaremos, nesta primeira unidade, um breve histórico da Química


Analítica e o surgimento dos primeiros laboratórios e cursos voltados para esta
área, aqui no Brasil. Trataremos também sobre as normas de segurança, para o
bom desempenho e para que não haja acidentes no laboratório. Por último, segue
uma visão detalhada dos principais equipamentos e vidrarias utilizadas no
cotidiano de um laboratório.

Brev e Histórico

A Química Analítica consiste em um conjunto de princípios e metodologias


poderosas que apresenta grande utilidade em todos os campos da ciência. É uma
ciência responsável pela determinação da composição química das substâncias ou
de suas misturas, ou seja, com o auxílio da Química Analítica tornou-se possível a
identificação de elementos e a respectiva quantificação, contribuindo
sobremaneira para o avanço da ciência.

A Química Analítica é utilizada desde a antiguidade. Exemplos de sua


utilização remontam do antigo Egito, visando o controle da qualidade (pureza) do
ouro e da prata.

Os primeiros processos analíticos foram de natureza física e aplicada


especificamente aos metais. De acordo com os dados históricos, há 2000 anos, o
naturalista romano Gaius Plinius Secundus (23 – 79 d.c), autor de “Historiae
Naturalis libri”, realizou o primeiro teste analítico químico por via úmida. Com o
objetivo de identificar a presença de ferro (sulfato de ferro II) em acetato de cobre
(II), utilizou uma mistura de poliésteres do ácido gálico com açúcares, cuja
substância ativa era o tanino para a análise dos materiais. A indicação da cor preta
na tira de acetato de cobre (II), previamente tratada com extrato de noz de galha,
indicava presença de ferro.

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Química Analítica

Com a descoberta de que os ácidos minerais tinham a capacidade de dissolver


metais, passaram a utilizar, nos trabalhos, as soluções obtidas pelos processos de
dissolução, ou seja, passaram a trabalhar com as soluções ácidas. As primeiras
dissoluções utilizando soluções ácidas foram feitas nas análises de ouro e de prata.
Com a utilização desses processos, foi descoberto que a solução de ácido clorídrico
+ ácido nítrico (aqua regia) era capaz de dissolver o ouro e formar um precipitado
de prata. Foi descoberto também que o ácido nítrico era capaz de dissolver a prata.
Esse fato foi muito importante para a época, pois permitiu a utilização desse
processo, na separação da prata do ouro.

O desenvolvimento da análise química em soluções aquosas passou por um


grande desenvolvimento nos séculos XVI e XVII, já que havia muito interesse no
entendimento dos processos, que ocorriam nos organismos vivos, cujo meio de
ocorrência é aquoso.

Muitos foram os pesquisadores cujos trabalhos foram importantes para a


evolução da Química Analítica, mas só no século XVII, com Robert Boyle (1627-
1691), a química começa a ter aspecto de verdadeira ciência. Para estabelecer o
conceito de que elementos são os corpos mais simples do que os tais corpos
complexos são formados, Boyle usou, pela primeira vez, um novo método de
química, baseado nos princípios de que os conhecimentos vêm de uma
generalização de dados experimentais e leis observadas na natureza.

Esse conceito de elemento químico determinou grande desenvolvimento da


química analítica. O próprio Boyle sistematizou as reações químicas, até então
conhecidas por propôs um número de novos testes, originando a química analítica
por via úmida. Foi o primeiro a usar o litmo ou tornassol como indicador para
substâncias ácidas e básicas.

A química analítica teve importante avanço com os trabalhadores de Lavoisier


(1743-1794) – desenvolvimento de técnicas de análises de gases – e do químico
sueco Torbern Olof Bergman (1735-1784), que separou os metais (catíons) em
grupos, dando origem a análise sistemática. O fundador da química analítica
quantitativa com base científica foi, porém, o químico russo Mikhail Vasilievich
lomonosov (1711-1773), o primeiro a usar a balança para pesar regentes e
produtos numa reação química, e que, em 1756, confirmou, experimentalmente, a
lei da conservação da matéria, geralmente atribuída a Lavoisier, que a verificou em
1774.

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Química Analítica

As observações feitas na química analítica quantitativa constituíram preciosos


elementos para a química teórica, levando às descobertas das leis ponderais, cuja
confirmação experimental permitiu a John Dalton (1766-1844) formular a teoria
atômica. Isso, por sua vez, estimulou muito a química analítica quantitativa, já que
se tornou necessária a determinação das massas atômicas dos elementos de maior
rigor, campo ao qual Bezerlius (1779-1848) deu importante contribuição.

Após ou durante esse período, Liebig (1803-1873), Gay-Lussac (1778-1850),


Bunsen (1811-1899), Kirchhoff (1824-1887), Nikolai Aleksandrovitch
Menchtchunkin (1842-1907) e outros contribuíram, de modo notável, para o
desenvolvimento da química analítica, qualitativa ou quantitativa, com grandes
números de estudos e de descobertas. A química analítica quantitativa, no final do
século XIX, foi grandemente influenciada pelos excepcionais progressos da
química orgânica e da inorgânica, devendo-se destacar, principalmente, a
classificação periódica dos elementos, de Mendeleev (1834-1907).

Historicamente, o desenvolvimento dos métodos analíticos foi acompanhado


pela introdução de novos instrumentos de medida, como a balança para análises
gravimétricas a aparelhagem de vidro para análises volumétricas e gasométricas.

Quase toda propriedade física característica de um elemento ou substância


pode ser a base de um método para sua análise. Surgiram, então, com o
desenvolvimento da físico-química, novos métodos de análise baseado em
princípios diversos da química analítica clássica, originando-se a análise
instrumental, pela qual os constituintes são determinados pela medida de uma
propriedade física. Dentre os principais métodos estão os que usam as
propriedades envolvendo interação com a energia radiante – raio X, absorção de
radiação, fluorescência, ressonância magnética nuclear –, e os que utilizam
propriedades nucleares, como, por exemplo, a radioatividade.

Esses métodos, em muitos casos, apresentam grandes vantagens em relação


aos métodos clássicos da química analítica: a rapidez das análises, a possibilidade
do uso de método não destrutivo e a utilização de uns poucos miligramas ou, no
caso de soluções, de frações de mililitro, sem prejuízo da exatidão da análise.

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Química Analítica

A Quím ica Analítica no Brasil.

Pode-se afirmar que a aventura da química começa, no Brasil, com a criação do


Laboratório Químico-Prático do Rio de Janeiro (1812-1819), cujo propósito era o
desenvolvimento de pesquisas químicas com finalidade comercial. O primeiro
produto analisado no Laboratório dos Condes – como pode ser chamado o
Laboratório Químico-Prático do Rio de Janeiro, porque por sua direção, durante
seus sete anos de existência, passaram o Conde de Linhares (D. Rodrigo de Souza
Coutinho, 1755-1812, afilhado do Marquês de Pombal), Conde das Galveas (João
de Almeida de Melo e Castro, 1756-1814), Conde da Barca (António de Araújo e
Azevedo, 1754-1817) e o Conde dos Arcos (Marcos de Noronha e Brito, 1771-1828)
– foi o pau-brasil (Caesalpinia echinata), que os portugueses desejavam
comercializar com a China. O laboratório também se dedicou ao estudo da
preparação do ópio (Papaver somniferum), à análise de águas sulfurosas e à
purificação de aguardente de cana (9).

Outro laboratório de química, criado em 1824, também com objetivos


práticos, foi o Laboratório Químico do Museu Imperial e Nacional, idealizado por
João da Silveira Caldeira, seu primeiro diretor. Doutor em medicina pela
Universidade de Edimburgo, Caldeira, aos 19 anos, fez um estágio com os
renomados químicos Louis Nicolas Vauquelin (1763-1829) e André Laugier (1770-
1832) e com o mineralogista René Just Haüy (1743-1822). Depois de passar por
altos e baixos, o Laboratório Químico do Museu teve forte impulso com Ladislau de
Souza Mello Neto, que convidou o farmacêutico Theodor Peckolt para reorganizá-
lo. Na administração do fisiologista João Batista de Lacerda, o Museu Nacional foi
reestruturado e a parte de química foi dividida nos Laboratórios de Química
Analítica e de Química Vegetal, que voltaram a se fundir em 1916, para deixar de
ser, em 1931, uma seção autônoma da instituição. Durante sua existência, no
Laboratório Químico do Museu, foram feitas análises de combustíveis naturais, as
primeiras perícias toxicológicas do país, análise e reclassificação de minerais e
pesquisas fitoquímicas com espécies da flora brasileira (10).

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Química Analítica

Peckolt tinha grande reputação científica, antes de ser contratado para


reorganizar a seção de química do Museu Nacional. Esse farmacêutico alemão, que
chegou ao Brasil em novembro de 1848, e desde que pisou em solo brasileiro se
dedicou à análise química de plantas, é considerado o pai da fitoquímica brasileira.

Esse naturalista estudou plantas brasileiras de diversas famílias, sempre com o


propósito de descobrir e comercializar novos remédios vegetais. Os trabalhos
científicos de Peckolt integram uma extensa obra e foram publicados nos melhores
periódicos europeus e lhe conferiram as mais altas distinções acadêmicas, tanto no
Brasil, como no exterior. Muitos desses trabalhos foram feitos nas suas farmácias,
primeiro em Cantagalo, cidade serrana do Estado do Rio de Janeiro, e depois na
farmácia Peckolt, que funcionou na rua da Quitanda. Pode-se dizer que hoje o que
se conhece como química de produtos naturais (fitoquímica) no Brasil era feita nas
boticas do Rio de Janeiro. Neste domínio não havia uma distinção entre química e
farmácia. Ezequiel Corrêa dos Santos (1801-1864), considerado por alguns como o
mais notável farmacêutico brasileiro do século XIX, é outro boticário que se dedica
em sua farmácia ao estudo dos componentes químicos de plantas medicinais. Foi
Ezequiel Corrêa dos Santos o primeiro a isolar um alcaloide no Brasil, a pereirina
das cascas do pau-pereira (Geissospermum vellosii), uma árvore da família das
apocináceas. Outro centro de estudos, onde se realizaram alguns trabalhos sobre
ações farmacológicas de plantas, foi a Faculdade de Medicina do Rio Janeiro, onde
se destacou o bacteriologista Domingues José Freire Junior, catedrático da cadeira
de química orgânica e biológica, por seus estudos com os alcaloides de Solanum
grandiflora.

A Criação dos Cursos de Química no Brasil

Os primeiros cursos de química surgem no Brasil no início da década de 1910.


O primeiro curso foi de química industrial, no nível técnico, no Makenzie College
que, quatro anos depois, em 1915, se tornou curso de nível superior. Neste mesmo
ano, foi criada a Escola Superior de Química da Escola Oswaldo Cruz. Mas, a
explosão dos cursos regulares de química só viria a ocorrer a partir do artigo
"Façamos químicos", do farmacêutico formado pela Faculdade de Medicina da
Bahia, José de Freitas Machado, publicado, em 1918, na Revista de Chimica e Physica

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Química Analítica

e de Sciencias Histórico-Naturaes. A presença de Freitas Machado no cenário da


química no país estendeu-se até o ano de 1946, quando se aposentou pela Escola
Nacional de Química, hoje Escola de Química da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, da qual foi o primeiro diretor (1934-1935).

Um dos marcos da química brasileira foi a criação da Faculdade de Filosofia,


Ciências e Letras (FFCL), quando da fundação formal da Universidade de São Paulo
(USP), em 25 de janeiro de 1934, mediante a reunião das faculdades isoladas
existentes. Convidado pelo professor Teodoro Ramos, veio para a química da FFCL
o professor Heinrich Rheinboldt, neto do famoso químico Heinrich Caro.Com
extensa bagagem científica e 43 anos de idade, Rheinboldt e Heinrich Hauptmann,
outro pesquisador alemão, este com 29 anos, iniciaram a química moderna
brasileira. O primeiro doutor formado pela FFCL foi Simão Mathias, com a tese
"Sobre mercaptanas bivalentes e sulfeto-dimercaptanas", defendida em janeiro de
1942. Um ano antes da criação da FFCL da USP, foi criada a Escola Nacional de
Química da Universidade do Brasil, subordinada à Diretoria Geral de Produção
Mineral do Ministério da Agricultura.

Outro marco importante foi a criação, em 1959, do Instituto de Química da


Universidade do Brasil. O regimento deste instituto só foi aprovado em 1962.
Participaram de sua elaboração os professores João Christóvão Cardoso (FNFi),
Athos da Silveira Ramos (catedrático da Escola Nacional de Química e da FNFi) e
João Cordeiro da Graça Filho (Catedrático da Escola Nacional de Engenharia). O
primeiro diretor-presidente do Instituto foi o professor Athos da Silveira Ramos. A
pós-graduação, nos moldes da que vigora hoje no país, nasceu em 1963 no
Instituto de Química, quando foram criados os cursos de química orgânica e de
bioquímica.

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Química Analítica

Norm as de Segurança em Laboratório

Toda e qualquer atividade prática a ser desenvolvida dentro de um laboratório


apresenta riscos e estão propensas a acidentes. Devemos, então, utilizar normas de
conduta para assegurar a integridade das pessoas, instalações e equipamentos. É
importante manusear corretamente as substâncias químicas e equipamentos com
os quais se vai trabalhar, a fim de evitar acidentes pessoais ou danos materiais.
Neste contexto, é necessário saber os procedimentos gerais recomendados em
casos de acidentes. Este manual é destinado aos acadêmicos dos Cursos da área
biológica e da saúde do Centro Universitário Autônomo do Brasil – UniBrasil e tem
por finalidade conscientizá-los quanto às normas de segurança, requisito básico
para garantir a qualidade e a segurança no laboratório. A segurança é um direito e
uma obrigação individual.

As recomendações gerais de comportamento, que devem ser seguidas por


todos os usuários de um laboratório são:

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Química Analítica

 Usar sempre óculos de segurança; não é recomendado o uso de lentes de


contato no laboratório;

 Usar guarda-pó abotoado, sapatos fechados e cabelos presos. Evitar


guarda-pó feito com tecido sintético;

 Não pipetar produto algum com a boca. Jamais;

 Não usar produto algum que não esteja devidamente rotulado;

 Não levar jamais as mãos à boca ou aos olhos quando estiver manuseando
produtos químicos;

 Verificar sempre a toxicidade e a inflamabilidade dos produtos com os


quais se esteja trabalhando;

 Jamais trabalhar sozinho em um laboratório;

 Jamais manipular produtos inflamáveis perto de chamas ou fontes de calor;

 Procurar sempre discutir com o professor ou supervisor o local correto de


descarte dos produtos tóxicos, inflamáveis, malcheirosos, lacrimogêneos,
pouco biodegradáveis ou que reagem com a água;

 Jamais comer ou beber em laboratório.

 Produtos cáusticos ou que penetram facilmente através da pele devem ser


manuseados com luvas apropriadas. De qualquer forma, lavar sempre as
mãos após manipulação de qualquer produto químico;

 Produtos voláteis e/ ou tóxicos devem sempre ser manipulados na capela e


em casos especiais, com máscaras de proteção adequadas a cada caso;

 É expressamente proibido fumar em laboratório.

Qualquer acidente ocorrido no laboratório deve ser imediatamente


comunicado ao responsável pelo setor (no caso da sala de aula, o professor). Todo
laboratório deve possuir um quadro de emergência, colocado próximo à caixa de
primeiros socorros, onde devem existir equipamentos como mantas a prova de
fogo, sacos de areia, entre outros equipamentos de segurança, equipamentos estes

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Química Analítica

que todos que trabalham no setor devem saber manusear e operar. O extintor de
incêndio deve ficar em local livre e visível, deve haver no laboratório, também um
lava-olhos e um chuveiro de emergência.

Os acidentes não ocorrem. Eles são causados.

Duas são as causas principais. O ato inseguro e a condição insegura. O ato


inseguro é o não cumprimento de normas de segurança durante o trabalho, como,
por exemplo, fumar no laboratório (especialmente onde haja material inflamável),
levantar peso excessivo, não usar o equipamento de proteção individual (EPI),
trabalhar com trajes inadequados, cabelos soltos, sandálias ou ainda brincar ou
correr no laboratório. A condição insegura é uma deficiência ou irregularidade
técnica existente no local de trabalho como, por exemplo, iluminação deficiente,
ventilação excessiva ou deficiente, armazenamento incorreto, excesso de ruído,
instalação elétrica defeituosa, material de trabalho inadequado, falta de ordem e
limpeza.

Principais Equipamentos e Vidrarias utilizadas em


Laboratório

Como todos sabem, as diversas atividades realizadas em laboratórios são de


extrema importância para o contínuo desenvolvimento científico e sua
consequente aplicação na melhoria de nossa qualidade de vida.

Assim, para que esse desenvolvimento esteja sempre em constante evolução,


muitos são os equipamentos que são considerados imprescindíveis em um
complexo laboratorial, tal como o Forno Mufla e uma Estufa.

Forno Mufla ou Forno de Mufla (Figura b) é um equipamento de extrema


importância em um laboratório. Basicamente, um forno mufla é bastante similar a

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Química Analítica

uma estufa, e é utilizado, principalmente, em laboratórios de química, quando da


necessidade de temperaturas muito elevadas na calcinação de substâncias.

O forno mufla consiste, basicamente, em uma câmara metálica, sendo seu


revestimento composto por material refratário. Além disso, o forno mufla é
equipado com resistências aptas a elevar a temperatura inferior a mais de 1000°C.
Um forno de mufla possui câmaras para aquecimento e combustão separadas, o
que significa que as cinzas, gazes e resíduos provenientes da combustão não
contaminam o material que está em aquecimento.

Uma estufa (ver figura a) é um aparelho elétrico utilizado em laboratório para


secagem de material de laboratório e de reagentes por ação do calor de uma forma
controlada. É necessário levar em conta a temperatura da estufa antes de qualquer
secagem porque algumas substâncias não podem ser aquecidas acima de certas
temperaturas por sofrerem transformações.

Figura

a – Estufa - b - Mufla

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Química Analítica

Vidrarias

Almofariz com
pistilo

Usado na trituração e pulverização de sólidos.

Balão de fundo chato

Utilizado como recipiente para conter líquidos ou soluções,


ou mesmo, fazer reações com desprendimento de gases.
Pode ser aquecido sobre o TRIPÉ com TELA DE AMIANTO.

Balão de fundo redondo

Utilizado principalmente em sistemas de refluxo e


evaporação a vácuo, acoplado a ROTAEVAPORADOR.

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Química Analítica

Balão volumétrico

Possui volume definido e é utilizado para o preparo de


soluções em laboratório.

Becker

É de uso geral em laboratório. Serve para fazer reações entre


soluções, dissolver substâncias sólidas, efetuar reações de
precipitação e aquecer líquidos. Pode ser aquecido sobre a TELA
DE AMIANTO.

Bureta

Aparelho utilizado em análises volumétricas.

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Química Analítica

Condensador

Utilizado na destilação, tem como


finalidade condensar vapores gerados
pelo aquecimento de líquidos.

Dessecador

Usado para guardar substâncias em atmosfera com baixo


índice de umidade.

Erlenmeyer

Utilizado em titulações, aquecimento de líquidos e para


dissolver substâncias e proceder reações entre soluções.

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Química Analítica

Kitassato

Utilizado em conjunto com o FUNIL DE BUCHNER em


FILTRAÇÕES a vácuo.

Pipeta graduada

Utilizada para medir pequenos volumes. Mede volumes


variáveis. Não pode ser aquecida.

Pipeta volumétrica

Usada para medir e transferir volume de líquidos.


Não pode ser aquecida, pois possui grande
precisão de medida.

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Química Analítica

Proveta ou cilindro graduado

Serve para medir e transferir volumes de líquidos. Não pode


ser aquecida.

Tubo de ensaio

Empregado para fazer reações em pequena escala,


principalmente em testes de reação em geral. Pode ser
aquecido com movimentos circulares e com cuidado
diretamente sob a chama do BICO DE BÜNSEN.

Vidro de relógio

Peça de Vidro de forma côncava é usada em análises e


evaporações. Não pode ser aquecida diretamente.

Funil de separação

Utilizado na separação de líquidos não miscíveis e na

extração líquido/líquido.

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Química Analítica

Funil de haste longa

Usado na filtração e para retenção de partículas sólidas.


Não deve ser aquecido.

Outros equipamentos

Anel ou argola

Usado como suporte do funil na filtração.

Suporte universal

Utilizado em operações como: Filtração, Suporte


para Condensador, Bureta, Sistemas de Destilação
etc. Serve também para sustentar peças em geral.

30
Química Analítica

Bico de bünsen

É a fonte de aquecimento mais utilizada em


laboratório. Mas, contemporaneamente, tem sido
substituído pelas mantas e chapas de
aquecimento.

Garra de condensador

Usada para prender o condensador à haste do


suporte ou outras peças como balões, erlenmeyers
etc.

Tela de amianto

Suporte para as peças a serem aquecidas. A função do


amianto é distribuir, uniformemente, o calor recebido
pelo bico de bünsen.

Tripé

Sustentáculo para efetuar aquecimentos de soluções em


vidrarias diversas de laboratório. É utilizado em conjunto com
a tela de amianto.

31
Química Analítica

Resumo de um equipamento para aquecimento

Conjunto composto por Tripé, Tela de Amianto, Bico de Bünsen, Bécher


graduado e Vidro de Relógio.

Resumo de equipamento para Destilação Simples.

32
Química Analítica

Montagem correta de garras e suporte para a vidraria.

Montagem para realização de uma filtração simples.

33
Química Analítica

Montagem para realização de filtração à vácuo.

O diagrama abaixo mostra as relações entre a química analítica, outras áreas


da química e outras ciências.

34
Química Analítica

Bem, agora que chegamos ao final desta primeira unidade, esperamos que
você tenha compreendido a importância de um laboratório químico, a utilização
de seus equipamentos e a necessidade de seguir as Normas de Segurança
estabelecidas. A seguir, você fará uma pequena lista de exercícios bem simples,
cujo pré-requisito será o conhecimento básico de Química I, e o que foi abordado
nesta unidade.

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

Agora, vamos exercitar o aprendizado!

35
Química Analítica

Exercícios – unidade 1

1.Algumas substâncias químicas reagem perigosamente quando misturadas


com outros materiais. Estas devem, por isso, ser armazenadas em locais separados.
Assinale a opção que indica substâncias incompatíveis, ou seja, que não devem ser
armazenadas juntamente com hidróxido de sódio e hidróxido de potássio,
respectivamente.
a) Água e outras bases.
b) Água e ácidos.
c) Álcoois e ácidos.
d) Bases e ácidos.
e) Água e Álcoois.

2.Descreva, com suas palavras, sobre as Normas de Segurança em


laboratório químico, ressaltando os seguintes itens:
a) Equipamentos de Proteção Individual (EPI):
_________________________________________________________________

b) Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC):


_________________________________________________________________

c) Segurança do ambiente de laboratório químico:


_________________________________________________________________

d) Armazenamento de reagentes:
_________________________________________________________________

e) Tratamento dos rejeitos gerados no laboratório químico.


_________________________________________________________________

36
Química Analítica

3.Com relação às medidas de segurança que devem ser adotadas em um


laboratório químico, assinale a opção que corresponde ao procedimento correto.
a) Misturar substâncias ao acaso.
b) Não verificar as indicações dos rótulos dos frascos, em especial, os
símbolos de aviso.
c) Fumar, comer e beber dentro do laboratório.
d) Não evitar o contato de substâncias com a pele.
e) Não se deve devolver as sobras de reagentes aos frascos de origem.

4.Qual dos procedimentos de segurança abaixo NÃO está correto?

a) Puxar imediatamente alguém que esteja sendo vitimado por um choque


elétrico.
b) Avisar imediatamente o responsável sobre qualquer situação de risco.
c) Seguir todas as regras de segurança referentes ao seu trabalho.
d)Recolher, utilizando luvas apropriadas, os materiais de vidro que se
quebrarem durante uma rotina laboratorial.
e) Estabelecer rotinas a serem seguidas em caso de acidentes, incluindo
uma relação dos reagentes químicos utilizados, suas características e riscos.

5.Descreva a indumentária (vestuário) correta a ser usada no laboratório.


______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________

37
Química Analítica

6.Com relação às medidas de segurança que devem ser adotadas em um


laboratório químico, assinale a opção que corresponde a procedimento incorreto.

a) Misturar substâncias ao acaso.


b) Verificar as indicações dos rótulos dos frascos, em especial, os símbolos de
aviso.
c) Não se deve fumar, comer e beber dentro do laboratório.
d) Evitar o contato de substâncias com a pele.
e) Não se deve devolver as sobras de reagentes aos frascos de origem.

7.Quanto à vidraria utilizada em laboratórios de análises químicas, considere


as afirmativas:
I. O volume medido na pipeta volumétrica é menos preciso que aquele medido
na pipeta graduada.

II. A diluição de uma substância em balão volumétrico não permite seu


aquecimento em água fervente.

III. O balão de fundo chato permite medidas de volumes com precisão.

IV. As provetas são utilizadas, por permitirem medir diferentes volumes de


forma aproximada.

V. O volume de um titulante gasto em uma titulação utilizando uma bureta não


tem a mesma precisão que o volume de uma pipeta volumétrica.

Assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas III e V são verdadeiras

38
Química Analítica

8.Descreva, com as suas palavras, quais equipamentos você utilizaria para uma
realizar uma filtração de sólido em água.
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
9.Numere a coluna da direita com base na informação da coluna da esquerda.

( ) Tem como finalidade medir e escoar volumes


variáveis de líquidos
1. Proveta
( ) Recipiente com ou sem graduação usado no
2. Bureta preparo de soluções, pesagens de sólidos e
aquecimento de líquidos
3. Becker ( ) Tem como finalidade medidas aproximadas de
4. Frasco erlenmeyer volume
( ) Permite o escoamento de volumes precisos de
5. Pipeta graduada
líquidos
( ) Recipiente utilizado na análise titulométrica, tem
forma cônica, apropriada para conter líquidos
durante reações conduzidas sob agitação

Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, na


coluna da direita.

a) 5, 3, 2, 4, 1
b) 5, 2, 1, 4, 3
c) 5, 3, 1, 2, 4
d) 3, 5, 1, 4, 2
e) 1, 4, 3, 2, 5

39
Química Analítica

10.Segurança é fundamental em um ambiente de laboratório. Analise as


proposições abaixo relativas a esse assunto e assinale a alternativa incorreta:

a) Não é proibido fumar no laboratório, desde que o mesmo tenha sistema


de exaustão.

b) Nunca pese material diretamente sobre o prato da balança. Use um


becker, vidro de relógio ou qualquer outra vidraria adequada.

c) Não aqueça tubos de ensaio com substâncias dentro, com a boca virada
para si ou para outra pessoa.

d) Lave bem as mãos ao deixar o laboratório.

e) Não aqueça substâncias voláteis em chama direta: use banho-maria.

40
Química Analítica

2 Métodos da Química
Analítica

41
Química Analítica

Para atingir suas finalidades, na Análise Qualitativa e Quantitativa recorre-se a


vários métodos: químicos, físicos e físico-químicos. Daremos ênfase somente aos
métodos químicos, os quais serão utilizados no curso.

Objetivos da unidade:

Desenvolvimento de métodos para a determinação da composição química


dos materiais e o estudo da teoria em que se baseiam esses métodos.

Plano da unidade:

 Métodos químicos

 Os ensaios de chama

 Condições para a realização das reações químicas

 Sensibilidade e especificidade

Bons estudos!

42
Química Analítica

Métodos Quím icos

A partir do que já foi visto na primeira unidade, a Química Analítica é dividida


em dois tipos de Análise, a saber:

A Análise Qualitativa identifica os tipos de elementos, íons e moléculas que


constituem a amostra, enquanto que a Análise Quantitativa determina a
quantidade de cada um desses componentes.

Esquema geral da análise química

43
Química Analítica

Normalmente, a Análise Qualitativa deve preceder a Análise Quantitativa.


Deve-se recorrer à Análise Qualitativa mesmo quando se trate de determinar a
percentagem de um constituinte, cuja presença na substância em estudo é
conhecida antecipadamente. De fato, só se pode escolher o método mais
adequado para determinação quantitativa de um componente, depois de saber
quais os outros elementos ou íons presentes na substância em estudo.

De um modo geral, a análise química quantitativa pode ser estabelecida em


etapas, cada qual com grau de importância e influência no resultado final da
análise:

1 - Definição do problema analítico


2 - Escolha do método analítico adequado
3 - Obtenção de uma amostra representativa
4 - Pré-tratamento da amostra
5 - Análise Química
6 - Tratamento dos dados
7 - Apresentação dos Resultados

Os problemas em Química Analítica podem ser:

 Controle de qualidade (matéria prima e/ou produto final)


 Controle de produção (adição de C, Ni, Cr na fabricação de aço)
 Avaliação ambiental (poluentes)
 Exposição ocupacional (análise do ambiente ou fluído biológico).

A Química Analítica e, em particular a Análise Qualitativa, tem uma


importância científica e prática enorme, porque apresenta um conjunto de
métodos de investigação das substâncias e das suas transformações. São também
de grande valor nas disciplinas científicas afins da Química: Mineralogia, Geologia,
Fisiologia, Microbiologia e também em Medicina e Agronomia.

44
Química Analítica

O trabalho experimental da Análise Qualitativa consiste, no nosso curso, na


identificação e/ou separação de cátions e ânions. Quanto à Análise Quantitativa
consiste no estudo de técnicas relacionadas à gravimetria e à volumetria e
preferencialmente será desenvolvido individualmente ou em dupla.

Métodos químicos

A primeira etapa essencial de uma análise quantitativa é a seleção do método,


como mostrado na figura abaixo. Algumas vezes, a escolha é difícil e requer
experiência, assim como intuição. Uma das primeiras questões a ser considerada
no processo de seleção é o nível de exatidão requerido. Infelizmente, a alta
confiabilidade quase sempre requer grande investimento de tempo. Geralmente, o
método selecionado representa um compromisso entre a exatidão requerida e o
tempo e recursos disponíveis para a análise.

Uma segunda consideração relacionada com o fator econômico é o número


de amostras que serão analisadas. Se existem muitas amostras, podemos nos dar o
direito de gastar um tempo considerável em operações preliminares, como

45
Química Analítica

montando e calibrando instrumentos e equipamentos e preparando soluções


padrão. Se tivermos apenas uma única amostra, ou algumas poucas amostras,
talvez possam ser mais apropriadas selecionar um procedimento que dispense ou
aperfeiçoe as etapas preliminares.

Finalmente, a complexidade e o número de componentes presentes da


amostra sempre influenciam de certa forma, a escolha do método. A próxima
etapa, em uma análise quantitativa, é a obtenção da amostra. Para gerar
informações representativas, uma análise precisa ser realizada com uma amostra
que tem a mesma composição do material do qual ela foi tomada.

Fluxograma mostrando as etapas envolvidas em uma análise quantitativa.

46
Química Analítica

Nos métodos químicos de Análise Qualitativa, o elemento ou íon pesquisado é


transformado num composto que possua determinadas propriedades
características, que nos permitam ter a certeza de que foi esse o composto obtido.
A transformação química chama-se reação analítica e a substância que a provoca
chama-se reagente.
Conforme a quantidade de substância com a qual se opera para realizar as
reações analíticas, distinguem-se os seguintes métodos de Análise Qualitativa:
macroanálise, microanálise, semimicroanálise e ultramicroanálise.
Macroanálise: ensaiam-se quantidades relativamente grandes de substância:

0,5 a 1 g ou, no caso de solução 20 a 50 ml. As reações realizam-se em tubos de


ensaio comuns (10 a 20 ml) ou em balões. Os precipitados são separados das
soluções por filtração através de papel de filtro.
Microanálise: empregam-se quantidades bem menores de substância, cerca

de alguns miligramas de substância sólida ou uns décimos de mililitros de solução.


Usam-se reagentes de grande sensibilidade, que permitem identificar a presença
de vários componentes, mesmo que existam somente vestígios de alguns. As
reações realizam-se pelo método microcristaloscópico ou pelo método da gota:

Método microcristaloscópico: as reações devem realizar-se sobre uma lâmina de


vidro, identificando-se o íon ou o elemento pela forma dos cristais que se formam,
observadas ao microscópio.
Método da gota: (reações gota a gota): usam-se reações que são acompanhadas
de uma viragem da coloração da solução ou da formação de precipitados corados.
As reações realizam-se numa tira de papel de filtro onde se depositam,
sucessivamente, e numa ordem bem definida, gota a gota, a solução em estudo e
os reagentes. Como resultado da reação, no papel de filtro aparece uma mancha
corada, cuja cor permite comprovar a presença na solução do íon a identificar.

Semimicroanálise: ocupa um lugar intermediário entre a macro e a


microanálise. Utilizam-se quantidades de substâncias da ordem de 1/20 ou 1/25

47
Química Analítica

das usadas na macroanálise, ou seja, cerca de 50 mg de substância sólida ou 1 ml


de solução. A semimicroanálise apresenta inúmeras vantagens sobre a
macroanálise e, sendo o trabalho devidamente esmerado, obtêm-se resultados tão
precisos quanto os da macroanálise.

Ultramicroanálise: usam-se quantidades de substâncias inferiores a 1mg.


Todas as operações analíticas efetuam-se as observando ao microscópio.

Separação do precipitado por diversos métodos de análise.

Somente as reações que vêm acompanhadas de algum efeito externo


encontram aplicação na análise qualitativa, isto é, transformações facilmente
identificáveis as quais permitem confirmar a reação correspondente. Tais efeitos
externos são:

48
Química Analítica

(a) A mudança de coloração (ensaio de chama);

(b) Precipitação (ou dissolução)

(c) Libertação de um gás.

Os ensaios de chama

Para compreender as operações implicadas nos ensaios de coloração de


chama e de diversos ensaios por via seca, é necessário possuir certo conhecimento
da chama luminosa de Bünsen, a qual é composta por três partes:

(a) Um cone azul interno ADB, constituído em sua maior parte de gás não
queimado;
(b) Uma ponta luminosa D (que somente é visível quando as aberturas para o
ar estão ligeiramente fechadas);
(c) Uma capa externa ACBDA, onde se produz a combustão completa do gás.

As principais partes da chama de Bunsen estão indicadas, a seguir, na figura


abaixo:

Estrutura da chama do bico de Bunsen

49
Química Analítica

1. Chama oxidante superior (ZOS) 1540 oC

2. Chama oxidante inferior (ZOI) 1540 oC

3. Chama redutora superior (ZRS) 520 oC

4. Chama redutora inferior (ZRI) 350 oC

5. Zona fria (menor temperatura) 300 oC

6. Zona de fusão (maior temperatura) 1560 oC

Observação:

1 ZOS: corresponde ao extremo não luminoso da chama, apresenta um


grande excesso de oxigênio e a chama não é tão quente como em 6.

2 ZOI: é empregada para a oxidação de substâncias dissolvidas nas pérolas de


bórax e semelhantes.

3 ZRS: está no extremo da zona azul interna e é rica em carbono

incandescente, sendo especialmente útil para reduzir as incrustações de óxidos a


metal.

4 ZRI: está situada no limite inferior da zona próxima ao cone azul e é onde os

gases redutores se misturam com o oxigênio do ar; é uma zona de menor poder
redutor que 3 e se emprega para a redução de pérolas fundidas de bórax e
semelhantes.

5 Zona fria: é a base da chama, onde a temperatura é mais baixa, que é

empregada para testar substâncias voláteis, a fim de determinar se elas


comunicam alguma cor à chama.

6 Zona de fusão: é a parte mais quente da chama; é empregada para ensaiar

a fusibilidade das substâncias e também, juntamente com 5 para ensaiar a


volatilidades relativas de substâncias ou misturas destas.

50
Química Analítica

Condições para a realização das reações químicas

Sensibilidade e especificidade

Sensibilidade das reações, especificidade e seletividade das reações.

Sensibilidade de uma Reação: expressa a menor quantidade do analito em


uma gota da solução que pode ser detectado por um dado reagente.

Ao realizar-se qualquer reação analítica, é necessário criar-se determinadas


condições para seu desenvolvimento, caso contrário o resultado não será
satisfatório.

a) Meio adequado – há certas reações que se processam em meio ácido,


alcalino ou neutro. Então se deve ajustar uma faixa de pH mais adequada para que
a reação ocorra satisfatoriamente. Por exemplo, se o precipitado é solúvel em
ácidos como em bases, então se devem formar em meio neutro.

Ex.: Ca+2 + C2O4-2 CaC2O4-2

b) Temperaturas da solução – os precipitados cuja solubilidade aumenta


com o aumento da temperatura, as reações correspondentes devem ser
desenvolvidas a frio. Às vezes, é necessário aquecer a solução, para que a reação
ocorra.

Ex.: PbCl2 + H2O t° Quente Pb2+ + 2 Cl-

c) Concentração do íon a identificar na solução – Se a concentração do íon a


ser precipitado é muito baixa, não ocorrerá a precipitação. Isto se deve ao fato de
que uma substância só precipita se sua concentração na solução for maior que a
sua solubilidade nas condições dadas. Se a solubilidade da substância é baixa, ela
precipitará ainda sendo mínima a concentração do íon a identificar. Neste caso, a

51
Química Analítica

reação é dita ser sensível. No caso contrário, se a solubilidade do produto formado é


bastante elevada, a reação será pouco sensível e só dará resultado positivo se a
concentração do íon a identificar for relativamente alta. A sensibilidade das reações
é definida quantitativamente por dois índices que se inter-relacionam:

Limite de identificação ou quantidade mínima detectável (m) – é a menor


quantidade de substância ou de íon que se pode identificar dando resultados
positivos. Como esta quantidade é muito pequena, se expressa melhor em
microgramas (μg). 1μg = 10-6g.
Exemplo: Para determinar a sensibilidade da reação de identificação do íon prata
com o íon cromato, que é traduzida pela equação:

2AgNO3 + K2CrO4  Ag2CrO4¯ + 2KNO3 preparou-se uma solução de AgNO3


que continha 1,57g de nitrato de prata por litro de água.
Verificou-se que, ao se diluir 25 vezes esta solução, a reação ainda é positiva, mas se
a diluição fosse aumentada a reação tornava-se duvidosa. Determine o mínimo
detectável, a concentração mínima (ou limite) e a diluição limite para esta reação
no caso de ela se realizar com uma gota de solução (que tem 0,0500 ml).

Somente o limite de identificação não caracteriza completamente a


sensibilidade da reação, pois esta massa pode estar dissolvida em quantidades
variáveis de solvente, sendo, às vezes, possível não se identificar o íon devido a
diluição ser elevada. Portanto, a diluição limite também é considerada.

Diluição ou Concentração Limite (D.L) – caracteriza a menor concentração


da substância ou do íon que dá sempre uma reação positiva. A diluição limite é
expressa pela seguinte proporção: DL = 1: G; sendo G igual à quantidade em peso
do solvente correspondente a uma unidade de peso da substância ou íon a
identificar.

52
Química Analítica

Etapas do trabalho analítico

Para a análise de substâncias químicas existem vários métodos. A tarefa do


analista é de acordo com os objetivos a atingir, selecionar o método mais exato e
vantajoso. Independentemente do método analítico selecionado, o trabalho
analítico consiste nas seguintes etapas: recolha da amostra, preparação da amostra
(secagem, filtração etc.) separação dos componentes, realização da análise e
confrontação dos resultados:

Estamos encerrando a unidade. Sempre que surgir uma dúvida entre em


contato com seu tutor virtual, através do ambiente virtual de aprendizagem e
consulte sempre a biblioteca do seu polo. Na próxima unidade, veremos que o
equilíbrio Químico fornece fundamentos, não só para a Análise Química, mas
também para outras áreas, como por exemplo, a bioquímica, a geologia e a
oceanografia.

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

53
Química Analítica

Exercícios – unidade 2

1.Quais os métodos da Química Analítica Quantitativa?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

2.Quais os problemas que a Química Analítica Quantitativa pode resolver?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

3.Indique qual das alternativas abaixo representa a melhor opção para uma
microanálise:
a) Funil e béquer

b) Tubo capilar, filtro e bomba de vácuo

c) Tubo do microscópio e tubo capilar

d) Microcone de vidro

e) Microscópio microcone de vidro.

54
Química Analítica

4.A sigla ZOS é definida no teste de chama como:

a) Corresponde ao extremo não luminoso da chama, apresenta um grande


excesso de oxigênio e a chama não é tão quente.

b) É empregada para a oxidação de substâncias dissolvidas nas pérolas de


bórax e semelhantes.

c) Aquela que está no extremo da zona azul interna e é rica em carbono


incandescente, sendo especialmente útil para reduzir as incrustações de
óxidos a metal.

d) Aquela que está situada no limite inferior da zona próxima ao cone azul e
é onde os gases redutores se misturam com o oxigênio do ar; é uma zona
de menor poder redutor que 3 e se emprega para a redução de pérolas
fundidas de bórax e semelhantes.

e) É a base da chama, onde a temperatura é mais baixa, que é empregada


para testar substâncias voláteis, a fim de determinar se elas comunicam
alguma cor à chama.

5.A definição de concentração limite:


a) É a menor quantidade de substância ou de íon que se pode identificar
dando resultados positivos.

b) Expressa a menor quantidade do analito em uma gota da solução que


pode ser detectado por um dado reagente.

c) Caracteriza a menor concentração da substância ou do íon que dá sempre


uma reação positiva.

d) Caracteriza a maior concentração da substância ou do íon que dá sempre


uma reação negativa.

e) Nada disso.

55
Química Analítica

6.Em um teste de chama, qual é a temperatura de fusão?

a)1800ºC.

b)1540ºC.

c) 1560ºC

d) 1300ºC

e) 2000ºC

7.Quais são as condições necessárias para uma reação analítica?

a) Meio adequado, temperatura ambiente e concentração dos íons.

b) Meio adequado, temperatura de solução e concentração dos íons.

c) Independência do meio, altas temperaturas e baixa concentração


dos íons.

d) Qualquer meio é satisfatório, temperatura ambiente e concentração


dos íons.

8.Defina o que é o teste de chama e a sua contribuição para a PIROTECNIA.

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

56
Química Analítica

9.Por que se deve ajustar uma faixa de pH mais adequada para que a reação
ocorra satisfatoriamente?

Porque há certas reações que se processam em meio ácido, alcalino ou neutro.


a) Devido, exclusivamente, a temperatura do meio reacional.

b) Devido a pressão exercida durante a reação.

c) É indiferente a faixa de pH para que ocorra a reação.

d) O pH deverá ser sempre ácido.

10.Consultando a tabela de Cátions e Ânions, anexa no Cap. 6, formule os


seguintes compostos:
a) Bicarbonato de Potássio:_________________

b) Hipobromito de Sódio: ___________________

c) Tiocianato de Bário: _____________________

d) Carbonato Férrico: ______________________

57
Química Analítica

58
Química Analítica

3 Equilíbrio Químico

59
Química Analítica

Equilíbrio químico é uma reação reversível na qual a velocidade da reação


direta é igual à da reação inversa e, consequentemente, as concentrações de todas
as substâncias participantes permanecem constantes.

Objetivos da unidade:

 Caracterizar o estado de equilíbrio de sistemas químicos.

 Reconhecer fatores que influem no equilíbrio químico (Le Chatelier).

 Determinar uma constante de equilíbrio

 Permitir ao aluno uma visão mais ampla sobre equilíbrio químico.

Plano da unidade:

 Fatos a considerar em um equilíbrio químico

 Reações reversíveis

 Gráficos de reações reversíveis

 Equilíbrio químico e o princípio de LE CHÂTELIER

 Equilíbrio químico e a lei da ação das massas

Bons estudos!

60
Química Analítica

O equilíbrio Químico fornece fundamentos, não só para a Análise Química,


mas também para outras áreas, como por exemplo, a bioquímica, a geologia e a
oceanografia.

Fatos a considerar em um Equilíbrio Químico

1. As reações químicas não resultam na completa conversão de reagentes em


produtos.

2. As reações químicas tendem a um estado de equilíbrio químico, descrito


como a condição de reação em que a razão das concentrações de reagentes e
produtos é constante.

3. A constante de equilíbrio químico de uma dada reação é a expressão


algébrica da razão das concentrações entre reagentes e produtos.

Posição de equilíbrio químico: relação de concentração no estado de


equilíbrio, que independe do caminho pelo qual o estado de equilíbrio foi
alcançado, ou seja, considerado para reações reversíveis.

Importante:

As reações químicas não cessam quando o estado de equilíbrio químico


é atingido. Em vez disso, as quantidades de reagentes consumidos e produtos
formados são constantes, pois as velocidades das reações direta e inversa são
idênticas.

61
Química Analítica

É a situação em que a proporção entre as quantidades de reagentes e


produtos em uma reação química se mantém constante ao longo do tempo.
Ao menos teoricamente, toda reação ocorre nos dois sentidos: Reagentes se
transformando em Produtos; Produtos se transformando de volta em Reagentes.

Reações Reversíveis

Reações nas quais logo que certa quantidade de produto(s) é formada, este(s)
torna(m) a dar origem ao(s) reagente(s).

N2 (g) + 3H2 (g)  2NH3 (g)

2NH3 (g)  N2 (g) + 3H2 (g)

N2(g) + 3H2 (g)  2NH3 (g)

Gráficos de reações reversíveis

O equilíbrio é dinâmico: quando a reação atinge o equilíbrio ela não para, ou

seja, tanto a reação direta como a inversa ocorre à mesma velocidade. A proporção
entre os reagentes e os produtos não varia.

62
Química Analítica

“Haverá condições de concentração, temperatura e pressão (quando for o caso)


sob as quais reagentes e produtos coexistem em equilíbrio”

Equilíbrio químico e o princípio de le châtelier

“Quando sistemas em equilíbrio são submetidos a qualquer perturbação


exterior, o equilíbrio desloca-se no sentido contrário a fim de minimizar esta
perturbação” Conforme o sistema se ajusta, “a posição de equilíbrio” muda.

“Após o restabelecimento do sistema mais produtos ou reagentes aparecem


dependendo do que foi formado durante a mudança”

I. Variação de temperatura aplicada a um sistema em estado de equilíbrio


químico:

 A formação de amônia a partir de seus elementos é uma reação reversível


(ocorre nos dois sentidos): N2(g) + 3H 2(g) 2NH3(g)

 A formação da amônia é acompanhada pelo desprendimento de calor, ou


seja, é uma reação exotérmica.

 A reação reversa, no entanto, absorve calor, ou seja, é uma reação


endotérmica.

 Se a temperatura do sistema em equilíbrio é aumentada, a reação que


absorve calor será favorecida, promovendo decomposição da amônia até
atingir novo estado de equilíbrio químico.

 Se resfriarmos o sistema, favoreceremos a formação da amônia.

63
Química Analítica

II. Variação de pressão aplicada a um sistema em estado de equilíbrio


químico:

A formação de iodeto de hidrogênio a partir de seus elementos é uma reação


reversível em fase gasosa:

1H2 (g) + 1I 2 (g) 2HI (g)

 Os coeficientes estequiométricos das moléculas em cada lado da


equação são iguais, ou seja, mesmo número de mols de reagentes e de
produtos: não existe variação de volume quando se forma o HI.

 Nessa condição, se ocorrer um aumento de pressão, ambos as reações


direta e inversa serão afetadas, ou seja, a composição da mistura no
equilíbrio químico permanece constante.

 Se avaliarmos a reação para a formação da amônia, o número de mols


dos reagentes é quatro enquanto que do produto é dois:

1N2 (g) + 3H2(g) 2NH3(g)

 Isto significa que há diminuição de volume quando a amônia é formada.

 Um aumento da pressão favorecerá a formação da amônia, ou seja,


favorecerá a formação de substâncias que ocupam um volume menor.

* Lembre que aumentando a pressão, diminui o volume.

64
Química Analítica

III. Adição de reagentes ou produtos a um sistema em estado de


equilíbrio químico.

 Considerando a reação:

1H2 (g) + 1I2(g) 2HI(g)

 Adicionando-se uma quantidade de hidrogênio à mistura em estado de


equilíbrio químico, observa-se aumento da quantidade de iodeto de
hidrogênio quando o novo equilíbrio químico é atingido. O sistema reagiu
para remover parte do hidrogênio adicionado e deslocou a posição de
equilíbrio para a formação de HI.

Equilíbrio químico e a lei da ação das massas

O deslocamento da posição de equilíbrio químico decorrente da variação da


quantidade de uma ou mais espécies químicas participantes de um sistema

Lei da ação das massas

Deslocamento na posição do equilíbrio provocada pela adição de um dos


reagentes ou produtos.

Equilíbrio químico: estado dinâmico no qual as velocidades das reações direta


e inversa são idênticas.

A constante de equilíbrio

Já que a expressão da lei da ação das massas pode ter váriosvalores, qual a sua
utilidade?

N2 (g) + 3H2 (g) 2NH3 (g)

65
Química Analítica

Considere três experimentos com a adição de pelo menos dois dos gases
acima a um recipiente de 1,00L mantido a temperatura de 3500C.

Estudo do Equilíbrio: NH2 (g) + 3H2 (g) 2NH3 (g) a 350º C

Q no
Concentração Concentração de
equilíbrio,
inicial, mol litro-1 equilíbrio, mol litro-1
[NH3] 2
Experiência N2 H2 NH3 N2 H2 NH3 [N2][H2] 3
A 1,000 3,000 0 0,325 0,975 1,350 6,05
B 1,000 1,000 0 0,781 0,343 0,438 6,09
C 1,000 1,000 1,000 0,885 0,655 1,230 6,08

As concentrações de equilíbrio dos três componentes parecem não apresentar


relação entre si. Porém, o valor de Q no equilíbrio é igual em todos os casos.

A constante de equilíbrio

Independentemente da maneira pela qual o equilíbrio foi estabelecido, o valor


de Q é uma constante do equilíbrio a 3500C.

Resultados semelhantes poderiam ser obtidos para qualquer equilíbrio a uma


dada temperatura.

Portanto, pode ser feita a seguinte generalização, denominada lei do equilíbrio


químico.

“A uma dada temperatura o valor da expressão da lei da ação das massas para
certa reação em equilíbrio é uma constante”.

Q=K

66
Química Analítica

A constante de equilíbrio

wW + xX yY + zZ

V1 = k1 x [W]w x [X]x V1 = V2

V2 = k2 x [Y]y x [Z]z

Expressão da constante de equilíbrio químico

Forma aproximada da constante de equilíbrio termodinâmica

k1 [Y] y[Z] z
K= =
k2 [W]w[X] x

Obs.: produtos sempre no numerador e reagentes no denominador.

 K é a constante de equilíbrio da reação.

 [W], [X], [Y], [Z] concentração em molL-1 ou pressão parcial (atm)

 Se W, X, Y ou Z for um sólido ou um líquido puro, as concentrações destas


espécies não serão incluídas na equação.

67
Química Analítica

Equilíbrios e Constantes de Equilíbrios Importantes na Química Analítica


Nome e
símbolos da Expressão da Constante
Tipo de equilíbrio Constante de Exemplo típico de Equilíbrio
Equilíbrio
Constante
Dissociação da
do produto 2H2O ⇌ H3O ++OH- Kw =[H3O + ][OH-]
água
iônico, Kw
Equilíbrios
heterogêneos
entre uma Produto de
substância pouco solubilidade, BaSO 4(s) ⇌ Ba2+ +SO2-
4 Kps =[Ba2+ ][SO 2-
4 ]
solúvel e seus íons Kps
em uma solução
saturada
CH3COOH H2O ⇌ [H3O + ][CH3COO-]
Ka=
Dissociação Constante H3O + CH3COO - [CH3COOH]
de um ácido ou de dissociação,
base fraca Ka ou Kb CH3COO -+H2O ⇌ [OH-][CH3COOH]
Kb =
OH-+CH3COOH [CH3COO -]

Formação de um Constante de [Ni (CN)2-


4]
Ni2+ +4CN- ⇌ Ni(CN)2-
4 β4 =
íon complexo formação, β n [Ni2+ ][CN-]4
Equilíbrio de MnO 4 +5Fe2++ 8H+ ⇌ [Mn2+ ][Fe3+ ]5
K Kredox=
oxidação-redução redox Mn2+ +5Fe3+ +4H2O [MnO -4][Fe2+ ]5[H+ ]8
Equilíbrio de
partição para [I2]org
um soluto entre Kd I2 aq ⇌ I2 org Kd =
[I2]aq
solventes
imiscíveis

Expressão exata da constante de equilíbrio:

Constante de equilíbrio termodinâmica.

Onde: aY , az, aw e ax; são as atividades das espécies Y, Z, W e X.

 A atividade de uma espécie química, uma grandeza termodinâmica,


permite contabilizar os efeitos de eletrólitos sobre os equilíbrios químicos.

68
Química Analítica

 A atividade ou concentração efetiva de uma espécie química depende da


força iônica do meio.

Obs.: Os equilíbrios também podem ser afetados por eletrólitos presentes


na solução, mesmo que não estejam participando efetivamente da reação.

 A magnitude da atração interiônica é função da concentração e da carga


dos íons. Íons divalentes, com sua dupla carga, exercem uma atração
eletrostática maior do que um íon univalente (monovalente).

μ =1/2 ([A]ZA 2 + [B]ZB2 + [C]ZC2

[A], [B], [C]  concentração molar dos íons em solução Za, Zb, Zc  carga dos íons.

 A magnitude da atração interiônica é função da concentração e da carga


dos íons.

 Íons divalentes, com sua dupla carga, exercem uma atração eletrostática
maior do que um íon univalente.

a) KCl 0,01molL-1 μ = [0,01 x (1) 2 + 0,01 x (1) 2]/2 = 0,01molL-1

b) MgSO4 0,01molL-1 μ = [0,01 x (2) 2 + 0,01 x (2) 2]/2 = 0,04molL-1

O efeito de um eletrólito ocorre devido à atração eletrostática que se


estabelece entre os íons do eletrólito e os íons da espécie química reagente de
carga oposta.

Exemplo: uma solução de ácido acético contendo nitrato de potássio (KNO3)

A presença do eletrólito forte exerce um papel significativo no


estabelecimento da condição de equilíbrio na ionização de ácido acético

69
Química Analítica

HA (aq) + H2O( A - (aq) + H3O+ (aq)

 Os íons hidrônio e acetato estarão rodeados de partículas de carga oposta.

A recombinação dessas espécies iônicas para a formação de moléculas não


ionizadas de ácido acético é dificultada pelas atmosferas eletricamente carregadas
formadas em torno dos íons hidrônio e acetato

Maior grau de ionização do ácido acético

 Os efeitos da força iônica são independentes da natureza do eletrólito


adicionado.

O grau de ionização do ácido acético será o mesmo na presença de NaCl,


KNO3, CaCl2 ou Na2SO4 para concentrações tais desses eletrólitos fazendo com que
a força iônica do meio seja a mesma. O efeito da força iônica sobre o equilíbrio
químico é quantitativamente descrito com o auxílio do conceito de atividade.

70
Química Analítica

ax  atividade da espécie X;

ax = [X]γ X [X]  concentração molar;

γ X  grandeza adimensional chamada coeficiente de atividade.

O coeficiente de atividade é uma grandeza que permite relacionar a atividade


e a concentração da espécie química no meio.

Soluções diluídas  μ é mínima   =1  aX = [X]

Estamos encerrando a unidade. Sempre que surgir uma dúvida entre em


contato com seu tutor virtual através do ambiente virtual de aprendizagem e
consulte sempre a biblioteca do seu polo. Na próxima unidade, aprenderemos os
métodos de preparação de diferentes tipos de soluções de uso comum em
laboratórios.

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

71
Química Analítica

Exercícios – unidade 3

1.Assinale abaixo qual alternativa é incorreta acerca de um equilíbrio químico:


a) A velocidade da reação direta é igual à velocidade da reação inversa.
b) Ambas as reações (direta e inversa) ocorrem simultaneamente (trata-se
de um equilíbrio dinâmico).
c) As características macroscópicas do sistema (desde que fechado) não
mais se alteram.
d) Os sistemas se deslocam espontaneamente para o estado de equilíbrio.
e) Obrigatoriamente, as concentrações de todas as substâncias
participantes do equilíbrio devem ser iguais.

2.Suponha uma reação química genérica do tipo A + B AB que é iniciada


com 2 mols de A e com 2 mols de B. Se, após atingido o equilíbrio químico, a
quantidade de A existente no sistema for de 0,5 mol, a constante de equilíbrio será:

a) 0,5
b) 1,5
c) 3,0
d) 4,0
e) 6,0

3.Uma reação química atinge o equilíbrio químico quando:

a) ocorre simultaneamente nos sentidos direto e inverso.


b) as velocidades das reações direta e inversa são iguais.
c) os reagentes são totalmente consumidos.
d) a temperatura do sistema é igual à do ambiente.
e) a razão entre as concentrações de reagentes e produtos é 1,0.

72
Química Analítica

4.Um equilíbrio envolvido na formação da chuva ácida está representado pela


equação: 2SO2(g) + O2(g) ↔ 2SO3(g)

Em um recipiente de 1 litro, foram misturados 6 mols de dióxido de enxofre e 5


mols de oxigênio. Depois de algum tempo, o sistema atingiu o equilíbrio; o número
de mols de trióxido de enxofre medido foi 4. O valor aproximado da constante de
equilíbrio é:
a) 0,53
b) 0,66
c) 0,75
d) 1,33
e) 2,33

5.Analise o diagrama a seguir que mostra as variações de concentração em


mol/L de NO2 e N2O4 até atingirem o equilíbrio, dado pela reação 2 NO2 N2O4.

Diagrama de reação em equilíbrio químico

Determine a alternativa que indica o valor correto de Kc nessas condições:

a) 0,25
b) 0,5
c) 2,5
d) 2
e) 4

73
Química Analítica

6.Nas condições ambientes, é exemplo de sistema em estado de equilíbrio


uma:

a) xícara de café bem quente;


b) garrafa de água mineral gasosa fechada;
c) chama uniforme de bico de Bunsen;
d) porção de água fervendo em temperatura constante;
e) tigela contendo feijão cozido.

7.A produção de amônia em escala industrial é realizada pelo sistema de


Haber-Bosh em que se controla a pressão e a temperatura, mantendo-se um
sistema em equilíbrio formado entre os gases:

N2(g) + 3 H2(g)  2 NH3(g)

Esse processo fornece um rendimento em produtos da reação de 30%, mas é a


melhor condição de produção. Sobre esse equilíbrio, podemos afirmar que:

a) [N2] = [H2].
b) [NH3] = constante.
c) [N2] = [NH3].

d) vinversa > vdireta.

e) vdireta > vinversa.

74
Química Analítica

8.Uma das principais descobertas que impulsionou a produção de alimentos


foi o processo industrial de Haber-Bosch da produção de amônia, que ocorreu há
cerca de 100 anos, de acordo com a reação (1):

N2(g) + 3H2(g) ⇄ 2NH3(g) (1)

ΔHo = -92 kJ/mol, ΔGo = -16 kJ/mol e Kc = 5,0 x 10 8 (L/mol) 2

O gráfico abaixo representa a modificação que acontece nas concentrações dos


reagentes e produto, após uma perturbação do equilíbrio no tempo. T1

De acordo com o gráfico, essa perturbação poderia ser causada por:


a) Aumento da pressão total.

b) Adição de NH3.

c) Aumento da temperatura.

d) Adição de H2.

e) Adição de N2.

75
Química Analítica

9.Calcule a força iônica de uma solução de KNO3 a 0,2 mol


- -
L 1 e outra de K2SO4 também a 0,2 mol L 1.

Para o KNO3

Para o K2SO4

Ck+Z2k+ + CNO-3Z2NO-3
μ=
2

0,2x1 2 + 0,2x12
μ= = 0,2
2

Ck+Z2k+ + CSO - Z2SO -


4 4
μ=
2

0,4x1 2 + 0,2x22
μ= = 0,6
2

10.Um prego de ferro, em presença de umidade, reage com o oxigênio do ar


produzindo óxido de ferro III hidratado e liberando hidrogênio. A reação acontece
até consumir todo o prego. Dos gráficos abaixo, o que melhor representa a
velocidade (v) dessa reação em função do tempo (t) é:

76
Química Analítica

4 Soluções

77
Química Analítica

Na natureza, raramente encontramos substâncias puras. O mundo que nos


rodeia é constituído por sistemas formados por mais de uma substância: as
misturas. Às misturas homogêneas dá-se o nome de soluções. Logo, podemos dizer
que, soluções são misturas de duas ou mais substâncias que apresentam aspecto
uniforme.

Objetivo da unidade:

Aprender métodos de preparação de diferentes tipos de soluções de uso


comum em laboratórios.

Plano da unidade:

 O que é uma Solução?

 Concentração de Soluções.

 Preparo das Soluções.

 Diluição das Soluções.

Bons estudos!

78
Química Analítica

O que é um a solução?

É uma mistura homogênea de duas ou mais substâncias. A espécie em menor


quantidade é chamada de soluto, e a espécie em maior quantidade é chamada de
solvente.

A concentração informa a quantidade de soluto contida em um


determinado volume ou massa de solução

Solução Aquosa: quando o solvente é água.

As soluções aquosas são importantes, pois:

 Mais de 2/3 do planeta é coberto por água;

 Substância mais abundante no corpo humano;

 Propriedades físico-químicas únicas;

 Solvente para uma ampla variedade de substâncias, sendo considerado


como solvente universal;

 Diversas reações bioquímicas, que garantem o adequado funcionamento


do organismo humano, envolvem substâncias dissolvidas em água;

 Inúmeras reações químicas conhecidas ocorrem em meio aquoso.

Eletrólitos são substâncias químicas que formam íons quando dissolvidas em


água ou outro solvente e assim produzem soluções que conduzem a corrente
elétrica. Eletrólitos Corrente elétrica.

79
Química Analítica

Teoria de dissociação eletrolítica

Processo de solvatação Solubilização

Composto iônico Composto molecular

NaCl  Na+ + Cl- CH3OH Dissolução apenas

Dissociação eletrolítica

80
Química Analítica

Dissociação eletrolítica de substâncias inorgânicas:

NaCl  Na+ + Cl-

MgSO4  Mg2+ + SO4 2-

CaCl2  Ca2+ + 2Cl-

Na2SO4 2Na+ + SO4 2-

Cargas positivas = cargas negativas

nº de cargas do íon = valência

Grau de dissociação de uma substância química.


nº de moléculas dissociadas
α =
nº total de moléculas

α = 0; não há dissociação.

α = 1; dissociação total.

Eletrólitos

O que são eletrólitos fortes?

Eletrólitos fortes são substâncias químicas que se ionizam completamente em


um solvente.

O que são eletrólitos fracos?

Eletrólitos fracos são substâncias químicas que se ionizam parcialmente em um


solvente.

Eletrólito fraco  Ex: ácido acético (CH3COOH)

Eletrólito Forte  Ex: cloreto de sódio (NaCl).

81
Química Analítica

Eletrólitos
FORTES FRACOS
Ácidos
HCl, HNO3, HClO4,
HCN, HF, CH3COOH, CO2(H2CO3), H3PO4
H2SO4 (primeiro próton)
Bases
NaOH, KOH, Ca(OH) 2, BA(OH) 2 NH3(NH4OH), piridina, CH3NH2

NaCl, K2SO4, NH4Cl, MgCl2, Zn(NO3) 2,


PbCl2, HgCl2
AgBrO3, CaCrO4

82
Química Analítica

Concentração de soluções

1) Concentração em mol/L:

É definida como a quantidade de matéria do soluto, em mol, contida em 1 litro


da solução.
m (g)
C(mol/ L) =
MM(g/ mol) x V(L)

Exemplo: Qual é a concentração em mol/L de uma solução preparada


dissolvendo-se 2g de NaOH em 200mL de água destilada?
2g -1
C(mol/ L) = = 2,5 x 10 -1 molL
40g/mol x 0,2L

2g 1000mL 1mol -1
x x =2,5 x 10-1 molL
200mL 1L 40g

2) Porcentagem:

a) A porcentagem em massa por volume (m/v) expressa a massa do soluto,


em g, contida em 100 mL da solução.

Exemplo: uma solução de NaOH a 40% m/v contém 40 g de NaOH em 100 mL


da solução

b) A porcentagem em massa por massa (m/m) expressa a massa do soluto,


em g, contida em 100 g da solução.

Exemplo: o ácido clorídrico a 37% m/m contém 37 g de HCl em 100 g da


solução

c) A porcentagem em volume por volume (v/v) expressa o volume do


soluto, em mL, contido em 100 mL da solução.

83
Química Analítica

Exemplo: uma solução aquosa de metanol a 5% v/v contém 5 mL de metanol


em 100 mL da solução

3) Concentração em g/L:

A concentração em g/L expressa a massa do soluto, em g, contida em 1 L da


solução.

Exemplo: Qual é a concentração em g/L de uma solução preparada


dissolvendo-se 2g de NaOH em 200mL de água destilada?
2g
C(g/ L) = =10gL-1
0,2L

2g 1000mL
x = 10gL-1
200mL 1L

4) Partes por milhão (ppm)

Esta terminologia é usada para expressar concentrações de espécies quando


presentes em quantidades muito pequenas em uma determinada amostra e
representa 1 parte, em massa, da espécie em 1.000.000 de partes, em massa,
da amostra.

1 ppm = 1 mg da espécie / 1 Kg de amostra

1 ppm = 1 μg da espécie / 1 g de amostra

Pode-se expressar concentrações ainda menores, como:

1 ppb = 1 ŋg da espécie / 1 g de amostra.

Na linguagem corrente de laboratório é comum usar-se essa terminologia para


definir a concentração de uma solução. Assim:

1 ppm = 1 mg do soluto / 1 L de solução

1 ppm = 1 μg dop soluto / 1 mL da solução

84
Química Analítica

5) Concentração em eq/L

A normalidade ou concentração normal é o número de equivalente-grama do


soluto contido em 1 litro da solução.
m m (g)
C(eq/ L) = =
E x V MM (g/mol)
x V(L)
x(eq/mol)

Onde:

a) ácidos: x = no de H ionizáveis

b) bases: x = no de OH-

c) sais: x = carga positiva ou negativa total

d) elementos químicos: x = valência

O equivalente-grama foi muito usado em análise volumétrica

1 equivalente-grama de uma substância a ser determinada sempre reage com


1 equivalente-grama da substância padrão, usada para a sua determinação
qualquer que seja a estequiometria da reação de determinação ou de reações
intermediárias que a antecedem
mol 40g
2,5 x 10-1 de NaOH x = 10gL-1 de NaOH
L 1mol

1mol de NaOH 40g de NaOH

2,5 x 10 -1 mol de NaOH x

g 1mol mol
10 de NaOH x de NaOH = 2,5 x 10 -1 de NaOH
L 40g L

Para prepararmos uma solução com uma concentração em mol/L pesamos


uma massa exata do reagente (soluto) ou medimos o volume exato do reagente
(soluto), dissolvemos no solvente adequado em um balão volumétrico,
completamos o volume do balão volumétrico homogeneizamos a solução obtida e

85
Química Analítica

transferimos para um recipiente adequado e o rotulamos informando a


concentração da solução, a data da preparação da solução e o nome de quem
preparou a solução

Preparo de soluções

Exemplo: Descreva a preparação de 100mL de solução de HCl 6,0mol-1 a partir


de sua solução concentrada, com densidade 1,18gmL-1 e 37% (m/m) em HCl
(36,5gmol-1).
37g HCl 1,18g reagente 1000mL 1mol de HCl
C(mol/ L) = x x x =12,0 molL-1
100g de reagente mL reagente 1L 36,5g de HCl

100g de reagente 37g de HCl 1mol de HCl 36,5g de HCl

1,18g de reagente X Y 4,37 x 10 -1g de HCl

X = 4,37 x 10 -1g de HCl Y = 1,2 x 10 -2 mol de HCl

1mL de reagente
1,2 x 10 -2 mol de HCl
1000mL de reagente
Z

O número de mols de HCl requerido é dado por:


1L 6,0mol de HCl
nº mol HCl = 100mL x x = 0,600mol de HCl
1000mL L
Vol. do reagente 1L de reagente
= 0,600mol de HCl x =0,0500L ou 50,0mL
concentrado 12,0 mol de HCl

6,0mol de HCl 1L 12,0 mol HCl L de reagente

X 0,1L 0,600mol HCl Y

X = 0,600mol de HCl Y = 0,0500L ou 50,0mL

Assim dilui-se 50ml do reagente concentrado para 100mL

86
Química Analítica

Diluição de soluções

Soluções diluídas

A partir de soluções concentradas transferindo uma alíquota desta solução


para um recipiente limpo e diluindo para o volume final desejado.

C sol. conc. x V sol. conc. = C sol. dil. x V sol. dil.

12 molL-1 x Vsol. conc. = 6 molL-1 x 0,1L

Vsol. conc. = 0,05 L ou 50 mL de HCl

Estamos encerrando a unidade. Sempre que surgir uma dúvida, entre em


contato com seu tutor virtual através do ambiente virtual de aprendizagem e
consulte sempre a biblioteca do seu polo. Na próxima unidade, vamos descrever
vários métodos empregados para calcular os resultados de uma análise
quantitativa.

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no
processo de ensino-aprendizagem.

87
Química Analítica

Exercícios – Unidade 4

1.A concentração de ácido acético (C2H4O2) no vinagre é da ordem de 0,83 M.


Aproximadamente, quantos gramas desse ácido há em 1 litro de vinagre? Dados: C
= 12; H = 1; O =16

a) 10 g
b) 20
c) 30 g
d) 40
e) 50 g

2.Quantos gramas de Na3PO4 (PM = 164) são necessárias para preparar 5,0
litros de uma solução 3 molar?

a) 10,9
b) 65,6
c) 98,4
d) 273
e) 2460

3.Uma solução foi preparada dissolvendo-se 4,0 g de cloreto de sódio (NaCl)


em 2,0 litros de água. Considerando que o volume da solução permaneceu 2,0 L,
qual é a concentração da solução final?
a) 2g/L
b) 4g/L
c) 6 g/L
d) 8 g/L
e) 10 g/L

88
Química Analítica

4.Considere duas latas do mesmo refrigerante, uma na versão “diet” e outra na


versão comum. Ambas contêm o mesmo volume de líquido (300 mL) e têm a
mesma massa quando vazias. A composição do refrigerante é a mesma em ambas,
exceto por uma diferença: a versão comum contém certa quantidade de açúcar,
enquanto a versão “diet” não contém açúcar (apenas massa desprezível de um
adoçante artificial). Pesando-se duas latas fechadas do refrigerante, foram obtidos
os seguintes resultados:

Amostra Massa (g)


Lata com refrigerante comum 331,2
Lata com refrigerante “diet” 316,2

Por esses dados, pode-se concluir que a concentração, em g/L, de açúcar no


refrigerante comum é de, aproximadamente:
a) 0,020
b) 0,050
c) 1,1
d) 20
e) 50

5.Uma das potencialidades econômicas do Rio Grande do Norte é a produção


de sal marinho. O cloreto de sódio é obtido a partir da água do mar nas salinas
construídas nas proximidades do litoral. De modo geral, a água do mar percorre
diversos tanques de cristalização até uma concentração determinada. Suponha
que, numa das etapas do processo, um técnico retirou 3 amostras de 500 mL de um
tanque de cristalização, realizou a evaporação com cada amostra e anotou a massa
de sal resultante na tabela a seguir:

Volume da
Amostra Massa de sal (g)
amostra (mL)
1 500 22
2 500 20
3 500 24

89
Química Analítica

A concentração média das amostras será de:


a) 48 g/L.
b) 44 g/L.
c) 42 g/L.
d) 40 g/L
e) 55 g/l.

6.Qual deve ser o volume de água adicionado a 50 cm 3 de solução de


hidróxido de sódio (NaOH), cuja concentração é igual a 60 g/L, para que seja obtida
uma solução a 5,0 g/L?

a) 0,6 L
b) 600 cm 3
c) 0,55 L
d) 500cm 3
e) 600 L

7.Qual é o volume de solução aquosa de sulfato de sódio, Na2SO4, a 60 g/L, que


deve ser diluído por adição de água para se obter um volume de 750 mL de
solução a 40 g/L?

a) 250 mL

b) 500 mL

c) 600 mL

d) 750 mL

e) 1800 mL

90
Química Analítica

8. 200 mL de solução 24,0 g/L de hidróxido de sódio são misturados a 1,3 L de


solução 2,08 g/L de mesmo soluto. A solução obtida é então diluída até um volume
final de 2,5 L. A concentração em g/L da solução, após a diluição, é
aproximadamente igual a:

a) 26,0
b) 13,0
c) 3,0
d) 5,0
e) 4,0

9.Qual será o volume de água que deve ser acrescentado a 300ml de uma
solução 1,5 mol/L de ácido clorídrico (HCl) para torná-la 0,3mol/L?

91
Química Analítica

10.Ao adicionar uma quantia de 75mL de água diretamente em 25mL de uma


solução 0,20M de cloreto de sódio (NaCl), obtemos uma solução de concentração
molar igual a:

92
Química Analítica

5 Cálculos Empregados na
Química Analítica

93
Química Analítica

Nesta unidade, vamos descrever vários métodos empregados para calcular os


resultados de uma análise quantitativa. Começaremos apresentando o sistema SI
(Sistema Internacional) de unidades e a distinção entre massa e peso. Então, vamos
discutir o mol, a medida da quantidade de uma substância química. Em seguida,
consideraremos as várias formas pelas quais a concentração é expressa.
Finalmente, vamos tratar a estequiometria química. Provavelmente, você já se
deparou com a maior parte do material contido nesta unidade em disciplinas de
química geral.

Objetivos da unidade:

Ao final desta unidade o aluno (a) deverá compreender os esforços de


cisalhamento em um elemento de junta (rebite, parafusos, solda ou pinos), quando
esta junta estiver sob tração ou compressão.

Plano da unidade:

 Algumas unidades importantes


 Unidades SI

Bons estudos!

94
Química Analítica

Algumas unidades importantes

Unidades SI

SI é o acrônimo para a expressão em francês Système International d’Unités.

Os cientistas ao redor do mundo adotam um sistema padronizado de medidas,


conhecido como Sistema Internacional de Unidades (SI).

Esse sistema está baseado nas sete unidades fundamentais apresentadas na


Tabela 4-1. Inúmeras outras unidades úteis, como volt, hertz, Coulomb e joule, têm
sua origem a partir das unidades básicas.

Para expressar quantidades medidas pequenas ou grandes, em termos de


poucos dígitos, são usados prefixos juntamente com as unidades básicas e outras
unidades. Como mostrado na Tabela 4-2, esses prefixos multiplicam as unidades
por várias potências de 10. Por exemplo, o comprimento de onda da radiação
amarela usado na determinação de sódio por fotometria de chama é de cerca de
5,9 x 10 -7 m, que pode ser expresso de forma mais compacta como 590 nm
(nanômetros); o volume de um líquido injetado em uma coluna cromatográfica é
frequentemente de cerca de 50 X10 -6 L, ou 50 mL (microlitros); ou a quantidade de
memória de um disco rígido de 20 X 10 9 bytes, ou 20 Gbytes (gigabytes). Na
química analítica, frequentemente determinamos a quantidade de espécies
químicas a partir de medidas da massa. Para essas medidas, as unidades métricas
de quilogramas (kg), gramas (g), miligramas (mg) ou microgramas (mg) são
empregadas. Volumes de líquidos são medidos em unidades SI de litros (L),
mililitros (mL) e algumas vezes microlitros (mL).

95
Química Analítica

Tabela: 4.1 – Unidades Básicas SI

Unidades Básicas SI
Quantidade Física Nome da Unidade Abreviatura
Massa quilograma kg
Comprimento metro m
Tempo segundo s
Temperatura kelvin K
Quantidade de substância mol mol
Corrente elétrica ampère A
Intensidade luminosa candela cd

O litro, a unidade SI para volume, é definido exatamente como 10 -3 m 3. O


mililitro é definido como 10 -6 m 3, ou 1cm 3.

A Distinção entre Massa e Peso

É importante entender a diferença entre massa e peso. Massa é uma medida


invariável da quantidade de matéria contida em um objeto. Peso é a força da
atração entre um objeto e sua vizinhança, principalmente a Terra. Uma vez que a
atração gravitacional varia dependendo da localização, o peso de um objeto
depende de onde ele é avaliado. Por exemplo, um cadinho pesa menos em
Teresópolis que no Rio de Janeiro (ambas as cidades estão aproximadamente na
mesma latitude) porque a força atrativa entre o cadinho e a Terra é menor na
altitude elevada de Teresópolis. De maneira similar, o cadinho pesa mais em
Fortaleza que no Rio de Janeiro (ambas as cidades estão no nível do mar)
porquanto a Terra é um tanto achatada nos polos e a força de atração aumenta
significativamente com a latitude. A massa do cadinho, entretanto, permanece
constante a despeito de onde você a tenha medido.

96
Química Analítica

O peso e a massa estão relacionados pela conhecida expressão: p = mg, em


que p é peso de um objeto, m é a sua massa e g é a aceleração da gravidade. Uma
análise química sempre está baseada na massa. Assim, os resultados nunca
dependerão da localidade. Uma balança é usada para comparar a massa de um
objeto com a massa de um ou mais padrões. Como g afeta a ambos, igualmente, o
objeto de massa desconhecida e os pesos-padrão, a massa do objeto é idêntica à
massa do padrão com a qual está sendo comparada.

A distinção entre massa e peso é frequentemente esquecida no uso comum e


o processo de comparar as massas é normalmente chamado pesagem. Mais do que
isso, os objetos com massa conhecida, assim como os resultados das pesagens, são
frequentemente chamados pesos. Tenha sempre em mente, contudo, que dados
analíticos são baseados na massa em vez do peso. Portanto, ao longo deste livro
usaremos massa em lugar de peso para descrever as quantidades de substâncias
ou objetos. Por outro lado, devido a ausência de uma palavra mais apropriada,
usaremos “pesar” para o ato de determinar a massa de um objeto. Igualmente, com
frequência, utilizaremos “pesos” para expressar as massas-padrão usadas na
pesagem.
Tabela: 4.2 – Prefixos para as Unidades

Prefixos para as Unidades


Prefixo Abreviatura Multiplicador
yotta- Y 10 24
zetta- Z 10 21
exa- E 10 18
peta- P 10 15
tera- T 10 12
giga- G 10 9
mega- M 10 6
kilo- k 10 3
hecto- h 10 2
deca- da 10 1
deci- d 10 -1
centi- c 10 -2

97
Química Analítica

Prefixos para as Unidades


mili- m 10 -3
micro- 10 -6
nano- n 10 -9
pico- p 10 -12
femto- f 10 -15
atto- a 10 -18
zepto- z 10 -21
yocto- y 10 -24

O Mol

O mol é a unidade SI para a quantidade de espécies químicas. Está sempre

associado com a fórmula química e representa o número de Avogadro (6,022 X


10 23) de partículas representadas por aquela fórmula. A massa molar (M) de uma

substância é a massa em gramas de 1 mol da substância. Massas molares são


calculadas pela soma das massas atômicas de todas as substâncias que estão
contidas na fórmula química. Por exemplo, a massa molar do formaldeído, CH2O, é:

1mol C 12,0 g 2mol H 1,0 g 1mol O 16,0 g


MCH 2 O= × + × + ×
mol CH 2O mol C mol CH2 O mol H mol CH2 O mol O

MCH 2 O=30,0g/mol CH2O

e para a glicose, C6H12O6, é


6mol C 12,0 g 12mol H 1,0 g 6mol O 16,0 g
MC6 H 12O6 = × + × + ×
mol C6 H12O6 mol C mol C6 H12 O6 mol H mol C6 H12O6 mol O

MC6 H 12O6 =180,0g/mol C6 H12O6

98
Química Analítica

Assim, 1 mol de formaldeído tem uma massa de 30,0 g e 1 mol de glicose tem
uma massa de 180,0 g.

O Milimol

Algumas vezes, é mais conveniente fazer os cálculos com milimols (mmol) do


que com o mol; o milimol é 1/1.000 do mol. A massa em gramas de um milimol, a
massa milimolar (mM), também é 1/1.000 da massa molar.

Cálculos da Quantidade de uma Substância em Mols ou Milimols

Os dois exemplos que seguem ilustram como o número de mols e milimols de


uma espécie pode ser determinado a partir da sua massa em gramas ou da massa
de uma espécie quimicamente relacionada.

1) Quantos mols e milimols de ácido benzóico (M = 122,1g/mol) estão contidos


em 2,00 g do ácido puro?
Se usarmos HBz para simboliza o ácido benzóico, podemos escrever que 1
mol de HBz tem uma massa de 122,1 g. Assim, quantidades de HBz = nHBz =
2,00 g HBz x 1 mol HBz/122,1 g HBz
nHBz = 0,0164 mol HBz
Para obtermos o número de milimols, dividimos pela massa milimolar (0,1221
g/mmol). Isto é, quantidades de HBz = 2,00 g HBz x 1mmol HBz/0,1221 g HBz
= 16,4 mmol HBz

2) Quantos gramas de Na+ (22,9 g/mol) estão contidos em 25,0 g de Na2SO4(142


g/mol) ?

A fórmula química nos diz que 1 mol de Na2SO4 contém 2 mols de Na+ . Isto é,
quantidade de Na+ = nNa+ = nº mol de Na2SO4 x 2mol Na+ /mol de Na2SO4

99
Química Analítica

Para obtermos o número de mols de Na2SO4 procedemos como no exemplo


anterior: Quantidade de Na2SO4 = n Na2SO4 = 25,0 g Na2SO4 x 1 mol de Na2SO4/142,0
g Na2SO4

Combinando esta equação com a primeira, temos:

Quantidade de Na+ = nNa+ = 25,0 g Na2SO4 x 1 mol Na2SO4/142g Na2SO4 x 2 mol


+ /mol
Na Na2SO4

Para obtermos a massa de sódio em 25,0 g de Na2SO4, multiplicarmos o


número de mols de átomos de Na+ pela massa molar do Na+ , 22,99 g, isto é,

Massa de Na+ = nº mol Na+ x 22,99 g Na+ /mol Na+

Substituindo a equação anterior temos a quantidade em gramas de Na+ :

Massa de Na+ = 25,0 g Na2SO4 x 1 mol Na2SO4/142,0 g de Na2SO4 x 2 mol de


+ /mol
Na Na2SO4 x 22,99 g de Na+ /mol de Na+ = 8,10 g Na+

Soluções e suas concentrações

Concentrações de Soluções

Os químicos expressam as concentrações de espécies em solução de várias


maneiras. As mais importantes são descritas nesta seção.

Concentração Molar

A concentração molar cX de uma solução contendo a espécie química X é dada


pelo número de mols da espécie que está contida em 1 L de solução (e não em 1 L
do solvente). A unidade da concentração molar é a molaridade1, M, que tem as
dimensões mol L-1. A molaridade também expressa o número de milimols de um
soluto por mililitro de solução.

nº mol do soluto nº mmol do soluto


cx= =
nº L da solução nº mL da solução

100
Química Analítica

EXEMPLO

Calcular a concentração molar de etanol em uma solução aquosa que contém


2,30g de C2H5OH (46,07g/mol) em 3,50L de solução.

Uma vez que a molaridade é o número de mols do soluto por litro da solução,
ambas as quantidades serão necessárias. O número de litros é dado por 3,50 , assim
o que precisamos é converter o número de gramas de etanol para o
correspondente número de mols.
1mol C2H 5OH
quantidade de C2 H5 OH=nC2 H 5OH=2,30g C2H5 OH×
46,07g C2H 5OH

quantidade de C2 H5 OH=0,04992mol C2 H5OH

Para obtermos a concentração molar, CC2 H5 OH, dividimos pelo volume. Assim,
1mol C2 H5 OH
2,30g C2 H5OH×
46,07g C2H5 OH
CC2 H 5OH=
3,50L

CC2 H 5 OH=0,0143mol C2 H5OH/L = 0,0143mol L-1

Concentração Molar Analítica

A concentração molar analítica de uma solução fornece o número total de


mols de um soluto em 1 L de solução (ou o número total de milimols em 1 mL). Isto
é, a molaridade analítica especifica a receita pela qual a solução pode ser
preparada. Por exemplo, uma solução de ácido sulfúrico que tem uma
concentração analítica de 1,0 mol L-1 pode ser preparada pela dissolução de 1,0
mol, ou 98g, de H2SO4 em água, diluindo para exatamente 1,0 L.

101
Química Analítica

Concentração Molar de Equilíbrio

A concentração molar de equilíbrio expressa a concentração molar de uma

espécie em particular, em uma solução, no equilíbrio. Para determinar a


concentração molar de uma espécie, é necessário conhecer como o soluto se
comporta quando é dissolvido em um solvente. Por exemplo, a concentração
molar da espécie do H2SO4 em uma solução, com uma concentração analítica de
1,0 mol L-1 é 0,0 mol L-1 porque o ácido sulfúrico está totalmente dissociado em
uma mistura dos íons H+ , HSO4– e SO; essencialmente nenhuma molécula de H2SO4
está presente na solução. As concentrações de equilíbrio, e desta forma as
concentrações molares das espécies, desses três íons são 1,01, 0,99 e 0,01 mol L-1,
respectivamente.

As concentrações molares de equilíbrio são frequentemente simbolizadas,


colocando-se colchetes ao redor da fórmula química da espécie, assim para nossa
solução de H2SO4, com uma concentração analítica de 1,0 mol L-1, podemos
escrever:

[H2SO4] = 0,00 mol L-1 [H+ ] = 1,01 mol L-1

[HSO4 -] = 0,99 mol L-1 [SO42-] = 0,01 mol L-1

102
Química Analítica

Calcular as concentrações molares analítica e de equilíbrio para as espécies do


soluto presentes em uma solução aquosa que contém 285 mg de ácido
tricloroacético, Cl3CCOOH (163,4 g/mol), em 10 mL (o ácido é 73% ionizável em
água).

Como no Exemplo 4-3, calculamos o número de mols de Cl3CCOOH, o qual


designamos como HA, e dividimos pelo volume da solução, 10,0 mL, ou 0,01000 L.
Assim, quantidade de HA = nHA = 285 mg de HA x 1mg HA/1.000 mg de HA x 1 mol
de HA/163,4 g de HA

= 1,744 x103 mol HA

Então, a concentração molar analítica, cHA é nessa solução, 73% do HA se dissocia,


dando H+ + A -

HA  H+ + A - Então a molaridade da espécie HA é 27% de cHA . Assim, [HA] = cHA

(100 - 73)/100 = 0,174 x 0,27 = 0,047 mol L-1 A molaridade da espécie A é igual a
73% da concentração analítica de HÁ. Isto é,

[A -] = 73 mol de A -/100 mol HA x 0,174 mol HA/L = 0,127 mol L-1


Como 1 mol de H+ é formado a cada mol de A -, também podemos escrever:
[H+ ] = [HA -] = 0,127 mol.L-1

Estequiometria química
A estequiometria de uma reação é a relação entre o número de mols de
reagentes e produtos, como especificados por uma equação balanceada.

A estequiometria é definida como a relação quantitativa existente entre as


espécies químicas que reagem entre si.

103
Química Analítica

Cálculos Estequiométricos

Uma equação química balanceada fornece as razões de combinação, ou


estequiometria (em unidades de mols) de reagentes e seus produtos. Assim, a
equação 2NaI(aq) + Pb(NO3) 2(aq)  PbI2(s) + 2NaNO3(aq) , indica que 2 mols de iodeto
de sódio aquoso se combinam com 1 mol de nitrato de chumbo aquoso para
produzir 1 mol de iodeto de chumbo sólido e 2 mols de nitrato de sódio aquoso.

O exemplo, mostrado no quadro abaixo, demonstra como os pesos em


gramas, de reagentes e produtos, estão relacionados em uma reação química.

(a) Qual a massa de AgNO3 (169,9g/mol) necessária para converter 2,33g de


Na2CO3 (106,0 g/mol) para Ag2CO3?
(b) Qual a massa de (275,7 g/mol) que será formada?

(a) Na2CO3(aq) + 2 Ag2CO3(aq)  Ag2CO3(aq) + 2NaNO3(aq)


Etapa nº1.
1mol Na2 CO3
nº mol Na2 CO3 =nNa2 CO3 =2,33g Na2 CO3 ×
106,0g Na2CO3
nº mol Na2 CO3 =0,02198mol Na2CO3

Etapa nº2. A equação balanceada mostra que


2mol AgNO3
nº mol AgNO3=nAgNO3 =0,02198mol Na2CO3 ×
1mol Na2CO3
nº mol AgNO3 =0,04396mol AgNO3
Aqui a razão estequiométrica é (2mol AgNO3) / (1mol Na2CO3).

Etapa nº3.
169,9g AgNO3
massa AgNO3=0,04396mol AgNO3 × =7,47g AgNO3
mol AgNO3

(b) nº mol Ag2CO3 = nº mol Na2CO3 = 0,02198mol

275,7g Ag2CO3
massa Ag2CO3 =0,02198mol Ag2 CO3 × =6,06g Ag2CO3
mol Ag2 CO3

104
Química Analítica

Vejamos mais um exemplo:

Qual a massa de Ag2CO3 (275,7g/mol) formada quando 25,0mL de AgNO3 0,200mol


L-1 são misturados com 50,0 mL de Na2CO3 0,0800mol L-1 ?
A mistura dessas duas soluções resultará em uma (e apenas uma) das três
alternativas que seguem:
(a) Um excesso de AgNO3 permanecerá após a reação ter se completado.
(b) Um excesso de Na2CO3 permanecerá após a reação ter se completado.
(c) Não existirá excesso de qualquer reagente (isto é, o número de mols de Na2CO3
é exatamente igual a duas vezes o número de mols de AgNO3).

Como primeiro passo, precisamos estabelecer qual das situações se aplica,


calculando as quantidades de reagentes (em unidades químicas) disponíveis
inicialmente.
As quantidades iniciais são:
1L Ag NO3 0,200mol Ag NO3
quantidade de AgNO3=nAgNO3 = 25,0mL AgNO3× ×
1000mL Ag NO3 L AgNO3
-3
quantidade de AgNO3 = 5,00 x 10 mol AgNO3

1L Na2CO3 0,0800mol Na2CO3


nº mol Na2CO3=nNa2 CO3 = 50,0mL Na2CO3× ×
1000mL Na2CO3 L Na2 CO3
nº mol Na2 CO3 = 4,00 x 10 -3 mol Na2 CO3

2-
Como cada íon CO3 reage com dois íons Ag+, 2 x 4,00 x 10-3 = 8,00 x 10 -3mol AgNO3 é
necessário para reagir com o Na2CO3. Uma vez que temos AgNO3 em quantidade
insuficiente, a situação (b) prevalece e a quantidade de Ag2CO3 produzida será
limitada pela quantidade de AgNO3 disponível. Assim,
1mol Ag2CO3 275,7g Ag2CO3
massa Ag2CO3= 5,00 × 10-3mol AgNO3× ×
2mol AgNO3 mol Ag2CO3
massa Ag2 CO3 = 0,689g Ag2 CO3

105
Química Analítica

Finalizamos a unidade. Sempre que surgir uma dúvida, entre em contato com
seu tutor virtual através do ambiente virtual de aprendizagem (AVA) e consulte
sempre a biblioteca do seu polo.

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no
processo de ensino-aprendizagem.

106
Química Analítica

Exercícios – Unidade 5

1.Qual a diferença entre concentração molar de uma espécie e concentração


molar analítica?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

2.Quantos íons Na+ estão contidos em 5,43 g de Na3PO4?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

3.A combustão completa do metano (CH4) produz dióxido de carbono (CO2) e


água. A alternativa que representa o número de mol de CO2 produzido na
combustão de 0,3 mol de CH4 é:

CH4 + 2 O2  CO2 + 2 H2O

a) 1,2.

b) 0,6.

c) 0,9.

d) 0,3.

e) 1,5.

107
Química Analítica

4.Os pratos A e B de uma balança foram equilibrados com um pedaço de papel


em cada prato e efetuou-se a combustão apenas do material contido no prato A.
Esse procedimento foi repetido com palha de aço em lugar de papel. Após cada
combustão, observou-se:

Com papel Com palha de aço


a) A e B no mesmo nível A e B no mesmo nível
b) A abaixo de B A abaixo de B
c) A acima de B A acima de B
d) A acima de B A abaixo de B
e) A abaixo de B A e B no mesmo nível

5.O metano (CH4), também conhecido por gás dos pântanos, é produzido pela
decomposição de compostos orgânicos, na ausência de oxigênio, por
determinadas bactérias e consumido na própria atmosfera. Quando 5 mols de
metano reagem com 3 mols de oxigênio, o número de mols de gás carbônico
(CO2) liberados será igual a: CH4(g) + 2 O2(g)  CO2(g) + 2 H2O(vapor)

a) 1,0 mol.

b) 1,5 mols.

c) 3,0 mols.

d) 3,5 mols.

e) 5,0 mols.

108
Química Analítica

6.Os exageros do final de semana podem levar o indivíduo a um quadro de


azia. A azia pode ser descrita como uma sensação de queimação no esôfago,
provocada pelo desbalanceamento do pH estomacal (excesso de ácido clorídrico).
Um dos antiácidos comumente empregados no combate à azia é leite de
magnésia.

O leite de magnésia possui 64,8g de hidróxido de magnésio [Mg(OH)2] por


litro da solução. Qual a quantidade de ácido neutralizado ao se ingerir 9 mL de leite
de magnésia?

Dados: Massas molares (em g/mol): Mg = 24,3; Cl = 35,4; O = 16; H = 1.

a) 20 mol.

b) 0,58 mol.

c) 0,2 mol.

d) 0,02 mol.

e) 0,01 mol.

7.A reação completa entre 5,0g de gás carbônico e 8,0g de hidróxido de sódio,
segundo a equação: CO2 + 2 NaOH Na2CO3 + H2O produz ______ g de carbonato
de sódio, restando _____ g do reagente colocado em excesso. Os números que
preenchem corretamente as lacunas são, respectivamente:

a) 10,6g e 0,6g.

b) 12,0g e 1,0g.

c) 5,8g e 4,0g.

d) 10,0g e 3,0g.

e) 8,3g e 0,6g.

109
Química Analítica

8.Ao se juntarem em solução 320g de ácido sulfúrico e 240g de hidróxido de


sódio, obtém-se aproximadamente a massa do sulfato e de água, respectivamente,
como.

Dados: H = 1 u.; O = 16 u.; Na = 23 u.; S = 32 u.

a) 340g e 220g.

b) 390g e 170g.

c) 426g e 134g.

d) 426g e 108g.

e) 545g e 15g.

9.A embalagem de um sal de cozinha comercial com reduzido teor de sódio, o


chamado "sal light, traz a seguinte informação: "Cada 100g contém 20g de sódio..."
. Isto significa que a porcentagem (em massa) de NaCl nesse sal é
aproximadamente igual a: (Dados: Massas Molares, Na = 23, NaCl = 58)

a) 20
b) 40
c) 50
d) 60
e) 80

10.O corpo humano necessita diariamente de 12 mg de ferro. Uma colher de


feijão contém cerca de 4,28 x 10 – 5 mol de ferro. Quantas colheres de feijão, no
mínimo, serão necessárias para que se atinja a dose diária de ferro no organismo?

a) 1

b) 3

c) 5

d) 7

e) 9

110
Química Analítica

Considerações Finais

Caro(a) aluno(a).

Espera-se que, com este livro, você consiga se envolver na disciplina, entenda
como definir os conceitos básicos da Química Analítica, saiba as grandezas
envolvidas neste estudo, bem como desenvolver o raciocínio lógico, sabendo
utilizar e aplicar as equações pertinentes aos vários assuntos abordados e
estudados nesta presente obra, no âmbito profissional e, consequentemente, na
sociedade em que se encontra inserido(a).

Bons estudos!

111
Química Analítica

112
Química Analítica

Conhecendo o autor

Paulo César Oliveira Carvalho

Graduado em Engenharia de Operações (Modalidade Mecânica) pelo CENTRO


FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA (CEFET-RJ) em 1981; Bacharel e Licenciado
em Química pelas Faculdades de Humanidades Pedro II (FAHUPE) em 1997; pós-
graduado em Química, tendo obtido o título de Especialista em Ensino de Química
pela Universidade Federal Fluminense – Niterói em 2007; Mestre em Ciências dos
Materiais pela UERJ em 2012. Professor Docente I com duas matrículas obtidas
através de concurso público pela SEEDUC (Secretaria Estadual de Educação do Rio
de Janeiro); Professor da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO); foi
professor do Colégio de Aplicação Dom Hélder Câmara – São Gonçalo/RJ; atuou
como supervisor da produção na Protec Química de 1982 a 1984. Atualmente, é
responsável técnico na Elegance Elevadores e Equipamentos – RJ, desde 2010.

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Química Analítica

114
Química Analítica

Refer ências

FELTRE, Ricardo. Química – Físico Química vol. 2. Editora Moderna, 6ª edição.


2004.

HARRIS, D. C. Análise Química Quantitativa, Editora LTC, 8ª edição, 2010.

JEFFERY, G. H.; Bassett, J.; Mendham, J.; Denney, R. C. Tradução Macêdo H. Vogel
Análise Química Quantitativa, Editora Guanabara Koogan S.A, 5 ª edição, 1992.

SKOOG, D. A, West, D. M., Holler, F. J., Crouch, S. R. Fundamentos de Química


Analítica, Editora Thomson, tradução da 8ª edição, 2006

VOGEL. A. J. Química Analítica Qualitativa. Ed Mestre Jou. 5ª Ed, 1981.

115
Química Analítica

116
Química Analítica

A nexos

117
Química Analítica

Gabaritos

Unidade 1

1) B.
2) Resposta baseada nos conteúdos
3) E.
4) A.
5) Resposta baseada nos conteúdos
6) A.
7) C.
8) Responda conforme o aprendido no texto.
9) C.
10) A.

Unidade 2
1) Microanálise, Microanálise, Semimicroanálise e Ultramicroanálise.
2)
Controle de qualidade (matéria prima e/ou produto final)
Controle de produção (adição de C, Ni, Cr na fabricação de aço)
Avaliação ambiental (poluentes)
Exposição ocupacional (análise do ambiente ou fluído biológico)

3)B

4)A

5) C

6)C

7)B

118
Química Analítica

8) O teste de chama é um procedimento usado para testar qualitativamente a


presença de certos metais em compostos químicos.
9) Solução:

Para o KNO3

2 2
Ck+Z k+ + CNO-3 Z NO-3
μ=
2
- - -
[K+ ] = 0,2 mol L 1 [NO 3 ] = 0,2 mol L 1

0,2x12 + 0,2x12
μ= = 0,2
2
Para o K2SO4

Ck+Z 2k+ + CSO4- Z 2SO4-


μ=
2
[K+ ] = 0,4 mol L-1 [SO2 -4 ] = 0,2 mol L-1

0,4x12 + 0,2x22
μ= = 0,6
2

Essa característica pode ser observada também na pirotecnia por produzir


uma gama de cores. Como aquele show de cores na queima de fogos do início do
ano.

10.A

Unidade 3

1) E

2) E

3) B

4) D

119
Química Analítica

5) A
6) B

7) B
8) A
9) Para o KNO3

CK + Z2K+ + CNO-3Z2NO-3
μ=
2
- - -
[K+ ] = 0,2 mol L 1 [NO 3 ] = 0,2 mol L 1

0,2 x 12 + 0,2 x 1 2
μ= = 0,2
2

Para o K2SO4

CK + Z2K+ + CSO2- Z2SO2-


4 4
μ=
2

[K+ ] = 0,4 mol L-1 [SO2 -4 ] = 0,2 mol L-1


0,4 x 12 + 0,2 x 2 2
μ= = 0,6
2

10) A.

Unidade 4

1) 50 g
2) 2460

3) 2g/L

4) 50
5) 44 g/L

6) 0,55 L

7) 500 mL
8) 3,0

120
Química Analítica

9) Volume adicionado (Va)= ? Volume inicial (Vi) = 300 mL Molaridade inicial


(Mi) = 1,5 mol/L Molaridade final (MF) = 0,3 mol/L

Como o volume final não foi fornecido e o exercício deseja o volume


adicionado, temos que: VF = Vi + Va Assim: VF = 300 + Va

Em seguida, basta substituir o valor de VF na fórmula da diluição e


molaridade: Mi.Vi = MF.VF 1,5.300 = 0,3. (300.Va) 450 = 90 + 0,3.Va

450 – 90 = 0,3.Va 0,3.Va = 360 Va = 360/0,3 Va = 1200 Ml

10) Volume adicionado (Va) = 75 mL Volume inicial (Vi) = 25 mL

Molaridade inicial (Mi) = 0,2 M Molaridade final (MF) = ?

Como o volume final não foi fornecido basta calculá-lo por meio dos
volumes inicial e da água que foi adicionada:

VF = Vi + Va VF = 25 + 75 VF = 100 mL

Em seguida, basta utilizar a fórmula da diluição e molaridade:

Mi.Vi = MF.VF 0,2.25 = MF.100 5 = MF.100 MF = 0,05 M

121
Química Analítica

Unidade 5

1) A molaridade (concentração molar) de uma espécie é o número de moles de


essa espécie contidos em 1 litro de solução (Não em 1 litro de solvente).

Sua unidade é M(Mol/L)

Já a concentração analítica também chamada de concentração formal


(formalidade), é quando uma substância se dissolve, com frequência sofrendo uma
mudança química, dissociada em Ións. Ex: Uma solução 1,0 formal(F) de H2SO4
pode ser preparada dissolvendo 1,0 Mol, ou 98 g de H2SO4 em água deluindo até
1 litro.

2) 5,98 x1022 Na+ íons

3) d

4) d

5) b

6) d

7) a

8) d

9) c

10) c

122
Química Analítica

123
Química Analítica

TABELA DE CÁTIONS TABELA DE ÂNIONS

+1 (Monopositivos) Monovalentes (-1) HSO4 Hidrogenossulfato (VI)


(Hidrogenossulfato ou
Li Lítio Cl Cloreto
sulfato ácido ou bissulfato)
Na Sódio Br Brometo
HCO3 Hidrogenocarbonato
K Potássio I Iodeto (bicarbonato ou
Rb Rubídio F Fluoreto carbonato ácido)
Cs Césio ClO Clorato (I) (hipoclorito) H2PO4 Diidrogenofosfato (V)
Ag Prata ClO2 Clorato (III) (clorito) (diidrogenofosfato ou
NH4 Amônio ClO3 Clorato (V) (clorato) fosfato diácido)
H3O Hidroxônio (Hidrônio) ClO 4 Clorato (VII) (perclorato)
BrO Bromato (I) (hipobromito) Bivalentes (-2)
+2 (Dipositivos) BrO2 Bromato (III) (bromito) S Sulfeto
Be Berílio BrO3 Bromato (V) (bromato) SO3 Sulfato (IV) (sulfito)
Mg Magnésio IO Iodato (I) (hipoiodito) SO4 Sulfato (VI) (sulfato)
Ca Cálcio IO3 Iodato (V) (iodato) S2O7 Dissulfato (VI) (pirossulfato)
Sr Estrôncio IO4 Iodato (VII) (periodato) HPO3 Fosfato (III) (fosfito)
Ba Bário NO2 Nitrato (III) (nitrito) SiO3 Metassilicato
Ra Rádio NO3 Nitrato (V) (nitrato) Cr2O7 Dicromato (VI)
Zn Zinco N3 Azoteto
O Óxido
NH2 Amideto
+3 (Tripositivos) O2 Peróxido
CN Cianeto
Al Alumínio [Zn(OH)4] Tetraidroxizincato
OCN Cianato
[PtCl 6] Hexacloroplatinado (IV)
+1 e +2 (Mono e Dipositivos) NCO Isocianato
HPO4 Hidrogenofosfato (V)
Cu Cobre ONC Fulminato
(hidrogenofosfato ou fosfato
Hg Mercúrio SCN Tiocianato ácido)
PO3 Metafosfato
+2 e +3 (Di e Tripositivos) H2PO2 Hipofosfito Trivalentes (-3)
Fe Ferro MnO4 Manganato (VII) N Nitreto
Co Cobalto (permanganato)
PO4 Ortofosfato (V) (fosfato)
Ni Níquel CH 3COO Etanoato (acetato)
AsO4 Arsenato (V) (arsenato)
OH Hidróxido
+1 e +3 (Mono e Tripositivos) [Al(OH)4] Tetraidroxialuminato [Fe(CN)6] Hexacianoferrato (III)
Au Ouro H Hidreto
O2 Hiperóxido Tetravalentes (-4)
+2 e +4 (Di e Tetrapositivos) P 2O7 Difosfato (V) (pirofosfato)
HS Hidrogenossulfeto
Sn Estanho SiO4 Ortossilicato
HSO3 Hidrogenossulfato (IV)
Pb Chumbo (Hidrogenossulfito ou [Fe(CN)6] Hexacianoferrato (II)
Pt Platina sulfito ácido ou bissulfito)

124

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