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Manual de formação

Índice

Índice............................................................................................................................................ 2
Condições Gerais de Utilização..................................................................................................... 3
Objetivos Gerais do Módulo......................................................................................................... 4
.................................................................................................................................................... 5
Objetivos Específicos do Módulo.................................................................................................. 5
Introdução.................................................................................................................................... 6
1.Organização .............................................................................................................................. 7
1.1.Conceito de Organização ................................................................................................... 7
1.2.Cultura Organizacional........................................................................................................ 9
1.2.1.As Dimensões e tipos de cultura organizacional ........................................................ 13
1.3.Tipos de organização ........................................................................................................ 15
1.3.1. Organização pública.................................................................................................. 15
1.3.2. Organização Privada ................................................................................................. 17
1.3.3. Organização Nacional ....................................................................................... 17
1.3.4. Organização Internacional........................................................................................ 18
2.Empresa .................................................................................................................................. 20
2.1.Conceito de empresa ....................................................................................................... 20
2.2.Objetivos e Papel na sociedade........................................................................................ 21
2.2.1.Missão de uma empresa............................................................................................ 22
2.2.2.Visão de uma Empresa .............................................................................................. 23
2.3.Elementos constitutivos: Sectores da empresa................................................................ 25
........................................................................................................................................... 25
3.Classificação das organizações ................................................................................................ 27
3.1.Classificação quanto à Forma Jurídica .............................................................................. 27
3.2.Classificação quanto à Dimensão ..................................................................................... 30
3.3.Classificação quanto á propriedade.................................................................................. 30
3.4.Classificação quanto ao Ramo de Atividade ..................................................................... 31
4.Produção................................................................................................................................. 31
4.1.Meio Envolvente .............................................................................................................. 41
4.1.1.Meio envolvente Contextual/envolvente externa...................................................... 42
4.1.2.Envolvente Transacional............................................................................................ 45
Referências bibliográficas........................................................................................................... 48
Anexos........................................................................................................................................ 50

Condições Gerais de Utilização

 O presente manual, possui um índice, pelo que quando o utilizador pretender


localizar uma determinada matéria poderá recorrer a ele para auxílio.

 O presente manual encontra-se paginado, portanto quando o formador


pretender que os formandos localizem uma determinada matéria indica a
página, pela que a sua localização será imediata e inequívoca.

 Se está a consultar o manual em suporte digital, fique sabendo que o manual


encontra-se encadernado com uma estrutura de argolas cujo objetivo é facilitar
o seu manuseamento, bem como evitar o extravio de folhas e
consequentemente a informação que lhe está implícita.

 Fique consciente que por questões ambientais a impressão do presente


documento deverá ser a última opção, devendo por isso privilegiar sempre a
sua consulta em suporte digital.

 Este manual visa apoiar as sessões formativas do módulo “Empresa e


Produção”, bem como constitui uma fonte de informação que orienta o
formando no processo de aprendizagem na ausência do formador.

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Objetivos Gerais do Módulo

No final deste módulo, os formandos deverão ser capazes de:

 Compreender o conceito de organização;

 Reconhecer os principais tipos de organizações existentes;

 Entender o conceito de empresa;

 Reconhecer a missão e a visão de uma empresa;

 Compreender a classificação das organizações;

 Conhecer a produção e o meio envolvente de uma empresa;


Objetivos Específicos do Módulo

No final do módulo os formandos deverão ser capazes de:

 Definir, de forma clara, o conceito de organização;

 Definir organizações públicas, privadas, nacionais e internacionais;

 Dar exemplos de alguns tipos de organizações;

 Descrever a missão e a visão de uma determinada empresa;

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 Definir cada sector de uma empresa;

 Classificar as empresas quanto à forma jurídica, quanto à dimensão, quanto


à propriedade e quanto ao ramo de atividade;

 Descrever o funcionamento da produção;

 Definir o meio envolvente contextual e o meio envolvente transacional;

Introdução

O presente manual de formação surge no âmbito do Módulo “Empresa e


Produção” do Curso de Assistente Administrativo, ministrado pelo Centro Social de
Santa Maria de Sardoura.

Portanto, ao longo deste manual serão abordados vários temas relativos ao referido
módulo.
Primeiramente, este manual aborda o conceito de organização, sendo uma
organização o conjunto de pessoas que trabalham juntas e coordenam as suas ações
de forma a alcançarem uma grande variedade de objetivos, ou resultados desejados a
médio e longo prazo. Além disso, neste ponto do manual são também abordados os
principais tipos de organizações, tais como as organizações públicas, privadas,
nacionais e internacionais.

De seguida, este manual aborda o conceito de empresa. Uma empresa é uma


unidade económica e social, composta por elementos humanos, materiais e técnicos,
que têm o intuito de obter benefícios através da sua participação no mercado de bens
e serviços. Inseridas neste tema, estarão também as definições de missão e visão de
uma empresa e quais os objetivos das mesmas, ou seja para que serve a missão e a
visão de uma determinada empresa.

É também importante classificar as organizações e empresas, deste modo, o ponto


três do presente manual dedica-se ao tema da classificação das organizações quanto à
sua forma jurídica, quanto à sua dimensão, quanto à propriedade e quanto ao ramo de
atividade das mesmas.

O quarto e último ponto do manual de formação do módulo “Empresa e Produção”


prende-se com a questão da produção, sendo abordados alguns aspetos mais
importantes da produção de uma empresa, assim como o seu meio envolvente. No que
concerne ao meio envolvente, são referidos neste manual o meio envolvente
contextual e o meio envolvente transacional.

1. Organização

1.1. Conceito de Organização

Uma organização é o conjunto de pessoas que trabalham juntas e coordenam as


suas ações de forma a alcançarem uma grande variedade de objetivos, ou resultados
desejados a médio e longo prazo.

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O conceito de organização pode também ser definido como um sistema desenhado
para atingir determinados objetivos ou metas, porém, estes sistemas podem estar
formados por outros subsistemas relacionados que cumprem funções específicas.
Portanto, por outras palavras, uma organização é qualquer grupo social formado por
pessoas, com um conjunto de atividades e uma administração, que interagem numa
estrutura sistémica com o intuito de cumprir certos objetivos. É fundamental que as
pessoas da organização comuniquem entre si e estejam de acordo na forma como
coordenam os lucro e como cumprem os objetivos propostos, de forma a cumprirem
satisfatoriamente a missão da organização em questão. Todavia, para ajudar na
coordenação e comunicação, as organizações funcionam, maioritariamente, através de
normas que ajudarão a atingir os objetivos.

Existem várias características que distinguem uma organização, tais como:

 O conjunto de pessoas com recursos

 Os objetivos atribuídos

 As normas e ordem hierárquica estabelecidas

 A satisfação das necessidades, produção ou venda de bens ou serviços

 A transmissão de cultura, geração de trabalho, criação, conservação e


transmissão de conhecimento, entre outras.

Por outro lado, as organizações podem ser classificadas de acordo com os


seguintes critérios:

 Pela sua finalidade (com fim lucrativo e sem fim lucrativo)

 Pela sua estrutura (formais e informais)

 Pelo seu tamanho (pequena, média, grande, micro empresa)

 Pela sua localização (multinacional, regional, nacional)

 Pelo tipo de produção (bens ou serviços)

 Pelo tipo de propriedade (privada, pública ou mista)


 Pelo grau de integração que apresenta (totalmente integrada ou
parcialmente integrada)

 Pela sua atitude frente às mudanças (rígida ou flexível)

Os dois tipos mais comuns de organização são as organizações que agrupam


cidadãos criadas para combater alguma necessidade social, como os partidos políticos,
as ONG’s, sindicatos, clubes, entre outras. E as organizações criadas pelo estado para
desenvolver algum tipo de atividade social e que são dirigidas pelo governo em função
e financiadas através de fundos públicos.

A organização é uma unidade social coordenada, consciente, composta por


duas ou mais pessoas, que trabalha com o propósito para alcançar uma meta ou um
conjunto de objetivos comuns. Portanto, as empresas produtoras e de serviços são
organizações, assim como as escolas, hospitais, igrejas, unidades militares,
departamentos de polícia e atividades governamentais locais e nacionais. As pessoas
que monitorizam as atividades das organizações, e que são responsáveis pelas
organizações para alcançar esses objetivos são os seus
gestores/administradores/gerentes.

Dado que uma organização é um sistema delineado para atingir metas e


objetivos, torna-se essencial compreender que estes sistemas podem, por sua vez, ser
compostos de subsistemas que desempenham funções específicas relacionadas com o
cumprimento desses objetivos. Uma organização só pode existir quando nela há
pessoas que estão dispostas comunicar e agir em conjunto para cumprir a missão.

As organizações operam por regras que foram estabelecidas para concretizar os


objetivos.

Independentemente do tipo de organização, esta é sempre descrita como um


conjunto de características, entidades e elementos que a afetam, de forma direta ou
indireta, condicionando as ações e as formas de intervenção na atividade económica e
social.

1.2. Cultura Organizacional

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O conceito de cultura, particularmente de cultura organizacional tem suscitado
elevado interesse e amplo debate. Entretanto, esta é definida das mais diversas formas
e sob diversos enfoques, podendo por exemplo, adotar uma visão de cultura segundo o
enfoque antropológico, uma vez que, o conceito de cultura é uma construção de raiz
antropológica que busca desvendar os significados dos costumes de uma sociedade, ou
segundo a visão sociológica do termo que procura compreender a elaboração dos
símbolos. O interesse pelo estudo da cultura organizacional tem origem nos finais dos
anos 70 e desenvolve amplamente na década de 80. Este estudo segundo Neves teve
grande desenvolvimento, devido à crença no condicionamento pela cultura da
excelência organizacional, materializada numa elevada motivação e desempenho dos
colaboradores. Assim, o conceito de cultura organizacional surge associado a conceitos
como o de eficiência e competitividade, principalmente após a tomada de consciência
da importância dos fatores culturais para a compreensão dos comportamentos
organizacionais e para o entendimento da complexidade do quotidiano das
organizações. Neves refere que a cultura é vista como um sistema de padrões
cognitivos aprendidos que auxiliam as pessoas nos processos de perceber, sentir e
atuar e, como tal, encontra-se localizada na mente das pessoas e como um sistema
partilhado de 5 símbolos e de significados, patente nos pensamentos e nos significados
partilhados pelas pessoas de uma sociedade.

O autor Bertrand sintetiza a definição da cultura segundo as teorias


organizacionais:

Mecanicista – Cultura é um conjunto de factos, que deve ser gerida como qualquer
outro sector da organização.

Humanista – Cultura é um conjunto de comportamentos valorizados e


compartilhados por pessoas de uma organização.

Sistémico – Cultura é um subsistema da organização principalmente utilizado para


fins de adaptação interna e externa.

Político – Cultura é um conjunto de valores sujeito a uma luta pelo poder dentro de
uma organização.
Cultural – Cultura é um conjunto de símbolos e mitos, crenças e valores partilhados
por aqueles que definem uma organização.

Cognitivo – Cultura é um conjunto de conhecimentos que orientam pensamento e


Acão numa organização.

São várias as propostas de formulação conceptual para o termo cultura. Porém,


apesar da falta de acordo entre os investigadores sobre o conteúdo subjacente ao
conceito de cultura organizacional, uma análise cuidada das diferentes propostas, faz
emergir com um certo carácter de regularidade, um conjunto de ideias associadas ao
conceito, as quais podem ser utilizadas como ponto de referência, na tentativa de
clarificação conceptual da ideia de cultura organizacional. Assim sendo, as ideias mais
frequentemente referidas são:

a) Uma estrutura de referência comum e partilhada por uma quantidade


significativa de pessoas;

b) Socialmente desenvolvida, apreendida e transmitida em termos


comportamentais, cognitivos e emocionais;

c) Composta de várias camadas, umas mais periféricas e visíveis e outras mais


profundas e visíveis;

d) Em que o núcleo base é constituído pelos pressupostos fundamentais a que


outros chamam também valores;

e) Que fornece às pessoas regras e normas orientadoras em termos de


perceber, pensar e sentir os problemas do funcionamento organizacional do
ponto de vista da integração interna e da adaptação externa;

f) Que contribui para a definição da identidade organizacional;

g) Com características simbólicas, reveladas pelo significado expresso nas suas


manifestações mais observáveis como artefactos e padrões de
comportamento organizacional;

h) Alterável, embora não de um modo fácil;

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i) Produto da história da organização;

j) Avaliável por metodologias qualitativas e quantitativas;

k) Com influência direta e indireta no desempenho organizacional;

l) Uma estrutura composta por diversas camadas, cujo conteúdo varia em


extensão e acessibilidade:

A cultura organizacional tem uma variedade de sentidos. Segundo Torres, se os


próprios conceitos de cultura e de organização são, por natureza, complexos e
multifacetados, a associação dos dois implica uma crescente complexificação teórico-
conceptual, sem que se tenham, entretanto desenvolvido espaços de debate científico
suficientemente orientados para a clarificação desta temática. Sendo assim, os sentidos
atribuídos à cultura organizacional decorrem da intersecção das imagens associadas à
cultura e à organização. Freitas afirma que podem ser identificadas duas formas básicas
de ver a cultura organizacional: como variável e como metáfora. Tratada como variável,
a cultura organizacional refere-se ao que a organização tem. Tratada como metáfora,
ela significa o que a organização é. É nesta linha de análise que Smircich explora três
tendências subjacentes à análise da cultura organizacional: conceção da cultura como
uma variável independente e externa, como uma variável dependente e interna e
como uma metáfora.

A cultura enquanto variável independente e externa é considerada como um fator


latente, uma variável exploratória ou uma estrutura social ampla que influencia o
desenvolvimento e reforço de crenças, e é importada para a organização pelos seus
membros, portadores de modelos de atitudes e ações. É a cultura da sociedade, que
exerce sua influência sobre a organização. Ela é vista como produzida fora e
transplantada para a organização, que se constitui como reflexo da estrutura social.
Nesse caso, a cultura da organização constitui-se como prolongamento da cultura da
sociedade, seu contexto é predeterminado por essa, restando pouco espaço para a
produção de uma dinâmica que lhe seja própria.

Como variável dependente e interna, a cultura é focalizada como mais uma


dimensão ou subsistema organizacional que, mais do que outros (objetivos, tamanho,
tecnologia, modos de controlo, padrões de liderança, estrutura, subsistema de
produção, subsistema administrativo), potencia o desenvolvimento de uma identidade
organizacional única, forte e concorrencial. Portanto, encontrando-se perfeitamente
adaptada ao ambiente, a organização desenvolve no seu interior determinadas
qualidades socioculturais (expressas pelos valores, ideais e crenças partilhadas pelos
membros da organização), passando a ser perspetivada como um instrumento social
que produz bens e serviços e, como um subproduto, as organizações também
produzem artefactos culturais distintivos como os rituais, as lendas e os ritos.
Resumindo, no primeiro caso, a “cultura” é uma parte do ambiente e é vista como uma
força determinante ou marcante. No segundo caso, a cultura organizacional é vista
como o resultado da Acão humana.

1.2.1. As Dimensões e tipos de cultura organizacional

Uma dimensão é um aspeto da cultura que pode ser medido e comparado com
outras culturas. Vários autores propõem diferentes conteúdos para as dimensões mais
importantes da cultura.

Schein considera sete dimensões (pressupostos básicos) fundamentais:

 Relação da organização com o meio;

 A natureza da atividade humana;

 A natureza da realidade e da verdade;

 A natureza do espaço e do tempo;

 A natureza do ser humano;

 A natureza do relacionamento humano;

 Homogeneidade versus diversidade;

Hofstede propõe cinco dimensões:

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 Relação com autoridade;

 Relação entre o indivíduo e a sociedade;

 Conceito individual de masculinidade/feminilidade;

 Relação ao conflito e controlo de incerteza;

 Orientação de curto/longo prazo;

Sheridan refere sete dimensões:

 Inovação;

 Estabilidade;

 Respeito pelas pessoas;

 Orientação para resultados;

 Orientação para o pormenor;

 Orientação para a equipa;

 Agressividade;

No que respeita aos tipos de cultura, vários autores, estabelecem quatro tipos de
cultura organizacional: a) A cultura do poder é mais frequente em pequenas
organizações, com o poder concentrado no ponto central, prevendo os desejos,
decisões, regras e procedimentos das fontes centrais de poder, sendo mais difíceis,
mudanças culturais. b) A cultura de papéis trabalha pela lógica e pela racionalidade,
com funções ou especialidades, coordenadas por uma estreita faixa da alta
administração em pilares. Em geral são culturas lentas tanto em relação à necessidade
de mudança quanto de efetuá-las. c) A cultura de tarefa reside em se fazer o trabalho
ser executado, a partir da reunião dos recursos apropriados, das pessoas certas, nos
níveis certos, com autonomia. O trabalho em equipa é bastante estimulado. Trata-se de
uma cultura adaptável e flexível às mudanças. d) A cultura da pessoa será encontrada
nos indivíduos que se agarrarão aos seus valores. O indivíduo é o ponto central, sendo
a organização é subordinada a eles e deles depende para existir.
Deal e Kennedy nomeiam os seguintes tipos: a) Cultura macho, onde se encontra
um mundo de individualistas que não têm receio de assumirem altos riscos, pois
recebem um rápido feedback sobre suas ações. É uma cultura que tende a ser jovem,
com ênfase na velocidade e não na resistência ao tempo. b) Cultura trabalho duro,
onde se encontra a combinação do baixo risco com rápido feedback. O sucesso vem
com a persistência do vendedor. c) Apostar em sua companhia, combina o alto risco
com o lento feedback. Respeitam a autoridade, a competência técnica e compartilham
conhecimento. As carreiras, os produtos e os lucros não se desenvolvem rapidamente,
porém quando ocorrem, têm longa duração. d) Cultura de processo é o tipo que
combina lento feedback com baixo risco. A falta de feedback força os empregados a
prestarem maior atenção no como fazer as coisas em vez de focar no que fazer.

1.3. Tipos de organização

Existem vários tipos de organizações, no entanto, de seguida serão abordadas as


organizações públicas, privadas, nacionais e internacionais.

1.3.1. Organização pública

A organização pública é um grupo humano estruturado pelos representantes de


uma comunidade com vista à satisfação das necessidades coletivas predeterminadas
desta.
O conceito de organização pública integra quatro elementos:
 Um grupo humano;
 Uma estrutura, ou seja, um modo peculiar de relacionamento dos vários
elementos da organização entre si e com o meio social em que ela se insere;
 O papel determinante dos representantes da coletividade no modo como se
estrutura a organização;
 Uma finalidade, a satisfação de necessidades coletivas predeterminadas

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As pessoas coletivas públicas são indivíduos coletivos criados por iniciativa pública
para assegurar a continuação necessária dos interesses públicos, dispondo de poderes
políticos e estando submetidos a deveres públicos.
Trata-se de entidades criadas por iniciativa pública. O que significa que as pessoas
coletivas públicas nascem sempre de uma decisão pública, tomada pela coletividade
nacional, ou por comunidades regionais ou locais autónomas, ou proveniente de uma
ou mais pessoas coletivas públicas já existentes: a iniciativa privada não pode criar
pessoas coletivas públicas. As pessoas coletivas públicas são criadas por “iniciativa
pública”, expressão ampla que cobre todas as hipóteses e acautela os vários aspetos
relevantes.
As pessoas coletivas públicas são criadas para assegurar a prossecução necessária
de interesses públicos. Daqui decorre que as pessoas coletivas públicas,
diferentemente das privadas, existem para prosseguir o interesse público – e não
quaisquer outros fins. O interesse público não é algo que possa deixar de estar incluído
nas atribuições de uma pessoa coletiva pública: é algo de essencial, pois ela é criada e
existe para esse fim.
As pessoas coletivas públicas são titulares, em nome próprio, de poderes e deveres
públicos. A referência à titularidade “em nome próprio” serve para distinguir as pessoas
coletivas públicas das pessoas coletivas privadas que se dediquem ao exercício privado
de funções públicas: estas podem exercer poderes públicos, mesmo poderes de
autoridade, mas fazem-no em nome da Administração Pública, nunca em nome
próprio.
As categorias de pessoas coletivas públicas no Direito português atual são seis:
 O Estado;
 Os institutos públicos;
 As empresas públicas;
 As associações públicas;
 As autarquias locais;
 As regiões autónomas.
Quais são os tipos de pessoas coletivas públicas a que essas categorias se
reconduzem? São três:
 Pessoas coletivas de população e território, ou de tipo territorial – onde se
incluem o Estado, as regiões autónomas e as autarquias locais;
 As pessoas coletivas de tipo institucional – a que correspondem as diversas
espécies de institutos públicos que estudámos, bem como as empresas
públicas;
 As pessoas de tipo associativo – a que correspondem as associações públicas.

1.3.2. Organização Privada

As organizações privadas devem ser institucionalmente separadas do Governo,


significando que nem são parte do aparelho governamental nem são controladas pelo
Governo.

Portanto, uma organização privada é uma coordenação de atividades de um


certo número de pessoas, tendo em vista um objetivo comum, através de uma divisão
de trabalho, funções, de uma hierarquia e de responsabilidades, mas que se diferencia
das outras organizações, pelo facto de ser independente do Estado.

1.3.3. Organização Nacional

As organizações nacionais são aquelas organizações criadas para garantir os


objetivos e o equilíbrio nacionais. São exemplos de organizações nacionais:

 Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto;

 Banco de Portugal;

 Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Alentejo, Algarve, Lisboa e


Vale do Tejo, Centro e Norte;

 Direção Geral da Politica e da justiça;

 Instituto de Emprego e Formação Profissional;

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 Turismo de Portugal;

 Ministério da Justiça;

 Ministério da saúde;

 Ministério da solidariedade e Segurança Social;

 Ministério das Finanças;

 Ministério da Economia e do Emprego;

 Ministério da Defesa Nacional;

 Ministério dos Negócios Estrangeiros;

 Ministério da Administração Interna;

 Ministério do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território;

1.3.4. Organização Internacional

Verifica-se que há uma enorme dificuldade em estabelecer a definição de


Organização Internacional, tendo em vista as variações de objetos e atribuições que
incidem sobre tais organizações.

Por outro lado, as Organizações Internacionais encontram-se em constante


evolução, o que dificulta a concretização de um conceito permanente. Portanto, tende-
se a estipular conceitos sustentados nas suas principais características. As organizações
internacionais são definidas como associações voluntárias de Estados estabelecidas por
acordo internacional, dotadas de órgãos permanentes, próprios e independentes,
encarregados de gerir interesses coletivos e capazes de expressar uma vontade
juridicamente distinta de seus membros.

Assim, podemos referir algumas características que diferenciam as


organizações internacionais de outros organismos, como uma composição
essencialmente interestatal, uma base jurídica convencional, uma estrutura orgânica
permanente e independente e com determinada autonomia jurídica. Excecionalmente,
as organizações podem ser instituídas por órgãos estatais que não vinculam os Estados
no plano internacional, mas que ao longo do tempo conseguem a concordância dos
respetivos governos.

A criação das Organizações Internacionais mediante tratados internacionais


constitui uma característica que permite diferenciar tais entidades de outras estruturas
institucionais que podem funcionar como atores no cenário internacional. Como
exemplo das entidades referidas, podemos mencionar as Organizações Internacionais
Não-Governamentais.

Outra característica fundamental das Organizações Internacionais é a sua estrutura


orgânica permanente e independente. Assim, todas as Organizações Internacionais
atuais possuem estruturas institucionais constituídas por diversos órgãos permanentes.
Os órgãos das referidas organizações possuem independência funcional dos Estados
membros e são dotados dos meios necessários para alcançar os objetivos institucionais
das organizações.

Alguns exemplos de organizações internacionais são:

 Banco Mundial;

 FMI- Fundo Monetário Internacional;

 Banco Central Europeu;

 União Europeia;

 Unicef – United Nations Children’s Fund;

 Instituto Internacional de Estatística;

 ONU – Organização das Nações Unidas;

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2. Empresa

2.1. Conceito de empresa

O conceito de empresa refere-se a uma unidade económica e social, composta por


elementos humanos, materiais e técnicos, que têm o intuito de obter vantagens
através da sua participação no mercado de bens e serviços.
Deste modo, a empresa usa os fatores produtivos (trabalho, território e capital).
As empresas podem ser classificadas de acordo com a atividade económica que
desenvolvem. Por isso, encontram-se as empresas do primeiro sector (que auferem os
recursos a partir da natureza, como é o caso da agricultura, pesca, entre outras), as
empresas do sector secundário (que se dedicam à transformação de matérias-primas,
como acontece com a indústria e a construção civil) e as empresas do terceiro sector
(empresas que se dedicam à prestação de serviços ou ao comércio).
Existe também a classificação de empresas de acordo com a sua constituição
jurídica. Existem as empresas individuais (que pertencem a uma única pessoa) e as
sociedades (constituídas por várias pessoas).
As empresas também podem ser definidas de acordo com a respetiva origem do
capital. Portanto, as empresas privadas são aquelas cujo capital está nas mãos de
particulares, as públicas são as empresas controladas pelo Estado, as público-privadas
onde o capital é partilhado por particulares e pelo Estado e as empresas de autogestão
em que o capital é propriedade dos trabalhadores.
A gestão de empresas é uma ciência que se dedica ao estudo da organização destas
entidades, analisando a forma como são geridos os seus recursos, processos e os
resultados das suas atividades.
Por outras palavras, uma empresa é um conjunto de meios técnicos, humanos e
financeiros, organizados com vista à concretização de um determinado fim económico,
o qual passa pelo exercício de uma atividade orientada para a satisfação das
necessidades dos seus vários stakeholders, nomeadamente: os seus clientes (pela
oferta de bens ou serviços), os trabalhadores (através do emprego e da
contraprestação salarial), os acionistas (pela realização do lucro que remunera o risco
incorrido), os credores (pelo reembolso do capital e juros em prazo acordado), dos
fornecedores (pela procura de bens ou serviços), o Estado (pelo cumprimento das
obrigações fiscais e legais), etc.

2.2. Objetivos e Papel na sociedade

As empresas são organizações que desempenham atividades comerciais,


produtivas, agrícolas ou de prestação de serviços tendo como principal finalidade a
obtenção do lucro. A lei permite que as empresas atuem com os seus próprios meios e
com a sua própria responsabilidade, estando o seu património claramente destacado
do dos seus proprietários. Existem várias formas legais de constituir empresas que se
adaptam à atividade, objetivos e dimensão de cada uma. As empresas são pessoas e
seguem um ciclo de vida que começa no nascimento e acaba na sua dissolução.

O papel das empresas na sociedade é vasto, uma vez que, elas servem para
produzir bens e serviços que satisfazem as necessidades dos consumidores. Nesse
processo, as empresas geram lucro e criam riqueza. Essa riqueza é distribuída não só
pelos proprietários, como também pelos colaboradores, fornecedores, Estado e a
sociedade em geral.

Para além do papel financeiro, as empresas também têm um papel cívico. Ajudam a
resolver problemas que afetam a generalidade das pessoas. Por exemplo, as empresas
patrocinam iniciativas de cariz cultural, científico e social.

Em última análise, as empresas têm um papel muito importante na gestão dos


recursos. Enquanto organizações profissionais, garantem uma maior eficiência na
gestão de recursos naturais, humanos e financeiros.

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2.2.1. Missão de uma empresa

A missão de uma empresa explicita qual a razão de ser da sua existência e legitima
a sua função na sociedade. A missão esclarece a ligação entre as funções sociais que
cumpre e os seus objetivos mais concretos, assim como deve ser uma afirmação do
sentido, imagem e carácter, que por sua vez resulta da interação entre fatores externos
e internos à empresa e das necessidades e valores dos seus gestores.

A missão deve responder ás seguintes questões:

a) Quem somos?

b) O que fazemos?

c) Porque e para quem fazemos?

A missão deve constar de um declaração formal e escrita, sendo parte integrante


da filosofia e cultura da empresa (valores, e crenças centrais, princípios básicos
orientadores, conduta ética, etc.). É também a missão que permite uma compreensão
global da empresa e do ambiente em que está integrada, explicitando a postura social
da mesma.

É também importante referir o papel da missão na empresa. Assim, os papeis da


missão são os seguintes:

 Função de coesão cultural – a missão clarifica a perspetiva global da empresa


para todos os seus membros; a missão tem um papel fundamental na
comunicação interna (clarifica o fim que se pretende atingir) e na comunicação
externa (transmite a imagem da empresa para as partes interessadas
(fornecedores, clientes, acionistas, sociedade em geral)).

 Função de definição estratégica – a missão é o primeiro passo estratégico;

define o raciocínio comercial e o mercado alvo das pessoas; Formular a missão


implica a revisão dos pressupostos básicos sobre os quais se baseiam as
operações da empresa.

O conteúdo da missão deve ser fácil de definir e de comunicar e deve ser definida
de forma orientada para o cliente e para as necessidades que a empresa procura
satisfazer.

Assim, o conteúdo da missão pode incluir:

 A finalidade (descrevendo a finalidade inspiradora e a responsabilidade da


empresa face aos grupos interessados);

 A estratégia (definindo uma área de negocio e o posicionamento estratégico


pretendido de acordo com o tipo de vantagem competitiva).

 Os valores (identificando convicções das quais os trabalhadores se possam


sentir orgulhosos e que estejam de acordo com a estratégica).

 Os padrões comportamentais (descrevendo comportamentos de forma a


que os trabalhadores possam avaliar as suas ações).

 O Carácter (fornecendo a imagem da empresa e a definição da cultura da


mesma).

2.2.2. Visão de uma Empresa

A visão de uma empresa refere-se à imagem do futuro possível e desejável para a


empresa, melhor do que a imagem que existe no presente.

A visão está mais associada a uma meta, enquanto a missão está mais associada a
uma forma de comportamento. Assim que a meta proposta seja atingida, essa visão
torna-se desatualizada.

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A visão é parte integrante do planeamento estratégico que trata dos objetivos e
metas de uma empresa. A Visão funciona como um objetivo genérico e não detalhado,
do modo como a empresa se quer ver no futuro. Assim, a Visão não pode ser
confundida com objetivos ou metas, embora exista uma relação. Os objetivos e metas
abordam temas específicos da empresa (como os resultados esperados para produção,
finanças, vendas etc.), que são definidos pormenorizadamente no decorrer do
planeamento Estratégico, isto é, posteriormente à formulação da Visão.

É importante destacar que, apesar da diferença apontada, os objetivos e metas


devem ser coerentes com a Visão e com os outros elementos da Identidade
empresarial (missão, valores, etc.).

Para definir a visão, a empresa deve compreender alguns itens/questões, tais


como:

 Como se imagina a empresa a longo prazo?

 Onde pretende chegar a empresa, a quem quer atender, com que tipo de
produtos ou serviços?

 Quando os clientes olharem para a empresa no futuro, como deseja ser


vista por eles?

 Essa Visão é realista e possível de ser alcançada pela empresa?

Além disso, existem as características da visão, são elas:

 Define o que a empresa pretende ser, o seu objetivo genérico de longo


prazo;

 Impulsiona a empresa para o futuro, pois define a sua ambição para o


futuro;

 Deve iniciar na liderança, para alcançar toda a empresa;


 Deve ser partilhada e apoiada pelo maior número de stakeholders (partes
interessadas na empresa) da empresa;

 Deve ser um conceito claro, curto e objetivo, compreensível pelos


stakeholders;

 Deve abranger toda a empresa e deve ser válida só para ela;

 Deve ser de fácil assimilação e de possível realização;

 Deve ser um desafio e mobilizar os esforços de todos os stakeholders;

 Deve apresentar um propósito nobre, ético, inspirador, de valor.

2.3. Elementos constitutivos: Sectores da empresa

Para o bom funcionamento de uma empresa, é necessária a divisão da empresa em


diversos sectores, deste modo cada sector tem uma determinada função e
responsabilidade, facilitando a resolução das tarefas.
Os principais sectores de uma empresa são:

1. Sector financeiro: tem como objetivo básico a obtenção de lucro para manter a
empresa em funcionamento. A contabilidade tem como função o controlo do
património e as informações sobre a sua composição. Inclui relatórios à
administração, aos proprietários e diretores, aos credores e fornecedores, aos
bancos e financeiras, ao governo e aos investidores. No cálculo dos custos e
orçamentos, deve-se levar em conta gastos como: instalações; aluguer; despesa
com água, luz, telefone; material de oficina; material de escritório; impostos;
componentes (materiais); encargos sociais e mão-de-obra; custos de
distribuição (propaganda, telefone, combustível, promoções, correio...). A
função contabilidade também deve administrar o controlo do património e as

25
informações sobre sua composição e variações para informar terceiros, que têm
interesses vinculados ao património, como:

 Os proprietários e diretores que, por meio de relatórios, podem verificar se a


atividade da empresa está a alcançar os objetivos desejados;

 Os credores e fornecedores - São grupos que têm interesse em conhecer a


empresa, a fim de avaliar a sua capacidade de saldar no vencimento os
compromissos assumidos;

 Os bancos e as financeiras - São grupos que têm grande interesse em conhecer


empresa para, através dos balanços e demonstrativos, avaliar a sua capacidade
de liquidez em saldar os seus compromissos no vencimento;

 O governo que, necessita de informações sobre as atividades para exercer o seu


poder de tributo (cobrança de impostos);

 Os investidores que, precisam saber como estão a ser desenvolvidas as


operações da empresa, a fim de decidir sobre uma futura compra ou venda de
ações.

O sector financeiro é então responsável pela gerência das finanças da


empresa, define quanto pagar, como pagar e quanto pode gastar, além de se
preocupar com o equilíbrio das contas da empresa.

2. Sector administrativo: É responsável pela gerência geral da empresa e pelo


controlo de todos os departamentos/sectores.

3. Sector das compras: É responsável pela funcionalidade da empresa pois define


o que vai ser comprado e as necessidades da empresa.
4. Sector de Marketing: Está ligado à formulação de estratégias que possam atrair
e manter clientes.

5. Sector dos Recursos Humanos: “Gere” as pessoas, tendo como função


desenvolver contratações, ajustar e motivar os funcionários às necessidades da
empresa.

6. Sector de Vendas: É o departamento responsável diariamente, pelos lucros da


empresa.

7. Sector da produção: A função da produção numa empresa é obter materiais e


adaptá-los para uso do cliente. Pode ser algo físico, dados ou serviços. A
produção pode ser destinada para uso do consumidor ou para uso comercial. O
objetivo da produção é criar um produto final da forma mais económica e
eficiente possível.

3. Classificação das organizações

Depois de ser analisada a evolução de uma determinada organização/empresa ao longo dos


tempos e as variáveis que condicionam ou podem condicionar a sua atividade, é preciso
enquadra-la com diferentes critérios. Assim, é importante classificar as organizações quanto à
forma jurídica, dimensão, propriedade e ramo de atividade.

3.1. Classificação quanto à Forma Jurídica

A classificação de uma organização quanto à forma jurídica, reparte-a de acordo


com os seus direitos e obrigações contratuais e legais e com as responsabilidades perante
terceiros.

27
Esta classificação divide as empresas/organizações de acordo com as suas responsabilidades
civis e comerciais e dos seus direitos contratuais ou legais.
Segundo o art.º. 13 do Código das Sociedades Comerciais, (Decreto-lei nº262/86,
de 2 de Setembro), podemos encontrar em Portugal os seguintes tipos de empresas:

Individuais
Empresas

Sociedades

Empresas individuais

Empresa em que o proprietário do capital é uma única pessoa. Deste modo,


o património do proprietário da empresa é constituído por duas espécies de bens:
os particulares e os afetos à atividade económica. A responsabilidade do empresário é ilimitada,
confundindo-se a personalidade jurídica da empresa com a do seu empresário.

Assim o seu património individual responde pelas consequências da sua atividade


comercial.

Atualmente, existe a possibilidade dos empresários em nome individual optarem pelo


regime de estabelecimento individual de responsabilidade limitada. A firma, nome pelo qual a
empresa é conhecida e referenciada no universo económico, deverá ser constituída pelo nome
civil completo ou abreviado do proprietário, seguido ou não da atividade a que se dedica.

Sociedade em nome coletivo

De acordo com o art. 175º do Código das Sociedades Comerciais, a


responsabilidade dos sócios é solidária e ilimitada. Ilimitadas, porque pelas dívidas da sociedade
respondem os bens afetos à atividade económica e, complementarmente, os bens particulares de
cada sócio. Solidária, porque neste tipo de sociedade vigora o princípio de “um
por todos e todos por um”. Assim, em caso de falência, a parte das dívidas que não foi coberta
por bens afetos à atividade económica pode ser exigida pelos credores, indiferentemente a qualquer
sócio da sociedade, independentemente da sua entrada. A firma deste tipo de sociedades pode incluir
o nome de todos os sócios ou apenas o nome ou a firma de um deles, seguido, neste caso, do
aditamento e “&Companhia”, ou qualquer outro que indique a existência de mais sócios

Sociedade em Comandita

Sociedades em que existem sócios com responsabilidades diferentes: os sócios


comanditários, que entram na sociedade com o capital, têm uma responsabilidade
limitada à sua entrada e não interferem na gestão da sociedade.
Os sócios comanditados entram para a sociedade com o seu trabalho e têm
responsabilidade ilimitada. A firma das sociedades em comandita deve conter pelo menos o
nome de um dos sócios de responsabilidade ilimitada. De acordo com a lei, o nome dos sócios
comanditários não pode fazer parte da firma da empresa, a não ser com o seu
consentimento expresso.

Sociedade por quotas

Neste tipo de sociedade a responsabilidade dos sócios é limitada ao valor da sua quota (o
valor de entrada de cada sócio) e ao valor das quotas subscritas pelos restantes sócios mas enquanto
estes as não realizarem. Não podem ser constituídas com um capital inferior a 1000 €.A firma deste
tipo de sociedade pode revestir a forma de:
 Firma propriamente dita, quando dela constatar o nome de todos os sócios ou apenas de um
deles;
 Denominação particular, quando a firma der a conhecer o objeto da sociedade. Em qualquer
dos casos, a firma deve aditar sempre a expressão “limitada”, completa ou abreviadamente.

Sociedade Anónima

29
As sociedades deste tipo tem o seu capital social dividido em ações e a responsabilidade
dos sócios é limitada ao valor das ações que possuem. Atualmente uma sociedade anónima
não pode ser constituída por um número de sócios inferior a cinco e um capital inicial
inferior a 25000 €. A firma destas sociedades poderá revestir a forma de denominação
particular que dê a conhecer o mais claramente possível o objeto da sociedade, ou ser
constituída pelo nome ou firma de um ou alguns dos seus sócios. A firma deverá
concluir sempre com a expressão “sociedade anónima” ou com a abreviatura “SA”.

3.2. Classificação quanto à Dimensão

É vulgar, a nível internacional, e de acordo com esta classificação, repartir as


empresas da seguinte maneira:
 Pequenas Empresas – as que empregam menos de 250 trabalhadores.
 Médias Empresas – as que empregam entre 250 e 500 trabalhadores.

 Grandes Empresas – as que empregam mais de 500 trabalhadores.

3.3. Classificação quanto á propriedade

Segundo este critério as empresas/organizações são classificadas em:

 Empresas Privadas – pertencem a particulares que gerem um património com

o objetivo de repartirem entre si os lucros que resultarem dessa gestão.


 Empresas Públicas – são propriedade do Estado ou outras entidades públicas sendo

dirigidas por intermédio de gestores por eles nomeados.


 Empresas de Economia Mista ou Comparticipada – são empresas
cuja propriedade pertence ao estado e a particulares, sendo a gestão repartida por
estas entidades.
 Empresas Cooperativas – pertencem a pessoas que se juntaram com o objetivo
de produzir, distribuir ou consumir bens e serviços, não com o objetivo de
obterem ganhos monetários mas de prestarem o máximo de serviços aos seus
associados. Podem revestir a forma de:
 Cooperativas de produção – têm como objetivo a produção de bens
ou serviços, de modo a obterem um rendimento estável que é repartido
pelos trabalhadores produtivos associados.
 Cooperativas de distribuição – procuram facilitar o escoamento dos
produtos, produzidos, em geral, pelas cooperativas de produção.
 Cooperativas de consumo – procuram satisfazer os seus cooperantes
com bens e serviços de boa qualidade e a preços, o mais baixo possíveis.

3.4. Classificação quanto ao Ramo de Atividade

Segundo este critério, as empresas são classificadas de acordo com a natureza e origem dos
produtos fabricados ou dos serviços prestados. É o critério utilizado pelo Instituto
Nacional de Estatística quando classifica as sociedades por ramos de atividade. Assim, fazem parte
do sector primário as empresas que se dedicam à agricultura, silvicultura, pescas, pecuária e
atividades extrativas; pertencem ao sector secundário as empresas dedicadas às atividades
transformadoras, à eletricidade, gás e água e à construção civil e obras públicas; e ao sector
terciário as empresas dedicadas ao comércio, aos transportes e comunicações e ainda as
dedicadas aos restantes serviços.

4. Produção

Em economia, produção é um processo que consiste na combinação dos fatores de


produção com a finalidade de satisfazer necessidades humanas, em termos
de bens ou serviços.

Os fatores de produção são cada um dos elementos (matéria-prima, equipamentos,


capital, horas de trabalho, etc.) necessários para produzir determinada
mercadoria ou serviço.

31
A produção refere-se, do ponto de vista técnico, a transformar um bem, ou seja,
compreende uma série de operações físicas que modificam certas características de
um determinado objeto. Porém, a noção económica de produção, implica a utilidade
dos bens produzidos. Assim, do ponto de vista económico, constituirá uma Acão de
produção toda aquela que torne um objeto útil e portanto faça aumentar a sua
utilidade ou ainda é a criação de bens e serviços para suprimir as necessidades do
ser humano.

Por outras palavras, a produção reporta-se à Acão de produzir, à coisa produzida, à


forma de se produzir ou à totalidade dos produtos da terra ou da indústria.

Na economia, a produção é a criação e o processamento de bens e mercadorias. O


processo abrange a conceção, o processamento e o financiamento, entre outras
etapas. A produção é um dos principais processos económicos e o meio através do qual
o trabalho humano gera riqueza.

Para Karl Marx, o modo de produção não é determinado por aquilo que é
produzido nem por quanto se produz, mas pela forma como é levada a cabo a
respetiva produção.

A função de produção é, no contexto global da empresa, um dos sectores mais


complexos e aquele onde o sentido do termo “otimização” tem maior potencial de
aplicação. A análise da estrutura produtiva e da sua eficiência numa ótica de integração
de processos, permite obter uma visão mais rigorosa dos métodos, organização e
gestão da produção. O conhecimento detalhado dos processos produtivos e das suas
variáveis, possibilitam a deteção de oportunidades de melhoria na atividade produtiva
e o aumento o desempenho da empresa, para o que se torna necessário construir uma
ferramenta de análise importante: O Diagnóstico Técnico e Produtivo.

O Diagnóstico Técnico e Produtivo tem como objetivos:

 Avaliar a estrutura produtiva da empresa:

 Identificar o Know-How da Empresa

 A Descrição das instalações e dos recursos


 Caracterizar a Organização da Estrutura Produtiva

 Identificar vantagens e debilidades do seu sistema Produtivo

 Definir o que deve ser feito a curto e a médio prazo:

 Definição de medidas sectoriais ou Globais e respetivas condições de


implementação

 Identificar as Necessidades de investimento tecnológico e Humano

 Prever os mecanismos de monitorização das melhorias

 Caracterizar posição relativamente á concorrência

A realização de um diagnóstico deverá ter em atenção a especificidade de cada


sector de atividade. Cada sector é dotado de uma lógica própria, sendo necessário
situar a empresa e definir a sua área de atuação de forma a permitir estabelecer uma
orientação correta ao diagnóstico e fundamentar a avaliação efetuada. O diagnóstico
deverá atender a fatores tais como:

 Ciclo de transformação;

 Dimensão da empresa.

Ciclo de transformação

Existem três grandes tipos de sistemas de produção que são estabelecidos a


partir deste critério:

 Extração, refinação e primeira transformação - A partir da natureza dos


produtos fabricados, as principais características deste tipo de atividade
são a simplicidade de produção, a importância dos meios materiais,
custos de exploração elevados e número de clientes limitados. O
principal aspeto consiste em otimizar ao máximo os recursos materiais
(grandes investimentos necessitam de grandes meios financeiros, ex.
explorações petrolíferas e indústrias químicas).

33
 Indústrias de segunda transformação - Este tipo de indústrias fabricam
produtos que entram no processo de fabrico de produtos mais
elaborados. O aspeto a reter consiste na necessidade de séries de
fabrico grandes e de cadências de produção elevadas (economia de
escala e prazos de entrega). Estas indústrias podem ser divididas entre
indústrias de produtos de consumo e indústrias de bens de
equipamento. Os principais problemas destas Empresas resultam das
estratégias utilizadas de acordo com a dimensão da Empresa e o volume
da Empresa: (se a produção é em grande série, há exigências de
produtividade e de custos competitivos, se a produção é efetuada em
pequenas séries, há exigências de qualidade, diferenciação de produtos,
inovação e criatividade).

 Indústrias de terceira transformação - Este tipo de indústrias fabricam


produtos de maior complexidade e com grau de especificidade elevado.
O aspeto a reter consiste na produção de pequenas séries e grande
número de referências, determinando a necessidade de uma grande
flexibilidade de fabrico. Estas indústrias aproximam-se do fabrico
artesanal e atuam em faixas limitadas do mercado.

Dimensão da empresa

A dimensão é o critério mais simples de classificação. O número de


trabalhadores de uma empresa é um dado facilmente mensurável e que traduz
frequentemente a sua dimensão, nomeadamente no que diz respeito ao seu sector
produtivo. Uma pequena empresa possui vantagens e desvantagens em relação a uma
empresa de dimensão superior. Num diagnóstico produtivo é essencial ter em linha de
conta a dimensão da empresa em análise, dado que qualquer análise e medidas
sugeridas deverão atender à realidade da empresa, aos recursos disponíveis e ao tipo
de organização existente.
Todas as empresas apresentam uma estratégia produtiva de forma a atingir os
seus objetivos:

 Objetivos de Produção

 Objetivos de Qualidade

 Objetivos de Mercado

 Objetivos de Lucro

Em algumas empresas a estratégia está formalizada em documentos escritos


(planos de investimentos, objetivos a atingir, etc.) e em outras ela existe
implicitamente, embora não esteja formalizada. Em qualquer dos casos é essencial,
para a realização do diagnóstico, conhecer e compreender as estratégias estabelecidas
nos últimos anos e aquelas que se pretendem estabelecer. Este conhecimento permite
definir como os resultados técnicos foram obtidos e avaliar se as orientações definidas
são coerentes com os objetivos.

Após uma primeira caracterização da atividade da empresa, a realização do


diagnóstico técnico e produtivo determinará a análise das seguintes áreas:

 Infraestruturas

 Uma primeira análise das infraestruturas é um aspeto fundamental, porque


permite um enquadramento da realidade da empresa no que diz respeito às
instalações e estruturas de apoio às atividades relacionadas diretamente ou
indiretamente com a produção. Dados como a localização geográfica das
instalações fabris, a Planta dos edifícios, os espaços disponíveis para
movimentação de produtos, a rede de Energia, são exemplos de fatores
condicionantes do desenvolvimento produtivo e que importa analisar com
cuidado quando estamos perante a realização de um diagnóstico da área de
tecnologia e produção. A recolha das informações necessárias deverá ser
estruturada de forma a contemplar dados técnicos e quantitativos
relacionados com os sectores e áreas de apoio à produção ou que
constituam infraestrutura da própria produção.

35
 Equipamentos

 Os equipamentos existentes nas empresas são o resultado das políticas


praticadas. É necessário analisar se os equipamentos utilizados são
tecnologicamente adequados e permitem à empresa atingir os seus
objetivos. A par da recolha de informação relativa aos equipamentos é
necessário obter informação relativamente à previsão de investimentos em
equipamentos produtivos. Torna-se necessário listar os equipamentos, a sua
data de aquisição e instalação e a sua capacidade produtiva nominal.

 Conceção e Desenvolvimento

 A conceção e o desenvolvimento corresponde à abordagem organizada e


criativa que permite investigar e encontrar as possíveis soluções para um
dado problema, tendo em conta a necessidade de conciliar os parâmetros
em jogo, como: Tecnologia de Fabrico; Custo de Fabrico; Aceitação no
mercado;

A conceção e Desenvolvimento deve apoiar-se no conhecimento adquirido


pela Empresa através de instrumentos como manuais, fichas técnicas ou
dados de produção. Outras formas de preparar a conceção, passam pelo
estudo dos artigos concorrentes ou pela aplicação de software de
desenvolvimento e simulação. Durante o processo de conceção é necessário
assegurar o maior grau possível de aplicação das soluções evitando que, a
conceção de um produto seja incompatível com um processo.

 Planeamento, Gestão e Controlo da Produção

 A metodologia de Gestão da Produção deve procurar atingir alguns


objetivos base, como: Otimização da utilização dos recursos; Minimização
de stocks finais ou intermédios; Redução dos tempos de fabrico; Manter a
eficiência de transformação ao nível mais elevado;

Estes e outros objetivos são realizáveis através de uma Gestão racional da


Produção cuja metodologia assente no balanceamento permanente das
necessidades de venda com as disponibilidades de produção. Deverá ser
conferido com que eficácia é que o sistema de Planeamento da Produção
existente, põe em prática este equilíbrio entre necessidades e
disponibilidades de produção. No âmbito do diagnóstico produtivo é
necessário confirmar as capacidades reais de produção, identificando os
pontos de estrangulamento da Produção e conferindo se está estabelecido
o mais correto equilíbrio de cargas para que não se verificam roturas no
processo de fabrico. O diagnóstico tecnológico e produtivo, deverá
evidenciar aspetos relacionados com perdas de Produção motivadas pelas
condições em que a Gestão da Produção decorre, identificando sempre que
possível, as causas de cada tipo de perda.

 Gestão e Nível de Stocks

 Pela análise de balanços e contas de exploração conclui-se a importância


que assumem os stocks quer como elemento do ativo, quer como elemento
gerador de encargos na estrutura de custos. Este aspeto tem levado as
empresas a procurar um ponto de equilíbrio entre duas necessidades
contraditórias: Reduzir e limitar as imobilizações financeiras em stock;
Manter estabilidade nas cedências de produção e respetivos custos, sem
prejuízo da satisfação das necessidades expressas pelos mercados e
clientes. Assim, há que estabelecer um equilíbrio entre os diversos objetivos
que se pretendem atingir com a constituição de stocks e a necessidade de
reduzir os encargos que a sua existência acarreta para o funcionamento ou
exploração da empresa. A existência de um Stock e a sua dimensão deverá
ser justificada por razões processuais, tecnológicas ou de dificuldades
especificas de abastecimento. O diagnóstico deverá avaliar da existência de
Stocks desnecessários ao nível do Armazenamento e no decurso do
processo de fabrico, considerando as capacidades produtivas e o tempo
médio de consumo do Stock.

37
 Manutenção e Serviços de Apoio

 A manutenção é uma função que interfere com a disponibilidade dos


equipamentos e que, por consequente, interfere com a gestão e planeamento
da produção. A redução da frequência de paragens dos equipamentos por
avaria é conseguida através da realização da manutenção preventiva. A sua
implementação passa pela existência de registos de paragens por avarias e das
intervenções efetuadas que permitam analisar a manutenção e adquirir alguma
capacidade de previsão nas intervenções da Manutenção. Para atenuar o
número de avarias, é necessário proceder à substituição antecipada de peças,
treinar os operadores e envolvê-los na reparação das máquinas. A função
Manutenção desempenha um papel muito importante na otimização da
capacidade de produção através da redução dos tempos de paragem e
calibração de equipamentos. Grande parte dos sistemas de apoio são
supervisionados pelos serviços da Manutenção pelo que deverão ser
caracterizadas as funções e responsabilidades deste sector na monitorização
destes equipamentos. A avaliação da manutenção dos equipamentos da
Empresa prevê a verificação de aspetos como os seguintes: • Procedimentos de
Limpeza e Lubrificação por equipamento • Procedimentos de Autoinspeção
pelos operadores • Atribuição de responsabilidades a operadores e a elementos
de Manutenção • Requisição de serviços de Manutenção em caso de avaria •
Existência de Plano Geral de Manutenção aos equipamentos • Plano de
Formação dos operadores;

 Qualidade

 A função Qualidade é uma nova definição do modo de gestão de uma


empresa, que traduz a vontade de controlar a qualidade segundo três
pontos:
 O controlo de todo o ciclo do produto, onde todas as funções da
empresa são consideradas, e todos os procedimentos que
concorrem para o resultado final estão implicados;

 A associação do pessoal em que cada um, no seu nível de


responsabilidade, pode ter objetivos de qualidade, identificar
anomalias, tomar medidas corretivas;

 A implicação do ambiente da empresa, visto que o controlo da


qualidade se insere numa verdadeira rede de relações entre os
diferentes interlocutores da empresa: fornecedores,
contratantes, distribuidores, autoridades locais.

Um processo de garantia da qualidade só pode ser progressivo e


planificado num longo período de tempo, visando a melhoria contínua
dos seus métodos e produtos. A melhoria da Qualidade ocorre ao longo
do tempo, traduzindo uma evolução. Para cada etapa são necessárias
reorganizações, investimentos em meios físicos e humanos e,
finalmente, são necessárias ações de sensibilização e formação dos
colaboradores.

 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho

 A evolução técnica, económica e organizacional das empresas tem vindo a


gerar novos riscos ocupacionais e uma consequente necessidade de
desenvolver técnicas e metodologias para o seu controlo efetivo. O uso
crescente de substâncias perigosas, a aplicação de novas tecnologias ou o
desenvolvimento de sistemas complexos de produção exigem o
envolvimento de todos os sectores da empresa na área da Segurança,
Higiene e Saúde no Trabalho (SHST). A análise de riscos constitui a primeira
abordagem de um programa de segurança no trabalho. Tem como objetivo
o levantamento de todos os fatores do sistema de trabalho que podem
causar acidentes. As empresas têm que estar conscientes que, para além da
necessidade do cumprimento da legislação, a ausência de uma política de
SHST, e de meios de prevenção do acidente e doenças profissionais, reflete-
se em custos acrescidos para elas próprias, resultantes de agravamentos
dos seguros, danos em equipamentos e instalações, aumento das taxas de

39
absentismo, quebras de produção, entre outros. O Diagnóstico deverá
identificar e avaliar os principais fatores de risco do processo produtivo e
dos sistemas de apoio, relativamente aos aspetos de Higiene e Segurança
envolvidos.

 Ambiente e Energia

 No passo, o desenvolvimento social e industrial determinou um enorme


crescimento na extração e consumo de recursos naturais, sem grandes
preocupações com o baixo aproveitamento dos recursos e os desperdícios
daí resultantes. Dado que, os recursos naturais pareciam inesgotáveis e que
os mercados não paravam de crescer, os problemas ambientais não
tardaram a ocorrer dado o crescimento imparável da industrialização. No
entanto, só nos finais dos anos 70, é que os problemas ambientais,
resultantes de uma atividade económica devastadora, assumiram a
dimensão de problema á escala planetária. O final do século XX foi
decisivamente marcado pela necessidade de o Homem repensar a sua
atividade e numa maior sustentabilidade no consumo dos recursos e na
poluição por ele produzida. Competindo à sociedade, como maior
interessada no crescimento económico sem degradação ambiental,
fiscalizar e proporcionar condições para que se estabeleça um compromisso
de desenvolvimento sustentável. Cabe às empresas o papel mais importante
na otimização do uso dos recursos que extraem da natureza e minimizar os
impactos negativos que os seus produtos e as suas atividades possam gerar.
O papel das Empresas, é determinante quanto ao rumo do
desenvolvimento, sendo por sua vez regulado, por uma sociedade cada vez
mais consciente da necessidade de valores ambientais que respeitem a
capacidade de obter um desenvolvimento sustentado. Nesta área, são
cruciais dois parâmetros associados à atividade industrial, cuja análise e
tratamento, poderá contribuir, em escalas diferentes, para a otimização dos
processos de produção: O ambiente e poluição e a produção e consumo de
Energia.
No caso dos problemas Ambientais, a Empresa pode ganhar com a reflexão
que faz em volta dos desperdícios que produz, procurando desse modo
encontrar soluções para melhorar o seu rendimento de transformação e
assim reduzir custos. No caso da produção e consumo de Energia, a
Empresa que já paga um custo elevado pelo seu valor unitário, terá todo o
interesse em racionalizar os seus consumos e através do aumento da sua
eficiência energética, reduzir os custos energéticos dos seus processos e
reduzir a poluição associada.

4.1. Meio Envolvente

O conhecimento que a empresa tem do meio em que se insere é essencial para ter
sucesso. Só com esse conhecimento se poderá preparar devidamente e com
antecedência. Numa época de mudanças, as empresas são obrigadas a conhecer as
variáveis ambientais de forma a adotar práticas empresariais adequadas às suas
características.

Portanto, essencial que se faça uma análise do meio envolvente.

Este ponto serve então para conhecermos o meio envolvente da empresa que
deve ser feito a dois níveis: o meio envolvente contextual e o meio envolvente
transacional.

A sobrevivência de uma empresa está dependente da sua capacidade de interação


com o meio envolvente.

41
4.1.1. Meio envolvente Contextual/envolvente externa

A envolvente geral interage indiretamente com as organizações, é constituída por


fatores político-legais, económicos, socioculturais e tecnológicos (PEST). Afeta as
organizações nacional e internacionalmente. No ambiente político-legal destacam-se
as políticas económicas, a legislação (fiscal, laboral, comercial, ambiental, etc.), o risco
político e a estabilidade política e social. Como fatores económicos temos o nível de
desenvolvimento económico (PIB, PIB per capita), as infraestruturas, mercados de
recurso e de produtos, taxas de câmbio, inflação, taxas de juro, crescimento económico
(variação do PIB), entre outros. Quanto ao ambiente sociocultural e demográfico, a
cultura é constituída pelos valores, crenças, convicções e comportamentos partilhados
por uma sociedade. Inclui elementos constitutivos tais como a língua, a religião, a
organização social, a educação e a história. É intangível, profunda e a sua
compreensão, para um estrangeiro, requer, regra geral, um tempo considerável. Por
fim, no que diz respeito à tecnologia, esta inclui os desenvolvimentos científicos e
tecnológicos numa indústria em particular e na sociedade em geral. Considera-se
tecnologia de informação, eletrónica, de projeto (CAD, CAM), de execução de tarefas
(automação, robotização), de planeamento, bio e nanomateriais, entre outros.
Relacionada diretamente com a envolvente externa está a expansão da economia e
comércio internacionais. A economia mundial está num processo de expansão e
polarização marcado por três movimentos:

 Expansão generalizada da economia de mercado;

 Emergência de novas economias e desenvolvimento de regiões costeiras;

 Polarização da economia mundial em torno de regiões.

Relacionado, está o processo de globalização, a abertura comercial crescente e


desmantelamento das barreiras tarifárias, a livre circulação de informação e capitais e a
intensidade dos fluxos de investimento direto. Como exemplos desta crescente
expansão temos, por exemplo:

 União Europeia: permite que mercadorias, serviços, capital e recursos


humanos circulem livremente, sem fronteiras, entre os estados membros.

 Cooperação económica Ásia-Pacífico: tenta reduzir as barreiras comerciais,


estabelece regras gerais para o investimento, desenvolve políticas que
incentivem o investimento estrangeiro.

 Acordo do comércio livre Norte-americano (NAFTA): um pacto económico


que integra as economias americana, canadiana e mexicana.

O meio global tende a tornar-se mais integrado do que nunca, as regras da


organização mundial do comércio (WTO) aplicam-se a mais de 90% do comércio
mundial.

43
Todas as organizações desenvolvem a sua atividade integradas num meio
envolvente abrangente que condiciona, no médio e longo prazo, a sua atividade,
estratégias, objetivos e, em última instância, a sua própria sobrevivência. É assim que,
por exemplo, o comportamento da demografia em Portugal, caracterizado pela descida
da taxa de natalidade e pelo aumento da esperança média de vida (que se tem
traduzido no envelhecimento da população), tem confrontado as organizações com
desafios diversificados.

Na verdade, se para algumas organizações este facto tem constituído uma


verdadeira ameaça, para outras tem-se revelado uma oportunidade sem precedentes.
Com efeito, se este fenómeno se pode revelar uma ameaça para o sector do ensino,
alimentação e vestuário infantil, por exemplo, ele constitui uma verdadeira
oportunidade para sectores ligados à terceira idade (geriatria, fisioterapia, turismo
sénior, etc.). Cabe pois aos gestores procurarem antecipar as ameaças e oportunidades
que este meio envolvente contextual suscita, no sentido de criarem condições às
respetivas organizações para tirarem partido das oportunidades e ameaças que este
lhes trará.

O meio envolvente contextual pode ser subdividido em oito componentes básicas,


cada uma integrando uma série de fatores, são eles:

Componente económica: PIB; Compromissos do PEC; Taxa de inflação; Taxa de juros;


Taxa de desemprego; Nível de défice orçamental; Mercados Capitais; Formação bruta
de capital fixo;

Componente social: Segmentos sociais e económicos; Condições de vida;


Comportamentos de consumo; Características ideológicas; Estilos de vida; Nível de
conflituosidade social; Associativismo;
Componente cultural: Taxa de alfabetização; Níveis educacionais; Meios de
comunicação; Crenças e valores; Costumes e tradições;

Componente demográfica: Densidade populacional; Mobilidade interna; Taxa de


crescimento demográfico; Taxa de natalidade; Esperança média de vida; Distribuição
demográfica da população; Composição étnica;

Componente política: Poder legislativo, judicial e executivo; Politica ambiental; Politica


de educação; Politicas externas e de defesa; Politica económica e tecnológica; Politicas
de consumo e concorrência; Politicas de incentivos económicos; Politicas fiscais e
monetárias; Politica de concertação social;

Componente tecnológica: Capacidade inovação tecnológica; Capacidade de aquisição


tecnológica; Proteção de patentes; Ritmo de trocas tecnológicas; Normas relativas à
qualidade; Inovação de processos;

Componente Legal: Legislação económica; Legislação tributária; Legislação laboral;


Legislação do comércio externo; Legislação concorrência; Legislação ambiental;
Legislação comercial; Legislação de consumo; Legislação da EU;

Componente ecológica: Condições climatéricas; Níveis de contaminação ambiental;


Legislação ambiental; Certificações ambientais; Plano de impacto ambiental;

4.1.2. Envolvente Transacional

45
A envolvente transacional é constituída pelos sectores/entidades que interagem
diretamente com a organização, existindo uma influência recíproca em variados graus.
É constituída pelos clientes, concorrentes, fornecedores e pelo mercado de trabalho.
Os clientes constituem o mercado onde a empresa opera. Podem ser individuais ou
organizações, adquirem bens e/ou serviços e são a razão da existência da organização
ou empresa. As suas preferências condicionam ou determinam as escolhas das
organizações.

O Ambiente Transacional é composto pelos elementos que se envolvem mais de


perto em transações diretas com a organização ou com o sector de atividade em que
esta desenvolve a sua atividade.

Os principais componentes do meio envolvente transacional são:

 Os Clientes: entendem-se por clientes os agentes económicos (atuais ou


potenciais) utilizadores finais dos bens e serviços oferecidos pela indústria onde
uma determinada organização desenvolve a sua atividade (utentes,
consumidores, clientes ou compradores) bem como os respetivos distribuidores
e retalhistas. Quando considerados em conjunto, constituem o mercado ou a
procura;

 Os Concorrentes: em sentido amplo incluem-se aqui, não apenas os


competidores (atuais e potenciais) de uma determinada indústria em termos de
mercado (na competição por clientes) e na competição por recursos
(financeiros, materiais e humanos), mas também os produtos/serviços
substitutos que satisfaçam as mesmas necessidades do mercado. Quando
considerados na sua globalidade, constituem a indústria ou a oferta dessa
indústria;
 Os Fornecedores: que consistem, basicamente, nos agentes económicos que
fornecem os recursos indispensáveis ao exercício da atividade das organizações
numa determinada indústria (matérias-primas, equipamentos, capital, recursos
humanos, serviços, etc.);

 Stakeholders (grupos de interesse): referem-se à comunidade em geral e, em


particular, ao conjunto de organizações, indivíduos e fatores que, direta ou
indiretamente, se relacionam com a organização ou com a sua indústria,
nomeadamente no que diz respeito a associações sindicais, associações
empresariais, entidades reguladoras, lobbies sectoriais, associações de defesa
do ambiente, associações de defesa dos consumidores, etc.

A importância relativa atribuída ao meio envolvente contextual e transacional tem


dividido os vários autores e estudiosos da matéria. Se por um lado existem autores que
consideram que é o meio envolvente geral o ambiente externo que mais impacto tem
ao nível das organizações, por outro, existem que defendem que as influências mais
importantes e determinantes do sucesso das organizações são as provenientes do meio
envolvente transacional. Outros consideram que ambos os meios envolventes têm
impactos significativos no funcionamento organizacional, pelo que as organizações
devem analisar tanto o seu meio envolvente transacional como o seu meio envolvente
contextual. Gonçalves defende que a análise do meio envolvente transacional deverá
ser sempre efetuada e em primeiro lugar. Em relação à análise do ambiente
geral/contextual, este defende que esta deve ser realizada essencialmente quando as
necessidades de adaptação das organizações forem elevadas ou quando as condições
específicas da organização assim o aconselharem. Contudo, na medida e com a
extensão e profundidade que os recursos da organização permitirem.

47
Referências bibliográficas

Andrade, A. Franco, R. (2007). Economia do Conhecimento e Organizações sem Fins


Lucrativos. Sociedade portuguesa de Inovação, Porto.

Cunha, M. Rego, A. Cunha, R. Cardoso, C. (2007). Manual de Comportamento


Organizacional e Gestão. Editora, Lisboa.

Pinto, C. (2009). Cultura Organizacional e Motivação numa Administração Publica em


Mudança. Tese de Mestrado. Universidade do Minho, Braga.
Portella, C. (s/d). O Dinamismo das Organizações. Consultado em World Wide Web em
23 de Outubro de 2015 em:
http://docplayer.com.br/1092337-As-principais-divisoes-de-uma-empresa.html

Silva, E. Sousa, J. Oliveira, J. Tito, M. (s/d). Origem, Características e Classificação das


Organizações Internacionais. Revista de Mestrado. Universidade Católica de Brasília,
Brasília.

Silva, P. (2005). Teoria das Organizações e Modelo Informacional. Tese de


Doutoramento. Universidade de Évora, Évora.

49
Anexos

Anexo A- Sopa de Letras relacionada com o módulo


Anexo B

51
Centro Social de Santa Maria de Sardoura
Tipologia 6.2 – Qualificação de Pessoas com Deficiência ou Incapacidade

Ficha de trabalho

1. Uma organização é o conjunto de ___________ que trabalham __________ e


coordenam as suas ações de forma a alcançarem uma grande variedade
de____________, ou ____________ desejados a médio e _________ prazo.

2. Assinale as afirmações como verdadeiras ou falsas (V e F).

 O conjunto de pessoas com recursos não tem importância numa


organização.

 Os objetivos atribuídos são fundamentais.

 As normas e ordem hierárquica estabelecidas não são importantes numa


organização.

 A satisfação das necessidades, produção ou venda de bens ou serviços.

 A transmissão de cultura, geração de trabalho, criação, conservação e


transmissão de conhecimento, entre outras são fundamentais para a
organização.
3. Dê exemplos de organizações nacionais:

____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

4. Dê exemplos de organizações internacionais:

____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

53
Anexo C

Centro Social de Santa Maria de Sardoura


Tipologia 6.2 – Qualificação de Pessoas com Deficiência ou Incapacidade

Ficha de trabalho

1. Quais são as formas de classificar uma organização?

Podemos classificar as organizações quanto à _________________________,


quanto à __________________, quanto à ____________________e quanto ao
__________________________________.

2. Quais são os tipos de dimensão de uma empresa existentes?

____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

3. Assinale as afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F).

a) Segundo o critério da classificação das empresas/organizações quanto à


propriedade, as empresas são classificadas em empresas públicas, empresas
privadas, empresas de economia mista ou comparticipada e empresas
cooperativas. ___

b) De acordo com o critério de classificação quanto ao ramo de atividade,


existem as empresas do sector primário, secundário e o quarto sector.___

c) Quanto à dimensão da empresa, existem as pequenas, grandes e gigantes


empresas____
d) Quanto à forma jurídica, as empresas são classificadas como empresas
individuais ou sociedades, sendo que, dentro das sociedades existem as
sociedades em nome coletivo, por quotas, em comandita e anonimas____

4. Faça a correção das afirmações falsas.

____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

55

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