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Resenha1

Antonio Emanuel Batista de Sousa2

Carlo Ginzburg em sua obra intitulada Olhos de madeira: nove reflexões sobre a
distância traz reflexões sobre a distância nos mostrando que a história da civilização
europeia está marcada pelo contanto com outras civilizações de diferentes partes do
mundo. É nesse sentido, que o historiador trabalha em sua obra nove ensaios que
evidenciam sua ideia de que para falar da história da Europa se faz necessário evidenciar
aspectos relativos a esses contatos.

O capítulo cinco intitulado Ídolos e imagens: um trecho de Orígenes e sua sorte,


Ginzburg analisa um texto do teólogo, filósofo neoplatônico patrício Orígenes3 que o
mesmo escreveu como Homílias sobre Êxodo, VIII, originalmente em grego. Neste texto
antigo escrito pelo filósofo grego, Ginzburg busca perceber como uma relação
substancialmente hostil frente a iconografia nesse período, passou, pouco a pouco, a se
tornar mais favorável pela instituição cristã a partir da análise do pensamento de Orígenes
expressados em dois fragmentos do referido texto.

Em um primeiro momento, o historiador comenta a ideia de Orígenes referente a


sútil diferença entre ídolo e imagem. Para o filósofo, a imagem existe, e qualquer
reprodução e/ou representação de uma figura mitológica em material como metais,
madeira e pedra mesmo que adorada como ídolo não deixa de ser uma imagem. Já os
ídolos é algo que os olhos não veem, mas a mente imagina. “Em todo caso, conclui
Orígenes, a proibição divina se estende tanto aos ídolos como às imagens” (GINZBURG,
2001, p. 124).

Ginzburg ressalta os comentários de Orígenes sobre a relação na natureza de adoção


a ídolos e imagens. Para isso o exemplo do centauro entra na argumentação, pois visto
que tem uma natureza compósita, é um ídolo, e, portanto, não existe. “Deste modo,
Orígenes combinava a inexistência do centauro, ressaltada por Aristóteles, com sua
natureza compósita, salientada pelos estoicos” (GINZBURG, 2001, p. 130). Desta

1
Trabalho apresentado a disciplina de Laboratório de Teoria e Heurística I
2
Mestrando em História e Espaços Programa de Pós – graduação da UFRN
3
Orígenes é um dos maiores teólogos e escritores do começo do cristianismo. Com ele iniciou-se o posterior
constante diálogo entre a filosofia e a fé cristã e uma tentativa de fusão das duas.
maneira, apesar do filósofo formular uma distinção entre ídolo e imagem, Orígenes
concluiu sua homília numa ideia decididamente antiicônica, onde o mesmo condenava
tato os ídolos quantos as imagens. Porém, Ginzburg ressalta que o que prevaleceu em
seus comentários sobre o Êxodo 20:4 foi a distinção entre ídolo e imagem que se fundava
independente do caráter espiritual de sua análise.

Dentro desses comentários do filosofo grego ficou evidente o caráter ambíguo das
imagens o que se tornou um argumento favorável, logo mais, aos iconófilos. Nesse
contexto, segundo Ginzburg, as reflexões sobre as representações visuais, tanto na
Antiguidade como na Idade Média nunca foram tão levadas a fundo.

Orígenes ao destacar a relação entre ídolos e imagens, por hora distintas em suas
motivações existenciais e por hora igualmente condenáveis, acaba por promover uma
série de debates sobre a natureza das imagens e sua relação complexa com os signos. Para
Ginzburg, “os signos intrinsecamente desprovidos de significado, que comunicam aos
espectadores a experiência da ilusão apoiando-se em convenções visuais específicas
tornaram-se objeto de reflexão teórica apenas quando a tradição artística centrada na
mimesis começou a ser posta em discussão” GNZBURG, 2001, p. 137).

Por fim, o historiador comenta a sobre a assimetria das palavras e imagens e como
as mesmas expressavam o diálogo com a realidade. Porém, mesmo representando objetos
inexistentes, são sempre afirmativas. Desta maneira, a contiguidade profunda entre ídolos
e imagens é o que tornava, para Orígenes, ambas igualmente condenáveis, mesmo que
marcadas por um caráter existencial distinto partiam de fatores motivadores comuns à
expressão da natureza humana.

Referências

GINZBURG, Carlo. Olhos de madeira: nove reflexões sobre a distância. In: Ídolos e
imagens: um trecho de Orígenes e sua sorte. Tradução: Eduardo Brandão. Companhia das
Letras, São Paulo, 2001. P. 122 à 138.

W01. Orígenes – como seus ensinamentos influenciaram a igreja. A sentinela


anunciando o reino de Jeová, 2001. Disponível em: https://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-
t/2001529. Acesso em: 07/05/2019.

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