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Não há previsão legal estabelecendo prazo para apreciação dos relatórios de acompanhamento e dos
relatórios conclusivos. Também o Código de Processo Penal, aplicado subsidiariamente, não estabelece
prazo. Por conta dessa omissão legislativa, o Departamento sempre conferiu prazo simples de 10 dias
para manifestação do Ministério Público e, em seguida, da Defensoria Pública em atenção ao princípio
do contraditório e da ampla defesa. No entanto, com o advento do NCPC e com o questionamento do
Ministério Público, entendeu-se por bem conferir o prazo de 5 dias úteis. Contra tal decisão foi
interposto recurso de agravo de instrumento pelo Ministério Público (AI n. 2103715-
68.2016.8.26.0000), cujo pedido liminar foi indeferido, sob o fundamento de que o Ministério Público
atua como parte, assim como a Defensoria Pública, e nenhuma das instituições tem prazo em dobro
para manifestação.
O Juízo competente para determinar a unificação das medidas socioeducativas é o Juízo da execução
que o fará após a manifestação do Ministério Público e da Defesa.
A contagem do prazo de cumprimento dependerá das medidas a serem executadas, de forma que a
prestação de serviços à comunidade não poderá extrapolar o máximo de seis meses (art. 117 do ECA) e
a internação não poderá superar três anos de custódia (art. 121, §3º, do ECA), salvo se houver nova
prática infracional durante a execução (art. 45, §1º, da Lei 12.594/2012). Não há previsão legal de
prazos máximos para as medidas de liberdade assistida e semiliberdade (arts. 118 e 120 do ECA).
Segundo o art. 11, § 2°, da Lei n. 12.594/12, a unificação apenas abrangerá as guias de execução
definitivas. No entanto, na prática se torna inviável o acompanhamento do cumprimento de medidas
diversas se não houver prévia unificação, ainda que em caráter precário.
As guias de internação-sanção (GIS) deverão ser devolvidas ao Juízo que a decretou logo após o
decurso do prazo fixado.
Não existe previsão legal para a autoridade policial aplicar medidas protetivas.
As medidas protetivas são aquelas elencadas no art. 101 do ECA e serão aplicadas pelo Juiz da Infância
e Juventude às crianças e adolescentes que tiverem seus direitos ameaçados ou violados. Também o
Conselho Tutelar poderá aplicar as medidas protetivas previstas nos incs. I a VII do art. 101 do ECA,
conforme disposto no art. 136, inc. I, do ECA.
Em regra, a competência para prestar informações é do Juízo que proferiu a decisão agravada.
Todavia, se os autos tiverem sido remetidos à outra Comarca, basta a comunicação à Superior
Instância de que não mais tem os autos em seu poder, o que torna inviável o atendimento à solicitação,
e remeter o pedido de informações ao juízo da execução competente que deverá prestar as
informações à vista dos autos.
Na Capital a defesa dos adolescentes envolvidos com prática de atos infracionais é exercida pela
Defensoria Pública na quase totalidade, sendo os demais representados por defensores constituídos.
A expedição de guia de execução apenas tem previsão legal para a remissão concedida como forma de
suspensão do processo (art. 39, parágrafo único, da Lei n. 12.594/12), cumulada com as medidas de
A remissão como forma de exclusão do processo não pode ser concedida cumulativamente com
medida que demande acompanhamento da execução, já que não existe previsão legal de expedição de
guia de execução para esta hipótese. Assim, eventual descumprimento dessa medida não pode ensejar
oferecimento de representação ministerial.
O mais correto teria sido a concessão de remissão como forma de suspensão do processo cumulada
com medidas de liberdade assistida e/ou prestação de serviços à comunidade com expedição de guia
de execução. Neste caso, descumpridas as medidas, retoma-se o processo de apuração de ato
infracional e, sob o crivo do contraditório e da ampla defesa, será avaliada, ao final, a necessidade de
aplicação, até mesmo, de medida mais gravosa.
O artigo 185 do ECA proíbe o cumprimento de internação provisória em estabelecimento prisional, seja
qual for o ato infracional praticado. Sendo assim, transcorridos os cinco dias sem disponibilização de
vaga para remoção do adolescente, deverá ele aguardar em liberdade.
Em atenção ao princípio da intervenção precoce estampado no art. 100, inc. VI, do ECA, a medida
socioeducativa deverá ser cumprida imediatamente após a prolação de sentença judicial, sob pena de
perda da imediatidade e atualidade.