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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


Coordenadoria da Infância e da Juventude

CURSO DE CAPACITAÇÃO DOS CARTORÁRIOS DA INFÂNCIA E JUVENTUDE – 2016


RESPOSTAS ÀS PERGUNTAS ENVIADAS PELOS INSCRITOS NA MODALIDADE À DISTÂNCIA
(aula 15/09/2016 – Dra. Luciana)

1 – Qual é o prazo para manifestação sobre o relatório conclusivo? Há prazo


em dobro para a Defensoria Pública? Qual a ordem na manifestação?

Não há previsão legal estabelecendo prazo para apreciação dos relatórios de acompanhamento e dos
relatórios conclusivos. Também o Código de Processo Penal, aplicado subsidiariamente, não estabelece
prazo. Por conta dessa omissão legislativa, o Departamento sempre conferiu prazo simples de 10 dias
para manifestação do Ministério Público e, em seguida, da Defensoria Pública em atenção ao princípio
do contraditório e da ampla defesa. No entanto, com o advento do NCPC e com o questionamento do
Ministério Público, entendeu-se por bem conferir o prazo de 5 dias úteis. Contra tal decisão foi
interposto recurso de agravo de instrumento pelo Ministério Público (AI n. 2103715-
68.2016.8.26.0000), cujo pedido liminar foi indeferido, sob o fundamento de que o Ministério Público
atua como parte, assim como a Defensoria Pública, e nenhuma das instituições tem prazo em dobro
para manifestação.

2 – O decurso de prazo para interposição de recurso deverá ser certificado


mediante expedição de uma certidão para o adolescente e seu defensor ou uma
certidão para cada?

Não há necessidade de expedição de certidões individuais. Deve-se dar primazia à economia


processual. Com a emissão de uma certidão, menciona-se a data do decurso do prazo para o
adolescente e seu defensor (no caso de aplicação de medidas socioeducativas de internação e
semiliberdade), ou para o defensor (no caso de aplicação das medidas de liberdade assistida e
prestação de serviços à comunidade). Na mesma certidão, pode-se constar também o decurso de prazo
para o Ministério Público.
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3 – Como proceder no caso em que, aplicada medida socioeducativa de


liberdade assistida pelo juízo de conhecimento, porém, acolhendo recurso de
apelação do Ministério Público, a Câmara Especial aplica medida de internação
sem prazo determinado? Durante o trâmite do recurso, o educando cumpriu a
medida adequadamente, não mais se envolveu em práticas infracionais,
retomou os estudos e voltou a estudar.

Depende da situação do processo de execução.


Se a medida socioeducativa originariamente aplicada (liberdade assistida) já tiver sido revogada e o
processo julgado extinto, exauriu-se a prestação jurisdicional. O Acórdão deverá ser juntado aos autos,
deverão ser feitas as retificações necessárias no sistema SAJPG5 e no sistema CNACL, dando-se ciência
às partes. Oportunamente, os autos deverão ser encaminhados ao arquivo.
Todavia, se a medida socioeducativa anteriormente aplicada estiver em pleno curso, o Acórdão deverá
ser juntado ao processo de execução e encaminhado com vista para manifestação do Ministério
Público e da Defesa. Posteriormente, os autos serão levados à conclusão do Juiz que proferirá decisão
considerando o caso concreto.

4 – Qual é o juízo competente para determinar a unificação das medidas


socioeducativas? Como se dá o cômputo do prazo de cumprimento das medidas
unificadas?

O Juízo competente para determinar a unificação das medidas socioeducativas é o Juízo da execução
que o fará após a manifestação do Ministério Público e da Defesa.
A contagem do prazo de cumprimento dependerá das medidas a serem executadas, de forma que a
prestação de serviços à comunidade não poderá extrapolar o máximo de seis meses (art. 117 do ECA) e
a internação não poderá superar três anos de custódia (art. 121, §3º, do ECA), salvo se houver nova
prática infracional durante a execução (art. 45, §1º, da Lei 12.594/2012). Não há previsão legal de
prazos máximos para as medidas de liberdade assistida e semiliberdade (arts. 118 e 120 do ECA).

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5 – Poderá ocorrer unificação de medidas socioeducativas antes do trânsito em


julgado?

Segundo o art. 11, § 2°, da Lei n. 12.594/12, a unificação apenas abrangerá as guias de execução
definitivas. No entanto, na prática se torna inviável o acompanhamento do cumprimento de medidas
diversas se não houver prévia unificação, ainda que em caráter precário.

6 – Após o cumprimento do prazo de internação-sanção em juízo diverso do que


a decretou, devolve-se a guia de execução ou comunica seu cumprimento?

As guias de internação-sanção (GIS) deverão ser devolvidas ao Juízo que a decretou logo após o
decurso do prazo fixado.

7 – O representante do Ministério Público pode representar adolescente não


ouvido informalmente?

Prevalece o entendimento jurisprudencial de que “não se afigura indispensável a realização da oitiva


informal do adolescente se o representante do Ministério Público entende estarem reunidos elementos
de convicção suficientes para amparar a representação”.
Nesse sentido, os seguintes julgados:
HC STJ n. 662.499/SC, j. 07.12.2004
HC STJ n. 121.733/SP, j. 03.03.2009
AgRg no HC STJ n. 244.399/SP, j. 27.11.2012

8 – É possível a aplicação de medida protetiva pela autoridade policial?

Não existe previsão legal para a autoridade policial aplicar medidas protetivas.
As medidas protetivas são aquelas elencadas no art. 101 do ECA e serão aplicadas pelo Juiz da Infância
e Juventude às crianças e adolescentes que tiverem seus direitos ameaçados ou violados. Também o
Conselho Tutelar poderá aplicar as medidas protetivas previstas nos incs. I a VII do art. 101 do ECA,
conforme disposto no art. 136, inc. I, do ECA.

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9 – Qual é o Juízo competente para prestar eventuais informações à Câmara


Especial em caso de recurso de agravo de instrumento interposto contra decisão
que substituiu a medida de internação por outra mais branda e os autos foram
remetidos a outra Comarca?

Em regra, a competência para prestar informações é do Juízo que proferiu a decisão agravada.
Todavia, se os autos tiverem sido remetidos à outra Comarca, basta a comunicação à Superior
Instância de que não mais tem os autos em seu poder, o que torna inviável o atendimento à solicitação,
e remeter o pedido de informações ao juízo da execução competente que deverá prestar as
informações à vista dos autos.

10 – A Capital enfrenta problemas com o pagamento de honorários de


defensores dativos?

Na Capital a defesa dos adolescentes envolvidos com prática de atos infracionais é exercida pela
Defensoria Pública na quase totalidade, sendo os demais representados por defensores constituídos.

11 – A medida de internação absorve as medidas mais brandas aplicadas


anteriormente ou o adolescente deve retomar o cumprimento após a
desinternação?

A medida de internação absorve as medidas mais brandas aplicadas anteriormente.


Com a vinda do relatório conclusivo da Fundação CASA e após a manifestação das partes, caberá ao
juiz a verificação da necessidade de acompanhamento pelo Estado em medidas mais brandas ou a
possibilidade de revogação da medida e extinção do processo de execução.

12 – O Ministério Público propôs remissão como forma de exclusão do processo


e cumulou com medida socioeducativa posteriormente homologada
judicialmente. Deverá ser expedida guia de execução provisória ou carta
precatória?

A expedição de guia de execução apenas tem previsão legal para a remissão concedida como forma de
suspensão do processo (art. 39, parágrafo único, da Lei n. 12.594/12), cumulada com as medidas de

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liberdade assistida e/ou prestação de serviços à comunidade por demandarem acompanhamento da


execução.
O legislador ordinário entendeu que apenas poderão ser cumuladas com a remissão como forma de
exclusão ou extinção do processo medidas socioeducativas auto-executáveis, como advertência e
reparação de danos.
Com relação à carta precatória, existe vedação expressa no art. 11, § 1º, da Res. CNJ n. 165/2012 do
processamento de execução por este meio.

13 – O Ministério Público propôs remissão como forma de exclusão do processo


e aplicou cumulativamente medida de prestação de serviços à comunidade
posteriormente homologada judicialmente. Com o descumprimento, o
Ministério Público ofereceu representação nos próprios autos de execução. O
que fazer com a guia de execução?

A remissão como forma de exclusão do processo não pode ser concedida cumulativamente com
medida que demande acompanhamento da execução, já que não existe previsão legal de expedição de
guia de execução para esta hipótese. Assim, eventual descumprimento dessa medida não pode ensejar
oferecimento de representação ministerial.
O mais correto teria sido a concessão de remissão como forma de suspensão do processo cumulada
com medidas de liberdade assistida e/ou prestação de serviços à comunidade com expedição de guia
de execução. Neste caso, descumpridas as medidas, retoma-se o processo de apuração de ato
infracional e, sob o crivo do contraditório e da ampla defesa, será avaliada, ao final, a necessidade de
aplicação, até mesmo, de medida mais gravosa.

14 – A concessão de remissão cumulada com medida de advertência enseja a


intimação do adolescente se não houver defensor nos autos?

Depende da espécie de remissão.


Em se tratando de remissão concedida como forma de exclusão do processo (art. 126 caput do ECA) em
que poderá haver ou não a participação de defensor, uma vez que não existe obrigatoriedade pela
Estatuto da participação da defesa antes do oferecimento da representação, o adolescente deverá ser
intimado pessoalmente para comparecer em Juízo para admoestação verbal.

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No entanto, em se tratando de remissão concedida como forma de extinção do processo, a intimação


do defensor será necessária. Aplica-se por analogia o art. 190 do ECA.

15 – Como proceder no caso em que o adolescente foi apreendido pela prática,


em tese, de ato infracional equiparado ao crime de homicídio de grande
repercussão social e já se encontra há 5 dias custodiado em delegacia de polícia
sem resposta sobre a disponibilização de vaga para remoção pela Fundação
CASA?

O artigo 185 do ECA proíbe o cumprimento de internação provisória em estabelecimento prisional, seja
qual for o ato infracional praticado. Sendo assim, transcorridos os cinco dias sem disponibilização de
vaga para remoção do adolescente, deverá ele aguardar em liberdade.

16 – Em que momento será feita a admoestação verbal quando aplicada a


medida socioeducativa de advertência: logo após a prolação da sentença ou
após o trânsito em julgado?

Em atenção ao princípio da intervenção precoce estampado no art. 100, inc. VI, do ECA, a medida
socioeducativa deverá ser cumprida imediatamente após a prolação de sentença judicial, sob pena de
perda da imediatidade e atualidade.

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