Sunteți pe pagina 1din 10

ESTUDO SOBRE A CEIA DO SENHOR

1 Cor 11:17-34

Apresentação
É com enorme prazer e satisfação, que me proponho a fazer este “breve e sucinto”
estudo sobre a Ceia do Senhor.

Tem sido ultimamente muito comum eu estar envolvido em debates teológicos,


onde constantemente sou chamado a dar meu parecer bíblico do por que eu não
concordar com este nosso atual modelo de celebrar a ceia do Senhor, por isto,
venho, humildemente, expor minha peculiar visão do presente tema. De antemão,
quero avisar aos meus futuros leitores, que esta micro obra, esta longe de ser
unanime e perfeita em sua abordagem, pois se os tais leitores, ao lerem este obra,
a lerem com tal predisposição, sinto lhes informa-los, mas vocês se frustraram.

Como já dito por mim em outra ocasião, meu foco será abordar a ceia do senhor
tendo como texto base primeira carta de Paulo aos coríntios capitulo onze, muito
pouco me darei a falar da pascoa judaica, mesmo sabendo existir um forte enlace
entre pascoa e ceia do senhor.

V. B Junior

INTRODUÇÃO

Eis o dilema, a ceia do senhor é um rito? Uma festa, uma celebração da morte e
ressurreição de cristo, tipo a pascoa judaica? Um ato de simples solenidade entre
irmãos, com significados apenas simbólicos e litúrgicos? Ou a ceia do senhor trata-
se dum ato de fraternidade, amor, memoria, entre os irmãos trazendo a lume
durante a refeição o verdadeiro significado do evangelho e do que é ser evangélico?

O principal motivo deste meu estudo, é protestar contra estes atuais sistemas e
modelos de ceias que se tem celebrado entre cristãos evangélicos e católicos!
Fizeram da ceia do senhor, um evento recheado de hipocrisia, falsidades,
inutilidades, soberba, acusações, divisões (...) que em nada representa a cristo em
sua essência, que em nada aproxima os irmãos em amor Jo 13:34, e comunhão Sl
133, Ef 4:2, que em nada gera temor e obediência Hb 5:9, Sl 111:10, 2 cor 7:1, que
em nada gera; aptidão pelo reino de Deus! Protesto contra estas “liturgias inúteis”,
a ceia do senhor, não é, e nunca fora celebrada por cristo, com o proposito de fazer
daquilo, um ato simplesmente litúrgico e ritualístico!

Até entendo que uma ceia, por mais simples e verdadeiramente bíblica que seja, ao
ser realizado, tenha teores ritualísticos, mas protesto em tornar a ceia do senhor
“um rito”!

Meu proposito aqui, não é de maneira nenhuma destruir ou desconsiderar a ceia do


senhor, em momento algum argumento contra a ceia, e sim a forma pagã como ela
tem sido celebrada.

A ceia bíblica é apenas um “jantar noturno”, carregada de significado e sentido, a


ceia bíblica, esta carregada de enlaces de amor, fraternidade, consideração mutua,
solidariedade, afeto, exortação, alegria, e sobre tudo “consciência”! A ceia bíblica
realiza-se, todo dia, a qualquer lugar! A ceia bíblica visa unir a igreja em cristo e
com cristo! A ceia bíblica tem suas bases solidificadas na unidade 1cor 10:16-17.

É engravidado desta consciência de evangelho, que me proponho a escrever sobre


a ceia do senhor, espero ser útil em meus sucintos e simples argumentos, que Deus
em cristo continue falando melhor cada coração, amém!

V.B Junior SP 2017

Texto de 1 cor 11:17-24, versão bíblia de Jerusalém.


“Dito isto, não posso louvar-vos: vossas assembleias, longe de vos levar ao melhor, vos
prejudicami. Em primeiro lugar, ouço dizer que, quando vos reunis em assembleia, há entre vós
divisões, e, em parte, o creioii. É preciso que haja até mesmo cisões entre vós, a fim de que se
tornem manifestos entre vós aqueles que são comprovadosiii. Quando, pois, vos reunis, o que
fazeis não é comer a Ceia do Senhoriv; cada um se apressa por comer a sua própria ceia; e,
enquanto um passa fome, o outro fica embriagadov. Não tendes casas para comer e beber? Ou
desprezais a Igreja de Deus e quereis envergonhar aqueles que nada têm? Que vos direi? Hei de
louvar-vos? Não, neste ponto não vos louvovi. Com efeito, eu mesmo recebi do Senhor o que vos
transmiti: na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças,
partiu-o e disse: "Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim" vii. Do mesmo
modo, após a ceia, também tomou o cálice, dizendo: "Este cálice é a nova Aliança em meu
sangue; todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de mim". Todas as vezes, pois,
que comeis desse pão e bebeis desse cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha. Eis
porque todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente será réu do
corpo e do sangue do Senhor. Por conseguinte, que cada um examine a si mesmo antes de comer
desse pão e beber desse cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo, come e bebe
a própria condenação. Eis porque há entre vós tantos débeis e enfermos e muitos morreram. Se
nos examinássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas por seus julgamentos o Senhor
nos corrige, para que não sejamos condenados com o mundo. Portanto, meus irmãos, quando
vos reunirdes para a Ceia, esperai uns aos outros. Se alguém tem fome, coma em sua casa, a fim
de que não vos reunais para a vossa condenação. Quanto ao mais eu o determinarei quando aí
chegar.

i
Ou como lemos na versão NVI: Entretanto, nisto que “vou lhes dizer” não os elogio, pois as reuniões de vocês, mais
fazem mal que bem.
Para todos aqueles que já estão irmanados como todo o teor da primeira carta de Paulo aos coríntios (na verdade, a
primeira carta, seria a segunda, mas como a primeira se perdeu, a segundo é chamada de primeira, 1 cor 5:9), não
é novidade alguma, o fato de que esta igreja, de todas fundados pelo apostolo, era uma das que mais ele amava,
sendo a que menos retribuiu seu amor 2 cor 12:15.
Corinto era a capital da Acaia, e tinha um movimentado porto, como sabemos, o que mais contribuía para
prosperidade duma cidade na antiguidade era estar munida de um porto. Com isto, a cidade de 100 mil habitantes
na época, era centro econômico, centro religioso; pois abrigava templos pagãos, a saber, Afrodite e Apolo, como
também, era uma das maiores referencias em promiscuidade da época no império Romano.
Era este o cenário ao qual a igreja esta fincada, era este o publico que ia se convertendo a fé cristã, publico este, que
mesmo após terem recebido o evangelho, flertavam com os ensinos dos filósofos gregos 1 cor 1:22-23, que
negavam a ressurreição, 1 cor 15:12. Esta igreja era marcada pela, disseção 1:10, partidarismo religioso 3:4, pela
carnalidade e meninice espiritual 3:1-2, pela fornicação e prostituição 5:1 e 9, 6:12-20, confusão na vida conjugal 1
cor 7, comiam comida sacrificada nos templos pagãos 1 cor 8, na falta de entendimento em relação as ofertas 1 cor
9:1-14, da idolatria 1 cor 10:14-32, as mulheres cristãs, estavam desonrando seus maridos, e andando na
semelhança das prostitutas 1 cor 11:1-16, havia muitos problemas com a compressão dos dons 1 cor 12 e 14, muitos
já não criam mais na vinda de cristo e na ressurreição 1 cor 15.
Era este o publico, era esta a igreja, ao qual a carta esta sendo dirigida, uma igreja atribulada, carnal, confusa,
rachada, que até na ora da ceia do senhor, demonstravam desprezo, e desrespeito uns pelos outros.
Nisto que vou dizer não vos elogio- Esta carta não fora escrita com o proposito de elogiar, além do mais, como já
fora possível notar, não a quase nada nesta igreja a ser elogiado, não a nada nela que louve a Deus, não a nada nela,
que sugira uma genuína conversão! Esta igreja, estava até então, desonrando o evangelho de cristo, Rm 2:24.
A carta de Paulo aos coríntios, fora escrita, visando exortar, e disciplinar um povo, que nitidamente estava carente
de amor 1 cor 13:1:13, e liderança sabia 1 cor 6:5, pois a única sabedoria que havia ali era a sabedoria da carne.
Pois as reuniões de vocês mais fazem mal que bem- Embora no inicio da carta Paulo chame os irmão de Corintos de
“Igreja de Deus” (ekklesia tou theos), neste momento, ele de forma consciente e concisa, ira dizer: A reunião de
“vocês”, isentando Deus do processo, pois Deus não é Deus de desordem nem de confusão 1 cor 14:33.
Com isto Paulo quer deixar desde já bem claro, que o Deus de paz e amor, tem sido inexiste em suas reuniões. Jesus
certa feita dissera que onde estivesse dois ou três reunidos “em seu nome” ele estaria “no meio” Mt 18:20, mas os
ajuntamentos dos irmãos, eram feitos sob diversos nomes, como do próprio Paulo, os de Pedro, Apolo e alguns
ainda consciente em nome de cristo 1 cor 1:12-13.
Esta expressão: fazem mais mal que bem, faz pensarmos, quais eram os motivos pelos quais estes irmãos se reuniam
no culto? Como é possível um povo chamado povo de Deus, Deus de amor 1 Jo 4:8, no momento da reunião ainda
assim fazerem mais maldades que bondades? Quando lemos isto, logo somos convidados a refletir-nos sobre até os
nossos ajuntamentos atuais, se realmente, geram mais frutos de amor ou de ódio, de paz ou de guerra, de
solidariedade ou egoísmo, espiritualidade ou carnalidade?
Nisto, vemos que satanás, reinava de forma absoluta nesta igreja, pois ele é o príncipe das forças da maldade que
operam em nosso meio Ef 6:12.
Nós cristãos, fomos chamados a vivermos em amor Jo 13:34, e unidade espiritual Ef 4:2, pois sem paz ninguém vera
ao senhor Hb 12:14, e nisto, nem Paulo, nem eu, e nenhum cristão genuíno deve louvar ou elogiar tal congregação.

ii
NVI: Em primeiro lugar, ouço que quando vocês se reúnem “como igreja”, há divisões entre vocês, e até certo ponto
eu o creio.
Em primeiro lugar- O tema ao qual o apostolo se propõe a tratar é tão delicado e serio que ele começa seu sermão
tentando sistematizar seu argumento em tópicos, visando tratar de todos os principais assuntos.
Ouço- No inicio da carta, já somos informados, que tudo quanto Paulo trata nesta carta, é devido ter ouvido, e seus
informantes, eram os da casa de Clóe 1 cor 1:11; ressaltando, ser Clóe, uma mulher, e pelo que tudo indica, uma
mulher abastada da cidade de corinto. Mas não é certo se Clóe era crista ou uma gentia incomodada com a bagunça
promovida pelos irmãos de Corinto.
A palavra “εκκλησια” dentro do grego profano, significa, assembleia, reunião, ou seja, qualquer tipo de ajuntamento
humano, era uma “εκκλησια”. Na LXX, εκκλησια, também era usada para se referir a ajuntamentos de judeus. Já no
grego neotestamentário, εκκλησια goza duma aplicação peculiar, este termo, é usado especificamente para se
referir ao povo de Deus 1 cor 10:32, distinguindo de judeus, gentios e gregos.
Quando Paulo diz: Quando vocês se reúnem como igreja de Deus, ele esta falando de forma clara e distinta, como
quem quer dizer: vocês não estão se reunindo para trabalhar, para assistir um teatro, cantarolar, mas vocês estão se
reunindo como “igreja de Deus”, por favor, vamos ter mais consciência do que vocês são e por que vocês se
reúnem! Vocês são povo de Deus, hajam de acordo!
Paulo em sua carta, fala como um pai fala a um filho 2 cor 12:14, como quem fundou, cuidou, pastoreou e esteve
durante um ano e meio com aqueles irmãos ali de Corinto At 18:11. Paulo pode ver cada alma sendo alcançada pelo
poder do evangelho segundo seu ministério 1 cor 2:1, pode presenciar muitos milagres e libertações, até pessoas ali
ele batizou, algo incomum em seu ministério 1 cor 1:14-15, ali ele conhece Aquila e Priscila At 18:2, foi ali que ele
começou a desistir dos judeus e a perceber que pregar para judeus incrédulos era algo cada vez mais infrutífero At
18:6, mas foi ali em Corinto que ele ganha pela primeira “talvez” em seu ministério um chefe de sinagoga, Crispo, At
18:8. Corinto tem papel importantíssimo no ministério do apostolo, e agora, ouvir, que esta mesma igreja, fundado
por ele, estava dominada pela divisão, desamor e maldade, era algo com certeza muito difícil de lhe dar; creio o
sentimento do apostolo, ser similar a de um pai (pelo que sabemos Paulo nunca teve filhos, até por isto, adota os
irmãos como filhos na fé), que vê seu filho ao qual criara com tanto carinho e amor, crescer e se tornar um jovem
carnal e rebelde.
Até certo ponto eu creio- Talvez aqui, Paulo esteja demostrando consciência e confiança na fonte que lhe revelou o
estado da igreja, pois todo o teor de sua carta, não fora fruto de analise pessoal, e sim de denuncia, e quando ele diz
crer em grande parte do teor da denuncia lhe feita, esta demonstrado, estar desde sempre, consciente da índole da
igreja de Corinto.
iii
NVI: Pois é necessário que haja divergência entre vocês, para que sejam conhecidos quais dentre vocês são
aprovados.
Brigas, rixas, desavenças, sempre fizeram parte da vida humana em todos os níveis sociais; inclusive sobre o próprio
Paulo, somos informados que ao menos duas contendas feias ele teve com irmãos em cristo, uma com barnabé por
causa de João marcos At 15:39, e de Barnabé e Paulo com judeus cristãos zelosos At 15:2.
Em ambos os casos, tanto Paulo, quanto Barnabé, se envolveram em contendas, não por serem pessoas atribuladas
e malignas, mas sim, por ambos, cada qual, defender seu ideal e o ideal do evangelho, no caso da contenda de Paulo
com Barnabé, a história mostra que Paulo se retrata com João marcos reconhecendo seu valor ministerial Cl 4:10, 2
Tm 4:11, como também, graças a barnabé e Paulo ter contendido com os judeus cristãos zelosos, que nós, os
cristãos gentios, estamos isentos de fardos da lei At 15.
Em ambos o casos citados, a contenda revelou boas intenções intrínsecas na alma e caráter dos contendeiros, mas
no caso dos irmaõs de corinto, a contenda estava sendo promovida, por gente baderneira e de péssimo caráter.
Pois é necessário que haja divergências entre vocês- como já esboçado a pouco, Paulo de maneira alguma com esta
fala, esta incitando a briga, a raiva, a discórdia, mas sendo apenas logico, e se fazendo valer da situação. A
necessidade da divergência é pelo fato, de que ela auxilia na identificação dos baderneiros da igreja, pois é nestas
horas, que os malignos, os rebeldes, os contendeiros, se manifestam com suas malignas ações, e de forma publica
são apercebidos dos demais.
Para que sejam conhecidos os que dentre vós são aprovados- se as divergências no âmbito social, neste caso
imediato a igreja, tem o poder de revelar mau caráter, de igual modo revela os bons corações e boas índoles, pois a
boca fala o que o coração esta cheio.
Nisto, vemos Paulo, inteiramente preocupado com duas coisas, a primeira é detectar o foco das divergências, as
pessoas que estão promovendo a desordem, e a segunda e mais importantes, as pessoas de espirito apologético,
aqueles que defendem as verdades do evangelho Fl 1:16, Jd 1:3.
Nisto, o apostolo demonstra estar mais preocupado com os aprovados que com os desaprovados, e isto é
maravilhoso, pois em geral, os malignos tendem a repercutir bem mais em momentos de tensão e discussão, que os
bons e cincerros de coração.
iv
NVI. Quando vocês se unirem, não é para comer a “ceia do senhor”. A partir deste ponto trataremos de forma mais
minuciosa acerca da ceia do senhor, ceia esta erradamente chamada ultima ceia. É erradamente chamada de ultima
ceia, pelo fato de após aquela, Jesus ter ressuscitado, e em inúmeras oportunidades, bebendo e comendo com os
irmãos At 10:41, Lc 24:39-40, Jo 21:5, 9.
Até aqui fora possíveis vermos o quanto os irmãos de corinto eram irreverentes uns para com os outros, e como
estas atitudes refletiam no âmbito do culto. No capitulo 11, Paulo ira exortá-los a não procederem igualmente de
forma desordeira na ceia do senhor.
Quando vocês se reunirem- antes de tudo, é necessário termos em mente, as distinções dos ajuntamentos cristãos,
em especial, os ajuntamentos judaicos cristãos, ocorridos entre os irmãos de Jerusalém, e os ajuntamentos cristãos
gentílicos, ocorridos por todo o império romano.
a- Os ajuntamentos entre os cristãos judeus em Jerusalém, eram marcados por uma serie de fatores, que o
distinguia dos demais.
1- Eram liderados, e ensinados pelos 12 apóstolos At 2:24
2- Havia muito temor entre os irmãos At 2:43
3- Era esta igreja formada duma mesma etnia, e por isto tinham tudo em comum At 2:44
4- Havia um sistema de proveres interno onde não tinha necessitados entre eles At 2:45
5- Perseveravam todos os dias unanimes no templo At 2:46
6- Comiam o ágape e a ceia de casa em casa com alegria de coração todos os dias At 2:46
Aqui vemos o inicio da igreja de cristo, formada unicamente por judeus conversos pela fé em cristo; esta igreja fora a
versão mais pura e genuína que o cristianismo até então conseguirá produzir, estes ajuntamentos, eram marcados,
por amor, união, e solidariedade. Mas como o problema esta no DNA da sociedade, esta igreja, com o passar do
tempo vai tomando traços de exclusivismos, em relação aos grupos cristãos helênicos At 6:1, At 10, Gl 2:12-14.

b- Os ajuntamentos gentílicos, eram compostos de pessoas vindas de diversos seguimentos da sociedade, pois
na igreja gentílica havia, senhores e escravos Ef 6:6-9, gentios, judeus At 14:1, pessoas vindas de todos os
meios possíveis, até da magia At 19:19.
Nisto, quando Paulo diz: quando vocês se reunirem, que todas estas diferenças, de cor, raça, posição social, étnica,
etc, nunca sejam postas em voga, pois a ceia do senhor, entre muitos significados, tem a união do corpo de cristo
como carro chefe.
Não é para comer- não que Paulo estivesse proibindo a não comerem da ceia, alias, ceia era para ser comida, mas
não devorada de forma desordenada e esfomeada. Não comer aqui significa não comer de qualquer forma, não
comer sem reverencia, não comer sem comunhão, não comer sem amor e fraternidade, não comer sem educação e
respeito, não comer na semelhança dos banquetes profanos.
A CEIA DO SENHOR- Esta expressão ceia do senhor, não aparece em nenhum evangelho, como também não aparece
no livro de atos dos apóstolos, sugerindo ser uma “alcunha de origem Paulina”.
Creio eu, ele utilizar esta expressão, pela primeira e única vez na carta aos coríntios, por motivos circunstanciais. A
palavra ceia, significa apenas “refeição noturna, jantar”; ela era realizada entre famílias, em momentos do habito
alimentar, como também em momentos de solenidade. Vemos Paulo fazendo uma distinção entre “ceia do senhor”
“e sua própria ceia” 11:21, é nestas distinções, que ele ira procurar desenvolver toda sua exortação, dizendo que a
ceia do senhor não deve ser vista na semelhança das nossas ceias, alias, esta ceia não é de peculiar domínio de
homem algum, esta ceia não é dos reis, esta ceia não é dos poderosos desta terra, esta ceia é do Senhor!
Na cultura judaica, devido às condições climáticas e geológicas não serem as melhores para a agricultura, a comida
era algo muito escasso. Até uma festa em comemoração as colheitas fora inaugurada, a chamada “festa dos grãos,
ou da colheita”, na versão grega “pentecostes” Nm 23:14-16, que era comemorado 50 dias após a pascoa judaica At
2:1. Entre os judeus, devido todo este panorama de escassez e dificuldade, convidar uma pessoa, para fazer parte de
sua mesa, era algo de extrema consideração. Quando o “anfitrião” recebia alguém em sua casa, ele procurava dar-
lhe o melhor atendimento possível, lhe provendo agua pra lavar os pés, ungia sua cabeça com óleo proferindo uma
benção e o saudava com ósculo (beijo na face), Lc 7: 44-46.
Também era o anfitrião da ceia que em muitas das vezes servia os convidados, nisto vemos um relato em João de
Jesus pondo o bocado molhado na boca de Judas, lhe dando a primazia na mesa Jo 13:26.
É neste espirito e consciência que Paulo alcunha este termo “ceia do senhor’, deixando os amados cônscios que a
ceia é do senhor, que o anfitrião é o senhor, que quem convida e serve é o senhor! Ou seja, na noite que foi traído e
serviu a ceia, qual foi a postura do senhor diante dos discípulos? Como ele os tratou? Seria muita incongruência, na
ceia do senhor haver elementos distintos daqueles que ele se propusera a ensinar! A ceia do senhor, tem de ser
realizada com o mesmo espirito do senhor, e quais os eram?
a- Amou seus discípulos até o fim Jo 13:1
b- Lavou os pés dos discípulos, ato este, digno da condição mais baixa de um servo Jo 13:5
c- Ensina-nos, que o grande tem de se fazer pequeno entre os irmãos Jo 13:13-14
d- A amarmos uns aos outros assim como ele se propôs a nos amar Jo 13:34
Tudo isto disse ele: Porque eu lhes dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Este é o modelo,
pelo o qual a ceia do senhor deve ser realizada, qualquer ceia realizada no âmbito religioso, que em nada atentarem
a estes quesitos, é a “ceia de vocês”, mas não a do “senhor”, atentemos para isto.
v
NVI- Porque cada um come sua própria ceia sem esperar pelos outros. Assim enquanto um fica com fome, outro se
embriaga-se.
Porque cada um come sua própria ceia sem esperar pelos outros- Dentro de tudo aquilo que até aqui refletimos
sobre este texto, foi possível ver, que Paulo faz distinção entre “sua própria ceia” fazendo referencias as inúmeras
ceias profanas, e a “ceia do senhor” aquela inaugurada por cristo, visando unir os irmãos em amor, humildade,
solidariedade e compromisso.
Nos primeiros séculos da igreja, devido os cristãos ainda serem um grupo religioso recente e também não contar
com o apoio politico do império, geralmente se reuniam uns nas casas dos outros, ou seja, as igrejas se reuniam em
casas At 2:2, 2:46a, 12:12, 20:7-8, Rm 16:5, 1 Cor 16:19, Cl 4:15, Fl 1:2. Geralmente as casas selecionadas, eram as de
maior espaço, onde haviam cenáculos (parte superior da casa, que funcionava como sala de jantar Lc 22:12, Mc
14:15).
É de estrema importância, falarmos aqui, que a ceia, era uma refeição familiar, composta de alimentos segundo a
dieta local, e econômica da família em questão. Entre judeus, sabemos que a dieta base era, pão Lc 24:30, pão, alias,
era sinônimo de refeição Mt 6:11, peixe, mel Lc 24:42, frutas como figo, uva Nm 13:23, grãos tostados Rt 2:14,
manteiga e queijo Gn 18:8, apenas em situações raras, de festa ou solenidades, que se comia carne Gn 18:8, Lc
15:30.
Nisto, vemos que no contexto de uma ceia, é tolice pensar só haver “pão e vinho”, o pão e o vinho, estão
perpetualizados, como símbolos do “sangue” e “corpo de cristo” Mt 26:26-29, Lc 22:17-19, Mc 14:22-25.
Na ceia celebrada por Jesus e seus discípulos, vemos anterior a “consagração ao pão e o vinho”, eles já haverem
comido a pascoa judaica, Mt 26:26 a, Lc 22:15, Jo 13:4 que era celebrada com “cordeiro cozido, pães asmos, e ervas
amarga” Dt 16:1-3. Não devemos aqui pensar que esta pascoa, fosse celebrada apenas com estes elementos, com o
passar dos séculos, vários elementos foram sendo incorporados na ceia pascal, inclusive o vinho. Após terem
celebrados a festa da pascoa, Jesus toma o pão e o vinho e os abençoa, repartindo entre seus discípulos, dizendo ser
símbolo de seu corpo e sangue.
Foi assim que Jesus celebra a ceia pascal com seus discípulos, e fora tudo isto que Paulo lhes ensinara enquanto
esteve com eles, “porque recebi do Senhor que vos ensinei” 1 Cor 11:23. Paulo lhes ensina da importância da ceia
coletiva, comunitária, de em dias de ajuntamento “como igreja” cada um segundo o que podia, levar sua
contribuição alimentar.
Sabemos que os ajuntamentos gentílicos, eram compostos de grupos distintos de Cristãos, como já mencionado,
havia “senhores, servos, judeus, gentios etc” e que estas diferenças influíam no momento dos ajuntamentos, pois
uns tinham demais e outros de menos, e para outros, era desonroso se assentarem na mesma mesa com um servo.
Não temos como saber com certeza, com que frequência os irmãos se ajuntavam para comerem a ceia do senhor,
mas sabemos que uma casa grande era escolhida visando abrigar a todos, nisto, se para alguns o lugar de reunião
era próximo, para outros não era tão próximo, se para uns havia meios de transporte para se locomoverem, para
outros não havia.
Dentro de todo este panorama, fica fácil entender, porque uns não esperavam pelos outros, pois as famílias que
chegavam primeiro comiam cada qual sua própria ceia, sem esperar a família seguinte, e isto, por falta de paciência
e até preconceito, e de ceia em ceia, este mal habito ia se fortalecendo entre eles, ao ponto de as ceias serem
individuais e não coletiva.
Paulo lhes ensina, que quando a ceia é individual, ela é sem significado e vazia, mas quando todos comungam da
mesma refeição, do mesmo prato, do mesmo cálice, ali a ceia do senhor.
Em algumas igrejas evangélicas, por falta de entenderem este contexto, vemos muitos segurarem durante vários
minutos o pedaço de pão ou cálice de vinho, aguardando todos serem servidos, para que juntos possam comer a
ceia; vejo nisto um gesto até louvável, mas não algo a ser seguido e imposto de forma dogmática.
Assim, enquanto uns tem fome- para muitos irmãos da igreja de corinto, a ceia do senhor, além de ser um ato de
memorizar cristo, de fraternidade, uniam, também era um momento muito aguardado, pois economicamente, na
ceia podiam se alimentarem de forma mais decente. Muitos eram pobres, e por serem pobres, não podiam gozar
duma boa qualidade alimentar, e nem poderem contribuir na ceia com alimento; vinham de longe, com fome e
sede, e por estes e muitos outros fatores, quando chegavam na reuniam, a ceia em grande parte já havia sido
comida.
Vemos nisto uma igreja muito incessível, desumana, egoísta, paneleira, quem em nada refletem o amor de Cristo,
que em nada entendem o significado de unidade, não é atoa, que os próximos capítulos iram tratar de unidade e
amor. A ceia do senhor, também tem aspectos de ajuda humanitária, ela deveria levantar a bandeira de ajuda aos
órfãos e viúvas do recinto, também por isto sou contra os ritos, pois eles, fazem das pessoas robôs, insensíveis, onde
a pessoa entra e sai como entrou, seca, desenformada, e irrefletida acerca das causas alheias.
Outros embriaga-se- não devemos ver neste texto mera casualidade, algo acidental, ou isolado, o alcoolismo era um
problema serio na igreja de corinto, Paulo já havia advertido que os tais não herdariam o reino 1 cor 6:10. Muitos
destes irmãos tinham vindo de vidas regadas de promiscuidade e farra, e ainda estavam em dificuldades de
recuperação dos vícios, e isto também refletia na ceia do senhor.
Não devemos aqui, ver no vinho da ceia, ser suco de uva como dizem alguns, é obvio se tratar de vinho fermentado,
ninguém que beba suco de uva, ficará embriagado.
Em nossas atuais ceias, procuramos não tomar do suco fermentado, pelo fato de muitos irmãos que hoje
frequentam a igreja de cristo, já virem dum passado de vicio, e nisto até a medicina nos ensina, que uma vez viciado,
viciado para sempre, e como precaução, evitamos, mas não se seja pecado beber de forma modera, mas pecado é
beber ate ficar fora de si, e estar propenso a fazer loucuras.
vi
NVI- Será que vocês não tem casa onde comer e beber? Ou desprezam a igreja de Deus e humilham os que nada
têm, que lhes direi? Eu os elogiarei por isto? Certamente que não!
A partir deste momento da carta, vemos os ânimos do apostolo aflorarem, é nítido como ele começa a esboçar toda
sua indignação para com as panelinhas formadas na igreja, isto se percebe pelas perguntas irônicas, pela
indisposição de elogia-los, pela forma como ele lhes convida e refletir o mal que causam a “igreja de Deus”.
Será que vocês não tem casa onde comer e beber? Neste verso, Paulo faz ao menos quatro perguntas obvias aos
irmãos, lhes pergunta, não porque eles não saibam as respostas, mas como forma de trazê-los a reflexão, e
confessarem com a mente e a boca seus erros e negligencias.
Nos tópicos anteriores, fora possíveis vermos, Paulo fazer distinção de ceias, contrastando a “ceia do senhor” com a
“ceia de vocês”. Neste tópico, ele da seguimento a este raciocínio, prosseguindo nas distinções. Pelo que tudo
indica, nas reuniões para celebrarem a ceia do senhor, grupos isolados iam sendo formados, onde cada qual, ia
tomando de forma antecipada e individual sua própria ceia. Muitos estavam fazendo da ceia do senhor, a ceia
familiar, tornado a semelhante as ceias profanas, e é esta ceia, que o apostolo recrimina na carta, pois quando a
igreja se reúne é pra tomar a ceia do senhor e não cada qual sua própria ceia.
Creio, a esta altura na igreja, já estar havendo além de glutonarias, a ostentação alimentar, rivalidade de mesas,
onde os abastados, se utilizavam desta ocasião para demonstrarem sua boa condição. E é esta ceia, a ceia individual,
familiar, paneleira, profana, que Paulo recrimina dizendo: Vocês não têm casas pra comer e beber?
Ou desprezam a Igreja de Deus e humilhando os que nada têm, que lhes direi? Quando as ceias iam sendo
formadas, os que traziam porções maiores se uniam a outros similares, e assim, alguns mais pobres, ficavam
desprezados e com fome.
Quando nós irmãos, deixamos de socorrer um irmão em cristo, quando permitimos distinções entre irmãos no
âmbito da igreja Tg 2:2-5, quando deixamos de servir com amor e atenção os necessitados do corpo de Cristo,
estamos agindo como religiosos inúteis, e nossos ajuntamentos diante de Deus, é ajuntamento maligno Tg 1:26-27.
Como até aqui temos analisado, a ceia do senhor deve ser lugar de unidade, amor, humildade, e não o contrario,
toda ceia celebrada sem este consciência, tornar-se-á na semelhança da ceia dos coríntios, ou seja, preconceituosa e
carnal.
Lê-se: Igreja de Deus e não igrejas de Deus. A igreja de Deus é uma só, as igrejas dos homens são varias, até por isto,
quando lemos Igreja no singular, e com I maiúsculo, estamos lendo referencias a Igreja corpo de Cristo, universal,
atemporal, mística, ao qual ele voltará para leva-la consigo; quando lemos Igreja ou igrejas com I minúsculo e no
plural, é porque faz referencias aos muitos ajuntamentos cristãos espalhados pelo mundo, onde Igreja de Deus,
também se localiza de forma diluída, ou seja, a Igreja de Deus, esta diluída nas igrejas, o povo é só um, mas as igrejas
são muitas!
Com este argumento, Paulo quer trazer os irmaõs rebeldes e perversos a refletirem da importância de todos do
corpo de Cristo, deixando bem nítido serem eles também “povo de Deus”, amados, guardados, escolhidos de Deus!
Estão ali não por demérito próprio, não por condição financeira, não por status social, mas porque igualmente a
eles, são povo de Deus! E quem persegue o povo de Deus, persegue o Próprio Deus, quem despreza o povo de Deus,
despreza o próprio Deus, pois em todo o N.T vemos o Pai, o filho, o Espirito e a igreja, formarem um só elemento.
Que lhes direi? Se para alguns a ceia do senhor era momento de comes e bebes, se embriagar, ostentar, desprezar
etc, para outros era momento de desprezo, injurias, humilhação! Que dizer diante desta catástrofe? Que dizer
diante de tamanha falta de amor, humildade, espiritualidade, reverencia? No caso do apostolo, só lhe resta ensinar
e orar por estes irmãos.
Eu os elogiarei? Certamente que não- já fazia alguns meses que Paulo não estava presente pessoalmente entre os
irmãos, talvez por isto, a ala mais abastada, e a que se consideravam ícones espirituais, ao receberem a carta do
apostolo, esperavam palavras de saudades, de elogios, paparicos etc, mas do contrários do que muitos deles
imaginavam, a carta em nada lhes ofereceu tal massagem de ego. Eram tantas denuncias, e coisas que deveriam
serem ajustadas naquela igreja, que a leitura publica da mesma, deve ter sido como uma espada, cortando, e
envergonhando tais pessoas.
vii
NVI. Pois recebi do Senhor o que também vos entreguei: Que o senhor Jesus na noite em que foi traído, tomou o
pão, e tendo dado graças, partiu-o e disse: Façam isto em memoria de mim.
Pois recebi do senhor o que também vos entreguei- Como deve ser de conhecimento geral, Paulo é apostolo de
Cristo pela aos gentios “pela vontade de Deus” 1 cor 1:1. Ele não fizera parte do grupo dos 12 apóstolos fundantes,
aqueles selecionados por cristo desde o inicio para serem seus discípulos Mt 10:12. Paulo torna- se um discípulo
tardio de cristo, de perseguidor dos irmãos, a ser o maior apóstolo de cristo.
Nisto é natural, pela falta de convívio direto com cristo, ele tenha de ter aprendido com os irmãos, ao menos
rudimentos da fé cristã existente antes mesmo de sua conversão, entre elas, a ceia do senhor.
Nisto, quando lemos ele ter declarado ter recebido do senhor, devemos entender ter recebido não por revelação Gl
1:12-12, mas sim por “tradição oral”, ou seja, recebeu esta informação de algum irmão em cristo.
Com este argumento, Paulo quer deixar claro (talvez tivessem alguns questionando a origem das suas orientações
por ele não estar na mesa com cristo), que o que ele ensina, não é dele mesmo, mas sim do senhor.
Que o senhor Jesus na noite que foi traído- Se nós fossemos nos basear no nosso atual calendário, iriamos
equivocadamente deduzir ter Paulo errado nesta referencia, pois a ceia fora numa quinta a noite, e Judas aparece
com os guardas para prender Jesus numa sexta de madrugada. Mas isto é devido o calendário judaico, começar a
contar o dia a das seis da manhã até as seis da tarde, e a noite das seis da tarde até as seis da manhã, assim o dia
começa seis da tarde até seis da tarde do dia seguinte, somando, doze horas dia, doze horas noite, ou seja, “tarde e
manhã” Gn 1:5b.
Tomou o pão- o ato de partir o pão e dar graças, estava na responsabilidade do anfitrião (o pai de família), da casa,
isto quando ele recebia visitas, ou num simples jantar familiar. Jesus na ceia pascal, toma o lugar de anfitrião e parte
o pão, distribuindo aos seus discípulos Mt 26:26, Lc 22:29, Mc 14:22.
O pão partido naquele momento, tinha alguns significados ao qual devemos tratar aqui.
a- O pão asmo, era um símbolo do corpo humano de cristo Mt 26:26, Lc 22:19.. Todos sabemos que Cristo é
Deus junto com o pai, antes de encarnar, ele habitava com o pai na eternidade Jo 1:1-2, Hb 1:1-2, Cl 1:15-
17, mas que se manifesta num corpo humano Hb 10:5-7, Lc 1:31-35, em tudo se fazendo semelhante aos
irmãos Hb 2:14, a fim de levar sobre si todas as culpas humanas e lhes oferecer após isto, um novo caminho
de vida e acesso a Deus Hb 10: 19-20, 12:24, Jo 3:16.
No evangelho de João, esta registrado uma passagem de Jesus dizendo ser o “pão vivo que desceu do céu”,
em contraste com o maná que os israelitas comeram no deserto, como prova da providencia divina Jo 6:30-
48. Jesus nesta passagem diz ser o “pão da vida que desce do céu”, e afirma, que todos aqueles que
comecem deste pão, (ELE), jamais veriam a morte, em contraste com o povo de Israel que comeu maná
vindo do céu e mesmo assim morreram no deserto do Sinai Jo 6:48-49.
Aqui comer do pão, “seu corpo”, não tinha conotação canibal como os israelitas que ouviam sua mensagem
de inicio pensaram, Jo 6:51-54, com isto, jesus, estava apenas dizendo, que se seus ouvintes, não
assimilassem seus ensinos na semelhança como digerem um alimento, jamais poderiam alcançar a vida
eterna, pois assim como o corpo sem alimento morre, sem aceitar seu ensino na plenitude, igualmente
nunca chegariam a vida eterna, e esta mensagem gera grande impacto em seu publico ouvinte, Jo 6:60.
Pedro exclama: “Senhor para quem iremos nós? Tu tens as palavras de vida eterna” Jo 6:68. Aqui, Jesus (o
pão) e seus ensinos, formam um só elemento de salvação.

B- “E tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho dizendo: isto é o meu corpo, que por vós é
dado; fazei isto em memoria de mim” Lc 22:19.
Aqui pão é um “símbolo do corpo de cristo” e invoca seu sacrifício salvivíco, onde ele morre na cruz por toda
a humanidade.

C- O pão como símbolo do corpo de cristo, também significa seu povo, sua igreja 1 cor 12:27.

Recapitulando, o pão da ceia tem como vimos, sentido triplo, simboliza cristo e seus ensinos, o corpo físico de cristo
oferecido como sacrifício em favor da humanidade, e por fim a igreja, os santos.
Sabemos que a pascoa judaica era comemorada em um dos sete dias da festa dos asmos, ou seja, pães sem
fermento, até por isto, o pão da ceia do senhor fora celebrada com pão sem fermento; a partir disto, pão sem
fermento nas analogias bíblicas, torna-se símbolo do corpo de cristo sem pecado 2 cor5:7. Mas o pão sem fermento
na ceia cristã não pode ser levada de forma alguma como um dogma, pois o que vale não é o alimento em si,
(poderia ser carne, leite, tâmaras etc), e sim entender o significado por trás do ato.
E dado graças- o ato de agradecer na hora da ceia, não fora um ato inaugurado por cristo, pois temos registro de tal
ato, já ser possível entre judeus. A ação de graças, entre o povo, era comum após receberem da parte de Deus,
proveres para o sustento diário. Este ato de agradecimento, torna-se um dos principais dogmas da fé cristã 1 Ts
5:18.
Partiu-o- como fora possível ver no tópico anterior, o ato de “partir o pão” esta intimamente ligado, com o sacrifício
salvivíco de cristo! Na ceia narrada na versão de Lucas, lemos a frase: Partido em favor de vós. Trata-se do corpo de
cristo crucificado em lugar de toda humanidade, nisto entendo a expressão “em favor de vós”, como o ato sacrificial
de cristo ao alcance de todos.
Ao lermos algumas referencias de ceias na bíblia, sempre é nos apontado um anfitrião que serve de fora civilizada
seus convidados, Gn 18:1-9, 19:1-3, Mt 26:26, Jo 13:26. No caso de corinto, em momento algum é nos apontado
anfitriões administrando a ceia do senhor, em momento algum na carta vemos menção de pastores, diáconos,
lideres de espécie alguma, muito pelo contrario, a igreja estava escassa de tais referencias 1 Cor 6:5, este fora um
dos principais fatores, para que esta igreja e estas ceias, fossem tão bagunçadas.
Um dos momentos áureos da ceia era quando o pão era partido, neste gesto, a união e amor estava sendo
mostrados no ato de “dividir o pão”.
Infelizmente no delinear da fé cristã, o ato de “celebrar a ceia do senhor”, de uma simples refeição coletiva, tornasse
um ritual, cheio de simbolismos inúteis e normas estranhas. Somos informados pelos anais da historia, que a ceia do
senhor após a união da igreja primitiva com o império romano, tem inserido elementos estranhos na ceia do senhor,
elementos estes incomuns a ceia, e as bizarrices são muitas, desde privar crianças a tomarem a ceia, abster os não
pagadores de dízimos ou qualquer outro meio de contribuição de celebrarem.
A ceia era um banquete, uma celebração, e não um pedacinho minúsculo de pão com um misero copinho de vinho,
comidos de forma simbólica apenas! Imagine aqueles irmãos que chegavam com fome na ceia, se comungasse
destes ritos de hoje, continuariam com fome.
Ceia é um “banquete coletivo”, onde cada qual, trás um prato segundo suas condições com o proposito de comer
com os irmãos em cristo. Na ceia, não deve haver, os apontamentos de pecado como hoje em muitos lugares se vê,
na ceia não deve haver tensão, na ceia não deve ter ódio, na ceia não deve ter discriminação, ou seja, se o fulano
falta duas vezes na ceia, todos, logo imaginam o mesmo estando em pecado. Ceia é lugar de “confraternização,
descontração, adoração, oração e agradecimento a Deus”. Quando lemos a ceia celebrada por Jesus, não vemos ali
um culto, e sim uma simples ceia, instituída com o proposito, de criar vínculos eternos em cristos e sua igreja (ali os
apóstolos), e entre os irmãos. Quando a ceia vira um culto tradicional, ou um mero rito cheio de símbolos e dogmas,
deixa de ser ceia do senhor, e passa a ser ceia dos homens.
Partir o pão, era a expressão máxima da ceia, quando lemos esta frase no novo testamento, mesmo não sendo
informados de forma explicita sendo ali a ceia do senhor, devemos crer sim se tratar da ceia Mt 26:26, At 2:46b,
20:7a, Cor 11:24a. Se parto da premissa que ceia do senhor não se trata de um rito e sim duma celebração, logo sou
forçado a concluir, que uma festa de natal, casamento, ou aniversario celebrado entre os irmãos, tem mais cara de
ceia bíblica que a celebrada como rito nos templos, por ali haver celebração, alegria e comunhão.
Façam isto em memoria de mim- Antes de comentarmos o significado desta frase dentro do contexto da ceia, é de
extrema importância frisar-nos, que assim como a frase “ceia do senhor” é de origem paulina, possivelmente
aplicado com um fim apenas pedagógico e ilustrativo, temos fortes evidencias, da frase “em memoria de mim”
(αναμνησις) também o ser.
Tudo porque, nos evangelhos tidos como precursores ao de Lucas e “Mateus e marcos” a frase em memoria de mim
não aparecer.
Já foi ventilado por alguns críticos, que pelo fato de haver esta disparidade nos relatos da ceia, conter plagio nos
relatos. Particularmente creio que não, apenas que ouve uma melhor apuração do relato Lucano, por ter bebido em
inúmeras fontes antes de ter composto seu evangelho Lc 1:1-2. Devemos também levar em consideração, ter Lucas
bebido nos relatos paulinos acerca da ceia do senhor, pois em Lucas, vemos uma inversão na ordem dos elementos
pão e vinho somente encontrado nos escritos paulinos.
Mt 26:26-29, pão e vinho
Mc 14:22-26, pão e vinho
1 Cor 11:23-25, pão e vinho
Lc 22:17-20, vinho e pão. Aqui a ordem esta no ato de abençoar o vinho antes de digeri-lo Lc 22:17
1 cor 10:16, vinho e pão.
Não é apenas na carta de Paulo aos coríntios, que vemos elementos peculiares a Paulo no que concerne a atribuir
falas a cristo, estando em mileto ele diz: “e recordar as palavras do senhor Jesus, que disse: Mas bem aventurado
coisas é dar do que receber” At 20:35b.
Se cremos que Paulo nascera em meados do século 7 a 9 D.c, e Cristo morrera entre 27 a 30 D.c, é logico
deduzirmos, que Paulo enquanto esteve em Jerusalém estudando aos pés de Gamaliel, tenha visto Jesus por muitas
vezes pregar em especial Jerusalém 1cor 9:1, e gravado muito do que jesus falara em seus sermões.
Deixando as complexidades teológicas de lada, creio eu esta expressão em “memoria de mim”, conter vários
elementos evocativos, visando no momento da celebração trazer Jesus para o centro das atenções.
Nos ajuntamentos dos irmãos em corinto, muitas memorias estavam sendo trazidas em pauta na hora do culto e da
ceia do senhor, as diferenças étnicas, sociais, econômicas etc, estavam todas em voga fomentando a confusão e
discórdia.
A ceia do senhor tem de ser feita em memoria do senhor tendo ele como centro, e onde o senhor esta, o ambiente
tem de estar tomado de reverencia, amor, humidade, fé, louvor, oração etc. No momento da ceia, tudo quanto o
senhor é e fez em favor de nós, tem de ser relembrado Um dos maiores motivos daquela celebração, era
justamente, chamar seus discípulos, a sempre terem ele vivo em suas mentes e corações; o senhor não queria ser
esquecido, e pelo que tudo indica, na ceia dos coríntios, o senhor estava quase em extinção.

S-ar putea să vă placă și