Uma tendência em crescimento: hotéis, resorts, safáris
e cruzeiros estão banindo cada vez mais esse utensílio.
Em 2015, um vídeo perturbador de uma tartaruga marinha oliva
sofrendo com um canudo plástico preso em sua narina viralizou, mudando a atitude de muitos espectadores quanto ao utensílio plástico tão conveniente para muitos. Mas, como pode o canudo plástico, um item insignificante utilizado brevemente antes de ser descartado, causar tanto estrago? Primeiramente, ele consegue chegar facilmente aos oceanos devido a sua leveza. Ao chegar lá, o canudo não se decompõe. Pelo contrário, ele se fragmenta lentamente em pedaços cada vez menores, conhecidos como microplásticos, que são frequentemente confundidos com comida pelos animais marinhos. E, em segundo lugar, ele não pode ser reciclado. “Infelizmente, a maioria dos canudos plásticos são leves demais para os separadores manuais de reciclagem, indo parar em aterros sanitários, cursos d’água e, por fim, nos oceanos”, explica Dune Ives, diretor executivo da organização Lonely Whale. A ONG viabilizou uma campanha de marketing de sucesso chamada “Strawless in Seattle” (ou “Sem Canudos em Seattle”) em apoio à iniciativa Strawless Ocean (ou “Oceanos Sem Canudos”). Nos Estados Unidos, milhões de canudos de plástico são descartados todos os dias. No Reino Unido, estima-se que pelo menos 4,4 bilhões de canudos sejam jogados fora anualmente. Hotéis são alguns dos piores infratores: o Hilton Waikoloa Village, que se tornou o primeiro resort na ilha do Havaí a banir os canudos plásticos no início deste ano, utilizou mais de 800 mil canudos em 2017. Mas é claro que os canudos são apenas parte da quantidade monumental de resíduos que vão parar em nossos oceanos. “Nos últimos 10 anos, produzimos mais plástico do que em todo o século passado, e 50% do plástico que utilizamos é de uso único e descartado imediatamente”, diz Tessa Hempson, gerente de operações do Oceans Without Borders, uma nova fundação da empresa de safáris de luxo &Beyond. “Um milhão de aves marinhas e 100 mil mamíferos marinhos são mortos anualmente pelo plástico nos oceanos. 44% de todas as espécies de aves marinhas, 22% das baleias e golfinhos, todas as espécies de tartarugas, e uma lista crescente de espécies de peixe já foram documentados com plástico dentro ou em volta de seus corpos”. Em 2015, um vídeo perturbador de uma tartaruga marinha oliva sofrendo com um canudo plástico preso em sua narina viralizou, mudando a atitude de muitos espectadores quanto ao utensílio plástico tão conveniente para muitos. Mas, como pode o canudo plástico, um item insignificante utilizado brevemente antes de ser descartado, causar tanto estrago? Primeiramente, ele consegue chegar facilmente aos oceanos devido a sua leveza. Ao chegar lá, o canudo não se decompõe. Pelo contrário, ele se fragmenta lentamente em pedaços cada vez menores, conhecidos como microplásticos, que são frequentemente confundidos com comida pelos animais marinhos. E, em segundo lugar, ele não pode ser reciclado. “Infelizmente, a maioria dos canudos plásticos são leves demais para os separadores manuais de reciclagem, indo parar em aterros sanitários, cursos d’água e, por fim, nos oceanos”, explica Dune Ives, diretor executivo da organização Lonely Whale. A ONG viabilizou uma campanha de marketing de sucesso chamada “Strawless in Seattle” (ou “Sem Canudos em Seattle”) em apoio à iniciativa Strawless Ocean (ou “Oceanos Sem Canudos”).
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Nos Estados Unidos, milhões de canudos de plástico são descartados todos os dias. No Reino Unido, estima-se que pelo menos 4,4 bilhões de canudos sejam jogados fora anualmente. Hotéis são alguns dos piores infratores: o Hilton Waikoloa Village, que se tornou o primeiro resort na ilha do Havaí a banir os canudos plásticos no início deste ano, utilizou mais de 800 mil canudos em 2017. Mas é claro que os canudos são apenas parte da quantidade monumental de resíduos que vão parar em nossos oceanos. “Nos últimos 10 anos, produzimos mais plástico do que em todo o século passado, e 50% do plástico que utilizamos é de uso único e descartado imediatamente”, diz Tessa Hempson, gerente de operações do Oceans Without Borders, uma nova fundação da empresa de safáris de luxo &Beyond. “Um milhão de aves marinhas e 100 mil mamíferos marinhos são mortos anualmente pelo plástico nos oceanos. 44% de todas as espécies de aves marinhas, 22% das baleias e golfinhos, todas as espécies de tartarugas, e uma lista crescente de espécies de peixe já foram documentados com plástico dentro ou em volta de seus corpos”.
COMO UMA BALEIA FICOU COM MAIS 8 KG DE PLÁSTICO
PRESOS EM SEU ESTÔMAGO
Oitenta sacolas de compras e outros detritos plásticos obstruíram o estômago
do animal, deixando-o sem conseguir se alimentar adequadamente. Mas, agora, o próprio canudo plástico começou a finalmente se tornar uma espécie ameaçada, com algumas cidades nos Estados Unidos (Seattle, em Washington; Miami Beach e Fort Myers Beach, na Flórida; e Malibu, Davis e San Luis Obispo, na Califórnia) banindo seu uso, além de outros países que limitam itens de plástico descartável, o que inclui os canudos. Belize, Taiwan, e Inglaterra estão entre os mais recentes países a proporem a proibição. Ainda assim, empresas não precisam esperar que o governo institua a proibição antes de implementarem a sua própria. O Soneva baniu o uso de canudos em 2008, e o Cayuga tem usado canudos de bambu desde 2010. Hotéis como esses abriram o caminho para o movimento, e as indústrias de turismo e hoteleira estão finalmente os alcançando. Redes hoteleiras que iniciaram sua própria proibição de canudos de plástico incluem a Four Seasons, AccorHotels América do Norte e Central, Marriott International no Reino Unido, os hotéis EDITION, Doyle Collection, Six Senses, Taj Hotels Palaces Resorts Safaris, Experimental Group, e Anantara. Empresas de cruzeiros e de turismo, incluindo Carnival, Hurtigruten, Peregrine Adventures e Coral Expeditions, reduziram ou eliminaram seu uso de canudos plásticos a bordo. E empresas de safári de luxo, como &Beyond e Wilderness Safaris, estão trabalhando na remoção dos canudos de plástico de suas acomodações. Mesmo ações individuais podem causar um impacto significativo no meio ambiente e influenciar a indústria, a proibição em uma única rede de hotéis remove milhões de canudos em um único ano. As redes Ananatra e AVANI estimam que seus hotéis tenham utilizado 2,49 milhões de canudos na Ásia em 2017, e a AccorHotels estima o uso de 4,2 milhões de canudos nos Estados Unidos e Canadá também no último ano. “Canudos de plástico estão entre os piores ofensores quando se trata da poluição por plástico. Ao oferecer alternativas e eliminar seu uso em todas as localidades da &Beyond, estamos fazendo nossa parte para manter o plástico fora dos oceanos”, diz Hempson. Embora utilizar um canudo não seja a melhor das hipóteses, algumas pessoas ainda os preferem ou até necessitam deles, como aqueles com deficiências ou dentes e gengivas sensíveis. Se quiser usar um canudo, os reutilizáveis de metal ou vidro são a alternativa ideal. A Final Straw, que diz ser o primeiro canudo retrátil reutilizável do mercado, está arrecadando fundos através do Kickstarter. Redes hoteleiras que estão eliminando os canudos plásticos já testaram diversas alternativas descartáveis. Canudos de papel são populares, com muitos estabelecimentos americanos utilizando o Aardvark, que oferece canudos feitos nos Estados Unidos, aprovados pela Agência de Alimentos e Medicamentos e que levam 30 a 60 dias para se decomporem. Outra alternativa são os canudos biodegradáveis feitos de PLA (poliácido lático), um bioplástico de origem vegetal feito de materiais como o amido de milho ao invés do petróleo. Esses canudos podem se decompor nas condições adequadas, mas isso não acontece na água. Uma opção mais criativa é o uso de macarrão cru, que vem sendo utilizado no Paradise Cove Beach Café, em Malibu, e testado pelo Terranea Resort em Rancho Palos Verdes, na Califórnia. No Taj Exotica Resort & Spa, nas Ilhas Andamão, canudos de bambu estão sendo utilizados. E alguns estabelecimentos estão usando a palha como canudo, exatamente como na época do surgimento do utensílio. O Mandrake Hotel em Londres oferece canudos feitos de centeio, adquiridos da empresa alemã Bio-Strohhalme. “A maioria das pessoas não pensa nas consequências que o simples ato de pegar ou aceitar um canudo plástico tem em suas vidas e nas vidas das futuras gerações” diz David Laris, diretor de criação e chef do Cachet Hospitality Group, que não utiliza canudos de plástico. “A indústria hoteleira tem a obrigação de começar a reduzir a quantidade de resíduos plástico que gera”. Nas últimas semanas, empresas continuam proibindo e reduzindo o uso de canudos de plástico, incluindo o Mc Donald’s, a Royal Caribbean e a Alaska Airlines.
Link da matéria: https://www.nationalgeographicbrasil.com/planeta-ou-
plastico/2018/07/fim-canudinho-plastico-canudo-poluicao-oceano Por que o canudo de plástico virou o inimigo número 1 do meio ambiente De grandes corporações, como Starbucks e McDonald's, passando pelo Rio de Janeiro e pela Escócia, muitos elegeram os canudos como o primeiro vilão do meio ambiente a ser combatido
Banir o consumo de canudos de plástico se estabeleceu como
uma tendência praticamente irreversível em 2018. A rede de cafeterias Starbucks anunciou ontem (09/07) que vai deixar de usar canudos de plástico em lojas de todo o mundo até 2020, evitando o consumo de mais de um bilhão de canudos. A rede de fast food McDonald's também anunciou recentemente que deixará de usar o apetrecho em lojas do Reino Unido e da Irlanda. Governos também entraram na discussão, com vetos no Rio de Janeiro, Escócia e Reino Unido. A importância do tema poluição ambiental é claro, mas fica a dúvida: por que exatamente o canudo plástico?
Longe de ser o principal problema quando o assunto é poluição
por plásticos, o canudo funciona como uma "porta de entrada" para discussões mais profundas – e, por ser um item dispensável no consumo diário, pode ter um apelo mais significativo. Os números impressionam: só nos Estados Unidos, mais de 500 milhões de canudos plásticos são utilizados diariamente, de acordo com uma pesquisa do governo. O Fórum Econômico Mundial relata a existência de 150 milhões de toneladas métricas de plásticos nos oceanos. Caso o consumo de plástico siga no mesmo ritmo de hoje, cientistas preveem que haverá mais plástico do que peixes no oceano até 2050.
Outro dado importante vem de uma pesquisa publicada pela
revista científica Science em 2015. Pesquisadores descobriram que a humanidade gera um total de 275 milhões de toneladas de resíduos plásticos por ano - e um valor entre 4,8 milhões e 12,7 milhões de toneladas chega aos oceanos.
A expectativa dos ativistas é que, ao chamar a discussão para os
canudos plásticos, os consumidores se conscientizem e deixem de utilizar outros materiais de uso único, como sacolas e garrafas - que são responsáveis por índices de poluição maiores.
Dune Ives, diretora-executiva da Lonely Whale, organização que
liderou o movimento de proibição de canudos em Seattle, afirmou à Vox que o debate representa um primeiro passo importante para que as pessoas se sintam instigadas a fazer perguntas mais importantes sobre o uso de plástico.
Os resíduos plásticos nos oceanos são danosos para a vida
animal. Um exemplo de fato que traz essa conscientização às pessoas foi um vídeo que viralizou em 2015. Hoje com mais de 30 milhões de visualizações (abaixo), ele mostra uma tartaruga marinha sofrendo enquanto um biólogo tenta retirar um canudo preso na cabeça do animal. Além de causar danos físicos a animais, o plástico, quando nos oceanos, pode liberar elementos químicos, que são cancerígenos e podem causar distúrbios hormonais. Um estudo concluído recentemente descobriu ainda que o lixo plástico pode aumentar a imunidade de corais a doenças, causando sérios danos.
Em escala global, os canudos plásticos representam cerca de
0,03% dos resíduos desse tipo de material, informou a Bloomberg. Segundo o Relatório de Limpeza Costeira de 2017 da Ocean Conservancy, o lixo mais comum encontrado nas praias são os cigarros, seguidos por garrafas plásticas, tampas de garrafas, envoltórios e sacolas.
Link da matéria: https://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2018/07/por-que-