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I SÉRIE
DIÁRIO DA REPÚBLICA
SUMÁRIO
ASSEMBLEIA NACIONAL
função do trabalho prestado e das necessidades do tra- No domínio das relações contratuais laborais, apesar
balhador. da fiscalização por intermédio da Inspecção do Traba-
lho poder fazer o que pode, com os recursos parcos que
Também foi introduzida a obrigatoriedade de os sec- possuir, há que se ter presente que o melhor fiscal no
tores em que hajam postos de trabalho comunicar ao local de trabalho é o próprio trabalhador, que muitas
Ministério encarregue pela área do Trabalho, a fim de vezes por precariedade dos vínculos contratuais a qual
que o Governo possa começar a ter o controlo dos pos- faz com que ele não tenha uma garantia mínima no
tos de trabalho e faça uma política de combate ao de- emprego, nem sequer podendo “abrir a boca” quando
semprego mais eficiente. um fiscal aparece na empresa, porque teme perdê-lo
mesmo sendo precário.
Há, por outro lado, um dever que se impõe de apro-
ximar a nossa legislação das do espaço lusófono em Todavia, por caber ao poder político apertar os mei-
que nos inserimos sem descurar da nossa integração os de fiscalização e de vigilância no âmbito laboral,
regional, na CEEAC. sem descurar que há muitas empresas em que o Estado
tem participação, mas não o controlo sobre as mesmas,
No domínio dos contratos, foi dada uma outra estru- quanto à relações laborais, o presente Código mune os
turação, por isso, foram sistematizadas diferentes mo- trabalhadores de preceitos legais que lhe proporcionam
dalidades do contrato de trabalho em secções seguidas maiores e melhores meios de defesas a fim de garantir
umas das outras por uma questão de facilitação da sua os seus direitos sob ameaça de violação ou quando já
compreensão ao invés de estarem distribuídas e sepa- violados.
radas por secções com outras matérias de permeio.
Com o espírito de considerar o Direito do Trabalho
Quanto aos salários a perceber pelo trabalhador, in- uma garantia do direito fundamental da valorização do
cluiu-se os subsídios de Natal e o de férias, enquanto trabalho humano, o Governo com este diploma legal,
complementos salariais, por se entender ser a ocasião pretendeu, por outro lado, fixar dispositivos que visem
em que o trabalhador mais precisa, sobretudo no que ao eliminar a discriminação contra quem reclama adminis-
de férias se reporta, visto serem as férias um período trativa ou judicialmente do seu empregador, como
em que o trabalho é interrompido a fim de que aquele meio de coarctar as possíveis represálias que tal proce-
que o preste retempere as suas forças e possa melhorar dimento poderia originar.
a prestação quando regresse ao trabalho, razão por que
precisa de realizar despesas acrescidas. Se pretendemos construir uma nação moderna, te-
mos que nos adaptar e acompanhar as exigências da
Também se introduziu o subsídio por falecimento de modernidade.
parentes mais directos, uma outra ocasião em que as
pessoas mais necessitam e sobremaneira numa socie- Por assim ser:
dade tão carenciada como a nossa.
A Assembleia Nacional decreta, nos termos da alí-
Definiu-se o conceito de trabalhador-estudante e as nea b) do artigo 97.º da Constituição, o seguinte:
regras que regulamentam a sua actividade laboral, no-
meadamente no que respeita a licenças para prestação Artigo 1.º
de provas e a maleabilidade do horário do regime a que Aprovação do Código do Trabalho
se sujeitam.
É aprovado o Código do Trabalho, que se publica
Não se olvidou, por outro lado, o trabalho das mu- em anexo à presente Lei e que dela faz parte integrante,
lheres e principalmente as actividades proibidas às três anexos de modelos de contratos de prestação de
trabalhadoras grávidas, puérperas e lactantes, tendo em serviço e de trabalho, bem como um anexo com a lista
conta a igualdade na diferença e a discriminação posi- das piores formas de trabalho infantil.
tiva que a sua situação específica exige, sobretudo com
base nas directrizes emanadas das Convenções da OIT Artigo 2.º
neste sentido. Região Autónoma do Príncipe
Outro tanto se fez em relação ao trabalho dos meno- 1. Na Região Autónoma do Príncipe pode estabele-
res, com a especificidade que também a sua condição cer-se, de acordo com as suas tradições, outros feria-
exige. dos, para além dos fixados no Código do Trabalho,
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Aos contratos de trabalho com regime especial apli- 2. Desde que não contrariem as normas indicadas no
cam-se as regras gerais deste Código que não sejam número anterior e não sejam contrários aos princípios
incompatíveis com as especificidades destes contratos. de boa-fé, são atendíveis os usos das profissões e das
empresas.
Artigo 4.º
Presunção CAPÍTULO II
Direitos Pessoais
Presume-se que existe um contrato de trabalho sem-
pre que o prestador esteja na dependência e inserido na SECÇÃO I
estrutura organizativa do beneficiário da actividade e Direitos de Personalidade
realize a sua prestação sob as ordens, direcção e fisca-
lização deste, mediante retribuição. Artigo 8.º
Liberdade de expressão e de opinião
Artigo 5.º
Outras causas de presunção É reconhecida no âmbito da empresa, a liberdade de
expressão e de divulgação do pensamento e opinião,
Presume-se ainda que as partes celebraram um con- com respeito dos direitos de personalidade do trabalha-
trato de trabalho sempre que: dor e empregador, incluindo as pessoas singulares que
o representam, e do normal funcionamento da empresa.
a) O trabalho seja realizado na empresa beneficiá-
ria da actividade ou em local por esta controla- Artigo 9.º
do, respeitando um horário previamente defini- Reserva da intimidade da vida privada
do;
1. O empregador e o trabalhador devem respeitar os
b) O prestador de trabalho seja retribuído em fun- direitos de personalidade da contraparte, cabendo-lhes,
ção do tempo despendido na execução da acti- designadamente, guardar reserva quanto à intimidade
vidade ou se encontre numa situação de depen- da vida privada.
dência económica face ao beneficiário da
actividade; 2. O direito à reserva da intimidade da vida privada
abrange quer o acesso, quer a divulgação de aspectos
c) Os instrumentos de trabalho sejam essencial- atinentes à esfera íntima e pessoal das partes, nomea-
mente fornecidos pelo beneficiário da activida- damente relacionados com a vida familiar, afectiva e
de ou por alguém por ele indicado. sexual, com o estado de saúde e com as convicções
políticas e religiosas.
Artigo 6.º
Contratos equiparados Artigo 10.º
Protecção de dados pessoais
Ficam sujeitos ao regime definido neste Código,
nomeadamente quanto aos direitos de personalidade, 1. O empregador não pode exigir do candidato a
igualdade e de não discriminação e segurança, higiene emprego ou ao trabalhador que preste informações
e saúde no trabalho, sem prejuízo de regulamentação relativas à sua vida privada, salvo quando estas sejam
em legislação especial, os contratos que tenham por estritamente necessárias e relevantes para avaliar da
objecto a prestação de trabalho, sem subordinação jurí- respectiva aptidão no que respeita à execução do con-
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trato de trabalho e seja fornecida, por escrito, a respec- a realização ou apresentação de testes ou exames de
tiva fundamentação. gravidez.
2. O empregador não pode exigir do candidato ao 3. O médico responsável pelo teste e exames médi-
emprego ou ao trabalhador que preste informações cos só pode comunicar ao empregador se o trabalhador
relativas à sua saúde ou ao estado de gravidez, salvo está ou não apto para desempenhar a actividade, salvo
quando particulares exigências inerentes à natureza da autorização escrita deste.
actividade profissional o justifiquem e seja fornecida
por escrito a respectiva fundamentação. Artigo 13.º
Meios de vigilância à distância
3. As informações previstas no número anterior são
prestadas ao médico que só pode comunicar ao empre- 1. O empregador não pode utilizar meios de vigilân-
gador se o trabalhador está ou não apto a desempenhar cia no local de trabalho, mediante o emprego de equi-
a actividade, salvo autorização escrita deste. pamento tecnológico, com a finalidade de controlar o
desempenho profissional do trabalhador.
4. O candidato a emprego ou o trabalhador que haja
fornecido informações de índole pessoal goza do direi- 2. A utilização do equipamento identificado no nú-
to ao controlo dos respectivos dados pessoais, podendo mero anterior é lícita sempre que tenha por finalidade a
tomar conhecimento do seu teor e dos fins a que se protecção e segurança de pessoas e bens ou quando
destinam, bem como exigir a sua rectificação e actuali- particulares exigências inerentes à natureza da activi-
zação. dade o justifiquem.
5. Os ficheiros e acessos informáticos utilizados pelo 3. Nos casos previstos no número anterior, o empre-
empregador para tratamento de dados do candidato a gador deve informar o trabalhador sobre a existência e
emprego ou trabalhador ficam sujeitos à legislação finalidade dos meios de vigilância utilizados.
relativa à protecção de dados pessoais.
Artigo 14.º
Artigo 11.º Confidencialidade de mensagens e de acesso a
Integridade física e moral informação
O empregador, incluindo as pessoas singulares que o 1. O trabalhador goza do direito de reserva e confi-
representam, e o trabalhador gozam do direito à respec- dencialidade relativamente ao conteúdo das mensagens
tiva integridade física e moral. de natureza pessoal e acesso à informação de carácter
não profissional que envie, receba ou consulte, por
Artigo 12.º qualquer meio de comunicação inclusive o correio
Testes e exames médicos electrónico.
1. Para além das situações previstas na legislação re- 2. O disposto no número anterior não prejudica o
lativa a segurança, higiene e segurança no trabalho, o poder de o empregador estabelecer regras de utilização
empregador não pode, para efeitos de admissão ou de meios de comunicação na empresa, nomeadamente
permanência no emprego, exigir ao candidato ou ao o correio electrónico.
trabalhador a realização ou apresentação de testes ou
exames médicos, de qualquer natureza, para compro- SUBSECÇÃO I
vação das condições físicas ou psíquicas, salvo quando Igualdade e não Discriminação
estes tenham por finalidade a protecção e segurança do
trabalhador ou de terceiro, ou quando particulares exi- Artigo 15.º
gências inerentes à actividade o justifiquem, devendo Conceito de discriminação
em qualquer caso ser fornecida por escrito ao candidato
ao emprego ou trabalhador a respectiva fundamenta- Entende-se por discriminação toda a distinção, ex-
ção. clusão ou preferência fundada na raça, na cor, no sexo,
na religião, na opinião política, na ascendência ou ori-
2. O empregador não pode, em circunstâncias ne- gem social que tenha por efeito destruir ou alterar a
nhumas exigir à candidata a emprego ou à trabalhadora igualdade de oportunidades ou de tratamento em maté-
ria de emprego ou da profissão.
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Entende-se por período de descanso todo aquele que 3. Nos casos referidos no número anterior, o período
não seja tempo de trabalho. normal de trabalho diário não pode ser superior a sete
horas.
Artigo 30.º
Período normal de trabalho Artigo 34.º
Horário de trabalho
O tempo de trabalho que o trabalhador se obriga a
prestar, medido em número de horas por dia e por se- 1. Compete ao empregador estabelecer o horário de
mana, denomina-se «período normal de trabalho». trabalho dos trabalhadores ao seu serviço, dentro dos
condicionalismos legais.
Artigo 31.º
Horário de trabalho 2. Entende-se por horário de trabalho a determinação
das horas do início e do termo do período normal de
1. Entende-se por horário de trabalho a determinação trabalho diário, bem como dos intervalos de descanso.
das horas do início e do termo do período normal de
trabalho diário, bem como dos intervalos de descanso. 3. Os trabalhadores devem ocupar os seus postos de
trabalho no momento do início do período normal de
2. O horário de trabalho delimita o período de traba- trabalho e só devem considerar terminado o trabalho no
lho diário e semanal. momento fixado para o seu termo.
1. O período normal de trabalho é fixado por acordo 2. O empregador deve adoptar para os trabalhadores
das partes, convenção colectiva de trabalho ou regula- com capacidade de trabalho reduzida os horários de
mento interno da empresa dentro dos limites máximos trabalho que se mostrarem mais adequados às limita-
permitidos por lei. ções que a redução da capacidade implique.
2. São atendíveis na fixação do período normal de 3. A organização dos horários de trabalho deve ainda
trabalho os usos e costumes locais, desde que não con- ser efectuada nos termos seguintes:
trários às normas imperativas da lei ou de convenções
colectivas de trabalho.
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c) Todas as alterações da organização dos tempos A capacidade para celebrar contratos de trabalho re-
de trabalho implicam informação e consulta gula-se nos termos gerais de direito e pelo disposto
prévia aos representantes legais dos trabalhado- neste Código.
res e devem ser afixadas na empresa com, pelo
menos, uma semana de antecedência, e comu- SECÇÃO IV
nicadas à Inspecção do Trabalho; Formação do Contrato
A sujeição à autoridade e direcção do empregador, 1. Aos factos extintivos ocorridos antes da declara-
por força da celebração de contrato de trabalho, não ção de nulidade ou anulação do contrato de trabalho
prejudica a autonomia técnica inerente à actividade aplicam-se as normas sobre cessação do contrato.
para que o trabalhador foi contratado, nos termos das
regras legais ou deontológicas aplicáveis. 2. Se, porém, for declarado nulo ou anulado o con-
trato celebrado a termo e já extinto, a indemnização a
que haja lugar tem por limite o valor estabelecido nos
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artigos 325.º e seguintes, para o despedimento ilícito 2. O trabalhador tem o dever de informar o empre-
ou de denúncia sem aviso prévio. gador sobre aspectos relevantes para a prestação da
actividade laboral.
3. À invocação da invalidade pela parte de má-fé, es-
tando a outra de boa-fé, seguida de imediata cessação Artigo 54.º
da prestação de trabalho, aplica-se o regime da indem- Objecto do dever de informação
nização prevista nos números 2 a 6 do artigo 319.º ou
no artigo 325.º para o despedimento ilícito ou para a 1. O empregador deve prestar ao trabalhador, essen-
denúncia sem aviso prévio, conforme os casos. cialmente as seguintes informações relativas ao contra-
to de trabalho:
4. A má-fé consiste na celebração do contrato ou na
manutenção deste com o conhecimento da causa de a) A respectiva identificação, nomeadamente,
invalidade. sendo sociedade, a existência de uma relação
de coligação societária;
Artigo 51.º
Contrato com objecto ou fim contrário à lei, à b) O local de trabalho, bem como a sede ou o
ordem pública ou aos bons costumes domicílio do empregador;
1. Se o contrato tiver por objecto ou fim uma activi- c) A categoria do trabalhador e a caracterização
dade contrária à lei, à ordem pública ou ofensiva dos sumária do seu conteúdo;
bons costumes, a parte que conhecia a ilicitude perde a
favor do Instituto Nacional da Segurança Social todas d) A data de celebração do contrato e a do início
as vantagens auferidas decorrentes do contrato de tra- dos seus efeitos;
balho.
e) A duração previsível do contrato se este for su-
2. A parte que conhecia a ilicitude não pode eximir- jeito a termo resolutivo;
se ao cumprimento de qualquer obrigação contratual ou
legal, nem reaver aquilo que prestou ou o seu valor, f) A duração das férias;
quando a outra parte ignorar essa ilicitude.
g) Os prazos de aviso prévio a observarem pelo
Artigo 52.º empregador e pelo trabalhador para a cessação
Convalidação do contrato do contrato;
2. As informações referidas nas alíneas b) e c) do 2. Qualquer das partes pode sempre exigir a redução
número anterior podem ser substituídas pela referência do contrato a escrito, devendo, nesse caso ser feito em
às disposições legais, aos instrumentos de regulamen- triplicado e conter as seguintes menções:
tação colectiva de trabalho ou ao regulamento interno
de empresa que fixem as matérias nelas referidas.
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4. Sendo fixada pelo empregador, a área de forma- mais uma renovação desde que a respectiva duração
ção tem de coincidir ou ser afim com a actividade de- não seja inferior a um nem superior a três anos.
senvolvida pelo trabalhador nos termos do contrato.
3. A duração máxima do contrato a termo certo, in-
5. O incumprimento do disposto nos n.os 1 e 2 confe- cluindo renovações, não pode exceder dois anos nos
re ao trabalhador um crédito correspondente ao valor seguintes casos:
da formação que deveria ter sido realizada.
a) Quando haja lançamento de uma nova activi-
Artigo 73.º dade de duração incerta, bem como início de
Comparticipação do Estado laboração de uma empresa ou estabelecimento;
O Estado compensa em parte, com subsídios, bene- b) Quando o empregador proceda à contratação
fícios de ordem fiscal ou outros em condições a estabe- de trabalhadores à procura de primeiro empre-
lecer, as despesas que os empregadores fizerem com a go ou de desempregados de longa duração ou
formação ou aperfeiçoamento profissional dos traba- noutras situações previstas em legislação espe-
lhadores em busca do primeiro emprego. cial destinada a promover a política de empre-
go.
Artigo 74.º
Regras especiais relativas ao contrato a termo Artigo 76.º
Renovação por acordo das partes
1. Ao contrato de trabalho a termo aplicam-se as re-
gras gerais de cessação do contrato, com as alterações 1. Por acordo das partes, o contrato a termo certo
constantes do número seguinte. pode não estar sujeito a renovação.
2. Sendo o despedimento declarado ilícito, o empre- 2. Considera-se o contrato renovado por igual perío-
gador é condenado: do se no final do termo estipulado, não houver declara-
ção expressa das partes em contrário.
a) No pagamento da indemnização pelos prejuí-
zos causados, não devendo o trabalhador rece- 3. A renovação do contrato está sujeita à verificação
ber uma compensação inferior à importância das exigências materiais da sua celebração, bem como
correspondente ao valor das retribuições que às de forma no caso de se estipular prazo diferente.
deixou de auferir desde a data do despedimento
até ao termo certo ou incerto do contrato, ou 4. Considera-se sem termo o contrato cuja renovação
até ao trânsito em julgado de decisão do tribu- tenha sido feita em desrespeito dos pressupostos indi-
nal se aquele termo ocorrer posteriormente; cados no número anterior.
b) Na reintegração do trabalhador, sem prejuízo 5. Considera-se como único contrato aquele que seja
da sua categoria, caso o termo ocorra depois do objecto de renovação.
trânsito em julgado da decisão do tribunal.
Artigo 77.º
SUBSECÇÃO IV Cessação antecipada do contrato de trabalho a
Contrato de Trabalho a Termo Certo termo certo
2. Decorrido o período de dois anos ou verificado o 2. O trabalhador pode fazer cessar sem justa causa o
número máximo de renovações a que se refere o núme- contrato de trabalho a termo certo mediante o aviso
ro anterior, o contrato pode, no entanto, ser objecto de prévio de 15 dias, se a duração do contrato for até seis
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3. Aplica-se ao não cumprimento do prazo de aviso 1. Considera-se contratado sem termo o trabalhador
prévio as disposições deste Código relativas à inobser- que permaneça no desempenho da sua actividade após
vância do período de comunicação em falta. a data da produção de efeitos da denúncia ou, na falta
desta, decorridos 15 dias depois da conclusão da acti-
Artigo 78.º vidade, serviço, obra ou projecto para que haja sido
Contrato sem termo contratado ou o regresso do trabalhador substituído ou
a cessação do contrato deste.
O contrato considera-se sem termo se forem excedi-
dos os prazos de duração máxima ou o número de re- 2. Na situação a que se refere o número anterior, a
novações a que se refere o n.º1 do artigo 75.º, contan- antiguidade do trabalhador conta-se desde o início da
do-se a antiguidade do trabalhador desde o início da prestação de trabalho.
prestação de trabalho.
Artigo 83.º
Artigo 79.º Caducidade do contrato a termo incerto
Estipulação de prazo inferior a seis meses
1. O contrato caduca quando, prevendo-se a ocor-
1. O contrato só pode ser celebrado por prazo inferi- rência do termo incerto, o empregador comunique ao
or a seis meses nas situações previstas nas alíneas a) a trabalhador a cessação do mesmo, com a antecedência
g) do n.º 2 do artigo 63.º. mínima de sete, 30 ou 60 dias, conforme o contrato
tenha durado até seis meses, de seis meses à um ano ou
2. Nos casos em que é admitida a celebração do con- até dois anos ou período superior.
trato por prazo inferior a seis meses, a sua duração não
pode ser inferior à prevista para a tarefa ou serviço a 2. Tratando-se de situações previstas nas alíneas e) e
realizar. h) do n.º 2 do artigo 63.º, que dêem lugar à contratação
de vários trabalhadores, a comunicação a que se refere
3. Sempre que se verifique a violação do disposto no o número anterior deve ser feita, sucessivamente, a
n.º 1, o contrato considera-se celebrado pelo prazo de partir da verificação da diminuição gradual da respec-
seis meses. tiva ocupação, em consequência da normal redução da
actividade, tarefa ou da obra para que foram contrata-
SUBSECÇÃO V dos.
Contrato de Trabalho a Termo Incerto
3. A falta da comunicação a que se refere o n.º 1 im-
Artigo 80.º plica para o empregador o pagamento da retribuição
Admissibilidade correspondente ao período de aviso prévio em falta.
c) Acordos de empresa — as convenções subscri- 2. Nos casos omissos, o contrato de trabalho é regu-
tas por associações sindicais e um empregador lado pela lei do Estado com o qual o cidadão apresente
para uma empresa ou estabelecimento. uma conexão mais estreita.
2. Em caso de resolução do contrato de trabalho pelo 1. O período experimental começa a contar-se a par-
trabalhador com justa causa ou quando tendo sido de- tir do início da execução da prestação do trabalhador,
clarado ilícito o despedimento, o trabalhador não opte compreendendo as acções de formação ministradas
pela reintegração, não existe a obrigação de restituir as pelo empregador ou frequentadas por determinação
somas referidas no número anterior. deste, desde que não excedam metade do período expe-
rimental.
Artigo 91.º
Limitação de liberdade de trabalho 2. Para efeitos da contagem do período experimental
não são tidos em conta os dias de faltas, ainda que jus-
São proibidos quaisquer acordos entre os emprega- tificadas, de licença e de dispensa, bem como de sus-
dores no sentido de limitarem a admissão de trabalha- pensão do contrato.
dores que a eles tenham prestado serviço.
Artigo 95.º
Período experimental nos contratos por tempo
indeterminado
a) 30 dias para a generalidade dos trabalhadores; dos correspondentes direitos, devem proceder de boa-
fé.
b) 180 dias para os trabalhadores que exerçam
cargos de grande complexidade técnica, eleva- 2. Na execução do contrato de trabalho devem as
do grau de responsabilidade ou que pressupo- partes colaborar na obtenção da maior produtividade,
nham especial qualificação técnica. bem como na promoção humana, profissional e social
do trabalhador.
Artigo 96.º
Período experimental nos contratos a termo 3. Se uma das partes faltar culposamente ao cum-
primento dos seus deveres torna-se responsável pelo
Nos contratos de trabalho a termo, o período expe- prejuízo causado à contraparte.
rimental tem a seguinte duração:
Artigo 100.º
a) 30 dias para contratos de duração igual ou su- Competência do empregador
perior a seis meses;
1. Dentro dos limites decorrentes do contrato de tra-
b) 15 dias nos contratos a termo certo de duração balho e das normas que o regem, compete ao emprega-
inferior a seis meses e nos contratos a termo dor fixar os termos em que deve ser prestado o traba-
incerto cuja duração se preveja não vir a ser lho.
superior àquele limite.
2. Compete, em especial, ao empregador:
Artigo 97.º
Contratos em comissão de serviço a) Organizar o trabalho em função das necessida-
des da laboração da empresa e das aptidões e
1. Nos contratos em comissão de serviço, a existên- conhecimentos dos trabalhadores;
cia de período experimental depende de estipulação
expressa no respectivo acordo. b) Estabelecer e alterar o horário de trabalho, den-
tro dos limites legais;
2. O período experimental não pode, nestes casos,
exceder 180 dias. c) Assegurar o cumprimento da disciplina no tra-
balho;
Artigo 98.º
Redução e exclusão d) Definir e atribuir as funções a exercer pelos
trabalhadores, de acordo com as suas categori-
1. A duração do período experimental pode ser redu- as profissionais;
zida por instrumento de regulamentação colectiva de
trabalho ou por acordo escrito das partes. e) Decidir das promoções a que haja lugar no
quadro da empresa, de acordo com critérios ob-
2. O período experimental pode ser excluído por jectivos de avaliação dos trabalhadores;
acordo escrito das partes.
f) Elaborar e fazer executar planos de formação
CAPÍTULO III profissional;
Direitos, Deveres e Garantias das Partes e
Disciplina no Trabalho g) Tomar todas as medidas necessárias para que o
trabalho seja prestado em boas condições de
SECÇÃO I higiene e segurança;
Direitos, Deveres e Garantias das Partes
h) Criar, na medida da capacidade económico-
Artigo 99.º financeira da empresa, as condições sociais
Princípio de boa-fé adequadas à melhoria da qualidade de vida dos
trabalhadores.
1. O empregador e o trabalhador, no cumprimento
das respectivas obrigações, assim como no exercício 3. As faculdades de direcção técnica e económica do
empregador devem ser exercidas tendo em vista os
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a) Respeitar e tratar com urbanidade e probidade l) Efectuar e depositar os descontos fixados nos
o trabalhador; termos legais destinados aos fins contributivos.
g) Velar pela conservação normal e boa utilização h) Despedir e readmitir o trabalhador com o pro-
dos instrumentos de trabalho que lhe estejam pósito de o prejudicar em direitos ou garantias
atribuídas e proteger os bens da empresa exis- decorrentes da antiguidade.
tentes no seu local de trabalho e os resultados
da produção, contra actos de danificação ou de Artigo 105.º
destruição dos mesmos; Prestação pelo trabalhador de serviços não
compreendidos no objecto do contrato
h) Não utilizar para fins pessoais, ou alheios ao
serviço, os locais, equipamentos, bens e meios 1. Quando o regular funcionamento da empresa o
de trabalho da empresa. imponha, o empregador pode encarregar temporaria-
mente o trabalhador de serviços não compreendidos no
3. O dever de obediência, a que se refere a alínea a) objecto do contrato, desde que tal mudança não impli-
do número anterior, respeita tanto às ordens e instru- que diminuição na retribuição, nem modificação subs-
ções dadas directamente pelo empregador como às tancial da posição do trabalhador.
emanadas dos superiores hierárquicos do trabalhador,
dentro dos poderes que por aquele lhes forem atribuí- 2. Quando aos serviços desempenhados nos termos
dos. do número anterior corresponder um tratamento mais
favorável, o trabalhador tem direito a esse tratamento
excepto quando se trate de substituição de companhei-
ro de trabalho, ausente por motivo de faltas, férias,
licença ou impedimento não superiores a trinta dias.
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3. No trabalho agrícola, presume-se que o trabalha- 3. No caso previsto na parte final do n.º 1, o traba-
dor exerce funções diversificadas, não se aplicando por lhador pode rescindir o contrato de trabalho com direi-
isso, salvo estipulação em contrário, o disposto nos to à indemnização prevista para os casos de despedi-
números anteriores. mento sem justa causa.
b) Quando venha a verificar-se, por acidente, do- 3. Da ordem de transferência, além da justificação,
ença ou outra causa, a manifesta inaptidão do deve constar o tempo previsível da alteração, que, sal-
trabalhador para as funções ajustadas e este vo condições especiais, não pode exceder seis meses.
aceite continuar na empresa com outra catego-
ria profissional que lhe seja proposta. 4. O empregador deve custear as despesas, do traba-
lhador, impostas pela transferência temporária decor-
3. A alteração definitiva da categoria, determinada rentes do acréscimo dos custos de deslocação e resul-
pelas situações a que se reporta o número anterior, só é tantes do alojamento.
eficaz depois de obtida a autorização da Inspecção-
Geral do Trabalho que se deve pronunciar nos 30 dias 5. A mudança de local de trabalho implica o paga-
subsequentes sobre a aceitação ou recusa da mudança mento ao trabalhador das despesas de transporte e de
de categoria a que se refere este artigo. outras directamente impostas pela transferência.
4. A falta de resposta no prazo a que se refere o nú- 6. O disposto neste artigo não se aplica às situações
mero anterior é entendida como concessão tácita de de trabalhador agrícola que necessariamente tenha de
autorização ao empregador. ser executado em locais diversos.
d) Em geral, exercer, ter exercido, pretender exer- lidade pelo pagamento de coima aplicada pela prática
cer ou invocar direitos e garantias que lhe as- de contra-ordenação laboral.
sistem.
2. Durante o período de um ano subsequente à
2. Presume-se abusivo o despedimento ou a aplica- transmissão, o transmitente responde solidariamente
ção de qualquer sanção sob a aparência de punição de pelas obrigações vencidas até à data da transmissão.
outra falta, quando tenha lugar até seis meses após
qualquer dos factos mencionados nas alíneas a), b) e d) 3. O disposto nos números anteriores é igualmente
do número anterior. aplicável à transmissão, cessão ou reversão da explora-
ção da empresa, do estabelecimento ou da unidade
Artigo 117.º económica, sendo solidariamente responsável, em caso
Consequências da aplicação de sanções abusivas de cessão ou reversão, quem imediatamente antes exer-
ceu a exploração da empresa, estabelecimento ou uni-
1. O empregador que aplicar sanção abusiva nos ca- dade económica.
sos previstos no n.º 1 do artigo anterior fica obrigado a
indemnizar o trabalhador nos termos gerais, com as 4. Considera-se unidade económica o conjunto de
alterações constantes nos números seguintes. meios organizados com o objectivo de exercer uma
actividade económica, principal ou acessória.
2. Se a sanção consistir no despedimento, o traba-
lhador tem direito de optar entre a reintegração e uma 5. Não ocorre a transmissão da posição contratual re-
indemnização calculada de modo idêntico ao previsto ferida nos números anteriores quando haja acordo entre
no artigo 331.º. o primitivo e o novo empregador no sentido de os tra-
balhadores continuarem, com a mesma ou superior
3. Tratando-se de multa ou suspensão, a indemniza- categoria, ao serviço daquele e noutra empresa.
ção não é inferior a dez vezes a importância daquela ou
da retribuição perdida. Artigo 119.º
Casos especiais
4. O empregador que aplicar alguma sanção abusiva
no caso previsto na c) do n.º 1 do artigo anterior, in- 1. O disposto no artigo anterior não é aplicável
demniza o trabalhador nos seguintes termos: quanto aos trabalhadores que o transmitente, até ao
momento da transmissão, tiver transferido para outro
a) Os mínimos fixados no número anterior são estabelecimento ou parte da empresa ou estabelecimen-
elevados para o dobro; to que constitua uma unidade económica, continuando
aqueles ao seu serviço, sem prejuízo do disposto no
b) Em caso de despedimento, a indemnização artigo 108.º
nunca é inferior à retribuição correspondente a
um ano de serviço. 2. O disposto no número anterior não prejudica a
responsabilidade do adquirente do estabelecimento ou
CAPÍTULO IV de parte da empresa ou estabelecimento que constitua
Transmissão da Empresa ou Estabelecimento uma unidade económica pelo pagamento de coima
aplicada pela prática de contra-ordenação laboral.
SECÇÃO I
Da Transmissão 3. Tendo cumprido o dever de informação previsto
no artigo seguinte, o adquirente pode fazer afixar um
Artigo 118.º aviso nos locais de trabalho no qual se dê conhecimen-
Transmissão da empresa ou estabelecimento to aos trabalhadores que devem reclamar os seus crédi-
tos no prazo de seis meses, sob pena de não se lhe
1. Em caso de transmissão, por qualquer título, da ti- transmitirem.
tularidade da empresa, do estabelecimento ou de parte
da empresa ou estabelecimento que constitua uma uni-
dade económica, transmite-se para o adquirente a posi-
ção jurídica de empregador nos contratos de trabalho
dos respectivos trabalhadores, bem como a responsabi-
I SÉRIE N.º 22 – 11 de Abril de 2019 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 203
4. Para efeitos dos números anteriores, consideram- A cedência ocasional de trabalhadores só é admitida
se representantes dos trabalhadores as comissões sindi- se regulada em instrumento de regulamentação colecti-
cais e os delegados sindicais das respectivas empresas. va de trabalho ou nos termos dos artigos seguintes.
3. Na situação prevista no número anterior, a sub- d) A duração da cedência não exceda um ano, re-
comissão exerce os direitos próprios das comissões de novável por iguais períodos até ao limite má-
trabalhadores durante o período em que continuar em ximo de cinco anos.
funções, em representação dos trabalhadores do estabe-
lecimento transmitido.
204 I SERIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 22 – 11 de Abril de 2019
b) Diminuição do número de horas corresponden- à obtenção do acordo sobre a dimensão e a duração das
tes ao período normal de trabalho diário ou medidas a adoptar.
semanal.
2. Das reuniões de negociação é lavrada acta con-
Artigo 135.º tendo a matéria acordada e bem assim as posições di-
Comunicações vergentes das partes, com as opiniões, sugestões e pro-
postas de cada uma.
1. O empregador deve comunicar por escrito à co-
missão de trabalhadores ou na sua falta à comissão 3. Celebrado o acordo ou na falta deste, decorridos
intersindical ou comissões sindicais da empresa repre- 10 dias sobre a data da comunicação referida nos n.os 1
sentativa dos trabalhadores a abranger, a intenção de e 3 do artigo anterior, o empregador deve comunicar
reduzir ou suspender a prestação de trabalho, fazendo por escrito a cada trabalhador a medida que decidiu
acompanhar a comunicação dos seguintes elementos: aplicar com menção expressa do motivo e da data do
início e termo da sua aplicação.
a) Descrição dos respectivos fundamentos eco-
nómicos, financeiros ou técnicos; 4. Na data em que forem expedidas as comunicações
referidas no número anterior, o empregador deve reme-
b) Quadro de pessoal discriminado por secções; ter à estrutura representativa dos trabalhadores e aos
serviços de conciliação do Ministério encarregue pela
c) Indicação dos critérios que servem de base à área do Trabalho a acta a que se refere o n.º 2 deste
selecção dos trabalhadores a abranger; artigo, bem como relação de que conste o nome dos
trabalhadores, morada, data de nascimento e de admis-
d) Indicação do número de trabalhadores a abran- são na empresa, situação perante a segurança social,
ger pelas medidas de redução e suspensão bem profissão, categoria e retribuição e, ainda, a medida
como as categorias profissionais abrangidas; individualmente adoptada com data do início e termo
da aplicação.
e) Indicação do prazo de aplicação das medidas;
5. Na falta da acta a que se refere o n.º 2 do presente
f) Áreas de formação a frequentar pelos trabalha- artigo, o empregador, para os efeitos referidos no nú-
dores durante o período de redução ou suspen- mero anterior, deve enviar documento em que justifi-
são do trabalho, sendo caso disso. que aquela falta, descrevendo as razões que obstaram
ao acordo, bem como as posições de finais das partes.
2. Na falta das entidades referidas no n.º 1, o empre-
gador deve comunicar por escrito, a cada um dos traba- Artigo 137.º
lhadores que possam vir a ser abrangidos, a intenção de Outros deveres de informação e consulta
reduzir ou suspender a prestação de trabalho, podendo
estes designar, de entre eles, no prazo de cinco dias 1. O empregador deve consultar os trabalhadores
contados da data de recepção daquela comunicação, abrangidos sobre a elaboração do plano de formação
uma comissão representativa com máximo de três ou referido na alínea f), do n.º 1 do artigo 135.º.
cinco elementos, consoante as medidas abranjam até 20
ou mais trabalhadores. 2. O plano de formação deve ser submetido ao pare-
cer da estrutura representativa dos trabalhadores previ-
3. No caso previsto no número anterior, o emprega- amente à sua aprovação.
dor deve enviar à comissão designada os documentos
referidos no n.º 1. 3. O parecer referido no número anterior deve ser
emitido no prazo indicado pelo empregador, que não
Artigo 136.º pode ser inferior a cinco dias.
Procedimento de informação e negociação
4. O empregador deve informar trimestralmente as
1. Nos cinco dias contados da data da comunicação estruturas representativas dos trabalhadores da evolu-
prevista nos n.os 1 e 3 do artigo anterior, tem lugar uma ção das razões que justificam o recurso à redução ou
fase de informação e negociação entre o empregador e suspensão da prestação de trabalho.
a estrutura representativa dos trabalhadores, com vista
I SÉRIE N.º 22 – 11 de Abril de 2019 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 207
2. Em caso de catástrofe ou outra ocorrência que te- 3. São restabelecidos todos os direitos e deveres das
nha afectado gravemente a actividade normal da em- partes decorrentes do contrato de trabalho a partir do
presa, o prazo referido no número anterior pode ter a momento em que o empregador seja notificado da de-
duração máxima de um ano. cisão que põe termo à aplicação do regime de redução
ou suspensão.
3. Os prazos referidos nos números anteriores po-
dem ser prorrogados até ao máximo de seis meses, Artigo 140.º
desde que, comunicada a intenção de prorrogação por Direitos do trabalhador
escrito e de forma fundamentada à estrutura representa-
tiva dos trabalhadores, esta não se oponha, igualmente 1. Durante o período de redução ou de suspensão,
por escrito, dentro de cinco dias seguintes, ou quando o constituem direitos do trabalhador:
trabalhador abrangido pela prorrogação manifeste, por
escrito, o seu acordo. a) Auferir retribuição mensal não inferior à retri-
buição mínima mensal legalmente garantida,
4. A data do início da aplicação da redução ou sus- nos termos do disposto no n.º 2;
pensão não pode verificar-se antes de decorridos 10
dias sobre a data da comunicação a que se refere o n.º 3 b) Manter todas as regalias sociais e as prestações
do artigo anterior, salvo se se verificar impedimento de segurança social, calculadas na base da sua
imediato à prestação normal de trabalho que seja co- retribuição normal, sem prejuízo do disposto
nhecido pelo trabalhador, caso em que o início da me- no n.º 3;
dida poderá ser imediato.
c) Exercer actividade remunerada fora da empre-
5. Terminado o período de redução ou suspensão, sa.
são restabelecidos todos os direitos e deveres decorren-
tes do contrato de trabalho. 2. Sempre que a retribuição mensal auferida pelo
trabalhador em regime de prestação normal de trabalho
Artigo 139.º seja inferior à retribuição mínima mensal garantida, o
Fiscalização trabalhador mantém o direito à esta;
c) Não distribuir lucros, sob qualquer forma, no- a) Pagar, mediante desconto, contribuições para
meadamente a título de levantamento por con- segurança social com base na retribuição efec-
ta; tivamente auferida, seja a título de contraparti-
da do trabalho prestado, seja a título de com-
d) Não aumentar as remunerações dos membros pensação retributiva;
dos corpos sociais, enquanto se verificar a
comparticipação financeira da segurança social b) Comunicar ao empregador no prazo máximo
na compensação financeira na compensação re- de cinco dias, que exerce uma actividade re-
tributiva concedida aos trabalhadores; munerada fora da empresa, para efeitos de
eventual redução na compensação retributiva;
e) Pagar ao trabalhador o subsídio de Natal, de
valor igual ao salário por si auferido mensal- c) Frequentar curso adequados de formação pro-
mente. fissional desde que tal faculdade lhe seja ofere-
cida pelo empregador ou pelo serviço compe-
2. A compensação retributiva, por si só ou conjun- tente na área da formação profissional.
tamente com a retribuição de trabalho prestado na em-
presa ou fora dela, não pode implicar uma retribuição 2. O incumprimento injustificado do disposto na alí-
mensal superior ao triplo da retribuição mínima mensal nea b) do número anterior determina para o trabalhador
garantida. a perda do direito à compensação retributiva e a obri-
gação de repor o que lhe tiver sido pago a este título,
Artigo 142º constituindo ainda infracção disciplinar grave.
Comparticipação na compensação retributiva
3. A recusa de frequência dos cursos referidos na
1. A compensação retributiva devida a cada traba- alínea c) do n.º 1 determina a perda do direito à com-
lhador é suportada em 30% do seu montante pelo em- pensação retributiva.
pregador e em 70% pela segurança social.
Artigo 144.º
2. Quando, durante o período de redução ou suspen- Férias
são, os trabalhadores frequentem cursos de formação
profissional adequados à finalidade de viabilização da 1. Para efeito do direito às férias, o tempo de redu-
empresa, de manutenção dos postos de trabalho ou de ção ou suspensão conta-se como serviço efectivamente
desenvolvimento da qualificação profissional dos tra- prestado em condições normais de trabalho.
balhadores que aumente a sua empregabilidade em
conformidade com um plano de formação aprovado 2. A redução ou suspensão não prejudica a marcação
pelo serviço público competente do Ministério encar- e o gozo de férias, nos termos gerais, tendo o trabalha-
regue pela área do Trabalho, a compensação retributiva dor direito ao subsídio de férias que lhe seria devido
é suportada por este serviço e até ao máximo de 25%, em condições normais de trabalho.
pelo empregador, enquanto decorrer a formação profis-
sional. Artigo 145.º
Subsídio de férias
3. O disposto no número anterior não prejudica re-
gimes mais favoráveis relativos aos apoios à formação. O trabalhador tem direito ao subsídio de férias equi-
valente ao salário mensal por si recebido devendo ser
4. O organismo competente da segurança social ou o ambos pagos no momento do recebimento da sua re-
serviço público competente na área da formação pro- muneração habitual e, em que o trabalhador entre no
fissional consoante os casos, deve entregar a parte que gozo efectivo das suas férias.
lhes compete ao empregador, de modo que este possa
pagar pontualmente a compensação retributiva.
I SÉRIE N.º 22 – 11 de Abril de 2019 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 209
A redução do período normal de trabalho ou suspen- c) Trabalho durante cinco dias úteis, com um dia
são do contrato de trabalho relativas a trabalhador que de descanso complementar e descanso semanal
seja representante sindical ou membro da comissão de ao domingo.
trabalhadores, não prejudica o direito ao exercício
normal destas funções no interior da empresa. 4. Nos casos referidos nas alíneas b) e c) do número
anterior, o período normal de trabalho em cada dia não
Artigo 147.º pode exceder nove horas, observando-se sempre o limi-
Declaração da empresa em situação económica te semanal fixado no n.º1.
difícil
5. A autoridade responsável pela administração do
1. O regime da redução ou suspensão previsto nesta trabalho pode estabelecer, por despacho, se as circuns-
SECÇÃO aplica-se aos casos em que essas medidas tâncias económicas e sociais ou os costumes das popu-
sejam determinadas, na sequência da declaração da lações o aconselharem, as modalidades a seguir pelos
empresa em situação económica difícil, ou, com as empregadores na repartição no período normal de tra-
necessárias adaptações, em processo de recuperação de balho semanal.
empresa.
6. O trabalho no campo pode ser efectuado num só
2. A declaração a que se refere o número anterior período de dia, com a duração máxima ininterrupta de
deverá ser emitida pelos tribunais, mediante parecer sete horas, e o limite semanal de 40 horas.
dos serviços competentes do Ministério encarregue
pela área do Trabalho. Artigo 149.º
Excepções aos limites máximos
CAPÍTULO V
Tempo de Trabalho 1. Os limites do período normal de trabalho podem
ser alargados, por despacho da autoridade responsável
SECÇÃO I pela administração do trabalho, ouvidos os demais
Limites à Duração de Trabalho organismos estatais interessados bem como as organi-
zações sindicais competentes e os representantes dos
Artigo 148.º empregados, ou por convenção colectiva de trabalho:
Limites máximos dos períodos normais de
trabalho a) Em relação a pessoas cujo trabalho seja acen-
tuadamente intermitente ou de simples presen-
1. O período normal de trabalho não pode ser supe- ça;
rior a oito horas por dia e 40 horas por semana.
b) Em relação a actividades estritamente ligadas à
2. Há tolerância de 15 minutos para as transacções, prestação de serviços essenciais à comunida-
operações e serviços começados e não acabados na des.
hora estabelecida para o termo do período normal de
trabalho diário, não sendo, porém, que tal tolerância 2. É sempre obrigatória a observância de um repouso
deixe de revestir carácter excepcional, devendo o de 10 horas consecutivas entre dois períodos diários de
acréscimo de trabalho ser pago quando perfizer quatro trabalho praticados ao abrigo do disposto no número
horas ou no termo de cada ano civil. anterior.
3. O período normal de trabalho semanal pode ser 3. Nas actividades abrangidas pelas alíneas a) e b)
repartido de acordo com uma das seguintes modalida- do n.º1, o período normal de trabalho será fixado de
des: modo a não ultrapassar a média de quarenta e cinco
horas por semana ao fim do número de semanas esta-
a) Trabalho durante seis dias úteis, com um dia de belecidas por despachos de autoridade responsável pela
descanso semanal ao domingo; administração do trabalho de que resulte o alargamen-
to.
210 I SERIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 22 – 11 de Abril de 2019
1. Sempre que o aumento da produtividade das acti- O trabalho extraordinário só pode ser prestado:
vidades o consinta e não haja inconvenientes de ordem
económica ou social, podem ser reduzidos os limites a) Quando os empregadores tenham que fazer fa-
máximos dos períodos normais de trabalho previstos ce a eventuais acréscimos de trabalho que não
no presente diploma. justifiquem a contratação de trabalhadores a
termo ou por tempo indeterminado;
2. Na redução dos limites máximos previstos no ar-
tigo 149.º, deve priorizar-se as actividades e as profis- b) Em casos de força maior ou quando se torne
sões que provoquem acentuado desgaste físico ou psí- indispensáveis para prevenir ou reparar prejuí-
quico para os trabalhadores. zos graves das empresas.
2. O descanso compensatório vence-se quando perfi- Considera-se trabalho por turnos qualquer modo de
zer um número de horas igual ao período normal de organização do trabalho em equipa em que os trabalha-
trabalho diário e deve ser gozado nos 90 dias subse- dores ocupem sucessivamente os mesmos postos de
quentes. trabalho, a um determinado ritmo, incluindo o ritmo
rotativo, que pode ser de tipo contínuo ou descontínuo,
3. Nos casos de prestação de trabalho em dia de des- o que implica que os trabalhadores podem executar o
canso semanal obrigatório, o trabalhador tem direito a trabalho a horas diferentes do decurso de um dado pe-
um dia de descanso compensatório remunerado, a go- ríodo de dias ou semanas.
zar nos três dias úteis seguintes.
Artigo 159.º
4. Na falta de acordo, o dia do descanso compensa- Organização de turnos
tório é fixado pelo empregador.
1. Podem os empregadores organizar turnos de pes-
5. O descanso compensatório do trabalho prestado soal, diferentes, sempre que o período de funcionamen-
para assegurar o funcionamento dos turnos de serviço to ultrapasse os limites máximos dos períodos normais
das farmácias de venda ao público é objecto de regu- de trabalho.
lamentação em legislação especial.
2. Os turnos devem, sempre que possível, ser orga-
Artigo 156.º nizados de acordo com os interesses e as preferências
Registo manifestadas pelos trabalhadores.
1. O empregador deve possuir um registo de trabalho 3. A duração do trabalho de cada turno não pode ul-
extraordinário onde, antes do início da prestação e logo trapassar os limites máximos dos períodos normais de
após o seu termo, são anotadas as horas de início e trabalho.
termo do trabalho extraordinário.
4. Os trabalhadores só podem ser mudados de turnos
2. No primeiro mês de cada trimestre deve o empre- após o dia de descanso semanal.
gador enviar ao organismo responsável pela adminis-
tração do trabalho a relação nominal dos trabalhadores 5. Os turnos de regime de laboração contínua e dos
que efectuaram trabalhos extraordinários durante o trabalhadores que assegurem serviços que não possam
trimestre anterior, com discriminação do número de ser interrompidos, nomeadamente pessoal operacional
horas prestadas ao abrigo do artigo 152.º. de vigilância, transporte e tratamento de sistemas elec-
trónicos de segurança, devem ser organizados de modo
Artigo 157.º que aos trabalhadores de cada turno seja concedido,
Remuneração pelo menos, um dia de descanso em cada período de
sete dias, sem prejuízo do período excedente de des-
O trabalho extraordinário é remunerado com os se- canso a que o trabalhador tenha direito.
guintes acréscimos mínimos:
Artigo 160.º
a) 25% da retribuição normal na primeira hora; Formalidades da organização de turnos
b) 50% da retribuição normal nas horas ou frac- 1. Os horários de trabalho em turnos estão sujeitos à
ções de horas subsequentes; aprovação do organismo responsável pela administra-
ção do trabalho.
212 I SERIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 22 – 11 de Abril de 2019
2. Nas empresas onde haja trabalho por turnos deve al, definida por instrumento de regulamentação colec-
haver registos separados dos trabalhadores incluído em tiva de trabalho ou na sua falta, correspondente a três
cada turno. horas por dia.
2. O empregador deve assegurar que os meios de 2. Para o apuramento da média referida no número
protecção e prevenção em matéria de segurança e saú- anterior não se contam os dias de descanso semanal
de dos trabalhadores por turnos sejam equivalentes aos obrigatório ou complementar e os dias feriados.
aplicáveis aos restantes trabalhadores e se encontrem
disponíveis a qualquer momento. 3. O trabalhador nocturno cuja actividade implique
riscos especiais ou uma tensão física ou mental signifi-
Artigo 162.º cativa não deve prestá-la por mais de oito horas num
Registo de trabalhadores em regime de turnos período de 24 horas em que execute trabalho nocturno.
O empregador que organize um regime de trabalho 4. O disposto nos números anteriores não é aplicável
por turnos deve ter registo separado dos trabalhadores aos trabalhadores que ocupem cargos de administração
incluídos em cada turno. e de direcção ou com poder de decisão autónomo que
estejam isentos de horário de trabalho.
SUBSECÇÃO III
Trabalho Nocturno 5. O disposto no n.º 3 não é igualmente aplicável:
2. O empregador deve assegurar a transferência do 2. Nos casos em que tenha sido limitada a isenção do
trabalhador nocturno que sofra de problemas de saúde horário de trabalho a um determinado número de horas
relacionados com o facto de executar trabalho nocturno de trabalho, diário ou semanal, considera-se trabalho
para um trabalho diurno que esteja apto a desempe- suplementar o que seja prestado fora desse período.
nhar.
3. Quando tenha sido estipulado que a isenção de
3. Aplica-se ao trabalhador nocturno o disposto no horário de trabalho não prejudica o período normal de
artigo 155.º. trabalho diário ou semanal, considera-se trabalho su-
plementar aquele que excede a duração do período
Artigo 167.º normal de trabalho diário ou semanal.
Registo de trabalhadores em regime de nocturnos
4. Não se compreende na noção de trabalho suple-
O empregador que organize um regime de trabalho mentar:
por turnos deve ter registo separado dos trabalhadores
incluídos em cada turno. a) O trabalho prestado por trabalhador isento de
horário de trabalho em dia normal de trabalho,
sem prejuízo do previsto no número anterior;
horas seguidas ou interpoladas por um dia de e) Um número de horas igual a meio período de
descanso ou feriado, quando haja acordo entre trabalho diário em meio-dia de descanso com-
o trabalhador e o empregador; plementar.
c) A tolerância de quinze minutos prevista no n.º 2. Os limites máximos a que se referem as alíneas a)
2 do artigo 148.º; e b) do número anterior podem ser aumentados até 200
horas por ano, por instrumento de regulamentação co-
d) A formação profissional, ainda que realizada lectiva de trabalho.
fora do horário de trabalho, desde que não ex-
ceda duas horas de trabalho diárias. 3. Os limites do trabalho suplementar prestado para
assegurar o funcionamento dos turnos de serviço das
Artigo 171.º farmácias de venda ao público são objecto de regula-
Obrigatoriedade mentação em legislação especial.
b) No caso de médias e grandes empresas, 150 3. Nos casos de prestação de trabalho no dia de des-
horas de trabalho por ano; canso semanal obrigatório, o trabalhador tem direito a
um dia de descanso compensatório remunerado, a go-
c) Duas horas de por dia normal de trabalho; zar num dos três dias úteis seguintes.
d) Um número de horas igual ao período normal 4. Na falta de acordo, o dia do descanso compensa-
de trabalho diário nos dias de descanso sema- tório é fixado pelo empregador.
nal, obrigatório ou complementar, e nos feria-
dos;
I SÉRIE N.º 22 – 11 de Abril de 2019 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 215
5. O descanso compensatório do trabalho prestado 5. O empregador deve possuir e manter durante cin-
para assegurar o funcionamento dos turnos de serviço co anos a relação nominal dos trabalhadores que pres-
das farmácias de venda ao público é objecto de regu- taram trabalho suplementar, com discriminação do
lamentação em legislação especial. número de horas prestadas ao abrigo dos n.os 1 ou 2 do
artigo 172.º e indicação do dia em que gozaram o res-
Artigo 176.º pectivo descanso compensatório, para fiscalização da
Casos especiais Inspecção-Geral do Trabalho.
1. Nos casos de prestação de trabalho suplementar 6. Nos meses de Janeiro e Julho de cada ano o em-
em dia de descanso semanal obrigatório motivado pela pregador deve enviar à Inspecção-Geral do Trabalho
falta imprevista do trabalhador que deveria ocupar o relação nominal dos trabalhadores que prestaram traba-
posto de trabalho no turno seguinte, quando a sua dura- lho suplementar durante o semestre anterior, com dis-
ção não ultrapassar duas horas, o trabalhador tem o criminação do número de horas prestadas ao abrigo dos
direito a um descanso compensatório de duração igual n.os 1 e 2 do artigo 172.º, visada pela comissão de tra-
ao período de trabalho suplementar prestado naquele balhadores ou, na sua falta, em caso de trabalhador
dia, ficando o seu gozo sujeito ao regime do n.º 2 do filiado, pelo respectivo sindicato.
artigo anterior.
7. A violação do disposto nos n.os 1 a 4 confere ao
2. Quando descanso compensatório for devido por trabalhador, por cada dia em que tenha desempenhado
trabalho suplementar não prestado em dias de descanso a sua actividade fora do horário de trabalho, o direito à
semanal, obrigatório ou complementar, pode o mesmo, retribuição correspondente ao valor de duas horas de
por acordo entre o empregador e o trabalhador, ser trabalho suplementar.
substituído por prestação de trabalho remunerado com
um acréscimo não inferior a 100%. SECÇÃO II
Dos Mapas do Horário de Trabalho
3. Nas microempresas e nas pequenas empresas, jus-
tificando-se por motivos atendíveis relacionado com a Artigo 178.º
organização do trabalho, o descanso compensatório a Afixação dos mapas
que se refere o n.º 1 do artigo anterior pode ser substi-
tuído por prestação de trabalho remunerado com acrés- O empregador deve afixar nos locais de trabalho, em
cimo não inferior a 100% ou, verificados os pressupos- lugar bem visível, um mapa de horário de trabalho.
tos constantes do n.º 2 do artigo anterior, por um dia de
descanso a gozar nos 90 dias seguintes. Artigo 179.º
Elaboração dos mapas
Artigo 177.º
Registo 1. Os mapas de horário de trabalho são elaborados
em duplicado sendo uma cópia enviada ao organismo
1. O empregador deve possuir um registo de trabalho responsável pela administração do trabalho.
suplementar onde, antes do início da prestação e logo
após o seu termo, são anotadas as horas de início e 2. As formalidades exigidas para elaboração em du-
termo do trabalho suplementar. plicados dos mapas de horários de trabalho são estabe-
lecidas por despacho da autoridade responsável pela
2. O registo das horas de trabalho suplementar deve administração do trabalho.
ser visado pelo trabalhador imediatamente a seguir à
sua prestação. Artigo 180.º
Períodos de funcionamento de estabelecimentos
3. Do registo previsto no número anterior deve cons- comerciais e industriais
tar sempre a indicação expressa do fundamento da
prestação de trabalho suplementar, além de outros ele- 1. Os estabelecimentos comerciais e industriais fun-
mentos fixados em legislação especial. cionam nos limites dos períodos de abertura e encerra-
mento que lhe sejam legalmente fixados.
4. No mesmo registo devem ser anotados os perío-
dos de descanso compensatório gozados pelo trabalha- 2. A fixação desses períodos deve ser feita tendo em
dor. conta os interesses da população, podendo estabelecer-
216 I SERIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 22 – 11 de Abril de 2019
se períodos diversificados consoante as áreas de co- c) Dos guardas das instalações da empresa ou
mércio e indústria, as épocas do ano, as capacidades e pessoal operacional de vigilância;
as necessidades de abastecimento público.
d) Dos trabalhadores que prestem serviços em es-
3. Compete à autoridade responsável pela adminis- tabelecimentos de venda ao público ou outros
tração do trabalho designadamente a Inspecção Geral cujos funcionamentos tenham lugar, necessari-
do Trabalho, conjuntamente com a autoridade de tutela amente, ao domingo.
de empresa ou ramo da actividade fixar o período de
funcionamento e a determinação: 4. Sempre que seja possível, o empregador deve
proporcionar aos trabalhadores que pertençam ao
a) Das empresas autorizadas a praticar o regime mesmo agregado familiar o descanso semanal no mes-
de laboração contínua ou a laborar em período mo dia.
de que não se compreenda dentro dos limites
constantes do n.º1 do artigo 165.º; Artigo 182.º
Descanso semanal complementar
b) Das empresas autorizadas a encerrar ou sus-
pender a laboração em outro dia que não seja o 1. Além do dia de descanso semanal prescrito no ar-
domingo. tigo anterior, pode ser concedido, em todas ou em de-
terminadas épocas do ano, meio-dia ou um dia comple-
SECÇÃO III to de descanso complementar.
Descanso Semanal, Feriado e Férias
2. O dia de descanso complementar previsto no nú-
SUBSECÇÃO I mero anterior pode ser repartido e descontinuado em
Descanso Semanal termos a definir por instrumento de regulamentação
colectiva.
1. O trabalhador tem direito a, pelo menos, um dia 1. Ao dia de descanso semanal obrigatório adiciona-
de descanso por semana que, em regra, é o domingo. se um período de 11 horas, correspondente ao período
mínimo de descanso diário estabelecido no artigo 181º.
2. O dia de descanso semanal pode deixar de ser o
domingo quando o trabalhador preste serviço a empre- 2. O período de 11 horas referido no número anterior
gador que esteja dispensado de encerrar ou suspender a considera-se cumprido, no todo ou em parte, pela con-
laboração um dia completo por semana ou que seja cessão de descanso semanal complementar, se este for
obrigado a encerrar ou suspender a laboração num dia contíguo ao dia de descanso semanal.
que não seja o domingo.
3. O disposto no n.º 1 não é aplicável a trabalhadores
3. Pode também deixar de coincidir com o domingo que ocupem cargos de administração e de direcção ou
o dia de descanso semanal: com poder de decisão autónomo que estejam isentos de
horário de trabalho.
a) Dos trabalhadores necessários para assegurar
continuidade de serviços que não possam ser 4. O disposto no n.º 1 não é igualmente aplicável:
interrompidos ou que devam ser desempenha-
dos em dia de descanso de outros trabalhado- a) Quando seja necessária a prestação de trabalho
res; suplementar por motivo de força maior, ou por
ser indispensável para prevenir ou reparar pre-
b) Dos trabalhadores encarregados de serviços de juízos graves para a empresa ou para a sua via-
limpeza, de reparação ou de assistência a má- bilidade devidos a acidente ou a risco de aci-
quinas, bem como de outros trabalhos prepara- dente iminente;
tórios e complementares que devam necessari-
amente ser efectuados no dia de descanso dos b) Quando os períodos normais de trabalho são
restantes trabalhadores; fraccionados ao longo do dia com fundamento
I SÉRIE N.º 22 – 11 de Abril de 2019 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 217
nas características da actividade, nomeadamen- 2. O trabalho prestado nos termos do número ante-
te serviços de limpeza; rior confere direitos a uma remuneração especial, igual
ao dobro da retribuição normal.
c) As actividades caracterizadas pela necessidade
de assegurar a continuidade do serviço ou da 3. O trabalho prestado nos termos do n.º 1, e que ul-
produção, nomeadamente às actividades indi- trapasse a duração do período normal, confere direito a
cadas no número seguinte, desde que através uma remuneração equivalente ao dobro dos valores
de instrumento de regulamentação colectiva de fixados no artigo 157.º.
trabalho ou de acordo individual sejam garan-
tidos ao trabalhador os correspondentes des- 4. Os trabalhadores que tenham prestado serviço o
cansos compensatórios. dia completo de descanso semanal obrigatório têm
direito, ainda, a um dia inteiro de descanso a gozar nos
5. Para efeito do disposto na alínea c) do número an- 30 dias imediatos.
terior atender-se-á às seguintes actividades:
SUBSECÇÃO II
a) Pessoal operacional de vigilância, transporte e Feriados Nacionais
tratamento de sistemas electrónicos de segu-
rança; Artigo 185.º
Feriados obrigatórios
b) Recepção, tratamento e cuidados dispensados
em hospitais ou estabelecimentos semelhantes, 1. São feriados obrigatórios:
instituições residenciais e prisões;
a) 1 de Janeiro, dia do Ano Novo;
c) Portos e aeroportos;
b) 4 de Janeiro, dia do Rei Amador;
d) Imprensa, rádio, televisão, produção cinemato-
gráfica, correios ou telecomunicações, ambu- c) 3 de Fevereiro, dia dos Mártires da Liberdade;
lâncias, sapadores-bombeiros ou protecção ci-
vil; d) 1 de Maio dia Internacional dos Trabalhadores;
e) Produção, transporte e distribuição de gás, e) 12 de Julho, dia Nacional de São Tomé e Prín-
água ou electricidade, recolha de lixo e incine- cipe;
ração;
f) 06 de Setembro, dia das Forças Armadas;
f) Indústrias em que o processo de laboração não
possa ser interrompido por motivos técnicos; g) 30 de Setembro, dia das Nacionalizações das
Roças;
g) Investigação e desenvolvimento;
h) 21 de Dezembro dia de São Tomé e do Gover-
h) Agricultura. no de Transição;
2. Em substituição de qualquer dos feriados referi- 1. O direito a férias adquire-se com a celebração do
dos no número anterior, pode ser observado, a título de contrato de trabalho e vence-se no dia 1 de Janeiro de
feriado, qualquer outro dia em que acordem o empre- cada ano civil, salvo o disposto nos números seguintes.
gador e o trabalhador.
2. No ano da contratação, o trabalhador tem direito,
Artigo 187.º após seis meses completos de execução do contrato, a
Imperatividade gozar dois dias úteis de férias por cada mês de duração
do contrato, até ao máximo de 20 dias úteis.
São nulas as disposições de contrato de trabalho ou
de instrumento de regulamentação colectiva de traba- 3. No caso de sobrevir o termo do ano civil antes de
lho que estabeleçam feriados diferentes dos indicados decorrido o prazo referido no número anterior ou antes
nos artigos anteriores. de gozado o direito a férias, pode o trabalhador usufrui-
lo até 30 de Junho do ano civil subsequente.
Artigo 188.º
Garantias da retribuição 4. Da aplicação do disposto nos n.os 2 e 3 não pode
resultar para o trabalhador o direito ao gozo de um
O trabalhador tem direito à retribuição correspon- período de férias, no mesmo ano civil, superior a 30
dente aos feriados nacionais, sem que o empregador os dias úteis, sem prejuízo do disposto em instrumento de
possa compensar com trabalho extraordinário. regulamentação colectiva de trabalho.
1. O trabalhador tem direito a um período de férias 2. Para efeitos de férias, são úteis os dias da semana
retribuídas em cada ano civil. de segunda-feira a sexta-feira, com excepção dos feria-
dos, não podendo as férias ter início em dia de descan-
2. O direito a férias deve efectivar-se de modo a pos- so semanal do trabalhador.
sibilitar a recuperação física e psíquica do trabalhador e
assegurar-lhe condições mínimas de disponibilidade 3. A duração do período de férias é aumentada no
pessoal, de integração na vida familiar e de participa- caso de o trabalhador não ter faltado ou na eventuali-
ção social e cultural. dade de ter apenas faltas justificadas, no ano a que as
férias se reportam, nos seguintes termos:
3. O direito a férias é irrenunciável e, fora dos casos
previstos neste Código, o seu gozo efectivo não pode a) Três dias de férias até ao máximo de uma falta
ser substituído, ainda que com o acordo do trabalhador, ou dois meios-dias;
por qualquer compensação económica ou outra.
b) Dois dias de férias até ao máximo de duas fal-
4. O direito a férias reporta-se, em regra, ao trabalho tas ou quatro meios-dias;
prestado no ano civil anterior e não está condicionado à
assiduidade ou efectividade de serviço, sem prejuízo do c) Um dia de férias até ao máximo de três faltas
disposto no n.º 3 do artigo seguinte. ou seis meios-dias.
5. O trabalhador para além do seu salário normal 4. Para efeitos do número anterior são equiparadas
tem direito ao subsídio de férias equivalente ao mesmo às faltas, os dias de suspensão do contrato de trabalho
montante do salário por si mensalmente auferido. por facto respeitante ao trabalhador.
pectivos, sem prejuízo de ser assegurado o gozo efecti- tiva de trabalho ou mediante parecer favorável
vo de 20 dias úteis de férias. da comissão de trabalhadores;
b) Encerramento por período superior a 15 dias 8. O disposto no n.º 3 não se aplica às microempre-
consecutivos ou fora do período entre 1 de Ju- sas.
nho e 30 de Setembro, quando assim estiver fi-
xado em instrumento de regulamentação colec-
220 I SERIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 22 – 11 de Abril de 2019
5. Para efeito do disposto no número anterior, caso i) As autorizadas ou aprovadas pelo empregador;
os períodos de trabalho diário não sejam uniformes,
considera-se sempre o de menor duração relativo a um j) As que por lei forem como tal qualificadas;
dia completo de trabalho.
k) As motivadas por prisão preventiva;
6. O disposto nos n.os 3 e 4 deste artigo não prejudica
a responsabilidade disciplinar em que incorra o traba- l) As dadas pelo nascimento dos filhos.
lhador, mas o período de ausência imposta pela recusa
do empregador de receber a prestação de trabalho não 3. São consideradas injustificadas as faltas não pre-
se considera falta injustificada. vistas no número anterior.
1. As faltas podem ser justificadas ou injustificadas. As disposições relativas aos tipos de faltas e à sua
duração não podem ser objecto de instrumento de regu-
2. São consideradas faltas justificadas: lamentação colectiva de trabalho, salvo tratando-se das
situações previstas na alínea g) do n.º 2 do artigo ante-
a) As dadas, durante sete dias seguidos, por altura rior ou de contrato de trabalho.
do casamento;
I SÉRIE N.º 22 – 11 de Abril de 2019 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 223
a) Sete dias consecutivos por falecimento de côn- 6. Em caso de incumprimento das obrigações previs-
juge não separado de pessoas e bens ou de pa- tas no artigo anterior e nos n.os 1 e 2 deste artigo, bem
rente ou afim no 1º grau na linha recta; como de oposição, sem motivo atendível, à fiscalização
referida nos n.os 3, 4 e 5, as faltas são consideradas
b) Três dias consecutivos por falecimento de pa- injustificadas.
rente até 2.º grau da linha recta e de 1º. grau da
linha colateral. 7. A apresentação ao empregador de declaração mé-
dica com intuito fraudulento constitui falsa declaração
2. Aplica-se o disposto na alínea a) do número ante- para efeitos de justa causa de despedimento.
rior ao falecimento de pessoa que viva em união de
facto ou economia comum com o trabalhador. 8. O disposto neste artigo é objecto de regulamenta-
ção em legislação especial.
Artigo 209.º
Comunicação da falta justificada Artigo 211.º
Efeitos das faltas justificadas
1. As faltas justificadas, quando previsíveis, são
obrigatoriamente comunicadas ao empregador com a 1. As faltas justificadas não determinam a perda ou
antecedência mínima de cinco dias. prejuízo de quaisquer direitos do trabalhador, salvo o
disposto no número seguinte.
2. Quando imprevisíveis, as faltas justificadas são
obrigatoriamente comunicadas ao empregador logo que 2. Sem prejuízo de outras previsões legais, determi-
possível. nam a perda de retribuição as seguintes faltas ainda que
justificadas:
3. A comunicação tem de ser reiterada para as faltas
justificadas imediatamente subsequentes às previstas a) Por motivo de doença, desde que o trabalhador
nas comunicações indicadas nos números anteriores. beneficie de um regime de segurança social de
protecção na doença;
Artigo 210.º
Prova da falta justificada b) Por motivo de acidente no trabalho, desde que
o trabalhador tenha direito a qualquer subsídio
1. O empregador pode, nos 15 dias seguintes à co- ou seguro;
municação referida no artigo anterior, exigir ao traba-
lhador prova dos factos invocados para a justificação. c) As previstas na alínea j) do n.º 2 do artigo
206.º, quando superiores a 30 dias por ano;
2. A prova da situação de doença prevista na alínea
d) do n.º 2 do artigo 206.º é feita por documento do d) As autorizadas ou aprovadas pelo empregador.
estabelecimento hospitalar, por declaração do centro de
saúde ou por atestado médico. 3. Nos casos previstos na alínea d) do n.º 2 do artigo
206.º, se o impedimento do trabalhador se prolongar
3. A doença referida no número anterior pode ser efectiva ou previsivelmente para além de um mês, apli-
fiscalizada por médico, mediante requerimento do em- ca-se o regime de suspensão da prestação do trabalho
pregador dirigido à Segurança Social. por impedimento prolongado.
4. No caso de a Segurança Social não indicar o mé- 4. No caso previsto na alínea h) do n.º 2 do artigo
dico a que se refere o número anterior no prazo de vin- 206.º as faltas justificadas conferem, no máximo, direi-
te e quatro horas, o empregador designa o médico para to à retribuição relativa a um terço do período de dura-
ção da campanha eleitoral, só podendo o trabalhador
224 I SERIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 22 – 11 de Abril de 2019
faltar meios-dias ou dias completos com aviso prévio 2. O período de licença sem retribuição não se conta
de quarenta e oito horas. para efeitos de antiguidade salvo se as partes acorda-
rem de outro modo.
Artigo 212.º
Efeitos das faltas injustificadas 3. Durante o mesmo período, cessam os direitos, de-
veres e garantias das partes na medida em que pressu-
1. As faltas injustificadas constituem violação do ponham a efectiva prestação de trabalho, mantendo o
dever de assiduidade e determinam perda da retribui- trabalhador beneficiário da licença o direito ao lugar,
ção correspondente ao período de ausência, o qual é com subsistência dos deveres recíprocos de lealdade e
descontado na antiguidade do trabalhador. respeito.
1. As faltas não têm efeito sobre o direito a férias do 7. A licença sem retribuição implica a perda total
trabalhador, salvo o disposto no número seguinte. das remunerações e o desconto na antiguidade para
efeito de carreira e aposentação.
2. Nos casos em que as faltas determinem perda de
retribuição, as ausências podem ser substituídas, se o Artigo 216.º
trabalhador expressamente assim o preferir, por dias de Formalidades
férias, na proporção de um dia de férias por cada dia de
falta, desde que seja salvaguardado o gozo efectivo de A licença consta de documento escrito e assinado
20 dias úteis de férias ou da correspondente proporção, pelo empregador, ficando cada uma das partes com um
se se tratar de férias no ano de admissão. exemplar.
SUBSECÇÃO II SECÇÃO V
Licenças Subsídios de Falecimento
Considera-se licença ausência prolongada ao serviço 1. Pelo falecimento dos parentes previstos na alínea
mediante autorização. b) do n.º 2 do artigo 206.º, o empregador deve atribuir
um subsídio de funeral para suportar as despesas com
Artigo 215.º compra da urna e o pagamento do frete da viatura que a
Licença sem retribuição transporte para o lugar do funeral.
1. O empregador pode atribuir ao trabalhador, a pe- 2. Se as despesas forem realizadas por pessoas com
dido deste, licença sem retribuição. direito à elas, estas têm direito ao reembolso desde que
devidamente comprovadas.
I SÉRIE N.º 22 – 11 de Abril de 2019 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 225
3. O previsto neste artigo é também aplicável às pes- a) Retribuição base - aquela que, nos termos do
soas que vivam em união de facto. contrato ou instrumento de regulamentação co-
lectiva de trabalho, corresponde ao exercício da
Artigo 218.º actividade desempenhada pelo trabalhador de
Recebimento do subsídio acordo com o período normal de trabalho que
tenha sido definido;
As pessoas que se encontrem na situação do n.º 3 do
artigo anterior, só têm direito a receber por uma vez o b) Diuturnidade - a prestação pecuniária, de natu-
subsídio no caso de morte da pessoa com quem vivia reza retributiva e com vencimento periódico,
em comunhão de cama e mesa. devida ao trabalhador, nos termos do contrato
ou do instrumento de regulamentação colectiva
CAPÍTULO VI de trabalho, com fundamento na antiguidade.
Retribuição
Artigo 221.º
SECÇÃO I Valor da retribuição
Retribuição em Geral
1. O trabalhador tem direito à retribuição correspon-
Artigo 219.º dente à sua categoria profissional.
Princípios gerais
2. O empregador só pode diminuir a retribuição,
1. Considera-se retribuição tudo aquilo que, nos ter- com autorização do organismo responsável pela admi-
mos do contrato, das normas que o regem ou dos usos nistração do trabalho:
o trabalhador tem direito como contrapartida do seu
trabalho. a) Quando tenha acorrido alteração da categoria
profissional que a implique, nos termos desta
2. A retribuição compreende a remuneração de base lei ou de convenção colectiva de trabalho;
e todas as outras prestações regulares e periódicas.
b) Quando o empregador não possa comprova-
3. Até prova em contrário, presume-se constituir re- damente manter o nível das retribuições pagas
tribuição toda e qualquer prestação da entidade patro- a todos ou a parte dos trabalhadores nomeada-
nal ou trabalhador. mente em casos de redução da produção, ou
diminuição ou suspensão da laboração;
4. A qualificação de certa prestação como retribui-
ção, nos termos dos n.os 1 e 2, determina a aplicação c) Quando se trate de trabalhadores deficientes,
dos regimes de garantia e de tutela dos créditos retribu- com redução da capacidade de trabalho, e se
tivos previstos neste Código. tenha em vista manter o posto de trabalho.
5. Nas empresas agrícolas, não se considera como 3. Não se considera diminuição da retribuição a alte-
retribuição a concessão ao trabalhador as parcelas de ração ou substituição de qualquer prestação ou acessó-
terreno para cultivo de produtos destinados ao consu- rio retributivo, desde que seja mantido o montante glo-
mo do seu agregado familiar. bal normalmente auferido pelo trabalhador.
2. As bases referidas no número anterior devem ter 2. Também não se considera retribuição o abono de
em conta os elementos que contribuam para a valoriza- família a que o trabalhador tiver direito, variando o seu
ção do trabalhador, compreendendo designadamente as valor inversamente em relação aos salários mais altos.
qualidades pessoais com reflexo na prestação do traba-
lho. Artigo 228.º
Fixação judicial da retribuição
3. Para os efeitos do disposto no n.º 1, deve a retri-
buição consistir numa parcela fixa e noutra variável, Compete ao julgador fixar a retribuição quando as
com o nível de produtividade determinado a partir das partes o não fizer e ela não resulte das normas aplicá-
respectivas bases de apreciação. veis ao contrato.
I SÉRIE N.º 22 – 11 de Abril de 2019 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 227
f) Aos preços de refeição no local de trabalho, da 2. O trabalhador não pode ceder, a título gratuito ou
utilização de bens e do fornecimento de produ- generoso, os seus créditos à retribuições, na medida em
tos ou serviços da empresa, quando o trabalha- que estas sejam impenhoráveis.
dor expressamente o solicite;
Artigo 236.º
g) Aos abonos ou adiantamentos por conta da re- Privilégio creditório
tribuição.
1. Em caso de falência ou insolvência do emprega-
3. Os descontos referidos nas alíneas c), d), e), dor os créditos emergentes do contrato do trabalho
f) do número anterior não podem, no seu conjunto, serão satisfeitos com prioridade sobre todos os demais,
exceder a um terço da retribuição devida em di- com ressalva dos do Estado e da Segurança Social.
nheiro.
2. Todos os créditos, mesmo respeitantes à cessação
Artigo 234.º do contrato, referente aos últimos seis meses gozam de
A quem deve ser paga a retribuição privilégio sobre qualquer outro crédito, incluindo os do
Estado e da Segurança Social, nos termos dos artigos
1. A retribuição é paga directamente ao trabalhador, 251.º à 253.º.
salvo a retribuição devida pelo trabalho prestado por
menores e em que haja oposição escrita dos seus repre- 3. O privilégio creditório dos trabalhadores exerce-
sentantes legais. se sobre a universalidade dos bens, móveis e imóveis
do devedor.
2. É proibido ao empregador restringir por qualquer
forma a liberdade de o trabalhador dispor da retribui- SECÇÃO II
ção recebida de acordo com sua vontade. Salário Mínimo Nacional
1. O salário mínimo é determinado pela fórmula É devido o salário mínimo ao trabalhador em domi-
Sm=a+b+c+d+e+f, em que a, b, c, d, e e f, represen- cílio, considerando este como o executado na habitação
tam, respectivamente, o valor das despesas diárias com do empregado ou em sua oficina de família por conta
alimentação, habitação, vestuário, educação, higiene e do empregador que o remunere.
transporte necessários à vida dum trabalhador adulto.
Artigo 243.º
2. A parcela correspondente à alimentação tem um Salário mínimo mensal dos menores
valor mínimo igual aos valores da lista das provisões,
constantes dos quadros devidamente aprovados pelo Sem prejuízo da aplicação do disposto no artigo
Governo, necessários à alimentação diária do trabalha- 244.º, são garantidos aos trabalhadores de idade inferi-
dor adulto. or a 18 anos as seguintes retribuições mínimas men-
sais:
3. O Ministério encarregue pela área do Trabalho
faz, periodicamente, a revisão dos quadros a que se a) Aos trabalhadores de idade inferior a 16 anos,
refere o n.º 2 deste artigo. uma retribuição mínima igual a 50% da retri-
buição mínima mensal, interprofissional ou
Artigo 239.º sectorial respectiva;
Actualização do salário mínimo
b) Aos trabalhadores de idade compreendida entre
O salário mínimo definido fica sujeito à actualização os 16 e os 18 anos, uma retribuição mínima
periódica, em função da inflação, mediante despacho igual a 60% da retribuição mínima mensal, in-
conjunto dos Ministros encarregue pelas áreas do Tra- terprofissional ou sectorial respectiva.
balho e das Finanças.
SECÇÃO III
Artigo 240.º Protecção do Salário
Salário por empreitada ou por tarefa
Artigo 244.º
1. Quando o salário for ajustado por empreitada ou Garantias do salário em caso de falência ou
convencionado por tarefa ou peça, é garantida ao traba- insolvência
lhador uma remuneração diária nunca inferior à do
salário mínimo, por dia normal. 1. Em caso de falência ou insolvência do emprega-
dor, as prestações salariais ou as indemnizações devi-
2. Aplica-se aos contratos de subempreitada o pres- das aos trabalhadores têm preferência sobre quaisquer
crito no n.º 1 deste artigo com as necessárias adapta- outros créditos sobre o empregador, incluindo os crédi-
ções. tos do Estado ou da Segurança Social e gozam de privi-
légios mobiliários e imobiliários, nos seguintes limites:
3. Quando o salário mínimo mensal do trabalhador,
à comissão ou que tenha direito à percentagem for in- a) Os limites dos valores mínimos fixados na lei
tegrado por parte fixa e parte variável, é-lhe garantido ou em convenção colectiva de trabalho, no ca-
o salário mínimo, ficando proibido qualquer desconto so de se tratar de prestações salariais, vencidas
no mês subsequente a título de compensação. no decurso dos seis meses anteriores à declara-
ção de falência;
Artigo 241.º
Salário mínimo por trabalhos insalubres b) O limite dos valores calculados nos termos da
lei, se se tratar de indemnização, vencida três
Quando se tratar de fixação do salário mínimo dos meses antes da abertura do processo de falên-
trabalhadores que exercem funções em lugares insalu- cia;
bres, pode a entidade tutelar estatal competente aumen-
tá-la até metade do salário mínimo definido para o c) Os limites fixados por lei, se se tratar de pres-
sector. tações salariais ou indemnizações vencidas em
momento anterior aos prazos previstos nas alí-
230 I SERIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 22 – 11 de Abril de 2019
Artigo 249.º
Licença por maternidade
3. Nas situações de risco clínico para a trabalhadora 1. A trabalhadora grávida tem direito a dispensa de
ou para o nascituro, impeditivo do exercício de fun- trabalho para se deslocar às consultas pré-natais, pelo
ções, independentemente do motivo que determine esse tempo e número de vezes necessários e justificados.
impedimento, caso não lhe seja garantido o exercício
de funções ou local compatíveis com o seu estado, a 2. A mãe que, comprovadamente, amamente o filho
trabalhadora goza do direito a licença, anterior ao par- tem direito a interromper o trabalho para o efeito, du-
to, pelo período de tempo necessário para prevenir o rante uma hora ou em dois períodos de meia hora, sem
risco, fixado por prescrição médica, sem prejuízo da perda de retribuição até o limite de dois anos após o
licença por maternidade prevista no n.º 1. parto.
4. Em caso de internamento hospitalar da mãe ou da 3. No caso de não haver lugar a amamentação, a mãe
criança durante o período de licença a seguir ao parto, tem direito à dispensa referida no número anterior para
este período é suspenso, a pedido daquela, pelo tempo aleitação, até o filho perfizer seis meses.
de duração do internamento.
4. A trabalhadora deve informar o empregador do
5. A licença prevista no n.º 1, com a duração mínima seu estado, com vista ao exercício dos direitos que lhe
de duas semanas e máxima de quatro, é atribuída à assistem, bem como apresentar os comprovativos ne-
trabalhadora em caso de aborto espontâneo ou eugéni- cessários quando lhe sejam solicitados.
co.
Artigo 253.º
Artigo 250.º Faltas para assistência a menores
Assistência a menor com deficiência
1. Os trabalhadores têm direito a faltar ao trabalho,
1. A mãe ou o pai têm direito a condições especiais até um limite máximo de 30 dias por ano, para prestar
de trabalho, nomeadamente a redução do período nor- assistência inadiável e imprescindível, em caso de do-
mal de trabalho, se o menor for portador de deficiência ença ou acidente, a filhos, adoptados ou a enteados
ou doença crónica e viva com ambos os progenitores. menores de 10 anos.
2. O disposto no número anterior é aplicável, com as 2. Em caso de hospitalização, o direito a faltar es-
necessárias adaptações, à tutela, à confiança judicial ou tende-se pelo período em que aquela durar, se se tratar
administrativa e à adopção, de acordo com o respectivo de menores de 10 anos, mas não pode ser exercido
regime. simultaneamente pelo pai e pela mãe ou equiparados.
anterior, deve ser feita por inspectores da Inspecção- que tal é necessário para a sua saúde ou para a
Geral do Trabalho. do nascituro;
2. O disposto no número anterior aplica-se, indepen- A fim de garantir uma plena reinserção profissional
dentemente da idade, no caso de filho com deficiência, do trabalhador, após o decurso da licença para assis-
nos termos previstos em legislação especial. tência ao filho ou adoptado e para assistência à pessoa
com deficiência ou doença crónica o empregador deve
3. A trabalhadora grávida, puérpera ou lactante tem facultar a sua participação em acções de formação e
direito a ser dispensada de prestar a actividade em re- reciclagem profissional.
gime de adaptabilidade do período de trabalho.
Artigo 260.º
4. O direito referido no número anterior pode esten- Protecção da segurança e saúde
der-se aos casos em que não há lugar a amamentação,
quando a prática de horário organizado de acordo com 1. A trabalhadora grávida, puérpera ou lactante tem
o regime de adaptabilidade afecte as exigências de direito a especiais condições de segurança e saúde nos
regularidade da aleitação. locais de trabalho, de modo a evitar a exposição a ris-
cos para a sua segurança e saúde, nos termos dos nú-
Artigo 257.º meros seguintes.
Trabalho suplementar
2. Sem prejuízo de outras obrigações previstas em
A trabalhadora grávida ou com filho de idade inferi- legislação especial, nas actividades susceptíveis de
or a 12 meses não está obrigada a prestar trabalho su- apresentarem um risco específico de exposição a agen-
plementar. tes, processos ou condições de trabalho, o empregador
deve proceder à avaliação da natureza, grau e duração
Artigo 258.º da exposição da trabalhadora grávida, puérpera ou
Trabalho no período nocturno lactante, de modo a determinar qualquer risco para a
sua segurança e saúde e as repercussões sobre a gravi-
1. A trabalhadora é dispensada de prestar trabalho dez ou a amamentação, bem como as medidas a tomar.
entre as 20 horas de um dia e as sete horas do dia se-
guinte: 3. Sem prejuízo dos direitos de informação e consul-
ta previstos em legislação especial, a trabalhadora grá-
a) Durante um período de 112 dias antes e depois vida, puérpera ou lactante tem direito a ser informada,
do parto, dos quais pelo menos metade antes da por escrito, dos resultados da avaliação referida no
data presumível do parto; número anterior, bem como das medidas de protecção
que sejam tomadas.
b) Durante o restante período de gravidez, se for
apresentado o atestado médico que certifique 4. Sempre que os resultados da avaliação referida no
n.º 2 revelem riscos para a segurança ou saúde da tra-
I SÉRIE N.º 22 – 11 de Abril de 2019 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 233
balhadora grávida, puérpera ou lactante ou repercus- f) Das faltas para assistência a filhos com defici-
sões sobre a gravidez ou amamentação, o empregador ência ou doença crónica.
deve tomar as medidas necessárias para evitar a expo-
sição da trabalhadora a esses riscos, nomeadamente: 2. As dispensas para consulta, amamentação e alei-
tação não determinam perda de quaisquer direitos e são
a) Proceder à adaptação das condições de traba- consideradas como prestação efectiva de serviço.
lho;
3. Os períodos de licença parental e especial previs-
b) Se a adaptação referida na alínea anterior for tos nos artigos 256.º a 262.º são tomados em conside-
impossível, excessivamente demorada ou de- ração para a taxa de formação das pensões de invalidez
masiado onerosa, atribuir à trabalhadora grávi- e velhice dos regimes de Segurança Social.
da, puérpera ou lactante outras tarefas compa-
tíveis com o seu estado e categoria Artigo 262.º
profissional; Protecção no despedimento
São condicionadas à trabalhadora grávida, puérpera b) Natureza, grau e duração da exposição aos
ou lactante todas as actividades em que possa existir o agentes físicos, biológicos e químicos;
risco de exposição a:
c) Escolha, adaptação e utilização de equipamen-
a) Substâncias químicas e preparações perigosas tos de trabalho, incluindo agentes, máquinas e
qualificadas como uma ou mais das fases de aparelhos e a respectiva utilização;
risco seguintes: «R40 - possibilidade de efeitos
irreversíveis», «R45 - pode causar cancro», d) Adaptação da organização do trabalho, dos
«R49 pode causar cancro por inalação» e «R63 processos de trabalho e da execução;
– possíveis riscos durante a gravidez de efeitos
indesejáveis na descendência» nos termos da e) Grau de conhecimento do menor no que se re-
classificação, embalagem e rotulagem das fere à execução do trabalho, aos riscos para a
substâncias e preparações perigosas; segurança e a saúde e às medidas de prevenção.
I SÉRIE N.º 22 – 11 de Abril de 2019 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 235
3. O empregador deve informar o menor e os seus 5. Considera-se trabalho leve todo o trabalho cujo
representantes legais dos riscos identificados e das exercício não ponha em causa o desenvolvimento físi-
medidas tomadas para a prevenção desses riscos. co, psíquico ou mental do menor.
5. A emancipação não prejudica a aplicação das 1. O menor com a idade inferior a 14 anos que tenha
normas relativas à protecção da saúde, educação e for- concluído a escolaridade obrigatória mas não possua
mação do trabalhador menor. uma qualificação profissional bem como o menor que
tenha completado a idade mínima de admissão sem ter
Artigo 267.º concluído a escolaridade obrigatória ou que não possua
Formação profissional qualificação profissional só podem ser admitidos a
prestar trabalho desde que se verifiquem cumulativa-
1. O Estado deve proporcionar aos menores que te- mente as seguintes condições:
nham concluído a escolaridade obrigatória a formação
profissional adequada à sua preparação para a vida a) Frequente modalidade de educação ou forma-
activa. ção que confira a escolaridade obrigatória e
uma qualificação profissional, se não concluiu
2. O empregador deve assegurar a formação profis- aquela, ou uma qualificação profissional, se
sional do menor ao seu serviço, solicitando a colabora- concluiu a escolaridade;
ção dos organismos competentes sempre que não dis-
ponha de meios para o efeito. b) Tratando-se de contrato de trabalho a termo, a
sua duração não seja inferior à duração total da
Artigo 268.º formação, se o empregador assumir a respon-
Admissão ao trabalho sabilidade do processo formativo, ou permita
realizar um período mínimo de formação, se
1. Só pode ser admitido a prestar trabalho, qualquer esta responsabilidade estiver a cargo de outra
que seja a espécie e modalidade de pagamento, o me- entidade;
nor que tenha completado a idade mínima de admissão,
tenha concluído a escolaridade obrigatória e disponha c) O período normal de trabalho inclua uma parte
de capacidades física e psíquicas adequadas ao posto reserva à formação correspondente a pelo me-
de trabalho. nos 40% do limite máximo constante da lei, da
regulamentação colectiva aplicável ou do perí-
2. A idade mínima de admissão para prestar trabalho odo praticado a tempo completa, na respectiva
é de 15 anos. categoria;
3. O menor a partir de 14 anos que tenha concluído a d) O horário de trabalho possibilite a participação
escolaridade obrigatória pode prestar trabalhos leves nos programas de educação ou formação pro-
que, pela natureza das tarefas ou pelas condições espe- fissional.
cíficas em que são realizadas, não sejam susceptíveis
de prejudicar a sua segurança e saúde, a sua assiduida- 2. O disposto no número anterior não é aplicável ao
de escolar, a sua participação em programas de orien- menor que apenas preste trabalho durante as férias
tação ou de formação e a sua capacidade para benefici- escolares.
ar da instrução ministrada, ou o seu desenvolvimento
físico, psíquico, moral, intelectual e cultural em activi- 3. O empregador deve comunicar à Inspecção Geral
dades e condições a determinar em legislação especial. do Trabalho, nos oito dias subsequentes, a admissão de
menores efectuada nos termos do número anterior.
4. O empregador deve comunicar à Inspecção do
Trabalho, nos oito dias subsequentes, a admissão de
menor efectuada nos termos do número anterior.
236 I SERIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 22 – 11 de Abril de 2019
nal do trabalho num número de horas que, so- 2. O menor com idade igual ou superior a 16 anos
mada à duração escolar ou de formação, perfa- não pode prestar trabalho entre as 22 horas de um dia e
ça quarenta horas semanais. as sete horas do dia seguinte, sem prejuízo do disposto
no n.º 3.
2. No caso previsto na alínea b) do número anterior,
pode ser concedida ao menor, pelo período de um ano, 3. Por instrumento de regulamentação colectiva de
renovável, havendo aproveitamento, uma bolsa para trabalho o menor com idade igual ou superior a 16 anos
compensação da perda de retribuição, tendo em conta o pode prestar trabalho nocturno em sectores de activi-
rendimento do agregado familiar e a remuneração per- dade específicos, excepto no período compreendido
dida, nos termos e condições a definir em legislação entre as zero horas e as cinco horas.
especial.
4. O menor com idade igual ou superior a 16 anos
3. Ao menor está proibido o exercício das activida- pode prestar trabalho nocturno, incluindo o período
des constantes do Anexo IV deste Código. compreendido entre as zero horas e as cinco horas,
sempre que tal se justifique por motivos objectivos, em
Artigo 275.º actividades de natureza cultural, artística, desportiva ou
Limites máximos do período normal de trabalho publicitária, desde que lhe seja concedido um descanso
compensatório com igual número de horas, a gozar no
1. O período normal de trabalho dos menores, ainda dia seguinte exceptuando-se nos dias feriados e domin-
que em regime de adaptabilidade do tempo de trabalho, gos, que transitará para o dia útil seguinte.
não pode ser superior a oito horas em cada dia e a qua-
renta horas em cada semana. 5. Nos casos dos n.ºs 3 e 4, o menor deve ser vigiado
por um adulto durante a prestação do trabalho noctur-
2. Os instrumentos de regulamentação colectiva de no, se essa vigilância for necessária para protecção da
trabalho devem reduzir, sempre que possível, os limites sua segurança ou saúde.
máximos dos períodos normais de trabalho dos meno-
res. 6. O disposto nos n.os 2, 3 e 4 não é aplicável se a
prestação de trabalho nocturno por parte de menor com
3. No caso de trabalhos leves efectuados por meno- idade igual ou superior a 16 anos for indispensável,
res com idade inferior a 16 anos não pode ser superior devido a factos anormais e imprevisíveis ou a circuns-
a sete horas em cada dia e 35 horas em cada semana. tâncias excepcionais ainda que previsíveis, cujas con-
sequências não podiam ser evitadas, desde que não
Artigo 276.º haja outros trabalhadores disponíveis e por um período
Dispensa de horários de trabalho com não superior a cinco dias úteis.
adaptabilidade
7. Nas situações referidas no número anterior, o me-
O trabalhador menor tem direito a dispensa de horá- nor tem direito a descanso compensatório com igual
rios de trabalho organizados de acordo com o regime número de horas, a gozar durante as três semanas se-
de adaptabilidade do tempo de trabalho se for apresen- guintes.
tado atestado médico do qual conste que tal prática
pode prejudicar a sua saúde ou segurança no trabalho. Artigo 279.º
Intervalo de descanso
Artigo 277.º
Proibição do trabalho suplementar 1. O período de trabalho diário do menor deve ser
interrompido por um intervalo de duração entre uma e
O trabalhador menor não pode prestar trabalho su- duas horas, para que não preste mais de quatro horas de
plementar. trabalho consecutivo, se tiver idade inferior a 16 anos,
ou quatro horas e 30 minutos, se tiver idade igual ou
Artigo 278.º superior a 16 anos.
Trabalho no período nocturno
2. Por instrumento de regulamentação colectiva de
1. É proibido o trabalho de menor com idade inferior trabalho pode ser estabelecida uma duração do interva-
a 16 anos entre as 18 horas de um dia as seis horas do lo de descanso superior a duas horas, bem como a fre-
dia seguinte. quência e a duração de outros intervalos de descanso
238 I SERIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 22 – 11 de Abril de 2019
no período de trabalho diário ou, no caso de menor do trabalho a definir por instrumento de regulamenta-
com idade igual ou superior a 16 anos, pode o intervalo ção colectiva de trabalho justificarem que o descanso
ser reduzido a 30 minutos. semanal tenha a duração de 36 horas consecutivas.
2. O horário de trabalho de menor com idade igual a) O empregador, no caso de pluriemprego deve
ou superior a 16 anos deve assegurar um descanso diá- ser informado pelo menor ou seu representante
rio mínimo de 12 horas consecutivas, entre os períodos legal, antes da admissão, da existência de outro
de trabalho de dois dias sucessivos. emprego e da duração do trabalho e descansos
semanais correspondentes;
3. Em relação a menor com idade igual ou superior a
16 anos, o descanso diário previsto no número anterior b) Cada um dos empregadores, da duração do tra-
pode ser reduzido por instrumento de regulamentação balho e descansos semanais praticados ao ser-
colectiva de trabalho se for justificado por motivos viço dos outros.
objectivos, desde que não afecte a sua segurança ou
saúde e a redução seja compensada nos três dias se- 3. O empregador que, sendo previamente informado
guintes para: nos termos do número anterior, celebre contrato de
trabalho com o menor ou que altere a duração do traba-
a) Efectuar trabalhos nos sectores do turismo, ho- lho ou dos descansos semanais é responsável pelo
telaria, restauração, em hospitais e outros esta- cumprimento do disposto no n.º1.
belecimentos de saúde e em actividades carac-
terizadas por períodos de trabalho fraccionados Artigo 282.º
ao longo do dia; Participação de menores em espectáculos e outras
actividades
b) E, sempre que necessário, assegurar os interva-
los de descanso do período normal de trabalho A participação de menores em espectáculos e outras
diário. actividades de natureza cultural, artística ou publicitá-
ria é objecto de regulamentação em legislação especial.
4. O disposto no n.º 2 não se aplica a menor com
idade igual ou superior a 16 anos que preste trabalho CAPÍTULO IX
ocasional por prazo não superior a um mês ou trabalho Trabalhador com Deficiência ou Doença Crónica
cuja duração normal não seja superior a vinte horas por
semana: Artigo 283.º
Igualdade de tratamento
a) Em serviço doméstico realizado em agregado
familiar; 1. O trabalhador com deficiência ou doença crónica
é titular dos mesmos direitos e está adstrito aos mes-
b) Numa empresa familiar e desde que não seja mos deveres dos demais trabalhadores no acesso ao
nocivo, prejudicial ou perigoso para o menor. emprego, à formação e promoção profissionais e às
condições de trabalho, sem prejuízo das especificida-
Artigo 281.º des inerentes à sua situação.
Descanso semanal
2. O Estado deve estimular e apoiar a acção do em-
1. O menor tem direito a dois dias de descanso, se pregador na contratação de trabalhadores com defici-
possível consecutivos, em cada período de sete dias, ência ou doença crónica.
salvo se, relativamente a menor com idade igual ou
superior a 16 anos, razões técnicas ou de organização
I SÉRIE N.º 22 – 11 de Abril de 2019 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 239
1. O trabalhador-estudante que preste serviço em re- 2. Os trabalhadores estrangeiros que exerçam activi-
gime de turnos tem os direitos conferidos no artigo dades profissionais no País têm direito de igualdade de
159.º desde que o ajustamento dos períodos de trabalho tratamento e oportunidades relativamente aos trabalha-
não seja totalmente incompatível com o funcionamento dores nacionais no quadro das normas e princípios de
daquele regime. direito internacional e em obediência às cláusulas de
reciprocidade acordadas entre São Tomé e Príncipe e
2. Nos casos em que não seja possível a aplicação do qualquer outro país, sem prejuízo das disposições das
disposto no número anterior o trabalhador tem prefe- leis que reservem exclusivamente a cidadãos nacionais
rência na ocupação de postos de trabalho compatíveis determinadas funções ou que prevejam restrições para
com a sua aptidão profissional e com a possibilidade de o recrutamento de estrangeiros em razão do interesse
participar nas aulas que se proponha frequentar. público.
2. Sempre que as entidades referidas nos n.os 3 e 4 do 4. Aplica-se para contratação de trabalhadores es-
artigo anterior pretendam utilizar os serviços de indiví- trangeiros com as devidas adaptações o disposto nos
duos de nacionalidade estrangeira, devem requerê-lo ao artigos 58.º, 59.º e 60.º.
Ministério encarregue pela área do Trabalho, indicando
a sua denominação, sede e ramo de actividade, identifi- Artigo 299.º
cação dos trabalhadores a admitir, as tarefas a executar, Deveres de comunicação
a remuneração prevista, as qualificações profissionais
devidamente comprovadas e a duração do contrato. A celebração ou cessação de contratos de trabalho a
que se refere esta SECÇÃO determina o cumprimento
3. Os mecanismos e procedimentos para a contrata- de deveres de comunicação à entidade competente,
ção de indivíduos de nacionalidade estrangeira, bem nomeadamente ao Ministério encarregue pela área do
como as condições para o exercício das funções de Trabalho e os Serviços de Migração e Fronteiras.
direcção e chefia obedecem aos seguintes requisitos:
Artigo 300.º
a) Para os cargos de direcção/chefia é estabeleci- Apátridas
da uma quota obrigatória mínima de 20% de
trabalhadores nacionais que as empresas es- O regime constante desta SECÇÃO aplica-se ao tra-
trangeiras devem ter ao seu serviço; balho de apátridas em Território São-Tomense.
b) Pequena-empresa a que empregar mais de seis 5. A violação dos requisitos indicados no n.º 1 con-
até ao máximo de 40 trabalhadores; fere ao trabalhador o direito de optar pelo empregador
relativamente ao qual fica unicamente vinculado.
c) Média-empresa a que empregar mais de 41 até
ao máximo de 150 trabalhadores; CAPÍTULO XIII
Suspensão do Contrato de Trabalho por
d) Grande-empresa a que empregar mais de 150 Impedimento Prolongado
trabalhadores.
Artigo 305.º
2. Para efeitos do número anterior, o número de tra- Conceito
balhadores é calculado com recurso à média do ano 1. A suspensão de contrato de trabalho consiste na
civil antecedente. cessação da prestação de serviço bem como da presta-
ção.
3. No ano de início da actividade, a determinação do
número de trabalhadores é reportada ao dia da ocorrên- 2. Ocorre a paralisação da obrigação principal do
cia do facto que determina o respectivo regime. trabalhador prestar o serviço e também a do emprega-
dor pagar o salário.
Artigo 304.º
Pluralidade de empregadores 3. Todavia, as obrigações acessórias de ambas as
partes permanecem.
1. O trabalhador pode obrigar-se a prestar trabalho a
vários empregadores entre os quais exista uma relação Artigo 306.º
societária de participações recíprocas, de domínio ou Efeitos da suspensão
de grupo, sempre que se observem cumulativamente os
seguintes requisitos: 1. A suspensão do contrato de trabalho por impedi-
mento prolongado respeitante ao trabalhador ou ao
a) O contrato de trabalho conste de documento empregador determina a cessação dos direitos, deveres
escrito, no qual se estipule a actividade a que o e garantias das partes na medida em que pressuponham
trabalhador se obriga, o local e o período nor- a efectiva prestação de trabalho, salvo disposição em
mal de trabalho; contrário.
b) Sejam identificados todos os empregadores; 2. O tempo da suspensão conta-se para efeitos de an-
tiguidade.
c) Seja identificado o empregador que representa
os demais no cumprimento dos deveres e no 3. Durante o período de suspensão não se interrompe
exercício dos direitos emergentes do contrato o decurso do prazo para efeito de caducidade e pode
de trabalho. qualquer das partes fazer cessar o contrato nos termos
dessa lei.
2. O disposto no número anterior aplica-se também a
empregadores que, independentemente da natureza
societária, mantenham estruturas organizativas co-
muns.
I SÉRIE N.º 22 – 11 de Abril de 2019 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 243
4. São nulas as cláusulas do acordo revogatório em d) Provocação repetida de conflitos com outros
que se disponha não poder o trabalhador exercer direi- trabalhadores da empresa;
tos já adquiridos ou reclamar créditos vencidos.
e) A danificação de instrumentos de trabalho ou
Artigo 324.º de bens da empresa, nomeadamente se ocasio-
Cessação por vontade concorrente das partes nar interrupção na execução do trabalho ou ou-
tros prejuízos à empresa;
Considerar-se-á igualmente extinto por mútuo acor-
do, o contrato de trabalho quando a vontade concorren-
I SÉRIE N.º 22 – 11 de Abril de 2019 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 247
j) A prática de furto, roubo, burla ou outras frau- c) Decisão, em que o empregador aplica ou não
des que lesem seriamente os interesses patri- uma sanção, devidamente fundamentada.
moniais da empresa ou que provoquem perda
de confiança; 4. A comunicação a que se refere a alínea a) do n.º 3
é enviada em simultâneo ao trabalhador e a comissão
k) A prática de actos de suborno ou corrupção que sindical da empresa caso exista.
provoquem perda de confiança, lesem seria-
mente os interesses patrimoniais da empresa ou 5. O prazo para o arguido apresentar a sua defesa,
a prejudiquem gravemente o prestígio; bem como para a comissão sindical emitir parecer, é de
10 dias úteis.
l) O exercício repetidamente negligente ou defei-
tuoso das funções ajustadas, desde que o traba- 6. A decisão do empregador é proferida no prazo de
lhador tenha sido advertido para a sua correc- 30 dias úteis a contar do termo do prazo fixado no nú-
ção. mero anterior ou da conclusão das diligências instrutó-
rias solicitadas pelo arguido na sua defesa.
5. Independentemente da verificação dos requisitos
do n.º 2 deste artigo, a sanção disciplinar de despedi- 7. Mesmo quando não exigível a forma escrita para
mento pode ainda aplicar-se quando o trabalhador fal- o processo, é sempre obrigatória a audiência do argui-
tar injustificadamente mais de cinco dias seguidos ou do e das suas testemunhas, bem como a comunicação
interpolados em cada mês ou mais de 30 dias em cada por escrito, e com os respectivos fundamentos, da deci-
ano civil, seguidos ou interpolados. são final do empregador.
6. As infracções previstas nos n.º 3 e a alínea a) do 8. Na audiência do arguido, o empregador deve ex-
n.º 4 deste artigo, que em cada mês não atingirem os por com clareza os factos de que é acusado o trabalha-
limites aí previstos, podem ser sempre punidas com dor e recolher as explicações deste, anotados os ele-
sanção disciplinar de menor gravidade que o despedi- mentos de facto e de direito por ele invocado.
mento, sem prejuízo da aplicação do disposto nos n.os 2
e 3 do artigo 342.º. 9. A decisão fundamentada é comunicada por cópia
ou transcrição, ao trabalhador e à comissão sindical.
Artigo 326.º
Procedimento disciplinar Artigo 327.º
Suspensão preventiva do trabalhador
1. A aplicação das sanção disciplinar, exceptuadas a
admoestação oral e a admoestação registada, só podem 1. O empregador pode suspender o trabalhador sem
fazer-se mediante processo disciplinar escrito. perda de retribuição, quando a presença deste na em-
presa se mostre inconveniente para o serviço ou para o
desenvolvimento do processo disciplinar.
248 I SERIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 22 – 11 de Abril de 2019
2. Nos casos referidos nas alíneas j) e k) do n.º 4 do 2. O disposto no número anterior aplica-se apenas às
artigo 325.º, um terço da retribuição devida durante o empresas com mais de 20 trabalhadores permanentes
período de suspensão pode ser depositado pelo empre- ao seu serviço.
gador num banco da preferência do trabalhador e à sua
ordem; Artigo 331.º
Anulação do despedimento
3. O trabalhador só pode proceder ao levantamento
da retribuição depositada nos termos do número ante- 1. A inexistência de justa causa, a patente inadequa-
rior quando, terminado o prazo: ção da sanção ao comportamento verificado e a nulida-
de ou inexistência do processo disciplinar determinam
a) Tenha sido decidida a não punição; a anulabilidade do despedimento que, apesar disso,
tenha sido aplicado.
b) Tenha havido, sendo caso disso, regularização
de contas com a empresa e haja confirmação 2. Anulado o despedimento, o trabalhador tem direi-
do respectivo saldo pela Inspecção do Traba- to as retribuições que teria auferido desde a data do
lho. despedimento até à data do trânsito em julgado da de-
cisão anulatória, bem como à reintegração na empresa
Artigo 328.º no respectivo cargo ou posto de trabalho e com a anti-
Prescrição da sanção disciplinar guidade que lhe pertencia.
a) A falta de audiência do arguido e das suas tes- 5. Para efeitos de antiguidade, conta-se todo o tempo
temunhas, salvo quando for manifestamente decorrido desde o despedimento até a decisão definiti-
impossível; va de anulação deste.
b) Em qualquer caso, a não comunicação por es- 6. Em vez da reintegração na empresa, o tribunal
crito da decisão final e dos seus fundamentos. pode decretar a indemnização referida nos n.os 3 e 4,
quando aquela se mostre inconveniente, atendendo o
3. O prazo para propor a acção de anulação é de 30 quadro da gestão da empresa, ao grau de lesão dos
dias a contar da data da comunicação ao trabalhador da interesses do empregador, ao carácter das relações
decisão disciplinar. entre as partes ou entre o trabalhador e seus compa-
nheiros e às demais circunstâncias que no caso se mos-
Artigo 330.º trem relevantes, ponderando a situação do mercado do
Registo das sanções disciplinares trabalho.
2. Havendo na SECÇÃO ou estrutura equivalente 2. Para os casos fixados no número n.º 1 só assim
uma pluralidade de postos de trabalho de conteúdo não é se o empregador fizer a prova de manifesta falta
funcional idêntico, o empregador, na concretização de de recursos.
postos de trabalho a extinguir, deve observar, por refe-
rência aos respectivos titulares, os critérios a seguir 3. A prova a que se refere este artigo é apresentada,
indicados, pela ordem estabelecida: com a comunicação do encerramento, ao organismo
responsável pela administração do trabalho, que apre-
a) Menor antiguidade no posto de trabalho; cia a situação e propõe a graduação das indemnizações
aos trabalhadores abrangidos, depois, de ouvida a co-
b) Menor antiguidade na categoria profissional; missão sindical da empresa.
1. O empregador que pretenda promover um despe- 1. Nos 10 dias posteriores à data da comunicação
dimento colectivo comunica, por escrito, à comissão de prevista nos n.os 1 ou 5 do artigo anterior tem lugar
trabalhadores ou, na sua falta, à comissão intersindical uma fase de informações e negociação entre o empre-
ou às comissões sindicais da empresa representativas gador e a estrutura representativa dos trabalhadores,
dos trabalhadores a abranger a intenção de proceder ao com vista à obtenção de um acordo sobre a dimensão e
despedimento. efeitos das medidas a aplicar e, bem assim, sobre a
aplicação de outras medidas que reduzam o número de
2. A comunicação a que se refere o número anterior trabalhadores a despedir, designadamente:
deve ser acompanhada de:
a) Suspensão da prestação de trabalho;
a) Descrição dos motivos invocados para o des-
pedimento colectivo; b) Redução da prestação de trabalho;
5. Das reuniões de negociação é lavrada acta con- falta, descrevendo as razões que obstaram ao acordo,
tendo a matéria aprovada e, bem assim, as posições bem como as posições finais das partes.
divergentes das partes, com as opiniões, sugestões e
propostas de cada uma. 5. Os trabalhadores despedidos nos termos da pre-
sente SECÇÃO, gozam durante dois anos a contar da
Artigo 339.º data do despedimento, do direito de preferência na
Intervenção do Ministério encarregue pela área admissão na empresa onde trabalhavam ou noutra per-
do Trabalho tencente ao empregador.
1. Os serviços competentes do Ministério encarregue 6. O empregador deve dar conhecimento aos prefe-
pela área do Trabalho participam no processo de nego- rentes da possibilidade de exercerem o seu direito em
ciação previsto no artigo anterior, com vista a assegu- carta registada com aviso de recepção ou mediante
rar a regularidade da sua instrução substantiva e proce- comunicação dirigida ao organismo responsável pela
dimental e a promover a conciliação dos interesses das administração do trabalho.
partes.
SECÇÃO VII
2. A pedido de qualquer das partes ou por iniciativa Rescisão por Iniciativa do Trabalhador
da entidade referida no número anterior, os serviços do
emprego e da formação profissional e a segurança so- SUBSECÇÃO I
cial definem as medidas de emprego, formação profis- Disposições Gerais
sional e de segurança social aplicáveis, de acordo com
o enquadramento previsto na lei para as soluções que Artigo 341.º
vierem a ser adoptadas. Regras gerais
1. Celebrado o acordo ou na falta deste, decorridos 2. A rescisão deve ser feita por escrito, com indica-
20 dias sobre a data da comunicação referida nos n.os 1 ção sucinta dos factos que a justificam, dentro dos 15
ou 5 do artigo 337.º, o empregador comunica, por es- dias subsequentes ao conhecimento desses factos.
crito, a cada trabalhador a despedir a decisão de despe-
dimento, com menção expressa do motivo e da data da 3. Apenas são atendíveis para justificar judicialmen-
cessação do respectivo contrato, indicando o montante te a rescisão os factos indicados na comunicação refe-
da compensação, assim como a forma e o lugar do seu rida no número anterior.
pagamento.
Artigo 342.º
2. Na data em que for expedida aos trabalhadores a Justa causa de rescisão
decisão de despedimento, o empregador deve remeter
ao serviço competente do Ministério encarregue pela 1. Constituem justa causa de rescisão do contrato pe-
área do Trabalho a acta a que se refere o n.º 5 do artigo lo trabalhador, nomeadamente, os seguintes compor-
338.º, bem como um mapa, mencionando, em relação a tamentos do empregador:
cada trabalhador, nome, morada, data de nascimento e
de admissão na empresa, situação perante a segurança a) Falta culposa de pagamento pontual da retri-
social, profissão, categoria e retribuição e ainda a me- buição;
dida individualmente aplicada e a data prevista para a
sua execução. b) Violação culposa das garantias legais ou con-
vencionais do trabalhador;
3. Na mesma data é enviada cópia do referido mapa
à estrutura representativa dos trabalhadores. c) Aplicação de sanção abusiva;
4. Na falta da acta a que se refere o n.º 5 do artigo d) Falta culposa de condições de segurança, higi-
338.º, o empregador, para os efeitos do referido no n.º ene e saúde no trabalho;
2 do presente artigo, deve enviar justificação daquela
252 I SERIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 22 – 11 de Abril de 2019
c) Indicação dos critérios que sirvam de base à se- b) Redução da prestação de trabalho;
lecção dos trabalhadores a despedir;
c) Reconversão e reclassificação profissional;
d) Indicação do número de trabalhadores a despe-
dir e das categorias profissionais abrangidas. d) Reformas antecipadas e pré-reformas.
3. Na mesma data deve ser enviada cópia da comu- 2. A aplicação das medidas previstas nas alíneas c) e
nicação e dos documentos previstos no número anterior d) pressupõem o acordo do trabalhador, observando-se,
aos serviços do Ministério encarregue pela área do para o efeito, os termos previstos na lei.
Trabalho, competentes na área das relações colectivas
de trabalho. 3. Das reuniões de negociação é lavrada acta con-
tendo a matéria aprovada e, bem assim, as posições
4. Na falta das entidades referidas no n.º 1, a entida- divergentes das partes, com as opiniões, sugestões e
de empregadora comunica, por escrito, a cada um dos propostas de cada uma.
trabalhadores que possam vir a ser abrangidos a inten-
ção de proceder ao despedimento, podendo estes de- Artigo 353.º
signar, de entre eles, no prazo de sete dias úteis conta- Intervenção do Ministério encarregue pela área
dos da data de expedição daquela comunicação, uma do Trabalho
comissão representativa com o máximo de três ou cin-
co elementos, consoante o despedimento abranja até 1. O serviço do Ministério encarregue pela área do
cinco ou mais trabalhadores. Trabalho, intervém no processo de negociação previsto
no artigo anterior, com vista a assegurar a regularidade
5. No caso previsto no número anterior, a entidade da sua instrução substantiva e processual e a promover
empregadora envia à comissão nele designada os ele- a conciliação dos interesses das partes.
mentos referidos no n.º 2.
2. Compete ainda ao serviço referido no número an-
Artigo 351.º terior, de efectuar a conciliação em processos de nego-
Aviso prévio ciação colectiva e conflitos emergentes do contrato
individual de trabalho, bem como apresentar propostas
1. A decisão de despedimento, com menção expressa que visem alcançar um acordo.
do motivo, deve ser comunicada, por escrito, a cada
trabalhador com uma antecedência não inferior a 60
dias relativamente à data prevista para a cessação do
contrato.
I SÉRIE N.º 22 – 11 de Abril de 2019 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 255
1. Celebrado o acordo ou, na falta deste, decorridos 1. Os trabalhadores cujo contrato cesse em virtude
30 dias sobre a data da comunicação referida nos n.os 1 do despedimento colectivo têm direito a uma compen-
ou 5 do artigo 350.º, a entidade empregadora comuni- sação correspondente a um mês de retribuição base e
ca, por escrito, a cada trabalhador a despedir a decisão diuturnidade por cada ano completo de antiguidade,
de despedimento, com menção expressa do motivo e da sem prejuízo do regime mais favorável disposto neste
data de cessação do respectivo contrato. Código.
É proibido e considerado nulo todo o acordo ou acto e) Empresa com mais de 301 a 500 trabalhadores
que vise: sindicalizados – cinco membros;
a) Subordinar o emprego do trabalhador à condi- f) Empresa com mais de 501 a 750 trabalhadores
ção de este se filiar ou não se filiar numa asso- sindicalizados – seis membros;
ciação sindical ou de se retirar daquela em que
esteja inscrito; g) Empresa com mais de 751 a 1000 trabalhado-
res sindicalizados – sete membros.
b) Despedir, transferir ou, por qualquer modo,
prejudicar um trabalhador devido ao exercício 2. Para o exercício das suas funções, cada membro
dos direitos relativos à participação em estrutu- da direcção beneficia do crédito de horas correspon-
ras de representação colectiva ou pela sua filia- dente a quatro dias de trabalho por mês, mantendo o
ção sindical. direito à retribuição.
3. Sempre que pretendam exercer o direito ao gozo 5. No caso federação, união ou confederação deve
do crédito de horas, os trabalhadores devem comuni- atender-se ao número de trabalhadores filiados nas
car, por escrito, ao empregador com a antecedência associações que fazem parte daquelas estruturas de
mínima de dois dias. representação colectiva dos trabalhadores.
1. Sem prejuízo do disposto nos instrumentos de re- Não pode haver a cumulação do crédito de horas pe-
gulamentação colectiva de trabalho, o número máximo lo facto de o trabalhador pertencer à mais de uma estru-
de membros da direcção da associação sindical que tura de representação colectiva de trabalhadores.
beneficiam de créditos de horas, em cada empresa, é
determinado da seguinte forma: Artigo 367.º
Faltas
a) Empresa com até 20 trabalhadores sindicaliza-
dos – um membro; 1. Os membros da direcção cuja identificação foi
comunicada ao empregador nos termos do n.º 3 do
b) Empresa com mais de 20 a 40 trabalhadores artigo 339.º usufruem do direito a faltas justificadas.
sindicalizados – dois membros;
2. Os demais membros da direcção usufruem do di-
c) Empresa com mais de 41 a 100 trabalhadores reito a faltas justificadas até ao limite de 33 faltas por
sindicalizados – três membros; ano.
258 I SERIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 22 – 11 de Abril de 2019
4. É proibido à entidade empregadora rescindir sem c) União - associação de sindicatos de base regio-
justa causa o contrato de trabalho dos membros dos nal;
órgãos dirigentes das associações sindicais.
d) Confederação - associação nacional de sindica-
5. As comissões e as subcomissões de trabalhadores tos;
não podem, através do exercício dos seus direitos e do
desempenho das suas funções, prejudicar o normal e) Secção sindical de empresa - conjunto de traba-
funcionamento da empresa. lhadores de uma empresa ou estabelecimento
filiados no mesmo sindicato;
SECÇÃO II
Associações Sindicais f) Comissão sindical de empresa - organização
dos delegados sindicais do mesmo sindicato na
SUBSECÇÃO I empresa ou estabelecimento;
Disposições Preliminares
g) Comissão intersindical de empresa - organiza-
Artigo 376.º ção dos delegados das comissões sindicais de
Direito de associação sindical empresa de uma confederação, desde que
abranjam no mínimo cinco delegados sindicais,
1. Os trabalhadores têm o direito de constituir asso- ou de todas as comissões sindicais da empresa
ciações sindicais a todos os níveis para defesa e pro- ou estabelecimento.
moção dos seus interesses sócio-profissionais.
Artigo 378.º
2. As associações sindicais abrangem sindicatos, fe- Direitos
derações, uniões e confederações.
As associações sindicais têm, nomeadamente, o di-
3. Os estatutos das federações, uniões ou confedera- reito de:
ções podem admitir a representação directa dos traba-
lhadores não representados em sindicatos. a) Celebrar convenções colectivas de trabalho;
4. Os sindicatos têm o direito de constituir uniões, b) Prestar serviços de carácter económico e social
assim como o de se filiarem nelas, e podem incorporar- aos seus associados;
se em organizações sindicais internacionais.
260 I SERIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 22 – 11 de Abril de 2019
c) Participar na elaboração da legislação do traba- seja praticado o sistema de cobrança de quotas deduzi-
lho; das nos salários para a organização sindical, o traba-
lhador deve declarar expressamente e por escrito que
d) Iniciar e intervir em processos judiciais e em autoriza o desconto das quotas nos seus salários.
procedimentos administrativos quanto a inte-
resses dos seus associados, nos termos da lei; 7. A declaração referida no número anterior contém
o nome e a assinatura do trabalhador, o sindicato em
e) Participar nos processos de reestruturação da que está inscrito e o valor da quota estatutariamente
empresa, especialmente no respeitante a acções estabelecido.
de formação ou quando ocorra alteração das
condições de trabalho; 8. A declaração ou autorização de um trabalhador
deficiente visual ou que não saiba escrever, deve ser
f) Estabelecer relações ou filiar-se em organiza- assinada a rogo, por terceiros e contém elementos de
ções sindicais internacionais. identificação de ambos, sendo indispensável a impres-
são digital do próprio.
Artigo 379.º
Princípios 9. A não entrega pelas entidades patronais ao sindi-
cato das quotizações cobradas nos termos deste artigo
1. As associações sindicais devem reger-se pelos faz incorrer os faltosos nas sanções previstas no pre-
princípios da organização e da gestão democráticas. sente Código.
1. No exercício da liberdade sindical, é garantida aos As associações sindicais regem-se por estatutos e re-
trabalhadores, sem qualquer discriminação, a liberdade gulamentos por elas aprovados, elegem livre e demo-
de inscrição em sindicato que, na área da sua activida- craticamente os titulares dos corpos sociais de entre os
de, represente a categoria respectiva. associados e organizam a sua gestão e actividade.
d) Os respectivos órgãos, entre os quais deve ha- O exercício de cargos nos órgãos estatutários das as-
ver uma assembleia-geral ou uma assembleia sociações sindicais é incompatível com o desempenho
262 I SERIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 22 – 11 de Abril de 2019
de quaisquer cargos de direcção em partidos políticos, 5. Cabe aos tribunais conhecer das ilegalidades dos
instituições religiosas, e bem assim com o estatuto de estatutos, a pedido de qualquer interessado ou do Mi-
membros do Governo, do Supremo Tribunal, do Procu- nistro encarregue pela área do Trabalho, e declarar a
rador-Geral da República, além de outros legalmente extinção das associações sindicais em causa.
previstos.
Artigo 391.º
Artigo 388.º Licitude do exercício dos direitos sindicais
Liberdade de inscrição
É lícito o exercício de actividades sindicais dentro
1. Todo o trabalhador tem direito de se inscrever no da empresa, nos termos dos estatutos respectivos e nas
sindicato que, na área em que exerce a sua actividade, condições definidas nos artigos seguintes.
represente a categoria respectiva.
Artigo 392.º
2. Nenhum trabalhador pode estar simultaneamente Direito de reunião
filiado em sindicatos diferentes por causa da mesma
actividade profissional. 1. Os trabalhadores filiados numa associação sindi-
cal que prestam serviço numa mesma empresa podem
3. Todo o trabalhador tem o direito de se retirar a to- reunir-se nas instalações desta, fora do horário de tra-
do o tempo do sindicato em que esteja filiado, median- balho normal, mediantes comunicação á entidade em-
te comunicação escrita à direcção e sem prejuízo do pregadora com a antecedência de dois dias, e sem pre-
pagamento das quotizações referente aos dois meses juízo da normalidade da laboração da empresa.
seguintes ao da comunicação.
2. Podem também os trabalhadores reunir-se nos lo-
Artigo 389.º cais de trabalho e dentro do horário normal de trabalho,
Não discriminação desde que:
É nulo e de nenhum efeito todo o acordo, disposição a) O comuniquem à entidade empregadora com
ou acto que vise subordinar o empregado ou as condi- antecedência mínima de cinco dias;
ções de trabalho do trabalhador à condição de ele estar,
vir a estar filiado, não se filiar ou deixar de estar filiado b) Assegurem o funcionamento dos serviços de
numa associação sindical. natureza urgente ou contínua;
2. Os estatutos são aprovados em assembleia consti- 1. Os trabalhadores filiados numa associação sindi-
tuinte onde os trabalhadores interessados têm a livre cal pertencente a uma empresa podem designar, nos
expressão das suas opiniões. termos dos respectivos estatutos, delegados sindicais
cujo número é determinado dentro dos seguintes limi-
3. A assembleia constituinte só pode funcionar e de- tes:
liberar validamente se reunir, no mínimo, 20% dos
trabalhadores a abranger, e as deliberações de consti- a) Empresa com dois a 50 trabalhadores filiados -
tuir a associação sindical e de aprovar os estatutos são um delegado sindical;
tomadas por maioria simples em escrutínio secreto.
b) Empresa com 51 a 100 filiados - dois delega-
4. As alterações dos estatutos são igualmente sujei- dos;
tas a registos e obedecem ao disposto no número ante-
rior, com as necessárias adaptações. c) Empresa com 101 a 300 filiados – três delega-
dos;
I SÉRIE N.º 22 – 11 de Abril de 2019 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 263
d) Empresa com mais de 300 filiados - quatro de- nas várias categorias, compete ao Ministro encarregue
legados. pela área do Trabalho:
2. Para o exercício da competência que lhes for con- a) Analisar e fornecer aos interessados, a seu pe-
ferida pelos estatutos da associação sindical, são reco- dido, parecer sobre as relações de afinidade e
nhecidos aos delegados os seguintes direitos: complementaridade entre as diversas activida-
des profissionais, assim como acerca da cor-
a) Utilização de um local situado nas instalações respondência entre as tarefas concretamente
da empresa e que seja adequado ao exercício exercidas por cada trabalhador e as categorias a
da sua actividade; reconhecer;
b) Livre circulação nos locais de trabalho, em que b) Elaborar e fornecer aos representantes das ca-
se ocupem os trabalhadores filiados no sindica- tegorias e às associações sindicais elementos
to; estatísticos e profissionais do ramo de activi-
dade;
c) Afixação em local apropriado das instalações
da empresa de documentos relativos à vida da c) Em geral, e se os interessados o solicitarem,
associação sindical à actividade dos delegados assessorar tecnicamente os processos de consti-
e os interesses sócio-profissionais dos traba- tuição de associações sindicais em conformi-
lhadores; dade com o presente Diploma.
e) São asseguradas iguais oportunidades a todas 2. Os bens imóveis destinados ao exercício de acti-
as listas concorrentes às eleições para a direc- vidades compreendidas nos fins próprios das associa-
ção, devendo constituir-se para fiscalizar o ções sindicais gozam da impenhorabilidade estabeleci-
processo eleitoral uma comissão eleitoral com- da no número anterior sempre que, cumulativamente,
posta pelo presidente da mesa da assembleia se verifiquem as seguintes condições:
geral e por representantes de cada uma das lis-
tas concorrentes; a) A aquisição, construção, reconstrução, modifi-
cação ou beneficiação desses bens seja feita
f) Com as listas, os proponentes apresentam o seu mediante recurso a financiamento por terceiros
programa de acção, o qual, juntamente com com garantia real, previamente registada;
aquelas, deve ser amplamente divulgado, para
que todos os associados dele possam ter co- b) O financiamento por terceiros e as condições
nhecimento prévio, nomeadamente pela sua de aquisição sejam objecto de deliberação da
exposição em lugar bem visível na sede da as- assembleia-geral de associados ou de órgão de-
sociação durante o prazo mínimo de oito dias; liberativo estatutariamente competente.
a) Celebrar convenções colectivas de trabalho; encarregue pela área do Trabalho remete certidão ou
fotocópias dos documentos referidos no n.º 2, acompa-
b) Prestar serviços aos seus associados; nhados do pedido de registo e de uma apreciação fun-
damentada sobre a ilegalidade da constituição da asso-
c) Participar na elaboração de legislação do traba- ciação e dos estatutos, dentro do prazo de 15 dias, a
lho; contar da recepção, ao Ministério Público.
2. A denominação deve identificar o âmbito subjec- 1. Todos os trabalhadores têm direito à greve.
tivo, objectivo e geográfico da associação e não pode
confundir-se com a denominação de outra associação 2. O direito à greve é exercido nos termos definidos
existente. na presente lei, visando apenas a salvaguarda dos inte-
resses sociais e profissionais legítimos dos trabalhado-
3. No caso de os estatutos preverem a existência de res bem como os da economia nacional.
uma assembleia de representantes de associados, esta
exerce os direitos e deveres previstos na lei para a as- Artigo 420.º
sembleia-geral. Conceito de greve
2. É nulo e de nenhum efeito todo o acto, acordo ou f) Controlo do espaço aéreo e meteorologia;
disposição regulamentar que contrarie o disposto no
número anterior. g) Bombeiros;
1. É vedado à entidade empregadora substituir os 4. A determinação dos serviços referidos nos núme-
trabalhadores em greve por pessoas que, à data do pré- ros anteriores e a indicação dos trabalhadores encarre-
aviso não trabalhavam no respectivo estabelecimento gados de os assegurar compete à entidade empregado-
ou serviço.
I SÉRIE N.º 22 – 11 de Abril de 2019 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 269
5. No caso de não cumprimento do disposto neste ar- A greve termina com o esgotamento do prazo fixado
tigo, o Governo pode determinar a requisição civil. na comunicação do pré-aviso ou antes dele, por delibe-
ração do sindicato comunicada por escrito à entidade
6. Os estabelecidos neste artigo aplicam-se também empregadora e ao Organismo responsável pela área do
aos sectores públicos. trabalho, cessando imediatamente os efeitos indicados
no artigo 430.º.
Artigo 429.º
Arbitragem obrigatória Artigo 432.º
Exercício ilícito do direito de greve
1. Quanto se trate de paralisação em empresas ou es-
tabelecimentos abrangidos pelo disposto nos n.os 2 e 3 1. Sempre que a paralisação colectiva de trabalho se-
do artigo 428.º, pode ser determinada por despacho do ja efectuada sem a observância das regras fixadas por
Ministro encarregue pela área do Trabalho, depois de este diploma os trabalhadores aderentes incorrem nas
ouvidos o sindicato e a entidade empregadora, a arbi- sanções legalmente estabelecidas para as faltas injusti-
tragem, e é obrigatória e urgente para resolução do ficadas.
conflito.
2. Independentemente dos efeitos decorrentes da
2. O despacho referido no número anterior indicará a aplicação do número anterior, o exercício ilícito do
composição do tribunal arbitral e fixará um prazo para direito de greve é susceptível de desencadear os meca-
a decisão. nismos da responsabilidade civil e criminal que as cir-
cunstâncias do facto justifiquem.
Artigo 430.º
Efeitos jurídicos da greve Artigo 433.º
Lock-out
1. A greve suspende as relações emergentes dos con-
tratos de trabalhos de trabalhadores aderentes, nomea- 1. É proibido o lock-out.
damente o direito à retribuição e os deveres de obedi-
ência, assiduidade e diligência. 2. Considera-se lock-out qualquer decisão de entida-
de empregadora de encerramento da empresa ou esta-
2. Os trabalhadores permanecem durante a greve belecimento ou de suspensão total ou parcial da labora-
vinculados à observância dos deveres de não concor- ção, com a finalidade de exercer pressão sobre os
rência com a entidade empregadora e de sigilo profis- trabalhadores no sentido de manutenção das condições
sional. de trabalho existentes ou do estabelecimento de outras
menos favoráveis para eles.
3. O exercício lícito do direito de greve não prejudi-
ca a contagem do tempo de serviço dos trabalhadores Artigo 434.º
nem a permanência dos direitos reconhecidos pela le- Comissões de trabalhadores
gislação de segurança social.
1. Enquanto não existirem sindicatos legalmente
4. No decurso da greve mantém-se o poder discipli- constituídos e democraticamente representativos dos
nar da entidade empregadora e suspende-se o prazo de trabalhadores em todos os sectores de actividades as
caducidade da acção disciplinar. faculdades previstas no artigo 422.º podem ser exerci-
das em assembleia dos trabalhadores nos termos das
5. O direito à retribuição não se suspende quando a alíneas seguintes:
greve se fundamente em manifesta violação de normas
reguladoras do trabalho por parte da entidade empre- a) A deliberação só é válida se for adoptada por
gadora. maioria absoluta dos trabalhadores do sector;
por escrutínio directo, secreto e por maioria social, incluindo os trabalhadores pertencentes à admi-
simples; nistração pública central e local, institutos públicos e
demais pessoas colectivas de direito privado.
c) A comissão de greve tem as atribuições previs-
tas no artigo 424.º. 2. Os sectores da construção civil, pescas e agricul-
tura consideram-se abrangidos por esta lei em tudo o
2. O estatuído neste artigo vigora por um período de que lhe for aplicável, independentemente da lei especí-
180 dias após a entrada em vigor deste código. fica que vier a ser adoptada.
ferramentas e dos utensílios de trabalho nas ginar situações de risco, nomeadamente, alte-
devidas condições de segurança; rar, deslocar, retirar, danificar ou destruir dis-
positivos de segurança ou quaisquer outros sis-
e) Manter em boas condições higiénicas e de fun- temas de protecção;
cionamento as instalações/sanitárias;
e) Comunicar imediatamente ao seu superior hie-
f) Fornecer gratuitamente aos trabalhadores o rárquico qualquer avaria ou deficiência suscep-
equipamento de protecção individual necessá- tível de provocar acidentes;
rio aos trabalhos a serem realizados, assegu-
rando a sua higienização, conservação e utili- f) Cuidar e manter a sua higiene pessoal, procu-
zação; rando salvaguardar a saúde e evitar a difusão
de enfermidades pelos demais trabalhadores;
g) Estabelecer medidas necessárias em matéria de
primeiros socorros, de combate a incêndios e g) Pedir a substituição ou inspecção do seu equi-
de evacuação dos trabalhadores em caso de pe- pamento sempre que estiver em mau estado ou
rigo grave; inadequado ao tipo de trabalho que realiza.
3. A cubagem mínima dos locais de trabalho deve dos, de preferência nivelados com o pavimento circun-
ser de 11.5 m3 por trabalhador, com uma tolerância de dante.
10%, desde que haja uma boa renovação de ar no local. Artigo 449.º
Escadas
4. No cálculo da cubagem não se deve considerar
valores que ultrapassem 2,8 m de altura no que respeita 1. A largura das escadas nos locais de trabalho deve
ao pé direito. ser no mínimo de 0,90 m e ser compatível com o nú-
mero provável de utilizadores.
Artigo 447.º
Vias de passagem e saídas 2. Os lanços e os patamares devem dispor de uma
protecção com altura mínima de 0,90 m.
1. A largura das superfícies de circulação e de saídas
deve ser suficiente estar sinalizada. 3. As escadas de mão devem ter largura igual ou su-
perior a 0,40 m e ser resguardadas sempre que a sua
2. Quando as vias de passagem se destinem ao trân- utilização o exigir.
sito simultâneo de pessoas e veículos, a sua largura
deve ser suficiente para garantir a segurança na circu- 4. As escadas de mão devem ser fixas ou instaladas
lação de uns e outros. de forma estável.
3. Nas vias de passagem e saídas em que haja perigo 5. A articulação ou ligação de duas ou mais escadas
de queda livre, devem existir resguardos laterais com a de mão só é permitida mediante a utilização de disposi-
altura de 0,90 m e um rodapé com a altura mínima de tivos apropriados para o efeito.
0,14 m.
Artigo 450.º
4. As aberturas existentes nos pavimentos devem ser Plataformas de trabalho
resguardadas com coberturas resistentes ou, como al-
ternativa, com guarda corpos à altura de 0, 90 m e ro- 1. As plataformas de trabalho fixas ou móveis, de-
dapés com altura mínima de 0, 14 m. vem ser construídas com materiais apropriados, não
escorregadios e ter a resistência suficiente para supor-
5. Nos locais de trabalho, o intervalo entre as má- tar cargas e esforços a que irão ser submetidas e asse-
quinas, instalações ou materiais deve ter uma largura gurar a estabilidade de modo eficaz.
de, pelo menos, 0, 60 m.
2. As plataformas de trabalho devem ser horizontais,
6. As portas exteriores devem abrir para fora, com regulares, contínuas e convenientemente fixadas nos
fácil manobra pelo interior e permitir uma rápida saída pontos de apoio.
de pessoas.
3. É proibida a acumulação de pessoas e materiais
7. As portas de emergência devem possuir fechadura nas plataformas de trabalho, além do estritamente ne-
e sinalização diferentes das portas normais. cessário.
a) Ser utilizadas quais e outros dispositivos que plementarmente, quando as condições técnicas de labo-
impeçam ou reduzam a sua oscilação, particu- ração o determinem.
larmente, quando sujeitas à acção do vento;
2. Se for utilizada uma instalação de ventilação, ela
b) Ser examinadas periodicamente para verifica- deve ser mantida em bom estado de funcionamento e
ção do seu estado de segurança, da sua estabi- dispor de um sistema que assinale qualquer avaria.
lidade, das condições de funcionamento e da
conservação dos elementos da estrutura e me- 3. As instalações de ar condicionado ou de ventila-
canismos de fixação que as compõem, por um ção mecânica devem funcionar de forma que os traba-
técnico devidamente qualificado; lhadores não fiquem expostos a corrente de ar.
2. Os cabos de suspensão utilizados em plataformas 1. A temperatura dos locais de trabalho deve ser
móveis devem ser metálicos, com um coeficiente de adequada ao organismo humano, tendo em conta os
segurança de, pelo menos, oito em relação ao máximo métodos de trabalho utilizados e as condições físicas a
da carga a suportar e ter comprimento para que lhe que os trabalhadores estão sujeitos.
fiquem de reserva, na posição mais baixa da platafor-
ma, duas voltas no respectivo tambor. 2. Todos os gases, vapores, fumos, névoas ou poei-
ras nocivas à saúde dos trabalhadores que se produzam
Artigo 452.º ou se desenvolvam nos locais de trabalho devem ser
Iluminação expurgados no seu ponto de formação ou, se isso não
for possível, eliminados por outros meios sem causar
1. Os locais de trabalho devem ser iluminados de prejuízos a terceiros.
preferência com luz natural, recorrendo-se à artificial
quando aquela seja insuficiente. Artigo 455.º
Trabalhos no exterior
2. A iluminação dos locais de trabalho deve ser ade-
quada ao tipo de trabalho a realizar. Os trabalhadores que exercem a sua actividade no
exterior dos edifícios devem estar protegidos por abri-
3. As vias de passagem devem ser, de preferência, gos ou pelo uso de vestuário e calçados apropriados
iluminadas com luz natural. contra a exposição excessiva ao sol e às intempéries.
5. O conjunto das lâmpadas deve ser ligado pelo 1. Nos locais de trabalho devem ser adoptadas medi-
menos a duas fases, a fim de eliminar o efeito estro- das técnicas que visem eliminar ou reduzir o ruído e as
boscópico, quando ele possa ocorrer. vibrações na fonte, quando for contínuo e igual ou
superior a 65dB.
6. O sistema de iluminação deve ser concebido de
modo a não originar encadeamento. 2. Os trabalhadores devem utilizar equipamento de
protecção individual adequado à redução do nível de
7. As superfícies de iluminação natural e artificial ruído, sempre que as medidas de protecção aplicáveis
devem ser mantidas em boas condições de limpeza e não forem suficientes.
eficiência.
Artigo 453.º
Ventilação
SUBSECÇÃO II SECÇÃO IV
Prevenção contra os Riscos de Incêndio Protecção e Manutenção de Máquinas
1. Nos locais de trabalho devem ser adoptadas medi- 1. Os elementos móveis de motores e órgãos de
das adequadas para prevenir incêndios e preservar a transmissão, bem como todas as partes perigosas das
segurança dos trabalhadores. máquinas devem estar convenientemente protegidos
por dispositivos de segurança, a menos que a sua cons-
2. Os locais de trabalho devem possuir equipamen- trução e localização seja de modo a impedir o contacto
tos adequados à extinção de incêndios, em perfeito com pessoas ou objectos.
estado de funcionamento, e dispor de pessoal devida-
mente instruído para a sua utilização. 2. As máquinas antigas, construídas e instaladas sem
dispositivos de segurança eficientes devem ser modifi-
3. O agente de extinção deve estar de acordo com a cadas ou protegidas sempre que o risco existente o
classe de fogo determinada, tendo em atenção as di- justifique.
mensões e a utilização dos edifícios, os equipamentos
nele existentes, as características físicas e químicas das Artigo 462.º
substâncias existentes. Protecção em caso de rotura de máquinas
Nos locais de trabalho onde sejam arrecadadas, ar- a) Ser concebidos, construídos e utilizados de
mazenadas ou manipuladas matérias explosivas, infla- modo a assegurar uma protecção eficaz, que
máveis ou combustíveis é proibido fumar, acender ou impeça o acesso à zona perigosa durante as
deter fósforos, acendedores ou outros objectos que operações e não cause embaraço ao operador,
produzam chama ou faísca. nem prejudique a produção;
2. Logo que a reparação ou regulação esteja concluí- 1. As máquinas de trabalhar madeira ou produtos
da, os protectores, mecanismos ou dispositivos de se- similares devem ter a ferramenta de corte protegida de
gurança devem ser imediatamente repostos. modo a impedir que as mãos do trabalhador entrem em
contacto com ela.
Artigo 465.º
Proibição de efectuar operações de conservação 2. Nas mós devem ser acopladas protecções laterais
em máquinas em movimento e periféricas eficazes, formando um conjunto resistente
ao impacto de fragmentos de peças ou de eventual esti-
1. As operações de limpeza, lubrificação e outras lhaçamento dos rebordos.
não podem ser feitas com órgãos ou elementos de má-
quinas em movimento, a menos que tal seja imposto 3. Nos tomos, os pratos de grampos e de ponto de-
por particulares exigências técnicas, caso em que de- vem ter um resguardo que os envolva de maneira a
vem ser utilizados meios apropriados que evitem qual- impedir o contacto com o trabalhador quando estão em
quer acidente. movimento.
2. A proibição referida no número anterior deve es- 4. As prensas devem ter protecções em grade ou de
tar assinalada por aviso bem visível. outro tipo que envolvam completamente a ferramenta,
de modo a tomá-la inacessível às mãos do trabalhador
Artigo 466.º quando o punção desce.
Reparação de máquinas
5. As guilhotinas devem ter um sistema eficaz de
As avarias ou deficiências de máquinas, protectores, frenagem que impeça, durante a descida da lâmina, o
mecanismo ou dispositivos de protecção devem ser acesso das mãos do trabalhador à zona de corte.
imediatamente denunciados pelo operador ou por qual-
quer outro trabalhador e, quando tal aconteça, deve ser 6. Os comandos das prensas e das guilhotinas devem
cortada a força motriz, encravado o dispositivo de co- ser de preferência bimanuais, de modo a que as mãos
mando e colocado na máquina um aviso bem visível, do trabalhador estejam afastadas da lâmina quando esta
proibindo a sua utilização até que a regulação ou repa- desce.
rações necessárias tenham terminado e a máquina este-
ja de novo em condições de funcionamento. Artigo 470.º
Encravamento dos dispositivos de protecção
Artigo 467.º
Instalações de motores 1. Os dispositivos amovíveis de protecção da zona
de operação ou de outros órgãos perigosos das máqui-
1. Quando um motor puder ocasionar perigo na sua nas devem, quando for tecnicamente possível e se trate
vizinhança, deve ser instalado em local ou recinto de eliminar um risco grave e específico, dispor de en-
apropriado, ou ser devidamente protegido. cravamento de ligação com os órgãos de arranque e de
movimento da máquina, por forma a impedir a remo-
2. Acesso ao local ou recinto onde esteja instalado o ção ou abertura do protector quando a máquina estiver
motor deve ser vedado a pessoas não autorizadas, assi- em movimento ou provocar a paragem da máquina no
nalando-se esta proibição por aviso bem visível. acto da remoção ou abertura do protector.
I SÉRIE N.º 22 – 11 de Abril de 2019 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 277
2. O encravamento não deve permitir a movimenta- 2. O operador deve estar sobre um estrado antiderra-
ção da máquina se o protector não estiver na devida pante, em frente da máquina, que deve manter-se em
posição. boas condições de segurança, limpeza, livre de óleos,
aparas e qualquer obstáculo.
Artigo 471.º
Aberturas de alimentação ou ejecção 3. Não devem ser colocadas sobre as máquinas fer-
ramentas ou qualquer objecto que possa causar perigo,
1. As aberturas de alimentação ou de ejecção das devendo ser colocados em bancos, mesas ou estantes
máquinas devem ter anteparos adequados e constituí- perto da área de trabalho.
dos, consoante as exigências técnicas, parapeitos, gra-
des ou coberturas com dimensões, forma e resistência 4. Os operadores devem usar vestuário de trabalho
necessária para evitar que os operadores ou quaisquer ajustado ao corpo, sem partes soltas, não podendo usar
outras pessoas possam entrar em contacto com órgãos gravatas, cordões ou pulseiras que possam constituir
alimentadores ou ejectores perigosos. perigo de acidente.
2. Quando a máquina tiver alimentadores ou ejecto- 5. Os locais à volta das máquinas devem ser limpos
res automáticos que tomem a execução do trabalho com a regularidade requerida.
perigosa, deve ser aplicável o previsto no número ante-
rior. 6. Depois da montagem e da reparação de qualquer
máquina, antes de voltar a pô-la em funcionamento,
Artigo 472.º devem ser realizadas provas de ensaio por pessoal qua-
Protecção contra as projecções de materiais lificado.
1. É proibido o uso directo das mãos para retirar as 2. Diâmetro dos tambores de enrolamento deve ser,
aparas ou material retido na máquina, ou fazer a sua pelo menos, superior a trinta vezes o diâmetro dos ca-
limpeza, devendo para esse efeito, utilizar-se escovas bos.
ou instrumentos adequados.
278 I SERIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 22 – 11 de Abril de 2019
3. Em cada extremidade, os tambores devem ser cais e as solicitações mais desfavoráveis resultantes das
munidos de um rebordo que ultrapasse radialmente manobras de carga.
duas vezes e meia, pelo menos, o diâmetro dos cabos.
2. Nas extremidades dos caminhos de rolamento de
4. As extremidades dos cabos devem ser solidamen- aparelhos de elevação sobre carris devem existir dispo-
te amarradas no interior dos tambores, devendo, além sitivos de paragem.
disso, em fim de curso, ficar duas voltas completas de
cabo enroladas no tambor. 3. Deve-se prever dispositivos que actuem sobre o
aparelho motor para paragem automática em fim de
5. Devem existir dispositivos que impeçam a fuga curso.
dos cabos das sedes dos tambores durante o seu funci- Artigo 480.º
onamento normal. Verificação
7. Os guinchos dos aparelhos de elevação devem ser 2. Os aparelhos de elevação devem ser examinados
concebidos de modo a que a descida das cargas se faça diariamente pelo respectivo condutor e verificados, por
com o motor embraiado e não em queda livre. pessoa habilitada, periodicamente e em função dos
esforços a que estejam submetidos, devendo ser con-
8. Todos os aparelhos de elevação devem ser provi- servado os resultados dessas verificações.
dos de freios calculados e instalados de maneira a po-
derem suportar eficazmente uma carga que atinja, pelo 3. Os cabos, as correntes, os ganchos, as lingas, os
menos, uma vez e meia a carga autorizada. tambores, os freios e os limitadores de curso devem ser
examinados completa e cuidadosamente, pelo menos,
9. Os órgãos de comando devem ser colocados em uma vez por semana.
locais de fácil acesso com indicação claramente das
manobras a que se destinam e ser protegidos contra Artigo 481.º
accionamento acidental. Movimentação de cargas
dirigir a manobra de modo que as cargas não esbarrem 5. Nos carros automotores e reboques, deve-se fazer
em qualquer objecto. o carregamento baixando, o mais possível, o centro de
gravidade da carga.
6. Os condutores dos aparelhos de elevação devem
evitar, tanto quanto possível, transportar as cargas por 6. Quando a descarga se efectuar por basculamento,
cima dos trabalhadores e dos locais onde a sua eventual devem existir dispositivos que impeçam o basculamen-
queda possa constituir perigo. to acidental.
7. Quando for necessário deslocar, por cima dos lo- Artigo 484.º
cais de trabalho, cargas perigosas, tais como metal em Conservação
fusão ou objectos de peso, a electroíman deve lançar
um sinal de advertência eficaz, a fim de permitir que os Os diferentes elementos dos carros devem ser ins-
trabalhadores abandonem a zona perigosa. peccionados regularmente pelo pessoal encarregue da
conservação, sendo postos de fora de serviço e devi-
8. Os condutores dos aparelhos de elevação não de- damente reparados quando for caso disso.
vem deixá-los sem vigilância quando estiver suspensa
uma carga. Artigo 485.º
Elevação e transporte de materiais
Artigo 482.º
Idade mínima e formação dos condutores 1. Sempre que possível, devem ser utilizados apare-
lhos mecânicos para elevar e transportar materiais.
Os trabalhadores ocupados na condução dos apare- Deve ser proibido todo o transporte manual de cargas,
lhos de elevação, de transportes ou nas operações de cujo peso possa constituir um risco para a segurança e
sinalização das mesmas devem ser maiores de 18 anos a saúde dos trabalhadores.
e possuírem uma formação apropriada para o desem-
penho dessas funções. 2. O peso máximo das cargas a serem transportadas,
manualmente, por um trabalhador não pode exceder os
SUBSECÇÃO II 55 kgs para os homens e os 25 kgs para as mulheres e
Carros de Transporte Mecânicos, Empilhadores jovens.
e Outros
3. Os trabalhadores encarregues pelo manuseamento
Artigo 483.º dos materiais devem ser instruídos sobre a maneira de
Carros de transporte mecânico elevar e transportar cargas com segurança.
1. Os veículos de transportes mecânicos devem ser 4. Quando tiverem de ser elevados ou transportados
bem concebidos, construídos e mantidos em bom esta- objectos muito pesados por uma equipa de trabalhado-
do de funcionamento e correctamente utilizados, estar res, a elevação e a disposição das cargas devem se co-
dotados de dispositivos de comando e sinalização ade- mandadas.
quados, e só serem manobrados por trabalhadores que
obedeçam aos requisitos estabelecidos no artigo 482.º. 5. Os trabalhadores que se ocupam do manuseamen-
to de substâncias escaldantes, cáusticas e corrosivas, ou
2. Os comandos de arranque, aceleração, elevação e de objectos que apresentem arestas vivas, rebarbas,
travagem devem reunir condições que impeçam movi- falhas ou outras saliências perigosas devem utilizar
mentos involuntários. equipamentos de protecção apropriados.
2. Os materiais devem ser armazenados sobre bases 2. A armazenagem de líquidos perigosos inflamáveis
firmes que não corram o risco de quebrar-se, e não deve ser feita em reservatórios situados acima do solo
devem ser colocados contra muros, paredes ou divisó- ou fossas, dotados dos dispositivos necessários para
rias de edifícios, a menos que estas tenham a segurança garantir a sua manutenção segura, nomeadamente, no
necessária para suportar os impulsos laterais. que respeita às precauções contra a corrosão, os aces-
sos, a localização, o isolamento e a ventilação.
3. Os materiais perigosos devem ser acondicionados,
marcados e etiquetados antes de serem transportados, 3. A armazenagem de líquidos inflamáveis contidos
armazenados ou arrumados. em tambores ou barris, no interior de fábricas ou pe-
quenos entrepostos, deve ser feita em compartimentos
4. A altura máxima das pilhas não deve comprome- especiais, construídos com materiais resistentes ao
ter a sua estabilidade. fogo, com pavimento impermeável, inclinado e drena-
do para bacia colectora não ligada à rede de esgoto,
5. O piso do armazém deve ser constituído por mate- devendo os tambores ou barris ser dispostos sobre pla-
rial não escorregadio, antiderrapante, liso e mantido em taformas elevadas em relação ao pavimento.
perfeito estado de conservação.
4. Os barris ou garrafões que contenham ácidos de-
Artigo 488.º vem ser arrumados em locais frescos e a sua manipula-
Armazenamento de materiais secos a granel ção deve ser cuidadosa, tendo em especial atenção,
impedir o aumento de pressão interior mediante abertu-
1. Os materiais secos a granel devem ser, quanto ras periódicas.
possível, armazenados em silos que permitam a sua
descarga pelo fundo. 5. Os materiais e produtos susceptíveis de reagirem
entre si, dando lugar à formação de gases, misturas
2. Os silos devem ser construídos de materiais resis- explosivas ou inflamáveis, devem ser conservados em
tentes ao fogo, coberto e munidos de sistema de venti- locais suficientemente distanciados e adequadamente
lação eficaz. isolados uns dos outros.
trabalho, devem ser munidos de coberturas de chapas, interior das câmaras, que comuniquem com a sala das
barras, grelhas metálicas ou outro material apropriado máquinas e com o guarda da instalação.
ou, em alternativa, protegidos por vedações ou guarda-
corpos. 2. As instalações frigoríficas devem ser convenien-
temente iluminadas, dispondo de espaço suficiente que
2. Quando a protecção for feita por vedação ou permita a inspecção e a manutenção dos condensado-
guarda corpos e o bordo da cuba, tanque ou reservató- res.
rio se encontre a menos de 0,15 m acima do pavimento,
deve-se completar a protecção com rodapés até esta Artigo 493.º
altura, salvo nos casos em que a profundidade for infe- Uso do equipamento de protecção individual
rior a 1,00 m e os líquidos contidos não ofereça perigo
e se adoptem outras precauções. As pessoas que trabalham no interior de câmaras fri-
goríficas devem usar equipamento especial de protec-
3. As cubas, tanques e reservatórios de líquidos de ção individual, designadamente vestuários de agasalho
qualquer natureza devem ser providos de condutas de de lã grossa, resguardando o pescoço e a cabeça, e
descarga com débito suficiente para permitir o escoa- calçado que proteja do frio e da humidade.
mento do seu conteúdo para local apropriado, sem oca-
sionar derrames sobre o pavimento. SUBSECÇÃO IV
Instalações e Operações de Soldadura e Cortes
4. Não se deve instalar passadiços por cima de cu-
bas, tanques ou reservatórios abertos, salvo quando for Artigo 494.º
indispensável para acesso a comando de agitadores, Locais de trabalho
válvulas ou colheitas de amostras, devendo nestes ca-
sos ter, pelo menos, 0,45 m de largura e ser munidos de 1. As operações de soldadura ou corte não devem ser
ambos os lados de guarda-corpos e rodapés e mantidos realizadas na proximidade de armazéns de materiais
constantemente limpos e secos. combustíveis e materiais instalações susceptíveis de
libertar poeiras, vapores ou gases explosivos ou infla-
SUBSECÇÃO II máveis, a não ser que tenham sido tomadas precauções
Fornos e Estufas especiais.
1. As portas das câmaras frigoríficas devem possuir 2. As garrafas de gás, quando estiverem a ser utili-
fechos que permitam a sua abertura tanto do exterior zadas, devem manter-se na posição vertical ou ligeira-
como do interior e, no caso de disporem de fechadura, mente inclinadas e estar presas por correias, braçadei-
devem existir dispositivos de alarme accionáveis no ras ou correntes resistentes e de fácil manobra, de
282 I SERIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 22 – 11 de Abril de 2019
6. As garrafas de oxigénio não devem ser manejadas 2. As ferramentas manuais não devem ser utilizadas
com as mãos ou luvas sujas de óleo ou de gordura e para fins diferentes daqueles para que estão destinados.
não se devem usar estas substâncias na lubrificação de
válvulas, manómetros ou órgãos de regulação. 3. As ferramentas manuais não devem ficar abando-
nadas sobre pavimentos, passagens, escadas ou outros
7. Quando se empregar um gerador de acetileno, de- locais onde se trabalha ou circule, nem serem coloca-
ve-se tomar as precauções necessárias ao bom isola- das em lugares elevados, em relação ao pavimento,
mento e à ventilação do local e, se for móvel, a sua sem a devida protecção.
estabilidade e afastamento dos locais de operação deve
ser superior a 5,00 m. Artigo 499.º
Ferramentas portáteis a motor
8. Nas derivações de acetileno ou outro gás combus-
tível deve existir uma válvula de segurança que impeça 1. As ferramentas portáteis a motor não devem apre-
o retomo de chama, o afluxo de oxigénio ou de ar à sentar qualquer saliência nas partes não protegidas que
tubagem de gás. tenham movimento circular ou alternativo.
Artigo 500.º
Disposições gerais
sempre que não seja possível efectuar uma protecção 3. Estas luvas devem ajustar-se perfeitamente aos
colectiva. antebraços na abertura do canhão.
2. Os trabalhadores que manipularem substâncias 2. Os cintos de segurança não devem permitir uma
tóxicas, irritantes ou infectantes devem usar luvas es- queda livre superior a 1m a não ser que dispositivos
peciais, de forma e materiais adequados. apropriados limitam ao mesmo efeito uma queda de
maior altura.
284 I SERIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 22 – 11 de Abril de 2019
1. As instalações sanitárias devem satisfazer os se- c) Exames ocasionais, sempre que haja alterações
guintes requisitos. susceptíveis de se repercutir na saúde do traba-
lhador, no caso do regresso ao trabalho depois
a) Serem separados por sexo; de uma ausência superior a 45 dias por motivo
de acidente ou doença e sempre que o médico
b) Não comunicarem directamente com os locais considere necessário, atendendo à saúde do
de trabalho e terem acesso fácil e cómodo; trabalhador.
1. A conciliação é efectuada, caso seja requerida, pe- 1. Entende-se por legislação do trabalho, a que regu-
los serviços competentes do Ministério encarregue pela la os direitos e obrigações dos trabalhadores e empre-
área do Trabalho, podendo participar, sempre que ne- gadores enquanto tais, e as suas organizações.
cessário, os serviços competentes do Ministério encar-
regue pela área do Trabalho. 2. São considerados legislação do trabalho os diplo-
mas que regulam, nomeadamente, as seguintes maté-
2. No procedimento conciliatório é sempre dada pri- rias:
oridade à definição das matérias sobre as quais o mes-
mo vai incidir. a) Contrato de trabalho;
3. A coima imposta ao reincidente nunca é inferior 4. Constitui violação punível com multa de um a
ao dobro da aplicada para primeira infracção. dois salários mínimos aplicáveis na função pública, por
cada trabalhador afectado, o não cumprimento do pre-
ceituado nos artigos 512.° e 513.°.
288 I SERIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 22 – 11 de Abril de 2019
2. A violação do disposto no artigo 433.º é punida 4. Nos contratos com prazo inferior a um ano, o di-
com prisão até dois anos e com multa de 10 a 20 salá- reito à férias é contado nos mesmos termos e proporci-
rios mínimos aplicáveis na função pública, consoante a onalmente ao tempo fixado no contrato de trabalho, a
gravidade da infracção. partir do momento em que o trabalhador inicia a sua
actividade ao serviço da entidade patronal.
3. Aqueles que declararem, exercerem ou impedirem
greves por meio de violência, ameaças ou coacção são 5. Contra os menores de 18 anos de idade o prazo de
punidos com prisão até 6 meses. prescrição não corre e só se inicia quando este atinja a
maioridade.
4. O disposto nos números anteriores não prejudica a
aplicação de penas mais greves estabelecidas na lei Artigo 545.º
geral. Prescrição da remuneração das férias por resci-
são do contrato
CAPÍTULO XX
Regras Gerais sobre a Prescrição 1. A prescrição do direito de reclamar a não remune-
ração de férias por motivo da rescisão do contrato de
Artigo 542.º trabalho é até dois anos, após a rescisão.
Conceito
2. Os créditos correspondentes a compensação por
1. Prescrição é a perda do direito de acção em con- violação do direito a férias e pela prestação de trabalho
sequência da falta do seu exercício, observado deter- suplementar, são manifestamente créditos laborais para
minado lapso de tempo. efeitos da aplicação do prazo de prescrição, previsto
neste Código.
2. A prescrição não extingue o direito em si, mas
apenas o direito à acção que o protege. Artigo 546.º
Prescrição dos demais direitos
Artigo 543.º
Prescrição do direito de reclamar férias O direito de acção quanto aos demais créditos resul-
tantes das relações de trabalho prescreve passado cinco
A prescrição do direito de reclamar a concessão das anos para os trabalhadores, até dois anos após a extin-
férias ou o pagamento da respectiva remuneração é ção do contrato de trabalho.
contada a partir do término do período relativo a con-
cessão da mesma ou, se for o caso, da cessação do con- CAPÍTULO XXI
trato de trabalho, observados os prazos constantes dos Da Resolução das Dúvidas Emergentes
artigos seguintes.
Artigo 547.º
Artigo 544.º Resolução de dúvidas
Prescrição do direito de reclamar as férias na
vigência do contrato As dúvidas e lacunas emergentes da execução deste
código, são resolvidas por decreto do Conselho de Mi-
1. A prescrição do direito de reclamar a não conces- nistros.
são de férias na vigência do contrato de trabalho é de
um ano civil, segundo as regras gerais do direito da
contagem dos prazos.
290 I SERIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 22 – 11 de Abril de 2019
F, natural de …………, São Tomé, portador do B.I. O presente contrato entra em vigor na data da sua
N.º ……… emitido pelo C.I.C.C. de São Tomé, em assinatura.
…./…20…. e válido até ……/…../…….., residente em,
Distrito de, adiante designado Assim o disseram e assinaram.
EMPREGADO/TRABALHADOR, é celebrado o pre-
sente contrato de prestação de serviço; E por ser verdade, depois de lido e explicado o seu
conteúdo a cada um dos outorgantes, concordaram com
Cláusula primeira o presente texto escrito em duas páginas sem emendas
Objectivo ou rasuras.
O presente contrato tem como objectivo o desempe- Feito em São Tomé, aos dias do mês de……de …..
nho da função de……………………………………….
O Empregador
Cláusula primeira
Obrigações O Empregado
Cláusula Segunda
Remuneração Entre F………………………………, na qualidade
de EMPREGADOR ou ENTIDADE PATRONAL,
O Empregador compromete-se a pagar ao trabalha- com sede em…………, neste acto, representado
dor a remuneração acordada, mediante emissão de por………………………,com poderes delegados para
recibos pelos serviços prestados. tal, e F……………natural de ……………………, São
Tomé, portador do B.I. N.º ……… emitido pelo
Cláusula Terceira C.I.C.C. de São Tomé, em …./…2008 e válido até
Local de trabalho ……/…../…….., residente em, Distrito de,
………………...adiante designado TRABALHADOR,
As funções serão desempenhadas nas instalações do é celebrado o presente contrato de trabalho subordina-
Empregador ou em locais em que este achar necessá- do que se rege pelas seguintes cláusulas.
rio, dentro das condições previstas neste Código.
Cláusula primeira
Cláusula Quarta Objectivo
Horário de trabalho
O presente contrato de trabalho tem como objectivo
O horário de trabalho é entre às 00:00 horas da ma- o exercício da função de……………. sob às ordens e
nhã e às 00:00 horas, com um intervalo entre as 00:00 e orientação da Entidade patronal (ou pessoa por si devi-
às 00:00 horas. damente mandatada).
I SÉRIE N.º 22 – 11 de Abril de 2019 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 291
O Trabalhador compromete-se a exercer com zelo e O presente contrato entra em vigor na data da sua
dedicação as funções para que foi contratado e manter assinatura.
em bom estado de conservação os objectos de trabalho
entregues à sua guarda. Feito em São Tomé, aos….dias do mês de ………de
…….
Cláusula Terceira
Remuneração O Empregador O Trabalhador
O Empregador compromete-se a pagar atempada- O presente contrato entra em vigor na data da sua
mente ao trabalhador o vencimento mensal de assinatura.
…………… nas instalações daquele.
Feito em São Tomé, aos…. dias do mês de
Cláusula Quarta ………de……
Local de trabalho
O Empregador O Trabalhador
As funções serão desempenhadas nas instalações do
Empregador ou em locais em que este achar necessá- F_________________ F ______________
rio, dentro das condições previstas neste Código.
Cláusula Quinta
Horário de trabalho
Cláusula Sexta
Duração
Cláusula Sétima
Número de exemplares
Cláusula oitava
Assinatura
ANEXO IV
Na condução de embarca- Esforço físico e posturas ina- Distúrbios do sono; hipotermia, Deformações mús-
ções de pesca artesanais à dequadas, trabalho noturno; culoesqueléticas (bursites, tendinites, dorsalgias,
9.
remo, incluindo empurrar exposição à radiação solar, sinovites, tenossinovites)
ou arrastar na praia humidade, frio e afogamento
Em tarefas que exijam Apnéia prolongada e aumento Afogamento; perfuração da membrana do tímpano;
mergulho, com ou sem do nitrogênio circulante perda de consciência; barotrauma; embolia gasosa;
10.
equipamento acrocianose; otite barotraumática; sinusite baro-
traumática; labirintite e otite média não supurativa
Industria Extractiva
Descrição dos Trabalhos Prováveis Riscos Ocupacio- Prováveis Repercussões à Saúde
Item
nais
Em pedreiras a céu aberto Exposição à radiação solar, Queimaduras na pele; envelhecimento precoce;
chuva; exposição à sílica; cancro de pele; desidratação; doenças respiratórias;
levantamento e transporte de hipotermia; fadiga física; dores musculares nos
peso excessivo; posturas ina- membros e coluna vertebral; lesões e deformidades
dequadas e movimentos repe- osteomusculares; comprometimento do desenvol-
titivos; acidentes com instru- vimento psicomotor; ferimentos; mutilações; para-
mentos pérfurocortantes; sitoses múltiplas e gastroenterites; ferimentos nos
11.
condições sanitárias precárias; olhos (córnea e esclera) deformações músculo-
corpos estranhos, esforços esqueléticas (bursites, tendinites, dorsalgias, sinovi-
físicos intensos; exposição a tes, tenossinovites); asfixia; anóxia; hipoxia; esma-
poeiras inorgânicas e a metais gamentos; queimaduras; fracturas; silicoses; tuber-
pesados; culose; asma ocupacional; bronquites; enfisema
pulmonar; cancros; lesões oculares; contusões;
ferimentos; alterações mentais; fadiga.
Em entulhos e na prepara- Esforço físico; posturas vicio- Deformações músculo-esqueléticas (bursites, tendi-
ção de cascalho e brita sas; acidentes com instrumen- nites, dorsalgias, sinovites, tenossinovites); feri-
12. tos pérfurocortantes; exposi- mentos e mutilações; rinite; asma; pneumoconioses;
ção a poeiras minerais, tuberculose
inclusive sílica
Em locais onde ocorre Exposição a poeiras inorgâni- Pneumoconioses associadas com tuberculose; asma
livre desprendimento de cas ocupacional; rinite; silicose; bronquite e bronquioli-
poeiras minerais (cimento, te
13. cal, tintas)
Indústria de Transformação
Descrição dos Trabalhos Prováveis Riscos Ocupacio- Prováveis Repercussões à Saúde
Item
nais
Na produção de carvão Exposição à radiação solar, Queimaduras na pele; envelhecimento precoce;
vegetal chuva; picadas de insectos e cancro de pele; desidratação; doenças respiratórias;
animais perigosos; levanta- hipotermia; reacções na pele ou generalizadas;
mento e transporte de peso fadiga física; dores musculares nos membros e
coluna vertebral; lesões e deformidades osteomus-
excessivo; posturas inadequa-
culares; comprometimento do desenvolvimento
das e movimentos repetitivos;
psicomotor; ferimentos; mutilações; traumatismos;
acidentes com instrumentos lesões osteomusculares; síndromes vasculares;
pérfuro-cortantes; combustão queimaduras; sofrimento psíquico; intoxicações
14.
espontânea do carvão; fumaça agudas e crónicas
contendo subprodutos da
pirólise e combustão incom-
pleta: ácido pirolenhoso,
alcatrão, metanol, acetona,
acetato, monóxido de carbo-
no, dióxido de carbono e
metano
I SÉRIE N.º 22 – 11 de Abril de 2019 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 295
De afiação de ferramentas e instrumen- Acidentes com material cortante Ferimentos e mutilações, perda
tos metálicos em afiadora, rebolo ou e com exposição a partículas parcial da visão
30. metálicas cortantes desprendi-
esmeril, sem protecção colectiva contra
partículas volantes das da afiadora, lesão ocular
Condução e operação de veículos, má- Esforços físicos; acidentes com Deformações músculo-esqueléticas
quinas ou equipamentos em movimento ferramentas e com sistemas (bursites, tendinites, dorsalgias,
(máquinas de laminação, forja e de corte condutores de energia eléctrica sinovites, tenossinovites); mutila-
31.
de metais, máquinas de padaria, como ções; esmagamentos; fraturas;
misturadores e cilindros de massa, má- queimaduras e parada cárdio-
quinas de fatiar) respiratória
De manutenção e reparação de máquinas Esforços físicos intensos; expo- Deformações músculo-esqueléticas
e equipamentos eléctricos, quando liga- sição a acidentes com sistemas, (bursites, tendinites, dorsalgias,
dos a corrente eléctrica circuitos e condutores de ener- sinovites, tenossinovites); mutila-
32. gia eléctrica e acidentes com ções; esmagamentos; fracturas;
equipamentos e ferramentas queimaduras; perda temporária da
contusocortantes consciência; carbonização; parada
cárdio-respiratória, morte
Em andaimes com alturas superiores a Quedas Fracturas; contusões; traumatismos;
33.
2,0 (dois) metros tonturas; fobias
Transporte e Armazenagem
Descrição dos Trabalhos Prováveis Riscos Ocupacio- Prováveis Repercussões à Saúde
Item
nais
34. No transporte e armazenagem de álcool, Exposição a vapores tóxicos; Intoxicações; queimaduras; rinite e
explosivos, inflamáveis líquidos, gaso- risco de incêndio e explosões dermatites de contacto
sos e liquefeitos
35. Em porão ou convés de navio Esforços físicos intensos; risco Deformações músculo-esqueléticas
de queda de nível; isolamento, (bursites, tendinites, dorsalgias,
calor e outros riscos inerentes sinovites, tenossinovites); lesões;
às cargas transportadas fracturas; contusões; traumatismos;
fobia e transtorno do ciclo vigília
sono
36. Em transporte de pessoas ou animais Acidentes de trânsito Ferimentos; contusões; fracturas;
traumatismos e mutilações
Saúde e Serviços Sociais
Descrição dos Trabalhos Prováveis Riscos Ocupacio- Prováveis Repercussões à Saúde
Item
nais
37. No manuseamento ou aplicação de pro- Exposição a quimioterápicos e Intoxicações agudas e crónicas;
dutos químicos, incluindo limpeza de outras substâncias químicas de polineuropatia; dermatites de con-
equipamentos, descontaminação, dispo- uso terapêutico tacto; dermatite alérgica; osteoma-
sição e retorno de recipientes vazios lácia do adulto induzida por drogas;
cancros; arritmia cardíaca; leucemi-
as; neurastenia e episódios depres-
sivos
38. Em contacto com animais portadores de Exposição a vírus, bactérias, Tuberculose; carbúnculo; brucelo-
doenças infecto-contagiosas e em postos parasitas e bacilos se; psitacose; raiva; asma; rinite;
de vacinação de animais conjuntivite; pneumonia; dermatite
de contacto e dermatose ocupacio-
nal
39 Em hospitais, serviços de emergência, Exposição a vírus, bactérias, Tuberculose; SIDA; hepatite; me-
enfermarias, ambulatórios, postos deva- parasitas e bacilos; stres spsí- ningite; carbúnculo; toxaplasmose;
cinação e outros estabelecimentos desti- quico e sofrimento; acidentes viroses, parasitoses; zoonose;
nados ao cuidado da saúde humana, em com material biológico pneumonias; candidíases; dermato-
que se tenha contato direto com os paci- ses; episódiosdepressivos e sofri-
entes ou se manuseie objetosde uso dos mento mental
pacientes não previamente esterilizados
298 I SERIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 22 – 11 de Abril de 2019
Serviço Doméstico
Descrição dos Trabalhos Prováveis Riscos Ocupa- Prováveis Repercussões à Saúde
Item
cionais
Doméstico Esforços físicos intensos; Deformações músculo-esqueléticas (bursites,
isolamento; abuso físico, tendinites, dorsalgias, sinovites, tenossinovites);
psicológico e sexual; longas contusões; fracturas; ferimentos; queimaduras;
jornadas de trabalho; traba- ansiedade; alterações na vida familiar; transtor-
lho noturno; calor; exposi- nos do sono; deformidades da coluna vertebral
48. ção ao fogo, posições anti- (lombalgias, lombociatalgias, escolioses, cifo-
ergonômicas e movimentos ses, lordoses); síndrome do esgotamento profis-
repetitivos; tracionamento sional e neurose profissional; traumatismos;
da coluna vertebral; sobre- tonturas e fobias
carga muscular e queda de
nível
DIÁRIO DA REPÚBLICA
AVISO
A correspondência respeitante à publicação de anúncios no Diário da República, a sua assinatura ou falta
de remessa, deve ser dirigida ao Centro de Informática e Reprografia do Ministério da Justiça, Adminis-
tração Pública e Direitos Humanos – Telefone: 2225693 - Caixa Postal n.º 901 – E-mail: cir-reprografia
@hotmail.com São Tomé e Príncipe. - S. Tomé.