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BACHARELADO EM DIREITO
UNAR
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS, DR. EDMUNDO ULSON
FACULDADE DE DIREITO
2019
JURANDIR ROSA MILARES FILHO
ARARAS/SP
2019
Banca Examinadora:
Presidente
Eu dedico essa mais nova conquista, a todos que participaram direta ou indiretamente
dela, a minha família, aos meus amigos de longa data que torceram por mim, aqueles que
contribuíram positivamente, através de uma palavra de ânimo, de um sorriso ou de um abraço,
ou de um simples aperto de mão, e para aqueles que contribuíram negativamente também,
desempenharam um papel importantíssimo, pois a tempestade mesmo escondendo o brilho do
Sol tem o seu valor, e sem as tormentas eu jamais alçaria um voo tão alto.
AGRADECIMENTOS
Agradeço 1° Deus por tudo que tem realizado em minha vida, a minha esposa Fátima que
me apoiou sempre, nos momentos mais difíceis dessa nobre caminhada em busca do
conhecimento jurídico, do entendimento das Leis que regem a Nação sem as quais não se
conheceria o progresso, também aos professores, mestres por excelência, que nos ajudaram
dividindo conosco a experiência que adquiriram em suas jornadas, aos companheiros que
estiveram ao meu lado e que me apoiaram de alguma forma, minha mais profunda gratidão.
“Sigamos o caminho que os melhores
empreenderam, e não escutemos as vozes
e sinais que nos chamam por detrás e a
que nossos predecessores fecharam os
ouvidos”
CÍCERO
RESUMO
Esta pesquisa apresenta como tema central, as drogas e os problemas ocasionados pelo
comércio ilícito e pela dependência química, as classificações das drogas, os efeitos potentes de
substâncias psicoativas e a facilidade que são adquiridas, bem como as síndromes de abstinência
severas provocada por muitas delas, comprometendo significativamente o convívio do indivíduo
na família e na sociedade, como deve ser tratado um dependente químico, as dificuldades para
superar o vício, e como a sociedade enfrenta esse infortúnio, no Brasil e em países mais
desenvolvidos como a Bélgica, Inglaterra Estados Unidos e Canadá. O crescimento do crime
organizado, e o poderio bélico que fluem na sociedade desenfreadamente, nas mãos de jovens e
até crianças, como é a estrutura usada por traficantes em vários Estados, a função de cada um
nesses grupos perniciosos. A atuação das Facções no território brasileiro, e o papel dos Cartéis
internacionais na distribuição mundial de entorpecentes, em que países são cultivados e quais
são os maiores produtores mundiais. O tráfico de drogas como força motriz para outros crimes
como a corrupção, comércio ilegal de armas, homicídios e por fim, a punibilidade adotada no
Brasil para combater o Tráfico de drogas, enfatizando o empenho da Segurança Pública, e as
desvantagens que a polícia brasileira tem para enfrentar essa guerra contínua, a inteligência da
Polícia Federal e o trabalho em conjunto com forças policiais de outros países em contraste com
a criatividade dos criminosos, uma luta titânica. desigual.
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 11
1.3 Naturais........................................................................................................................ 16
1.6 Perturbadoras............................................................................................................... 18
3.6 Afeganistão.................................................................................................................. 44
REFERÊNCIAS ...............................................................................................................76
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INTRODUÇÃO
Essa pesquisa apresenta um dos graves problemas que afligem a humanidade "as drogas"
e o tema é contextualizado apresentando o infortúnio com clareza, assim como os objetivos,
geral e específicos, o crime organizado e seus tentáculos, que envolvem a sociedade em um
aperto sem fim, o crescimento da população de dependentes químicos, e a política de drogas
serão abordados para uma melhor compreensão.
As drogas tem sido motivo de preocupação constante para a sociedade, sendo lícitas ou
ilícitas, trazem consequências desastrosas para o convívio social, se lícitas quando consumidas
em excesso, se ilícitas por ser ilegal acabam promovendo o caos, aumentando a criminalidade;
a corrupção, a violência. Homicídios, a rivalidade entre facções criminosas e a disputas por
territórios por traficantes, são alguns exemplos.
Armamentos pesados, de uso exclusivo das forças armadas, em poder dos criminosos
deixam a polícia em desvantagem e aumentam o poder de atuação e o domínio do crime
organizado, aterrorizando a população que grita por socorro, diante de tantas atrocidades, não
só no território brasileiro, pois se trata de um problema universal.
As drogas estão cada vez mais perto, e o controle sobre elas cada vez mais longe, pois
atingem todas as classes sociais, acabando com famílias inteiras, que as vezes terminam de
forma trágica, vidas ceifadas, que vem na forma de overdoses fulminantes, doenças, ou
execuções por dívidas com traficantes, um tiro na nuca, esfaqueamento, apedrejadamento enfim,
não existe limites para a crueldade e nem misericórdia.
Sonhos que são roubados, patrimônios que viram fumaça, no cachimbo de crack, nas
carreiras de cocaína, ou na ponta da agulha em doses de heroína, são algumas consequências
que assombram aqueles que se envolvem nesse submundo sombrio, de forma voluntária que
são os dependentes, ou aqueles que se veem nesse contexto destrutivo involuntariamente, que
são os familiares, que acabam sendo vítimas das circunstâncias.
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São tão vítimas quantos os cidadãos que são assaltados, roubados, espancados e mortos
muitas vezes por dependentes, que não veem outra alternativa, a não ser praticar crimes para
sustentar um vício que parece ser impossível de saciar, como um mar bravio que não se doma,
que não se acalma, que vive em fúria, a única maneira de se ver livre, ao menos por um instante,
é mais uma dose, não importa a maneira que será consumida, pode ser ingerida,fumada,inalada
ou injetada, tanto faz, desde que a tenha.
Diante disso, os familiares acabam dominados por um ente querido que se tornou
dependente, que outrora eram pacíficos serenos , que estavam sempre sorrindo, mas agora,
transformados pelo uso contínuo de drogas potentes, tiveram suas personalidades distorcidas,
quem usa não tem importância para os traficantes, e nem o que sobra deles, que na maioria dos
casos são só sombras, do que foram no passado, essas personalidades ainda existem, mas estão
sufocadas, aprisionadas em uma masmorra da qual poucos terão a oportunidade de sair e
contemplar o sol novamente.
O tráfico tem avançado e está se consolidando, novas drogas são criadas e distribuídas,
aumentando e fortalecendo os elos de uma corrente viciosa, que já possui proporções
catastróficas, jovens e crianças são recrutadas, autoridades são compradas, pagos ao peso de
ouro pelo crime organizado, provocando um efeito dominó, devastador na sociedade, no Brasil
e no Mundo.
Como uma sangria desatada, e impossível de ser estancada, se parece esse problema,
que existe há milênios e trouxe consequências terríveis para a humanidade, infelizmente ainda
é uma peçonha atuante, de eficácia progressiva e destrutiva, que age rápido dominando e
subjugando o lugar onde se instala.
continuamente, foi a droga mais consumida em 2016, tendo mais de 192 milhões de pessoas que
experimentaram a droga, ao menos uma vez no último ano.
Entre tantas coisas que podem atrapalhar o convívio social as drogas ocupam uma posição
de destaque, sendo lícitas ou ilícitas, enquanto traficantes constroem verdadeiros impérios,
comercializando substâncias ilícitas, promovendo morte e destruição, e fazendo com que a
dependência química seja quase onipresente.
Vive-se em estado de alerta, é um fato que a segurança pública não pode oferecer muito,
e uma atmosfera de insegurança envolve a sociedade, que se sente impotente diante de tantos
ataques que sofre, a presente pesquisa pondera, através de uma perspectiva que considera, esses
elementos agravantes.
No Brasil o tráfico pode ser combatido com medidas mais duras, com leis mais severas
que atinjam o crime organizado com mais eficácia, a legalização de drogas consideradas leves,
como a cannabis não ajudaria, mesmo o Estado controlando o comércio e gerando lucros,
porque os traficantes migrariam para outros crimes.
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As drogas são vendidas nas ruas para qualquer desconhecido, razão de preocupação constante para os
pais, que procuram preservar a segurança de seus filhos buscando refúgio em condomínios que mais parecem
prisões, ou vigiando através de rastreadores, tão comuns na atualidade, mas isso não é suficiente, porque o perigo
pode estar mais próximo do que se imagina, até na sala de aula, a armadilha pode ter sido preparada até pelo
amigo mais próximo, não há como saber.
Existe um empenho colossal para tentar vencer esse obstáculo nefasto, clínicas, igrejas,
padres, pastores, médicos, psiquiatras, psicólogos pessoas de todas as classes sociais , instruídas
ou mesmo semianalfabetos, ajudam da forma que conseguem, lutando com as armas que
possuem, no entanto parece não ser suficiente, contempla-se com um olhar quase profético, um
horizonte entenebrecido, novas drogas, novas facções, criminosas e a dependência se alastrando
como um câncer parece apontar para uma sociedade completamente dominada.
Sem sombras de dúvida que o Estado não consegue neutralizar o comércio ilícito de
drogas, que além de rendoso é devastador, o traficante não é visto como um criminoso
dependendo da localidade que atua, mesmo sendo temido acaba como um herói, porque ajuda
a comunidade doando medicamentos alimentos, etc, essa conduta prejudica o trabalho da
inteligência da polícia, porque muitos acabam simpatizando-se por ele, o que gera uma
proteção, somada a lei do silêncio fica muito difícil identificá-lo.
Enquanto a sociedade não tem o retorno esperado da atuação do Estado, ou seja, uma
convivência harmônica e tranquila, proporcionada pela segurança, busca-se freneticamente
meios mais eficazes para ao menos coibir o comércio ilícito de drogas, e reduzir
consideravelmente a população de dependentes químicos e os crimes associados a essa prática,
o que seria uma grande vitória.
É possível encontrar uma luz no fim do túnel, uma cura para esse mau que atua
insistentemente contra a humanidade? Embora seja um obstáculo que pareça insuperável a
história do ser humano é marcada por etapas de triunfo, protagonizadas por mentes brilhantes,
homens e mulheres notáveis que transformaram o impossível em possível, a cura para a
tuberculose, a poliomielite, a descoberta da eletricidade a invenção do telefone, são exemplos
de que obstáculos imensos pode ser superados e isso só foi possível porque alguém acreditou.
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CAPÍTULO 1 - PANORÂMICA
Segundo Araújo (2014,p 14) o termo tem vários significados, como algo ruim ou
imprestável, também é usada como sinônimo de substâncias ilícitas no linguajar popular, o
termo permite muitas interpretações a farmacologia entende como droga, qualquer substância
que altere o funcionamento normal de um organismo como um medicamento por exemplo.
Essa é a interpretação mais próxima da palavra phármakon, usada pelos gregos, tanto para
remédio como para veneno, o que determina é a maneira que se usa, doses pequenas de uma
certa substância, administrada várias vezes ao dia, poderia curar, enquanto doses mais fortes da
mesma substância poderia matar ou enlouquecer (ARAÚJO, 2014, p. 30).
A palavra também é usada para se referir a qualquer substância psicotrópica, sendo lícita
ou não, e é nesse sentido que será aplicada nesse trabalho.
Usa-se drogas por vários motivos, para sentir prazer ou só por diversão, por influência
dos amigos, por curiosidade, para fugir da realidade e esquecer as dificuldades da vida, quando
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John Lennon disse, “não se drogue por não ser capaz de suportar a sua própria dor”[...]ele
retratava a realidade de muitos dependentes daquela geração, e essa é a condição de muitos
usuários hoje.
1.3 Naturais
Araújo (2014 p.16) afirma que naturais são aquelas que não foram criadas em
laboratório, podem ser plantas, ervas, flores, cactos, sementes, que podem ser consumidas das
mais variadas formas, exemplos são o cogumelo Amanita Muscaria, a Ayahuasca, uma bebida
obtida pela mistura do cipó (Banisteriopis caapi), com folhas de (Psychotria viridis) os dois
exemplos são alucinógenos potentes, de uso milenar com fins religiosos (enteógenos).
O tabaco a cafeína, o álcool a maconha são mais alguns exemplos dessa classe de drogas,
algumas aparentemente inofensivas, como a cafeína que não provoca os mesmos efeitos do que
o álcool se não for consumida, uma pessoa que toma café constantemente, não sofrerá pela
ausência da cafeína como um alcoólatra sofre pela abstinência do álcool (ARAÚJO, 2014, p.
327).
O imperador chinês Sheng Nung que viveu perto de 2800 a.C., escreveu no Pen Ts’ao
que, “se o fruto da maconha for tomado em excesso, produziria alucinações. Se for
tomado em longo prazo, comunica com os espíritos e faz o corpo flutuar”. O Atarva
Veda, texto sagrado do hinduísmo produzido em cerca de 2000 a.C., considera a droga
uma das cinco plantas sagradas, fonte de alegria e prazer. No último milênio antes de
Cristo, o uso psicoativo da planta já era amplamente difundido. Gregos e romanos
misturavam a planta com vinho e mirra em ocasiões sociais, e os citas queimavam a
planta dentro de vasos metálicos cheios de pedra em brasa, para inalar a fumaça
produzida em pequenas “saunas “improvisadas. “Eles uivam de prazer no seu banho
de vapor relatou Heródoto (ARAÚJO, 2014, p. 25).
As drogas naturais são as mais antigas, fungos, animais, qualquer coisa que estivesse
disposto na natureza e ao alcance das mãos, folhas, flores raízes que pudessem ser ingeridas
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como chás alucinógenos, por exemplo se enquadram nessa categoria, e não é por que a
substância está nessa classificação que é menos perigosa que outras, o que determina o risco
para o indivíduo é a quantidade que usa de determinada substância, se uso for abusivo, esse
descontrole poderá ocasionar a morte, independente da classificação.
1.4 Sintéticas
As drogas sintéticas são produzidas para serem parecidas com os naturais e terem um
custo baixo no processo de fabricação, como declara (ARAÚJO, 2014, p. 22) a metadona e o
fentanil são drogas opioides, com efeito semelhante ao do ópio, criados para imitar as opiáceas,
drogas naturais extraídas da Papoula.
1.5 Semissintéticas
semissintético que tem provocado a miséria de muitas pessoas é a heroína, considerada a droga
mais severa de todas, se produz a heroína modificando a morfina, que é natural (SENAD, 2014,
p. 75).
As drogas semissintéticas vem ganhando espaço no mercado mundial, por ter o custo
baixo para se produzir, e efeitos mais duradouros do que outras drogas, em São Francisco os
usuários de crack passaram a usar cristalmeta, (metanfetamina),justamente por isso, o efeito do
cristalmeta dura 12:Hrs, enquanto o do crack só dura 40 Min, e a diferença de preços também é
significativa, o cristalmeta é mais barato que o crack (SENAD, 2014, p. 75).
1.6 Perturbadoras
As drogas também podem ser classificadas de acordo com os efeitos que elas produzem,
perturbadoras, depressoras, estimulantes, são algumas classificações populares que definem a
atuação da substância no sistema nervoso central, as perturbadoras alteram o funcionamento do
cérebro provocando, ilusões, delírios, alucinações, nessa classe inclui-se o LSD já mencionado
na classe das semissintéticas e que será comentada mais adiante (ARAÚJO, 2014, p. 17).
1.7 Depressoras
1.8 Estimulantes
As que aceleram o (SNC) são classificadas como estimulantes, também conhecidas como
psicoestimulantes, elas acentuam ou aumentam a atividade neural, a cocaína, a cafeína, os
supressores de apetite, a nicotina se enquadra nessa classe, elas diminuem o sono e em alguns
casos provocam hiperatividade, e algumas chegam a aumentar a temperatura corporal
(Glossário de álcool e drogas, 2010, p. 63).
Que as drogas seduzem é um fato notório, elas provocam prazer se isso não fosse verdade
não existiria tantos toxicômanos como existe atualmente, independentemente de sua
classificação, se naturais ou semissintéticas ou sintéticas, ilegais ou não, o comércio ilegal de
substâncias psicoativas produz incansavelmente mais indivíduos dependentes, que são
rotulados por nóias, viciados, adictos, toxicômanos, soando como se fosse a mesma coisa, como
se todos eles estivessem no mesmo estágio de dependência, embora estejam todos no mesmo
barco, são passageiros diferentes (ARAÚJO, 2014, p. 146).
Toda viagem turística começa com uma escolha, procurando itinerários interessantes, os
melhores hotéis, ótimos restaurantes que possam proporcionar uma boa estadia, e uma refeição
satisfatória, enfim momentos agradáveis que ficarão marcados na memória durante toda a vida,
e quando algo sai errado como um hotel que não era o esperado, ou um restaurante que embora
tenha uma boa reputação, deixa a desejar, acaba frustrando o tão esperado passeio, e ficará
marcado também, porém como uma viagem ruim (BEATTIE, 2017, p. 124).
E assim como uma viagem que não deu certo, é a vida de um dependente que escolheu
experimentar algum tipo de droga potencialmente viciante achando que encontraria prazer,
embora tenha atingido esse propósito, não esperava que tudo desse tão errado e que a frustração
o desespero e o sentimento de impotência caminhariam juntos até a libertação do vício, a cura
tão esperada, ou a chegada antecipada da sepultura, de qualquer forma experimentar a droga é
sempre uma má escolha, pois a viagem sempre será ruim (ARAÚJO, 2014, p. 76).
A droga é, desde sempre, um dos mais terríveis meios utilizados para impedir os
homens de tomarem consciência de que são vítimas da evolução da sociedade. Esta é
exatamente a função exercida, há muito tempo, pelo álcool nas classes trabalhadoras.
Nos últimos decênios outras drogas apareceram: os psicotrópicos, cujo comércio é
legal e um dos mais rendosos, e os produtos ilegais, como a heroína e a cocaína. Com
efeito, o mais espantoso não é o número de toxicômanos, mas o número daqueles que,
apesar das enormes dificuldades, recorrem à droga (HERMANN e HORST, 1982, p.
100).
21
O que leva uma pessoa a fazer tal escolha?, Deixar de lado uma carreira promissora, um
futuro brilhante,casamento,filhos,uma vida social ativa, ou perder a infância ou a adolescência
sendo um falcão, se envolvendo com o crime desde novo, um caminho do qual muitos não
retornarão, porque irão para a “vala” antes de votarem pela primeira vez, uma história
estilhaçada em mil cacos, e nem sempre há como restaurá-los (BILL e ATHAYDE, 2006, p.
75).
O usuário que se tornou um dependente químico, que não consegue mais se ver livre das
drogas, irá se aprofundar mais no vício, se não tiver apoio daqueles que estão ao seu redor, e
nessa queda livre contínua no abismo da adicção, o toxicômano perde gradativamente as coisa
mais importantes na sua vida, como família, os laços familiares se rompem em muitos casos,
quando a dependência se aprofunda, porque muitos dependentes, perdem o controle, e acabam
gerando conflitos, furtando objetos de seus familiares para conseguir mais drogas, ou se tornam
violentos, o que dificulta e até impossibilita o convívio (HERMANN e HORST, 1982, p. 125).
Se depois de algum tempo esse mesmo jovem continua usando a substância, e isso já virou
um problema em sua vida, a ponto de não trabalhar mais, largar os estudos acordar pensando
em drogas e dormir pensando em drogas, se é que consegue dormir, então já se tornou
dependente, e quem chega nesse ponto não usa mais porque deseja, mas sim porque precisa,
necessita da substância mesmo que tenha de arriscar a sua vida para conseguir (ARAÚJO, 2014,
p. 186).
Viciado, dependente, usuário, são utilizados como sinônimos quando na verdade existem
diferença entre os termos, um usuário não é necessariamente dependente, mas todo dependente
é um usuário, um dependente possui um transtorno debilitante implacavelmente progressivo
que na maioria dos casos conduz a pessoa a um estado miserável, sendo necessário tratamento
adequado, pois o indivíduo corre o risco de contrair doenças como o H.I.V.ou sofrer uma
overdose fulminante (HERMANN e HORST, 1982, p. 168).
Viciado é sinônimo de dependente é aquele que já está completamente dominado por uma
ou mais substâncias e que tem dificuldades em abster-se delas experimentando sintomas
desconfortáveis após a interrupção do uso ou diminuição da quantidade consumida usualmente,
esses sintomas mudam conforme a substância consumida, outra característica do dependente
químico é que ele passa boa parte do tempo tentando conseguir a droga e na sua utilização,
excluindo quase todas as atividades da sua vida (Glossário de álcool e drogas, 2010, p. 107).
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Toxicomania, adicção, dependência são termos usados para descrever a mesma coisa; o
uso compulsivo de determinadas substâncias que mudam os usuários da esfera do desejo para a
da dependência, a OMS em 1960 recomendou que os termos (hábito e adicção) fossem
abandonados em favor de dependência, que podem existir em vários graus (Glossário de álcool
e drogas, 2010, p. 13).
A dependência química, forma de vício mais comum que existe, é considerada pela
medicina uma doença causada por alterações químicas no cérebro que levam a pessoa
a consumir determinada substância compulsivamente, mesmo quando sabe que isso
terá efeitos graves em sua vida” [...] (ARAÚJO, 2014, p. 179).
Além disso, é importante destacar que toxicomania não é doença. Isso sugere que ela
não depende do poder de ação de um agente etiológico, no caso a droga, para se
instalar. É claro que a droga está implicada no processo de constituição da
toxicomania, mas sem ser fator determinante. Não é a droga que faz o drogado.
(TIBURI e DIAS, 2013, p. 244).
O texto acima retrata a divergência de opiniões sobre o tema, uns acreditam que a
dependência seja realmente uma doença, enquanto outros afirmam que não se trata de uma
enfermidade, a opinião dos autores reflete o pensamento dividido da sociedade, quando o
assunto é drogas, liberação, proibição, descriminalização a polêmica sempre está presente, mais
em uma coisa todos concordar, as drogas é um mau que precisa ser controlado de alguma forma.
algo distante, inalcançável como uma miragem, o dependente se sente incapaz de reassumir o
controle e acaba no fundo do poço (HERMANN e HORST, 1982, p. 191).
2.3 As consequências
O trajeto percorrido por um viciado é marcado por grandes perdas, que formam cicatrizes
profundas, muitos abandonam as famílias ou são abandonados pelos familiares pela dificuldade
que é conviver com um dependente, largam empregos, acabam na miséria se tornando farrapos
humanos (SHEFF, 2007, p. 198).
E os efeitos provocados pelos drogas também são variados, alguns tipos relaxam, deixam o
indivíduo sonolento e outros estimulam, causam hiperatividade, sudorese, alucinações, delírios
persecutórios, insônia, calafrios, pânico desespero, câimbras, vômitos, entre outras coisas
provocadas pelo consumo ou pela ausência da substância, a síndrome de abstinência de
determinadas drogas são cruéis para o indivíduo, e problemática tanto para o dependente como
para aqueles que convivem com o usuário com dependência profunda (HERMANN e HORST,
1982, p. 92).
2.4 Maconha
Bagulho, beck, hemp, skank, brow, chá, marola, são alguns nomes populares da cannabis
sativa conhecida como maconha que é a palavra usada para descrever as flores, e folhas floridas
da planta de cânhamo a droga mais consumida no planeta, 160 Milhões de pessoas fumam
maconha no mundo, que pode ser fumada pura como um cigarro ou misturada com outras drogas
como o crack, ou ingerida como chá (ARAÚJO, 2014, p. 311).
O termo cannabis descreve qualquer uma das diferentes drogas que provêm do cânhamo
indiano, incluindo o haxixe uma variação da droga, feita a partir das resinas da planta de
cânhamo indiano pasta semi-sólida obtida por meio de grande pressão nas inflorescências,
preparação com maiores concentrações de THC, seis vezes mais forte do que a maconha
(Glossário de álcool e drogas, 2010, p. 54).
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O barato, a brisa o toque, são gírias para o efeito experimentado pelos usuários da
maconha, que acreditam que a droga não é nociva e por isso deveria ser liberada como o cigarro
ou o álcool que viciam rapidamente e são prejudiciais para a saúde, facilitando o
desenvolvimento de doenças graves como a cirrose hepática nos alcoólatras e câncer no pulmão
nos fumantes (ARAÚJO, 2014, p. 314).
O consumo habitual de maconha trás consequências para o organismo, assim como as drogas
mencionadas acima, embora a cannabis não seja neurotóxica, ou seja, os neurônios não são destruídos,
a mente e os pulmões sofrem consideravelmente, a memória e o aprendizado são comprometidos e as
probabilidades de desenvolver bronquite são maiores em quem fuma maconha (A verdade sobre a
Maconha, 2018) Disponível em:<https://www.mundosemdrogas.org.br/drugfacts/marijuana.html>
acesso em 19.nov.2018.
Alguns estudos afirmam que a capacidade respiratória piora com o consumo da droga e
aumenta a ocorrência de inflamações no sistema respiratório e de pneumonia, pois a fumaça
27
produzida é irritante, e contém um alto teor de alcatrão, fumar quatro baseados (cigarro de
maconha) por dia são equivalentes a vinte cigarros, os efeitos da cannabis são olhos
avermelhados, (Hiperemia conjuntival) boca seca devido a diminuição na produção de saliva;
taquicardia, (batimento rápido do coração) chegando a 140 batidas por minuto, o usuário
também pode sentir uma sensação de relaxamento, acompanhado de calma, fome,(conhecida
como larica), ou, medo, angústia, tremores, sensação de perigo, ansiedade, e perda de
consciência momentânea (o chamado “branco”) que pode ocasionar uma queda fatal
(ARAÚJO, 2014, p. 314).
2.5 Metanfetamina
Uma droga potente altamente viciável que não escolhe idade, também é consumida por
frequentadores de “danceterias”, “raves”, é uma droga de balada como o ecstasy, que pode ser
fumada, inalada ou injetada age a princípio como estimulante que traz consequências graves
para o usuário e podem ser irreversíveis, provoca sensação agradável, autoconfiança,
desembaraço, os efeitos da metanfetamina parece preencher um vazio na vida do dependente,
que não consegue se ver sem a substância na sua vida (ARAÚJO, 2014, p. 288).
Na minha adolescência sempre tinha ouvido falar que nunca deveria experimentar
heroína. Cara, havia avisos por toda parte e eu tinha medo – afinal. quem usa heroína
fica viciado. Ninguém nunca falou para mim da metanfetamina, também chamada de
cristal. Eu já tinha experimentado cocaína, ecstasy, várias coisas e sempre fui meio
indiferente a tudo. Mas, naquela manhã quando inalei aqueles caquinhos brancos por
aquele canudo plástico azul, minha vida inteira mudou. Eu senti pela primeira vez.
que finalmente tinha encontrado o que sempre havia procurado. Aquilo me completou.
Eu me senti inteiro pela primeira vez (SHEFF, 2007, p. 17).
Essa substância ataca com força destrutiva o usuário, acelerando o batimento cardíaco,
(taquicardia) aumentando a pressão sanguínea, hipertermia (superaquecimento do corpo)
insônia comportamento bizarro, instabilidade, alucinações, irritabilidade psicose isso em
dependentes que consomem a substância a pouco tempo, e doses abusivas podem levar a
convulsões e morte (ARAÚJO, 2014, p. 289).
Para dependentes a longo prazo, as consequências são bem piores, a substância prejudica
o coração, cérebro, rins, pulmões, e fígado, pode ocorrer ataque cardíaco, AVC, causar
problemas respiratórios quando é fumada, quando injetada causa doenças infecciosas e
abcessos, se for cheirada o tecido do nariz é destruído, dependência psicológica profunda, (é
uma das dependências mais difíceis de se tratar) adoecimento dos dentes, ela provoca uma
decadência dentaria grave (conhecida como boca de anfetamina) os dentes são corroídos por
cáries profundas e precisam ser extraídos, depressão e dano cerebral semelhante ao Alzheimer,
a metanfetamina acaba com o organismo de várias formas, é uma das drogas mais destrutivas,
e seus efeitos são severos (A verdade sobre a Metanfetamina, 2016, p. 12) ( D i s p o n í v e l e m :
< h t t p s: / / f i l e s . o n d e ma n d h o st i n g . i n f o / d a t a / w w w. d r u g f r e e w o r l d . o r g / f i l e s / t r u t h
- a b o u t - c r y st a l me t h - b o o k l e t - p t _ B R _ p t _ B R . p d f ? _ = 2 1 5 7 7 1 5 & > A c e s s o
em 06.abr.2019).
2.6 Ecstasy
Uma droga relativamente nova quando comparada as outras como a heroína, a cocaína, a
maconha, mas que já provocou um grande estrago desde que virou uma febre em Dallas no ano
de 1984,o ecstasy também conhecido como Bola, Pastilha ou MDMA que é a sigla do princípio
ativo (Metilenodioximetanfetamina) oferece riscos consideráveis a saúde, embora não haja
relatos de overdose, ela pode provocar a morte de outras maneiras (SENAD, 2014, p. 82).
Uma pessoa em perfeito juízo jamais tomaria essa quantidade de água em tão pouco
tempo, mas quem está sob os efeitos do ecstasy (a viagem) corre esse risco, o exagero no
consumo do MDMA provoca distúrbios, por ser um super. estimulante como a cocaína, o
usuário se torna hiperativo, a audição e o tato se tornam aguçados, a pessoa se torna emotiva e
por isso a substância é conhecida como “Droga do amor”, a pressão arterial aumenta, o coração
dispara, e ranger de dentes durante todo o efeito, que começa trinta minutos após a ingestão, e
insônia quando acaba, o usuário também pode entrar em pânico e ficar ansioso, enfim provoca
uma grande confusão (Glossário de álcool e drogas, 2010, p. 23).
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2.7 Crack
Substância extraída da pasta base da (Erythroxylum coca) planta nativa dos Andes, o
crack é a cocaína em forma de cristal, conhecida como (pedra, rocha) ela é mais potente do que
a cocaína em pó e por isso um dependente quando fuma o crack diz que “deu uma paulada” seu
custo é baixo o que faz dela uma droga popular no Brasil é consumida em larga escala
(ARAÚJO, 2014, p. 296).
O dependente passa a viver exclusivamente para a droga, em uma busca incessante, não
consegue pensar em outra coisa, perdem tudo para o vício, a vida social, bens, família, a droga
é um passaporte para o fracasso, para o fundo do poço, para as profundezas do inferno, é comum
ver pessoas que outrora eram bem sucedidas, trabalhadores, empresários, profissionais liberais
e até atletas e artistas se transformarem em criminosos, ou perderem a vida tragicamente, isso
infelizmente é a realidade de muitos usuários (SHEFF, 2007, p. 122).
31
As drogas como o crack, são sinônimos de morte, por uma série de fatores, o usuário pode
sofrer uma overdose fulminante, já que o organismo desenvolve tolerância pela substância,
mesmo usando só uma vez, e isso faz que o dependente precise de doses mais fortes para
conseguir o efeito desejado, também ocasiona problemas cardiovasculares, AVC, atinge os rins,
pulmões, fígado, ocasiona dores no peito, alucinações, quem se envolve com essa substância
tem sua vida abreviada, e experimenta um sofrimento atroz (ARAÚJO, 2014, p. 294).
2.8 Cocaína
Farinha, poeira, branca, coca ou simplesmente pó, são alguns nomes do cloridrato de
cocaína, uma das drogas ilícitas mais consumidas no mundo que a princípio era usada como
anestésico assim como outras drogas que passaram de uso medicinal para uso recreativo
Sigmund Freud receitava cocaína para seus pacientes e também usava toda vez que achava
necessário, pode ser fumada como crack, cheirada ou injetada, essa substância vicia
rapidamente e pode provocar a morte (Glossário de álcool e drogas, 2010, p. 38).
Nessa época costumava usar cocaína com frequência, para aliviar uma molesta rinite e
ouvira dizer, poucos dias antes, que uma paciente que usava esse mesmo meio, se
havia provocado extensa necrose da mucosa nasal. A prescrição de cocaína para esses
casos, feita por mim em 1885, causou-me graves censuras. Um meu querido amigo,
falecido em 1895, apressou seu fim com o abuso desse meio (FREUD, 1952, p. 170).
A cocaína é uma das drogas mais perigosas e mesmo oferendo riscos à saúde o consumo
da substância aumenta inclusive entre crianças, e após se tornar dependente é muito difícil se
ver livre, muitos usuários dizem ser impossível parar, se comparada com o crack ela é mais cara,
e os efeitos menos intenso, por isso o consumo da cocaína em alguns países é considerada droga
dos ricos e o crack, a droga dos pobres (ARAÚJO, 2014, p. 295).
32
A substância é um estimulante poderoso e pode ser combinada com outras drogas como
a heroína o que se torna um coquetel letal conhecido como speedball, (bola rápida), a cocaína
produz um prazer intenso, a boca fica amarga e seca, o coração dispara e surge uma
autoconfiança muito grande o usuário sente-se capaz de coisas que não consegue fazer quando
está sóbrio, como vencer a timidez, se torna comunicativo, é como se existisse uma outra
personalidade que só é ativada quando se cheira uma carreira, ou quando toma um baque (dose
injetada na veia) (Glossário de álcool e drogas, 2010, p. 111).
Da mesma maneira que o prazer surge, ele desaparece, o barato que os dependentes
buscam é efêmero, porque a tolerância aumenta cada vez que a droga é consumida, a fissura se
instala e com ela vem o medo, os tremores, a depressão, a insônia, alucinações visuais e
auditivas o usuário acredita estar sendo perseguido,vê vultos, e ouve sons que não são reais, a
necessidade de usar mais cocaína. é lancinante (ARAÚJO, 2014, p. 295).
2.9 Heroína
O ópio é uma resina extraída do botão de uma flor chamada papoula (Papaver
somniferum) por Friedrich Serturner que a chamou de morfina, é o principio ativo mais
importante encontrado entre aproximadamente cinquenta substâncias alcalóides da planta, que
foi isolado em 1805, é um analgésico potente usado para combater dores severas (ARAÚJO,
2014, p. 45).
Em quantidades e efeitos, o ópio seco tem 4 % a 20% desses ingrediente, que também é
seu analgésico mais potente, desde que foi isolada pela primeira vez, em 1805, a morfina é um
dos remédios mais importantes para medicina, pois atua sobre os receptores opióides no sistema
nervoso central, alterando a percepção (ARAÚJO, 2014, p. 320).
33
Embora as palavras (pesada e leve) não sejam classificações de drogas, mas uma gíria
popular para exemplificar alguns tipos de substância pelos efeitos que provocam, a heroína é
considerada pela sociedade e pela mídia, como uma droga pesada, e a mais mortal de todas, a
síndrome de abstinência que ela provoca é medonha, tamanha opressão que o dependente é
submetido pela falta da substância, dor, sofrimento angústia e desespero, é o que vive um
viciado em heroína, se é que isso pode ser chamado de vida, que chega ao fim tragicamente por
overdose ou suicídio, em muitos casos, o usuário não aguenta o fardo da dependência e acaba
tirando a própria vida consumindo uma dose letal intencionalmente (HERMANN e HORST,
1982, p. 323).
Na última vez que refleti lucidamente sobre minha situação, cheguei à conclusão de
que, para mim, só existiam duas saídas: desligar-me totalmente ou tomar um hot shot
dose mortal. Infelizmente, a primeira solução estava excluída. Cinco ou seis
tratamentos malsucedidos eram o suficiente. No final das contas eu não era melhor
nem pior que os outros drogados.Então, porque eu deveria estar entre os poucos que
se salvaram? (HERMANN e HORST, 1982, p. 223).
O texto mostra os momentos que antecederam uma tentativa de suicídio que fracassou,
de uma dependente, que ficou mundialmente conhecida, pelo drama que viveu por conta de seu
vício em heroína, seu nome é Christiane Vera Felscherinow (Christiane F.), apesar de ter
tomado uma dose potente para morrer, não foi suficiente devido a tolerância que ela tinha
34
adquirido, ficou desacordada por algumas horas, acordou e saiu caminhando com dificuldade,
a atitude dela foi inspirada no suicídio de outros usuários, dos quais um era seu amigo
(HERMANN e HORST, 1982, p. 225).
No começo a heroína provoca euforia, sensação de bem estar, hipotermia, boca seca,
vômitos e coceiras, e depois o usuário começa a ficar sonolento o batimento cardíaco cai a
respiração fica lenta, e quando usada continuamente os efeitos são destrutivos, queda do sistema
imunológico, o que abre a porta para doenças como a tuberculose, as injeções constantes
também pode provocar destruição das veias e infecções, dos vasos sanguíneos e até do coração,
agulhas compartilhadas aumentam o risco de contaminação de HIV, e doenças do fígados como
hepatite c2 (HERMANN e HORST, 1982, p. 95).
Após algum tempo sem tomar a droga o dependente começa a sentir os efeitos da
síndrome de abstinência que são terríveis, náuseas, vómitos, diarreia, arrepios que podem durar
dez dias ou mais, câimbras, dores nos ossos que fazem o viciado se contorcer em uma agonia
interminável, chora, grita e se esperneia no chão desesperado por mais uma dose de heroína, ou
dinamite H um dos nomes da droga que se encaixa perfeitamente nesse cenário de destruição
que ela provoca na vida de quem começou experimentando e acabou dominado pelo vício
(HERMANN e HORST, 1982, p. 93).
Drogas como a heroína, crack, metanfetamina, cocaína merla, ecstasy maconha, haxixe, e
medicamentos prescritos como a ritalina a dexedrina,que é um estimulante, ou analgésicos
como o oxycontin, demerol e roxanol, que foram catalogados na mesma categoria que o ópio,
são responsáveis pela dependência, adoecimento e morte de milhares de pessoas no mundo, as
três primeiras da lista são considerada as mais perigosas para o usuário, e um desafio constante
para a sociedade (ARAÚJO, 2014, p. 198).
O sonho se torna em pesadelo e a parte boa da vida se um dia existiu começa a cair no
esquecimento o viciado afunda na areia movediça que prende e puxa para baixo, levando o
indivíduo a morte lenta, agonizante, e desesperadora, existe aqueles que conseguem o prodígio
de escaparem dos laços do ópio, das garras da heroína, porém os resultados não são satisfatórios,
a saída que conduz para fora do labirinto é difícil de encontrar (SHEFF, 2007, p. 153).
O dependente será capaz de fazer coisas, que outrora eram inimagináveis para conseguir
mais drogas, a heroína acorrenta a pessoa de tal maneira, que para satisfazer a vontade gritante
do vício passará a furtar, roubar e se prostituir, não medirá consequências, pois o vício o
transformou em um escravo, subjugado pelo ópio, não consegue ver mais nada em sua mente a
não ser, seringas, agulhas, canudos e a substância maldita (HERMANN e HORST, 1982, p.
141).
é preocupante, pessoas que poderiam estar contribuindo de forma significativa com a sociedade
acabam se tornando foras da lei (BILL e ATHAYDE, 2006, p. 237).
E por outro lado a sociedade também perde quando as pessoas que desempenham funções
importantes se tornam dependentes químicos, médicos, advogados, professores, chefes de
família, empresários, ninguém está livre, muitos abandonam a vida profissional, acabam com
seus patrimônios, a vida social desaparece, o casamento acaba, a família luta até onde pode, ou
simplesmente esquece o dependente químico, que era tão importante naquela família, e tudo
isso provocado pela drogas (SHEFF, 2007, p. 49).
2.10 LSD
De um fungo é extraído uma das drogas mais poderosas que existe, o LSD,essa substância
inodora, incolor e amarga é capaz de fazer uma pessoa ficar desconectada da realidade por doze
horas, conhecida como microponto, selo,vidraça, ou ácido, é fabricada em laboratórios
clandestinos por químicos ilegais, é comercializada em papéis que são fracionadas e
eventualmente na forma líquida (ARAÚJO, 2014, p. 308).
O LSD é a sigla em alemão de dietilamida de ácido lisérgico, foi descoberto pelo químico
Albert Hofmann quando trabalhava para a empresa farmacêutica Sando na Suiça,quando ele
procurava um estimulante para o sangue, mas os efeitos alucinógenos da droga, foram
descobertos quando ele ingeriu a substância acidentalmente em 1943, foi testada nas décadas de
40, 50, 60 na psiquiatria e não obteve nenhum resultado satisfatório, foi popularizada por
Timothy Leary, um psicólogo de Harvard, e se propagou como uma epidemia psicodélica, pelos
Estados Unidos, Reino Unido e Europa (ARAÚJO, 2014, p. 309).
Os efeitos podem ser bem ruins se ocorrer uma má viagem que o excursionista (forma
como é chamado os usuários de LSD) poderá sentir, as alucinações começam a surgir depois
de 30 minutos e pode durar 12 horas se não houver abuso, uma dose de 75 microgramas está na
faixa do que é considerada uma quantia adequada, que pode variar de 50 a 150 microgramas,
passando disso é considerada uma viagem pesada, só para excursionistas experientes
(ARAÚJO, 2014, p. 308).
A venda de substâncias ilícitas ou não que provocam prazer é um negócio que movimenta
bilhões de dólares no mundo, as lícitas injetam fortunas nas indústrias de propaganda gerando
empregos e contribuindo de certa forma, favoravelmente com a sociedade, e as ilícitas
arrecadam mais dinheiro que é investido em mais drogas, armamentos e também financiam
outros crimes como a corrupção (ARAÚJO, 2014, p. 92).
Há países que são grandes produtores e exportadores de drogas e outros que servem como
corredores, verdadeiros centros de distribuição de drogas, e isso inclui o Brasil que mesmo não
sendo um produtor de cocaína como o Peru e a Bolívia, exporta a droga para Bélgica, Espanha,
Itália, Portugal, aqui a substância é consumida em larga escala, pois o que não falta são
consumidores (DE ABREU, 2017, p. 187).
É um fato que existem pessoas simples que dependem diretamente desse atividade ilegal
para sobreviverem, desde agricultores das plantações de Coca (Erythroxylum coca) e isso inclui,
famílias inteiras, no Peru, Bolívia, Colômbia, os trabalhadores no plantio de Papoula (Papaver
somniferum) e extração do ópio no Afeganistão, que fazem esse tipo de trabalho por que é mais
lucrativo, plantar ópio rende 6,3 vezes mais do que plantar trigo (ARAÚJO, 2014, p. 113).
39
Os países que tem uma política de drogas bem estruturada, com um serviço de inteligência
antidrogas mais eficiente que aqueles com maior vulnerabilidade, está bem longe de conseguir
impedir que as drogas entrem em seus quintais, o preço pago é alto e o resultado não é
satisfatório, existe um combate incansável, incessante ao tráfico de drogas internacional, e o
nacional será tratado posteriormente nessa pesquisa (DE ABREU, 2017, p. 201).
Nomes como, Amado Carrilo Fuentes, conhecido como “Senhor dos Céus “que acumulou
uma fortuna de 25 bilhões de dólares chefiando o cartel de Juarez responsável pela venda de
cocaína para os Estados Unidos na década de 1990, que era enviada da Colômbia para o México
em Boeings 727, o Joaquin Guzmán Loera, o El Chapo, chefe do quartel de Sinaloa, Pablo
Escobar Chefe do Cartel de Medellín que atuou nas décadas de 1970 à 1980 como principal
exportador de cocaína para vários países, formada por uma rede de traficantes como os irmãos
Jorge Luiz, Juan David e Fábio Uchoa Vasquez, José Gonzalo Rodriguez Gacha, se tornaram
conhecidos mundialmente pela fortuna e pela quantidade de droga que movimentavam
(ARAÚJO, 2014, p. 100).
Todos querem uma parte nesse negócio bilionário, pelo menos cinco grupos mexicanos,
os russos da Sysranskaya Groopirovka, a Cosa Nostra, máfia ítalo-americana que atua nos
Estados Unidos, a Yamaguchi Gumi um dos principais grupos da Yakuza a máfia japonesa, o
Sindicato Mclean na Austrália a máfia italiana Ndrangueta, e a Facção brasileira como o
Comando Vermelho, todos responsáveis pelo venda ilegal de drogas no mundo, cocaína,
opiáceos e maconha é o que predomina nesse comércio nocivo, que movimenta rios de dinheiro
e de sangue, a violência é uma característica marcante nesse tipo de atividade, uma parte
considerável dos homicídios estão ligados diretamente ao narcotráfico (ARAÚJO, 2014, p.
131).
40
3.2 Colômbia
Aviões, submarinos (narcosub) que são construídos exclusivamente para esse fim, ao
custo de dois milhões de dólares e que depois de fazerem a entrega são afundados, ou quando
descobertos os traficantes afundam a embarcação mandando para o fundo do mar uma carga de
cocaína pura, que chega a ser a avaliada em duzentos milhões de dólares ou engenhocas como
imãs potentes que são adaptados para levar drogas preso nos cascos de navios cargueiros
(ARAÚJO, 2014, p. 121).
3.3 México
O conceito de crime organizado não está bem definido, e tem sido objeto de debate
contínuo geralmente entende-se que é uma associação hierárquica, de empreendedores que
faturam mais do que outras facções criminosas organizadas, usam de violência e corrompem
autoridades sistematicamente, misturando suas práticas a economia social (ARAÚJO, 2014, p.
102).
São responsáveis por chacinas, gangues inteiras são exterminadas, decapitadas, e tem seus
membros espalhados, promovendo um verdadeiro show de horrores sem limites, nem
celebridades estão livres do alcance desses criminosos bestiais, que matam desordenadamente
com requintes de crueldade, menosprezam a vida humana, como se não valesse absolutamente
nada, em uma tentativa de manter o controle do tráfico, a rivalidade dos cárteis mexicanos tem
assombrado a Nação q u e é oprimida pelo narcotráfico (TRIVILINO, 2016, p. 106).
Após a morte de Pablo Escobar na Colômbia pela Polícia Nacional em 1993 o Cartel de
Medellin chegou ao fim e o mesmo aconteceu com o Cartel de Cálli após a prisão de Gilberto
42
O México é considerado o país mais violento do mundo e o poder e violência dos cartéis
mexicanos continuam em ascenção, narcotraficantes poderosos como Ismael “El
Mayo”Zambada, Juan José Esparragoza Moreno, Amado Carrilo Fuentes “Senhor dos Céus”,
Miguel Ángel Félix Gallardo, “El Padrinho” servem de inspiração para quem quer fazer
dinheiro fácil e ser respeitado no submundo do crime, o México desempenha um papel de
extrema importância no tráfico de drogas mundial, fornecendo, cocaína, heroína, maconha e
metanfetaminas, para os Estados Unidos, é um braço forte do crime organizado responsável
pelo aumento de dependentes de drogas ilícitas depressoras, estimulantes no mundo
(TRIVILINO, 2016, p. 107).
3.4 Itália
É responsável pelo fornecimento de drogas para a Europa, a máfia italiana Ndrangueta foi
liderada por Antonio Pelle, essa organização vivia da prática de sequestros e passou para o
tráfico internacional de drogas se tornando um dos principais desafios no combate ao comércio
ilícito de drogas, mobilizando as forças policiais internacionais em várias ocasiões (DE ABREU,
2017, p. 188).
O Brasil despertou o interesse da máfia da Calábria em 1990, quando o país servia como
rota de distribuição de Cocaína, que chegava em toneladas no Brasil e era enviada para o porto
de Gioia Tauro, quartel general dos mafiosos calabreses, o faturamento com o comércio ilegal
de drogas chegou a 45 bilhões de euros por ano, um negócio muito lucrativo para a
‘Ndrangueta.que era muito bem organizada, contavam com uma doleira gaúcha, que morava
em Londres, chamada Maria de Fátima Stocker, a “Diretora”, era ela quem ordenava os
pagamentos pelo seu braço direito no Brasil, Luzia Elaine de Souza Roman a “Secretária”,que
fazia o pagamento sempre em quantias elevadas, em uma ocasião ela fez o pagamento de 600
mil dólares em espécie (DE ABREU, 2017, p. 187).
43
O comércio ilegal de drogas tem várias facetas, e no mundo surge por todos os lados,
organizações criminosas que estão se fortalecendo continuamente, algumas possuem até
logotipo como a Yamaguchi Gumi, um dos tentáculos da Yakuza, a máfia japonesa, ser
criminoso não é sinônimo de despreparado e nem de ser analfabeto, a imagem de um bandido
outrora era associada a alguém fracassado, pobre sem formação nenhuma, hoje quando se trata
de narcotraficante, a imagem que se tem é de poder, dinheiro, status, influência, respeito entre
seus pares, e armas poderosas (ARAÚJO, 2014, p. 131).
O que era para sair de circulação, volta as ruas novamente e o que é pior pelas mãos de
polícias corruptos, generais que traficam usando aeronaves das forças armadas para transporte,
isso torna o combate ao tráfico internacional uma tarefa árdua, a Organização Internacional de
Polícia Criminal a Administração de Repressão às Drogas, Agência Contra o Crime Organizado
Grave e a Polícia Federal, se esforçam,e quando necessário trabalham em conjunto, como a
operação Monte Pollino entre a polícia italiana e a PF em 2014 que culminou na prisão de 12
44
pessoas, mas todo esse empenho não é suficiente para neutralizar o narcotráfico internacional
(DE ABREU, 2017, p. 204).
3.5 Paraguai
A maconha nasce praticamente em qualquer lugar do mundo, 175 países cultivam a erva,
e por esse motivo se torna inviável falar do papel que cada um deles tem no comércio mundial
da drogas, dentre todos o Paraguai ocupa uma posição de destaque, por ser considerado um dos
maiores produtores de maconha que é um mercado muito lucrativo, é a droga mais consumida
do mundo (ARAÚJO, 2014, p. 111).
Um hectare cultivado de cannabis, uma área um pouco maior de que um campo de Futebol
é possível colher 3 toneladas de maconha avaliado em 90 milhões de guaranis, e em uma área
do mesmo tamanho plantado com algodão, o valor é de 3 milhões de guaranis, a maconha tem
três safras no ano, e o algodão apenas uma, é possível ganhar 90 vezes mais plantando a erva,
onde existe carência cresce as plantações, estima-se que 800 mil pessoas dependam diretamente
da maconha no Paraguai (ARAÚJO, 2014, p. 109).
3.6 Afeganistão
Embora as folhas de coca só nasçam em países andinos, e por esse motivo a produção de
cocaína se concentrem nesses países dos quais a Colômbia é o principal, as plantações de
45
papoula de onde se extrai o ópio estão praticamente do outro lado do mundo, uma droga com o
preço elevado, também é cultivada por agricultores pobres, e mobiliza muita gente no produção,
entre plantio, extração, refino e venda da substância, do contrário da cocaína que tem grupos
pequenos de traficantes formados por irmãos, amigos de infância, ou amigos feitos na cadeia,
que movimentam bilhões de dólares (ARAÚJO, 2014, p. 113).
A Europa é o maior consumidor dessa substância, que chega principalmente por via
terrestre pela rota dos Balcãs, mas também é feita por aeronaves que decolam da Turquia, que
segundo o Observatório Europeu de drogas, em 2009 registrou uma apreensão anual
impressionante de 16 toneladas de heroína, os traficantes usam vários caminhos para abastecer
46
o mercado europeu, usando uma ramificação da rota dos Balcãs, passando pelo Iraque, antes de
entrar na Turquia, ou passar pelo Irão, Turquemistão, ou atravessar o mar Cáspio e chegar na
Armênia, Azerbaijão e Georgia,para entrar na Turquia, e depois enviar para o ocidente e ser
distribuída na Europa (TOXICODEPENDÊNCIA, 2018, p. 26).
Grandes carregamentos de heroína também são enviados pelo mar, dos portos do
Paquistão e do Irão, no Golfo Pérsico e no Golfo de Oman, destinados a Europa de várias
formas, o Observatório Europeu de drogas afirma que essa heroína geralmente saem de
terminais de containers e de portos de pesca na Costa do Makran, são enviados em containers
disfarçados com cargas que variam de 20 a 500 Kg, com grau de pureza elevado, em 2014
foram apreendidas 15 remessas de droga totalizando 4,1 toneladas (ARAÚJO, 2014, p. 124).
3.7 Brasil
O cangaço foi um movimento, que fez o sertão perder a paz, sob o comando de alguns
cangaceiros sanguinários como Antônio Silvino, Corisco e Virgulino Ferreira da Silva
(Lampião) chefe de um bando que ficou famoso, por fazer par com Maria Gomes de Oliveira
(Maria Bonita), e foi considerado o rei do cangaço, naquela época as armas de fogo que eram
motivo de orgulho e ostentação para eles, eram os revólveres Colt 38 niquelado (Colt Cavalinho),
Pistola Luger 1908 9 mm, Pistola Browning 1910 7.65 mm e outras arma (FACÓ, 1978, p. 164).
Eram armas potentes para aquela época, mas nada se compara ao poderio bélico que está
nas mãos dos criminosos da atualidade, Pistolas 9 mm, Fuzis como o AR-15,e o AK-47, armas
poderosas como a .50, são usadas para aterrorizar a sociedade brasileira, as facções criminosas
possuem um arsenal considerável, para garantir a segurança dos seus territórios, guerrear com
seus adversários e com a polícia, e no meio do fogo cruzado fica a população, com medo de ser
atingido por bala perdida a todo instante o que é comum no Brasil (ARAÚJO, 2014, p. 138).
O trafico de drogas no Brasil também tem seus barões, homens que movimentam milhões
de reais com o comércio ilegal de drogas, principalmente crack e cocaína que acumulam
47
riqueza ilicitamente e que praticamente mandam nos lugares em que atuam, condenam pessoas
a morte em tribunais do crime, encomendam a morte de outros chefes, carregam autoridades
em seus bolsos, e recrutam adolescente e crianças, para fazerem parte desse exército de
traficantes que não para de crescer, nesse contingente nem todos tem a oportunidade de
enriquecer, a maioria ganha uma quantia mensal simbólica, e uma arma que impõe respeito na
cintura, acabam presos ou mortos prematuramente (BILL e ATHAYDE, 2006, p. 127).
Fernandinho Beira Mar, Tio Patinhas, Manga Larga, Cabeça Branca, são alguns
traficantes poderosos que atuaram e ainda atuam, no comércio ilegal de drogas, é impossível de
fiscalizar a fronteira brasileira, isso favorece a entrada de armas, drogas e criminosos
estrangeiros que buscam refúgio, somando a extensão territorial do país, são fatores que torna
difícil o combate ao tráfico de drogas no Brasil, que fatura quantias exorbitantes usadas para
custear a compra de armas e a corrupção, os traficantes são os maiores compradores de armas
do mundo, comparados aos grupos guerrilheiros (DE ABREU, 2017, p. 33).
Passagem obrigatória de cocaína que chega ao interior paulista, Mato Grosso tem 983
quilômetros de fronteira com a Bolívia. Só de fronteira seca são 750 quilômetros. Um
prato cheio para a travessia de pasta base de cocaína produzida no país vizinho. Não é
à toa que 52,4 % da cocaína apreendida no Brasil tem procedência Boliviana de acordo
com a Polícia Federal. A fronteira é recheada de estradas de terra estreitas ligando um
país ao outro, o que torna humanamente impossível fiscalizar 24 horas uma extensão
tão grande. Trabalhar na fronteira é enxugar gelo, afirmam os policiais do Gefron,
criado pelo governo mato-grossense para combater o tráfico de drogas e armas nas
proximidades com o país vizinho (DE ABREU, 2017, p. 231).
Existe muitas estratégias dos traficantes para colocar essa droga no Brasil, o uso mais
comum são as mulas, como mostra o texto acima geralmente são bolivianos contratados por R$
200.00 para atravessarem 10 Kg de pasta base em mochilas, andam de madrugada cortando a
mata, arriscam a vida por uma ninharia, enquanto os barões enriquecem, um quilo de cocaína
48
na Colômbia custa em torno de 2,1 mil dólares, e no México o valor é multiplicado custando
de 14 a 18 mil dólares, outro método é o boi de piranha, enquanto um boliviano atrai a atenção
do Gefron no posto de fiscalização com pouca droga, normalmente um quilo de pasta base,
outros se aproveitam da situação passando carros, caminhões cheios de cocaína pelo posto
policial, seria cômico se não fosse trágico, sacrifica-se um para lucrar muito (DE ABREU,
2017, p. 234).
As drogas também fluem por outros lados, são muitos municípios que fazem fronteira
com outros países, segundo a Confederação Nacional de Municípios o Brasil possui
aproximadamente 16.886 km de fronteira dessas 9,523 Km é formada por canais rios e lagos, e
nessa extensão encontra-se 588 cidades, distribuídas pelos estados do Amazonas, Amapá, Acre,
Matogrosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Pará, Rio Grande Do Sul, Roraima, Rondônia, Santa
Catarina (DE ABREU, 2017, p. 232).
Todos usados como rota para traficantes que veem na Pátria Amada, um meio de ganhar
dinheiro rápido é fácil, o comércio ilegal de drogas é arriscado e muito, mas esse esforço é
compensado para o grande traficante, o retorno financeiro é garantido, droga na mão para quem
não usa, é dinheiro em caixa (DE ABREU, 2017, p. 471).
Não há como a Polícia Federal ou qualquer outro grupo de combate e repressão às drogas,
fiscalizarem 100 % do que entra e sai, pelas regiões fronteiriças, com Venezuela, Bolívia, Peru,
Suriname, Colômbia e Guiana Francesa, e esse desafio também é enfrentado por essas nações,
a fiscalização pela Polícia boliviana praticamente não existe, um obstáculo praticamente
impossível de ser removido, o fluxo de cocaína que passa pelas fronteiras do Brasil, são
exorbitantes, embora a PF consiga êxito em várias operações, lutando incansavelmente contra
o tráfico, um resultado satisfatório está bem longe de ser alcançado, fiscalizar as fronteiras é
como enxugar gelo, afirma um policial da GEFRON (DE ABREU, 2017, p. 475).
O Sul do país é formado por três estados, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná é a
menor região, e fazem fronteiras com Uruguai, Paraguai e Argentina, um estudo feito pela
Confederação Nacional de Municípios afirma que essa região é formada por 418 cidades
fronteiriças e 71% de 298 foram entrevistadas, das quais 54% afirmaram que suas cidades
serviam de rota do tráfico, disputada por facções criminosas (COSTA, 2017, p. 96).
49
Esses grupos violentos tentam manter o controle dessas rotas trocando tiros e cometendo
chacinas, o terror vem de ambos os lados, o sangue é derramado constantemente e a morte
cumpre seu papel nas formas mais medonhas e cruéis, quando um integrante de uma facção
morre no fogo cruzado, ou de emboscada logo é substituído, e surge mais uma viúva, um filho
órfão ou uma mãe que se lamentará por um filho ou filha que fez uma escolha infeliz, fazer parte
de uma facção criminosa nunca será uma boa escolha (BILL e ATHAYDE, 2006, p. 67).
As regras existem até no submundo do crime, a disciplina deve ser obedecida, e a moeda
corrente com que se paga a desobediência é a vida, exemplo é a lei do silêncio, nunca há
testemunhas, e denúncias só no anonimato, a comunidade que está sobre o manto de uma facção
está sob o domínio do medo, os cidadãos se veem na obrigação de ficarem calados para não
serem executados, ou ter a família inteira assassinada e com requintes de crueldade (FARIA,
2010, p. 32).
Um ponto de venda de drogas no morro do Rio de Janeiro por exemplo, conta com a
participação de várias pessoas, que desempenham funções diferentes até a substância chegar nas
mãos dos usuários, o chefe é conhecido como manda chuva, é ele que tem os armamentos e os
contatos para adquirir a mercadoria (cocaína,crack,maconha), depois dele vem o gerente geral,
que é encarregado de formar equipes que embalam e misturam (batizam as drogas) o que
aumenta a quantidade e o lucro do dono, e piora a qualidade da substância prejudicando o
usuário, essas equipes de embaladores recebem por quilo de droga que embalam (ARAÚJO,
2014, p. 134).
50
Os adolescentes e crianças mais pobres são atraídos para esse tipo de vida, por ser um jeito
mais fácil de ganhar algum dinheiro, uma criança começa a ser aliciada pelos traficantes
recebendo pequenas tarefas, como ir ao mercado, ou levar uma arma para alguém, com o tempo
esse convívio se transforma em um laço mais forte, esse estagiário (criança) crescerá e passará
a ser integrante mais efetivo nesse grupo, desempenhando um papel mais importante, almejando
em ser um manda chuva, e poderá perder a vida jovem sendo um simples falcão, ( sentinela)
uma das posições mais baixas na hierarquia, ocupada por adolescentes armados (BILL e
ATHAYDE, 2006, p. 129).
[...]Nessa noite, nosso alvo eram as crianças que faziam favores para a boca.” Os fiel”,
como eram chamados. É impressionante como, no caso desses meninos, o destino já
estava traçado. Quando voltamos à favela, meses depois, todos estavam empunhando
armas. Aqueles garotos que havíamos entrevistado agora eram marginais de alta
periculosidade. Segundo os rádios da polícia, eram elemento de destruição [...] O mais
velho queria ser médico de parto. Não conseguiu, foi morto seis meses depois. Dois
meses depois da decisão de entrar para o crime (BILL e ATHAYDE, 2006, p. 127).
O patrimônio também pode ser atingido roubos, assaltos a banco no estilo cangaço, e até
incêndios criminosos que são ordenados de dentro dos presídios, ônibus, caminhões, prédios do
Estado, postos de gasolina, todos se tornaram alvos, e estão na mira de um atirador de elite
invisível, prestes a apertar o gatilho, o Brasil é visto como um país de impunidade, ou de punição
ineficaz, o criminoso de alta periculosidade que tem poder de decisão mesmo preso continua
cometendo crime, inclusive ordenado a morte de pessoas (FARIA, 2010, p. 35).
52
O tráfico de drogas é um crime grave, pois não atinge uma única pessoa ou só uma família,
um pequeno traficante, aquele que vende em pequenas quantidades pode fornecer drogas
continuamente para dezenas de usuários por muito tempo, inclusive aceitando objetos como
forma de pagamento, roupas, calçados, relógios, celulares, jóias, tudo que possuir algum valor,
os viciados estarão se destruindo ao mesmo tempo que se tornam um problema para a família e
a sociedade (LIMA, 2016, p. 734).
E pelo extensão do dano que provoca, esse crime equiparado aos hediondos no Brasil, é
punido severamente em alguns países, como China, Indonésia, Malásia, Myanmar, Singapura,
Arábia Saudita, Vietnã entre outros, aplicam-se a pena capital, em alguns casos o traficante é
condenado a morte, em 2004 o carioca Marco Archer Cardoso Moreira tentou entrar na
Indonésia com 15 Kg de cocaína, nos tubos de uma asa delta, o brasileiro não teve sorte foi
preso por tráfico de drogas e condenado à morte (SILVA, 2016, p. 80).
Mas a punição na base do olho por olho, não intimida tanto, não ao ponto de extinguir a
prática, o país que aplica a pena de morte por tráfico de drogas, homicídios, latrocínios ainda
sofrem com esses crimes, esses países conseguem diminuir a pratica delituosa por algum tempo,
até que o indivíduo perde o temor da punição, principalmente se o estilo de vida da pessoa for
perigosa, como um assaltante de banco, que corre o risco de morrer baleado em um conflito
com a polícia na hora do assalto, porque ele temeria a morte se já é acostumado com a ideia?
(MONTESQUIEU, 2010, p. 100).
53
E esse privilégio favorece o agente por se tratar de uma causa de redução de pena, podendo
ser reduzida de um sexto a dois terços, a intenção do legislador é punir com menos severidade
o pequeno traficante, que se for condenado a cinco anos que é o mínimo a ser aplicado e for
reduzida em dois terços, a pena poderá ser fixada em um ano e oito meses, o que abre a
possibilidade do apenado começar a cumprir em um regime menos gravoso, como no aberto, e
a privativa de liberdade ser substituída pela restritiva de direito (SILVA, 2016, p. 104).
Primário é aquele que não sofreu uma condenação definitiva por algum crime, que só
ocorre após o trânsito em julgado, quando não existe mais a possibilidade de reverter a sentença
através de recursos, salvo algumas raras exceções como a revisão criminal, a primariedade está
relacionada ao princípio da presunção de inocência com fundamento no Art. 5° LVII CF/88,
ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
(GRECO, 2017, p. 290).
54
Com relação, ainda, aos antecedentes, o STJ tem decidido a condenação definitiva
por fato anterior ao crime descrito na denúncia, mas com trânsito em julgado posterior
à data do ilícito penal, ainda que não configure a agravante da reincidência, pode
caracterizar maus antecedentes e impedir a concessão da substituição da pena privativa
de liberdade por restritivas de direito, pois diz respeito ao histórico do apenado (art. 44,
III, do CP (SALIM e DE AZEVEDO, 2017, p. 456).
O STJ tem decidido que a condenação por um crime anterior ao que está na
denúncia, mas com o trânsito em julgado posterior ao ilícito denunciado não pode ser
usado para agravar a pena, mas poderá caracterizar maus antecedentes e impedir a
concessão da substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos, pois
diz respeito ao histórico do apenado (SILVA, 2016, p. 49).
companheiros, e é claro na sociedade, que não compreende essas ações por não assemelhar a uma justa
punição (Presidente Prudente e Região, 2017) (Disponível em:<https://g1.globo.com/sp/presidente-
prudente-regiao/noticia/ministro-do-stf-manda-soltar homem-preso-em-flagrante-com-2115-quilos-de-
cocaina.ghtml >Acesso em 21.jan.2019).
4.3 Reincidência
O reincidente é aquele que pratica uma infração penal, com uma ou mais
condenações por crimes anteriores, que já transitaram em julgado em seu histórico
criminal, é uma circunstância que agrava a pena, ficando a critério do juiz, que lastreado
no princípio da razoabilidade definirá o quantun, diante da lacuna existente na legislação
brasileira que não menciona que quantidade deve-se atenuar ou agravar a pena (SILVA,
2016, p. 49).
O dependente que carrega drogas para consumo pessoal, tem tratamento diferenciado pela
legislação brasileira, de quem comercializa, desde que a quantidade que estiver em sua posse
seja considerada pelo juiz como destinada ao uso próprio, após analisar a quantia, o local que
foi apreendida, a conduta social da pessoa e as circunstâncias será tipificado a conduta, se o
agente possuir todos os requisitos que o ordenamento jurídico exige será considerado como um
viciado que o Estado tentará ressocializar (LIMA, 2016, p. 696).
A pena aplicada para pessoas que portam drogas para consumo já foi considerada uma
simples medida educativa quando a Lei 11,343/06 ainda era um projeto, e mesmo tendo esse
objetivo, foi o estopim para se instalar a discórdia, pois acreditavam que a população entenderia
esse termo como um meio de descriminalizar a posse de drogas, então devido a essa
preocupação a Câmara dos deputados optaram pela expressão “penas” (LIMA, 2016, p. 712).
A autoridade policial poderá prender por tráfico, mas se a pessoa tiver um histórico de
tratamentos para dependência química, internações em clínicas de recuperação, ou outros fatos
que evidenciarem que a droga é para consumo, ele poderá se ver solto, acusado no artigo 28 da
Lei 11.373, e sofrer uma punição branda que consiste em I-advertência sobre efeitos das drogas,
II-prestação de serviços à comunidade, III-medida educativa de comparecimento à programa e
curso educativo (SILVA, 2016, p. 43).
57
Nessas mesmas sanções se enquadram aqueles que semeia, cultiva ou colhe plantas para
produzirem pequenas quantidades de drogas para uso pessoal, como ter um pé de cannabis em
casa, essas pessoas não buscam enriquecimento ilícito, esperam com essa conduta conseguir
drogas com qualidade melhor e economizar dinheiro, como acontece na Holanda, país liberado
o consumo de drogas e o cultivo em laboratório da maconha, que atingem níveis elevados em
THC, chegando a 16%,essas punições podem ser aplicadas isoladas ou cumulativamente, se
entender o magistrado que a sanção inicial não resolveu o problema poderá mudar a espécie da
pena a qualquer tempo, desde que ouça o defensor e o MP pois nessa circunstância a oitiva é
imperiosa (SILVA, 2016, p. 44).
A legislação brasileira se omite sobre quantas vezes essa multa poderá ser aplicada, sendo
possível usar esse instrumento várias vezes, buscando como dito anteriormente o cumprimento
da sanção imposta pelo Juízes se acaso o agente falecer é possível que a dívida seja transmitida
aos sucessores do de cujus que responderão até as forças da herança nos termos do artigo 1.792
do Código Civil, é comum que quem é condenado por posse de drogas para uso pessoal cumpra
as penas impostas para evitar o agravamento da situação, mesmo porque a punição é branda
para quem é pego nesse crime (LIMA, 2016, p. 717).
58
O valor da multa deverá ser de acordo com a capacidade econômica do agente, nem todos
os usuários que se tornaram dependente possuem renda fixa, ou seja pode ser que a pessoa não
tenha condições de pagar a dívida por falta de recursos, o que agravaria a situação
involuntariamente, a população de dependentes químicos não só no Brasil mas no âmbito
mundial é formada na sua grande maiorias por pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza,
e não é interessante para o Estado aplicar uma pena que o agente seja incapaz de cumprir, por
outro lado uma multa de valor irrisório para um viciado que tenha um patrimônio considerável
será ineficaz (SILVA, 2016, p. 66).
Nesse contexto o juiz determinará o valor do dia-multa entre um trinta avos até 3 (três)
vezes o valor do maior salário mínimo, e os valores conseguido com as multas são creditadas à
conta do Fundo Nacional Antidrogas, (Funad) administrado pela Secretaria Nacional de Política
sobre Drogas e os recursos são usados no combate e repressão ao tráfico de drogas, para
desenvolvimento de projetos voltados para a prevenção ressocialização, tratamento e
recuperação de toxicômanos (LIMA, 2016, p. 725).
O dependente químico é favorecido na legislação brasileira por não sofrer penas mais
gravosas como a privativa de liberdade, isso ocorreu devido a mudança na política criminal em
relação ao usuário de drogas, segundo o artigo16 (revogado) da Lei 6.368/76 aquele que fosse
pego com drogas para consumir poderia ser apenado com detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois)
(anos) e pagamento de 20 (vinte) a 50 (cinquenta) dias-multa, com a Lei 11.343/06, o autor do
crime de posse para consumo, é advertido sobre as consequências das drogas, pode prestar
serviços à comunidade, participa de programas educativos, e pode ser multado, mas a pena
privativa de liberdade não se aplica (LIMA, 2016, p. 712).
O tráfico de drogas não é praticado só por uma pessoa, existe um longo caminho a ser
percorrido até que a substância chegue a mão do consumidor, a presente pesquisa tem
59
demonstrado isso desde do início, o lavrador, as chamadas mulas que levam a droga através da
fronteira, os caminhoneiros pilotos de aviões,helicópteros, os barões das drogas, que injetam
fortunas para financiar tudo o que for necessário para o crime ser eficaz, isso inclui a corrupção
que será comentada ao seu tempo (SILVA, 2016, p. 111).
Trata-se de tipo penal subsidiário em relação ao crime do art. 33, caput, da Lei de Drogas,
ocorrendo o crime principal de tráfico de drogas em um mesmo contexto fático, afasta-se a
aplicação do tipo subsidiário do art. 34 a título de exemplo, se a polícia não conseguir localizar
nenhuma quantidade de droga em um laboratório clandestino durante a execução de um
mandado de busca domiciliar, porém encontrar uma balança de precisão com vestígios de
cocaína, o agente deverá ser autuado em flagrante delito pela prática do art. 34, porquanto
demonstrado que tal aparelho era utilizado na preparação de droga (LIMA, 2016, p. 761).
Por isso, com o objetivo de conferir maior eficácia ao tipo penal do art. 34 da Lei de
Drogas, a maioria da doutrina sustenta que o dispositivo abrange tanto o maquinário
exclusivamente destinado à preparação de drogas quanto aqueles objetos
eventualmente empregados na fabricação, preparação, produção ou transformação de
drogas (v.g., bico de Bunsen, estufa, pipetas, destiladores, etc.). Na verdade, basta que
seja comprovado que, apesar da finalidade aparentemente lícita, tais instrumentos
eram efetivamente utilizados pelo agente para fins de fabricação de drogas (v.g.,
balança de precisão). (LIMA, 2016, p. 763).
A Lei 11.343/06 no seu artigo 34 prevê a punição de reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos,
e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias, para quem fabrica,
adquire,utiliza,transporta, oferece, vende distribui, possui, guarda ou fornece aparelho ainda
que sem cobrar por isso, ou qualquer instrumento ou objeto que sirva para produzir ou modificar
drogas sem a devida autorização, ou se a possuir mas estiver em desacordo com ela, por se tratar
de um crime subsidiário do artigo 33 da referida Lei, ocorrendo o crime principal de tráfico de
drogas em um mesmo contexto fático, afasta-se a aplicação do tipo subsidiário do artigo 34 (Lex
primaria derogat lex. subsidiariae) (SILVA, 2016, p. 112).
O artigo 34 da Lei 11.343/06 não engloba os utensílios usados para consumir a droga,
como uma lâmina para separar cocaína, ou um cachimbo para fumar crack, se algum objeto for
apreendido com resquícios de drogas, o agente responderá pelo artigo 28,porque nessa
circunstância é evidente que o aparato se destina ao consumo apenas, e não para fabricação ou
produção de drogas (LIMA, 2016, p. 761).
4.8 Corrupção
Partindo do princípio de que, do comércio ilegal de drogas surgem outros crimes como
furto, roubo, homicídios, porte ilegal de armas, comércio ilícito de armas de fogo, falsidade
ideológica, o destaque fica para a corrupção, que ao se instalar potencializa os golpes do crime
contra a sociedade, minando suas forças, não há como combater o crime, quando aquele tem
essa função, se torna aliado do inimigo, o resultado de tal união será o oposto do que se espera,
ou seja ao invés de vitória, se amargará a derrota (ARAÚJO, 2014, p. 138).
Nem todos os traficantes tem condições de fazer o que Pablo Escobar fez, mas a
desigualdade social é gritante em muitos lugares, não só na Colômbia, isso é um fenômeno
mundial sendo acentuado em alguns países, a pobreza está presente em todos os lugares, e não
é diferente no Brasil, uma cesta básica ou litros de leite distribuídos na favela é suficiente para
conseguir conquistar uma parte da comunidade que será grata ao líder do tráfico naquela região
(BILL e ATHAYDE, 2006, p. 173).
A ONU afirmou que o maior problema do Brasil em 2018 foi a corrupção, segundo
estatística do Datafolha, o Brasil sofreu um prejuízo de 300 bilhões de dólares desde 1970 só
em obras de infraestrutura, ou a cada ano 5% da economia Global são pagos com propinas, esse
crime movimenta trilhões de dólares no mundo, escolas, hospitais e outros serviços
fundamentais não são construídos, nem oferecidos por conta dessa prática criminosa (ARAÚJO,
2014, p. 143).
62
Por ser um crime que envolve muitas disputas territoriais, o tráfico de drogas promove
uma violência desenfreada, produzindo vítimas fatais em números assustadores, troca de tiros
entre grupos rivais, e com a polícia, ocasionam muitas mortes, e nesse fogo cruzado, as balas
perdidas acertam quem não tem absolutamente nada a ver com isso, adolescentes, crianças, o
projétil não escolhe quem atingir, não faz distinção, se é negro ou branco, se é jovem ou velho,
muitos menos se é justo ou não, levar a vida de uma criança, que brinca no portão de sua casa,
ou de uma adolescente que treina na quadra da escola, que atingida pelo projétil de um AK-47
perde a vida, e se torna mais um número no índice de MVI (Anuário Brasileiro de Segurança
Pública 2014 a 2017, 2018, p. 6).
Nesse cenário belicoso, os polícias também são alvos constantes, fato notório, divulgado
exaustivamente pela mídia, que não tem descanso, entre tantas mortes, e de sangue derramado
covardemente pelas facções, segundo o Atlas da Violência em 2017, no Rio de Janeiro 5.346
63
pessoas foram assassinadas, 104 policiais foram mortos 27%estavam em serviço e 73% não
estavam trabalhando no momento que perderam a vida, por outro lado 1.127 pessoas morreram
no mesmo ano por intervenção policial (Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2014 a 2017,
2018, p. 7).
A polícia do Rio de Janeiro adotou como alternativa o uso excessivo da força, táticas de
guerra, em uma tentativa de frear o crime com resultados de dar medo, e não é diferente em
outros Estados, a violência também está presente com maior ou menor intensidade, destaque
para a periferia, e regiões metropolitanas, onde ocorrem o maior número de vítimas letais,
resultando em medo e insegurança, objetiva e subjetiva, não é novidade que o cidadão não
dorme em paz, porque corre o risco de ser atingido, por um tiro de fuzil dentro de casa,
dependendo do local em que reside (IPEA, 2018, p. 32).
Em 1992, 25% das pessoas que foram assassinadas no Rio de Janeiro estava relacionada
com o tráfico, em 2017 a secretária de Segurança Pública Sheila Freitas, afirmou que 78 % dos
homicídios no Rio Grande do Norte estavam associados a esse crime, as mortes violentas
intencionais se tornaram um dos maiores problemas sociais nas últimas décadas, a sociedade
vive à sombra do luto (ARAÚJO, 2014, p. 139).
Transformar dinheiro obtido com a atividade ilegal em renda supostamente lícita é o que
define esse crime, uma prática que não é exclusiva dos narcotraficantes, mas também é usada
por políticos corruptos, sequestradores, assaltantes de bancos, ou seja quem enriquece
ilicitamente precisa justificar essa renda e para isso é necessário lavar o dinheiro sujo, caso
contrário estará na mira da Justiça (ARAÚJO, 2014, p. 140).
Para a lavagem de dinheiro ser bem sucedida é necessário três etapas, colocar, ocultar e
integrar essa quantia, o criminoso oculta o dinheiro dificultando o seu rastreamento, através de
muitas transferências bancárias, várias aplicações inclusive em bancos de outros países,
considerados paraísos fiscais, que cobram um valor irrisório de impostos ou então nem cobram,
também garantem sigilo de identidade dos clientes, o que atrai ainda mais, quem quer lavar
dinheiro (ARAÚJO, 2014, p. 141).
Se o bandido possui milhões, ele pode colocar esse dinheiro sujo na economia, com ajuda
de empresas que recebem em dinheiro, porque outra forma de pagamento, como cartões e
cheques, é possível fazer um rastreamento, as mais adequadas para essa prática são as empresas
do ramo da hotelaria, de prestação de serviços, empresas de transporte, por que o controle do
faturamento é mais difícil, quanto maior o fluxo de caixa maior o valor que pode ser ocultado
sem chamar a atenção (ARAÚJO, 2014, p. 143).
reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa, segundo artigo 1 da Lei 9,613/98 (DE ABREU,
2017, p. 421).
As armas das organizações criminosas são de dar inveja em qualquer força policial, um
verdadeiro arsenal, poderoso estão nas mãos de adolescentes e até crianças, os maiores
consumidores ilegais de armas de fogo do mundo são os guerrilheiros e em segundo lugar nesse
ranking vem os narcotraficantes, com seus fuzis, pistolas potentes granadas, lança projéteis,
jovens e meninos que carregam armas de guerra, estão na frente de batalha portando um fuzil
ao invés de um livro, se preocupam em manter a segurança na boca de fumo, quando deveriam
estar se preocupando com a prova do ensino médio no colégio (DE ABREU, 2017, p. 138).
Fomos até o quarto e nos deparamos com um quadro muito mais trágico do que, de
repente, sem aviso, se encontra num apê cheio de armas. Chegamos no quarto e o Telo
abriu a porta, e vimos, a menos de 2 metros de nós, três pessoas amarradas e
encapuzadas esperando a morte chegar! A minha vista escureceu, não só pela maldade
de nossos amigos, mas também por estarmos ali, compartilhando tudo aquilo,
esperando nossa sagrada refeição e sendo testemunhas, sem querer ser, de um crime
abominável.[...]Era duro ver as pessoas ali no chão, amarradas e se mexendo como se
estivessem com cãibra. (BILL e ATHAYDE, 2006, p. 19).
Cano, calibre, quadrada, metranca, matraca, canhão, trabuco, nove são algumas maneiras
que as armas são conhecidas, no submundo do crime, uma pistola 9 mm é o sonho de muitos
adolescentes que já fazem parte das facções, elas são adquiridas com o dinheiro proveniente do
tráfico de drogas, uma parte do que é arrecadado é investido em armamentos ilegais, através do
mercado negro, no comércio ilegal de armas de fogo, prática comum na atualidade (FARIA,
2010, p. 19).
Segundo o delegado da Polícia Federal Luís Flavio Zampronha o Brasil ocupou o 11°
lugar no ranking mundial de assassinatos em 2012,com a marca 56.337 homicídios, com a
estimativa de 29 mortes a cada 100 mil habitantes, são duas fontes que fornecem armas para
serem comercializadas ilegalmente, as externas que são roubadas, furtadas, desviadas de
empresas de segurança e desvio de estoque das forças armadas, ou externas, como o tráfico
66
Portar armas de uso restrito ou não, são crimes que também se originam do tráfico em
muitos casos, ou seja o comércio ilegal de drogas contribui para uma infinidade de atividades
criminosas, funcionando como uma força motriz para muitos crimes, dos quais, alguns já foram
elencados, falamos agora dos agentes do tráfico que usam armamentos, os falcões, os soldados,
e até crianças, que estão nesse momento em algum lugar do Brasil, empunhando uma pistola,
um fuzil, um revólver, mirando na cabeça do amigo por brincadeira, fazendo graça e sorrindo,
coisa de adolescente, coisa de criança, crianças perigosas. como afirmam Bill e Thaíde,
“Moleque vende, garoto compra, pirralho atira, menino tomba” uma febre bélica que se alastra,
atingindo uma parte da juventude no país, mas não com exclusividade, porque as armas também
são usadas por adultos (BILL e ATHAYDE, 2006, p. 237).
Carregando armas poderosas como se fosse qualquer objeto, esses soldados juvenis
caminham livremente pelas comunidades, ou ficam espalhados estrategicamente para dar
segurança para quem compra e vende, controlam o fluxo de pessoas, observando tudo e todos
que possam oferecer algum tipo de risco, e quando necessário partem para o fogo cruzado,
chumbo para todos os lados, esse é o código, que todos cumprirão mesmo que morram jovens,
defenderão a comunidade e o grupo que representam, para não serem tidos como covardes,
enfrentarão a polícia, e matarão policiais se tiverem a oportunidade, porque isso é como se fosse
67
um troféu para eles, e tudo isso com armamento comprado ilegalmente (ARAÚJO, 2014, p.
134).
Os chamado crimes de aquisição são aqueles que decorrem para adquirir drogas, são
praticados por pessoas que são dependentes químicos, que não possuem mais dinheiro para
satisfazer o vício, como um usuário de crack que está em síndrome de abstinência, e não
consegue suportar os efeitos, na angústia e desespero provocados pela falta da substância,
acredita não ter outra alternativa, se não a prática delituosa, com o intuito de saciar seu desejo,
então movido pela fissura terrível decide furtar uma casa, ou roubar um pedestre, ou qualquer
outro delito, desde que seja para atingir esse objetivo, furtos, roubos e latrocínios, acabam sendo
praticados por agentes descontrolados, por não terem mais drogas para consumirem (SHEFF,
2007, p. 32).
E criminosos que trocam veículos com armas e drogas, esses automóveis são roubados
ou furtados em solo brasileiro, depois são adulterados, para não chamarem a atenção e são
trocados, em países como o Paraguai por exemplo, depois de efetuada a troca, os bandidos
retornam ao Brasil e abastecem vários traficantes com produto que conseguiram, em 2017 uma
quadrilha especializada nesse tipo de ação, que atuava em Curitiba, foi desmantelada pelo
Denarc do Paraná, junto com o GOA,TIGRE e COPE, culminando na prisão de 23 pessoas, esse
grupo movimentava mais de uma tonelada de maconha mensalmente, e roubavam mais de uma
dezena de veículos por semana, um crime que está ligado diretamente a outros, o tráfico
financiado por furtos, roubos e organização criminosa, essas estratégias dificultam o combate e
repressão às drogas, e favorecem a proliferação da dependência química (Disponível em
<http://www.seguranca.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=11807>A c e s s o e m
15.jan.2019
68
CAPÍTULO 5- SISNAD
Entende-se a Política de drogas nesse trabalho como os meios que o Estado lida com o
comércio e o uso de drogas, e isso inclui regulamentos, leis fiscalização e desenvolvimento de
projetos que tem objetivos de educar, prevenir, ressocializar os dependentes químicos, que
vivem nas margens da sociedade, é necessário oferecer oportunidades para que pessoas que
vivem o drama da dependência possam voltar a ter uma vida saudável, e toda ajuda é bem vinda
(ARAÚJO, 2014, p. 216).
Uma mão amiga pode fazer toda a diferença na vida de um toxicômano, a esperança pode
mudar a historia de quem caminha para o abismo da dependência, é necessário o convencimento
de que isso é possível, a dificuldade é atingir esse objetivo, dai a necessidade de projetos
desenvolvidos para ressocializar essas pessoas importantes para a sociedade, que outrora tinham
uma vida considerada normal, tinham famílias, um lar, um trabalho, talvez um médico,
advogado, professor, ou outra ocupação qualquer, isso tudo acaba se perdendo de uma
69
forma que, recuperar o leite que se derramou, é uma tarefa difícil, um trabalho árduo, que muitos
não conseguem mesmo se livrando do vício (BRASIL, 2003, p. 10).
A política de drogas deve estar de acordo com a necessidade da sua comunidade, alguns
países desenvolvem projetos que tem o objetivo de reduzir o consumo de drogas e investem em
forças policiais, equipes especializadas no combate e repressão ao tráfico, enquanto outros
procuram reduzir os danos que são consequências do uso abusivo, fornecendo, seringas
hipodérmicas, e até drogas de graça (ARAÚJO, 2014, p. 192).
Não há como impedir um dependente químico de usar drogas, salvo através de internação,
que não é sinônimo de terapia eficaz, existe um senso comum de que esse é o método mais
satisfatório no tratamento da dependência química, foi criada uma verdadeira “cultura da
internação” que teve, e tem tido ainda, forte influência tanto no debate público sobre o tema,
como na clínica com pessoas que usam drogas, onde permanece fortemente, entre usuários e
familiares, a intuição de que internar seria o principal tratamento (ARAÚJO, 2014, p. 193).
2017, foram atendidas, 7.301 pessoas que visitaram os centros de atendimento 175.464, houve
uma média de 537 visitas por dia ao serviço de troca de agulhas, 415 pessoas usaram as salas
de injeção por dia, 2.151 intervenções de overdose, 3.708 intervenções de tratamento clínico
(como tratamento de feridas, testes de gravidez), as substâncias relatadas foram heroína (64%
dos casos), metanfetamina (25% dos casos) e cocaína (6% dos casos) 28% dos participantes
eram mulheres 18% dos participantes eram indíg enas (Estatísticas do u suário, 2018 )
(D i s p o n í v e l e m :< http://www.vch.ca/pu blic -health/harm-redu ction/su pervised-
consu mption-sites/insiteu ser statistics> Acesso em: 0 8 .abr.20 19).
A desintoxicação pode ser realizada em três níveis com complexidade crescente: tratamento
ambulatorial, internação domiciliar e internação hospitalar.No tratamento ambulatorial e na internação
domiciliar, sempre que necessário, utilizam-se medicamentos para o alívio dos sintomas (benzodiazepínicos,
antipsicóticos, entre outros), a internação também visa a prevenção do agravamento do dependente, como
convulsões por exemplo, ou para vinculação, e engajamento do indivíduo no tratamento (ARAÚJO,
2014, p. 194).
71
O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime afirma no Relatório Mundial sobre
Drogas 2017 que 29,5 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de transtornos provocados
pelo uso de drogas, os opioides são os mais prejudiciais, e por sua vez o mesmo Relatório de
2007 a estimativa era de 25 milhões de dependentes, o Observatório Europeu da Droga e da
Toxicodependência registraram em seu relatório Anual de 2018 que na Alemanha a estimativa
é de 150 943 dependentes de opiáceos de alto risco, 78 500 em tratamento, a França registrou
230.000,com 169 750 em tratamento a Itália 205 200 viciados em opiáceos de alto risco com
62 868 em t r a t a men t o ( C er ca d e 2 9 ,5 mi l h õ es d e u su á r i o s, 2 0 1 7 ) ( Di sp o n í v el
em:<http://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/frontpage/2017/06/cerca-de-29-5-milhes-de-pessoas-
em-todo-o-mundo-sofrem-de-transtornos-provocados-pelo-uso-de-drogas--os-opiides-so-os-
mais-prejudiciais_-aponta-relatrio-mundial-sobre-drogas-2017-do-unodc.html>Acesso em:26.nov.2018).
Na Alemanha, mais de um quarto da população adulta usou drogas ilícitas durante a sua
vida, na França a droga mais consumida é a cannabis seguida pela cocaína embora em níveis
muito mais baixos, o consumo de cannabis e cocaína aumentou nas últimas duas décadas, na
Itália, a maconha também é a droga mais consumida e depois a cocaína, embora em alguns
países da Europa o consumo de drogas aparentemente caíram isso não corresponde a realidade
mu n d ia l ( Al ema n ha R ela t ór i o so b r e a s d r o ga s d o p aí s 2 0 1 8 ) ( Di sp o n í v el em:
<http://www.emcdda.europa.eu/countries/dru g -reports/2018/germany_ en> Acesso
em:15.jan.2019).
A história se repete no mundo inteiro, e nos EUA ela é só mais exagerada: o consumo
de drogas cresceu sistematicamente nas últimas décadas, apesar do aumento da
repressão. Os EUA são um dos países com leis mais duras para usuários e,
simultaneamente, um dos que tem maiores níveis de consumo de drogas por
habitantes. É claro que o elevado uso de drogas dos americanos é explicado por
diversos fatores, mas, olhando a evolução das próprias leis do país, também fica claro
que não existe relação direta entre o aumento da repressão e a redução da demanda
(ARAÚJO, 2014, p. 231).
Os gastos para os cofres públicos são elevados, seja com medicamentos ou com redução
de danos que implica em troca de agulhas e seringas, segundo o Observatório Europeu da Droga
e da Toxicodependência a Áustria distribuiu 6.205.356 seringas para dependentes químicos em
2018 a Bélgica 1.131.324 de seringas, Portugal distribuiu 1.350.258, enquanto o programa
canadense Vancouver Coastal Health de redução de danos registrou 2.151 intervenções de
overdoses, 3.708 intervenções de tratamento clínico (como tratamento de feridas, testes de
gravidez), tudo isso quem paga é o Estado, seja em Dólares, Euros ou Reais, não existem
fronteiras para arcar com os custos para a saúde, pois o problema da droga é mundial
(Á u s t r i a R e l a t ó r i o s o b r e a s d r o g a s d o p a í s , 2 0 1 8 ) D i s p o n í v e l
em;<http://www.emcdda.europa.eu/countries/drug-reports/2018/austria_en>Acesso em:09.mar.2019.
74
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na outra face da moeda estão os criminosos, cada vez mais ousados e cruéis, e o
crime organizado em expansão devido ao empoderamento conquistado ao logo do
tempo, e que tem ultrapassado fronteiras sem muita dificuldades, indivíduos que
nasceram na pobreza, através do tráfico, acumulam fortunas, adquirem apartamentos
fazendas, iates, mansões, se tornam destaques internacionais, são os Barões da droga,
inclusive com o nome na Forbes, ao lado de milionários que possuem patrimônios
lícitos, criminosos desse nível servem de inspiração para jovens, que almejam obter
sucesso no crime como, uma inspiração profana que influencia muita gente, que
enxerga no crime uma oportunidade para alcançar o sucesso financeiro.
cocaína na década de 1980, agora são adquiridas por preços baixos, e a produção
aumenta anualmente, seja de heroína, cocaína, metanfetamina, crack, maconha,
ecstasy, e invadem as ruas e avenidas, as baladas, as famosas raves, as grandes
concentração de jovens que são os alvos, dos quais muitos se tornaram, e outros ainda
se transformarão, em clientes assíduos dos traficantes, e dentre esses uma parte
conseguirá ser ver livre, e outra não terá a mesma sorte, porque perderão suas vidas de
forma trágica, a dependência química é como uma roleta russa, e para muitos familiares
o luto chegará e lágrimas serão derramadas por alguns toxicômanos, e em um ciclo
interminável a história se repetirá, até que se encontre uma solução para esse problema
social.
A sociedade clama por socorro, por ser atingida com golpes contundentes pelo
tráfico, que recruta jovens por serem inimputáveis, e acabam se tornando vítimas, de
violência, de homicídios, ao mesmo tempo que formam legiões de dependentes
químicos, pessoas que não somam mais na sociedade e começam a subtrair, gerando
transtornos, praticando crimes e dando gastos aos cofres públicos.é necessário leis que
dificultem o porte de drogas para consumo no Brasil, para tentar ao menos inibir o
consumo, se não houver procura, em vão serão as ofertas.
a liberdade deve ser eficaz, e isso não ocorre quando o bandido da ordens de dentro das
prisões, e por outro lado o policial que arrisca a vida todos os dias, deve ter meios para
responder a altura o enfrentamento, e isso inclue, armas melhores, salários mais dignos,
e a corrupção que serve de alavanca para o traficante deve ser combatida ferozmente,
em todas as esferas, com ênfase no topo da pirâmide, que são os nossos governantes,
isso não acabará com o problema de vez, mas são passos importantes que se não forem
dados, a sociedade continuará sofrendo.
77
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