Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
2
PALAVRAS DO AUTOR
Sei que muitos pensarão que minto, e exponho-me ao mais exacerbado ridículo ante o
conceito vulgar daqueles que, seguindo a corrente do pensamento comum das pessoas "sérias", não
se atrevem a falar em público de assuntos que, ainda, não foram comprovados cientificamente por
esse conjunto muito respeitável de sábios da Terra que - igual a seus colegas de antigamente -,
somente aceitam os fenômenos produzidos por eles mesmos em seus próprios laboratórios e dentro
de seus próprios métodos ou sistemas de investigação.
Porém ao escrever estas linhas, por estranhas que resultem a todos, limito-me a cumprir a
promessa empenhada a um homem que me uniu a mais estreita e fraterna amizade; um homem cuja
sinceridade e conduta correta pude apreciar desde os dias distantes do colégio, que me narrou os
fatos a que vou me referir, dando-me provas irrefutáveis de sua veracidade, antes de abandonar este
planeta para ir viver em outro astro longínquo de nosso sistema solar.
Já não me importa a risada debochada de muitos, nem a piedosa idéia daqueles que pensam
que perdi a razão. Cumpro a palavra dada ao homem que foi para mim um irmão, e declaro, com
todo o valor ante o escárnio, que os fatos extraordinários motivo desta narração não têm sido fruto
de uma mente alucinada, nem produto de uma fantasia de escritor, senão a realidade crua e tangível,
assombrosa é certo, porém vivida conscientemente por um homem desta Terra que hoje se encontra,
muito longe, no Cosmos...
YOSIP IBRAHIM
3
"EU VISITEI GANIMEDES..."
PRIMEIRA PARTE
CAPÍTULO I
A VISITA DO OVNI
Fui amigo de Paulo desde criança (permitam-me guardar respeitoso silêncio sobre seu
verdadeiro nome). Crescemos juntos, e juntos passamos, também, as etapas da adolescência, da
juventude fogosa e alegre, e da maturidade descansada de homens comuns e amantes da vida
caseira, dessa vida modesta e simples que levam neste mundo milhões de seres da classe média.
Ambos, igualmente, podemos desfrutar de uma educação esmerada para assegurar uma vida
cômoda e respeitável que, sem estar isenta das lutas e problemas comuns à maioria, nos permitiu
formar lares dignos. Paulo e eu tivemos a sorte de encontrar boas esposas, compreensivas,
diligentes, e ainda que ele não chegou a ter filhos, como eu, desfrutou de trinta anos de vida
conjugal verdadeiramente feliz. Com trabalho e honradez conseguiu reunir o necessário para
agraciar sua esposa com os elementos suficientes para uma vida tranqüila, e nos últimos anos de seu
matrimônio gozaram da comodidade de uma casa própria, circundada por amplo e formoso jardim.
Assim chegou o momento que o destino dispôs a separação dos dois cônjuges: uma noite, de
maneira intempestiva, deixou de bater o coração de sua doce companheira, e desde esse instante a
vida deste meu amigo mudou por completo. Sempre fora aficionado ao estudo de temas profundos.
Conhecia a fundo a Psicologia, a Filosofia e a Metafísica; a maioria das vezes, dedicava muitas
horas à investigação do passado da humanidade e à resolução de problemas relacionados com a
Vida e com o Cosmos. À morte de sua esposa, depois dos primeiros dias do impacto fatal, se havia
trancado em casa, em meio de suas recordações e seus livros, sendo para mim tarefa tremenda
conseguir tirá-lo, de tempos em tempos, para procurar-lhe alguma distração.
Transcorreram vários meses desde o sepultamento de sua senhora, e nossa amizade, cada vez
mais estreita e mais íntima, fez que nos víssemos e passássemos juntos muitas horas todos os dias.
Chegou a ser companheiro freqüente de mesa dos meus, e meus filhos se acostumaram a tratá-lo
como "o tio Paulo", e a esperar sua chegada com grande interesse, porque sempre tinha alguma
história amena e divertida para contar... Assim iam as coisas - isto faz apenas dois meses -
surpreendeu-nos então, não receber sua costumeira visita. Esperamos até tarde para almoçar, e
como não chegasse, telefonei repetidas vezes para sua casa, sem obter resposta. Sabíamos que desde
a morte de sua esposa, tinha a seu serviço somente um antigo mordomo; porém se havia habituado a
fechar à chave todas as portas da residência cada vez que saía, e ainda de noite, permanecia fechado
na casa, pois o criado tinha um quarto separado, no jardim, sem comunicação alguma com o resto
do prédio, nem com o telefone.
4
Como o resto do dia não conseguisse me comunicar com ele, à noite, insisti em meus
chamados com idêntico resultado. Estranhávamos aquele silêncio, tão inusitado, e sabíamos por
experiência que não costumava pernoitar fora. Por tais razões, ao não conseguir comunicação, na
manhã seguinte fui em sua busca. Encontrei o mordomo nervoso e profundamente preocupado.
-Não sei nada do senhor -disse-me-. Ontem à noite chegou à hora de costume, trancou as
portas como sempre... e não o vi todo o dia.
- Nem à hora do desjejum?
- Tampouco; não abriu as portas em nenhum momento...
Guardei silêncio. Uma suspeita percorreu minha mente. Busquei em meu chaveiro as chaves
que Paulo me dera pouco antes de sua esposa morrer. Nessa ocasião me havia dito: "Toma-as para
que possas entrar quando quiseres. Se alguma vez eu não abrir as portas como todos os dias, faz tu
por mim... E se me encontrares morto, cumpre as indicações de um invólucro lacrado que há na
caixa central de meu escritório". Com tais pensamentos ingressei na casa acompanhado pelo criado.
Tudo estava em perfeita ordem. Inclusive a cama não havia sido desarrumada; porém o cobertor
enrugado denotava que o corpo de uma pessoa havia repousado sobre ela sem levantar as cobertas.
Junto ao sofá , o cinzeiro estava cheio de pontas de cigarros. Compreendia-se que esta noite esteve
fumando muito. Porém nenhum indício de seu paradeiro.
Cada vez mais intrigado, depois de procurar por todas as partes na esperança de achar algum
papel, alguma nota que pudesse lançar luz sobre seu estranho proceder, tão fora de sua conduta
diária, telefonei às pessoas com quem houvesse a possibilidade de saber algo. Ninguém o havia
visto desde dias antes. Enquanto o mordomo assegurava haver falado com ele aquela noite, sem
haver notado nada estranho em suas palavras ou atitudes.
Eu não sabia o que pensar. Conhecendo intimamente o caráter e os hábitos de meu amigo,
não podia aceitar a idéia de uma aventura romântica ou sexual, especialmente naquelas
circunstâncias, pois o mordomo assegurava haver visto acesa a luz de seu quarto até meia-noite,
hora em que foi dormir. Por outra parte, a casa dista muito da cidade e o único meio de
comunicação com ela é pela Avenida Central, e a pista a Monterrico em automóvel. E Paulo não
havia tirado, sequer, seu carro da garagem.
Caminhávamos pelo jardim, tratando de encontrar soluções lógicas para tão estranho
desaparecimento, quando reparei em certos detalhes que, no princípio, não chamaram minha
atenção: Na parte central daquela superfície coberta de grama, sobre uma extensão de uns quinze a
vinte metros de diâmetro, aparecia a erva queimada em um amplo círculo em cujo centro se
apreciava, também, as marcas do amassamento deixadas por algum artefato grande e
suficientemente pesado como para imprimir sobre o solo quatro grandes furos.
- Quem fez isto? - perguntei ao mordomo.
- Não sei, senhor...
- Desde quando estão estas marcas aqui?
- Não sei senhor... é a primeira vez que as vejo.
- E essa erva queimada?
- Eu não a queimei senhor...
- E Seu Paulo?
- Não o creio, porque faz muito que não vem ao jardim.
Olhei longamente o homem em silêncio. Estava nervoso, porém falava com franqueza.
Conheço-o de anos, e sempre foi sério e honrado. Dávamos voltas em torno daquelas misteriosas
marcas e cada vez resultava mais confuso e enigmático tudo aquilo. Haviam passado duas horas
desde minha chegada. Tinha assuntos urgentes por atender na capital e optei por regressar a Lima.
Desta vez, antes de abandonar a casa fechei com chave todos os compartimentos interiores,
deixando aberta a comunicação com o telefone, e dei instruções ao mordomo para comunicar-se
diariamente comigo caso Paulo tardasse em regressar.
Pelo trajeto, durante a meia hora que se emprega desde Monterrico até Lima, tratava de
alinhavar meus pensamentos e encontrar uma resposta lógica do que estava sucedendo. Minha
intimidade com Paulo, que não tinha segredos para mim, fazia-me presumir que se houvesse
pensado em algum plano preconcebido, alguma coisa me haveria deixado perceber. Não obstante,
nada houve em sua atitude diária que eu pudesse relacionar com o que estava sucedendo. E se essa
5
noite houvesse saído normalmente de sua casa, haveria necessitado do carro, que permanecia
guardado na garagem. Era válido supor, em todo caso, que outra pessoa ou pessoas o houvessem
recolhido; porém isso não podia ter sido senão depois da meia-noite, porque o mordomo assegurava
estar desperto, escutando o rádio até essa hora, e que antes de dormir havia visto acesas as luzes do
dormitório de Paulo. Se passada essa hora alguém o houvesse buscado, teria que fazer soar a
campainha da porta exterior do jardim, e essa campainha se comunica diretamente com o aposento
do mordomo. Era lícito pensar, ainda, que meu amigo estivesse de acordo com alguém para ter
saído; porém em tal caso haviam concordado em não fazer nenhum ruído perceptível para o criado.
Esta dedução tomou corpo em mim ao recordar que não se havia deitado e que o cinzeiro estivera
cheio de pontas. Isto sugeria um plano premeditado por ele. Caso eu esteja certo, os fatos deviam
relacionar-se com alguma faceta da vida íntima de meu amigo que eu desconhecia. Isto não era
lógico para mim; ao menos eu queria entender assim, pela profunda e muito ampla confiança
existente entre nós.
Quando cheguei a minha casa à hora do almoço, a situação não se havia modificado.
Nenhuma notícia de Paulo. E em meu foro íntimo ia ganhando força a suspeita de que havia algum
segredo em sua vida, guardado tão zelosamente que nem eu, seu confidente, conhecia...
Correram os dias e transcorreu uma semana sem ter o menor indício dele. Minha esposa e
seu empregado me pediam avisar à polícia. A meus filhos, de comum acordo com minha mulher,
havíamos dito que ele estava de viagem. Eu desejava ganhar tempo na esperança de que Paulo
aparecesse de um momento para outro, e não queria tomar medidas precipitadas, pela suspeita de
que em tudo isso houvesse algum desígnio privado, voluntário de meu amigo. Várias vezes estive
tentado a abrir o invólucro lacrado que deixara na caixa de seu escritório. Porém outras tantas me
contive, temendo o que pudesse estar escrito nele:
"Para o Sr. Yosip Ibrahim"
"Meu querido Yosip":
"Se eu morrer repentinamente, rogo-te abrir este e realizar, ao pé da letra, todas as
indicações nele contidas, antes de proceder a meu sepultamento. Porém não o abras por nenhum
outro motivo". "Paulo".
Estas enigmáticas palavras iam firmando em meu foro íntimo a convicção de que existia um
ato voluntário, um determinado propósito só conhecido por ele e por aqueles que, forçosamente,
tiveram que participar de sua sigilosa saída. Por tais razões voltei a opor-me a que se tomasse
medidas policiais ou de outra ordem. Porém, quem podia ser a pessoa ou pessoas participantes de
tão misterioso proceder? ... Com toda a prudência, e sem dar a conhecer os verdadeiros motivos,
indaguei entre todas as amizades comuns, relações comerciais e de toda ordem, sendo negativas
quantas investigações fizesse. Ninguém sabia nada de Paulo.
Nossa aflição aumentava com o correr dos dias, e cheguei a temer que houvesse sido objeto
de algum atentado por motivos que não conseguia presumir. Ao aproximar-se o fim da segunda
semana sem notícias, nossa tensão nervosa estava a ponto de estourar.
-Não podemos continuar assim! - repetia-me, a cada instante, minha mulher - Deves fazer
algo, e de imediato... não te dás conta que podem complicar-te gravemente por tua inércia, e se lhe
aconteceu alguma desgraça? Como explicarias teu silêncio... tua calma para denunciar o
desaparecimento dele...?
Eu também pensava o mesmo. Já haviam transcorrido mais de duas semanas. Meu estado de
ânimo era tal que não podia trabalhar nem dormir tranqüilo. Aquelas noites - exatos dezoito dias
desde seu desaparecimento - nem minha esposa nem eu podíamos conciliar o sono. Toda a
madrugada passamos discutindo sobre a conveniência de dar parte à polícia. Ao amanhecer,
estávamos de acordo em fazê-lo nessa mesma manhã. Como não havíamos fechado as pálpebras
toda a noite, o cansaço nos venceu e dormimos. Porém nosso descanso não durou muito. Às oito da
manhã, o telefone tocou, soando insistentemente, despertando-nos: .
- Alô! És tu, irmão? - perguntou a voz de Paulo no outro extremo da linha.
- O que te aconteceu? ... onde tens estado?... de onde estás chamando?
6
- Falo de minha casa. Estou bem; porém não posso te explicar nada por telefone. Necessito
falar contigo urgentemente, a sós. Não digas nada a ninguém. Podes vir hoje mesmo?
- Claro!... Vou te ver imediatamente, é só o tempo de me vestir... Porém, o que está
acontecendo?
- Repito que não posso te dizer nada por telefone. Perdoa as incomodações que seguramente
te causei, segundo o que me contou Moisés. Não esteve em minhas mãos evitá-lo. Abraça a Rosinha
e as crianças e tem a bondade de vir o quanto antes, pois o tempo pressiona. Não me perguntes nada
agora. Quando estiveres aqui explicarei tudo...
Duas horas mais tarde, ao chegar à sua casa, abriu-me a porta Moisés, o mordomo. O
homem demonstrava forte excitação, e sem me dar tempo de perguntar nada, disse-me
apressadamente:
- Senhor! À noite o trouxeram em um "disco"... com estes olhos eu vi!... Era uma máquina
enorme... dessas que dizem que vêm de outros mundos...!
Falava enquanto nos dirigíamos a casa atravessando o jardim; e antes de entrar mostrou-me
o centro da esplanada de gramas.
- Ali estavam de novo, as marcas que vimos na outra vez...! Recorda senhor da erva
queimada e das marcas que nos chamaram a atenção? Fê-las o "disco"...!
Paulo veio receber-me e me conduziu diretamente a seu escritório. Eu havia ficado mudo. As
palavras do criado eram algo inexplicável para mim. E meu amigo não me deu tempo para sair do
assombro. Agia com rapidez mas com serena gravidade. Como vira, em meus olhos, a emoção que
me embargava, sorriu.
- Vou te servir um uísque. Compreendo o que está te acontecendo - disse-me -e necessitas
tranqüilidade para que possas pôr toda tua atenção no que devo te explicar.
- Porém...! o que significa isso do "disco"?
- Vejo que Moisés já te disse -. Fez uma pausa enquanto me servia a bebida, e fazendo-me
sentar, continuou: - Compreendo teu estado de ânimo e desejo inteirar-te de tudo, começando desde
o princípio.
- Porém ... onde tens estado? Por que não nos avisaste nada?
- Não podia... Tudo foi muito rápido, imprevisto até certo limite. Não foi possível me
comunicar com ninguém, já que me levaram para fora deste mundo... Escuta-me tranqüilo e não
penses que voltei louco. O que Moisés acaba de te dizer é certo: Viajei num OVNI, num desses
aparelhos que o povo batizou com o nome de "disco voador"... Conheci um mundo maravilhoso...
um verdadeiro paraíso!... e vou regressar a ele...
- O que...??
- Sim, Yosip... Compreendo teu assombro e tenho que te colocar a par minuciosamente de
todo o ocorrido; e, ademais, pedir-te que me ajudes a organizar meus assuntos pessoais, porque
dentro de quinze dias voltarão para me...
- Quem...? De que estás falando...!
Paulo guardou silêncio. Olhou-me profundamente. Em seus olhos vi um brilho estranho,
uma expressão desusada nele. Seu olhar parecia penetrar até o mais fundo de minha consciência, e
senti a rara impressão de que, através desse olhar, uma voz me falava com palavras inaudíveis mas
que podia entender no mais profundo de meu ser e que me dizia: "Espera e escuta-me com toda a
atenção!"
Abriu a caixa de seu escritório e extraiu o invólucro lacrado.
- Recordas isto?
Confirmei com a cabeça. Ele abriu o invólucro e, extraindo um volumoso pacote de
documentos continuou:
- Vais conhecer, agora, o que te pedi para fazer no caso de minha morte. As circunstâncias
mudaram de forma tão imprevista; os fatos a que vou me referir modificaram de tal maneira minha
vida, que vou pôr em prática tudo o que neste documento te indicara, com a única exceção daqueles
detalhes que se referiam a minhas instruções post-mortem, já que não vão ser necessárias. Porém
7
antes, promete-me guardar o mais estrito segredo, enquanto eu permanecer aqui, sobretudo com o
que vais conhecer agora, segredo que manterás até que eu me vá deste mundo.
- Estás falando sério?
- Inteiramente... E por isto te peço que guardes o mais absoluto silêncio sobre tudo o que
vais conhecer e sobre os passos que ambos temos que dar nestes dias... Não me interrompas! Vou te
revelar um detalhe íntimo de minha vida que ninguém conhece neste país. Leia isto...
Alcançou-me um documento que havia extraído do invólucro. Era algo assim como um
diploma, escrito em linguagem que eu não conhecia, e adornado com estranhos símbolos e figuras
orientais.
- Está escrito em sânscrito - disse-me -, e é o título de admissão numa antiquíssima ordem
esotérica secreta, a que pertenço já há mais de trinta anos. Tu já sabias de meus estudos filosóficos e
metafísicos; porém nunca pude revelar-te que esses estudos estavam tão adiantados que eu havia
chegado ao domínio de conhecimentos e desenvolvimento de faculdades que muito poucos possuem
neste mundo. Desde a morte de Marita me propus investigar, nesse terreno, o enigma apaixonante
dos OVNIS. Tinha referências especiais acerca deles e, baseado nos poderes adquiridos em meu
longo adestramento esotérico, iniciei a tarefa de descobrir a forma de comunicar-me com os seres
que os dirigem. Depois de muitos meses de esforço consegui uma primeira comunicação mental,
que logo se repetiu, telepaticamente, de maneira mais convincente e positiva. Pude chegar a captar
uma mensagem inteligível e, também, uma conversação concreta e plenamente satisfatória. De tal
sorte, naquela noite, no mais profundo segredo, havia me preparado para receber uma nova
mensagem... porém em vez da mensagem chegaram eles, em pessoa... Havia estabelecido, horas
antes, a comunicação costumeira, e como resposta recebi esta ordem: "Espera-nos!"
- Mas, falam nosso idioma?
- Não é exatamente isso... A linguagem falada ou escrita necessita da emissão de sons, de
estruturação de palavras e frases. A linguagem telepática, por meio da transmissão do pensamento,
não tem essas limitações. O pensamento se manifesta através de ondas eletromagnéticas parecidas
com as que empregam o rádio e a televisão, e que, na verdade, se encontram muito próximo destas
no que podemos chamar de "escala cósmica de freqüências". Nosso cérebro, e todo o sistema
nervoso, podem ser comparados com um sistema transmissor-receptor, de uma sutileza e qualidade
bem superiores a todas as máquinas criadas pelo homem. De tal maneira é possível compreender
como se produzem os fenômenos de ideação, ou formação de imagens internas dentro do circuito
fechado que constitui nosso corpo, em outras palavras, como pensamos; e também a possibilidade
de emitir essas ondas e de recebê-las, segundo seja a potência e a habilidade que se tenha para
efetuar esse trabalho. Compreendes?... Assim nos entendemos... Duas horas mais tarde, de
madrugada, uma luz poderosa iluminou o jardim e vi descer, suavemente, a máquina...
- Como são...?
- Muito parecidos com nós, ainda que possuam características especiais, diferenças próprias
de um desenvolvimento evolutivo de um milhão de anos, aproximadamente, mais adiantados do que
nós... Porém permita-me continuar, que, no momento certo, conhecerás todos esses detalhes. Devo
confessar-te que apesar do rígido autodomínio a que estou acostumado, como fruto da férrea
disciplina que seguimos na Ordem, a presença daquela nave extraterrestre em meu jardim causou-
me uma viva emoção. Cheguei à porta e esperei. Lentamente abriu-se um pano da cúpula metálica
do "disco", deixando aparecer o marco da entrada. Apareceram duas pessoas vestindo algo assim
como os escafandros que utilizam nossos astronautas. Se detiveram na porta e, enquanto da
máquina se projetava uma escada mecânica, meu cérebro captou claramente o convite que me
faziam para aproximar-me e subir no aparelho. Vencendo o temor que a parte material de minha
natureza humana imprimia em minha consciência, obedeci. Receberam-me com demonstrações
inequívocas de satisfação, e na silenciosa linguagem telepática em que nos comunicávamos me fez
saber que era bem-vindo, e tinham a missão de conduzir-me ante seus superiores para mostrar-me
coisas que os homens deste mundo deviam conhecer. Fui guiado amavelmente para o interior. Era
um recinto circular rodeado de mecanismos de controle. Algo assim como a sala de comando de um
submarino ou uma cabina de controles eletrônicos. Aí nos esperavam outros três tripulantes, e o que
parecia ser o chefe me ofereceu uma vestimenta parecida. Disseram-me que íamos viajar para fora
da Terra. Que não temesse nada, porque sua missão era de paz e de ensinamento. Que cumpriam
8
sabias ordens que só buscavam o melhor para todos os habitantes de nosso sistema solar, e que as
perguntas que liam em meu pensamento seriam satisfeitas somente por seus superiores.
Fechara-se a comporta exterior e vi fechar-se, igualmente, outro anteparo da separação
interior. Enquanto que os dois que me receberam lá fora me ajudavam a vestir aquela estranha
roupa, os outros ocuparam seus postos junto a grandes aparelhos com múltiplos botões. Escutou-se
um ligeiro silvo e a vibração de todo o conjunto me deu a entender que partíamos. Um de meus
assistentes me convidou a olhar por uma grande janela, e minha surpresa foi grande ao ver que nos
elevávamos com tal rapidez que começava-se a ver a Terra em toda a sua redondeza e, segundo a
segundo, menor. Ao perguntar-lhes a que velocidade íamos, sorriram.
- Estamos empregando marcha lenta até sair da atmosfera deste mundo - foi a resposta -.
Mais adiante utilizaremos velocidade de cruzeiro.
Passavam os minutos. Desde a janela contemplava absorto, como se afastava a Terra que já
não era mais que uma simples bola, como uma bola de futebol. Em seguida um novo silvo e uma
trepidação mais forte me fizeram notar que a velocidade aumentava, O espaço que nos rodeava, fora
do aparelho, era negro, enfeitado com diminutos pontos luminosos. Em curto espaço nosso planeta
estava se convertendo em um daqueles pontos longínquos, e não pude deixar de sentir um calafrio
em todo o meu ser. Meus dois companheiros me observavam, e um deles pôs a mão em meu peito.
Experimentei a sensação de que circulava por minhas veias uma força estranha, algo como o efeito
de um estimulante cardíaco como nos casos de choque. A sensação de fraqueza desapareceu e
minutos depois me sentia reconfortado e sem nenhum temor.
Convidaram-me a sentar em um dos raros porém muito confortáveis assentos que havia no
recinto. Todo o conjunto tinha aspecto metálico; mas nos lugares de contato com o corpo era de
uma suavidade e plasticidade superiores a qualquer outro material que eu conhecera. Consultei meu
relógio e vi que havia transcorrido uma hora desde a partida. Enquanto descansava, tratei de
calcular a distância que nos separava da Terra, que era somente como um grande astro brilhante no
espaço, e meu assombro não teve limites ao me dar conta que devíamos nos encontrar a muitas
centenas de milhares de milhas...
Os tripulantes estavam dedicados a observar os mecanismos de controle, e poucos minutos
mais tarde me chamaram à janela. Frente a nós, ainda muito longe, distinguia-se uma luz celeste
que aumentava rapidamente.
- Essa é nossa base - disseram-me -.
Ao mesmo tempo notei que o aparelho diminuía sua velocidade. O foco luminoso
aproximava-se vertiginosamente. Dois minutos e já pude ver, claramente, algo como uma enorme
bola brilhante que, à medida que fomos nos aproximando mostrava os contornos de uma gigantesca
estrutura metálica esferoidal. Nossa nave foi diminuindo a velocidade de seu vôo, e poucos
segundos mais tarde girávamos em torno daquele volume enorme suspenso no espaço. Podia-se
apreciar uma série de estranhas construções, possivelmente edifícios, e outros aparelhos iguais ao
que ocupávamos, ordenadamente alinhados no que supus ser uma pista circular de estacionamento.
Nossa nave se deteve exatamente sobre o centro daquela pista, ou o que fosse, mantendo-se imóvel
a uma altura como de trezentos metros.
Em seguida, ante os sinais emitidos pela tela de controle, começamos a descer suavemente
até pousar, sem a menor trepidação, naquela grande pracinha de metal. Os que me haviam assistido
durante a viagem disseram que descesse com eles. Regularam umas chaves do capacete de meu
escafandro, e as portas corrediças se abriram. Em baixo esperavam outros seres com iguais
vestimentas, que me guiaram até uma construção semi-esférica em um dos extremos do lugar em
que ficou a astronave.
Não pude ver, em nenhuma parte, focos de luz, refletores, ou algo da espécie. Não obstante,
todo aquele lugar estava profusamente iluminado, como se fosse dia. Era como se das próprias
estruturas emanasse a luz em todo o conjunto. Fui introduzido nesse raro edifício, e enquanto
atravessávamos vários corredores e salas, em que apreciei mobiliário e artefatos inteiramente
diferentes dos que eu conhecia, dei-me conta de que também no interior reinava a mesma luz de
fora, sem distinguir janelas nem lâmpadas de nenhuma espécie. Detivemo-nos ante um arco fechado
por um anteparo de polido metal que, meu acompanhante ao levantar uma mão, abriu lentamente.
Meu guia me convidou a entrar. Ao fazê-lo, vi que ficava atrás e o anteparo metálico voltava
9
a fechar-se. Inquieto olhei ao meu redor. Estava numa ampla sala circular, sobriamente decorada
com escassos móveis, todos de aspecto metálico. No centro havia uma grande mesa do mesmo
material e frente a ela, sentado numa poltrona parecida com as que vira no OVNI, esperava-me um
homem de figura imponente que não vestia escafandro mas uma roupa constituída de uma só peça
de textura brilhante como os móveis. Sua estatura era maior que a dos outros e que a minha, sendo
sua cabeça, proporcionalmente ao resto do corpo, ligeiramente maior que o comum na terra. De
resto, o rosto não acusava diferenças que pudessem ser desagradáveis ao nosso gosto estético, e
pude notar em seus olhos, de brilho inusitado, uma aparente expressão de doçura.
- Não temas - transmitiu-me em poderosa linguagem telepática, linguagem que eu sentia
cada vez mais nítida e clara em meu interior-. Estás entre seres que servem a todas as humanidades
deste sistema planetário, como vocês chamam. Vivemos para a Paz, o Amor e a Luz. Temos
recebido tuas mensagens e analisado teus pensamentos. Sabemos que conheces muitas coisas que a
maioria dos seres de teu astro ignoram, e por isso te trouxemos. Agora vou te ensinar a te despojar
do elmo de tua roupa protetora, pois neste lugar reproduzimos, exatamente, as condições da
atmosfera e pressão de teu mundo, o que não nos afeta. Não estranhes que eu não use a vestimenta
que tens visto lá fora. Mais adiante compreenderás tudo isso, porque vamos te ensinar muitas
matérias e formas de vida e de trabalho que desconhecem por completo no astro que vocês chamam
"Terra".
Levantou-se, e com um gesto paternal me ajudou a tirar o capacete do escafandro. Com
efeito, a atmosfera e a temperatura naquele recinto não deixavam pensar que estivéssemos a
distância tão enorme de nosso planeta. Ainda mais, notei que meus pulmões se dilatavam e que todo
o meu corpo recebia como que um banho balsâmico e reconfortante. Ia formular algumas perguntas,
mas meu interlocutor se adiantou, respondendo a meu pensamento:
- Somos uma raça muito antiga, que chegou ao grau de evolução que hoje alcança tua
humanidade quando teu mundo ainda não era habitado por seres inteligentes. E nosso reino se
encontra nos confins deste sistema de astros que vocês denominam "Sistema Solar". Tu vais visitá-
lo e verás que já se acham nele outros homens de teu mundo. Descansa aqui - e mostrou-me um
objeto parecido com uma mesa baixa e plana - porque dentro de uma hora do tempo que tu
conheces empreenderás a viajem a nosso Reino...
Sorriu levemente e saiu. Ao reclinar-me em tão estranha cama senti que aquela superfície
moldava-se com perfeição a meu corpo, adaptando-se às diferentes posturas que tomasse, e, ao
mesmo tempo, sentia-me envolvido por uma tênue corrente de ar, ou do que fosse, de sutil perfume,
que gradualmente me levou a um profundo sono.
10
CAPÍTULO II
A VISITA A GANIMEDES
Paulo havia feito uma pausa para servir-se de uma taça de café. Ofereceu-me outra, e depois
de saborear a aromática infusão, voltou a acomodar-se em sua poltrona para recomeçar o relato.
Observei que já não fumava.
- Assim é - respondeu-me -. Desde então não voltei a usar tabaco. Em realidade é só uma
droga estimulante do sistema nervoso. Entretêm-nos, porém pode ocasionar efeitos danosos que é
melhor evitar. Ademais, nesta viagem vi muitas coisas novas e recebi correntes estimulantes
desconhecidas neste mundo, que substituem com acréscimo todos os tônicos e substâncias químicas
empregadas na Terra para ativar nossa energia... No curso desta exposição, e sobre o que falaremos
nos próximos dias, vais conhecer detalhes verdadeiramente maravilhosos de como é a vida nesse
reino de super-homens...
- Mas, são homens como nós?
- Até certo ponto, sim. Já te disse, não obstante, que possuem algumas características
diferentes, devidas ao grande adiantamento evolutivo que eles têm comparados a nós. Não esqueças
que sua civilização é um milhão de anos mais antiga que a nossa, e nesse vasto período chegou a
possuir dois sentidos a mais que o homem deste mundo: o sexto, que na terra só está em embrião
em alguns, muito poucos, mas em todos eles é comum através de órgãos perfeitamente
desenvolvidos. A glândula pineal em seu cérebro é quase o dobro da nossa, e no deles se encontra
conectada com a pituitária por um filete nervoso, diferente da nossa, que permite possuir a
clarividência -"esse terceiro olho" a que se referem os orientais - como sexto sentido, comum e
natural. Ademais, em seu cérebro, maior e mais desenvolvido que o nosso, existe um pequeno
bulbo, desconhecido por nós, colocado entre o bulbo raquidiano e a pituitária, bulbo que em alguns
deles, os mais adiantados, é a sede de um sétimo sentido ou seja o da "Palavra Criadora” ou Verbo,
poder para atuar sobre a matéria pelo som, utilizando as vibrações sonoras como força
transformadora e reguladora. Por isso aqueles super-homens já não usam a linguagem falada. Não a
necessitam, já que seu sexto sentido e sua grande potência cerebral e mental permitem a
comunicação pela leitura, ou captação direta, do pensamento e pelo uso da telepatia. Seu órgão da
voz utilizam unicamente para determinados efeitos. Para produzir ou destruir fenômenos materiais,
para influir à vontade sobre os elementos, e para construir objetos, dirigindo, alterando ou
regulando, com o concurso de outras forças cósmicas, o processo atômico e molecular das
substâncias.
Seu conhecimento e poder sobre a Natureza e o Cosmos são tão avançados que muitos dos
fenômenos considerados como milagres entre nós, são fatos naturais e correntes em seu mundo. Tu
recordarás haver-me ouvido explicar, outras vezes, que a matéria é única: uma só em sua essência, e
que todas as formas conhecidas por nós não são mais que transformações, mudanças, modificações
do funcionamento atômico e molecular e de seus sistemas, em cada corpo ou em cada elemento. Daí
o fato, já comprovado na Terra, da possibilidade de transformar uma substância em outra,
modificando sua constituição atômica. Portanto, quem conheça as leis que regem as relações entre a
energia e a matéria, e possua os meios, ou poder, de fazê-las funcionar à vontade, está em condições
de operar toda classe de fenômenos, em relação direta com os alcances de seu poder e de sua
ciência...
Paulo fez outra pausa. Bebeu alguns goles de café, e continuou:
- Tudo isto e muito mais te explicarei no curso destes dias em que teremos que estar juntos a
maior parte do tempo. Devo preparar todos meus assuntos para não deixar aqui nada pendente...
Inteira-te deste outro documento...
Ao dizer isto adiantou-me uns papéis extraídos do invólucro lacrado. Eram seu testamento.
Nele doava-me na íntegra seus bens, excetuando os fundos que possuía no banco, os quais me pedia
empregar na quitação de uma série de obrigações.
- Preparei tudo isso presumindo um caso de morte repentina. Agora teremos que fazer
algumas pequenas modificações. Eu pagarei, pessoalmente, minhas dívidas e atenderei todas as
obrigações que ainda tenha. E ao mesmo tempo, faremos a transferência desta casa, do automóvel e
11
de todos os meus pertences em móveis e utensílios, para ti e para os teus.
- Aquele encontro absurdo. Paulo. Que razão há para que insistas em um propósito de tal
natureza?
- Já te disse que, dentro de quinze dias, regressarão para me...
Mas..., que loucura é essa?
- Não é loucura. Yosip. Vou deixar a Terra voluntariamente... e não serei o primeiro nem o
único... Já vivem lá vários homens dos nossos. Algumas dessas desaparições de cientistas e outros,
de quem nunca mais se soube, têm essa explicação: Encontram-se em GANIMEDES...
- GANIMEDES! Que é isso?
- É o nome que nossos astrônomos dão a esse mundo: a segunda em tamanho das maiores
"luas", ou satélites naturais, do planeta Júpiter...
- Mas Júpiter está a uma enorme distância...
- Sim, a mais ou menos setecentos e sessenta milhões de quilômetros de nós. GANIMEDES
é um astro de tamanho maior que o planeta Mercúrio. Mais ou menos da metade do tamanho da
Terra, sendo sua constituição física e química bastante similar a nossa; porém a civilização que
encontramos lá é bastante diferente, há uma distância tão grande entre ambas, que bem poderíamos
dizer que é um verdadeiro paraíso.
- Não consigo compreender-te! Como podes ter ido e voltado a um astro que está a tantos
milhões de quilômetros, em apenas duas semanas e meia, se para ir e regressar à Lua que está quase
que pegada a nós, demoram uma semana...?
Paulo sorriu. Olhou-me com uma expressão na qual senti muito de paternal
condescendência, e de forma lenta, sentenciosa e grave, continuou:
- Nossos sábios, nossos físicos e técnicos, nossos médicos e químicos, nossos políticos,
juristas, homens de letras, de leis ou de religião, que até ontem se creram os únicos seres
inteligentes em todo o Universo, e que, ingenuamente, pensavam que a Terra - uma simples gota
d'água no ilimitado oceano da Vida e do Cosmos - era o único mundo habitado, terão que se
convencer, brevemente, de que são como simples estudantes do primário se os comparamos com os
habitantes de GANIMEDES... Eles chegaram a construir máquinas capazes de alcançar velocidades
incompreensíveis para nós: velocidades próximas à da luz... Deves saber que a viagem, desde a base
no espaço a que me referi antes e seu mundo, durou só três dias e quatro horas. ..
Meu assombro não me permitiu articular palavra. Paulo tomou mais café, e continuou:
- Quando chegamos, encontrei um país de rara beleza. Um mundo com marcados contrastes
em seu físico, porém com uma vida que é expressão da paz e da harmonia, em graus impossíveis de
comparar com qualquer coisa conhecida na Terra. Durante a viagem havia sido submetido a um
tratamento de adaptação que me permitia, depois, poder respirar e me mover nesse ambiente sem o
escafandro. Da máquina que nos conduz através do espaço, fui transferido, por uma espécie de
corredor hermeticamente isolado do exterior, a um recinto bastante parecido ao que conhecera na
base espacial. Ali permaneci outros três dias (segundo meus cálculos de tempo, conforme meu
relógio) durante os quais me esterilizaram de todos os germes terrestres, completando-se o
tratamento para minha adaptação à atmosfera externa. Enquanto estive naquele lugar, recebi a visita
de um grupo de homens e mulheres de nosso planeta. Explicaram-me que haviam sido
transportados em diferente épocas. Que estavam sendo educados e tratados cientificamente para
estarem em condições de voltar à Terra no próximo século, quando as atuais circunstâncias hajam
mudado e seja o momento de formar uma nova raça, superior, em nosso mundo. Recordarás, Yosip,
que te disse alguma vez que nossa civilização está chegando a seu fim. Que estamos vivendo as
profecias dos livros sagrados do Oriente e Ocidente. Já a humanidade terrestre está passando por
tudo o que a linguagem simbólica e alegórica da Bíblia prediz no Apocalipse de São João. Os
"tempos chegaram” e nossa civilização agoniza. Três dos cavalos alegóricos e funestos daquela
profecia desataram sua fúria sobre nosso mundo. Por isso é que se está vivendo um caos tão
horrível; toda a humanidade está comovida pela mais absurda explosão dos baixos instintos, das
paixões exaltadas, da mais cínica e desavergonhada exposição de seus vícios e de seus brutais
apetites. Nunca, até hoje, havíamos assistido uma quebra, tão completa, dos mais altos valores do
espírito. As normas elevadas de moral, de beleza e de harmonia, estão esquecidas, produzem risos e
escárnio... toda marcha para sua própria destruição, num bestial alarde de materialismo egoísta,
12
sádico e repugnante; numa eclosão nefasta da barbárie e da luxúria, que esquece a beleza e o amor e
só busca a efêmera e embrutecedora sensação do orgasmo e da orgia, em um ambiente invadido
pelas drogas, pela violência e pelo crime... E assim marcham todos, como um rebanho furioso que
se lança ao abismo...
O quarto ginete apocalíptico assolará a Terra quando estoure a terceira e última guerra
mundial, e os cataclismos e calamidades de toda ordem arrasem integralmente o planeta; porque os
homens de nossa raça não têm conseguido avançar moral nem intelectualmente até um nível que
seu egoísmo, sua avareza, seu ódio e sua luxúria lhes deixarão passar a concepções superiores, a
realizações mais perfeitas e depuradas, a instituições mais sábias e altruístas, a uma convivência
mais fraterna e pacífica... Só desenvolveram a ciência e a técnica no afã de lucro, de domínio de
egoísta competência e não de útil cooperação. E o resultado é a constante divisão, o enfrentamento
do homem contra o homem, e portanto, a guerra...
Deves saber que nesse mundo a que fui levado, e para onde vou regressar, já não se
conhecem as guerras nem a menor forma de luta ou antagonismo entre seus habitantes. Eles
desenvolveram instituições que permitem a mútua e recíproca convivência num sistema de
cooperação mundial perfeito, sob a sábia direção de um estado e um governo que abarca todo esse
mundo. Faz muitos séculos, muitos milhares de anos que essa raça alcançou tal grau de
adiantamento, que lhes permitiu visitar a Terra em outras oportunidades. Todas as referências
conhecidas por nós que nos escritos mais antigos se faz sobre visitas a este planeta de "deuses em
carro de fogo” como nas mitologias da Grécia, nos papiros do Egito, da Pérsia, da Índia e do Tibet;
as lendas fabulosas dos Maias, dos Aztecas e dos Incas; o "Homem da Máscara de Jade” achado
numa desconcertante sepultura sob a pirâmide de Palenque, no México, em 1952, cujo sarcófago de
pedra, de dez mil anos de antigüidade, estava coberto por uma enorme pedra com belos alto-relevos
representando um homem sentado no comando de uma nave espacial... Tudo isso foi motivado, no
início de nossa civilização, pelas visitas que, de tempos em tempos, fazem os homens dessa raça a
nosso mundo. Não se trata de visitas de estudo nem de mera curiosidade científica. Desde milhares,
muitos milhares de anos, pois quando o Egito dos Faraós era só um conjunto de tribos selvagens,
em GANIMEDES já existia uma civilização tão sábia e tão poderosa que lhes permitiu ser os
intérpretes e executores do Plano Cósmico de nosso sistema solar. E em cumprimento desse plano
vieram à Terra quando sua presença se fez necessária para ajudar a adiantar os seres deste mundo.
O mítico e portentoso Hermes de Trismegisto, pedra fundamental de toda a sabedoria
egípcia desde então, e de muitas escolas esotéricas, foi um deles... E a subida ao céu do profeta
Elias, em "um carro de fogo", que nos narra a Bíblia, não foi senão uma das tantas missões desse
Plano Cósmico, executada pelos seres dessa raça de super-homens...
Meu amigo voltou a calar. Serviu mais café e enquanto o tomava, olhou-me sereno porém
insistentemente. Eu estava absorto, sem saber o que dizer. Experimentei uma estranha sensação.
Parecia-me que de seus olhos partia uma luz que invadia e enchia meu cérebro. Senti-me confuso e
levantei-me bruscamente do assento. Ele sorriu. Deixou a xícara e, abrindo uma caixa do escritório,
mostrou-me um pequeno objeto de metal parecido em tamanho e forma com uma máquina
fotográfica das menores.
- Trouxe isto e, quando me vá, deixar-te-ei. É um aparelho transmissor e receptor com o qual
podemos nos comunicar diretamente com eles. Não se deve usar sem necessidade, pois não teria
nenhum resultado positivo e útil fazê-lo por mera curiosidade. Ensinar-te-ei seu manejo e quando eu
tenha que entrar em contato, tu estarás presente e assim não duvidarás mais de minhas palavras.
- Porém, de que isso me servirá quando já tiveres ido?
- Poderemos continuar nos comunicando. Será um privilégio que guardarás no mais estrito
segredo, exclusivamente para teu bem e dos teus. Talvez mais adiante, vocês possam, também,
reunir-se a nós...
-Sua potência é permanente, inalterável. Atua com energia cósmica, e unicamente requer
13
que receba pelo menos uma hora de luz solar cada semana. Servir-me-á para te instruir através da
distância que separa ambos os mundos, e tu e os teus resolverão seus futuros... Não esqueças o
que te disse antes: Os tempos chegaram, o Apocalipse se cumpre e esta civilização será extinta,
como indicam em símbolos e alegorias, a Grande Pirâmide de Keops no Egito e as profecias de
São João, e isto terá lugar nos últimos decênios deste século... A promessa de Cristo se realizará:
A famosa "Jerusalém de Ouro", símbolo da nova raça, que "baixa desde os céus à Terra" para
estabelecer nela Seu Reino, serão fatos tangíveis e reais no próximo milênio. Porém todos os
males deste mundo têm que desaparecer. A humanidade deste planeta deverá ser regenerada, para
que uma nova civilização, sobre os moldes da de GANIMEDES, possa substituir as carcomidas e
podres estruturas sobre as quais descansam todas as crenças e todas as instituições atuais. Como
Fênix, esta raça e esta civilização morrerão para serem purificadas, redimidas, superadas,
renascendo de suas cinzas nos albores de um mundo e de uma nova raça, cujos primeiros pais
serão aqueles, - homens e mulheres - escolhidos por seu grau de adiantamento, que são,
efetivamente, "os das brancas vestimentas do Reino" de que nos fala o Apocalipse e o Juízo
Final, que vão ser levados, pouco a pouco, a GANIMEDES, para regressarem, devidamente
preparados, quando chegue o tempo de povoar a Terra sob a direção amorosa e sábia de seus
mestres desse mundo...
- Disseste que esses homens e mulheres vão vir outra vez, no próximo século... como vão
poder viver tantos anos e chegar a ser os pais da nova raça a que te referes?
- Não estranhes minhas palavras: em GANIMEDES, um dos conhecimentos comuns é o
da conservação dos corpos. A regeneração celular, e portanto a conservação orgânica sem a
esclerose que produz a velhice, é conhecida e utilizada por todos. O segredo dos patriarcas
bíblicos, que viveram vários séculos, é comum nesse mundo...
2
CAPÍTULO III
A VIAGEM
As provas que Paulo me dera, no curso desses quinze dias, acabaram por convencer-me.
As maravilhas de que falava, diariamente, fizeram-me sentir, pouco a pouco, o desejo de
conhecer também aquele verdadeiro paraíso... Porém o perigo maior estava em minha família e
em nossa falta de preparação. Se eu me havia convencido, nem por isso me encontrava à altura
dos conhecimentos e do desenvolvimento moral, mental, e científico conseguido por ele. E os
meus, tão distantes como eu. A tal ponto, que tivemos que ocultar nossos passos dos primeiros
dias e fazer crer que se preparava uma viagem a outro lugar da Terra, de onde não regressaria.
Todos os seus preparativos já estavam ultimados. Minha família feliz pela inesperada
herança. As amizades dele acreditavam em sua partida para um lamastério da Índia. E não
obstante, eu cada vez mais inquieto; preocupado minuto a minuto, hora após hora, pelo estranho
segredo desse mundo a que Paulo havia ido me ensinando a imaginar, a compreender e, por fim,
a desejar...
De suas explicações, de suas numerosas narrações vividas nos poucos dias que passara lá,
desprendia-se uma luz que invadiu totalmente minha alma. É um mundo em que não existe o mal
de forma nenhuma. Uma espécie de colméia gigantesca onde todos trabalham felizes, com a
alegria e o amor de verdadeiros irmãos. Um mundo em que a sabedoria milenar, a ciência e a
técnica em níveis tão elevados, tem conseguido eliminar, desde tempos remotíssimos, todas as
enfermidades, todas as paixões comuns a nossa humanidade, todos os elementos de discórdia e
divisão. Um mundo onde não existem nem fronteiras, nem credos divergentes, nem mesquinhos
interesses econômicos suscetíveis de enfrentar e inimizar seus habitantes. Uma religião superior,
sem dogmas absurdos ou caprichosos; uma religião nascida do conhecimento profundo do
Cosmos, da Vida e da Eternidade, não imposta com palavras e ameaças, senão demonstrada com
o conhecimento científico das grandes verdades espirituais e cósmicas, e obedientes não a seres
mortais e imperfeitos, muitas vezes falsos e hipócritas, mas ao mandato direto de entidades
superiores, governantes sábios e amorosos daquele Reino a que Cristo se referira, muitas vezes,
quando dizia: "Meu Reino não é deste Mundo".
Um mundo guiado, politicamente, por um conjunto de sábios e poderosos Mestres,
preparados através de uma longa evolução para seu papel de condutores e de pais da massa. Um
país em que seu povo, dotado do sexto e do sétimo sentidos, jamais poderia enganar-se nem
ocultar seu pensamento e portanto, na necessidade - feita já faculdade consciente e nata - de fazer
o bem e não cair em nenhum erro suscetível de prejudicar... Um lugar onde não falta nada a
ninguém para ser feliz, em que tudo se produz para a satisfação de todos, através de sistemas em
que cada qual desempenha sua missão com o mais completo conhecimento e dentro do mais
depurado conceito da mútua ajuda e da recíproca correspondência. Essa imagem paradisíaca das
realizações mais avançadas e mais nobres em todos os campos da vida... E, ao mesmo tempo, o
domínio sábio e absoluto das forças naturais e de toda natureza desse mundo, para um
aproveitamento integral em benefício coletivo de seus habitantes... que diferente é de nossa
mesquinha Terra ! Governada, em muitos casos, por tiranos executores de interesses particulares
e escusos; por avarentos comerciantes, ávidos por encher suas arcas à custa do sofrimento, da
exploração e do engano de outros; por falsos apóstolos ambiciosos, hipócritas e muitas vezes
cruéis; por ignorantes cheios de vaidade por um leve verniz de conhecimentos infantis, que, com
alardes de orgulho e vaidade, pavoneiam-se como os únicos definidores da Verdade e da Vida...
Comparava, a cada instante, os alcances de nossa ciência e de nossa técnica, que apesar
de progressos tão notáveis deste último século, distam tanto do demonstrado por essas máquinas
dominadoras do espaço e de todas as limitações da energia e da matéria conhecidas por nós...
Contemplava o panorama deste mundo, habitado em sua maior parte por seres na mais triste
condição de vida, material e moral, explorados iniquamente, muitas vezes, para acumular
riquezas em benefício de pequenos grupos de polvos humanos... e povoado igualmente, por uma
heterogênea multidão em que os baixos instintos, desbocando continuamente impropérios,
levam-nos a cometer as ações mais abjetas, os mais vis enganos, as piores traições, os abusos
3
mais cruéis e os mais abomináveis crimes...
Em tal estado de ânimo, vi chegar, com a ânsia e a sede que teria o perdido num deserto,
o momento em que Paulo ia comunicar-se com GANIMEDES. Cinco dias antes de sua partida,
nos encerramos em sua casa pela tarde. Sentou-se junto a mim. Pegou o aparelhinho que me
havia mostrado na vez anterior; acionou uma chavezinha, e esperamos em profundo silêncio. O
mecanismo começou a emitir um ligeiríssimo zumbido, e na tela do transmissor, parecida com
uma de nossas lentes fotográficas, apareceu um ponto luminoso que foi aumentando, segundo a
segundo, até encher todo o espaço. Então, Paulo colocou seus dedos sobre um botãozinho, e
vimos formar-se uma imagem, a princípio turva, depois cada vez mais nítida: era o panorama de
uma região que podia ser algum lugar da Terra. A imagem aproximava-se, e pude perceber
vegetação, que uma vez próxima, era diferente de tudo quanto eu conhecia. Ao mesmo tempo
escutava algo assim como uma música suave, harmoniosa, de efeito balsâmico. A projeção era
como se estivéssemos voando sobre aquela paragem e vimos que nos aproximávamos de um
estranho edifício, semi-esférico de um brilho inusitado. A visão passou através dos muros e
encontramo-nos em um recinto rodeados por numerosos tabuleiros de controle e telas
resplandecentes, com diversas imagens em movimento. No centro, diante de uma rara mesa de
metal com numerosos botões e chaves, estava um homem de cabeça ligeiramente grande. Seu
rosto ocupou toda nossa lente até que só vimos seus olhos. Olhos raros, profundos e com intenso
brilho. Vi que meu amigo concentrava fixamente sua vista naqueles olhos, e ao cabo de alguns
segundos falou-me, sem afastar o olhar do aparelho:
Disse-me que te saúde e que trates de concentrar tua atenção em seus olhos.
Esforcei-me em fazê-lo. Aquelas pupilas pareciam emitir ondas que penetravam em meu
cérebro. Nesse momento pensava se, algum dia, poderia chegar a conhecer tão maravilhoso
mundo, e senti clara, positivamente, em meu interior, como uma voz que respondia:
Deixa-te guiar por teu amigo. Ele te ensinará o necessário, e quando tu e os teus
estiverem preparados, poderão vir.
Olhei Paulo que sorria. Fez-me sinal que me afastasse e voltou a concentrar-se em sua
silenciosa conversação. Passaram alguns minutos. Paulo colocou-se ligeiramente atrás, e aqueles
olhos voltaram a fixar-se nos meus: "Tem fé, e até breve" pude captar nitidamente que me
diziam. Meu amigo retirou a mão do aparelho. Apagou-se a imagem da tela e entre os dois
desligamos a chavezinha.
O que me dizes agora? perguntou-me.
Já não necessitava responder. Prometeu ensinar-me como e porquê funcionava o
aparelhinho, recomendando-me não mostrá-lo a ninguém, a não ser à minha mulher, quando ele
já houvesse ido, e comunicou-me que tudo estava pronto para a sua viagem.
Perguntei se na noite de minha partida podes vir com tua família e se me autorizas a
fazer para que creiam, e que possas ajudá-los na difícil tarefa de conseguir que te acompanhem,
quando chegue o momento propício de afastá-los deste mundo. Pedi com insistência, porque o
amor que tenho por eles impele-me a salvá-los dos terríveis tempos que se avizinham. Suas
almas chegaram a nível de moral que permita adaptá-las a essa mudança de mundo. Porém
requerem a preparação científica e os conhecimentos técnicos indispensáveis a tão formidável
salto. Isso vamos fazer se vocês cooperarem. Em tal caso, nossa separação será por curto tempo.
Mas não deves esquecer que esse aparelhinho que te deixarei, só tu usarás e ninguém mais... Do
contrário, interromper-se-a toda nossa comunicação.
Quando tenham aprendido o suficiente para ter uma base elementar de conhecimentos,
especialmente metafísicos, que lhes permita conseguir uma marcada transformação de sua
constituição molecular, a fim de alcançar uma elevação de suas freqüências vibratórias em todo o
organismo, poderemos levá-los, e gozarão desse reino bendito, no qual serão educados e tratados
adequadamente para estarem em condições de repovoar a Terra, com muitos outros, nos começos
da Nova Era...
4
Na noite de sua partida, Paulo convidou-nos a cear em sua casa. Não me havia atrevido a
revelar nada à minha mulher nem a meus filhos. Preferi esperar que os fatos consumados me
evitassem luta e discussões para convencê-los de que não estava louco. Somente dissemos que
viajaria essa noite e eles concluíram que seria de avião.
O jantar transcorreu animado e tivemos o cuidado de oferecer alguns coquetéis à minha
esposa e calmantes para os nervos de meus filhos.
As crianças perguntavam insistentemente pelo país onde ia Paulo, a que horas sairiam
para o aeroporto, e toda uma série de perguntas comuns no caso de uma viagem normal.
Falta pouco; esperem, que ainda temos tempo...
Esse país é muito longe?
Sim, muito longe...
E, é muito bonito?
Belíssimo! Tudo o que eu possa dizer seria pouco em comparação com a realidade.
E, poderemos ir te visitar?
Assim espero. Tudo o que vocês têm que fazer é se portar bem. Obedecer e querer
muito a seus pais, e aprender tudo o que o paizinho vai ensinar a partir de hoje...
O tempo transcorria lentamente. A conversa girava em torno da suposta viagem à Índia.
Paulo e eu trocávamos olhares inteligentes, e segundo se aproximava a hora marcada, meu
nervosismo aumentava, apesar de que havia tomado, às escondidas, boas doses de calmante.
Eram duas da madrugada quando, pelas janelas da sala de jantar, vimos que o jardim se
iluminava com uma potente luz que vinha do alto. Todos, menos meu amigo, avançamos para as
janelas.
Que luz é essa? perguntaram todos em coro.
Eu olhei para Paulo, que, impassível, permanecia em seu lugar.
Tenham calma e não se assustem disse, marcando as palavras, nas quais, não
obstante, percebia-se profunda emoção. Vêm por mim...
Como! Dessa forma? exclamou assombrada minha mulher.
Sim; não temam nada nem se assustem com o que vão ver... São amigos, e chegou a
hora de minha partida...
Naquele instante saiu um grito da boca daqueles que desconheciam o segredo: Uma
máquina enorme, em forma de gigantesca lentilha, descia suavemente sobre o jardim, projetando
um poderoso facho de luz celeste desde seu centro.
5
“EU VISITEI GANIMEDES ...”
SEGUNDA PARTE
Não sou cientista especializado nos temas que se abordam nestas páginas. Não pretendo
assumir pose de astrônomo, de físico, nem de profeta. Limito-me, somente, a transcrever os
apontamentos que tomei com Paulo em nossas longas conversações, naqueles dias inesquecíveis
que precederam a sua extraordinária partida deste mundo.
Não desejo publicidade pessoal, nem me converter em vedete da Imprensa... Muito pelo
contrário: desejo achar a paz e o silêncio que requerem as instruções recebidas de meu amigo
para o rápido desenvolvimento individual, meu e dos meus...
Porém, devo cumprir a promessa empenhada. Anunciar o que se aproxima e procurar que
a Luz se faça na mente daqueles que já estão preparados para recebê-la, nestes momentos tão
críticos para toda a nossa humanidade...
Yosip Ibrahim
6
CAPÍTULO IV
Faz muitos séculos, muitos milhares de anos, em nosso sistema solar existia outro planeta
que girava em torno do sol entre as órbitas que seguem Marte e Júpiter. Hoje em dia, esse espaço
está ocupado pelo Cinturão de Asteróides, como se conhece entre os astrônomos a larga esteira
de meteoros e meteoritos que se encontra naquela zona, girando constantemente na mesma
órbita.
Nossos homens de ciência conhecem bem sua existência, e sabem que está formada por
corpos siderais de todo tamanho, desde simples pó cósmico até massas como a do asteróide
Ceres, cujo diâmetro alcança 780 quilômetros. Se tivermos em conta que o mencionado
“cinturão” chega a estender-se, na múltipla soma das órbitas de todos seus incontáveis
planetóides, até a respeitável cifra de cerca de 250 milhões de quilômetros de largura, podemos
imaginar a magnitude de corpos, ou massas dispersas que o formam. Já os astrônomos supõem
que podem ser os restos daquele planeta desaparecido... e aqui começa, em verdade, o relato que
me fizeram de tão maravilhosa história.
Faz milhares, muitos milhares de anos, repito, aquele planeta, ao qual chamaremos
“Planeta Amarelo” pela classe de luz que desprendia, era o lar de uma raça muito antiga, que em
sua grande evolução de milênios havia alcançado níveis de cultura semelhantes, ou talvez
superiores aos que estamos chegando os homens na Terra. Nesses remotos tempos, nosso planeta
ainda não era habitado por seres humanos, Por outro lado, os homens do Planeta Amarelo
voavam já pelo espaço... Sua ciência e sua técnica permitiam, então, iniciar as primeiras
expedições aos outros mundos de nosso sistema solar, e nessa forma, através de muitos séculos,
foram conhecendo a existência e as características próprias de todos e cada um dos diferentes
planetas.
Ao que hoje se propõem os homens da Terra, eles haviam conhecido quando na Terra não
havia homens... Em tais condições de adiantamento chegaram a visitar outros astros, como hoje
o estamos fazendo com a Lua. E sua sabedoria permitiu descobrir a tempo os sintomas
precursores da destruição de seu mundo. Quando o terrível cataclismo cósmico reduziu esse
planeta aos restos que hoje formam o “Cinturão de Asteróides” muitos deles já haviam
conseguido estabelecer-se num dos satélites maiores dos doze que possui Júpiter, batizado por
nosso sábio Galileu com o nome de GANIMEDES.
E nesse novo mundo, nessa nova esfera, adaptada pouco a pouco seguiu progredindo e se
desenvolvendo a vida e a cultura daquela civilização de super-homens. Porém nem todos voaram
para GANIMEDES. Parece que alguns, talvez os mais reacionários a deixar seu mundo ou talvez
os derradeiros fugitivos do desastre, chegaram até a Terra... Já começava então a florescer a
Humanidade nestes lares. Os homens baixados do céu foram recebidos como deuses pelas
primitivas tribos dessas épocas, e sua presença explica o mistério de tantos seres mitológicos na
multidão de lendas aborígines nos mais remotos povos deste mundo.
Porém não há somente lendas a respeito. Recentes descobrimentos arqueológicos vêm
respaldar essa afirmação. Um dos mais assombrosos é, sem dúvida, o realizado no México pelo
arqueólogo Alberto Ruiz Luillier, no ano de 1952, na Pirâmide de Palenque, no Estado de
Chiapas, que mereceu ser divulgado amplamente em todo o mundo, pela imprensa, pelo rádio e
pela televisão, comovendo
profundamente todos os círculos
científicos especializados. É o
caso que muitos têm
denominado “Enigma do
Homem da Máscara de Jade”.
Na mencionada Pirâmide de
Palenque, foi descoberto o
sarcófago com os restos
mumificados de um ser a quem
7
os Maias haviam adorado como o deus Kulkulkan. Estava rodeado por todos os atributos da
divindade no culto milenar dessa raça, tendo o rosto coberto por fina máscara de Jade e ouro.
Porém o mais notável do achado constitui a pedra sepulcral que tapava essa tumba: é uma lápide
monolítica de 3,80 metros de altura por 2,20 metros de largura, com espessura média de 25
centímetros e um peso de 6 toneladas, na qual se encontra esculpida nitidamente a figura de um
homem sentado no interior de uma máquina que guarda extraordinária semelhança com as
cápsulas espaciais empregadas, atualmente, por nossos cosmonautas. A escultura maia mostra
esse homem em atitude de manejar dito aparelho; tem ambas as mãos nas alavancas de comando,
claramente representadas e o pé direito pisando num pedal. Leva na cabeça um estranho capacete
e um aparato aplicado ao mesmo à maneira de tubo ou mangueira à altura do nariz. O desenho de
todo o conjunto comprova a evidente intenção de reproduzir os complicados mecanismos de uma
nave espacial, com surpreendente semelhança com as que hoje usamos na Terra, pois se cuidou
até do detalhe da expulsão de gases ou fogo pela parte posterior do aparelho.
Por todo o mundo têm circulado as fotografias e desenhos de tão extraordinário
descobrimento. Não será demais dizer que tanto a múmia como o sarcófago e os objetos
encontrados na tumba foram submetidos a todas as provas com que nossa ciência pode
determinar a autenticidade e a antiguidade dos mesmos e os resultados dessas provas, inclusive
as do Carbono 14 renderam um veredicto irrefutável e desconcertante: o Homem da Máscara de
Jade e a pedra esculpida com tão estranhas figuras datam de 10.000 anos atrás...!
Além das investigações realizadas depreendeu-se, também, que o personagem enterrado
sob aquela enigmática lápide não era da raça Maia. A morfologia e a estatura da múmia eram
notavelmente distintas das dos Maias. O “Deus Kulkulkan” como o denominavam teve uma
altura de 1,72 metros aproximadamente, e caracteres raciais marcadamente distintos dos antigos
povoadores do que, depois, foi México e América Central.
Porém não é o da Pirâmide de Palenque o único caso que nos prova a visita à Terra, desde
milênios, de seres de uma raça e com uma civilização muito superiores. Durante séculos, nossa
humanidade acreditou ser a única habitante do universo. As distâncias e os primitivos meios de
comunicação de nosso planeta em tempos remotos favoreceram a ignorância de muitos núcleos e
o lento desenvolvimento dos povos, até hoje; originaram conceitos errôneos e o esquecimento de
milhões de seres humanos de outras civilizações em diferentes mundos distribuídos no Cosmos.
Não obstante, em distintas épocas e em vários lugares têm ficado as marcas irrefutáveis
dessas visitas de seres e máquinas extraterrestres. Os arqueólogos e os eruditos na matéria
possuem, já, um copioso arquivo de dados a respeito. Muitos renderam-se à evidência de provas
irrefutáveis, como a do Homem da Máscara de Jade. Outros, ainda duvidam... Porém, como
poderão explicar fatos e conhecimentos de povos remotos cujas provas se têm mantido através
do tempo?
Outro dos casos maravilhosos nos princípios da civilização terrena, é o da famosa
Pirâmide de Keops, no antigo Egito. Tem sido estudada por legiões de sábios, no curso de vários
séculos. O resultado de todos esses estudos leva à conclusão de que teve que ser dirigida, em sua
construção, por homens que possuíam uma ciência que, em matéria de matemáticas, astronomia
e metafísica, em engenharia e arquitetura, ainda igualam ou superam as atuais. Os cálculos
astronômicos evidenciados na pirâmide egípcia demonstram que, faz 6.000 anos, no Egito havia
sábios conhecedores do segredo de nosso sistema solar, das constelações que nos rodeiam, das
estreitas relações entre os demais astros e a Terra, das forças naturais e das leis cósmicas, até o
grau de permitir-lhes predizer o futuro de nossa humanidade e de sua civilização, em todo um
ciclo de 6.000 anos, sem equivocar-se...!
Os velhos papiros egípcios contêm abundantes alusões a respeito e um papiro da época
do faraó Tutmosis III, escrito 1.500 anos antes do nascimento de Cristo, relata os detalhes da
visita de um “Disco Voador” e descreve o aparelho nos pitorescos termos que o assombrado
autor pôde expressar.
As mitologias da Síria, Babilônia, Pérsia, Índia e Tibet, além dos Maias e dos Egípcios
abundam em referências deste tipo. Todas elas coincidem em mencionar as visitas de “deuses
que baixam das estrelas, em carros ou naves de fogo, que instruem os humanos e depois
regressam ao céu, rodeados por grande resplendores”. Os antiqüíssimos livros da Índia,
8
Samarangana Sutradara, Mahabarata e o Ramaiana, escritos faz milhares de anos, contêm
precisas descrições de viagens realizadas por “discos voadores”, denominados em sânscrito
“vimanas”, conduzindo deuses que baixaram à Terra.
E nas legendárias tradições do povo chinês, também, encontramos a explicação de sua
origem atribuída à vinda de seres divinos, baixados do céu para ensinar aos homens. Recordemos
que os antigos imperadores da China foram chamados sempre “Filhos do Céu...” e, que
explicação teriam as pinturas encontradas pelo explorador Henri Lothe nas cavernas de Tassili
em pleno deserto do Saara? Este descobrimento teve lugar no ano de 1956 e aquelas figuras, que
representam seres muito parecidos com os nossos astronautas têm, igualmente, uma antiguidade
de mais de 10.000 anos...
9
CAPÍTULO V
Nesses quinze dias em que estive todo o tempo com Paulo, preparando sua partida
definitiva da Terra, narrou-me muitas coisas que, às vezes, não podia escrever, pois
conversávamos constantemente, a toda hora, e muitas de suas explicações tive que retê-las na
memória, por terem sido detalhes que me dava em público no transitar diário dos preparativos
necessários para a sua partida.
Isto esclarece que, em algumas passagens desta obra, podem deslizar, talvez, erros de
conceitos ou de interpretação, devidos ao meu desconhecimento técnico ou científico, relativos a
certos temas tratados com maior autoridade por ele, mas que só pude reter mediante rápidos e
nem sempre detalhados apontamentos. Faço a ressalva porque desejo que minha versão consiga
ser sincera, ainda que em certos aspectos de ordem científica não chegue a interpretar
corretamente, em todas as suas partes, as surpreendentes explicações do meu amigo.
Já manifestei na Primeira Parte a impressão que tive ao contemplar, junto com os meus, a
enorme máquina que desceu no jardim da sua casa na noite em que Paulo abandonou, para
sempre, este planeta...
Era como uma gigantesca lentilha metálica, de mais ou menos 15 ou 20 metros de
diâmetro, com uma cúpula central que poderia ter até 3 metros de altura, contados desde a base
do aparelho. Em todo o contorno exterior, o fio daquela “lentilha”, que rodeava a cúpula se via
uma fileira de buracos pequenos como tubos de escape. Em ambos os lados da mencionada
cúpula pude apreciar janelas estreitas e largas, algo assim como os pára-brisas de um automóvel,
sem conseguir ver o interior pela distância de que nos encontrávamos àquela noite, pois já
expliquei como foi nossa despedida: minha família e eu profundamente impressionados,
permanecemos na porta da casa que dá para o jardim, sem nos aproximarmos do “disco”, quando
Paulo, depois de abraçar-nos, ingressou na máquina. Para fazê-lo, subiu por uma escadinha de
metal pela qual havia descido da base de uma porta. No anteparo que se abrira na cúpula frente a
nós no centro das janelas já descritas esperavam-no duas pessoas de estatura como a nossa,
vestindo escafandros no meu entender iguais ou semelhantes aos que usam nossos astronautas.
Quando o OVNI elevou-se brotaram jatos incandescentes dos buracos que circundavam o
exterior da “lentilha” e pareceu-me que o metal da estrutura do imenso prato, e não somente a
cúpula , trocava de cor com uma brilhante iridiscência. Também me chamou a atenção que toda
a manobra efetuava-se sem maior ruído, pois só escutamos um leve zumbido, que se perdeu
rapidamente à medida que a nave se afastava no espaço.
Até aqui, o que eu vira. Paulo me havia explicado como foram as duas viagens, de ida e
volta, a GANIMEDES, e sua passagem , as duas vezes, pela base espacial a que me referi na
Primeira Parte deste livro. Disse-me, então, que havia viajado em dois modelos de astronaves
diferentes, em tamanho e poder, ainda que similares em suas características essenciais: que da
terra à base espacial e vice-versa, empregaram um tipo menor com capacidade para seis pessoas;
porém que da base até GANIMEDES usaram máquinas muito maiores e poderosas nas quais
comodamente poderiam viajar mais de 20 tripulantes. As características principais dessas naves
se diferenciam enormemente das que estamos empregando na Terra, tanto em estruturas quanto
em energia, manobras e em velocidade.
Os dois modelos descritos por meu amigo estavam formados, estruturalmente, por dois
corpos concêntricos: a cabina de comando e a câmara de máquinas. A cabina de comando,
colocada na cúpula central, era algo assim como o cérebro eletrônico de todo o conjunto, desde a
qual os tripulantes podiam controlar e dirigir o funcionamento dos complicados mecanismos
produtores de energia e impulsionadores da nave espacial, repartidos, por sua vez, em todo o
espaço interior do outro corpo, ou câmara de máquinas, enchendo a circunferência de forma
lenticular que rodeia o corpo central.
Os homens de GANIMEDES chegaram a produzir e a controlar, de maneira absoluta, a
energia atômica e a termonuclear. Possuem, também, o segredo de neutralizar à vontade os
efeitos daninhos das radiações e sua conversão automática em novas formas de energia, que
10
unidas ao aproveitamento de energia proveniente dos raios solares, dos raios cósmicos e das
vibrações luminosas e sonoras, cujo domínio chega neles ao que na Terra nos pareceria
milagroso; é assim como suas máquinas do espaço têm podido alcançar metas que ainda nos falta
muito alcançar.
Em primeiro lugar, contam com materiais completamente desconhecidos na Terra.
Desenvolveram fusões de metais que resistem a todas as forças da natureza por mais poderosas
que sejam e por adversas que sejam as circunstâncias em que atuem. Têm, também, produtos
maleáveis ou plásticos de propriedades tão maravilhosas que nossos químicos e físicos atuais
resistiriam em aceitar. Isto foi evidenciado por Paulo ao comprovar as assombrosas velocidades
que essas máquinas podem alcançar. Já disse na Primeira Parte do desconcertante assombro com
que vi afastar-se nosso mundo em questão de minutos e como, ao calcular a possível velocidade
com referência ao vertiginoso afastamento de nosso planeta, esteve a ponto de sofrer uma
síncope ao se dar conta dos resultados do seu cálculo. O trajeto desde a Terra até a base
construída por eles no espaço, que, segundo informaram, dista de nós pouco mais de 10 milhões
de quilômetros, tardou somente 1 hora e minutos...!
Um simples cálculo basta para chegar a uma cifra que, na atualidade, produz calafrios:
3.000 quilômetros por segundo! Somente 100 vezes menos que a velocidade da luz! Quando
tratamos disto, Paulo manifestou que sua primeira reação havia sido de incredulidade. Porém
seus acompanhantes no OVNI, lendo seu pensamento, disseram-lhe que esperasse chegar a
GANIMEDES, que comprovariam aquilo e muito mais.
Não necessito repetir o exposto na Primeira Parte a respeito da segunda etapa da viagem.
A distância de 760 milhões de quilômetros que nos separa de GANIMEDES foi coberta entre as
duas etapas, num total de 3 dias e 4 horas, aproximadamente!... Isto corroborou de novo os
primeiros cálculos efetuados e a média de vôo de 10 milhões e 800 mil quilômetros por hora...!
Tudo isso resulta incrível, e assim opinei então. Porque, além dos problemas diretamente
relacionados com a força impulsora necessária para alcançar uma suposta velocidade desse tipo
havia que levar em conta os diferentes problemas derivados da resistência de materiais,
gravitação, inércia, problemas de ordem térmica, biológica e funcional sobre os organismos
vivos. Toda essa enormidade de barreiras que nossa ciência e nossa técnica calculam hoje diante
de possibilidades de tal envergadura. Porém ante todas as minhas objeções, Paulo limitou-se a
dizer: “Faz somente dois séculos, se houvéssemos falado de televisão , de viagens à lua, de
controle remoto, de máquinas no espaço e dos adiantamentos da eletrônica e da energia nuclear,
nossos antepassados nos tomariam por loucos...”
E depois explicou-me o que conseguira conhecer sobre essas prodigiosas naves espaciais.
Advertiu-me, não obstante, que seus tripulantes não quiseram fornecer detalhes minuciosos a
respeito dos mecanismos nem de certas particularidades sobre propulsão, fontes de energia,
aplicação de forças e conversão ou neutralização das mesmas e que o obtido era somente fruto de
suas observações pessoais, à luz do apreendido por ele na Terra e da comparação de seus
conhecimentos com os novos fenômenos comprovados na viagem.
Já se disse que as estruturas e todas as peças de que estão formadas essas máquinas são de
materiais completamente desconhecidos na Terra. Portanto, suas resistências e reações às forças
e leis da natureza por nós conhecidas são diferentes. Parece que sua força impulsora é o resultado
de um complexo sistema no qual intervêm: energia termonuclear dominada e controlada em
absoluto, o desenvolvimento de poderosos campos magnéticos e o auxílio e o aproveitamento
simultâneo de novas fontes de energia cósmica e luminosa até agora desconhecida por nós. Se
um raio de luz viaja no espaço a 300.000 quilômetros por segundo, e se as microscópicas
partículas que formam os raios luminosos podem ser suscetíveis de concentrar-se e de dirigir-se
como, por exemplo, nos laser, quem se atreveria a negar que, dentro de condições especiais,
através de mecanismos ainda não imaginados por nossa humanidade, e no amplo campo das
ondas eletromagnéticas e dos raios cósmicos, outra humanidade tenha conseguido encadear a
força dessas partículas, obrigando-as a proporcionar uma parte de sua energia cinética em
proveito de todo o conjunto...?
Das observações efetuadas, pude deduzir que os dois corpos concêntricos a que se fez
menção: a cúpula central ou cabina de comandos, e a plataforma circular externa, ou câmara de
11
máquinas, não obstante estarem solidamente unidas, ficavam isoladas, automaticamente, pela
inserção de materiais que, sem diminuir a solidez do conjunto, garantiam a independência e a
segurança da cabina interior, neutralizando forças e possíveis radiações. Ainda quando os
tripulantes pudessem cometer algum erro ou descuido fortuito, o sistema de controle eletrônico
do aparelho os punha, constantemente, a salvo dos riscos próprios de tão extraordinárias viagens.
Tal sistema abarcava solução total dos problemas que, para nossos físicos, apresentam as viagens
espaciais, e muitos outros ainda desconhecidos na Terra.
Um dos mais sérios obstáculos que têm que vencer nossos conterrâneos é o conjunto de
fenômenos derivados da Lei de Gravidade. Os astronautas de GANIMEDES riem disto: eles
resolveram, faz muito tempo, todos os problemas relacionados com o que nós chamamos
“Gravidade” segundo a definição de Newton. Suas máquinas podem neutralizar, à vontade, toda
a forma de atração de massas, liberando-se, assim, quando convém, da influência de qualquer
corpo celeste ou astro em tal sentido. Isto lhes permite realizar as manobras que têm
desconcertado a muitos técnicos que, algumas vezes, chegaram a ver um OVNI. Explica porque
podem elevar-se com toda a suavidade e lentidão e afastar-se do solo a qualquer tipo de
velocidade. Sabemos que nossas naves espaciais devem iniciar seu vôo com determinada
velocidade, segundo seu tamanho e peso, para conseguir a força de “arranque” ,ou seja, a
velocidade inicial que, resistindo à força de gravidade, permita à máquina afastar-se da Terra,
sem o que não poderia continuar a trajetória e cairia de novo ao solo.
Por outro lado, os OVNIS sobem e baixam com toda a suavidade, podem deter-se no
espaço a qualquer altura e permanecer imóveis todo o tempo que seus tripulantes desejem e
realizar todo o tipo de troca de ângulos, inverossímeis para nossos aviadores, sem que a máquina
ou seus ocupantes sofram qualquer dano. Poderosos campos magnéticos e a combinação de
forças a que já se aludiu anteriormente, conseguem isso, além da qualidade especial dos
materiais mencionados. Quanto ao organismo e funções biológicas de seus tripulantes, sucede o
mesmo: nos momentos críticos de certas manobras, como subidas e descidas, ou nas trocas
bruscas de velocidade, ou guinadas violentas, toda a estrutura e muito particularmente a cabina
central são rodeadas por uma força cuja magnitude está em relação direta com as forças naturais
que há de vencer, mantendo assim a nave dentro do que se poderia chamar um “campo
gravitacional próprio”. Desta forma, ficam anuladas todas as reações por gravidade ou inércia, e
são vencidos todos os efeitos desagradáveis e perigosos provenientes das mudanças de pressão,
desgravitação ou perda de peso no espaço exterior e os conseqüentes efeitos fisiológicos e
psíquicos para seus ocupantes.
Outro problema que até agora resultou em obstáculo irremovível para nossos sábios: o
reaquecimento pelo atrito dos corpos, que pode ter resultados terríveis ao atravessar as zonas da
atmosfera da Terra ou de outros astros, tem sido, também, resolvido por eles. Um sistema
automático protetor absorve a energia térmica à medida que esta se vai gerando em toda a
coberta exterior da astronave, transformando-a em refrigeração controlada e em força
propulsora; de tal maneira que a capacidade do vôo permite alcançar velocidades muito
superiores, dentro da atmosfera, a todo o calculado por nossos cientistas, ainda quando, em
verdade, dentro dessas zonas não se chegue nunca aos limites assombrosos que acima se indicou.
Recordemos que, na Primeira Parte, nosso amigo explicou como havia notado uma apreciável
troca de velocidade entre o tempo que permaneceram na atmosfera terrestre e quando alcançaram
o espaço interestelar.
Outra das características espaciais observada por ele foi a referente ao sistema de
detecção à distância. Nós desenvolvemos o radar. O que eles possuem a respeito reúne as
condições de serviço, combinadas, do radar, da televisão e da telemetria telescópica. Uma
experiência interessante foi presenciada por Paulo quando atravessava a zona conhecida como
Cinturão de Asteróides, já mencionada anteriormente. Na respectiva tela da cabina de comandos
apareceu de repente a imagem de um meteorito que se aproximava velozmente na mesma
trajetória seguida pela nave. Pelas janelas do aparelho não se distinguia nada. Os tripulantes
chamaram-lhe a atenção e disseram-lhe, telepaticamente, que iam eliminar esse obstáculo. Nosso
amigo seguia sem ver nada através da janela. Na tela de controle o asteróide continuava
aproximando-se e era visível em todos os seus detalhes. Um dos astronautas regulou uma
12
chavezinha e comprimiu um botão. Na tela viu-se explodir, em formidável estalo, o meteoro e,
ao mesmo tempo, nosso amigo pode ver pelas janelas na mesma direção em que viajavam,
porém a uma distância enorme, um clarão fugaz que desapareceu... Ao olhar de novo,
inquisitivamente a seus acompanhantes, a resposta foi: “Raios cósmicos... e de luz...”
13
CAPÍTULO VI
AS BASES NO ESPAÇO
CAPÍTULO VII
COMO É GANIMEDES
Para compreender melhor o ambiente que rodeia essa humanidade, é necessário conhecer
as condições reinantes na família de astros que formam o grupo joviano como se denomina em
Astronomia o conjunto planetário integrado por Júpiter e seus doze satélites. Como se disse, esse
gigantesco planeta representava, até certo ponto, um sistema planetário menor, dentro da família
de astros que integram nosso sistema solar. E as enormes dimensões jupiterianas, assim como a
grande distância que o separa do Sol, dão lugar a características especiais que diferenciam,
bastante, esse grupo de mundos, se o comparamos com a Terra e os outros três planetas interiores
que conformam a série chamada, também de “planetas terrestres”, ou seja, aos quatro corpos
celestes mais próximos do Sol que giram em órbitas interiores com respeito à zona dos
asteróides, e que são: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte, além de seus respectivos satélites.
16
Júpiter percorre sua órbita em torno do Sol num período de quase 12 anos dos nossos. A
distância que o separa do astro-rei de nosso sistema solar é de 778 milhões de quilômetros e seu
diâmetro se calcula em 143 mil quilômetros, o que faz com que tão gigantesco planeta seja mais
de 120 vezes maior que a superfície da Terra. Está rodeado por uma espessa camada de nuvens,
de muitos milhares de quilômetros de espessura, com temperaturas médias de 110 graus
centígrados abaixo de zero, que oferecem o aspecto de franjas paralelas, claras e escuras que
constituem a característica mais notável do astro, entre as que se vem observando no último
século uma extensa mancha vermelha de uns 40 mil quilômetros de largura que parece deslocar-
se em torno do planeta e cuja origem é ainda desconhecida por nós.
Recentes observações chegaram a estabelecer que atrás dessa compacta massa de nuvens
existe uma superfície sólida que acusa altas temperaturas, até 330 graus centígrados, o que faz
pensar numa intensa atividade vulcânica e na impossibilidade da existência de um tipo de vida
orgânica e biologicamente considerada como a nossa.
Já dissemos que Júpiter possui um sistema de 12 satélites, dos quais 8 não têm maior
importância, por serem tão pequenos que poder-se-iam considerá-los como simples asteróides.
Porém os outros 4, entre os que figura GANIMEDES, e que foram descobertos e classificados
por Galileu desde 1610, já são de dimensões apreciáveis. A ordem em que giram em torno do
gigantesco planeta é: Io, o mais próximo, com o diâmetro de 3.735 quilômetros; Europa, com
3.150 quilômetros de diâmetro; GANIMEDES, com 5.150 quilômetros de diâmetro; e Calisto,
com 5.180 quilômetros de diâmetro. Vê-se, portanto, que GANIMEDES é notavelmente maior
que o planeta Mercúrio.
GANIMEDES encontra-se a 10 milhões e 70 mil quilômetros de distância de Júpiter,
girando numa órbita circular em torno a este equivalente a 7 dias, 3 horas, 42 minutos e 32
segundos dos nossos, porque as medidas de tempo lá diferem muito das nossas, por razões
óbvias. Além disso, naquele satélite joviano, cuja rotação sobre si mesmo se efetua num eixo
perpendicular à sua órbita, apresentando sempre a mesma face ao planeta, não existe o dia e a
noite como na Terra. Isto se deve a que recebe luz de duas fontes: por um lado, do Sol, que ainda
que seja em menor intensidade que nós pela maior distância, chega ainda com suficiente volume
de luz e calor, energias vitais que são acrescentadas por seus sábios habitantes como veremos
mais adiante. E por outro lado recebe luz refletida por Júpiter, como se fosse um gigantesco
espelho, que desde GANIMEDES se vê como uma monstruosa bola luminosa, achatada e com
franjas. De tal maneira, o que nós conhecemos como “dia” dura lá quase 4 dos nossos dias; e o
que chamamos “noite” que nesse astro é o tempo empregado em recorrer o cone de sombra
projetado por Júpiter, ou seja a parte posterior do planeta com respeito ao Sol, é o saldo do
período em que realiza sua revolução completa segundo indicado acima. Esse período de
obscuridade de quase três dias e meio dos nossos, transcorre dentro de um regime de iluminação
artificial de todas as zonas povoadas, como veremos conforme avançamos.
Por tudo o que acabamos de expor, vemos que GANIMEDES é, realmente, um mundo de
contrastes muito marcados; até certo ponto, um mundo paradoxal, no qual se encontram
condições ambientais tão opostas, fenômenos naturais tão antagônicos, em meio a uma natureza
tão agreste, que bem caberia dizer que trata-se de um mundo cuja natureza, violenta e explosiva,
foi dominada pela inteligência do homem, ao transformar o negativo em positivo, o absurdo em
lógico, o violento em dócil... Um mundo que nos prova como é possível utilizar até as mais
adversas condições de existência, quando se conta com a sabedoria e o poder necessários para
tanto.
Na Primeira Parte dissemos que meu amigo havia encontrado “um mundo de estranha
beleza”. Agora trataremos de explicar o alcance e profundidade dessa expressão. Uma visão
panorâmica do astro que nos permitisse vislumbrá-lo de perto em todos os seus detalhes, nos
mostraria o mapa de uma superfície profundamente acidentada. A topografia bastante parecida
com a de algumas regiões montanhosas da Terra, tais como os imponentes maciços da
Cordilheira do Himalaia. A superfície de GANIMEDES é formada por uma série ininterrupta de
grandes cordilheiras que se entrelaçam, em todas as direções, elevando a consideráveis alturas
seus majestosos picos eternamente cobertos por espessas mantas de neve e gelo. Essa roupagem
branca e gelada estende-se por toda a parte, através do abrupto emaranhado daquele mosaico
17
montanhoso formado pela tremenda atividade vulcânica do astro. Porém, em meio desse gélido
conjunto de montanhas, com seu extenso sistema de glaciares, notamos, já colorida, a presença
de numerosos e profundos vales nos quais a policromia da paisagem vai desde diferentes matizes
do verde a tons azuis e alaranjados, produto da vegetação e da atividade vital de seus
povoadores, até a rutilante luminescência que as concentrações urbanas, todas de aspecto
metálico, projetam para o alto, como se fossem múltiplas facetas de um formidável porta-jóias de
gigantescos diamantes.
A vida em GANIMEDES se estende através desse mosaico de profundos vales,
encravado entre as redes daquele enxame de sólidas montanhas, em muitas das quais se
distinguem os penachos vaporosos de múltiplos vulcões. Para os homens da Terra, um mundo
com tal proliferação vulcânica resultaria catastrófico ou, pelo menos, terrível. Por outro lado,
para os habitantes desse grande satélite de Júpiter é uma bênção. Essa raça de super-homens
soube aproveitar ao máximo todos os recursos naturais, e dominou de tal maneira as forças e
energias encerradas em seu astro, que a assombrosa quantidade de vulcões disseminada sobre
toda a superfície ganimediana, representam, em realidade, outras tantas gigantescas centrais de
força, nas quais se controla e regula seu funcionamento, utiliza-se em diferentes formas todos os
elementos físicos e químicos que nelas intervêm, convertendo assim cada vulcão num centro
produtor de inúmeros benefícios para a comunidade que o trabalha e o domina. Não estranhará,
portanto, saber que bom número destes foram “construídos” ou “fabricados” (vale a expressão)
artificialmente faz muitos séculos.
Uma das principais e mais imediatas vantagens que reportam a essa humanidade é o
aproveitamento permanente de água para a população. Isto, à primeira vista, parece absurdo. Não
obstante, não é. Devemos ter em conta o já explicado com respeito às baixíssimas temperaturas
reinantes em sua atmosfera. Por isso não existem oceanos ou mares, nem grandes rios em
GANIMEDES. Todas as grandes extensões de terreno, montanhosas no geral, estão cobertas pelo
manto de gelo a que nos referimos antes, capa gelada que em muitos lugares alcança vários
quilômetros de espessura. Não fosse pela intensa atividade vulcânica manifestada em toda a
superfície do astro não seria possível a subsistência dos seres que o povoam. Desde os tempos
mais remotos, quando colonizaram (permita-se o uso desse termo) esse corpo celeste, no início
da vida em seu planeta de origem, sua primeira preocupação e os primeiros labores realizados
foram os de transformar os vulcões em centrais de força e aproveitar as enormes quantidades de
energia térmica neles encerrada, para assegurar temperaturas saudáveis e água corrente no fundo
dos profundos vales a que nos referimos. Por isso, um dos contrastes mais notáveis que
assombram o visitante é a proliferação de tantas e tantas bocas de fogo em meio àquele conjunto
gelado de altíssimas montanhas, vulcões que não são outra coisa que gigantescas chaminés das
formidáveis usinas criadas por essa raça de super-homens, nas entranhas rochosas de seu
admirável mundo...
Com o correr do tempo, foram conquistando e dominando toda a natureza do astro.
Segundo a tradição a mim narrada por meu amigo, quando chegou o momento de abandonar, em
massa, o “Planeta Amarelo”, pela proximidade de sua iminente destruição, já haviam sido
transformados muitos vales de GANIMEDES em verdadeiros lugares habitáveis. Foi obra de
séculos. Porém essa raça formidável pôde conhecer, com grande antecedência, o cataclismo
cósmico que se avizinhava e transferir a tempo seus habitantes, instalando-se no novo mundo
que hoje habitam. Temos que recordar que tal migração teve lugar faz mais de 10 mil anos. Em
tão extenso período de tempo continuaram desenvolvendo e adaptando sua nova morada, até
alcançar os maravilhosos resultados que agora comprova nosso amigo ao chegar, pela primeira
vez, a esse longínquo satélite de Júpiter.
Já dissemos que a água e a temperatura ambiental nesses vales, onde se encontram os
povoados, provêm do trabalho efetuado por cada uma dessas bocas vulcânicas. Dentro de nosso
modo de pensar, segundo o que conhecemos na Terra, pode resultar algo difícil de entender.
Temos que fazer um esforço de imaginação para compreendê-lo. Mas se partimos da premissa de
que os homens de GANIMEDES alcançaram o conhecimento e o poder sobre a natureza, há
mais de 10 mil anos, não nos será impossível pensar que possuem os meios, os sistemas e os
equipamentos necessários para chegar a dominar até as forças interiores de um planeta,
18
aproveitando essas forças e todos os elementos que as geram, na diversidade de fins que se
proponham conseguir. Por isso é que vemos, ao chegar a qualquer de seus vales, uma vegetação
viçosa e abundante, cultivada com os mais avançados conhecimentos de uma ciência e uma
técnica muito superiores às nossas, e regada com um sistema de canais que distribui as águas de
grandes reservatórios, verdadeiros lagos artificiais, mantidos pelas cristalinas vertentes que
descem pelas ladeiras de cada vulcão. Estes arroios e pequenas torrentes são o fruto do degelo
constante produzido pelas altas temperaturas geradas no fundo subterrâneo e nas massas ígneas
de cada um. Grande parte de tal energia térmica é aplicada através de uma rede de túneis à parte
inferior das espessas crostas de gelo que envolvem os cumes. É um processo permanente de
produção e recuperação do elemento líquido. Processo que, como tudo em GANIMEDES, é
regulado e controlado eletronicamente. Os níveis dos grandes reservatórios não podem passar de
certos limites, e sua multiplicação com respeito à multidão de vales, assegura a amplitude de
superfícies de evaporação necessárias para a recuperação, o que se mantém dentro de limites
perfeitamente calculados, que asseguram o constante abastecimento de água pura em todo esse
mundo.
Outro dos aspectos curiosos e de marcada diferença com a Terra é a ausência absoluta de
fauna em GANIMEDES. Lá não existem animais... Somente existem os reinos mineral, vegetal e
humano ou super-humano. Isto, foi explicado a nosso amigo, é atribuído às primitivas condições
ambientais desse astro que não permitiram a vida animal antes da chegada a ele de seus atuais
habitantes. E estes não consideraram necessário nem prudente levar consigo animais, calculando
as possibilidades de existência das primeiras “colônias” nesse novo mundo que estavam
adaptando às suas próprias exigências de vida. A flora, o reino vegetal, foi transplantada
conduzindo desde o seu planeta de origem todas as espécies que julgaram conveniente aclimatar
e propagar na nova morada em que haveriam de ficar. Tal proceder, também, influiu
posteriormente numa série de modificações e diferenças com a vida na Terra. Entre nós, aqui,
parecerá impossível nossa existência, sem as numerosas espécies zoológicas, muitas das quais
formam parte de nosso programa de vida diária. Os animais constituem, para a humanidade
terrestre, elos vitais em infinidade de aspectos. Porém os homens de GANIMEDES desde
milênios souberam acomodar-se para que não fizessem falta de forma alguma. E neste aspecto
chegaram a tais extremos, ou melhor dito, adiantamento, como a superação absoluta dos
microorganismos geradores da maior parte de nossas enfermidades. Esta interessantíssima faceta
de sua civilização, ou seja, a conservação da saúde e também o segredo da longevidade,
trataremos de maneira especial no próximo Capítulo.
Muitos pensarão que num mundo com tal quantidade de vulcões a atmosfera estaria
envenenada pelos gases; que as contínuas emanações deletérias a fariam irrespirável. Isto seria
lógico e possível em nosso planeta com sua atual humanidade. Porém em GANIMEDES é outro
problema resolvido satisfatoriamente desde então. Tem-se afirmado, e repetiremos agora, que o
domínio da atividade vulcânica e o aproveitamento de todas as forças e de todos os elementos
que nela intervêm, são absolutos nessa civilização. Os produtos gasosos de tal atividade, que
entre nós escapam livremente para a nossa atmosfera, são absorvidos por um amplo e poderoso
sistema, que, qual emaranhada rede subterrânea de ventilação e drenagem, vai retirando, em
diferentes níveis, no coração da montanha, os produtos sólidos, como lavas e cinzas, dos gases;
estes são tratados por meios mecânicos e químicos em grandes instalações também subterrâneas,
nas quais se aproveita, integralmente, todas as substâncias, sejam estas sólidas, líquidas ou
gasosas. De tal sorte, o só escapa das crateras vapor d’água, que ao condensar-se pelas baixas
temperaturas reinantes nos cumes, cai sobre estes em forma de flocos de neve.
E quanto às matérias-primas que assim se obtêm, são transformadas em inumeráveis
subprodutos que aproveitam, depois, nas indústrias manufatureiras, junto com os derivados
obtidos na conversão dos gases, dentro do mesmo processo químico. Quanto às forças telúricas e
sísmicas geradas por uma atividade vulcânica de tal magnitude, no próximo Capítulo veremos
como têm sido dominadas, igualmente, por aquela assombrosa raça de super sábios.
19
CAPÍTULO VIII
24
CAPÍTULO IX
A QUARTA DIMENSÃO
Devo advertir que resulta muito difícil tentar explicar fenômenos ou fatos
correspondentes ao mundo de quatro ou mais dimensões com a linguagem corrente estruturada
para um mundo em que só se conhecem três. Porém já que não temos outro, sigamos adiante. O
gênio investigador em alguns sábios modernos, como Albert Einstein entre outros deste século,
já chegaram a vislumbrar sua existência. Porém a principal dificuldade esbarra em que o método
e os cálculos matemáticos baseiam-se em leis e comprovações correspondentes à física de um
determinado Plano da Natureza: O Plano da Matéria Concreta, da Física em três dimensões... E
nos planos superiores ao da matéria, como a conhecemos, regem outras leis, existem novas
forças e a própria matéria se nos apresenta em novas formas, que em certos níveis pode chegar a
confundir-se com a energia. O conceito da constituição atômica e molecular da matéria, que rege
até agora nossa ciência, não é um conceito absoluto, senão relativo, como tudo no Universo. As
teorias clássicas do átomo tiveram que ser modificadas, paulatinamente, à medida que se foi
descobrindo a existência, dentro do mesmo, de partículas ainda menores. Já se vislumbra a
presença, na matéria, de corpúsculos ou partículas tão infinitamente microscópicas, menores
ainda que os prótons, elétrons e neutros... Isto poderá aproximar nossos físicos, brevemente, aos
limites dessa Quarta Dimensão. Porém não se poderá solucionar o problema até que não se
encontrem os meios adequados para o seu estudo, e se possa compreender, primeiro, e trabalhar
depois, nos Planos da Natureza que transcendem e dominam o mais inferior deles, ou da matéria
física e concreta conhecida por uma humanidade que só conta com cinco sentidos num mundo de
três dimensões...
Esses outros planos, ou dimensões pois os nomes importam pouco foram conhecidos,
estudados e comprovados desde a mais remota Antiguidade, por determinadas “Escolas” ou
Centros de Ensinamento Esotérico que em diferentes épocas e lugares distribuíram sua instrução
dentro de normas e disciplina muito severas, a grupos muito selecionados, pela índole especial
dos conhecimentos e da necessidade imperiosa de empregá-los, somente, àqueles que chegaram
a capacitar-se e provar sua idoneidade para isso. Porque o conhecimento de tais verdades implica
o desenvolvimento de novos poderes ou faculdades que, estando em mãos inexperientes ou
imorais, poderiam ocasionar verdadeiros cataclismos. O domínio absoluto da Matéria e suas
relações íntimas com a Energia, dentro dos infinitos limites do Cosmos, só podem ser obtidos
por aqueles que, através de uma grande evolução, hajam alcançado os mais altos níveis morais,
intelectuais e mentais, para não fazer mau uso, de nenhuma parte e sob qualquer forma, desses
mencionados poderes, que vão implícitos em cada uma das grandes verdades ocultas que a Vida
manifesta nos diferentes níveis, planos ou dimensões em que se divide o Universo físico e seu
correspondente, o Cosmos Integral...
Qualquer pessoa, com certa cultura, terá, pelo menos, alguma noção ou elementar
conhecimento da existência de tais Escolas, Fraternidades ou Órgãos, alguns melhor conhecidos,
outras em verdade tão secretas, que sua existência transcorreu, desde séculos, entre os
herméticos limites de seus disciplinados membros. Quem não ouviu falar, por exemplo, dos
Irmãos Essênios da época de Cristo; dos Rosacruzes, ou Fraternidade Rosacruz; dos Magos de
Zoroastro, na antiga Pérsia; das Sociedades ou Escolas Teosóficas; dos Mistérios de Eleusis, na
antiga Grécia; dos misteriosos Lamastérios do Tibet e da Índia; ou da Moderna Fraternidade
Universal de Irmãos Aquarianos ou Ordem de Aquário?... Porém, haverá muitos que podem
saber algo positivo a respeito dos Irmãos da Esfinge do antigo Egito, da Irmandade Secreta dos
Antigos Nazarenos; dos Herméticos Cavaleiros da Mesa Redonda; ou dos Invisíveis Discípulos
da Grande Loja Branca dos Himalaias...?
Muito tem avançado nossa cultura nos últimos séculos. É realmente incomensurável o
rápido e surpreendente desenvolvimento da ciência e da técnica, em especial o que alcançamos
na últimas décadas do presente século; porém temos avançado, igualmente, nos domínios da
Moral, da Ética, da Política Regional ou Internacional ou, simplesmente, no desenvolvimento
dos campos ilimitados da mente e do espírito...? E é precisamente nesses terrenos nos quais o
25
Homem da Terra necessita cultivar-se, conquistar novos lauréis, subir muitos degraus na Escola
da Vida para conseguir a superação integral requerida para seu ingresso consciente e voluntário a
planos, reinos, dimensões ou mundos superiores ao da matéria física...
Não é uma discriminação caprichosa. No Universo e no Cosmos nada se faz por capricho.
Já disse também Einstein ao refutar a teoria do físico alemão Heisenberg sobre o “Princípio da
Incerteza” que pretendia afirmar que alguns fenômenos ocorridos nos átomos eram fruto do
acaso. O sapientíssimo pai da Teoria da Relatividade manifestou a respeito: “Não posso crer que
Deus jogue roleta com o mundo”.
Com efeito, nada é fruto do acaso nem de mera coincidência no Cosmos. Registre-se que
não dissemos no Universo senão no Cosmos; porque devemos entender que nos referimos ao
Cosmos como forma integral do Universo: universo físico, material, tangível, visível, audível e
computável com os meios e os sentidos conhecidos num tipo de mundo como o nosso. E esse
outro universo suprafísico, etérico, extra-sensorial, psíquico, imaterial para o conceito que nós
temos da matéria, porém material também, desde o ponto-de-vista das diferentes gradações em
que se desenvolve a Matéria, desde os níveis mais baixos e pesados até aqueles em que chega a
confundir-se com a Energia, nessas escalas supremas da Vida que representam os Reinos do
Mundo e do Espírito, um deles é aquele ao qual referiu-se várias vezes Cristo quando dizia:
“Meu Reino não é desde mundo “.
E nesses reinos, planos ou dimensões, como prefiramos chamá-los, geram-se as causas de
muitos efeitos que, em planos inferiores têm lugar, sem, às vezes, uma causa lógica aparente.
Porque a lógica e a razão estão subordinadas ao conhecimento comprovado dos fatos. E os fatos,
ou fenômenos num mundo determinado devem suceder dentro dos limites das forças ou leis que
regem esse mundo, para serem aceitos pela inteligência ou pela consciência comum das pessoas
desse mundo. Não obstante, em nosso Planeta abundam os casos de fatos ou fenômenos
realizados, em todos os tempos e lugares, que sendo inegáveis, escapam a toda lógica ou
razoabilidade, a toda comprovação dos meios científicos credenciados ou a toda forma de análise
comum ou corrente. Como explicá-los?... Aí está o problema. Quando a existência de tais fatos
resulta comprovada, seriamente, às vezes até por povos inteiros, ninguém se atreve a negá-los.
Exemplos, temos vários através da História e das tradições aceitas por todos os povos e por todos
os seres humanos. Poder-se-ia dizer que não há uma só pessoa na Terra, a quem não tenha
ocorrido pelo menos uma só vez um desses fatos inexplicáveis. E isto se multiplica por milhões
de seres que povoam nosso mundo. Se isto tem sucedido e continua sucedendo, apesar do grande
adiantamento da Ciência e da Técnica atuais sem que essa Ciência e Técnica possam encontrar
resposta satisfatória ao enigma proposto por um daqueles casos, onde achar a solução?
Tem que aceitar-se, então, a presença da causa ou causas que geram esses fatos, e se tais
causas produziram fenômenos de certa magnitude, e tanto os efeitos quanto as causas não têm
explicação dentro dos conhecimentos de nossa Humanidade ou de nosso mundo, é forçoso
reconhecer que devem existir forças ou entidades geradoras daquelas, pelo simples fato de que o
nada gera nada, que o nada inexiste no Universo e que todo o efeito, por estranho que pareça,
supõe uma causa. E se essa causa escapa a toda possibilidade de explicação terrena é devida a
que nossos conhecimentos ainda não chegaram ao nível onde se movem, reinam ou se
desenvolvem tais forças ou entidades. Em outras obras estamos à porta ou na fronteira desses
mundos superiores a que nos vimos referindo, planos ou dimensões como melhor nos agrade
chamá-los, nos que se gera ou têm sua evidente expressão os múltiplos aspectos da vida eterna
ainda incompreensíveis para nós...
E um desses planos, o mais próximo, é aquele da “Quarta Dimensão”. Vem a ser, como se
disséssemos, uma ponte entre o nosso mundo físico e os mundos superiores suprafísicos, ou
planos de matéria e de energia superiores a todas as conhecidas por humanidades do tipo da
nossa. A que habita GANIMEDES já o dissemos possui dois sentidos a mais, e com eles, os
meios e instrumentos para atuar, simultaneamente, nos planos inferiores e no imediato superior.
O sexto sentido, ou da clarividência e da clariaudiência, permite receber, organizar e controlar,
consciente e voluntariamente, a amplíssima gama de fenômenos que se originam e têm sua cabal
expressão nas novas formas que assume a matéria nesse plano, e as diferentes classes de ondas e
freqüências vibratórias que se manifestam no mesmo. Isto é, que a Matéria e a Energia oferecem
26
novos campos de experimentação e de trabalho àqueles que possuem tal sentido que, em certo
modo, é aquele “terceiro olho” do qual nos falam antigas escolas esotéricas orientais. Porém já
dissemos e deve ter-se presente que os homens de GANIMEDES o têm por natureza. É um
sentido com órgãos fisiológicos próprios e de nascimento. Tem se dito igualmente que resulta
difícil explicar em linguagem do outro mundo realidades ou fenômenos de um mundo diferente.
Procuraremos ajudar-nos na tarefa com exemplos de funcionamento de tal faculdade ou sexto
sentido.
Em primeiro lugar, temos que recordar que a constituição atômica e molecular de todos
os corpos, sejam elementos ou compostos, segundo a classificação de nosso mundo, alcança
níveis cada vez mais sutis e atua dentro da influência de forças e energias também diferentes, em
vários aspectos às já conhecidas por nós. Todas elas são captadas pelo novo sentido, e isto não é
difícil de entender se recordamos que, entre nós, muitas ondas visuais e sonoras escapam aos
limites de nossa vista ou ouvido. Também toda a variedade de ondas eletromagnéticas, por
exemplo, as utilizadas na televisão ou no rádio, tendo sempre existido em torno de nós só foram
conhecidas quando se as pôde evidenciar com o descobrimento de meios modernos e
instrumentos adequados. Outro exemplo, mais simples ainda dá a fotografia com raios
infravermelhos. Sabemos como é impossível impressionar placas na escuridão; porém, com a
ajuda dos raios infravermelhos, que não são visíveis para o olho humano, consegue-se fazê-lo.
Igual fenômeno acontece com o Raio X . A retina é incapaz de captá-lo. Porém desde seu
descobrimento por Conrado Roentgen, tem sido possível ver através de certos corpos opacos. É
óbvio que essa visão não é absolutamente clara nem alcança, totalmente, a toda matéria
universal, muito menos a cósmica. Porém nos permite evidenciar objetos que, sem eles, estariam
fora do alcance de nossa vista comum.
Algo parecido, em escala muito maior é aquele sexto sentido, ou “terceiro olho” . Esta
denominação, de origem oriental, não é propriamente exata. Não se trata, em realidade, de um
novo olho, senão da faculdade de perceber, claramente, os fenômenos, forças e entidades que
existem dentro de um plano em que a matéria se encontra em graus mais sutis que os conhecidos
em outro plano inferior da natureza, que é o nosso. Os descobrimentos, cada vez mais notáveis
no campo da eletrônica, das ondas eletromagnéticas e outros no curso deste último século,
demonstram-nos a realidade de tais fenômenos. E se temos em conta que, a cada plano da
Natureza, ou dimensão na escala da Vida , correspondem certos graus ou limites de sutileza,
freqüências de onda ou manifestações de tipo etérico da Substância Cósmica Universal que
intervém nas diferentes formas como se manifesta a Vida em todos e cada um dos planos ou
mundos que integram o Cosmos, poderemos compreender que o problema se reduz a encontrar
os meios de evidenciar tais formas de vida, como já se tem obtido em alguns casos, com os
últimos descobrimentos, alguns dos quais temos mencionado.
O sexto sentido, portanto, sendo uma faculdade nova, que se manifesta através de todo o
corpo, especialmente do cérebro, permite conhecer a vida e os seres que vivem dentro daqueles
limites, aos que não alcançaram as possibilidades materiais sensoriais de um plano inferior.
Assim, aqueles que o possuem, podem ver através de todas as formas de matéria sólida. As
paredes, as mais compactas pedras, metais, ou tudo quanto conhecemos em nosso mundo, são
como cristal transparente e limpo para esse “terceiro olho” . O interior do corpo humano e de
todos os corpos e de todas as substâncias e de todos os seres é perfeitamente visível,
compreensível e até audível. Nada pode permanecer oculto a tão poderosa visão. Nem sequer o
pensamento. Porque o sexto sentido, já o dissemos, pode “ver“ ou alcançar a perceber não só
todas essas novas formas de matéria, senão até as forças que as movem e o desenvolvimento e
trajetória que essas seguem. De tal sorte, o clarividente conhece, em sua amplitude, (relativa,
pois tudo se condiciona em maior ou menor grau de potência de dita faculdade) quando existe ou
vibra num mundo novo além do mundo físico por nós conhecido. E nesse outro plano, ou Quarta
Dimensão, têm sua morada muitos seres e entidades inteligentes, não só do tipo humano, senão
também infra-humano e supra-humano, como aqueles “espíritos da natureza” já mencionados; e
também, junto com os seres angélicos de nível superior a toda a Humanidade, que podem visitá-
la com freqüência para o cumprimento de missões cósmicas especiais, acham-se de passagem as
almas daqueles que abandonaram a Terra ao morrer.
27
Todos estes pontos requerem uma maior explicação. Vamos dá-la num próximo Capítulo.
Porém antes de terminar este, convém expor que tais fatos foram conhecidos e comprovados na
Terra, por todos os discípulos avançados daquelas Escolas Esotéricas ou Ordens Iniciáticas
secretas já mencionadas. E entre os sábios modernos mais conhecidos aquele grande inventor
norte-americano, Thomas Alva Edison, também chegou a participar, secretamente, de tal
conhecimento. Antes de morrer esteve empenhado em descobrir a forma de construir mecanismo
que pudesse evidenciar aquele plano da Natureza, permitindo comunicação com os mortos.
28
CAPÍTULO X
Para compreendê-la vamos usar, de novo, o exemplo dos estudantes comuns dos centros
de instrução espalhados em todo o nosso mundo. Segundo seja a meta a que se proponha um
estudante, tal há de ser o tempo que se lhe exija o aprendizado dos cursos requeridos e a prática
ou experiência que eficientemente o capacite para a atividade escolhida. Esses cursos e essa
experiência hão de tomar-lhe determinado tempo. Mais ou menos anos, segundo seja a
importância dos conhecimentos necessários e sua aplicação ao trabalho proposto. Cada ano de
estudos, nessa analogia da vida diária, podemos comparar, na escala cósmica, e na proporção que
a fórmula de Hermes nos indica, a uma “encarnação” em determinado mundo. Vale dizer ao
curso de uma existência em determinadas condições de vida, para adquirir os conhecimentos
necessários ou experiências, a respeito dessa forma de vida, desse tipo de mundo ou ambiente,
dentro dos limites calculados pelo volume e qualidade das lições que se deva aprender, tudo isso
marcado entre as medidas de tempo, espaço, matéria e energia que constituam o “programa de
estudo” comparável ao volume de cursos que leva em determinada classe e tempo o estudante da
vida diária comum. Assim como este, se cumpre as lições e trabalha com esmero, consegue ser
aprovado nos cursos e pode passar ao próximo ano a uma classe superior, ou, se é folgado,
despreocupado e não estuda, será colocado tantas vezes quantas falhe no devido aproveitamento;
do mesmo modo, nessa Grande Escola da Vida que é o Cosmos, todos os espíritos têm que
trabalhar com afã por aprender, avançar e superar-se na procura de níveis cada vez maiores, em
todas as atividades, em todos os campos do saber e do atuar com eficiência. Como o pequeno
estudante do exemplo, se aproveita bem seu tempo, isto representará um progresso cada vez mais
sólido, mais elevado, mais nobre e poderoso à medida que vá subindo os degraus da simbólica
“Escada de Jacó” . Se cumpre com perfeição um “programa de estudos” (vale a expressão), pode
passar a outro programa superior, como aluno que foi aprovado em seus exames. Mas se falhou
em alguns pontos ou em todos, terá que repetir, tantas vezes quantas seja necessário, porque
nessa “Escola da Vida” que é o Cosmos, não se pode enganar nem escudar-se em padrinhos ou
em “pistolões” complacentes. Cada um é o único responsável por seu triunfo ou fracasso...
32
A REENCARNAÇÃO
Temos visto que de conformidade com a “Lei Cósmica da Evolução Progressiva” todos
os mundos e todos seus habitantes marcham por aquele “caminho” ou processo de superação
através de constantes mutações, mudanças e depurações para a meta da Perfeição. Isto é um
axioma cósmico. Porém o primeiro obstáculo que se apresenta ao profano para entender tal
processo é sua crença em que só se vive uma vez. A dificuldade fundamenta-se no
desconhecimento do que poderíamos chamar a “mecânica” desse processo. É natural o ceticismo
daqueles que ignoram como são formados todos os seres humanos e quais os meios que a
Natureza emprega para realizar tão magno e sapientíssimo trabalho.
Comecemos por descrever, elementarmente, a conformação integral do sujeito evoluído.
Para isso temos que partir da base fundamental, amplamente explicada pela metafísica e a
psicofísica do Cosmos, que toda entidade vivente, para poder atuar eficazmente em determinado
plano da Natureza ou mundo requer um corpo construído com o tipo de matéria correspondente a
este mundo. Em nosso mundo, a Terra, temos o corpo físico visível e tangível; porém o
espírito(que pertence a um tipo de mundo ou plano muito diferente e superior, porque entre
aquele e o nosso existem mais de sete dimensões, cada uma delas conformada por diferentes
graus ou tipos de substância), não pode atuar no plano físico inferior senão possuir todos os
corpos que, escalonadamente, permitam desenvolver-se com toda a eficácia através de tal
graduação de planos, entre o seu e o da matéria física por nós conhecida. Como isto resulta
bastante complicado para aqueles que não sejam suficientemente versados no tema,
simplificaremos a exposição agrupando toda essa série de corpos, dos que só são visíveis para
nossos sentidos o mais baixo ou de primeiro plano, o de carne e osso, como o chama o vulgo, e
em certa maneira, em condições especiais, o segundo, o corpo etérico. Este é uma reprodução
exata de todos os órgãos ou partes que formam nosso corpo visível, porém constituído por
matéria de tipo muito menos densa, algo assim como a matéria de que estão formadas todas as
ondas que se utilizam para o rádio, televisão, radar etc. Não as vemos, porém sabemos que
existem e as evidenciamos e utilizamos em diferentes usos. Assim mesmo, o corpo etérico pode
evidenciar-se de diferentes maneiras e até chega a ser visível, por alguns com certo adestramento
da vista, como uma sutil fosforescência na obscuridade. Sua missão é captar as diferentes formas
de energias cósmicas e solar, vivificando todo o nosso sistema celular, o qual é impregnado
através da constituição molecular de todos os órgãos e de todos os tecidos, fluídos e demais que
integram o corpo físico visível. Todos haverão sentido, alguma vez, o fenômeno comum do
adormecimento de um membro. “Adormeceu a mão ou o pé” dizemos ao notar esse órgão
pesado, insensível, paralisado momentaneamente. Isto se deve a que, de momento, o corpo
etérico se separou nessa região do corpo físico. Isto é, também a base da anestesia, seja por
meios químicos, magnéticos ou psíquicos, os quais, ao separar o etérico de alguma porção de
nosso organismo, ou totalmente no sistema nervoso, afastam toda sensibilidade.
Este corpo etérico também é conhecido como “corpo vital“ pois vitaliza,
permanentemente, o físico, ao absorver e transformar as energias já mencionadas canalizando-as
para todos os órgãos do mesmo. Além disso serve de ponte ou enlace com o corpo superior
imediato. Esse entrelaçamento ou compenetração magistral de todos os elementos, corpos ou
veículos de vida e de inteligência permite ao espírito participar do conhecimento e da atividade
dos diferentes planos de existência entre seu mundo e o da matéria inferior. Aquele outro
elemento cósmico, ou veículo intermediário, é, talvez, um dos mais importantes do conjunto:
trata-se da alma. Para os profanos resultará confuso tudo isto. A maioria das pessoas confundem
“alma” com “espírito” . São duas coisas ou elementos diferentes. O espírito é melhor chamá-lo
“Ego” (do latim) ou “Eu” . É o “Eu Supremo” consciente, imortal. O que atua, estuda e aprende.
O que decide e adquire, para sempre, toda a experiência de sua peregrinação pelo Caminho da
Vida. Porque todos os conhecimentos que se aprendem, em todos os campos de experimentação,
planos ou mundos, em todas as matérias e seus diferentes graus, são assimilados pelo Ego,
ficando gravados em sua consciência para sempre, perpetuamente, pois sendo imortal, ao ser
uma emanação da Fonte Eterna da Vida ou DEUS, uma vez “nascido” ou criado, vive a
perpetuidade, até regressar e confundir-se na Eternidade com Seu Pai Eterno. Por isso é que o
33
Espírito necessita evoluir, aprender todo o relacionado com o Universo e com o Cosmos,
conhecer e experimentar todas as formas de vida, todas as grandes verdades ou leis cósmicas e
universais, provar e manejar, sabiamente, quantas forças e energias atuem e se movam nesse
conjunto infinito, e de tal sorte, alcançar a Perfeição Suprema, única maneira de poder regressar
ao Seio de Seu Pai...
A alma é somente um dos mencionados corpos, ou veículos, que serve de ponte ou laço
intermediário entre o que podemos chamar “o reino do espírito” ou plano do Ego, e o plano da
matéria mais densa, nosso mundo. Porém sua importância é muito grande por ser o elemento que
em todo o conjunto constituído pelo homem é o que regula, dirige e controla todas as emoções,
desejos ou paixões. Toda a vida emocional, todos os pensamentos, ambições, ações e relações do
homem com o ambiente que o rodeia e com seus habitantes, sejam estes outros homens ou seres
de reinos inferiores ou superiores, são realizados através deste corpo, influídos por ele e
dominados pela ação do mesmo e das demais entidades viventes que têm seu assento no plano
correspondente ao tipo de substância e as freqüências vibratórias desse mundo, substâncias e
freqüências vibratórias que têm que formar parte do veículo ao ser construído dentro do conjunto
integral do ser humano ao começar uma existência . A alma é conhecida com vários nomes entre
as diferentes escolas esotéricas. As Escolas Orientais, no geral, a denominam “corpo astral” por
ser o centro que mais capta as influências cósmicas dos diferentes sistemas estelares próximos a
nós. Outras escolas como as Rosacruzes, o chamam “corpo de desejos” ou “veículo emocional”.
E a seu mundo ou plano da Natureza, “Plano Astral”, “Mundo do Desejo” ou a “Quarta
Dimensão ”... Tal corpo e seu correspondente plano é, como dissemos, a ponte inevitável ou laço
iniludível entre o corpo físico e seu correspondente etérico, e esse outro conjunto superior de
veículos entre os quais se encontra a Mente e seu respectivo plano que servem ao Ego para
poder manifestar-se e atuar nessa peregrinação periódica em busca de conhecimentos e
experiências em sua longa viagem pelo Caminho da Vida e da Evolução. Dissemos que íamos
esclarecer o conceito sobre a Morte; e em todo este livro só nos interessa o relacionado com a
civilização de GANIMEDES. Portanto não nos ocuparemos daquele grupo de corpos superiores
ao “astral” ou “alma”, pois com ele temos o suficiente para a explicação que nos interessa
desenvolver. Os demais planos e seus correspondentes veículos no homem, podemos agrupá-los
em torno da mente para não complicar mais o entendimento de nossos leitores com assuntos
relacionados com a Vida mais além da Quarta Dimensão .
Quando nasce um ser humano num mundo como a Terra, tem em si mesmo toda a série
de veículos, ou corpos, integralmente compenetrados uns nos outros, pois ao ser cada um de
diferentes densidades, suas constituições moleculares, de distinta gradação em substância e
freqüência vibratória, permite o perfeito e estável acoplamento e funcionamento de todo o
conjunto, dentro dos níveis que a cada plano correspondam. Temos dito que o Ego não perde
nem esquece nada do aprendido em cada existência. Porém isto se manifesta, somente, quando o
Ego se encontra livre dos laços de todo esse conjunto de corpos. Porque cada um deles, por sutis
que sejam os superiores, vêm representar, de certo modo, uma limitação à plenitude de
faculdades de espírito. E as mais fortes dessas limitações as oferece o corpo físico, pela extrema
condensação de seus materiais. É como se um homem qualquer tivesse de atuar num meio
ambiente metido numa pesada armadura, ou dentro de vários escafandros superpostos que
limitariam grandemente a liberdade e a agilidade de seus movimentos. Além disso, ao nascer
com um cérebro novo, não pode trazer a esse corpo novo a memória do passado, porque o
cérebro, como se fosse uma máquina eletrônica, gravadora ou computadora, só pode saber o que
recebeu em conhecimento e trabalho durante sua existência. E esse cérebro não existia em vidas
anteriores, senão outros cérebros que se desintegraram ao morrer. Esta é a chave de todo o
processo da Reencarnação. Como um corpo físico não pode alcançar mais que limitados
períodos de tempo e esses lapsos não bastam para adquirir a sabedoria, não digamos do Cosmos;
nem de um só mundo em sua totalidade, não há outro meio para o Ego que mudar de corpo uma
vez que o que estava empregando já não sirva. O corpo físico, como toda a máquina, desgasta-se
com o tempo e o trabalho. Chega a ficar .inútil com as enfermidades e a velhice, e seu ocupante,
o espírito, vê-se forçado a abandoná-lo ao término dessa existência, que foi, em realidade, um
“programa de estudos” como vimos no exemplo anterior das classes e dos alunos. Chegou o
34
momento da partida. Isto é, a Morte. Ao paralisar-se o funcionamento da máquina por falha de
alguma de suas peças mais debilitadas, ou por qualquer outra das muitas causas que podem
intervir no declínio começa um processo inverso ao que serviu na construção de todo esse
conjunto. O corpo vital ou etérico deixa de funcionar e toda a estrutura física, ao faltar sua
energia, entra num período de desintegração total. O Ego, depois de um período de mais ou
menos 20 a 30 horas, tempo no qual descansa numa situação parecida a um sono profundo
requerido pela Natureza para permitir que o Ego assimile e fixe em sua memória perpétua o total
das experiências passadas nessa existência que acaba de terminar, desprende-se do corpo físico
levando consigo todos os demais veículos enlaçados a ele pelo corpo astral ou alma. Desde esse
momento desenvolve a atividade na Quarta Dimensão. Não obstante, segundo tenha sido a
influência que a vida no mundo físico tivesse para ele, decorrerá algum tempo percorrendo os
lugares em que costumava atuar durante a existência que acaba de terminar. Esse período pode
ser mais ou menos extenso, de acordo com o grau de evolução alcançado pelo Ego, e geralmente
é motivo de grande confusão para o mesmo, porque já não tendo o corpo da matéria física resulta
inteiramente invisível, inaudível e intangível para os demais seres encarnados. Porém ele, pela
visão espiritual que possui, e mantendo ainda toda a gama dos demais corpos desde o astral, vê-
se, sente-se, pensa como o fazia até antes de morrer e isto produz uma raríssima impressão de
sobrevivência, que aos menos adiantados não permite compreender, em princípio, a realidade do
seu novo estado. Ao dirigir-se a todas as pessoas com quem alternara nessa encarnação e não ser
percebido por elas, passa por uma série de situações incompreensíveis que podem ser motivo de
sofrimento em maior ou menor grau. Por isso é que todas as religiões pedem a seus fiéis afastar-
se dos “laços da matéria” ; mas são poucas as que explicam o fenômeno em sua positiva
realidade. Tal situação, ademais, é a real explicação de muitos fenômenos telepáticos e aparições
“post mortem”, já que nesse período o Ego, impulsionado por veemente desejo de comunicar-se
com os seus, consegue muitas vezes (ainda que não possua chave para fazê-lo) que a sutil
matéria de seu corpo astral chegue a condensar-se pela força mental que seu desejo está gerando
em todo o conjunto de corpos que ainda o acompanham. Essa condensação, quando alcança os
limites da matéria física, assume formas visíveis e audíveis para nossos sentidos. A aparição e os
efeitos sonoros são captados pelas pessoas no plano físico e tal fenômeno explica a presença e
realidade de tantos fatos aos quais a humanidade encarnada tem denominado, vulgarmente,
“fantasmas” .
Tal materialização pode repetir-se e obter-se, voluntariamente, quando o Ego conheça as
leis cósmicas e as forças que nelas intervêm. Porém, na generalidade dos casos, nos dias ou
meses posteriores ao falecimento, se ocorrer, obedecem unicamente ao tremendo esforço volitivo
do Ego para comunicar-se com os seus na Terra. Em tais casos resulta um fenômeno fugaz,
porque lhe falta o conhecimento e o poder necessários para a conquista consciente; está só e o
efeito de uma materialização fortuita é ocasionado por um desprendimento cego das energias que
intervêm no processo.
À medida que corre o tempo, o Ego, sempre envolto pelo conjunto de seus outros
veículos, enlaçados pela força do corpo astral, ou alma, desenvolve sua vida nos domínios da
Quarta Dimensão , até que chegue o momento em que possa libertar-se, também, dos laços que o
amarram a esse mundo, e partir para os mundos superiores. Porém isso vamos explicar no
Capítulo seguinte.
35
CAPÍTULO XI
A VIDA NA QUARTA DIMENSÃO
38
“EU VISITEI GANIMEDES...”
TERCEIRA PARTE
A CIVILIZAÇÃO DE GANIMEDES
CAPÍTULO XII
Com o exposto na Segunda Parte desta obra, poderá o leitor compreender mais facilmente
as profundas e notáveis diferenças que separam nossa civilização daquela raça de super-homens.
Muitas de tais diferenças obedecem, em verdade, à posse por eles desse sexto sentido que vimos
explicando. A clarividência e a clariaudiência, natas em todos os habitantes de GANIMEDES,
permitiram a aquisição de progressos surpreendentes em infinidades de aspectos da vida em seu
astro, e suas favoráveis influências norteiam e fundamentam métodos, sistemas e instituições no
amplo panorama da convivência e desenvolvimento de todas as atividades naquele interessante
satélite de Júpiter.
As vantagens derivadas de tal estado evolutivo, alcançado por eles através dos muitos
milênios que nos levam de vantagem, manifestam-se em todos os aspectos de sua vida desde a
mais tenra infância. A este respeito, é triste comparar como transcorrem os anos para nossas
crianças e as de GANIMEDES. Enquanto aqui, especialmente nos últimos tempos, estamos
envenenando a alma infantil de nossos filhos, com espetáculos de cinema, televisão e outros, que
em sua maioria não mostram senão a barbárie das guerras, a violência e o crime de argumentos
policiais, os grosseiros costumes e os brutais métodos sempre encaminhados ao delito, dos
dramas tipo “western” norte-americanos; e para seus jogos e distração proporcionamos joguinhos
e artefatos que representam as armas assassinas e toda a classe de aparatos mais ou menos
enfocados no afã de destruição. Enquanto na grande maioria dos lares populares, em todo o
planeta, os exemplos que essas crianças contemplam são, quase sempre, de vício, de baixeza
moral e de violência; e em outros lares, de condição social e econômica mais elevada, muitas
vezes encontram o abandono de seus genitores, preocupados com uma série de compromissos,
interesses, frívolas vaidades ou vícios secretos e promíscuos...
O que podemos esperar de crianças educadas de tal forma? Temos de culpá-las pelo mal
que depois façam? Não somos nós seus pais e mestres que deformamos essas almas tenras com
nosso proceder, nossa torpeza ou egoísmo, nossa inconsciente frivolidade ou a satisfação,
criminosa, de vícios e aberrações, muitas vezes ocultos porém, nem por isso, menos malignos?...
Não quero seguir adiante com tão vergonhoso panorama. Todos sabemos, muito bem, como é
nossa humanidade e como se vive na Terra...
Por outro lado, essa raça que habita GANIMEDES contempla desde o berço os mais
belos e amorosos exemplos; até em seus brinquedos e distrações infantis estão presentes valiosos
ensinamentos, úteis demonstrações do que é o mundo que os rodeia e como aproveitar, mais
tarde, as lições que, brincando, são aprendidas. O fato de serem clarividentes e clariaudientes
desde que nascem, permite-lhes avançar com muito maior rapidez no desenvolvimento cultural.
E nos primeiros sete anos de sua vida, muitos de seus brinquedos e variadas formas de distração
são empregados pelos pais como complementos de um amplo, sábio e paulatino método de
ensinamento e de instrução. Daremos algumas mostras que ilustram melhor este ponto:
Sendo possuidores daquele sexto sentido, sua visão e audição abarcam, ao mesmo tempo,
seu mundo físico, a porção etérica e a Quarta Dimensão. De tal maneira, uma das primeiras
preocupações dos pais é a de explicar, pacientemente, o rol de cada um dos seis sentidos (porque
o sétimo somente se desenvolve neles ao chegar a idade adulta) e muito especialmente quando se
relaciona com o sexto. Porque, igual a nossas escolas iniciáticas, a variedade de aspectos, forças
e formas, em constante movimento e contínua mutação, nesse mundo astral ou Quarta Dimensão
é fácil de ocasionar terríveis confusões, perigosas reações de ordem psíquica e mental e até
danos no organismo fisiológico. Assim, as crianças de GANIMEDES aprendem desde a mais
tenra infância a utilizar aquele “terceiro olho”, a identificar forças e seres desse plano astral ou
da alma, e a diferenciar as causas e efeitos dessa Quarta Dimensão em suas relações com o
39
mundo físico. Este adestramento progressivo, com um instrumento de tal poder, coloca-as em
situação de evoluir rapidamente no conhecimento de todas as matérias básicas de sua primeira
instrução, e permite aos pais educar seus filhos com métodos altamente objetivos, pois o
ensinamento vai atrelado à prática, o que é facilitado em todo o momento e em todas as
circunstâncias por aquele sexto sentido.
Dissemos que muitos dos brinquedos são, também, proveitosas lições. Compreenderemos
melhor com um exemplo: entre a multidão de seres que povoam a Quarta Dimensão, estão as
diferentes categorias e espécies de “Espíritos da Natureza” como já dissemos. Muitos deles
assumem formas belíssimas e são acessíveis ao ser humano, quando lhes demonstra sua bondade
e simpatia. Para dar-nos uma idéia de alguns desses seres, recordemos uma das mais formosas e
profundas películas de Walt Disney: “Fantasia” . Os que a tenham visto recordarão algumas
cenas, como as das flores de que brotavam diminutas fadas, luminosas, graciosas, com rápidos e
harmoniosos movimentos de uma dança maravilhosa, ao compasso das doces melodias, num
conjunto esplendoroso de luz, graça e de beleza. Para aqueles que conhecem estas coisas, esta
obra de Walt Disney não foi só fantasia, como parece indicar seu nome: Walt Disney teve
estudos rosacruzes, sabia o fundo oculto do que estava fazendo, e essas cenas são iguais às que o
sexto sentido nos descortina quando visitamos muitos prados...
As crianças de GANIMEDES, em tais condições, com sua pureza e bondade, atraem a
simpatia desses seres e brincam com eles com freqüência, aprendendo a tratá-los, ganhando sua
amizade e preparando , assim, o caminho que mais tarde, quando chegarem à maioridade,
permite-lhes utilizar todas as forças da Natureza, porque essas forças na Quarta Dimensão
assumem as mais variadas formas, porém estão sempre dispostas a obedecer como fiéis
servidores daqueles que as conheçam e possuem o poder e sabedoria necessários para seu
manejo. Isto explica, agora, com maior clareza, aquela passagem da Segunda Parte em que nos
referimos ao episódio bíblico em que os ventos e o mar obedeceram à ordem de acalmarem-se,
dada pela divina e poderosa voz de Cristo...
A educação das crianças e os métodos e sistemas de instrução nesse mundo oferecem
marcadas diferenças com os nossos. Em primeiro lugar, entre eles não existe, propriamente, a
primeira etapa escolar conhecida na Terra com vários nomes: primário, básico, academia etc.
Esta fase inicial da instrução geral corre por conta dos pais, diretamente, em forma combinada
com a educação familiar, a fim de distribuir os conhecimentos básicos à criança ao mesmo tempo
que se modela sua alma e sua mente. Este período, comumente, dura até uma idade de sete a oito
anos dos nossos, em que o filho se encontra, inteiramente, nas mãos de seus genitores, sendo
estes seus primeiros mestres. Este labor é prioritariamente realizado pela mãe, intervindo o pai
nas horas em que seu trabalho diário o permita. Deve ter-se em conta que em GANIMEDES não
existe um só analfabeto nem ignorante. Isto é inconcebível lá. Homens e mulheres recebem a
mesma instrução, alcançam os mesmos níveis culturais, sem distinções de nenhuma classe e sem
custo algum para eles, pois tudo é proporcionado pelo Estado, segundo veremos depois. Homens
e mulheres trabalham por igual em todas as atividades desse mundo. Porém quando uma mulher
é mãe, concede-se-lhe cuidar e ensinar ao filho até o término dessa primeira etapa básica de
instrução, dispondo de todos os recursos que o Estado lhe proporciona, como se estivesse
desempenhando seu trabalho cotidiano, porque nesse período se converte em mestra-mãe de um
novo ser cuja moral, inteligência e desenvolvimento prévios merecem de todos um minucioso
cuidado. Sendo esmeradíssima e de uma amplitude que na Terra não alcançamos a educação que
todos os habitantes desse mundo recebem, é fácil de compreender este aspecto no que os pais,
em especial a mãe, são os primeiros professores, no grande percurso cultural dessa raça. E os
métodos de ensino , particularmente nessa primeira etapa, são eminentemente práticos e diretos.
Para isso, o sexto sentido oferece incalculáveis vantagens. As crianças aprendem brincando.
Muitos de seus passatempos são outras tantas lições que a mãe aproveita para instruí-los. Assim,
por exemplo, todo o relacionado com anatomia, a fisiologia, o funcionamento geral de todos os
órgãos internos dos sistemas digestivo, circulatório, nervoso, respiratório; dos complicados
mecanismos e funções cerebrais, glandulares e outros, ao poder serem vistos e apreciados com
toda a clareza e em qualquer momento, constituem motivo de entretenimento para eles, ao
mesmo tempo que utilíssimas lições que jamais esquecem e que vêm a ser a base para estudos
40
superiores que, mais tarde, converterão esses homens nos próprios conservadores de sua saúde,
ou em médicos especializados capazes de realizar verdadeiros milagres em comparação com
nossa medicina terrestre. Assim sucede em todo o demais. Uma forma comum e geral de
aproveitar os dias de descanso, que lá equivalem a dois e meio dos nossos, são os passeios
campestres e as viagens de lazer. Neles toma parte toda a família, constituída quase sempre pelos
pais, um ou dois filhos, (pois a descendência é cuidadosamente controlada segundo veremos
depois) e os avós se é que vivem com aquele filho ou filha. Quando se trata de um simples
passeio, por zonas próximas à cidade de residência, o grupo familiar utiliza veículos coletivos de
transporte. Para estes casos empregam naves aéreas com capacidade para até vinte passageiros,
que fazem o trajeto aos lugares de destino em poucos minutos. Quando o plano de diversão
contempla uma viagem de lazer e de descanso, a maiores distâncias, costumam empregar naves
do mesmo tipo com capacidade para cinqüenta pessoas. Tais viagens, geralmente, os conduzem a
visitar outros vales ou centros povoados, pois se deve recordar o que explicamos na Segunda
Parte, ou seja que todas as cidades ou povoações estão concentradas nos milhares de vales
disseminados entre os patamares dessa intrincada rede de cordilheiras e montanhas que cobre
todo o astro. A velocidade de suas naves aéreas permite fazer tais viagens, aos mais afastados
lugares de GANIMEDES, em curtíssimo tempo. E assim a família pode desfrutar de todos os
dias de seu passeio. Isto permite a todos, especialmente às crianças, conhecer e aprender
objetivamente tudo o quanto se refira ao que, em nossa linguagem, chamamos de geografia,
posto que esta palavra, derivada do grego, refere-se entre nós à Terra, eles dão ao seu mundo o
nome de “Reino de Munt” ...
Com este método e dentro de tal sistema de educação, à idade correspondente a sete ou
oito anos dos nossos, essas crianças aprenderam, de forma indelével, todos os conhecimentos
básicos sobre seu mundo, sua natureza, suas formas de vida e assimilaram também uma série de
lições sobre a moral e as normas de conduta que haverão de observar no resto de suas vidas,
confirmadas com os exemplos que a convivência familiar proporciona a cada instante. Porque
nessa raça, o amor, o respeito aos pais e maiores, a sabedoria e autoridade de seus mestres e
governantes, como base da magistral síntese de todos os mais elevados atributos da alma, e
preparação para o entendimento das grandes verdades cósmicas, aprendem-se e inculcam-se
desde o berço.
Quando chegam a essa idade, todos, homens e mulheres, ingressam no que eles chamam
a “Shamata”. Este é um período que perdura até os quinze anos. Os alunos nessa etapa recebem
instrução geral enfocada para definir as qualidades e aptidões especiais de cada um e
desenvolvê-las no sentido mais conveniente. Isto se consegue, comumente, na metade desse
tempo: o resto da etapa é utilizada numa instrução preparatória especializada que aproveita as
condições particulares de cada um, estimulando-as e desenvolvendo-as, para conseguir o melhor
aproveitamento de sua personalidade e a confirmação de suas aptidões predominantes, a fim de
dirigi-las pelo caminho mais adequado no futuro desempenho de suas atividades. Tanto na etapa
“Shamática” quanto nas posteriores, toda a instrução é ministrada em centros estatais
inteiramente gratuitos e sob a direção de mestres especializados, igualmente dependentes do
Estado.
Ao término dessa segunda fase do ensino, todos os alunos, sem exceção, ingressam nos
diferentes centros de instrução altamente especializada, segundo as qualidades e aptidões
demonstradas por cada um na etapa anterior. Nos mencionados centros se lhes capacita ao mais
eficiente desempenho do tipo de atividade escolhida, e não saem dele até alcançar a mais alta
qualificação. Obtendo esse resultado, chega para eles, sem nenhuma espécie de discriminação, o
momento talvez mais desejado por todos: o despertar do sétimo sentido. Isto se consegue dentro
de um período no qual se submetem a um adestramento especial e muito rigoroso, em centros ou
institutos exclusivamente dedicados a isto, que requer a permanência constante de todos os
educandos à maneira de internato, algo parecido com os lamastérios do Tibet ou da Índia entre
nós, nos quais recebem o ensinamento e a prática de exercícios adequados em meio da mais
estrita disciplina. Isto se compreende, facilmente, se recordamos o que no princípio se disse a
respeito: é o “Verbo Criador” a faculdade de influir pela linguagem, ou a emissão de ondas
sonoras da voz, na constituição molecular da matéria, nas vibrações da mesma, e portanto o
41
poder de atuar voluntariamente sobre a “Nota Chave” de todos os corpos, de todas as
substâncias, influindo e até dominando, em muitos casos as próprias forças da Natureza...
Recordemos que em partes precedentes desta obra fizemos referência a vários exemplos
históricos e bíblicos, tais como o famoso caso da desintegração das muralhas de Jericó, pelo
efeito das ondas sonoras das trombetas israelitas dirigidas por Josué; alguns dos efeitos
produzidos no caso da destruição de Sodoma e Gomorra sobre o corpo da mulher de Lot; vários
dos prodígios realizados por Cristo que já mencionamos anteriormente...
E um poder assim não é possível conferi-lo a quem não haja demonstrado, à saciedade,
uma fortaleza moral à toda prova e uma inteligência capaz de impedir-lhe cometer o mínimo
erro... Por isso, durante todos os anos de sua preparação cultural e científica, profissional ou
técnica, os integrantes dessa raça superior estão submetidos a uma disciplina e a uma modelação
cuidadosa do caráter, da vontade e do pensamento, enfocadas para a máxima superação moral,
intelectual e mental de todos e cada um deles. Especialmente é a base moral, sobre a qual
sustentam, particularmente, a estruturação total de sua civilização.
Antes de estudar alguns aspectos relativos a este campo, desejamos mencionar um
detalhe muito interessante a respeito do sistema de ensino nesse mundo. A instrução lá se
distribui, quase sempre, por métodos teórico-práticos simultâneos. É lógico que nisto influi,
também, o sexto sentido. E em GANIMEDES não existem livros nem escritos de nenhuma
espécie como os que conhecemos e empregamos. É natural que assim seja. Num mundo em que
a linguagem falada já não se usa, por ser muito mais fácil, mais rápido e efetivo comunicar-se
direta e instantaneamente pela linguagem mental, pela leitura simultânea e recíproca do
pensamento, não teria, tampouco, razão de ser a linguagem escrita. Esta é substituída por um
admirável sistema eletrônico suscetível de captar o pensamento e gravá-lo em fitas especiais.
Uma vez gravadas, reproduzem indelevelmente em toda a sua amplitude, com imagens e
freqüências de ondas que são projetadas por aparelhos receptores que nos recordam, de certa
forma, nossas máquinas filmadoras. Assim se pode reter as lições, e quanto material mereça ser
conservado para reprodução futura. E essas máquinas são construídas até em tamanhos portáteis.
Do mesmo modo, os documentos oficiais e administrativos são transcritos nessas fitas, nas quais,
junto com o que chamaríamos “texto”, à maneira de assinatura e selo identificatórios, vai
impressa a imagem do autor ditando o fechamento dos mesmos. E já dissemos que, a diferença
de nossas fitas magnéticas ou nossas películas sonoro-visuais, aquelas gravam para sempre o
pensamento completo, sem que se possa alterar em nada o conteúdo posteriormente, o que
implicaria a destruição total da fita.
Ademais, ninguém se atreveria, nem em pensar, em alterar um documento, coisa tão
comum entre nós... Chegou a oportunidade de referir-nos à moral reinante nessa raça, base
fundamental, como já disse, da civilização de GANIMEDES.
Ao descobrir a Quarta Dimensão e como se desenvolve a vida nesse Plano do Cosmos,
percebemos as tremendas forças positivas e negativas que nela atuam. E vemos, também, a
poderosa influência que, constantemente, exercem na alma humana. Parecerá redundância que
digamos “Alma Humana”, porém não é. Ainda que não tenha maior importância para esta obra,
estamos obrigados a explicar, de passagem, que o fazemos pelo conhecimento de que os animais,
em mundos em que existem como o nosso, também possuem alma, ou seja, aquele veículo
correspondente à Quarta Dimensão , e são suscetíveis de muitas daquelas influências anotadas.
Ao mesmo tempo, mencionamos o papel das diferentes categorias de seres ou entidades
superiores, e como se relacionam com os Egos em sua contínua evolução. Recordaremos haver
dito que ninguém pode passar de um mundo inferior a outro superior sem estar devidamente
preparado e possuir o veículo ou corpo correspondente. Vale dizer, ter alcançado as condições
evolutivas e vibratórias adequadas. Este é um dos fatores que, relativamente, garantem em
GANIMEDES, ou em qualquer outro mundo similar, o ingresso ou intromissão que disséssemos
clandestinamente, de algum Ego não capacitado para isso. Porém quanto às entidades astrais e as
forças dessa Quarta Dimensão , é diferente. Elas atuam em seu mundo e em seu mundo ou plano
podem afetar a qualquer ser humano encarnado, pois a encarnação pressupõe a existência num
mundo material ainda que este seja do tipo de GANIMEDES, ou “Reino de Munt” como eles o
chamam.
42
De tal maneira, grande parte do ensino, disciplina e cuidados que recebem todos os seus
habitantes, estão encaminhados a conseguir a permanente segurança e o perfeito equilíbrio de
suas almas, nos níveis mais altos de consciência. Nisto ajuda-os eficazmente seu sexto sentido,
que em todo momento lhes permite descobrir a proximidade de qualquer entidade baixa ou
maligna, podendo afastá-la com a força de sua mente ou, se preciso, com o poder do sétimo
sentido. Dissemos que este só é desenvolvido quando finaliza a etapa de instrução superior. Isto
nunca acontece antes dos 28 ou 30 anos. Referimo-nos ao despertar do sentido mencionado.
Ainda assim, pode manter-se dita faculdade num estado latente de média expressão quando, a
juízo dos mestres responsáveis por esse trabalho, o aspirante não alcance as mínimas condições
requeridas para o pleno uso de tão formidável poder.
Por tudo isto, essa raça vive uma vida de paz, de absoluta serenidade, bondade e amor...
Quem poderia pensar em mentir, enganar, atraiçoar ou burlar alguém sem os mais recônditos
pensamentos e intenções se estão lendo-se mutuamente? Como se pode cometer algum delito
quando nada fica oculto ante a clarividência e clariaudiência de todos? Como poderiam cair nas
paixões comuns entre nós, se para chegar a esse estado teriam que sofrer as provas de centenas
de encarnações prévias, que forjaram neles, não só uma sólida consciência, como o
conhecimento total de sua vasta evolução, senão o mais amplo e poderoso domínio de todo esse
mundo astral em que se desenvolve então sua alma?... É assim que de seu reino resulta a
expressão viva das mais belas qualidades concebíveis na alma humana. E isto se manifesta na
família, no trabalho, nas relações de uns e outros e, portanto, em toda a organização social,
política, econômica e religiosa desse mundo em que não há fronteiras, nem exércitos, nem
polícia, como vamos ver nos próximos Capítulos desta obra.
43
CAPÍTULO XIII
O “REINO DE MUNT”
Vimos que a humanidade estabelecida no satélite do Planeta Júpiter conhecido por nós
com o nome de GANIMEDES, denomina sua morada sideral como ‘REINO DE MUNT’.
Consideramos interessante saber a origem de tal nome, porque também contribui, de certa forma,
ao conhecimento do passado dessa raça e à comprovação do desenvolvimento evolutivo da
mesma, que em alguns aspectos poderemos comparar com o de nossa Humanidade.
A tradição histórica desse povo nos refere que, faz mais de dez mil anos dos nossos,
quando ainda existia o Planeta Amarelo a que fizemos menção em outras passagens desta obra, e
que, ao desintegrar-se, dera lugar ao “Cinturão de Asteróides” que hoje gira em torno do Sol
entre as órbitas de Marte e Júpiter, os habitantes daquele planeta se distribuíam entre os domínios
de dois grandes reinos ou impérios. Impérios que, no transcurso do tempo, depois de etapas
remotíssimas nas quais existiram outras divisões estatais, ou nações, que em longos períodos de
lutas e guerras, chegaram a unificar-se naqueles dois grandes blocos ou potências, e que,
havendo alcançado um notável progresso em todos os aspectos de sua civilização, possuíam já os
segredos da Natureza que hoje temos na Terra e começavam a utilizar o sexto sentido e todas as
forças derivadas do mesmo. Alcançavam já o domínio do espaço e haviam desenvolvido
modelos de astronaves que, sem ser tão perfeitas como as atuais, eram mais poderosas e versáteis
que as que hoje temos na Terra. Com elas puderam visitar diferentes mundos em nosso sistema
solar, conhecendo desde tão remotos tempos, a constituição dos planetas e satélites e as formas
de vida ou existência que nele se desenvolviam.
Um desses grandes impérios, originários da raça que hoje reside em GANIMEDES, era
governado então por um grande rei, de nome Munt, homem de sabedoria excepcional e notáveis
poderes supra-físicos, que era assessorado por um conselho de sábios e evoluídos mestres,
distribuindo a seu povo uma amorosa e patriarcal direção. Ambos os reinos viviam, já, dentro de
um equilíbrio de forças que deu por resultado uma longa etapa de paz e de comum entendimento,
porque sabiam que seu poder e seus formidáveis meios de ataque ocasionariam a aniquilação
total no problemático supor de um choque entre ambos.
O Rei Munt, que alcançou uma existência equivalente a vários séculos dos nossos,
chegou a conhecer com muita antecipação o tremendo cataclismo cósmico que se estava
gestando nas entranhas de seu planeta. Assessorado pelos outros sábios de seu elevado conselho,
comprovou no plano físico e nos outros planos suprafísicos a exatidão de seus cálculos e de suas
apreciações, chegando a fixar matematicamente as datas em que ocorreria o terrível fenômeno.
Sua extraordinária longevidade, pois ainda era jovem, relativamente, permitiram-lhe elaborar
todos os planos e tomar todas as providências necessárias para evacuar os habitantes do Planeta
Amarelo antes da catástrofe. Esta iria produzir-se um século depois. Munt e seus colaboradores
imediatos contavam com tempo suficiente. Entre os mundos visitados por eles em nosso sistema
planetário, foi escolhido o grande satélite de Júpiter, por sua maior proximidade, pelas fáceis
condições ambientais de acomodar e dominar, pelas fontes inesgotáveis de força e de energia que
a sabedoria de seus homens descobriram lá e, também, por encontrar-se totalmente desabitado.
Em comparação com nosso planeta, de tamanho maior porém muito mais longe, essas duas
facetas resultaram decisivas na eleição de um novo mundo, uma nova morada para estabelecer-
se, em que sua raça pudesse continuar desenvolvendo-se com inteira liberdade e sem os
inconvenientes, moléstias e riscos de toda ordem, muito em especial no campo da supremacia de
níveis evolutivos. A distância maior e a existência na Terra nesse tempo de uma humanidade tão
primitiva e atrasada em todos os níveis da Vida foram de grande importância para a decisão final
que fez de GANIMEDES a nova morada dessa raça. Devemos pensar que em tão remotas épocas
nossa humanidade se encontrava na Idade da Pedra...
Nos cem anos, mais ou menos, de que dispunham os homens de Munt, trabalhou-se
44
intensamente nos preparativos de tal evacuação. Aquele sábio rei comunicou tudo isso a seu
colega reinante no outro império. A tradição não explica os motivos que influíram nos homens
desse outro reino para não fazer caso das previsões de Munt. Talvez uma menor sabedoria que
lhes impedisse de comprovar por eles mesmos a veracidade dos fenômenos que eram gestados
nas entranhas do planeta. Deixaram-se, talvez, tentar pela ambição de serem os únicos
dominadores desse mundo? Só Deus sabe... Assim pois, naquele período de um século, Munt e
seu povo foram estabelecendo bases no satélite de Júpiter, acondicionando as primeiras zonas
eleitas para seu posterior estabelecimento; construindo a numerosa frota de astronaves com que
evacuariam as pessoas e a todos os implementos e equipagens necessárias para o traslado de sua
civilização ao novo mundo... Quando se aproximava a data prevista, já estava trabalhando nele
paciente e disciplinadamente, a maior parte dos habitantes do Reino. Conta sua tradição que o
sábio Munt fez vários esforços para convencer os governantes do povo vizinho. Transcorrido o
século, haviam falecido muitos dos principais conselheiros antigos desse país e o próprio rei era
novo. A fraterna e sapientíssima intervenção dos enviados de Munt não obteve maior crédito.
Assim chegou o momento em que abandonaram o Planeta Amarelo as últimas esquadrilhas de
astronaves, conduzindo o Rei Sábio, todos os altos membros do seu governo e os últimos
habitantes de sua velha pátria... Reza a tradição que, algum tempo depois, não mais de um mês
dos nossos, chegaram até eles algumas astronaves do outro império. Conduziam técnicos e
populares que haviam fugido, apavorados, e que explicavam que nesse planeta se estavam
produzindo gigantescos terremotos e explosões vulcânicas nunca vistas; que o terror dominava
em todas as partes e que a confusão e o pânico eram gerais. Assim, um dia, puderam contemplar
as coisas desde seu novo mundo e como aumentava desmesuradamente o brilho e a magnitude
do longínquo planeta. O fenômeno aumentava, o resplendor cada vez maior ia igualando ao do
Sol (fenômeno conhecido por nossos astrônomos por “supernova”) e, pouco depois, chegava até
o satélite de Júpiter um surdo rumor que vinha do espaço como o de uma remota e extensa
tempestade. O espetáculo sideral durou dois dias. Ao cabo deles, aquele resplendor inusitado e
aqueles rumores cessaram por completo. O Planeta Amarelo havia desaparecido do firmamento.
A sábia predição do Rei Munt acabava de cumprir-se...
Refere nosso amigo Paulo que os homens que em GANIMEDES o estão reeducando,
manifestaram-lhe que aquele sábio rei chegou a viver dois séculos mais. Em todo esse tempo
foram se desenvolvendo as estruturas fundamentais e as instituições que haveriam de transformar
o novo mundo sobre a base das que tiveram no planeta destruído. E que todo o povo decidiu
denominar, para sempre, REINO DE MUNT a sua nova morada sideral, como homenagem de
amor e de respeito ao sapientíssimo e bondoso mestre e soberano autor de tão magna proeza...
***
Se recordarmos o explicado nas duas partes anteriores a respeito de várias das visitas de
extraterrestres à Terra, como os exemplos do descobrimento arqueológico na Pirâmide de
Palenque, do “Homem da Máscara de Jade” e de seu desconcertante sarcófago; os das pinturas
das grutas de Tassilli, no Deserto do Saara; os referentes à origem celeste atribuída aos primeiros
imperadores chineses; e todos os outros já mencionados, e compararmos as datas com a tradição
que hoje nos vem desde esse “Reino de Munt”, encontraremos coincidência no tempo e nos
detalhes, até agora enigmáticos, de todos eles... Foram fugitivos do Planeta Amarelo o “Homem
da Máscara de Jade”, Hermes Trismegisto, Zoroastro, os primeiros fundadores da civilização
chinesa e alguns outros?... Os homens de GANIMEDES dizem que sim. Podemos nós provar o
contrário?... Se não podemos provar, tampouco devemos negá-lo. Ainda mais, quando nos
ocupemos da religião nesse Reino de Munt, veremos novos aspectos e comprovações sumamente
interessantes acerca deste problema. Agora. vejamos como é a organização política, social e
econômica nesse mundo.
Já dissemos que nele não existem fronteiras. Dentro de nossa linguagem e segundo
nossos conceitos, poderíamos dizer que há uma só nação espalhada em todo o mundo. Ou, de
outra forma, um Estado que abarca toda a humanidade desse astro. O Reino de Munt vem a ser
como uma grande comunidade verdadeiramente fraternal. Algo parecido ao que foi, entre nós,
45
uma comunidade gigantesca daquelas formadas pelas ordens religiosas. Porém com
desenvolvimento e alcances muito mais vastos. Um governo central, de tipo teocrático, rege os
destinos desse povo, formado por uma só raça. Encabeçam o governo um soberano reinante e
dois supremos regentes, assistidos por um conselho supremo que integram dez Grandes
Conselheiros do Reino. Tanto o rei quanto seus dois regentes imediatos são homens que
alcançaram a plenitude do desenvolvimento evolutivo a que se pode aspirar naquele mundo. Sua
sabedoria e poder, em todos os planos da vida material, como nos da vida suprafísica, chegam a
níveis impossíveis de compreender por nós na Terra. E isso lhes permite realizar um labor que,
entre nós, poderia assumir caracteres de semi-divindade. Podem trabalhar, simultaneamente, nos
diferentes planos da natureza; isto faculta-lhes a comunicação e a atuação em constante e íntimo
contato com todas as forças e entidades desses planos, e portanto, conhecer e manter estreita
relação com todos os planos cósmicos emanados e dirigidos desde o reino central de nosso
sistema planetário, o Sol, que, em verdade, é aquele reino a que se referiu Cristo como “O
SEU”... Isto há de causar assombro e perplexidade; porém deste ponto trataremos quando nos
ocuparmos da religião em GANIMEDES.
Não deve estranhar, então, que tais governantes imponham uma direção de tão suprema
sabedoria e eficácia, e que simultaneamente, seus métodos e sua conduta sejam a manifestação
mais efetiva e positiva do AMOR UNIVERSAL, pois trabalham com pleno conhecimento e
perfeita aplicação de tudo quanto diz respeito à Lei Cósmica do Amor, o que explicaremos
também depois ao tratar da religião.
Dentro da filosofia, da doutrina e prática do governo, a trilogia conformada pelo soberano
e seus dois regentes, recorda e simboliza a trindade de elementos no Cosmos: Espírito, Matéria e
Energia. O Rei é. ao mesmo tempo, Chefe Supremo do Estado e Sumo Sacerdote, ou cabeça
visível do que, entre nós, conhecemos ou entendemos por “Igreja”. A sucessão do trono do Reino
de Munt não é hereditária, nem eletiva: verifica-se por um estrito e minucioso processo de
seleção. Num mundo como esse isto é possível sem o menor risco de erro ou de injustiça. O
soberano, por suas faculdades e poderes especiais, conhece com grande antecedência a época e a
data em que haverá de desencarnar. Escolhe, minuciosamente, aqueles que serão durante certo
tempo seus dois regentes. Isto se faz, sempre, entre os demais membros de seu Grande Conselho,
os que por sua vez, são elevados a tão alta posição, através de muitos anos de trabalho e de
esmerada seleção em escalas sucessivas encarregados da administração geral daquele Estado.
Pode-se pensar, com a suspeita e malícia tão estendidas pela Terra, que tal sistema gere
favoritismos, acomodações, adulação, postergações injustas, intrigas e lutas, rancores, e todas as
formas conhecidas de perseguir e favorecer os poderosos ou para obstaculizar o progresso de um
rival... Isso sucede na Terra, por nosso atraso na evolução, no Caminho da Vida, neste mundo de
cinco sentidos e de potente influência da Região Inferior do Astral ou Quarta Dimensão... Mas
em GANIMEDES, ou Reino de Munt, tudo isso é impossível. Desde as remotíssimas idades em
que conseguiram chegar ao sexto sentido, chegou a desenvolver-se entre eles o Sistema da
Seleção Perfeita, da justa promoção pelo trabalho, pela ciência e moral de cada um. Já temos dito
que num mundo onde não se pode ocultar nada, nem os próprios pensamentos; em que não é
possível deturpar, tergiversar ou encobrir a verdade, ninguém pode pretender o que não lhe
corresponda, aspirar o que não mereça, nem favorecer ou outorgar injustamente nada...
Compreendemos que tudo isto pode parecer uma utopia, um absurdo, fruto da imaginação ou do
idealismo, ingênuo de um escritor. Não duvidamos que a maioria pensará de tal modo. Como
pode pretender tão belas realidades, tão elevados níveis, uma humanidade que apesar de suas
notáveis conquistas na ordem científica e técnica, vive ainda em estados tão deprimentes de
moral, de psiquismo e de espiritualidade?
Porém a presença dos OVNIS é um fato real. Tudo o que vimos explicando baseia-se em
fatos comprovados por diversas disciplinas científicas, por escolas que existiram e existem ainda
que os ignorantes as desconheçam; corroborados através do tempo e em diferentes lugares da
Terra por outros tantos fatos históricos que a arqueologia tem comprovado. Todo esse conjunto
de provas nos fala de um mundo superior ao nosso, de uma humanidade mais poderosa e sábia
que a nossa; e agora o destino quer mostrar-nos como vive essa humanidade e como existem
outros níveis de vida que apesar de ainda ignorados pela grande maioria deste mundo, já
46
chegaram a ser conhecidos por muitos...
Continuando com o tema deste Capítulo devemos explicar que a sucessão ao poder
supremo nesse Reino se decide com bastante antecedência da data em que terminará a existência
material do soberano. Dissemos que seus dois colaboradores imediatos, os regentes, havendo
subido, degrau por degrau, os diversos níveis administrativos do Reino, alcançam a máxima
expressão que a vida nesse mundo pode oferecer junto ao soberano. Este, em seu devido tempo,
designa entre eles o que o sucederá. Deve ter-se em conta que essa trilogia governante, ao deter a
máxima sabedoria e poder na variedade de planos cósmicos em que trabalha ao chegarem a tão
altos cargos, domina também o segredo da longevidade. E de tal sorte o futuro soberano é
preparado, adequadamente, para assumir seu posto quando morra no mundo físico o corpo
inferior de seu antecessor. Porém já explicamos anteriormente como é o fenômeno e de que
maneira essa humanidade segue comunicando-se e convivendo na Quarta Dimensão com os
Egos desencarnados. Assim o anterior rei segue ajudando e assistindo ao novo, durante um
tempo em todos os problemas em que este o requeira.
Os postos de Regentes e de Grandes Conselheiros do Reino são vitalícios, pela mesma
razão de haverem sido selecionados, progressivamente, entre os mais capacitados para isto entre
toda a população. Cada um dos dez Grandes Conselheiros encabeça, como chefe superior, um
conselho funcional integrado por diferentes grupos de assessores administrativos entre os quais
divide a atenção, direção e controle geral de todas as atividades do país, ou neste caso, do
mundo. Para isto todo o território está dividido em governos comuns urbanos encarregados de
atender o correspondente ao desenvolvimento da vida em seus diferentes aspectos na respectiva
zona. Estes são os obstáculos a que nos referimos em Capítulos anteriores na intrincada rede
montanhosa que cobre toda a superfície do astro, as múltiplas planícies encerradas entre os
patamares de tão complicado sistema orogênico são os centros de atividade humana do Reino.
Em cada vale se assenta uma cidade, mais ou menos grande segundo as áreas disponíveis, com
sua zona agrícola correspondente e o respectivo sistema hidráulico proveniente de um
reservatório natural ou artificial que abastece d’água a dita região. Cada vale constitui, ademais,
um centro de produção industrial e está regido por um daqueles governos comunais, integrados à
semelhança do governo supremo central por um governador, dois subgovernadores e um comitê
ou conselho administrativo, cujos membros dependem da importância que possa ter o território
sob seu comando. Estes governos comunais têm bastante semelhança com nossas
municipalidades; porém seus alcances, atributos e poder são muito maiores, pois neles abarcam o
controle geral de todas as atividades de sua região, sendo dependentes e responsáveis, por sua
vez, ante o Supremo Conselho do Reino, por intermédio dos grandes conselhos funcionais que já
mencionamos, segundo sejam os assuntos a resolver.
A economia geral desse povo depende exclusivamente do Estado. A planificação,
organização e desenvolvimento de todas as formas de trabalho e produção são absolutamente
estatais. Todas e cada uma das diferentes atividades em que se desenvolve a vida nesse mundo
são minuciosamente estudadas, planificadas, estruturadas, dirigidas e controladas por organismos
do Estado, enfocando-as para o mais perfeito e amplo fim de assegurar a todos o maior bem-
estar, a satisfação total de suas necessidades e o desenvolvimento de uma existência isenta de
preocupações, num nível de vida que garanta a dignidade mais elevada, a harmonia mais
completa e a paz de espírito e de corpo tão cabalmente equilibradas, que de todo o conjunto
derive felicidade coletiva e pessoal do povo.
47
COMO FUNCIONA ESSE REGIME
50
CAPÍTULO XIV
De todo o exposto até aqui se depreende, por lógica dedução, que em GANIMEDES não
pode haver exércitos nem forças armadas. Como conceber marinha num mundo que não tem
mares? Já explicamos nos primeiros capítulos que toda a água desse astro está repartida na
multidão de lagoas, lagos e reservatórios existentes em todos os vales. Segundo a existência de
cada um destes, é maior ou menor a área aquática. Muitos desses lagos ou lagunas foram
formados pela ação inteligente dos habitantes, através de séculos, em sua constante expansão por
toda a superfície do satélite. Quando chegaram nele, como temos visto, estabeleceram as
primeiras bases no vale que foi depois o assento de sua capital, ou “Cidade Mãe” como a
chamam e nos vales circunvizinhos. O vale “matriz” é um dos mais extensos e formosos do país.
Rodeado por altíssimas montanhas cobertas de neves perpétuas e de brilhantes geleiras, entre as
quais elevam ao céu, no geral celeste e limpo, seus brancos penachos de vapor oito majestosos
vulcões. Referem as crônicas do Reino que em sua origem eram só cinco os vulcões; porém que
os três restantes foram abertos e “fabricados” por eles a propósito, para aliviar a forte pressão
interna sobre a superfície dessa região e para aumentar os coeficientes de forças, energias e
materiais que eles obtêm. A planície em que se estende a cidade, bastante grande pois abriga dois
milhões de habitantes, pode comparar-se em beleza panorâmica a alguns lugares da Suíça ou do
Tirol. Rodeiam a zona urbana grandes campos cultivados e frondosos bosques de espécies
desconhecidas na Terra, margeando um lago de cristalinas águas alimentadas pelas vertentes
montanhosas. Nos limites próximos da cidade apreciam-se variadas instalações, refulgentes
como tudo em GANIMEDES, que culminam em gigantesca represa.
Dissemos que não havendo mares não podiam existir armadas. Porém naquele plácido e
pitoresco lago, como em todos de maior ou menor extensão, há diferentes tipos de embarcações:
umas grandes, com linhas marcadamente elípticas e coberturas chatas, convexas e do mesmo
acabamento rutilante como prata brilhante que se observa em todos os lugares; outras pequenas,
de variadas formas, porém do mesmo material das grandes. São naves de passeio, coletivas as
primeiras e familiares as pequenas, para o prazer e distração dos populares que as desejarem.
Não são empregadas como meio de transporte porque este, em geral, é do tipo aéreo, e para
evitar que as águas pudessem ser contaminadas ou sujas por tal motivo. Com efeito, com as
magníficas e poderosas máquinas aéreas que possuem, todo o transporte de pessoas e materiais é
feito pelo ar. O transporte terrestre só se usa entre as instalações subterrâneas. Em tais casos, a
propulsão é do tipo elétrico, porém os equipamentos alcançaram limites verdadeiramente
maravilhosos quanto à diminuição de espaço-peso-massa e em multiplicação de potência.
Agora vejamos o referente às forças armadas e policiais. Bem sabemos que os exércitos
são necessários para resguardar as fronteiras de um país, fazer respeitar sua soberania na ordem
internacional e, muitas vezes, no ambiente interno. Isto se justifica num mundo dividido em
diferentes nações. Mas numa civilização estendida por todo o mundo dentro de um só Estado,
para que serviria um exército?... Ainda pode argüir-se que para a segurança interna desse Estado.
Isto, igualmente, explica-se, na Terra, por nosso atraso moral e de outras ordens... Porém, numa
humanidade como a de GANIMEDES... Se compreendermos os alcances de tudo o que foi
exposto, resultaria absurdo, ingênuo, crer que o Reino de Munt possa necessitar de forças
armadas...
Não pensemos, não obstante, que essa raça de super-homens é inerme. Longe disto!
Contam com meios assombrosos, em seu formidável adiantamento científico e técnico para
dominar, se quiserem, todos os mundos de nosso sistema planetário. Dissemos que, desde os
tempos mais remotos, estabeleceram bases no espaço como a que descrevemos no começo desta
obra. Temos dito, também, que essas bases, distribuídas estrategicamente em diversos pontos de
nosso sistema solar serviram para estudar e conhecer todos os planetas, extrair e utilizar diversos
materiais de vários deles, vigiar e controlar o desenvolvimento evolutivo dos mesmos, e poder
cumprir as missões cósmicas emanadas do centro governante de todo o sistema que, como
dissemos, é o Sol. Isto mantém estreita relação com suas atuais visitas à Terra, como as que
51
efetuaram em outras épocas em cumprimento de Planos Cósmicos aos quais nos referiremos
depois, nos próximos capítulos. Porém quanto à qualidade e extensão desse poder, recordemos o
presenciado por nosso amigo Paulo em sua primeira viagem através do “Cinturão de Asteróides”
já narrado e recordemos, igualmente, o fato misterioso e conhecido por todo o nosso mundo atual
do fantástico e gigantesco blecaute que sofreu toda a costa oriental da América do Norte faz
poucos anos. Na memória de todos, em nossa Terra, estão frescas, ainda, as notícias propaladas
em todo o planeta daquele tremendo e inexplicável fenômeno. Uma noite, subitamente, cessou
de repente a corrente elétrica ao longo de toda a Costa Atlântica, desde o norte do Canadá até o
sul dos Estados Unidos. Ao faltar a energia desligarem-se, em seguida, nessa área, todos os
mecanismos e aparelhos elétricos. As cidades ficaram às escuras. Pararam os trens, os
automóveis; paralisaram as usinas, fábricas e oficinas. As pessoas ficaram encerradas nos
elevadores, detidas nos subterrâneos, nas Lojas com portas automáticas... Tudo isto através de
milhares de quilômetros numa extensa faixa de território que abrangeu centenas de cidades e
povoações, entre elas a populosa Nova Iorque. O blecaute durou duas horas sem que as
numerosas equipes de técnicos e engenheiros que buscavam a causa por todos os lugares, sem
poder achá-la ou explicar o que acontecia, conseguissem localizar o defeito. Transcorrido esse
tempo, voltou a corrente, da mesma forma súbita e misteriosa como faltou... Ninguém no mundo
pôde explicar este fenômeno; porém o pânico, o desconcerto e a curiosidade de milhões de seres
perduram ainda... Que aconteceu nessa noite nas costas orientais de toda a América do Norte?...
Agora, desde GANIMEDES, nos vem a resposta: foram duas astronaves deles, não as de modelo
maior, mas as de tipo para seis tripulantes, já descritas. Detidas no espaço, a uma altura
impossível de ser descobertas, uma sobre o Golfo do México e a outra sobre o Atlântico, num
ponto próximo ao Cabo Farewell, Groenlândia, estabeleceram circuitos de ondas que paralisaram
toda a energia elétrica daquele setor... Não quiseram revelar o segredo dessa força, mas
explicaram que havia sido um ensaio e um aviso, com íntima relação aos sucessos mundiais que
se avizinham e com a futura missão cósmica em que terão de atuar para bem de muitos seres
deste mundo.
Talvez não seja exato dizer que não contam com forças armadas, se consideramos a
amplidão dos serviços aéreos, a quantidade de pessoas que neles trabalha, a perfeita organização
e a férrea disciplina que se nota em todos e cada um dos elementos que os formam. E se temos
em conta que as bases no espaço também estão compreendidas dentro dos organismos estatais
que dirigem e controlam todos os serviços aéreos, e meditamos um pouco acerca do exemplo do
sucedido naquela noite nas costas atlânticas da América do Norte, podemos pensar que tudo isto
representa uma verdadeira organização aérea de tipo militar, ainda quando não manifestem,
ostensivamente, nenhum propósito bélico.
Com respeito ao fenômeno do gigantesco blecaute mencionado, muitos acreditaram poder
atribuí-lo a uma falha que, de alguma maneira, pudesse ser a causa, ainda que tal falha jamais se
soube que tivesse sido localizada. E, em tal caso, ao ser possível tal hipótese porque os
automotores, como os automóveis, caminhões, ônibus e motocicletas, alheios por completo ao
mencionado blecaute na corrente urbana, como meios independentes de propulsão, também se
viram paralisados...?
Todo o material deste livro baseia-se nos informes proporcionados por nosso amigo como
se explicou desde o começo. A maior parte deve-se a observações diretas de Paulo. Outras, à
informação recebida por ele dos próprios habitantes de GANIMEDES. É lógico supor que haja
muito mais que o captado até agora. Que possuam segredos e detalhes ou aspectos muito íntimos
de sua civilização que não revelaram, ainda; ao menos até que haja alcançado maior confiança
deles. Isto se depreende claramente de certas facetas de sua narração: no desenvolvimento
informativo de vários temas, Paulo declarou-me que lhe haviam dito: “Com o tempo
compreenderás e conhecerás novas coisas...”
Agora, antes de terminar este Capítulo, vejamos também como não é necessário o que
entre nós conhecemos por “polícia”. O alto nível moral alcançado e as especiais condições de
vida num mundo em que a Quarta Dimensão está presente para todos, segundo o que temos
explicado, resulta supérflua uma instituição policial. Se não pode haver delinqüentes, porque a
superação moral e psíquica, unida ao sexto sentido, o impede, que justificação teria organizar e
52
manter um sistema policial, inclusive o estabelecimento de cárceres?... Neste campo de ação,
todo o indivíduo é seu próprio guardião, e o conhecer e atuar simultaneamente no mundo e na
Quarta Dimensão , está manifestando, em todos os instantes de sua vida física, a presença
daquelas entidades superiores, suprafísicas encarregadas de vigiar e dirigir a evolução de todo o
seu mundo. Ao não se poder ocultar nada, nem o menor pensamento, que sucederia a um
indivíduo na suposição impossível de deixar-se arrastar por uma tentação? Todos quantos o
rodearem, a sociedade inteira desse mundo, conheceriam, de imediato, sua intenção e o
impediriam de realizá-la...
O que existe lá, para o melhor desenvolvimento da vida nas cidades, nos campos, e em
todas as organizações através das quais se produzem e realizam os diferentes serviços, é o
sistema coletivo de assistência social para a previsão e auxílio de emergência. Nele tomam parte,
sem exceção, todos os habitantes do Reino, que se mobilizam automaticamente no lugar e na
proporção em que forem necessários. Este mesmo serviço atende, de certa forma, tudo o que se
relacione com a higiene, limpeza, e eliminação de desperdícios. Estes dois últimos aspectos são
executados por meios mecânicos inteiramente automáticos, acionados por controle remoto e, em
certos aspectos, por mecanismos eletrônicos de auto-controle, algo assim como robôs, de uma
eficiência assombrosa. Ademais, a alta cultura e o esmerado asseio dos habitantes faz que em
todo o lugar, até nos mais afastados cantos do Reino, se mantenha a limpeza e a higiene geral em
níveis que superam até as salas de cirurgia de nossos mais modernos hospitais. O mesmo serviço
comunal de assistência que acabamos de mencionar controla, também, este aspecto da vida em
GANIMEDES.
E para terminar este Capítulo devemos dizer que lá tampouco se conhecem jornais,
revistas, ou publicações como as que temos na Terra. Em todos os confins do satélite funciona
uma gigantesca rede de comunicações por ondas eletromagnéticas e lumínico-sonoras que chega
a todos os lares, centros de trabalho, dependências administrativas e oficiais, centros de cultura,
saúde e lazer, sem que falte, em nenhuma parte, que capta, transmite e reproduz tudo o que
sucede nos mais afastados lugares do Reino. Assim, imediatamente, toda a população conhece
qualquer notícia; nada escapa ao olho e ao ouvido múltiplo daquele sistema-serviço gratuito
como todos os demais.
53
CAPÍTULO XV
A RELIGIÃO NO REINO DE MUNT
58
poder chegar ao Reino de Deus... E à medida que aumentava o poder da Igreja, que se
acrescentavam suas riquezas materiais e seu domínio sobre as consciências dos povos e dos seus
governantes, difundiam-se mais os dogmas criados pelos homens, e se explicavam menos os
grandes mistérios do Cosmos, as profundas e imutáveis Leis Fundamentais da Vida, que em
poucos anos transformaram em titãs os primitivos cristãos, como o provam as listas heróicas dos
mártires do Primeiro e Segundo Séculos. Porque se afastaram, em muitos aspectos de básica
importância os governantes da Igreja medieval, da essência e do caminho traçado pelo Salvador?
Exemplos destes há muitos na história. Que o digam, senão, os rios de sangue vertidos pelos
cruzados, em nome do Deus do Amor, do Perdão, da Paz e da Confraternidade Humana... Como
explicar essa abominável instituição, sarcasticamente chamada a “Santa Inquisição”? ... E as
aberrações, crimes e violências praticadas até por Papas e Cardeais, entre a Idade Média e o
Renascimento, e que foram a causa dos cismas protestantes e das guerras de religião que, até
hoje, enfrentam uns cristãos contra outros, convertendo-os em feras, como estamos, ainda,
contemplando na convulsionada Irlanda... E tudo isto em nome de um Deus de Amor, de Paz e de
Humanidade... ?
Não seguiremos adiante. Só pretendemos fazer uma ligeiríssima comparação entre nosso
“Cristianismo” e o “Cristianismo Esotérico” dos homens de GANIMEDES. Lá não existe o
símbolo cristão do Crucificado, porque nessa civilização não se crucificou jamais ao Rei do
Reino do Amor, da Verdade e da Luz, como o crucificamos desde os dias do Calvário, até agora,
em todos os povos, em grande parte das almas e das instituições deste mundo...! Por tudo isto é
que se revelou ao discípulo vidente, na Ilha de Patmos, o Apocalipse transcrito por São João. E
essa profecia tremenda que já está se cumprindo, terminará muito em breve nos próximos trinta
anos; e nela, também, está assinalada a missão que, por desígnios do Reino da Luz Dourada,
começam a cumprir, com suas contínuas visitas à Terra, as astronaves do Reino de Munt. Faltam
poucos anos para que toda nossa humanidade contemple, absorta, a chegada de numerosas
esquadrilhas que trarão os super-homens dessa raça, no desempenho da missão apocalíptica para
a qual foram designados, missão que trataremos de explicar nos próximos capítulos e que tem a
mais íntima relação com o Juízo Final prometido pelo Salvador.
59
CAPÍTULO XVI
60
A ORIGEM DAS RAÇAS
63
O DESVIO DO NILO
A formidável civilização do antigo Egito não haveria existido jamais, não fora a
intervenção daquela super-raça extraterrestre nos destinos de nossa humanidade. Sempre se disse
que o Egito era um produto do Nilo. Porém nesses remotíssimos tempos o Nilo não percorria o
que, depois, foi o poderoso império dos Faraós. O extenso e caudaloso rio que tem suas
nascentes nos territórios em que hoje estão Uganda e Etiópia, chegava até mais ao norte da
primeira catarata, na região em que agora se levanta a grande represa de Assuam. Dali desviava
em direção ao Mar Vermelho, desembocando nele. Toda a região ocupada pelo Egito era deserto
o, continuação do da Líbia, com exceção de uma estreita zona fértil limitada pelos desertos da
Núbia e da Líbia, que se estendia até próximo do lugar em que hoje está a população de El
Quoseir na margem do Mar Vermelho, seguindo o curso original do Nilo.
Mil e quinhentos anos mais tarde, quando já os povoadores dessa região da Terra se
haviam multiplicado e formado grandes tribos, algumas das quais chegaram a pôr-se em contato
com descendentes da raça lemuriana e da raça atlante, os Sublimes Senhores do Reino da Luz
Dourada ordenaram ao povo do Reino de Munt que em seguida voltasse à Terra e preparasse o
assento do que devia ser, nos Planos Cósmicos, a grande civilização Egípcia. Durante um tempo
realizaram-se os estudos correspondentes e decidiu-se desviar o Nilo antes da grande curva que
formava ao norte da primeira catarata, para levá-lo através do deserto até desembocar no que é
hoje o Mar Mediterrâneo. Enormes astronaves conduziram engenheiros, máquinas e
equipamentos até a zona escolhida. Um grupo de técnicos extraterrestres se encarregou de educar
os aterrorizados povoadores primitivos que depois dos primeiros dias de terror adoraram-lhes
como deuses e serviram de operários na obra. Ao cabo de poucos anos, pelos formidáveis meios
com que contavam, havia-se aberto o novo leito e os cinco canais simétricos que constituiriam o
grande Delta. O antigo leito que desaguava no Mar Vermelho foi anulado e o tempo se
encarregou de cobri-lo totalmente. Uma pequena carga nuclear desmoronou a barreira natural
que separava o Nilo de seu novo curso, e o gigantesco rio correu, desde então, através do que,
séculos mais tarde, iria ser o grande império dos Faraós, e o centro inicial das grandes escolas
esotéricas do futuro... Cumprida sua missão, os homens, os equipamentos e as máquinas
retornaram a seu planeta de origem.
64
A FUNDAÇÃO DO IMPÉRIO EGÍPCIO
Muitos têm sido os problemas que durante séculos preocuparam os homens de ciência
que estudaram a civilização egípcia. Alguns foram resolvidos à luz de modernos descobrimentos.
Outros, continuam sem resposta até hoje. Entre estes últimos figurava o enigma do surpreendente
desenvolvimento desse povo, relativamente, em poucos lustros. Sociólogos, historiadores,
arqueólogos e filósofos não conseguiram imaginar qual pôde ser a causa do fenômeno de
evolução apresentado pelos egípcios, distinto de todos os demais povos. Em todas as partes, em
todas as raças e nas civilizações mais remotas, observa-se o processo lento e escalonado,
sucessivo em seus diferentes graus, desde os níveis mais primitivos até o apogeu de suas
respectivas culturas, na variada gama de matizes que oferece ao investigador estudioso a marcha
de qualquer grupo humano na história de nossa humanidade.
Porém com os egípcios não aconteceu isso. O país dos Faraós resulta um caso único. Até
há mais ou menos oito mil anos, nas margens do Nilo encontravam-se tribos dispersas, com um
nível de vida e de cultura muito pobres, como o demonstram restos arqueológicos dessa época.
Possuíam somente elementos rudimentares, tosca cerâmica e modestas construções de adobe sem
maiores alardes de cultura. Porém, de repente, no transcurso de somente um par de séculos,
começa a florescer lá uma surpreendente civilização. Começa a construir grandes cidades, com
edifícios de pedra que assumem formas e estruturas cada vez mais notáveis, até chegar, em
pouco tempo, à assombrosa demonstração de progresso que chegou a causar o respeito e a
admiração dos homens cultos de todos os países e de nossos sábios modernos.
Que aconteceu no Egito entre o oitavo e o sétimo milênio da era atual?... Também desde
GANIMEDES nos vem a resposta. Recordemos que três mil anos antes a super-raça
extraterrestre havia preparado as bases com o desvio do rio Nilo. Porém nessa época começaram
a apresentar-se no Planeta Amarelo os primeiros sintomas de sua futura desintegração, como
explicamos ao nos ocupar-nos da história do Reino de Munt. Era, precisamente, o começo do
reinado daquele portentoso soberano. E, por tal razão, terminada a missão que se lhes
encomendara na Terra, dedicaram-se exclusivamente a seus próprios e urgentes problemas. Já
vimos na Terceira Parte o referente a seu traslado ao satélite de Júpiter e a destruição do Planeta
Amarelo. Nesse período de cerca de três mil anos dos nossos, estiveram muito atarefados em
adaptar um novo mundo à perfeita evolução de sua civilização, e não vieram à Terra.
Porém uma vez satisfeitos com sua nova morada, receberam do Sol outra missão: fundar
a grande civilização do Nilo.
Devemos recordar que a história do antigo Egito é perfeitamente conhecida pela
abundância de documentos de todas as épocas, em que se narra, minuciosamente, o
desenvolvimento desse grande povo. E é conhecido em detalhes o desenvolvimento evolutivo de
tão formidável civilização, desde os tempos do Rei Menes, fundador oficial da primeira dinastia,
que no ano 5004 antes de Cristo estabelece a organização política e administrativa que haveria de
perdurar através das vinte e seis dinastias que, reconhecidas oficialmente como tais, regem no
Vale do Nilo até ser conquistado por Cambises, Rei da Pérsia, no ano 527 antes da era cristã;
cinco dinastias mais, de origem estrangeira, completam a série de 31 que termina com o domínio
do Egito pelos romanos.
Porém é historicamente conhecido, também, que ao assumir Menes o poder soberano do
Egito, já encontra um país organizado, com uma civilização florescente e um governo teocrático
exercido pela casta sacerdotal, que, num período indefinido de tempo, havia estabelecido as
bases da cultura, religião, economia e administração de todo o país, que são continuadas por
Menes e seus sucessores durante mais de cinco mil anos. Esta etapa anterior à dos Faraós que
começa com Menes, está assinalada na tradição e escritos antiqüíssimos como o tempo em que
esse povo foi governado pelos "deuses descidos do céu". Não se fixa com exatidão quanto durou
aquela primeira etapa. Os egípcios não costumavam assinalar cronologicamente os tempos em
forma correlativa. Preferiam relatar os fatos correspondentes a cada período governamental,
referindo-os ao personagem governante. E dessa distante época não existem dados concretos que
permitam identificar os personagens. Por isso aquele período em que se manifesta, claramente,
um tipo de governo manobrado por seres divinos, que delegam seus poderes aos sacerdotes
65
governantes mas sem descuidar seu controle direto, parece a muitos uma etapa legendária ou
mítica da história do Egito. Porém os fatos comprovam que não houve tal lenda, e que os
aparentes mitos tem sido a transcrição pitoresca na forma, porém exata no fundo, referente a um
período de mais ou menos mil anos durante os quais se converteu as tribos dispersas entre as
regiões do Baixo e Alto Nilo, de núcleos humanos dispersos e desorganizados, num florescente
império que nos tempos de Menes já contava com importantes cidades, nas quais se levantavam
magníficos templos e majestosos monumentos.
Um destes, possivelmente o mais notável por muitos conceitos, foi a Esfinge. Esta
formidável e enigmática figura, gigantesca peça de granito que se levanta hoje nas areias
vizinhas do Cairo, junto com as três grandes pirâmides de Keops, Kefren e Mikerinos, tem
causado o assombro de milhares de gerações e mantido no mais estrito segredo o mistério de sua
origem e o dos fins para os quais foi construída. Agora, o "Segredo da Esfinge", como se chamou
por muitos séculos a tão enigmático monumento, chega a seu fim com as explicações que nos
vêm de GANIMEDES. Eles, os homens do Reino de Munt, foram seus construtores. Melhor
dito, os arquitetos dirigentes da obra. Colocou-se num lugar solitário, frente ao Nilo, como
templo iniciático e sede hermética dos primeiros "Irmãos da Esfinge", aquela fraternidade oculta
tantas vezes mencionada neste livro. Nela preparavam-se os sacerdotes escolhidos como os mais
capacitados para governar o nascente império, e mais tarde, no correr dos séculos, quando já
havia desaparecido o primeiro governo teocrático, seguiu sendo o local de reunião e de instrução
dos membros dessa escola de sabedoria cósmica. Desde os tempos da terceira dinastia puderam
ingressar nela membros leigos, e assim teve o Egito, posteriormente, sábios portentosos alheios
por completo à orgulhosa casta sacerdotal que, por milênios, tratou sempre de dominar os
Faraós, sucessores de Menes.
Até hoje não se descobriu o verdadeiro sentido da Esfinge, em grande parte devido à
aversão ou negligência para remover as milhares de toneladas de areia sob as quais dorme seu
sono de séculos o templo iniciático e todas as dependências, muitas delas câmaras secretas,
utilizadas pelos Irmãos da Ordem em sua vida institucional. Quantos tesouros culturais nossa
humanidade poderia achar se se cavasse em tão misteriosos recintos?... Dali saíram homens que
foram marcos na história de toda a Terra. Entre eles, o famoso Moisés da Bíblia. E também, a
enigmática e sapientíssima personalidade conhecida nos tempos da quarta dinastia com o nome
de Imhotep, o famoso arquiteto construtor da Grande Pirâmide, colocada a pequena distância da
Esfinge, que já, por aqueles tempos, era vizinha da grande capital do Baixo Egito, Menfis,
levantada com tal fim por Menes, nas proximidades do misterioso monumento.
Não vamos nos deter mais nestes pontos. Há ainda muito por explicar sobre missões
terrenas daquela raça extraterrestre; portanto vamos nos ocupar, agora, com outras missões, todas
elas transcendentais, para o desenvolvimento e evolução do homem em nosso planeta.
66
A DESTRUIÇÃO DE SODOMA E GOMORRA
Hoje em dia, muitos homens da ciência têm opinado que a destruição das duas cidades,
chamadas " malditas", deveu-se ao emprego de bombas atômicas do tipo das que aniquilaram
Nagasaki e Hiroshima. Entre estes o físico soviético Alexei Kazantzev e o professor, também
russo, Agrest, participam dessa opinião e este último apresentou como provas de sua afirmação
elementos encontrados naquela região, materiais rochosos que todos os físicos nucleares sabem
que só podem formar-se em conseqüência de reações atômicas.
Os homens do Reino de Munt explicaram este caso como o cumprimento de outra missão
que lhes fora encomendada pelos sublimes "Senhores da Face Resplandecente" para castigar a
desenfreada e abominável corrupção reinante naquelas cidades que ameaçavam se estender pelo
resto dos novos povos escolhidos para o futuro desenvolvimento da humanidade terrestre. Era
um castigo que precisava servir de lição.
Os varões considerados anjos na Bíblia, que visitaram Lot e o preveniram para abandonar
esses lugares, eram membros da tripulação de uma astronave das do tipo de seis tripulantes. O
próprio Gênesis confirma os poderes extraordinários que tinham, que os permitiu defender-se da
multidão sodomita com um simples gesto que cegou a todos os que pretendiam atacá-los,
podendo escapar em companhia de Lot e sua família. Depois, quando estes últimos estavam a
salvo e a prudente distância, eles regressaram a sua máquina oculta atrás de uma elevação. Uma
bomba termonuclear sobre cada uma das cidades as fez passar para a história...
67
A PASSAGEM DO MAR VERMELHO
69
VISITA DE MOISÉS AO MONTE SINAI
Durante todo o tempo em que os israelitas acamparam ao sopé do Monte Sinai, foram
muitas as vezes que Moisés subiu ao cume. Sempre o fez só, exceto na ocasião em que o
acompanhou seu irmão Aarón, destinado a ser o Sumo Sacerdote. Ninguém se atreveu, jamais, a
subir atrás dele, porque isso seria punido com a morte.
E sempre, também, em tais casos, era chamado desde o cume, que nesses momentos
estava coberto por uma grande nuvem resplandecente, com raios e trovões que aterrorizavam o
povo. Quando Moisés regressava, trazia as mensagens "que lhe dava Jeová".
...É fácil, agora, compreender que se tratava de uma astronave cumprindo missões de
ensinamento, para ir estruturando as bases culturais e religiosas que se propunha inculcar na
alma dos israelitas. Uma daquelas visitas durou "quarenta dias e quarenta noites". Todo o povo
viu que Moisés penetrava na espessa nuvem que cobria o cume e depois a nuvem se afastou...
Foi uma viagem ao Reino de Munt, onde aprendeu muitas lições novas e de onde trouxe, já
gravadas, As Tábuas da Lei...
Já é amplamente conhecido que ao retornar, esse povo ignorante, rebelde, libidinoso e
cobiçoso, na tradicional anarquia que sempre o caracterizou, havia lhe voltado as costas e, em
meio a uma formidável orgia estava adorando o Bezerro de Ouro...
70
O "MANÁ" DO CÉU
A Bíblia nos diz que durante os quarenta anos que durou a permanência dos israelitas no
deserto, estiveram recebendo diariamente do céu sua ração de "maná". Era constituído de umas
bolinhas de substância parecida com o pão, que todas as manhãs aparecia cobrindo o solo de seu
acampamento em quantidade suficiente para todos. Os homens de Munt explicam este fato
manifestando que se tratou de um material alimentício comum entre eles, com alto conteúdo de
proteínas, carboidratos e minerais vitaminados, provenientes de seu reino vegetal, com elevado
poder nutritivo, que elabora continuamente sua indústria manufatureira desde os mais remotos
tempos. Era transportado em grandes quantidades desde seu Reino até uma de suas bases
especiais, localizada a mais ou menos 12.000 quilômetros de altura sobre nosso planeta.
Levavam-no em grandes vasilhas hermeticamente fechadas para evitar sua decomposição, e o
armazenavam nos grandes depósitos da base, de onde se retirava a quantidade necessária para a
ração diária, do que se encarregava uma das grandes astronaves de carga com base na
mencionada estação espacial, a qual nas últimas horas da madrugada, em poucos minutos
baixava até pequena altura sobre o acampamento, envolvida sempre na já referida nuvem de
vapor, atirava o carregamento num lento vôo circular e retornava a sua base.
71
CONSTRUÇÃO DA "ARCA DA ALIANÇA"
Entre os muitos objetos fabricados nessa época sob a direção de Moisés para o novo culto
da nascente religião, o principal foi a Arca da Aliança, ou "Santuário Secreto de Jeová". Os
ensinamentos místicos primitivos confirmados depois pela tradição, o faziam parecer como lugar
sagradíssimo no qual se encerrava o Deus dos Israelitas, lugar que ninguém podia ter acesso,
exceto o Sumo Sacerdote em determinadas ocasiões. Sobre tal condição pesava, nada menos, que
a pena de morte, e essa sanção teve lugar de maneira maravilhosa e impressionante várias vezes,
como no episódio daquele oficial do rei Davi, que ao ver que os carregadores da Arca haviam
tropeçado, temendo que o Santuário caísse à terra, agarrou-o com a mais sã intenção: um raio
fulgurante partiu da arca e o oficial caiu fulminado...
Nessas épocas remotas um fato assim era prodigioso. Vinha confirmar a presença daquele
deus iracundo e muitas vezes cruel no interior do artefato. Um povo ignorante não podia
encontrar outra explicação para fenômenos de tal natureza, que as maravilhosas e fantásticas
oferecidas pelos sacerdotes, cujo chefe era o único possuidor do segredo. Este, em realidade, era
muito simples: a Arca segundo se expressa detalhadamente na Bíblia estava recoberta
inteiramente de ouro, por dentro e por fora. Em sua construção (o que não se diz em nenhum dos
livros de Moisés) intervieram instruções secretas recebidas no Reino de Munt para converter
aquele objeto de culto num poderoso elemento gerador de eletricidade. Convenientemente
ocultas na estrutura interior haviam pilhas formando uma potente bateria acumuladora de força,
que se manifestava, às vezes, em certas cerimônias, como chispas e resplendores fulgurantes,
atribuídos à divindade que nela se encerrava. Nesses tempos não se conhecia a eletricidade nem
como produzi-la. Isto só era privilégio dos "iniciados" de algumas escolas esotéricas. E Moisés
foi um dos Irmãos da Esfinge, os mais adiantados naquele terreno. De tal maneira, não foi difícil
conceber um artefato que, dentro de um conceito mítico inspirado pelo desejo e a necessidade de
impulsionar a seu povo pelo caminho da superação, viu-se obrigado a empregar uma série de
truques e estratagemas, únicas formas de dominar a tremenda rebeldia e os poderosos impulsos
para o vício e as baixas paixões que dominaram, por séculos, os israelitas.
Estando a Arca revestida de ouro, metal condutor, posto em contato direto com os
acumuladores de seu interior, mediante um dispositivo habilmente dissimulado e só conhecido
pelo sumo sacerdote que podia conectar ou desconectar à vontade a passagem da corrente, é fácil
compreender que qualquer neófito que se atrevesse a tocar na Arca, receberia, instantaneamente,
uma descarga mortal, como sucedeu ao oficial de Davi. E as pilhas, de um tipo de alta potência,
eram proporcionadas pelo homens de GANIMEDES. Naquele tempo, os fins justificavam os
meios...
72
VISITAS DE PROFETAS AO REINO DE MUNT
74
O ENIGMA DA "ESTRELA DE BELÉM".
78
"EU VISITEI GANIMEDES..."
QUARTA PARTE
CAPÍTULO XVII
É possível que a muitos pareça absurdo o que se narra no Capítulo anterior. Outros
encontrarão lógica em muitas dessas explicações. E alguns, talvez mais do que possamos supor,
compreenderão toda a verdade encerrada em tão surpreendentes revelações. Tudo está em
relação direta com o grau evolutivo em que se encontram, porque numa humanidade tão
heterogênea como a nossa podemos apreciar hoje, ainda, os expoentes de todos os níveis da
cultura simbolizados naquela escada do sonho de Jacó que ia desde o solo até o céu... Ninguém
negará que na Terra, apesar de estar chegando a etapa da conquista do espaço sideral, possuímos
exemplares de todos os tipos comuns da evolução humana: desde os mais primitivos selvagens
que ainda abundam em diversas regiões do globo, até os depurados exemplos de elevada moral e
brilhante gênio que têm marcado ou marcam rumos da superação integral de seus congêneres.
E isto, que motiva uma série de desarmonias e desequilíbrios para a própria convivência
dos homens e dos povos no planeta, é uma das causas primordiais do grande fenômeno cósmico
em gestação nos planos superiores que, a partir da Quarta Dimensão , está desenvolvendo todo o
conjunto de elementos, forças e energias de toda ordem que haverá de produzir as profundas
mudanças, as formidáveis mutações e dantescos reajustes previstos nos Planos Cósmicos de
nosso sistema solar para a nova estruturação da Vida neste planeta.
Aqueles que tiveram oportunidade de estudar o que a metafísica ensina a respeito, em
suas classes mais adiantadas, não se surpreenderão. E os que puderam ler, alguma vez, obras
sérias relacionadas com os sábios ensinamentos da Grande Pirâmide do Egito, já saberão tudo
quanto se prepara e vem realizando, desde o começo deste século, como prólogo dos tremendos
acontecimentos que haverão de modificar por completo a face do globo terrestre e todas as
estruturas, instituições, idéias e até a própria vida neste mundo, no breve lapso que nos separa
daquela data mencionada no capítulo anterior: o ano 2001...
Para aqueles que se interessem em conhecer riquezas de detalhes a respeito,
recomendamos ler uma das obras mais completas e melhor documentadas que se tenha publicado
até hoje. Trata-se de um livro recente do profundo escritor mexicano Rodolfo Benavides e tem
por título "Dramáticas Profecias da Grande Pirâmide". Permitimo-nos mencioná-lo, ainda que
não tenhamos a honra de conhecer tão esclarecido mestre asteca, porque em todas as suas
magníficas obras publicadas e espalhadas por diferentes países, brilha a luz dos Planos
Superiores...
Quanto à série de modificações transcendentais que acontecerão nos últimos decênios do
presente século, muitos deles já começaram a manifestar-se, e os sintomas tradicionais e
característicos precursores das grandes mutações que sofrerá o planeta, podem ser conhecidos
facilmente por aqueles que conheçam o processo evolutivo da Terra e as profundas
transformações operadas nela através dos milhões de anos de sua existência como tal. Para os
menos avisados sobre o tema temos que recordar o que a ciência nos ensina nos campos da
Geologia, Paleontologia, Antropologia, Sociologia e História, e mais especialmente nos terrenos
da Biologia, da Física e da Química, para poder penetrar-se na moderna Cibernética, num
esforço por compreender as estreitas relações da Metafísica e da Mitologia, com os atuais
adiantamentos da Física moderna e da Astronomia, se quisermos alcançar uma correta
interpretação de todo o conjunto fenomênico atual e sua íntima e lógica relação com vinculações
tão estreitas entre a evolução de nossa humanidade e essa outra humanidade extraterrestre a que
nos vimos referindo.
Para os homens de ciência não é nenhum segredo o fato de que todas as grandes
79
civilizações têm seguido um ciclo evolutivo comparável ao processo vital dos seres humanos
como indivíduos: nascimento, infância, juventude, maturidade, velhice e morte. A História nos
demonstra. E esse processo, geral para todos os povos e todas as civilizações que passaram pela
Terra, conheceram, várias vezes, com profundas mudanças operadas na crosta terrestre,
modificações algumas de tal magnitude que chegaram a modificar a fisionomia geográfica do
planeta, como a Geologia, a Paleontologia e a Arqueologia têm comprovado em numerosas
ocasiões. E a metafísica nos ensina que as grandes transformações operadas no globo terrestre,
comprovadas pelas outras ciências, obedeceram a forças até hoje não identificadas nem em sua
verdadeira identidade nem na magnitude exata de seu tremendo poder, dentro dos ciclos
repetidos periodicamente, alguns dos quais têm se desenvolvido entre lapsos de tempo que pela
igualdade de sua extensão denotam a presença de causas ocultas que atuariam sincronicamente
produzindo efeitos similares diante da repetição de situações fenomênicas também semelhantes,
e tudo isso marcado por um processo cíclico de evolução geral do planeta.
A isto se refere aquela cifra misteriosa que temos mencionado várias vezes nos capítulos
anteriores: os algarismos 28.791, o que significa esse número? É a soma de anos em que se
desenvolve um daqueles ciclos evolutivos, conhecidos nas escolas esotéricas como "Revolução
Cósmica" ou seja o período de tempo durante o qual tem lugar uma série de fenômenos
encaminhados a favorecer o progressivo desenvolvimento do planeta e de seus habitantes , desde
as formas inferiores até as superiores, como vimos em capítulos anteriores. Tal processo tem
lugar dentro de ciclos nos quais se manifestam determinadas características, circunscritas pelo
desenvolvimento de forças da Natureza que vão gestando paulatinamente as diversas mudanças,
e que são reguladas por leis fixas que obedecem a impulsos e energias provenientes dos planos
superiores, ou dimensões como vimos ao tratar da "Quarta Dimensão", pelo que geralmente,
apresentam características semelhantes, na manifestação de seus efeitos, diante da concorrência
de fatores, também semelhantes, e em prazos iguais em duração, pela concordância de
influências astrais poderosas que têm sua máxima expressão dentro de certos limites de tempo,
fixos, por obedecer à sincrônica marcha dos astros que formam nosso sistema solar e suas
relações com outros sistemas vizinhos na galáxia a qual pertencemos, ou seja a Via Láctea.
É por isso que cada 28.971 anos, apresentam condições similares, mudanças profundas na
vida e povoação do globo, fenômenos geológicos e transformações transcendentais que influem
poderosa e drasticamente em toda a topografia da Terra, e portanto na marcha progressiva de sua
população, com a conseqüente marca inevitável sobre o desenvolvimento das civilizações ou
formas de vida inteligente que tenham conseguido produzir.
O final do ciclo anterior teve lugar na época em que desapareceu sob as águas do Pacífico
a Lemúria, fenômeno mencionado anteriormente ao nos ocupar das raças. E nessa ocasião,
também, mencionou-se a presença no céu de um astro gigantesco a cuja tremenda influência se
deveu, entre outros efeitos, a desaparição da segunda lua terrestre, a modificação do eixo de
rotação de nosso planeta e todas as transformações geológicas, climáticas e geográficas de que
nos temos ocupado nesse Capítulo. Agora, igualmente, para o final deste século teremos a visita
do planeta frio a que se refere a Bíblia no Apocalipse com o nome de Ajenjo, planeta gigantesco
de outro sistema solar e que nos referimos anteriormente com o nome de Hercólubus,
pertencente a sistema planetário desconhecido por muitos de nossos astrônomos, mas que em
GANIMEDES conhecem como o da estrela Tila, cujas descomunais dimensões podem se
imaginar ao saber que Hercólubus, um dos seus planetas, é três vezes maior que o planeta
Júpiter, o gigante de nosso sistema solar, e que sua órbita em torno de sua estrela primária, Tila,
demora quase catorze mil anos dos nossos. Se temos em conta que esse tempo representa,
aproximadamente, a metade do tempo assinalado por aquela cifra de 28.791 anos, e que o grande
cataclismo representado pela destruição da Atlântida, mencionado na terceira parte deste livro,
teve lugar, mais ou menos, numa época próxima à metade daquele ciclo, não é aventurado pensar
que a repetição do fenômeno sideral correspondente a passagem periódica de tão gigantesco
astro próximo de nosso sistema planetário, tenha tido uma direta e poderosa influência na
realização da mencionada catástrofe.
É fácil supor os efeitos que há de ocasionar ao nosso planeta a nova visita de Hercólubus,
que esta vez passará a uma distância aproximada de um milhão e meio de quilômetros da Terra.
80
A formidável indução eletromagnética do gigantesco astro inverterá os pólos magnéticos
terrestres e voltará a modificar o eixo de rotação, com o que os pólos geográficos tornarão a
mudar de posição. Isto reproduzirá uma série de cataclismos descomunais: afundamento e
elevação de continentes inteiros, como aconteceu com a Lemúria e com a Atlântida,
transformação completa de mares, cursos d'água e cordilheiras em todo o mundo,
desaparecimento de extensas zonas continentais que ficarão submersas, e o afloramento de
outras, hoje submarinas, que emergirão para formar novas ilhas e continentes distintos dos
atuais... Uma verdadeira revolução cósmica da crosta terrestre...!
Mas tudo isso virá a ser o final das tremendas modificações que a Terra sofrerá como
crise derradeira do ciclo a que nos estamos referindo. Antes, nossa atual humanidade haverá
presenciado e sofrido as conseqüências catastróficas do processo evolutivo que todas as diversas
fontes de predições mencionadas no curso desta obra vêm assinalando para essa etapa e que na
linguagem bíblica se chama "O Fim dos Tempos". É conveniente recordar que todas as profecias,
de diferente época ou origem, como a da Grande Pirâmide do Egito, a do Rosacruz Nostradamus,
as de Daniel no Antigo Testamento, as dos Cavaleiros da Mesa Redonda, o Apocalipse de São
João, as predições da moderna Ordem de Aquário e, por último, a terceira profecia da Virgem
Maria aos pastorzinhos de Fátima, que foi retida pelas altas autoridades eclesiásticas e guardada
em reserva pelo Vaticano, com a promessa de comunicá-la ao público trinta anos depois e que
havendo vencido esse prazo com excesso não foi, até agora, dada a conhecer, pelos terríveis
vaticínios que encerra para toda a humanidade, coincidem em tudo, com as revelações que nos
chegam desde GANIMEDES, sobre a realização efetiva, nestes últimos vinte e nove anos do
presente século, do apocalíptico processo evolutivo que se está cumprindo na Terra como síntese
cósmica do "Fim dos Tempos" aos quais se referem, em símbolos e complicadas alegorias, as
visões de São João na ilha de Pátmos e a mensagem de Cristo referente ao "Juízo Final".
Todo o caótico panorama que nos mostra nosso mundo na atualidade, não é outra coisa
que o conjunto fenomênico de sintomas reveladores para os entendidos dos derradeiros dias de
uma civilização que está agonizando. E o retorno, depois de muitos séculos, das astronaves do
Reino de Munt, tem a mais íntima relação com todo aquele processo, porque agora, como em
outros tempos, aquela super-raça vem de novo, em cumprimento de uma transcendental Missão
emanada do Reino Central de nosso Sistema Solar, a tomar parte ativa no desenvolvimento final
da Era que termina para a atual humanidade da Terra, e a preparação do planeta para o
cumprimento da Promessa Crística de estabelecer Seu Reino neste mundo...
Vivemos, pois, o final de outro ciclo de 28.791 anos, que esta vez coincide com a mais
profunda das modificações operadas, até agora, nas diferentes eras precedentes. E a
transcendência cósmica do fenômeno é tal que nele intervirão fatores de toda ordem:
Astronômicos, Geológicos, Espirituais, Antropológicos e Biológicos, Psíquicos e Mentais,
Físicos e Químicos, Terrestres e Extraterrestres, porque desta vez terminam para sempre uma
civilização, uma humanidade, e um mundo, que vão ser substituídos por outra humanidade e
outra civilização, num mundo regenerado e novo, capaz de receber Aquele Reino que Cristo
prometia...
81
CAPÍTULO XIX
83
SEUS EFEITOS E DESENVOLVIMENTO.-
85
INTERPRETAÇÃO DO JUÍZO
Tanto no Apocalipse de São João, como nos Versículos do Cap. 25 de São Mateus
referente ao "Juízo Final", encontramos a promessa de que serão "salvos aqueles que tenham as
brancas vestes do Reino", e que os bons, ou seja os que cumpriram os ensinamentos de Cristo,
receberão o prêmio de entrar em Seu Reino... É aqui o momento de explicar, que uma parte, o
sentido enigmático das alegorias e símbolos bíblicos, e por outra, o motivo porque voltam à
Terra, depois de séculos, os super-homens do Reino de Munt.
Para poder cumprir a promessa crística, as Altas Dignidades desse Reino da Luz Dourada
tantas vezes mencionado neste livro, encomendaram aos habitantes de GANIMEDES a nova
missão que haveriam de cumprir em proveito deste mundo. Já se viu pelo desenvolvimento desta
obra, como e quantas vezes trabalharam, em outros tempos, em altos labores de ajuda a nossa
humanidade, no curso de sua evolução. Agora, a Grande Missão é salvar a todos aqueles que a
Bíblia menciona com o simbolismo de "Os Eleitos das Brancas Vestes do Reino". Que
significado tem isto? Todos os alunos de qualquer escola metafísica inciática sabem,
perfeitamente, desde os primeiros estudos, que o ser humano possui uma aura, ou envoltório
luminoso que rodeia integralmente o corpo físico e que se manifesta como um resplendor de
diferentes cores, numa gama variadíssima de tons e de intensidade, segundo seja o nível
evolutivo, ou grau de desenvolvimento psíquico e espiritual em que se encontra o ser. Todas as
emoções, pensamentos ou atitudes internas da alma produzem raios de cores determinadas e de
maior ou menor luminosidade nessa envoltura fluídica, que é visível permanentemente nos
domínios do Plano Astral ou Quarta Dimensão , e pode ser vista e analisada por qualquer pessoa
que possua a clarividência, ainda no plano físico. Essa "aura" é a que os pintores de todas as
épocas tem colocado em torno das cabeças dos santos, e que expressaram como raios de luz
refletidos pelo corpo dos seres divinos em todas as religiões.
Cada paixão, ou estado d'alma em determinado momento, gera um tipo de luz e calor
caraterísticos, e os conhecedores disto podem saber, imediatamente, a classe de pessoa e seu
modo peculiar de ser e de pensar, somente vendo sua aura. Nos clarividentes avançados, basta
contemplar a pessoa, ainda que a certa distância, para conhecer, imediatamente, seu estado
psíquico, sua qualidade moral, sua posição exata nas diferentes escalas da evolução... As auras,
portanto, vêm a ser como uma roupa identificadora de seus proprietários, vestido que ninguém
pode tirar e que o descobre em toda a intimidade de sua nudez espiritual. Agora poderemos
compreender porque se fala no Apocalipse nas "brancas vestes do Reino". As luzes e raios da cor
da aura correspondem ao estado da alma de cada um, e somente mudam se a pessoa muda o
modo de ser e de pensar. E se é de baixos instintos, má, mal-intencionada, sua aura tem cores
mais escuras, mais sujas, brilho débil e opaco, porque o espectro luminoso manifestado nela está
em relação direta com a freqüência vibratória gerada pela constituição molecular de todos os
corpos que integram o indivíduo, como explicamos ao tratar da Quarta Dimensão .
De tal maneira as auras de pessoas mais puras, mais elevadas na escala moral e espiritual
desprendem os mais brilhantes raios de luz em tonalidades belíssimas e de uma resplandecente
suavidade, em cujas radiações se aprecia uma delicada mistura de luz branca, com ligeiros
toques dourados e celestes, indicadores das mais excelsas condições de espiritualidade, ou seja,
as "Brancas Túnicas do Reino".
Nossos Irmãos Maiores de GANIMEDES têm a missão de buscar em toda a Terra,
possuidores desse tipo de aura. Por isso é que, faz vários anos, eles tem visitado diferentes
regiões do planeta, sobrevoando as cidades e as aldeias, observando detidamente, especialmente
à noite, todos os lugares em que brilhe algumas dessas resplandecentes "vestimentas áuricas".
Todas as pessoas se perguntam, o que é que fazem? Por que não descem e se manifestam
publicamente?... Eles sabem. Porém só lhes interessa cumprir com sua missão. E essa missão é a
de localizar a todos os que mereçam ser salvos do extermínio total por haver alcançado o mais
alto nível moral que é possível nesse mundo, conduzindo-os, no momento oportuno, até seu
maravilhoso reino. Muitos já partiram, como o caso narrado na Primeira Parte deste livro. E
outros, também, já se preparam para abandonar a Terra. É um labor silencioso e sem alardes
jatanciosos, pois os que já sabem o seu destino, por sua própria elevação, há muito venceram a
86
soberba, o orgulho e a vaidade, já outros, aproveitariam para pretender uma mesquinha
publicidade. Os que estão saindo tem seguido caminhos e métodos parecidos com os de nosso
amigo Paulo. A maioria não deixa rastros, pois muitos, pertencem as classes humildes e
esquecidas, aquele tipo de seres da rua que a fantasmagoria social, política ou econômica deste
mundo não registra e, portanto, sua presença ou sua ausência não importa a ninguém...
Quando estoure a terceira guerra mundial, já haverão partido da Terra todos os que já
alcançaram o mais alto nível de evolução nesta humanidade. Serão instalados no Reino de Munt
para educá-los adequadamente e submetê-los a um longo processo de recondicionamento
orgânico e fisiológico que os permita viver, fisicamente, vários séculos. Assim poderão assimilar
o enorme adiantamento de seus mestres e preparar-se para regressar ao planeta de origem, em
corpo e alma, quando chegue a hora de iniciar a NOVA ERA...
Se analisamos, detida e cuidadosamente, os tantas vezes mencionados textos do Novo
Testamento, veremos que no "Juízo Final" e no Apocalipse existe uma marcada diferença entre
os que "serão salvos" e os que "serão julgados". Já vimos quem são os "salvos", e como se está
efetuando desde agora o processo cósmico... Devemos ocupar-nos, portanto, dos que serão
"julgados". No capítulo 25 de São Mateus aparecem com a denominação simbólica de "as
ovelhas" e "os cabritos". As ovelhas simbolizando os bons, aqueles que foram justos e fiéis
servidores dos doces e amorosos ensinamentos de Cristo; e os cabritos, aos que se mantiveram
reacionários e malévolos, obstinados em seus vícios e erros, toda essa legião tenebrosa da
maldade humana... Quando termine o ciclo das terríveis provas. Quando o "Final dos Tempos"
esteja consumado com a passagem de Hercólubus, os espíritos desencarnados de toda a
população terrestre verão aparecer, na Quarta Dimensão , o Sublime Rei e Senhor do Reino da
Luz Dourada em meio do glorioso esplendor de sua Corte Celestial... A separação de ambas as
multidões já se fez, automaticamente, pela diferença vibratória correspondente a cada grupo,
segundo as explicações metafísicas dada em capítulos das partes precedentes, ao tratar da Vida
na Quarta Dimensão , e todos aqueles que não tenham conseguido superar os níveis inferiores e
médios do Plano Astral, irão formar parte da nova povoação espiritual do gigantesco planeta
Hercólubus, no sistema estelar de Tila, atraídos pela afinidade vibratória daquele astro, que como
já dissemos, encontra-se num nível comparável ao grau de evolução que existia na Terra nos
tempos da pré-humanidade. Para aqueles que, em meio de seu atraso moral, conservem a
recordação subconsciente de haver vivido num mundo melhor, conhecendo posições de vida e
civilizações muito superiores, ter que encarnar e permanecer por muitos milênios presos a um
mundo inferior, das tristes perspectivas daquele astro, será em verdade, um pavoroso inferno...
Porém dentro da admirável sabedoria divina, esta emigração de espíritos que chegue a
Hercólubus, ajuda-lo-á a progredir no curso de sua própria evolução milenar com a injeção de
novas forças civilizadoras que permitam o desenvolvimento, através dos tempos, de outra
civilização nos confins do Cosmos...
Quanto aos seres classificados como "as ovelhas" de Cristo, permanecerão nos domínios
espirituais da Quarta Dimensão do Planeta Terra, na espera de condições favoráveis que hão de
transformar este mundo, segundo a promessa divina de que "SEU REINO BAIXARIA À
TERRA".
87
CAPÍTULO XX
A NOVA ERA
Nos Capítulos finais do Apocalipse, 21 e 22, o simbolismo alegórico das profecias nos
mostram o cumprimento da Promessa Crística. Começam com a visão de "um céu novo e uma
Terra nova: porque o primeiro céu e a primeira terra se foram"... Claramente se compreende que,
depois da passagem de Hercólubus, o planeta haverá mudado totalmente. Novos continentes
substituirão os atuais, e portanto serão novas terras as que se mostrarão à luz do Sol. E como a
poderosa atração do gigantesco visitante haverá atraído à Lua, levando-a consigo em seu
perpétuo girar em torno de Tila e produzirá a mudança de nosso eixo, fazendo a Terra rodar em
forma diferente da atual, é lógico então que uma nova fisionomia do firmamento aparecerá, pois
a posição de todas as constelações haverá mudado desde o novo ângulo de observação terrestre:
serão "uma terra e um céu novos..."
Ao mesmo tempo, nesses capítulos nos mostra a descida a este mundo da nova "cidade de
Deus", "a Nova Jerusalém, de ouro e pedras preciosas" cuja descrição constitui um conjunto
simbólico de profundas alegorias em que, de novo, manifesta-se a intervenção dos Números-
Chave, comprovaremos que todo esse conjunto de versículos encerra uma maravilhosa e extensa
referência às novas condições de vida, civilização, nível de humanidade, cultura e elevação
moral e espiritual da nova raça que povoará a nova Terra, ou seja este mesmo planeta,
regenerado. Isto é, o estabelecimento de uma nova humanidade que realize aqui o ideal crístico.
Em outras palavras: A Nova Era, o novo ciclo ou Revolução Cósmica de 28.791 anos, que
começarão no ano 2001, em que termina o atual.
Então realizar-se-ão as partes mais importantes da Grande Missão que nossos Irmãos
Maiores do Reino de Munt começarão a executar. Passados os cataclismos e todas as
formalidades transformadoras, nosso planeta seguirá um tempo firmando e estabilizando sua
nova topografia. E para que possa ser habitado outra vez, terão que desaparecer todas as causas
de perturbação que impedem o florescimento de uma nova vida em seu solo. Nisto intervirão,
diretamente os super-homens de GANIMEDES. Já dissemos que, antes do extermínio total,
serão transportados para o reino deles todos aqueles que, mediante o grande poder da
clarividência do sexto sentido dos homens de Munt, foram descobertos e salvos. Para os
profanos que leiam isto, deve se explicar que aquele sexto sentido permite aos tripulantes dos
Ovnis apreciar desde suas máquinas a brilhante luminosidade das auras, através de qualquer
muro, teto ou o que seja. É por isso que tem estado e estão visitando constantemente todos os
centros povoados deste mundo. Não necessitam descer, senão quando vão recolher alguém, pois
do alto conhecem muito bem onde se encontra cada um dos possuidores das "brancas vestes do
Reino". E quando se aproximar o momento propício para a viagem, cada um deles já sabe, com
antecipação, que virão recolhê-lo...
E a preparação que recebem em Ganimedes os capacitará para serem, depois, em seu
retorno a este mundo, os progenitores da Nova Raça, os fundadores efetivos da Nova Era... Por
isso é necessário que sejam transportados em corpo físico, homens, mulheres e crianças, para que
adaptados no Reino de Munt a semelhança de seus mestres desse mundo, possam alcançar vários
séculos de existência e procriar, na nova Terra, filhos com o sexto sentido e com uma educação
similar à que se obtém nesse reino de super-homens.
Enquanto nossos conterrâneos sejam assim preparados para o cumprimento de tão
honroso destino, os homens de Munt trabalharão por longo tempo no recondicionamento da
Terra, a fim de fazê-la novamente habitável. Sua ciência e sua técnica permitirá eliminar,
totalmente, a radioatividade e os restos de isótopos radioativos que ficaram em todo o planeta
como conseqüência da loucura bélica da extinta humanidade. Os novos continentes serão
semeados com sementes trazidas do seu mundo para estender uma nova flora em todas partes.
Todos os germes perigosos ou negativos que possam ameaçar a perfeita iniciação de uma nova
humanidade, serão eliminados deste mundo, assegurando assim a existência dos novos
povoadores num mundo como o deles, isento de enfermidades...
E quando as condições o permitam, voltarão a trazer todos os filhos deste mundo que
foram salvos do desastre. Uma nova civilização começará a florescer aqui, a imagem e
88
semelhança do Reino de Munt, sobre a base dos homens e mulheres que foram "salvos" por
serem dignos precursores daquele Novo Mundo que se constituirá na Terra, sob a sábia e
amorosa direção das Sublimes Inteligências do Reino da Luz Dourada, e com a cooperação
fraternal de seus Irmãos de GANIMEDES...
Um novo reino de paz e de harmonia, de LUZ, de AMOR, e de VERDADE, haverá
nascido na Terra de então. E as últimas partes do Apocalipse haverão tido sua mais fiel
realização, pois com as mudanças sofridas se modificará até o clima, já que ao trocar de posição
o eixo de rotação, e modificar-se totalmente os pólos geográficos e magnéticos, nosso planeta
gozará de condições ambientais diferentes. Os brutos e marcados fenômenos meteorológicos
haverão sido substituído por uma perpétua primavera em todas as regiões do globo e uma nova
luz permanente e que encherá até os mais recônditos e fechados recintos, haverá substituído à
variante luz do Sol... Com isto se cumprirá, também, aqueles versículos 4 e 5 do Cap. 22, que
dizem: "E verão Sua face; e Seu nome estará em suas frentes". "E ali não haverá mais noite; e
não tem necessidade de lume de tocha, nem da luz do sol: porque o Senhor Deus os alumiará; e
reinarão para sempre". Esta última profecia nos leva, também, as últimas explicações que nosso
Irmãos nos deram para completar esta Mensagem.
No curso de toda a obra se tem mencionado o Reino de Cristo como o REINO DA LUZ
DOURADA. Até aqui, entendeu-se como referente, de maneira exclusiva, ao Sol... Porém a
última profecia assinalada no Apocalipse nos abre uma nova pergunta. E essa pergunta se une à
pergunta que muitos, os mais observadores, haver-se-ão feito: Se pensamos que o Sublime
Espírito de Cristo era Rei do Sol, como poderemos explicar o mistério de que seu domínio se
estendesse, também, a Hercólubus, sendo esse planeta de um sistema estelar diferente do solar? e
que significado teria a última profecia mencionada, quanto a que não terão já necessidade da luz
do Sol?...
Uma vez mais teremos que nos referir a Grande Pirâmide do Egito e a assombrosa
sabedoria dos homens que a construíram. E isto servirá como derradeira comprovação de que a
origem primordial de ambas as fontes proféticas, através do tempo e da distância, tem sido,
sempre, o mesmo. Na Pirâmide de Keops e em alguns dos mais secretos papiros do antigo Egito,
existem marcadas e enigmáticas alusões à estrela Alcion, da constelação de Touro, e seu grande
sistema estelar. Igualmente, na Bíblia, no livro de Job, Cap. 38 Vers. 31, falando Deus a Job, diz-
lhe: "Poderás tu impedir as delícias das Plêiades, ou desatarás as ligaduras de Órion? E no
Vers. 33, Soubeste tu, os estatutos dos céus?"... Se levarmos em conta que a estrela Alcion
pertence ao grupo que nossos astrônomos denominam "as Plêiades", e que desde GANIMEDES
se informa que, nesse tempo, a Terra e todo nosso sistema solar haverá ingressado numa zona de
"perpétua Luz Dourada” que abarca um perímetro de muitos anos-luz nos domínios do astro que
nós conhecemos como "estrela Alcion", e que essa luz será de tal natureza que se encontrará
presente em todas partes, alumiando até os mais recônditos lugares, aquela profecia do Cap. 22
do Apocalipse adquire, já, um realismo astronômico de transcendental importância.
Quanto à outra pergunta, relacionada com os alcances siderais do Reino Cósmico de
Cristo, deu-nos esta enigmática resposta: "Se em vosso mundo, os reis da Inglaterra, simples
mortais, foram os soberanos, simultaneamente, da Grã-Bretanha, Canadá, Austrália, Índia e de
todas as colônias espalhadas, em outro tempo, nos diferentes continentes da Terra"... "Podes tu
negar que o Sublime Reino da Luz Dourada ultrapasse os pequenos limites da família de astros
que vocês denominam "sistema solar", e que o império celestial de Nosso Senhor e Mestre, Deus
de Amor e de Perdão, Caminho da Luz, da Verdade e da Vida, alcance também, os limites
daquela grande família estelar que os cientistas da Terra batizaram com o nome de um animal
com chifres...? "Espera, que ao vir viver entre nós, aprenderás tudo isto e muito mais"...
Diante de tal resposta, abstemo-nos de qualquer comentário. Só nos resta dizer que a
Promessa de Cristo, ao cumprir-se integralmente na Terra já purificada para sempre, dará a essa
grande legião de espíritos que foram considerados "Suas Ovelhas", o reino que todos anelamos.
Porque ao ir renascendo nos corpos procriados pelos "eleitos", serão super-homens como seus
irmãos de GANIMEDES. Construirão uma nova civilização, educados e guiados por eles,
segundo os moldes do Reino de Munt, e viverão já num mundo que, iluminados pela LUZ
DOURADA, essa luz a que os últimos versículos do Apocalipse chamam "a luz de Deus", que
89
iluminará até o fundo das almas, será a expressão material e moral do doce e prazeiroso paraíso,
sem maldade, dor nem morte, que o Sublime Mestre predicara, dois mil antes, nas margens do
Jordão...
Fim
90