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A revisão 2019 da ONU para as projeções populacionais do Brasil

José Eustáquio Diniz Alves


Doutor em demografia, link do CV Lattes:
http://lattes.cnpq.br/2003298427606382

A Divisão de População da ONU divulgou, no dia 17 de junho de 2019, as novas projeções


populacionais para todos os países, para as regiões e para o total mundial. A população brasileira
foi estimada em 211 milhões em 2019 e 212,6 milhões de habitantes em 2020. A novidade é que
o Brasil perdeu o posto de 5º maior país do mundo, em termos demográfico, lugar agora
ocupado pelo Paquistão que tinha 207,9 milhões de habitantes em 2017 (contra 207,8 milhões
do Brasil) e 220 milhões de habitantes em 2020.

Normalmente, a ONU apresenta as projeções em três cenários, conforme mostra o gráfico


abaixo para o Brasil. A revisão 2019 indica, no cenário de projeção alta, uma população de 272,7
milhões de brasileiros em 2100 (a revisão 2017 projetava um número de 301,4 milhões). No
cenário de projeção média, a população brasileira seria de 180,7 milhões de habitantes em 2100
(a revisão 2017 projetava um número de 190,4 milhões). E no cenário de projeção baixa, o
número ficaria em 114,4 milhões de habitantes em 2100 (a revisão 2017 projetava 113,6
milhões). Na projeção média - a mais provável - o número da revisão 2019 é cerca de 10 milhões
menor do que o da projeção anterior, divulgada em 2017.

Três cenários de projeções populacionais do Brasil: 2020-2100


300
População (em milhões de pessoas)

250

200

150

100

50

0
2020

2025

2030

2035

2040

2045

2050

2055

2060

2065

2070

2075

2080

2085

2090

2095

2100

Proj. alta Proj. média Proj. baixa

UN/Pop Division: World Population Prospects 2019 https://population.un.org/wpp2019/

A dinâmica demográfica brasileira no século XXI é, basicamente, determinada pela transição


demográfica que ocorreu, em sua maior parte, no século XX. A transição demográfica é o maior
fenômeno social de transformação do comportamento de massa da história da humanidade.
Desde o surgimento do Homo sapiens, a humanidade busca a sobrevivência tentando equilibrar
as taxas brutas de natalidade ao padrão pré-existente de altas taxas de mortalidade. Porém,
com os avanços na produção de alimentos, o aumento do bem-estar e os avanços da medicina,

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da higiene e do saneamento básico o percentual de mortes precoces foi diminuindo e a
esperança de vida foi aumentando. Um certo lapso de tempo após o início do declínio das taxas
brutas de mortalidade (TBM), as taxas brutas de natalidade (TBN) também começam a cair.

Este processo pode ser visto no gráfico abaixo, que mostra a transição demográfica no Brasil
entre 1950 e 2100, de acordo com as estimativas e projeções da ONU. As taxas brutas de
mortalidade, no Brasil, começaram a cair no final do século XIX, mas ainda estavam muito altas
no quinquênio 1950-55, com um valor de 15,5 mortes para cada mil habitantes. A TBM diminuiu
até o mínimo de 6 mortes por mil no quinquênio 2005-10 e passaram a subir, em decorrência
da mudança da estrutura etária e do maior percentual de idosos na população total. As taxas
brutas de natalidade se mantiveram altas durante toda a história brasileira e começaram a cair
exatamente na década de 1960. A TBN era de 43,9 nascimentos por cada mil habitantes em
1950-55, caiu para 18,7 nascimentos por mil em 2000-05, deve ficar aproximadamente
empatada com a TBM no quinquênio 2045-50 e vai bater o recorde de baixa, com 8,3
nascimentos por mil, nas últimas décadas do século XXI.

O máximo populacional vai ser atingido em 2045, com uma população de 229,6 milhões de
habitantes. Neste ano a TBM será igual a TBN. A partir de 2046 as duas curvas se invertem e a
população brasileira iniciará uma trajetória de decrescimento, devendo perder cerca de 50
milhões de habitantes entre 2045 e 2100. A reversão das taxas de crescimento da população
brasileira está representada na linha pontilhada do gráfico. A taxa de crescimento natural estava
próxima de 30 por mil (3%) entre 1950 e 1964, começou a cair a partir de 1965, ficou em 0,77%
ao ano no quinquênio 2015-20, vai chegar a zero em 2045, torna-se negativa a partir de 2046 e
deve decrescer -0,6% ao ano na última década do século.

Transição demográfica: TBN, TBM e Taxa de crescimento natural: Brasil: 1950-2100


50

40
Taxas brutas (por mil)

30

20

10

-10
2010-2015

2080-2085
1950-1955
1955-1960
1960-1965
1965-1970
1970-1975
1975-1980
1980-1985
1985-1990
1990-1995
1995-2000
2000-2005
2005-2010

2015-2020
2020-2025
2025-2030
2030-2035
2035-2040
2040-2045
2045-2050
2050-2055
2055-2060
2060-2065
2065-2070
2070-2075
2075-2080

2085-2090
2090-2095
2095-2100

TBN TBM Tx de crescimento natural

UN/Pop Division: World Population Prospects 2019 https://population.un.org/wpp2019/

Todo país que passa pela transição demográfica, deterministicamente, passa também pela
transição da estrutura etária. Na medida em que as taxas de mortalidade e natalidade
diminuem, a base da pirâmide etária também diminui e o país inicia um processo de
envelhecimento populacional. Isto está ilustrado no gráfico abaixo que apresenta a idade
mediana da população brasileira. Verifica-se que no período 1950 a 1975 a idade mediana

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estava próxima de 20 anos, o que significa que metade da população tinha menos de 20 anos e
havia somente 5% de pessoas idosas acima de 60 anos no país. O Brasil tinha uma estrutura
etária extremamente jovem.

Contudo, o cenário será completamente diferente no final do século XXI, quando a idade
mediana estará acima de 50 anos, significando que metade da população terá mais de 50 anos
e a proporção de idosos de 60 anos e mais estará na casa de 40%. O Brasil terá uma estrutura
etária extremamente envelhecida.

Mudança da estrutura etária do Brasil: Idade mediana (em anos), 1950-2100


60

50
Idade mediana em anos

40

30

20

10

0
1950

1960

1970

1980

1990

2000

2010

2020

2030

2040

2050

2060

2070

2080

2090

2100
UN/Pop Division: World Population Prospects 2019 https://population.un.org/wpp2019/

Todos os dados acima mostram que o Brasil terá uma mudança completa no seu perfil
demográfico entre 1950 e 2100. Em meados do século XX, o Brasil tinha altas taxas de
mortalidade e natalidade, uma estrutura etária muito rejuvenescida e altas taxas de crescimento
natural. No final do século XXI, o Brasil terá baixas taxas de mortalidade e natalidade, uma
estrutura etária muito envelhecida e decrescimento populacional. Esta nova configuração
demográfica vai requerer que as políticas econômicas e sociais se adaptem à nova realidade
populacional.

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