Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
250
200
150
100
50
0
2020
2025
2030
2035
2040
2045
2050
2055
2060
2065
2070
2075
2080
2085
2090
2095
2100
1
da higiene e do saneamento básico o percentual de mortes precoces foi diminuindo e a
esperança de vida foi aumentando. Um certo lapso de tempo após o início do declínio das taxas
brutas de mortalidade (TBM), as taxas brutas de natalidade (TBN) também começam a cair.
Este processo pode ser visto no gráfico abaixo, que mostra a transição demográfica no Brasil
entre 1950 e 2100, de acordo com as estimativas e projeções da ONU. As taxas brutas de
mortalidade, no Brasil, começaram a cair no final do século XIX, mas ainda estavam muito altas
no quinquênio 1950-55, com um valor de 15,5 mortes para cada mil habitantes. A TBM diminuiu
até o mínimo de 6 mortes por mil no quinquênio 2005-10 e passaram a subir, em decorrência
da mudança da estrutura etária e do maior percentual de idosos na população total. As taxas
brutas de natalidade se mantiveram altas durante toda a história brasileira e começaram a cair
exatamente na década de 1960. A TBN era de 43,9 nascimentos por cada mil habitantes em
1950-55, caiu para 18,7 nascimentos por mil em 2000-05, deve ficar aproximadamente
empatada com a TBM no quinquênio 2045-50 e vai bater o recorde de baixa, com 8,3
nascimentos por mil, nas últimas décadas do século XXI.
O máximo populacional vai ser atingido em 2045, com uma população de 229,6 milhões de
habitantes. Neste ano a TBM será igual a TBN. A partir de 2046 as duas curvas se invertem e a
população brasileira iniciará uma trajetória de decrescimento, devendo perder cerca de 50
milhões de habitantes entre 2045 e 2100. A reversão das taxas de crescimento da população
brasileira está representada na linha pontilhada do gráfico. A taxa de crescimento natural estava
próxima de 30 por mil (3%) entre 1950 e 1964, começou a cair a partir de 1965, ficou em 0,77%
ao ano no quinquênio 2015-20, vai chegar a zero em 2045, torna-se negativa a partir de 2046 e
deve decrescer -0,6% ao ano na última década do século.
40
Taxas brutas (por mil)
30
20
10
-10
2010-2015
2080-2085
1950-1955
1955-1960
1960-1965
1965-1970
1970-1975
1975-1980
1980-1985
1985-1990
1990-1995
1995-2000
2000-2005
2005-2010
2015-2020
2020-2025
2025-2030
2030-2035
2035-2040
2040-2045
2045-2050
2050-2055
2055-2060
2060-2065
2065-2070
2070-2075
2075-2080
2085-2090
2090-2095
2095-2100
Todo país que passa pela transição demográfica, deterministicamente, passa também pela
transição da estrutura etária. Na medida em que as taxas de mortalidade e natalidade
diminuem, a base da pirâmide etária também diminui e o país inicia um processo de
envelhecimento populacional. Isto está ilustrado no gráfico abaixo que apresenta a idade
mediana da população brasileira. Verifica-se que no período 1950 a 1975 a idade mediana
2
estava próxima de 20 anos, o que significa que metade da população tinha menos de 20 anos e
havia somente 5% de pessoas idosas acima de 60 anos no país. O Brasil tinha uma estrutura
etária extremamente jovem.
Contudo, o cenário será completamente diferente no final do século XXI, quando a idade
mediana estará acima de 50 anos, significando que metade da população terá mais de 50 anos
e a proporção de idosos de 60 anos e mais estará na casa de 40%. O Brasil terá uma estrutura
etária extremamente envelhecida.
50
Idade mediana em anos
40
30
20
10
0
1950
1960
1970
1980
1990
2000
2010
2020
2030
2040
2050
2060
2070
2080
2090
2100
UN/Pop Division: World Population Prospects 2019 https://population.un.org/wpp2019/
Todos os dados acima mostram que o Brasil terá uma mudança completa no seu perfil
demográfico entre 1950 e 2100. Em meados do século XX, o Brasil tinha altas taxas de
mortalidade e natalidade, uma estrutura etária muito rejuvenescida e altas taxas de crescimento
natural. No final do século XXI, o Brasil terá baixas taxas de mortalidade e natalidade, uma
estrutura etária muito envelhecida e decrescimento populacional. Esta nova configuração
demográfica vai requerer que as políticas econômicas e sociais se adaptem à nova realidade
populacional.