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Capitulo I: Introdução...................................................................................................................1
1. Introdução....................................................................................................................................1
1.2. Objectivo...................................................................................................................................2
1.3. Metodologia..............................................................................................................................2
3.1. Conclusão...............................................................................................................................14
4. Referências Bibliográficas.........................................................................................................15
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Capitulo I: Introdução
1. Introdução
O presente trabalho trata-se de um estudo científico que tem o propósito de apresentar “Teoria
Utilitarista”. Pretende-se com o presente estudo saber os mentores de origem da teoria
supracitado, sendo uma teoria que se preocupa em identificar o que confere valor ético a uma
acção e em apontar orientações gerais para se realizar o bem, vendo-se compelida a definir o
conceito de bem.
Neste sentido, tratar-se dum tema que sempre suscita muita ansiedade de parte em parte dos
grandes intervenientes da área da psicologia e em diferentes áreas, este estudo ajudará na
reflexão sobre os aspectos importantes atinentes a esta teoria.
O trabalho está estruturado em: I Capítulo que confere a Introdução, objectivos, metodologia;
Capitulo II: A revisão da literatura e conceptual, vale ressaltar que neste capítulo abordaremos
aspectos como conceitos, origem da teoria em estudo, sua relevância e as criticas dirigidas a esta
teoria, etc.; Capitulo III: considerações finais; por último referências bibliográficas.
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1.2. Objectivo
1.3. Metodologia
Segundo a visão de André (2006), metodologia refere-se não só a um simples conjunto de
métodos, mas sim aos fundamentos e pressupostos que fundamentam um estudo particular. Onde
são mostrados os instrumentamentos e os métodos utilizados na recolha de dados. O tipo de
pesquisa adoptado no nosso trabalho é de natureza descritiva.
O estudo descritivo permite identificar diferentes formas dos fenómenos, a sua coordenação e
classificação, bem como explicar as suas relações de causa e efeito (Oliveira, 2001). A escolha
deste método justifica-se ao facto deste estudo buscar descrever a teoria utilitarista, origem e
relevância da teoria.
No que diz respeito às técnicas de pesquisa, recorrer-se-á a pesquisa bibliográfica, onde usou-se
como fontes, de acordo com o critério de origem de dados e informações, destacam-se: pesquisas
bibliográficas em livros e artigos científicos; consultas de websites e informações disponíveis na
Internet que versa sobre Teoria Utilitarista.
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Capitulo II: Revisão da Literatura
Neste capítulo, pretendemos descrever os aspectos essenciais que norteiam este tema dentre eles,
a biografia dos mentores da teoria utilitarista como John Stuart Mill e Jeremy Bentham;
características, evolução, Princípio de utilidade e as normas morais; felicidade na perspectiva de
Mill e as críticas da teoria utilitarista.
Nesta obra Stuart Mill defende uma ética de tipo consequencialista e hedonista que considera que
o critério último da moralidade de uma acção é a sua utilidade, ou seja, a felicidade o prazer ou a
ausência de dor que dela resulta o maior número de pessoas envolvidas.
Esta perspectiva de Mill, conhecida pelo nome de utilitarismo clássico, continua a ser debatida
actualmente, sendo desenvolvida e rectificada em alguns pontos. Mill era também a favor da
igualdade de direitos entre homens e mulheres, defendendo especialmente o direito das mulheres
ao voto.
O criador e configurador do utilitarismo foi Jeremy Bentham (1748-1832) com a Introdução aos
Princípios da Moral e da Legislação (1780). De facto, pode-se dizer que os utilitaristas
posteriores apenas retocaram vários aspectos dessa proposta inicial. É claro que Bentham não
começa do zero quando concebe sua teoria moral: as influências do empirismo britânico
(especialmente John Locke e David Hume) e de alguns pensadores do iluminismo francês (como
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Claude-Adrien Helvétius) são facilmente percebidas, e Observe também a pegada de Francis
Hutcheson, Cesare Beccaria e Joseph Priestley.
Pela primeira vez, filósofos defendiam que a moralidade não dependia de Deus nem de regras
abstractas. A felicidade do maior número é tudo o que se deve perseguir com a ajuda da
experiência. Isto explica que os utilitaristas tenham sido reformadores sociais empenhados em
mudanças como a abolição da escravatura, a igualdade entre homens e mulheres e o direito de
voto para todos, independentemente de deterem ou não propriedade, (Mill capítulo IV - n/d).
Bentham parte de uma suposição psicológica que não argumenta porque parece óbvia para ele.
Segundo ele, o homem move-se pelo princípio da maior felicidade: este é o critério de todas as
suas acções, tanto privadas quanto públicas, tanto da moralidade individual quanto da legislação
política ou social. Uma acção será correta se, independentemente de sua natureza intrínseca, for
útil ou benéfica para esse propósito da maior felicidade possível. Uma felicidade que também
concebe de maneira hedonista; É procurado em segundo plano e sempre aumenta o prazer e
diminui a dor.
Ora, não é, em primeiro lugar, uma incitação ao prazer fácil e imediato (como, aliás, não era
assim no antigo hedonismo), mas sim calcular os efeitos de médio e longo prazo das próprias
acções de modo que o equilíbrio final cause mais prazer do que dor. Assim, às vezes, o sacrifício
imediato será a coisa certa para um benefício futuro que se espera que seja maior. Este cálculo
deve ser simples em princípio, porque, embora Bentham reconheça que há prazeres e dores do
corpo, assim como da alma, ele vê a possibilidade de aplicar critérios simplesmente quantitativos
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para essa avaliação (critérios como a duração do prazer, sua intensidade e extensão, a
probabilidade de obtê-lo, etc).
Em segundo lugar, essa doutrina também não pretende alimentar directamente o egoísmo.
Embora seja também uma pressuposição psicológica e moral (como em Thomas Hobbes) que o
homem seja por natureza egoísta e busque seu próprio interesse e que, portanto, as relações
sociais e políticas sejam artificiais, o utilitarismo terá como missão corrigir precisamente esse
primeiro impulso. O utilitarista perceberá que, como o bem comum é a soma dos interesses
individuais, a melhor maneira de promover o interesse de alguém é promover o interesse global.
É por isso que o utilitarismo defende não apenas não se limitar ao próprio bem, mas
escrupulosamente cuidar da imparcialidade nas decisões e evitar qualquer sentimento de
pertencimento. Só esta regra fará o equilíbrio do bem ser o mais alto; daí o famoso slogan
atribuído a Bentham por John Stuart Mill: “todo mundo para contar um, e ninguém por mais de
um”, (Mill 2002: Capítulo V).
O continuador mais importante da doutrina utilitarista é John Stuart Mill (1806-1873). JS Mill
era um discípulo próximo de Bentham e seu próprio pai, James Mill, e a exposição de sua
concepção moral é encontrada em seu Utilitarismo, de 1863.
Ali ele define sua teoria de acordo com Bentham como “o credo que aceita como fundamento da
moralidade 'utilidade' ou 'princípio da máxima felicidade, que sustenta que as acções são boas na
medida em que tendem a promover a felicidade, más na medida em que tendem a produzir o
oposto da felicidade. Por “felicidade” entende-se prazer e ausência de dor; por "infelicidade", dor
e privação de prazer”, [Mill 2002: 50].
No entanto, Mill corrige seu professor em um ponto importante. Enquanto para Bentham os
prazeres são todos homogéneos e só podem ser distinguidos quantitativamente cálculo simples
da soma entre vários conjuntos deles), Mill adverte que há prazeres qualitativamente diferentes;
diferença qualitativa que se traduz em superioridade ou inferioridade. Mais concretamente, ele
argumenta que os prazeres intelectuais e morais são superiores às formas mais físicas de prazer; e
também distingue felicidade e satisfação, afirmando que o primeiro tem valor maior que o
segundo. Agora, essa posição de Mill, que retoma uma das ideias da moralidade tradicional mais
comum, na verdade questiona as bases do utilitarismo.
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Pois, por um lado, necessariamente introduz um critério de valor que não o prazer, que já vem da
própria teoria de Mill e apresenta problemas praticamente insolúveis ao comparar, de maneira
homogénea, benefícios resultantes de acções alternativas.
E, por outro lado, a atribuição de um valor ou superioridade a um certo tipo de prazer aumenta a
dificuldade de saber se isso já não é reconhecido como uma bondade intrínseca, enquanto o
utilitarismo de Bentham e Mill mede a bondade das acções por o prazer sempre resultante deles.
Talvez por essa razão, Henry Sidgwick (1838-1900), outro representante do utilitarismo, retorne
à posição de Bentham, argumentando que essas aparentes diferenças qualitativas entre os
prazeres são, no final, diferenças quantitativas [Sidgwick, 1962].
Uma ética consequencialista – segundo Stuart Mill (2008), o utilitarismo é uma teoria
ética que se insere nas teorias consequencialistas ou teológicas, ou seja, avalia as acções
considerando acima de tudo as consequências de que se revestem e o fim que com elas se
alcança. O valor moral de uma acção não é avaliado pela intenção do agente, como
acontece na ética kantiana, nem sequer pelo conteúdo da acção, mas pelas consequências
que dela decorrem. Segundo o utilitarismo optar pelas acções cujas consequências
parecem ser as melhores é a opção certa a tomar.
Uma ética centrada na felicidade - As consequências que têm valor moral são as que
consistem na promoção da felicidade do maior número de pessoas, entendendo-se a
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felicidade como prazer e ausência de dor. O utilitarismo identifica bem como felicidade e
felicidade como prazer e ausência de dor. Considera prazer e felicidade bens
intrinsecamente valiosos; valem por si, não têm um valor meramente instrumental, não
são meios para atingir outra coisa. Para o utilitarista não é a felicidade do agente da acção
que vale mas sim a felicidade de todos os que iram ser afectados pela acção. Surge-nos
assim o princípio da utilidade: o maior bem para o maior número, o que pode implicar o
sacrifício do agente que pratica a acção, se tal for exigido pela consideração da situação
dos outros.
Uma ética centrada em prazeres mais elevados - Stuart Mill (2008), distinguiu prazeres
superiores de prazeres inferiores, prazeres intelectuais de prazeres sensuais, pois
reconhece que a teoria de vida proposta pelo utilitarismo, segundo a qual “ as únicas
coisas desejáveis como fins” são o prazer e a libertação da dor, suscita antipatia em
muitas pessoas respeitáveis, porque assinala à vida um fim que parece carecer de uma
dignidade mais elevada que muitos lhe pretendem atribuir. Na visão de Mill, o
utilitarismo reconhece que há prazeres mais desejáveis e mais valiosos do que outros; na
consideração dos prazeres não se deve apenas levar em conta a quantidade, esquecendo a
qualidade.
Segundo Hedonísmo (n/d:156) citando Mill, define a felicidade como sendo ″o prazer e ausência
da dor″.
Na óptica do Mill a Doutrina utilitarista é que a felicidade é desejável, e a única coisa desejável
como fim. Todas as outras coisas apenas o são enquanto servirem de meios para alcançar esse
fim.
A felicidade de cada pessoa é um bem para essa pessoa e a felicidade geral é um bem para todas
as pessoas. A felicidade conquistou o seu lugar com fim da conduta e, consequentemente, um dos
critérios da moralidade.
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Mill tem uma perspectiva hedonista de felicidade. Segundo esta perspectiva, a felicidade consiste
no prazer e na ausência de dor. O prazer pode ser mais ou menos intenso e mais ou menos
duradouro. Mas a novidade de Mill está em dizer que há prazeres superiores e inferiores, o que
significa que há prazeres intrinsecamente melhores do que outros. Mas o que quer isto dizer?
Simplesmente que há prazeres que têm mais valor do que outros devido à sua natureza, (Mill
capítulo IV - n/d).
Na visão de Mill (2008), todas as actividades humanas têm um objectivo último, a felicidade ou
o bem-estar. Mais propriamente, procuramos em todas as actividades a que nos dedicamos viver
experiências agradáveis e evitar experiências dolorosas. Esta perspectiva, que identifica a
felicidade com o prazer ou o bem-estar tem o nome de hedonismo. Procurar o prazer e evitar a
dor é o lema da vida humana.
Mas existe um aspecto importante para Mill, nenhuma felicidade humana é verdadeiramente
possível sem um “sentido de dignidade”, há prazeres superiores e prazeres inferiores, sendo os
prazeres intelectuais superiores e qualitativamente distintos
Para um utilitarista como Mill, as acções são moralmente correctas ou incorrectas conforme as
consequências, se promovem o bem-estar, são boas. Isto quer dizer que não há acções
intrinsecamente boas. Só as consequências tornam as acções boas ou más. Para um utilitarista
por vezes matar, roubar ou mentir justifica-se. Nem todas as acções são iguais porque nem todas
têm a mesmas consequências. O princípio da “maior felicidade”, apesar de exigir imparcialidade
na avaliação das melhores consequências, não implica cegueira moral ou a defesa de actos
moralmente repugnantes. A avaliação do prazer não é em, Mill, puramente quantitativa.
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Uma tentativa de escapar da concepção estreita do utilitarismo clássico logo veio das mãos de
George Edward Moore (1873-1958). A proposta desse filósofo britânico (no que se refere ao
utilitarismo), estabelecida na sua obra (Principia Ethica (1903)), consiste em superar o
hedonismo de Bentham e Mill, mantendo a principal tese utilitarista.
Segundo ele, o prazer não é a única experiência valiosa, não é o único componente da felicidade
e, portanto, não é o único fim que deve ser perseguido. Portanto, além disso, o objectivo
moralmente correto não é apenas promover a felicidade humana, mas promover tudo o que é
valioso, independentemente de nos fazer feliz ou não. Ou seja, trata-se de promover o maior
valor possível, próprio ou estrangeiro, humano ou natural (por exemplo, beleza).
Moore não tem escrúpulos em introduzir a noção de valor intrínseco ou bondade como uma
propriedade “não natural” no sentido de não física ou sensível - simples e indefinível; então sua
teoria é conhecida como um utilitarismo “ideal”. Assim, a maneira de capturar o valioso não
pode ser a indução do sensível ou da dedução racional, mas apenas a intuição, (Moore 1983”.
Embora alguns utilitaristas apoiassem Moore, como Hastings Rashdall (1858-1924), a maioria
dos pensadores posteriores nessa matriz rejeitou a tese de Moore. Em primeiro lugar, porque
quase todos eram empiristas de entrada; em segundo lugar e de forma complementar, porque na
intuição com que os valores intrínsecos são acessados, eles viram um subjectivismo perigoso que
se prestava à arbitrariedade ou ao elitismo.
Outra discussão no utilitarismo é se o critério da utilidade se aplica não tanto aos actos como às
normas; isto é, se temos que falar não tanto de um utilitarismo de actos, mas de um utilitarismo
de regras. De acordo com este último, uma acção está correta quando obedece a uma regra que,
se obedecida de maneira geral, terá melhores consequências do que qualquer outra norma
relevante no caso. Entretanto, essa forma de utilitarismo tem sido criticada como inconsequente,
porque em favor de uma regra verdadeiramente benéfica, às vezes seria necessário deixar de
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realizar uma acção concreta que efectivamente tivesse os melhores efeitos, com a qual a essência
do utilitarismo seria renunciada.
Nas doutrinas desses autores, embora tenham suas respectivas características peculiares, destaca-
se uma característica comum: o pensamento é basicamente uma intervenção activa sobre a
realidade e sua validade é justificada pelo seu uso prático. Peirce se dedicou mais à lógica para
fundamentar o conhecimento; James mergulhou na psicologia; e Dewey aplicou o pragmatismo à
educação.
Além disso, a aparente simplicidade sistemática da teoria utilitarista dá-lhe uma vantagem
indiscutível na defesa contra a complexidade de outros sistemas morais, que geralmente não
estão livres de um difícil conflito de deveres. Essa simplicidade parece boa em três campos.
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Em primeiro lugar, na sua afirmação teórica, uma vez que o utilitarismo apoia um único
princípio, concedendo-lhe máxima clareza e simplicidade; segundo, em sua descrição
psicológica, porque a única coisa relevante para a moralidade é a intenção de produzir felicidade,
ignorando o complexo sistema de motivos, normas, virtudes; e terceiro, em sua aplicação, já que
é a mesma doutrina para a moral individual e pública.
Por causa de sua ênfase na experiência e noção de vários tipos de deveres, os deontologistas mais
relevantes são Immanuel Kant no continente europeu e Sir William David Ross (1877-1971) no
reino anglo-saxão, com seu antecessor, Harold Arthur Prichard; deontologistas e intuicionistas.
Ambos pensam como todo deontologista que muitas convicções de bom senso moral, que
aparecem diante de nossa consciência, são deveres morais reais (certamente não todos, e é
precisamente uma tarefa da ética discerni-los como tais deveres). É verdade que o dever de fazer
o que é útil para produzir o bem maior que podemos é uma daquelas convicções, mas também é
verdade cumprir nossas promessas, não matar uma pessoa inocente, gratidão, etc.
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dito que, nesse caso, as decisões morais deveriam ser deixadas para os especialistas objectivarem
friamente os dados da situação e aplicarem os critérios apropriados.
De facto, é fácil supor que um utilitarista sacrificará o bem-estar de um inocente (talvez até
mesmo sua vida) se contribuir para aumentar a felicidade do todo. Assim, a crítica do utilitarismo
neste ponto não se baseia tanto no que diz, mas no que é silencioso. Em outras palavras, a
felicidade de todos deve ser entendida como a felicidade de todos e de todos, porque no caso das
pessoas, um vale menos que várias, ou várias mais de uma.
No que diz respeito ao campo psicológico, a crítica surge quando se percebe que o senso comum
moral tem grandes dificuldades em se desvincular da ideia de que a intenção de produzir
felicidade é, novamente, o único factor psicológico a ser levado em conta no julgamento moral
de uma pessoa. Não nos dá facilmente a mesma maneira que alguém faz algo com alguns ou
outros motivos talvez adicionados àquela benevolência geral (por exemplo, regozijar-se com
uma pessoa em particular que no final certamente produzirá um bem geral); nem que as pessoas
ajam bem por acaso ou por convicção e habitualmente.
De acordo com a maioria dos autores, o utilitarismo nunca alcançou uma resposta satisfatória
neste momento, especialmente quando, como é agora o caso, no campo da sociobiologia, uma
tentativa é feita para explicar o altruísmo a partir de uma base biológica. Mas talvez a crítica em
sua forma mais simples seja, em terceiro lugar, a que se refere à aplicação individual e social do
critério utilitarista.
No campo da justiça política, autores como John Rawls (1921-2002) foram muito sensíveis aos
possíveis efeitos do utilitarismo, que parecem ser claramente injustos. Em particular, Rawls vê
perigos (que às vezes se tornam uma triste realidade) em qualquer uma das diferentes formas de
justiça: na justiça política, o utilitarismo admitiria discriminação de qualquer tipo para promover
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o bem do todo; na justiça distributiva, a distribuição equitativa de bens e direitos seria igual, já
que o importante é o equilíbrio global; e na justiça criminal, o utilitarismo permitiria (e
ordenaria) punir um inocente se isso alcançasse o alto bem da ordem pública, (Rawls 1985,
Rawls 2002).
O resultado dessa confusão é que a tese da tendência universal ao prazer tem, para o hedonista,
um sentido simultaneamente factual e lógico-normativo. Identificação de sentidos que o
hedonista deriva da contradição de uma tendência que não traz alegria quando satisfeita. E
Husserl revela duas distinções essenciais que passam despercebidas nessa confusão hedonista.
A primeira é que, embora certamente não seja possível alcançar um objectivo sem a alegria de tê-
lo alcançado, a alegria a que realmente se está inclinado não é a mesma alegria que acompanha a
realização do objectivo. Apenas a primeira alegria é pretendida (por exemplo, satisfação em
aprender uma língua), não a segunda (o alegre repouso no que já foi alcançado). E esse primeiro
é pretendido porque, na realidade, seu correlato é intencional, o valor que a tendência se
encontra. Em segundo lugar, a diferença essencial no fundo contido na anterior é que o estado
afectivo subjectivo e o valor objectivo do bem desejado também não são os mesmos. O valor é
um carácter objectivo ligado a um dado ser como verdadeiro, e nenhum ingrediente do ato, como
é o estado do sujeito, (Husserl, 2004).
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Capitulo III: Considerações Finais
3.1. Conclusão
Das abordagens feitas através de pesquisas bibliográficas, chega-se a conclusão que a teoria
utilitarista foi defendida pela primeira vez por Jeremy Bentham (1748-1832) em “Uma
Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação (1789)”. Até o Utilitarismo de Mill a teoria
era baseada no hedonismo quantitativo: defendia-se que quanto maior a duração e intensidade
dos prazeres gerados por uma acção, mais felicidade tendia a ser gerada por essa acção e
apresenta os principais pontos abordados em uma teoria utilitarista são: o consequencialismo, o
bem-estar comum e o agregacionismo.
O consequencialismo é a visão de que uma acção será correta ou incorrecta a partir das suas
consequências. Ou seja, as consequências de um ato são o que o torna moral ou imoral. Por
acção, entende-se a influência no desfecho de uma situação. Contudo, é possível não fazer nada
e, ainda assim, exercer essa influência o que configuraria uma omissão. Por outro lado, ao
utilizar o vocábulo “acção” ao longo do curso, nele estarão incluídas eventuais omissões que
possam gerar impacto.
O bem-estar comum faz com que se entenda como relevantes apenas as acções que aumentarem
ou diminuírem o bem-estar social, o qual refere-se a todos os envolvidos em uma situação,
considerados de maneira imparcial. Alguns autores defendem que esse bem-estar poderá ser
mensurado em termos de qualidade de vida e essa qualidade de vida seria medida a partir das
preferências pessoais dos indivíduos.
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4. Referências Bibliográficas
BENTHAM, J., Uma Introdução aos Princípios da Moral e Legislação [seleção], em MILL, JS.
CARRASCO BARRAZA, A., Consequencialismo. Por que não, EUNSA, Pamplona 1999.
MOORE, GE, Principia Ethica, UNAM, México 1983. -, Ética, Trabalho, Barcelona 1987.
RODRÍGUEZ LUÑO, A., "Veritatis Splendor" Um ano depois. Notas para desequilíbrio (II)
(1996): http://www.eticaepolitica.net/eticafondamentale/arl_veritatis2[es].htm ROSS, WD,
Fundamentos de ética, Eudeba, Buenos Aires 1972.
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