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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO ÚNICO OFÍCIO DA

COMARCA DE FEIRA GRANDE – ALAGOAS

Proc. n. 0700786-59.2018.8.02.0060

O MUNICÍPIO DE FEIRA GRANDE, devidamente qualificado nos autos do


processo em epígrafe, por seus advogados legalmente constituídos, vem, mui
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar CONTESTAÇÃO à ação
ordinária ajuizada por JAILSON SOARES DE LIRA, pelos fatos e fundamentos jurídicos
que se seguem:

I. DOS FATOS

Cuida-se de ação ordinária na qual o autor requer pagamento de férias


não gozadas, terço de férias e décimo terceiro salário referente ao período de
02/01/2013 a 30/12/2016, quando ocupou o cargo de Secretario de Agricultura nesta
municipalidade.

Eis os fatos.

II. DIREITO

Para fundamentar a pretensão arrolada na inicial o autor invoca os arts.


7º e 39, §3º da Constituição Federal, afirmando que os direitos sociais são aplicáveis de
imediato aos agentes públicos, ainda que inexista na legislação municipal disposição
específica para os agentes políticos, como é o caso do cargo de Secretário Municipal.

Entretanto, esse não é o melhor caminho a ser seguido. Tanto que,


diversos julgados apontam para a impossibilidade de pagamento de férias, terço de
férias e décimo terceiro salário aos agentes públicos quando ausente legislação
municipal específica sobre o tema, em obediência ao princípio da estrita legalidade. A
exemplo, confira-se:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO ADMINISTRATIVO.


AÇÃO DE COBRANÇA. MUNICÍPIO DE LIMEIRA DO OESTE. SECRETÁRIO
MUNICIPAL DA FAZENDA. CARGO COMISSIONADO. DÉCIMO
TERCEIRO SALÁRIO E FÉRIAS. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. VERBAS
INDEVIDAS. SENTENÇA REFORMADA.

I. O regime de subsídio é incompatível com outras


parcelas remuneratórias de natureza mensal, o que não é o caso do
décimo terceiro salário e do terço constitucional de férias, pagos a
todos os trabalhadores e servidores com periodicidade anual (STF -
Recurso Extraordinário nº 650.898/RS), desde que exista
autorização legal expressa (artigo 37, X, da CR/88), que deverá ser
editada em consonância com o artigo 29, V, da CR/88.

II. Inexistente no Município de Limeira do Oeste


legislação que ampare o pedido de recebimento de décimo terceiro
salário e férias para Secretário Municipal, impõe-se a
improcedência do pedido. (TJMG - Apelação Cível
1.0344.14.001170-3/001, Relator(a): Des.(a) Washington Ferreira ,
1ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 02/10/2018, publicação da súmula
em 10/10/2018)

***

EMENTA: REEXAME NECESSÁRIO - AÇÃO DE COBRANÇA -


SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL - EXERCÍCIO DE CARGO
COMISSIONADO DE SECRETÁRIO MUNICIPAL - PAGAMENTO DE
DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO E FÉRIAS - INDEVIDOS - AUSÊNCIA DE
PREVISÃO EM LEI MUNICIPAL - IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL -
SENTENÇA CONFIRMADA.

Somente se existir expressa previsão na legislação


municipal quanto ao pagamento de décimo terceiro salário e férias
aos secretários municipais, haverá fundamento para que seja
deferido o pagamento das verbas requeridas, notadamente em
razão da autonomia dos Municípios. (TJMG - Apelação Cível
1.0707.13.008446-0/001, Relator(a): Des.(a) Luís Carlos Gambogi ,
5ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 28/06/2018, publicação da súmula
em 04/07/2018).

Além do mais, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar o Recurso


Extraordinário nº 650.898/RS determinou que o regime de subsídios é compatível com
o pagamento de décimo terceiro, férias e terço de férias aos agentes políticos, desde
que haja legislação municipal específica. Veja-se:

Recurso Extraordinário. Repercussão Geral. Ação direta


de inconstitucionalidade estadual. Parâmetro de controle. Regime de
subsídio. Verba de representação, 13º salário e terço constitucional
de férias.
1. Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato
de constitucionalidade de leis municipais utilizando como parâmetro
normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de
reprodução obrigatória pelos Estados. Precedentes.

2. O regime de subsídio é incompatível com outras


parcelas remuneratórias de natureza mensal, o que não é o caso do
décimo terceiro salário e do terço constitucional de férias, pagos a
todos os trabalhadores e servidores com periodicidade anual.

3. A “verba de representação” impugnada tem natureza


remuneratória, independentemente de a lei municipal atribuir-lhe
nominalmente natureza indenizatória. Como consequência, não é
compatível com o regime constitucional de subsídio. 4. Recurso
parcialmente provido.

(RE 650898, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO,


Relator(a) p/ Acórdão: Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno,
julgado em 01/02/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO
GERAL - MÉRITO DJe-187 DIVULG 23-08-2017 PUBLIC 24-08-2017)

Portanto, deve ser julgada inteiramente improcedente esta ação,


negando-se a pretensão autoral, também com a negativa da tutela de urgência
requerida, ante a não demonstração de que no período citado (janeiro/2013 a
dezembro/2016) havia legislação municipal específica regulamentando o pagamento
de férias, décimo terceiro salário e terço de férias aos agentes políticos.

III. PEDIDOS

Após todo o contexto fático jurídico exposto, requer, a Vossa Excelência


a extinção do processo, com resolução do mérito, nos moldes do artigo 487, I, do CPC,
julgando totalmente improcedente esta ação, bem como a condenação do autor nas
verbas sucumbenciais.

Nestes termos, pede deferimento.

Feira Grande - AL , 12 de fevereiro de 2019.

RUBENS MARCELO PEREIRA DA SILVA


OAB/AL 6638

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