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A Gestão de Equipamentos Médicos aplicada na

Acreditação Hospitalar.
Thiago da Silva Freitas

Resumo— Este artigo apresenta a importância do exposto à venda ou entregue ao consumo antes de
gerenciamento da tecnologia médico-hospitalar, como forma de registrados. A análise da pré-comercialização requer que os
garantir a segurança e o controle do parque de equipamentos fabricantes de produtos médico-hospitalares desenvolvam as
médicos, nos Estabelecimentos Assistências de Saúde (EAS), boas práticas de fabricação, com o intuito de garantir a
que é um dos itens exigido pela Organização Nacional de qualidade do processo e o controle dos fatores de risco à
Acreditação (ONA), em um processo de acreditação. saúde do consumidor.

Esta gestão é facilitada, quando há a presença de um No entanto, a avaliação da pré-comercialização não é


Engenheiro Clínico, que tem formação e capacidade de suficiente para garantir a qualidade e segurança quanto à
desenvolver um programa de gerenciamento de equipamentos utilização de determinado equipamento médico
médicos competente. comercializado, pois, uma vez que o produto entra no
mercado, diverso problemas inesperados podem surgir. [2]
Palavras chave— Gestão de equipamentos, acreditação
hospitalar, equipamentos médicos e tecnologia hospitalar.
Para garantir a segurança e a qualidade na utilização dos
equipamentos médicos pós-comercialização, é importante
Abstract— This paper presents the importance of technology que se faça um plano de gestão de equipamentos médicos,
management healthcare, in order to guarantee the security and onde será acompanhado e registrado todo o ciclo de vida
control of the park of medical equipment, facilities Assists in deste equipamento. Ou seja, que seja realizada a
Health (EAS), which is one of the items required by the tecnovigilância, que visa à segurança sanitária de produtos
National Accreditation Organization (ONA), a certification para a saúde pós-comercialização.
process.
As exigências e necessidades em atender aos padrões de
This management is facilitated when there is the presence of a qualidade nos Estabelecimentos Assistências de Saúde
Clinical Engineer who has training and ability to develop a (EAS), têm levado seus administradores a pensar nesta
program of medical equipment management authority.
gestão, como estratégia na gestão hospitalar, no que diz
Index Terms— Equipment management, hospital respeito a equipamentos médicos. Isso tem ocorrido porque
accreditation, hospital medical equipment and technology. as instituições hospitalares estão buscando padrões definidos
de qualidade na assistência prestada visando à acreditação
I. INTRODUÇÃO hospitalar. [2]

O desenvolvimento tecnológico da indústria de Muitos EAS estão buscando a acreditação hospitalar no


equipamentos médico-hospitalares está avançando devido ao intuito de se diferenciar no mercado e conquistar mais
aumento da demanda do setor da saúde por novas clientes, convênios e médicos, pois, passando por um
tecnologias. Este avanço ocorre devido a grande integração processo de acreditação, eles se comprometem a se
de tecnologias de várias áreas de conhecimento, que tem responsabilizam com a segurança, a ética profissional, com
com o objetivo desenvolver equipamentos e produtos os procedimentos que realizam e garantem a qualidade do
médicos que possam contribuir com uma melhor qualidade atendimento. [3]
na assistência à saúde. [1]
No Brasil, a responsável por está certificação é Organização
Embora o avanço tecnológico traga benefícios ao setor de Nacional de Acreditação (ONA), que certifica em três níveis
saúde, o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias as organizações prestadoras de serviços à saúde. Para isso, a
médico-hospitalar tem sido uma preocupação do mercado ONA publicou o Manual Brasileiro de Acreditação, onde
consumidor e do órgão regulador em relação à sua estabelece requisitos a serem atendidos pelos EAS que
qualidade. Como um de seus objetivos primordiais, a pretendem ser acreditadas em um dos níveis. [3]
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), tem o
intuito de promover a proteção da saúde da população por Para a gestão de equipamentos e tecnologia médico-
intermédio do controle sanitário da produção e da hospitalar o manual apresenta um padrão típico para cada
comercialização de produtos médicos para área da saúde. nível e itens de orientação para um ciclo completo de
[2] equipamento numa EAS, tais como: o planejamento, a
aquisição, o recebimento, o teste de aceitação, a capacitação,
Antes que os produtos médicos sejam comercializados, os a operação, a manutenção e a desativação. [3]
fabricantes devem primeiro receber aprovação ou permissão
da ANVISA. Nenhum produto pode ser industrializado,

Freitas S. Thiago, e-mail: thiagosfre@hotmail.com, filho de Valéria Maria da Silva Freitas e Antônio Rodrigues de Freitas. Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Instituto Nacional de Telecomunicações, como parte dos requisitos para a obtenção do Certificado de Pós-Graduação em Engenharia
Clinica e Engenharia Biomédica. Orientador: Prof. Bruno Bono.
Portanto, para adequar as atividades de gerenciamento de da área médica. As atribuições do engenheiro clínico em
equipamentos médicos em uma EAS e atender os padrões uma EAS são:
para a acreditação hospitalar da ONA, é importante que seja  Planejar e controlar os processos de instalação, operação,
elaborado um programa de gerenciamento de equipamentos manutenção e desativação equipamentos médicos;
médico-hospitalares com base nas diretrizes do Manual  Avaliar a relação custo-benefício para incorporação de
Brasileiro de Acreditação. Cabe salientar que existem outros novas tecnologias médicas;
requisitos que devem ser atendidos, porém de outras  Controlar o inventário, patrimônio dos equipamentos
especificidades. médico-hospitalares e seus componentes;
 Treinar pessoal para manutenção (técnicos) e operação
II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E dos equipamentos (operadores);
METODOLOGIA  Gerenciar a manutenção de equipamentos médicos;
 Gerenciar contratos de manutenção de equipamentos
A Pesquisa sobre gestão de equipamentos médicos aplicada médicos;
na acreditação hospitalar pretende orientar os profissionais  Controlar e acompanhar os serviços de manutenção
de Engenharia Clinica e as EASs, aos quais serão executados por empresas externas;
estabelecidos ao passarem por um processo de certificação
 Elaborar projetos de novos equipamentos, ou modificar
ONA. Serão abordados na pesquisa, os processos exigidos
os existentes, de acordo com as normas vigentes
pela ONA para executar com qualidade os serviços de
(pesquisa);
engenharia clínica em uma EAS. Também os requisitos
 Desenvolver e implementar documentos, registros e
mínimos exigidos numa acreditação hospitalar, com base no
protocolos exigidos por agências reguladoras e para
Manual Brasileiro de Acreditação – ONA, para elaborar um
acreditação hospitalar;
programa de gerenciamento de equipamentos médicos.
 Apresentar relatórios de produtividade de todos os
A. A GESTÃO DE EQUIPAMENTOS MÉDICOS E A aspectos envolvidos com a gerência e com a manutenção
ENGENHARIA CLÍNICA dos equipamentos médico-hospitalares – conhecidos
como indicadores de qualidade e/ou produção.
A gestão de equipamentos médicos é definida como um  Elaboração de programa de gerenciamento de
processo de planejamento e gerenciamento da tecnologia equipamentos médico-hospitalar. [4]
médico-hospitalar para garantir a prestação de serviços de
melhor qualidade com o menor custo. [1] B. ACREDITAÇÃO HOSPITALAR E A ONA

Gerenciar o parque tecnológico é uma função absolutamente Define-se acreditação como um sistema de avaliação e
relevante e estratégica no desempenho global de uma EAS. certificação da qualidade dos serviços de um EAS, é
Por isso a presença de engenheiros clínicos dentro de uma estabelecida pela Organização Nacional de Acreditação
EAS de grande complexidade (com mais de 300 leitos) (ONA) que tem o propósito de garantir a qualidade dos
tornou-se muito relevante, pois ele pode acompanhar mais serviços prestados através de padrões pré-determinados. No
de perto os custos, a qualidade e os resultados de entanto, não é caracterizada como uma forma de
desempenho da manutenção dos equipamentos. [4] fiscalização, mas sim como um programa de educação
continuada, onde a adesão representa a responsabilidade e o
A engenharia clínica é o setor responsável por todo parque compromisso de toda uma organização com a garantia de
de equipamentos médicos existentes em uma EAS. Este qualidade dos serviços prestados. [3]
setor deve participar do processo de aquisição, recebimento,
testes de aceitação, treinamento, manutenção, descarte e O Manual Brasileiro de Acreditação publicado pela ONA
todos os assuntos referentes aos equipamentos médicos. [4] em 2010 apresenta três níveis de acreditação para a gestão
de equipamentos e tecnologia médico-hospitalar:
O ENGENHEIRO CLÍNICO
Padrão nível 1: Atende ao requisitos formais, técnicos e de
Um ponto importante da gestão de equipamentos médicos estrutura, conforme o perfil da organização ; dispõe de
está relacionado ao profissional que desempenha esta parque tecnológico que assegure a continuidade da
atividade. O profissional responsável e capacitado para assistência considerando a relação custo/beneficio.
gerenciar a tecnologia médica presente em uma EAS de
grande complexidade é o engenheiro clínico, pois ele possui Requisitos:
conhecimento científico e tecnológico de engenharia e
também experiência no ambiente hospitalar. [1]  Profissionais com capacitação compatível dimensionado
às necessidades da organização.
Segundo definição do American College of Clinical  Condições operacionais e de infraestrutura que permitam
Engineering (ACCE), o engenheiro clínico é aquele a execução das atividades;
profissional que aplica e desenvolve os conhecimentos de  Informações técnico-operacionais do parque tecnológico;
engenharia e práticas gerenciais às tecnologias de saúde,  Contribui com o planejamento de engenharia e prática
para proporcionar uma melhoria nos cuidados dispensados gerenciais das tecnologias de saúde;
ao paciente de forma indireta. [1]  Mecanismo de validação dos procedimentos de
rastreabilidade dos equipamentos;
Os engenheiros clínicos executam serviços de engenharia e  Mecanismo de validação dos procedimentos de
de gestão, fornecendo um suporte à equipe de profissionais utilização e funcionamento dos equipamentos;
 Evidencia ações tecnovigilância;  Realiza análise críticas sistemáticas com evidencias de
 Define planos de contingência; ações de melhoria e inovação;
 Comunicação efetiva com as áreas assistenciais e de  Apresenta tendência favorável de desempenho de
apoio para assegurar a continuidade da assistência; resultados;
 Assegurar o suporte técnico e promover a educação  Identifica oportunidade de melhoria de desempenho
permanente dos profissionais de saúde; através do processo contínuo de comparação com outras
 Monitorar a qualificação dos fornecedores críticos; práticas organizacionais (comparação com referencial
 Monitorar a manutenção preventiva e corretiva das externo aplicável) com evidências de resultados
instalações e dos equipamentos, incluindo a calibração; positivos. [3]
 Calibração, testes de segurança elétrica e desempenho de
equipamentos para a saúde; C. GESTÃO DO PARQUE TECNOLOGICO / CICLO
 Gerencia os resíduos; DE VIDA EQUIPAMENTOS MÉDICOS

Gerencia riscos sanitários, ambientais, ocupacionais e de Para realizar uma gestão do parque tecnológico de
responsabilidade civil. equipamentos médicos é importante que o profissional
conheça sobre o ciclo de vida de equipamento médicos e
Padrão nível 2: Gerencia as interações entre os fornecedores cada fase deste ciclo, pois através deste estudo é possível
e clientes; estabelece sistemática de medição do processo realizar um programa de gerenciamento de equipamentos
avaliando sua efetividade; promove ações de melhoria e médicos para atender aos requisitos de uma acreditação
aprendizado. hospitalar.

Requisitos: A figura 1 mostra o gráfico do ciclo de vida dos


equipamentos médicos comparando a intensidade de uso em
 Identifica fornecedores e clientes e sua interação relação ao tempo e a abaixo serão abordadas todas as fases
sistêmica; deste ciclo.
 Formaliza a interação dos processos entre cliente e
fornecedores;
 Gerencia a interação entre os processos e sua melhoria;
 Evidencia a efetividade utilizando do conhecimento e
das habilidades, na execução das atividades dos
processos;
 Evidencia o impacto no processo decorrente das ações de
aprendizado;
 Dispõe de sistemática de medição e avaliação da
efetividade do processo;
 Promove ações de melhoria e a minimização de riscos;
 Evidencia o impacto e efetividade do gerenciamento de
riscos;
 Avalia a aquisição, manutenção do desempenho e Figura 1 Ciclo de Vida Equipamento Médico. [4]
efetivação de uma relação de custo/beneficio da
operação dos equipamentos. a. Incorporação de tecnologia

Padrão nível 3: Gerencia o desempenho dos processos i. Especificação de equipamentos


alinhados e correlacionados às estratégias da organização;
gerencia os resultados, se eles apresentam evolução de A especificação de equipamento é comparar modelos
desempenho e tendência favorável, evidencias de melhorias existentes no mercado e suas características para escolher o
e inovações decorrentes do processo de dispõe de analise que melhor atende as exigências de caráter médico.
crítica, assegurando o comprometimento com a excelência.
Na elaboração das especificações dos equipamentos
Requisitos: médicos é importante realizar uma tabela comparando os
equipamentos e suas características, considerando a
 Indicadores alinhados e correlacionados às estratégias da tecnologia utilizada em cada equipamento, a
organização; compatibilidade dos equipamentos com as outras
 Resultados apresentam informações integras e tecnologias em uso na instituição, a relação com os
atualizadas; fornecedores, a disponibilização de peças e mão de obra e o
 Estabelece uma relação de causa e efeito entre os custo/beneficio. [5]
indicadores, onde os resultados de um influenciam os
demais, bem como permitem a análise crítica do ii. Aquisição
desempenho e a tomada de decisão;
 Apresenta evolução de desempenho e tendência dos Depois de realizada a especificação, será realizada a compra
indicadores de resultado global; do equipamento, esta deve ser acordado junto à diretoria,
corpo clinico e os usuários envolvidos (técnicos,
fisioterapeutas, enfermeiros, radiologistas etc.), colocando operacional para os profissionais que manuseiam os
em pauta o custo/beneficio de cada orçamento adquirido no equipamentos.
processo de especificação. Na aquisição deve ser definido se
a equipe será treinada pelo fabricante ou não. Uma reciclagem do treinamento deve acontecer, a cada
substituição de funcionários que manuseia o equipamento.
iii. Recebimento
iii. Manutenções
Após o processo de compra do equipamento, é realizado o
recebimento do equipamento e é verificado se o O gestor responsável pelo parque de equipamentos deve
equipamento está apto para o uso. No ato do recebimento, desenvolver e estabelecer procedimentos para inspeção,
deve ter uma pessoa responsável do EAS onde, junto com o teste, manutenção, ajuste e calibração nos equipamentos
fornecedor é verificado a nota fiscal, se está de acordo com médicos, para assegurar a qualidade do funcionamento
o produto, verificado o equipamento, os acessórios e os deles.
manuais. Depois de conferido é gerado um laudo de
recebimento do equipamento assinado pelo fornecedor e Este profissional deve definir a periodicidade das
pelo responsável pelo recebimento. manutenções preventivas para cada equipamento, em
conformidade com as especificações do fabricante contidas
iv. Teste de aceitação no manual do equipamento médico, legislações vigentes e
atendendo as necessidades operacionais do EAS. A tabela 1
Após o recebimento de qualquer equipamento é necessário mostra uma sugestão de intervalos entre manutenções
realizar o teste de aceitação. Este teste irá assegurar o preventivas para diversas categorias de equipamentos
perfeito funcionamento do equipamento antes de sua médicos.
primeira utilização. O teste de aceitação deve ser
documentado e registrado.

v. Instalação

A instalação do equipamento vai depender de sua


complexidade, é importante ressaltar que todas as exigências
de pré-instalação colocada pelo fabricante deve ser seguida,
para que não haja problema na sua instalação e no seu uso.

Na instalação do equipamento é necessário cadastrar o


mesmo em um banco de dados, para que este possa ser
acompanhado durante seu ciclo de vida.

b. Utilização dos equipamentos

i. Inventário e Histórico

O inventário é o documento onde são cadastrados todos os


equipamentos já existentes dentro de EAS, nele deve conter
o nome técnico do equipamento; o modelo; o fabricante; o
setor onde está localizado; o número de série; o código de
identificação individual, que é criado pelo serviço de saúde;
acessórios do equipamento; data de aceitação; data de
instalação; estado do equipamento.

O inventário deve ser atualizado a cada nova aquisição ou


Tabela 1 Intervalo manutenção preventiva [6]
desativação do equipamento.
As manutenções devem ser efetuadas por profissionais
O histórico é o documento onde possui todas as informações treinados, sendo eles profissionais do próprio EAS, de uma
da vida útil do equipamento, desde sua instalação até sua empresa prestadora de serviço de Engenharia Clínica, ou
desativação, nele deve conter o teste de aceitação do fabricante do equipamento médico. Os registros das
equipamento, histórico de falhas e manutenções corretivas;
manutenções devem ser documentados no histórico do
histórico das manutenções preventivas e calibrações.
equipamento médico.
ii. Treinamento iv. Contratos
Após a instalação de um equipamento, é importante que seja O responsável pelo parque de equipamentos médicos deve
realizado um treinamento técnico feito pelo fabricante, para gerenciar os contratos. Os pontos chave na definição do
os profissionais que exercem as manutenções nos contrato são as exigências contidas nele. Quanto maior o
equipamentos dentro de um EAS, e um treinamento número de exigências especificadas em um contrato maior
será o seu valor. É importante definir exatamente quais são D. REQUISITOS DA GESTÃO DE EQUIPAMENTOS
as exigências no contrato para cada equipamento. MÉDICOS PARA ACREDITAÇÃO HOSPITALAR

v. Qualificação de fornecedores a. Profissional

O gestor de equipamentos médicos deve estabelecer critérios O EAS deve ter, desejavelmente, como responsável pelo
para qualificar os fornecedores prestadores de serviços, de plano de gerenciamento de equipamentos de saúde um
forma que seja adquiridos equipamentos de fornecedores por profissional de nível superior legalmente habilitado, com
ele qualificados. Este documento ser registrado e registro no respectivo conselho de classe. Este profissional
documentado. será responsável pelo parque dos equipamentos existentes
dentro do EAS.
vi. Eventos adversos / Tecnovigilância
b. Fluxograma de aquisição
Eventos adversos são eventos que produzem, ou
potencialmente podem produzir resultados inesperados ou Na aquisição de equipamentos médicos, é estabelecida numa
indesejados que afetem a qualidade ou a continuidade da acreditação hospitalar, a elaboração de uma equipe
assistência e consequentemente a segurança de pacientes, multidisciplinar dentro do EAS, onde eles discutem as
usuários ou outros. especificações dos equipamentos e qual será o melhor
equipamento a ser adquirido de acordo com a aplicação e o
A Tecnovigilância compreende o sistema de vigilância de custo-benefício.
eventos adversos de produtos para a saúde pós-
comercializados, com vistas a recomendar a adoção de Para que fique claro o processo de aquisição é importante
medidas que garantam a segurança sanitária do uso desses que seja realizado um fluxograma dos passos a serem
produtos na promoção e proteção da saúde da população. seguidos na aquisição de equipamentos médicos, conforme
Notificar um evento adverso é comunicar a ANVISA, uma sugere a figura 2.
falha ocorrida envolvendo equipamentos médicos, que tenha
ou poderia ter colocado em risco a vida de alguma pessoa
dentro de uma EAS.

Estes eventos adversos são documentados e registrados pelo


gestor do parque de equipamentos, iniciando um processo de
investigação realizado pela equipe de tecnovigilância, que
notifica o evento preenchendo um formulário disponível no
site da ANVISA. [2]

O melhor amigo da Tecnovigilância é o Operador do


equipamento, pois ele percebe o comportamento adverso.

c. Descarte de tecnologia

i. Obsolescência / Renovação de tecnologia

O responsável pelo parque de equipamentos médicos deve


estabelecer uma política para determinar a obsolescência de
um equipamento médico-hospitalar, ou seja, determinar a
retirada do equipamento e incorporar um equipamento novo
para a substituição do existente. Para essa substituição,
deve-se seguir a mesma politica de aquisição de um novo
equipamento médico.

Na retirada do equipamento médico deve se gerar um


documento dizendo as causas de sua desativação.

III. RESULTADOS

Através dos estudos realizados, foi possível formalizar os


requisitos estabelecidos pela ONA, numa acreditação
hospitalar para equipamentos médicos. Como resultado da
pesquisa, segue os principais requisitos estabelecidos da
gestão de equipamentos médicos dentro de um EAS, para
conseguir uma certificação hospitalar. Figura 2 Etapas para aquisição de equipamentos médicos. [6]
c. Controle do parque de equipamentos médicos na
sua utilização. Terceiro passo é encerrar a ordem de serviço que será
i. Inventário assinada pelo técnico executor e pela pessoa que recebeu o
equipamento. Este documento é importante, pois fica
Para gerenciar o parque de equipamentos médicos dentro de guardado no histórico do equipamento.
uma EAS, é desejável que se faça o inventario dos
equipamentos existentes. Para isso deve ser feito uma ficha Numa acreditação hospitalar, é proposta a realização de um
cadastral dos equipamentos com no mínimo as seguintes gerenciamento dessas ordens de serviços corretivas,
informações: analisando o tempo de atendimento, o tempo da devolução
 Nome técnico/ comercial; do equipamento para o uso, as O.S. pendentes (qual a razão
 Modelo; de estarem pendentes e o que está sendo feito para que elas
 Fabricante; saiam da pendencia) e a qualificação do serviço prestado.
 Fornecedor
 Marca; iv. Cronograma de manutenção preventiva /
 Número de série; calibração
 TAG - Código de Identificação único do equipamento;
Para um controle adequado das manutenções preventivas e
 Registro na Anvisa;
calibrações é importante que se faça um cronograma, onde
 Setor onde se localiza o equipamento;
estejam estabelecidos os intervalos de tempo das
 Patrimônio; manutenções dos equipamentos médicos, ou seja, a
periodicidade de manutenção estabelecida para cada
ii. Banco de dados equipamento médico.
Depois de realizado o inventário é cadastrado os As periodicidades são estabelecidas através de:
equipamentos médicos em um banco de dados.
 Riscos: equipamentos que apresentam alto risco à vida
Normalmente utiliza-se um software de gestão de
do paciente ou ao operador em caso de falha;
equipamentos para auxiliar no controle do parque de
 Importância estratégica: equipamentos únicos, onde sua
equipamentos médicos.
paralisação impossibilita ou dificulta a realização de um
ou mais serviços oferecidos pelo EAS, gerando prejuízo
Neste banco de dados é gerado um código único para cada
e insatisfação perante os clientes;
equipamento médico chamado de TAG. A TAG será o
número de registro do equipamento médico, onde todo seu  Recomendações: equipamentos sujeitos a algum tipo de
norma de fiscalização por parte de órgãos
histórico poderá ser acessado através deste número. O nº de
governamentais, equipamentos sujeitos a recomendações
controle patrimonial pode ser adotado como o TAG.
dos seus fabricantes, ou seja, que possuem peças de vida
iii. Manutenção corretiva útil pré-determinada, ou que devem sofrer
procedimentos de rotina.
Alguns passos devem ser seguidos quando um serviço de
O cronograma de manutenção preventiva/calibração deve
manutenção corretiva é solicitado por um usuário do
ser disponível para todos os setores do EAS, para que os
equipamento.
responsáveis de cada setor possam acompanhar o andamento
das manutenções dos equipamentos médicos pertencentes
Primeiro passo é gerar uma ordem de sérvio (O.S.) para
aos seus setores.
documentar o serviço prestado. Dentro da ordem de serviço,
deve se colocar o técnico que irá executar o serviço, o
defeito do equipamento e a prioridade da solicitação do O cronograma deve conter:
serviço. A prioridade normalmente é dada como:  Os dados do equipamento;
 Alta (equipamento único, de suporte a vida, seu  O setor do equipamento;
funcionamento é contínuo, sua parada ocasiona  E as datas das manutenções durante o ano vigente.
transtornos para o EAS);
 Média (Não é um equipamento único dentro do EAS, A tabela 2 mostra um exemplo de um cronograma de
mas sua parada pode trazer transtornos ao longo período manutenção preventiva /calibração de um setor específico.
pra o EAS).
 Baixa (sem consequência significativa).

É importante verificar na abertura da ordem de serviço


também, se o equipamento encontra-se em garantia ou
possui contrato de manutenção. Se estiver em garantia ou
tiver contrato, deve-se acionar o fabricante para que seja
solucionado o problema.

Segundo passo é executar o serviço, o técnico responsável


irá verificar o equipamento e realizar anotações de todo o Tabela 2 Cronograma de manutenção preventiva/calibração
trabalho que foi realizado naquele equipamento.
v. Tecnovigilância desativação. Também deve ser feito o processo de aquisição
de um novo equipamento para substituição do que foi
A tecnovigilância é um requisito importante para desativado.
acreditação hospitalar, onde deve ter uma pessoa
responsável ou uma equipe para notificar os eventos Na Obsolescência do equipamento deve-se preencher um
adversos junto a ANVISA. Este responsável pela notificação documento que contenha:
do evento adverso deve realizar todo o estudo do motivo  Dados do equipamento médico que será desativado;
pelo qual aconteceu o evento. Para realizar o estudo deve-se  Motivo pelo qual o equipamento será desativado (custo
preencher um formulário com as seguintes informações: alto de manutenção, devolução ou substituição de
 Dados do paciente; equipamento em comodato, equipamento descontinuado
 Dados do notificador; sem peça, sem possibilidades de manutenção corretiva,
 Descrição do produto / equipamento (nome, modelo, tecnologia obsoleta, etc.);
fabricante, nº de série);  Destino do equipamento (descarte imediato, ou sucata
 Descrição do evento adverso / ocorrência (onde ocorreu, para retirada de peças);
quando, o que ocorreu, quantas vezes ocorreu);  Assinatura do técnico executor do serviço;
 Descrição do problema ocorrido (se levou agravo à  Assinatura do Engenheiro Clínico ou o responsável pela
saúde ou poderia ter levado); gestão de equipamentos médico;
 Descrição das condições do produto / equipamento (se  Assinatura do diretor ou responsável pelo EAS.
foi levado em conta às condições de uso do fabricante).
d. Indicadores de desempenho da gestão de
É importante que seja seguido um fluxograma para notificar equipamentos médicos.
os eventos adversos. Abaixo segue exemplo de um
fluxograma de ocorrência de eventos adversos. Para realizar um bom gerenciamento de equipamentos
médicos, é preciso estabelecer itens de controle para analisar
os resultados alcançados no serviço de gestão destes
equipamentos. Segundo Yshikawa, um dos melhores
administradores modernos “... se você não tem itens de
controle, você não gerencia”. Sabendo disso, numa
acreditação hospitalar é solicitado ao serviço de gestão de
equipamentos médicos, mostrar os indicadores de gestão e a
análise feita para cada um destes indicadores e como está
sendo feito o gerenciamento dos resultados obtidos através
destas análises. [4]

Os indicadores normalmente utilizados na gestão de


equipamentos médicos são:

Temporais
 Tempo de atendimento;
 Tempo de resposta;
 Tempo de paralisação dos equipamentos;
 Horas de manutenção corretiva/OS (Ordem de Serviço);
 Horas de manutenção corretiva/equipamento.

Qualidade
 MP (manutenção preventiva) realizada/MP desejada;
 OS/equipamento;
 Número de OS por mês;
 Número de OS fechadas por número de OS abertas;
 Total de OS por técnico.

Custo
 Custo de manutenção corretiva/equipamento;
 Custo de manutenção geral/custo de aquisição do
equipamento. [4]
Figura 3 Fluxograma de ocorrência de eventos adversos. [2]

IV. CONCLUSÃO
vi. Obsolescência
O objetivo do trabalho realizado foi mostrar aos
Quando é feita a desativação do equipamento é importante profissionais responsáveis pela gestão de equipamentos
que seja documentado e analisado o motivo dessa médicos dentro de um EAS, os requisitos e as etapas
necessárias para obter uma acreditação hospitalar padrão bc4c6735/manual_EquipMed_Anvisa_abr_10.pdf?MOD=AJPERES>
ONA. Acesso em: 01 de Maio de 2013.

[10] SILVA, José Eduardo Lopes da .Gestão de Equipamentos Médicos.


Como resultados foram apresentados os padrões e itens de Disponível em:
orientação, relacionados à qualidade e à segurança, <http://www.fm.usp.br/gdc/docs/medjr_2_Gestao_de_Equipamentos.pdf>
Acesso em: 01 de Maio de 2013.
necessários para a implementação da acreditação hospitalar
envolvendo a utilização de equipamentos médicos em uma [11] CALIL,Saide Jorge; TEIXEIRA, Marilda Solon. Gerenciamento de
EAS. Também foram feitas explanações acerca dos Manutenção de Equipamentos Hospitalares. Disponível em:
processos inerentes para atender os padrões da acreditação <http://www.saude.mt.gov.br/arquivo/2958> Acesso em 01 de Maio de
hospitalar para a Gestão de equipamentos médicos que deve 2013.
ser planejadas e realizadas com eficácia e eficiência por um Freitas S. Thiago nasceu em Belo Horizonte, MG, em 27 de Outubro de
profissional qualificado. 1987. Possui o Título de Tecnólogo em Mecatrônica Industrial
(Anhanguera Educacional 2010).
Desde 2008 atua na área de manutenção de equipamentos médicos, e é
Esse estudo tem potencial de contribuição com a qualidade
tecnólogo de manutenção em um Hospital de grande porte na cidade de
no planejamento e execução das atividades de Belo Horizonte.
gerenciamento de equipamentos médicos, servindo como
material de consulta para profissionais que pretendem
adequar os serviços de engenharia clínica em um EAS, de
forma a atender os requisitos mínimos para a acreditação
hospitalar padrão ONA.

V. REFERÊNCIAS

[1] OLIVEIRA, Eduardo Frota. Programa de gerenciamento de


equipamentos médicos: noções de boas práticas de gerenciamento de
equipamentos e acreditação hospitalar. Disponível em:
<http://www.esp.ce.gov.br/index.php?option=com_phocadownload&view=
category&download=1022:programa-de-gerenciamento-de-equipamentos-
mdicos-noes-de-boas-prticas-de-gerenciamento-de-equipamentos-e-
acreditao-hospitalar-fortaleza-2009&id=98:esp.-engenharia-clnica>.
Acesso em: 29 de Setembro de 2012

[2] BRASIL. Anvisa. Cartilha de Notificações em Tecnovigilância.


Brasília: Anvisa, 2003. Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/b3b9af80474586df9058d43f
bc4c6735/cartilha.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em: 04 de Outubro de
2012.

[3] ORGANIZAÇÃO NACIONAL DE ACREDITAÇÃO: Gestão de


Equipamentos e Tecnologia Médico-Hospitalar. Manual Brasileiro de
Acreditação. Brasília: ONA, 2010.

[4] BRASIL. Anvisa. A engenharia clínica como estratégia na gestão


hospitalar. Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/7da7c88047458e619768d73f
bc4c6735/capitulo4.pdf?MOD=AJPERES> Acesso em: 05 de Novembro
de 2012

[5] BRASIL. Anvisa. Boas práticas de aquisição de equipamentos médico-


hospitalares. Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/62318380474581278d69dd3
fbc4c6735/boas.pdf?MOD=AJPERES> Acesso em: 02 de Fevereiro de
2013.

[6] CALIL, Saide Jorge. Equipamentos Médico-Hospitalares e o


Gerenciamento da Manutenção. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/equipamentos_gerenciamento1
.pdf> Acesso em: 22 de fevereiro de 2013.

[7] FLORENCE, Gerson; CALIL, Saide Jorge. Gerenciamento de risco


aplicado ao desempenho de equipamentos médicos. Disponível em:
<http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?down=vtls000376021
> Acesso em: 23 de Fevereiro de 2013.

[8]. GRABOIS, Victor. Gestão das Tecnologias Médico-Hospitalares.


Disponível em:
<http://www.saude.ms.gov.br/controle/ShowFile.php?id=26236> Acesso
em 27 de Abril de 2013.

[9] BRASIL, Anvisa. Manual para regularização de equipamentos médicos


na Anvisa. Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/991239804745928e9ae1de3f

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