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º 207
DIÁRIO DA REPÚBLICA
ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA
Preço deste número - Kz: 250,00
Toda a correspondência, quer oficial, quer ASSINATURA O preço de cada linha publicada nos Diários
relativa a anúncio e assinaturas do «Diário . Ano da República 1.ª e 2.ª série é de Kz: 75.00 e para
da República», deve ser dirigida à Imprensa
As três séries . . .. . .. . .. . .. . .. . .. Kz: 463 125.00 a 3.ª série Kz: 95.00, acrescido do respectivo
Nacional - E.P., em Luanda, Rua Henrique de
A 1.ª série . . .. . .. . .. . .. . .. . .. Kz: 273 700.00 imposto do selo, dependendo a publicação da
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«Imprensa». A 3.ª série . . .. . .. . .. . .. . .. . .. Kz: 111 160.00 da Imprensa Nacional - E. P.
a orgânica do Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de 1. O Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo,
Estudo ao paradigma de organização e funcionamento abreviadamente designado por INAGBE, é um Instituto
dos Institutos Públicos, conforme consignado no n.º 1 do Público, dotado de personalidade jurídica, autonomia admi-
artigo 42.º do Decreto Legislativo Presidencial n.º 2/13, de 25 nistrativa, financeira e patrimonial.
de Junho; 2. O Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo
tem a natureza jurídica de Instituto Público, com a catego-
Havendo necessidade de se proceder à adequação e apro-
ria de estabelecimento público, nos termos da legislação
vação do Estatuto Orgânico do Instituto Nacional de Gestão
vigente sobre os Institutos Públicos.
de Bolsas de Estudo, órgão encarregue de materializar a
ARTIGO 2.º
política nacional de bolsas de estudos internas e externas, (Missão)
com vista ao cumprimento das políticas do Executivo no
O Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo tem
domínio das bolsas de estudo;
a missão de materializar a política nacional de apoio aos
O Presidente da República decreta, nos termos das dis-
estudantes que frequentam uma formação de nível superior,
posições combinadas da alínea d) do artigo 120.º e do através da concessão de bolsas de estudo, e em coordena-
n.º 1 do artigo 125.º, ambos da Constituição da República ção com as respectivas fontes de financiamento, nos termos
de Angola, o seguinte: das disposições combinadas dos artigos 3.º e 23.º, ambos
ARTIGO 1.º do Estatuto Orgânico do Ministério do Ensino Superior,
(Aprovação)
aprovado pelo Decreto Presidencial n.º 233/12, de 4 de
É aprovado o Estatuto Orgânico do Instituto Nacional de Dezembro.
Gestão de Bolsas de Estudo, anexo ao presente Diploma, do ARTIGO 3.º
qual é parte integrante. (Regime jurídico)
ARTIGO 2.º O INAGBE rege-se pelo disposto no presente estatuto e
(Classificação)
demais legislação aplicável.
O Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo, em
ARTIGO 4.º
função da sua missão eminentemente social, é um Instituto (Sede)
Público do Sector Administrativo ou Social.
O INAGBE tem a sua sede na Província de Luanda,
ARTIGO 3.º podendo estar representado nas demais províncias do País e
(Revogação)
no exterior, nos termos do presente estatuto e demais legis-
É revogada toda a legislação que contraria o disposto lação aplicável.
no presente Diploma legal, nomeadamente, o Decreto
ARTIGO 5.º
Presidencial n.º 75/12, de 4 de Maio. (Tutela)
ARTIGO 4.º
O INAGBE funciona sob tutela e superintendência do
(Dúvidas e omissões)
titular do Departamento Ministerial encarregue do plane-
As dúvidas e omissões suscitadas pela interpreta-
amento, orientação, coordenação e supervisão do Ensino
ção e aplicação do presente Diploma são resolvidas pelo
Superior.
Presidente da República.
ARTIGO 6.º
ARTIGO 5.º (Atribuições)
(Entrada em vigor)
Constituem atribuições do INAGBE as seguintes:
O presente Decreto Presidencial entra em vigor na data
a) Conceber propostas sobre a correcta execução e
da sua publicação.
materialização da política nacional do Executivo
Apreciado em Conselho de Ministros, em Luanda, aos
25 de Setembro de 2013. sobre atribuição de bolsas de estudo internas e
externas;
Publique-se.
b) Monitorar o processo de atribuição de bolsas de
Luanda, aos 21 de Outubro de 2013. estudo a nível nacional, por iniciativa de insti-
O Presidente da República, José Eduardo dos Santos. tuições públicas, público-privadas e privadas,
2912 DIÁRIO DA REPÚBLICA
a) Dirigir o Instituto e supervisionar todos os seus 4. O Director Geral é substituído, nas suas ausên-
serviços, orientando-os na realização das suas cias e impedimentos, pelo Director Geral-Adjunto que ele
atribuições; designar.
b) Garantir a articulação funcional com os serviços SECÇÃO III
Conselho Directivo
dependentes do organismo de tutela, cujo con-
teúdo de trabalho tenha relação directa com a ARTIGO 12.º
(Competências)
actividade do INAGBE;
O Conselho Directivo é o órgão colegial de natureza
c) Exercer o poder disciplinar, nos termos da lei;
deliberativa, que define as grandes linhas de actividade do
d) Propor ao titular do Departamento Ministerial de
INAGBE, ao qual compete o seguinte:
Tutela a nomeação e exoneração do pessoal do
a) Aprovar os instrumentos de gestão provisional e os
INAGBE, nos termos da lei;
documentos de prestação de contas do Instituto;
e) Avaliar o desempenho profissional dos quadros do
INAGBE, nos termos da lei; b) Aprovar a organização técnica e administrativa,
d) Comprovar a autenticidade dos documentos cons- O Departamento de Bolsas de Estudo Externas é o ser-
tantes em cada processo de candidatura instruído viço de natureza executiva, ao qual compete o seguinte:
para acesso a bolsa de estudo; a) Garantir que a administração da política de bolsas
e) Apresentar propostas sobre a correcta execução e de estudo externas se enquadre no contexto das
materialização da política nacional do Executivo leis e regulamentos em vigor;
sobre a atribuição de bolsas de estudo internas e b) Velar pelo cumprimento do estatuto de bolseiro,
externas; bem como pela observância de regras específi-
f) Promover a divulgação fundamentada à sociedade cas para estudantes estrangeiros em cada país;
sobre os procedimentos e critérios de acesso a c) Propor formas de melhoria do relacionamento
bolsas de estudos; funcional, com as entidades nacionais ou estran-
g) Criar uma base de dados com a identificação das geiras que concedem bolsas de estudo externas;
instituições que atribuem bolsas de estudo; d) Estabelecer articulação institucional com os ser-
h) Exercer as demais actividades que lhe forem con- viços de apoio ao estudante bolseiro no exterior
feridas por lei, e superiormente. do País;
2916 DIÁRIO DA REPÚBLICA
Ministerial de Tutela, sem prejuízo do Ministro do Ensino 3. A admissão de pessoal e o correspondente provimento
Superior, proceder a nomeação de outros que não integrem de lugares do quadro de pessoal será feita de forma progres-
esses Serviços, sempre nos termos da lei. siva, à medida das necessidades do INAGBE.
3. A organização e o funcionamento das SAE´s são regu-
CAPÍTULO IV
lamentados por Decreto Executivo Conjunto dos Ministros
Disposições Finais
do Ensino Superior e das Relações Exteriores.
ARTIGO 32.º
ARTIGO 27.º
(Regulamento interno)
(Serviços locais)
Os órgãos e serviços do INAGBE regem-se por regula-
1. Sempre que se justifique, o INAGBE poderá estar
mentos internos a aprovar nos termos do presente Estatuto e
representado a nível local por serviços provinciais.
demais legislação aplicável.
2. A criação dos serviços referidos no número anterior,
bem como a sua orgânica e funcionamento, deve obedecer ANEXO I
ao estipulado na legislação em vigor. Quadro de Pessoal a que se refere o artigo 31.º
Carreira Geral
CAPÍTULO III
Gestão Financeira, Patrimonial e de Pessoal Grupo de
Carreira Categoria/Função Perfil Profissional
N.º de
Pessoal Lugares
ARTIGO 28.º
Director Geral 1
(Fontes de financiamento)
Direcção
1. O Orçamento Geral do Estado constitui a principal Director Geral-Adjunto 2
fonte de financiamento para assegurar o funcionamento do
INAGBE e a outorga de bolsas de estudo internas e externas.
Chefia
Chefe de Departamento 8
2. Para além do disposto no número anterior, podem
existir outras fontes de financiamento, tais como doações Assessor Principal 1
provenientes de instituições públicas e privadas nacionais
ou estrangeiras, sempre nos termos da lei. Primeiro Assessor em Ciências de 2
Educação; Base
Técnico Superior
Base de Dados;
Tecnologias
seiros e demais encargos inerentes a estes. Técnico de 1.ª Classe Educativas; 2
Estatísticas
ARTIGO 30.º
(Património) Técnico de 2.ª Classe 3
Auxiliar
de 2.ª Classe
3.º Oficial 1
Auxiliar de Limpeza
1
Aspirante 1 Principal
Auxiliar de Limpeza
Escriturária-Dactilógrafa 2 -
de 1.ª Classe
Tesoureiro Principal - Auxiliar de Limpeza
-
de 2.ª Classe
Operário Qualificado
Tesoureiro de 1.ª Classe 1 1
Encarregado
Qualificado
Operário
Operário Qualificado de
Tesoureiro de 2.ª Classe - 1
1.ª Classe
Motorista de Pesados Operário Qualificado de
- 2
2.ª Classe
Administração
Principal
Operário Não Qualificado
-
Encarregado
Operário Não
1
Qualificado
Motorista de Pesados
Operário Não Qualificado
de 1.ª Classe -
2 de 1.ª Classe
Operário Não Qualificado
-
Motorista de Pesados de de 2.ª Classe
2.ª Classe
Motorista de Ligeiros
1
Carreira Especial
Principal
1 Grupo de N.º de
Motorista de Ligeiros Carreira Categoria/Função Perfil Profissional
Pessoal Lugares
de 1.ª Classe 2
Professor Titular Em Ciências de 1
Motorista de Ligeiros de Educação;
Carreira Docente do
Professor Associado 2
Ensino Superior
ANEXO II
A que se refere o artigo 31.º Organigrama
Considerando que nos termos das disposições do O presente Decreto Presidencial entra em vigor na data
artigo 31.º da Lei n.º 20/10, de 7 de Setembro e dos n. 1
os da sua publicação.
e 4 do Anexo II a esta Lei, o Titular do Poder Executivo Apreciado em Conselho de Ministros, em Luanda, aos
tem competências próprias e exclusivas para autorizar as 25 de Setembro de 2013.
contratações e as inerentes despesas de valores estimados Publique-se.
superiores a Kz: 1.000.000.000,00, e nos casos especiais Luanda, aos 21 de Outubro de 2013.
previstos no artigo 37.º, e no n.º 4 do mesmo Anexo II,
O Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
acima de Kz: 91.000.000,00;
Considerando que a fase prévia de preparação do pro-
REGIME JURÍDICO DE CONSTITUIÇÃO,
cedimento de contratação, nomeadamente a elaboração das ORGANIZAÇÃO, FUNCIONAMENTO
peças do procedimento tecnicamente correctas e adequadas E DE PROCEDIMENTOS DA UNIDADE
ao objectivo da satisfação da necessidade pública, consti- TÉCNICA DE NEGOCIAÇÃO
tui um momento procedimental essencial para o sucesso das
CAPÍTULO I
fases posteriores, que não se encontra regulamentado;
Objecto, Natureza, Âmbito de Aplicação e Funções
Tendo em conta que o actual modelo de condução, avalia-
ARTIGO 1.º
ção e negociação dos procedimentos de contratação pública, (Objecto)
aqui se incluindo os que caiem na alçada autorizativa do
O presente Decreto Presidencial estabelece o regime
Titular do Poder Executivo é prosseguido por entidades de
jurídico de constituição, organização, funcionamento e pro-
duração efémera, não promove uma gestão especializada, cedimentos de contratação pública da Unidade Técnica de
ágil, simples e racional dos mesmos; Negociação.
O Presidente da República decreta, nos termos da alí- ARTIGO 2.º
nea l) do artigo 120.º e do n.º 1 do artigo 125.º, ambos da (Natureza jurídica)
Constituição da República de Angola e do artigo 2.º da Lei A Unidade Técnica de Negociação é um serviço de
n.º 3/13, de 17 de Abril, o seguinte: carácter permanente que tem como tarefa fundamental a
ARTIGO 1.º preparação, condução, avaliação e negociação dos pro-
(Criação e dependência)
cedimentos de contratação pública, dotado de autonomia
1. É criado o serviço técnico especializado, denomi- administrativa para a celebração de contratos que se reve-
nado Unidade Técnica de Negociação para a preparação, lem necessários à prossecução das suas funções.
condução, avaliação e negociação dos procedimentos de ARTIGO 3.º
(Regime jurídico)
contratação pública, cujas respectivas decisões de contra-
tar e de autorização da inerente despesa estejam legalmente A Unidade Técnica de Negociação rege-se pelo presente
cometidas ao Titular do Poder Executivo, nos termos da Lei Diploma, bem como pelas disposições da Lei n.º 20/10, de
n.º 20/10, de 7 de Setembro. 7 de Setembro, Lei da Contratação Pública, e demais legis-
lação aplicável.
2. A Unidade Técnica de Negociação funciona sob
ARTIGO 4.º
dependência directa do Titular do Poder Executivo.
(Âmbito de aplicação)
ARTIGO 2.º
(Aprovação) 1. O presente Regulamento aplica-se aos processos de
contratação pública cuja decisão de contratar e de autoriza-
É aprovado o regime jurídico de constituição, organiza-
ção, funcionamento e de procedimento da Unidade Técnica ção da inerente despesa estejam, nos termos dos n.os 1 e 4 do
de Negociação, anexo ao presente Decreto Presidencial e Anexo II da Lei n.º 20/10, de 7 de Setembro, cometidas ao
que dele faz parte integrante. Titular do Poder Executivo.
2. Os processos de contratação pública referidos no
ARTIGO 3.º
(Dúvidas e omissões) número anterior são preparados, conduzidos, avaliados e
As dúvidas e omissões resultantes da interpretação e negociados, pela Unidade Técnica de Negociação, ainda que
aplicação do presente Decreto Presidencial são resolvidas a respectiva Entidade Pública Contratante seja um órgão ou
pelo Presidente da República. uma pessoa colectiva de direito pública distinta.
2920 DIÁRIO DA REPÚBLICA
3. Quando a Entidade Pública Contratante seja distinta 5. A concentração prevista no n.º 1 do presente artigo
do Titular do Poder Executivo, deve o titular daquela enti- e a proibição prevista no n.º 2, não impede que a Unidade
dade, para além da decisão de contratação e de autorização Técnica de Negociação solicite pontualmente às Entidades
da inerente despesa, solicitar igualmente ao Titular do Poder Públicas Contratantes que indiquem trabalhadores ao seu
Executivo que oficie a Unidade Técnica de Negociação serviço com a experiência e os conhecimentos técnicos que
no sentido desta desencadear o processo administrativo de em concreto se mostrem necessários, para a assessorar na
preparação do procedimento de contratação pública reque- preparação e posterior condução do procedimento, nomea-
rido, assegurando a sua condução, avaliação e negociação, damente na preparação das peças do processo e colaboração
até a fase final de preparação da proposta da decisão de em tudo o que se revelar necessário, prestando todos os
adjudicação. esclarecimentos e apoio requeridos.
4. As Comissões de Avaliação constituídas nos termos dos 6. A Unidade Técnica de Negociação pode igualmente
artigos 41.º e seguintes da Lei n.º 20/10, de 7 de Setembro, contratar terceiros para a assessorar nas suas funções.
para condução dos procedimentos de contratação pública ARTIGO 6.º
(Funções)
objecto do presente Decreto Presidencial, são constituídas
no seio da Unidade Técnica de Negociação e compostas por 1. A preparação dos procedimentos de contratação
membros escolhidos de entre os técnicos inscritos na Bolsa pública, prevista no n.º 1 do artigo 4.º, compreende a realiza-
de peritos e consultores, bem como por funcionários, técni- ção de todos os actos e operações que antecedem as decisões
cos e consultores deste serviço. de contratar e de autorização da inerente despesa, nomeada-
ARTIGO 5.º
mente a elaboração das respectivas peças do procedimento,
(Concentração das competências para a preparação, previstas nos artigos 45.º e seguintes, e no artigo 146.º, da
condução, avaliação e negociação)
Lei da Contratação Pública.
1. Nos procedimentos de contratação pública sujei- 2. O desempenho da função prevista no número ante-
tos ao presente Decreto Presidencial, a Unidade Técnica rior depende de instrução nesse sentido, do Titular do Poder
de Negociação assume e concentra em si as competências Executivo.
de preparação, condução, avaliação e negociação dos mes- 3. Quando a Entidade Pública Contratante do procedi-
mos, e todas as demais inerentes e necessárias à respectiva mento de contratação em concreto seja distinta do Titular
prossecução, sendo a única entidade envolvida nos mes- do Poder Executivo, a intervenção da Unidade Técnica de
mos, desde o momento do Despacho do Titular do Poder Negociação é ordenada pelo Titular do Poder Executivo,
Executivo que ordena a preparação e condução do procedi- na sequência de solicitação para esse efeito feita pelo titular
mento, na sequência da tomada das decisões previstas no da Entidade Pública Contratante, nos termos do n.º 2 do
n.º 3 do artigo 4.º, até ao momento da elaboração e comuni- artigo 4.º e do artigo 5.º
cação à respectiva Entidade Pública Contratante da proposta 4. A condução, avaliação e negociação dos procedi-
final de adjudicação. mentos de contratação pública objecto do presente Decreto
2. A concentração de competências prevista no número Presidencial compreende a prática de todos os actos de tra-
anterior é obrigatória, sendo vedado às Entidades Públicas mitação e de instrução previstos para cada tipo legal de
Contratantes, distintas do Titular do Poder Executivo, a procedimento na Lei n.º 20/10, de 7 de Setembro.
adopção de quaisquer actos tendentes à preparação e con- 5. São aplicáveis à Unidade Técnica de Negociação
dução de procedimentos de contratação sujeitos ao presente e às Comissões de Avaliação constituídas no seu seio, as
Decreto Presidencial. regras previstas na Lei n.º 20/10, de 7 de Setembro, para as
3. Exceptuam-se da proibição prevista no número Comissões de Avaliação.
anterior, os actos preparatórios relativos à inscrição do 6. Em anexo ao presente Regime é publicado o fluxo-
procedimento de contratação pública do contrato, que se grama geral dos procedimentos de preparação, contendo a
inscrevam na esfera de competências próprias da Entidade sucessão completa e ordenada de todos os actos que devem
Pública Contratante. ser praticados pela Unidade Técnica de Negociação, e os
4. São nulos os actos praticados em violação da proi- subsequentes fluxogramas, por remissão, dos procedimen-
bição estabelecida no n.º 2 do presente artigo, bem como tos de contratação pública previstos na Lei n.º 20/10, de 7
quaisquer contratos que sejam celebrados na sua sequência. de Setembro.
I SÉRIE — N.º 207 — DE 28 DE OUTUBRO DE 2013 2921
c) Comunicar ao Director, no mais curto prazo, qual- -Lei n.º 16-A/95, de 15 de Dezembro, sobre Normas do
quer motivo de força maior que o impeça de Procedimento e da Actividade Administrativa.
desempenhar as suas funções; 2. A competência para declarar o impedimento ou conhe-
d) Guardar sigilo relativamente a todos os factos de cer os pedidos de escusa ou suspeição, pertence ao Director
que tomar conhecimento no exercício das suas da Unidade Técnica de Negociação.
funções, durante e após o desempenho das mes- SECÇÃO II
Regime Orgânico Funcional
mas.
ARTIGO 14.º
2. É aplicável em toda a sua extensão o regime de impedi- (Comissão de Avaliação)
mentos previsto no artigo 28.º da Lei n.º 3/10, de 29 de Março,
1. Cada procedimento de contratação pública objecto do
Lei da Probidade Pública. presente Decreto Presidencial que seja promovido em con-
3. Sem prejuízo do disposto no número anterior, os creto é conduzido por uma Comissão de Avaliação designada
membros da Unidade Técnica de Negociação, bem como para esse efeito, constituída no seio da Unidade Técnica de
os peritos ou consultores, não podem exercer funções nos Negociação e cujos respectivos membros são escolhidos de
procedimentos pré-contratuais em que estejam em análise entre os técnicos inscritos na Bolsa de peritos e consulto-
propostas ou candidaturas apresentadas, ou em que interve- res e técnicos deste serviço reputados mais adequados ao
nham empresas ou entidades: exercício das respectivas funções, tendo em consideração os
domínios técnicos e do saber requeridos no procedimento de
a) Nas quais tenha exercido, no ano anterior à sua
contratação em concreto.
nomeação nestas funções, qualquer cargo ou
2. Quando nos termos dos documentos do concurso forem
actividade laboral;
exigidas habilitações profissionais ou técnicas específicas
b) Nas quais o cônjuge não separado de pessoas e aos candidatos ou para a correcta avaliação das propostas
bens, os descendentes, ascendentes e colaterais dos concorrentes, os vogais das Comissões de Avaliação
até ao segundo grau, detenham qualquer cargo devem, na medida do possível, possuir essas habilitações.
ou sejam titulares de qualquer participação no ARTIGO 15.º
(Designação e constituição)
capital social.
4. No prazo de um ano após a cessação de funções, os 1. A escolha dos membros da Comissão de Avaliação é
membros da Unidade Técnica de Negociação não podem efectuada por despacho do Titular do Poder Executivo, na
sequência da tomada da respectiva decisão de contratar e de
exercer cargos ou desempenhar qualquer actividade labo-
autorização da inerente despesa, sob proposta do Director.
ral nas empresas ou entidades a quem tenha sido adjudicado
2. A competência prevista no número anterior pode ser
contrato com a intervenção da Comissão de Avaliação de delegada no Director.
que fizeram parte. 3. A Comissão de Avaliação constitui-se na data do des-
5. Os membros da Unidade Técnica de Negociação não pacho que designa os seus membros.
podem participar, a qualquer título, na execução de contratos 4. A proposta de designação de técnicos da Bolsa de
que tenham sido adjudicados na sequência de procedimento Peritos e Consultores para integrar a Comissão de Avaliação
pré-contratual com a intervenção da Comissão de Avaliação pode ser efectuada pelo Director da Unidade Técnica de
de que fizeram parte. Negociação e assenta em razões de conveniência e de deci-
são técnica.
6. Previamente ao início de funções em Comissão de
ARTIGO 16.º
Avaliação, os respectivos membros assinam um termo (Momento da designação dos Membros da Comissão de Avaliação)
declarando, sob compromisso de honra, que não se encon-
A composição e constituição das Comissões de Avaliação,
tram sujeitos ao regime de incompatibilidades em qualquer
incluindo a designação do seu Presidente e dos peritos e
circunstância, susceptível de pôr em causa as garantias de
consultores, devem estar decididas antes da publicação do
imparcialidade referidas nos números anteriores.
anúncio do respectivo procedimento pré-contratual.
ARTIGO 13.º
ARTIGO 17.º
(Impedimentos)
(Composição)
1. O procedimento da verificação de impedimento ou 1. As Comissões de Avaliação são presididas pelo Director
da escusa e suspeição dos membros de uma Comissão de da Unidade Técnica de Negociação, ou por quem seja indi-
Avaliação é o constante dos artigos 19.º a 26.º, do Decreto- cado no despacho de designação previsto no artigo 15.º
I SÉRIE — N.º 207 — DE 28 DE OUTUBRO DE 2013 2923
2. As Comissões de Avaliação são compostas por um -contratual, nos termos do respectivo regime procedimental
mínimo de três membros efectivos e por um máximo de previsto na Lei n.º 20/10, de 7 de Setembro.
cinco e dois suplentes, nos termos do artigo 41.º, n.º 1, 2. A ordem de trabalhos de cada reunião do Júri é orga-
da Lei n.º 20/10, de 7 de Setembro. nizada e fixada segundo a marcha procedimental prevista na
3. Podem ser nomeados tantos peritos ou consultores Lei n.º 20/10, de 7 de Setembro.
quanto os que se considerem necessários e convenientes 3. Cabe ao Presidente, além de outras funções que lhe
para a boa condução do procedimento pré-contratual. estejam atribuídas, abrir e encerrar as reuniões, dirigir os tra-
4. A lista de membros da Comissão de Avaliação de um balhos e assegurar o cumprimento das leis e das deliberações.
determinado procedimento pré-contratual pode incluir ele- 4. O Presidente pode ainda suspender ou encerrar anteci-
mentos de outras Comissões de Avaliação, de procedimentos padamente as reuniões, quando circunstâncias excepcionais
pré-contratuais precedentes ou concomitantes. o justifiquem, mediante decisão fundamentada, a incluir na
5. O previsto no número anterior é igualmente aplicável acta da reunião.
aos Peritos e Consultores.
5. Nas suas ausências e impedimentos o Presidente é
ARTIGO 18.º
substituído pelo vogal mais velho.
(Início de funções)
ARTIGO 23.º
1. As Comissões de Avaliação iniciam o exercício das (Quórum Constitutivo)
suas funções no dia fixado no respectivo despacho de cons-
A Comissão de Avaliação reúne validamente quando
tituição e nomeação.
estiver presente a maioria dos seus membros efectivos.
2. Quando o despacho previsto no número anterior
ARTIGO 24.º
for omisso quanto ao início das funções, a Comissão de (Quórum deliberativo)
Avaliação inicia a execução das suas funções no dia útil sub-
1. As deliberações da Comissão de Avaliação são toma-
sequente ao envio do anúncio para publicação.
das pela maioria dos votos dos membros presentes, não
ARTIGO 19.º
(Cessação de funções) sendo admitidas abstenções.
As Comissões de Avaliação cessam as suas funções 2. Em caso de empate na votação, o Presidente tem voto
com o envio do relatório final para decisão da adjudicação de qualidade.
pelo órgão competente, nos termos da Lei da Contratação 3. É obrigatória a declaração de voto, nos votos de
Pública. vencido.
ARTIGO 20.º ARTIGO 25.º
(Competências) (Actas)
Para efeitos do funcionamento e da tramitação do res- De cada reunião é lavrada acta, que contém um resumo
pectivo procedimento de contratação pública, as Comissões de tudo o que tiver ocorrido nesta, designadamente, a data
de Avaliação exercem as competências próprias previstas e local da reunião, os membros presentes, os assuntos dis-
na Lei n.º 20/10, de 7 de Setembro, no presente Decreto cutidos, as deliberações tomadas, a forma e o resultado das
Presidencial e demais legislação aplicável, bem como as respectivas votações.
que lhe tenham sido expressamente delegadas pelo órgão
CAPÍTULO III
competente para a decisão de contratar no seu despacho de
Disposições Finais
constituição e nomeação de júri.
ARTIGO 26.º
ARTIGO 21.º
(Comunicações)
(Secretariado e Apoio Técnico)
1. A Unidade Técnica de Negociação tem secretariado e Todas as comunicações entre a Comissão de Avaliação
apoio técnico próprios. de cada procedimento de contratação pública para os inte-
2. A Unidade Técnica de Negociação assegura a cada ressados candidatos e concorrentes, são redigidas em
Comissão de Avaliação o secretariado e o apoio técnico português e efectuadas por carta registada com aviso de
necessários ao funcionamento das mesmas. recepção, quando a tramitação procedimental se faça em
SECÇÃO III suporte electrónico.
Regime Procedimental ARTIGO 27.º
(Quadro de pessoal)
ARTIGO 22.º
(Funcionamento das Comissões de Avaliação) 1. O quadro de pessoal da Unidade Técnica de Negociação
1. O Presidente da Comissão de Avaliação convoca todas é o que consta do mapa anexo ao presente Diploma e que
as reuniões necessárias à tramitação do procedimento pré- dele é parte integrante.
2924 DIÁRIO DA REPÚBLICA
2. O pessoal do quadro permanente fica sujeito ao regime 2.2.2 Caracterização da necessidade pública que se
geral da função pública. visa suprir com o contrato a celebrar;
3. O disposto no n.º 1 não prejudica a contratação de pes- 2.2.3 Cabimentação orçamental da inerente despesa;
soal qualificado para tarefas pontuais. 2.2.4 Escolha do tipo de procedimento, nos termos da
4. A admissão do pessoal e o correspondente provimento Lei n.º 20/10, de 7 de Setembro;
de lugares do quadro de pessoal permanente é feito de forma 2.2.5 Elaboração das Peças do Procedimento, de
progressiva. acordo com o tipo de procedimento escolhido;
5. Sempre que se mostrar necessário e em função da Se necessário, contratação de terceiros para elabora-
evolução e crescimento dos serviços, o quadro de pessoal ção das peças do procedimento.
referido no n.º 1 pode, mediante autorização do Titular do 2.2.6 Finalização das peças e demais documentos e
Poder Executivo, ser alterado. organização do processo para se iniciar o proce-
dimento de contratação pública;
ANEXO I
2.2.7 Escolha dos membros da “Unidade Técnica de
A que se refere o n.º 6 do artigo 6.º do Regime
de Constituição, Organização, Funcionamento Negociação” que, de acordo com as respectivas
e Procedimento da “Unidade Técnica de Negociação” aptidões e conhecimentos técnicos específicos,
e tendo em conta o contrato em causa no pro-
A — Fluxograma do processo administrativo de pre- cedimento de contratação, devem integrar a
paração do procedimento de contratação, em que a Enti- respectiva comissão de avaliação;
dade Pública Contratante é distinta do Titular do Poder 2.2.8 Decisão de Autorização do Contrato;
Executivo. 2.2.9 Decisão de aprovação das peças do procedi-
1. Momentos prévios: mento;
1.1. Inscrição e Previsão do contrato no Programa da 2.2.10 Decisão de Autorização da inerente despesa;
Entidade Pública Contratante; 2.2.11 Concomitantemente, decisão de nomeação da
1.2. Solicitação ao Titular do Poder Executivo, nos Comissão de Avaliação, de acordo com a pro-
termos dos n.os 1 e 4 do Anexo II da Lei n.º 20/10, posta de escolha referida em 2.2.7;
de 7 de Setembro, da autorização para contratar 2.2.12 Início das funções da “Comissão de Avalia-
ção”, de acordo com a data fixada na decisão
e autorização da inerente despesa;
referida em 2.2.11.
1.3. Simultaneamente, solicitação ao Titular do Poder
Executivo para que a preparação do procedi- B — Fluxograma dos procedimentos de contratação
mento e a ulterior condução seja efectuada pela pública previstos na Lei n.º 20/10, de 7 de Setembro —
“Unidade Técnica de Negociação”. remissão
2. Procedimento de preparação:
B.1 — Fluxograma do Concurso Público
2.1. Despacho do Titular do Poder Executivo que
Tramitação de acordo com a sequência de actos prevista
ordena ao Director da “Unidade Técnica de
nos artigos 59.º a 97.º da Lei n.º 20/10, de 7 de Setembro.
Negociação” a preparação do procedimento, na
B.2 — Fluxograma do Concurso Limitado por Prévia
sequência do Requerimento previsto nos pontos
Qualificação
1.2 e 1.3; Tramitação de acordo com a sequência de actos prevista
Este Despacho pode determinar a delegação de com- nos artigos 117.º a 128.º da Lei n.º 20/10, de 7 de Setembro,
petências próprias no Director. e respectivas remissões.
2.2. Preparação das decisões de contratar e de autori- B.3 — Fluxograma do Concurso Limitado sem
zar a inerente despesa: Apresentação de Candidaturas
2.2.1 Indicação pelo Director dos técnicos respon- Tramitação de acordo com a sequência de actos prevista
sáveis pela preparação das decisões; Início de nos artigos 129.º a 131.º da Lei n.º 20/10, de 7 de Setembro,
funções; e respectivas remissões.
I SÉRIE — N.º 207 — DE 28 DE OUTUBRO DE 2013 2925
Director Geral 1
REGIME JURÍDICO DA ACTIVIDADE
Direcção
e Chefia
CAPÍTULO I
Técnico Superior Primeiro Assessor 3 Disposições Gerais
ARTIGO 1.º
Assessor 3 (Objecto)
Técnico Especialista
O presente Diploma estabelece o Regime Jurídico da
Téc-
nico
Técnico 3
Principal Actividade de Inspecção, Auditoria e Fiscalização dos
Oficial Administrativo Órgãos e Serviços da Administração Directa e Indirecta do
Administrativo
2
Principal
Administrativa
Estado aos quais tenha sido cometida a missão de assegurar
1.º Oficial Adminis-
3 o exercício de funções de controlo interno e externo.
trativo
ARTIGO 2.º
Motorista de Ligeiros 2
(Designações)
Auxiliar
Estado aos quais tenha sido cometida a missão aos serviços da administração directa e indirecta do Estado,
de assegurar o exercício de funções de controlo bem como das administrações autónoma e independente a
interno ou externo; afectação de pessoal técnico especializado para acompanha-
b) «Órgãos ou Serviços de Inspecção», serviços da mento das acções de inspecção.
administração directa e indirecta do Estado aos 5. A violação dos deveres de informação e de coopera-
quais tenha sido cometida a missão de assegurar ção para com os órgãos e serviços de inspecção faz incorrer
o exercício de funções de controlo interno ou o infractor em responsabilidade disciplinar e criminal, nos
externo; termos da legislação aplicável.
c) «Pessoal de Inspecção», pessoal dos órgãos e ARTIGO 5.º
serviços referidos na alínea anterior que exerça (Dever de colaboração e pedidos de informação)
funções de inspecção, auditoria e fiscalização. 1. As pessoas colectivas públicas devem prestar aos
ARTIGO 3.º órgãos e serviços de inspecção toda a colaboração por estes
(Âmbito)
solicitada.
1. O presente Diploma aplica-se aos seguintes órgãos e 2. Os órgãos e serviços de inspecção podem solicitar
serviços de inspecção: informações a qualquer pessoa colectiva de direito privado
a) Inspecção Geral da Administração do Estado; ou pessoa singular, sempre que o repute necessário para o
b) Outros serviços de inspecção geral ou sectorial e apuramento dos factos.
de fiscalização integrados em Departamentos ARTIGO 6.º
Ministeriais ou em instituições públicas com (Colaboração entre órgãos e serviços de inspecção)
autonomia administrativa, técnica e financeira. Os órgãos e serviços de inspecção têm o dever de cola-
CAPÍTULO II borar entre si, de acordo com as respectivas atribuições e
Actividade de Inspecção competências legais, utilizando para tal os mecanismos que
SECÇÃO I se mostrem mais adequados.
Cooperação e Colaboração com outras Entidades SECÇÃO II
Procedimentos de Inspecção
ARTIGO 4.º
(Deveres de informação e cooperação pelas entidades inspeccionadas) ARTIGO 7.º
(Forma e planeamento das acções inspectivas)
1. Os serviços de administração directa e indirecta do
Estado bem como das administrações autónoma e indepen- 1. As acções inspectivas são ordinárias ou extraordiná-
dente e ainda as pessoas singulares e colectivas de direito rias, podendo assumir as formas de auditoria, inspecção,
público e privado objecto de acção inspectiva, encontram- inquérito, sindicância e averiguações.
-se vinculados aos deveres de informação e cooperação, 2. O disposto no número anterior não prejudica a rea-
designadamente fornecendo os elementos de informação lização de outras formas de intervenção consagrada sem
necessário ao desenvolvimento da actividade de inspec- legislação específica.
ção, nos moldes, suportes e com a periodicidade e urgência 3. Consideram-se ordinárias as acções de inspecção que
requeridos. constam de planos anuais elaborados pelo dirigente máximo
2. Os dirigentes e trabalhadores das entidades inspeccio- do órgão ou serviço inspectivo até 30 de Novembro do ano
nadas tem o dever de prestar, no prazo fixado para o efeito, anterior aquele a que respeitam e aprovados pelo órgão ou
todos os esclarecimentos, pareceres, informações e colabo- serviço.
ração que lhes sejam solicitados pelos órgãos e serviços de 4. Consideram-se extraordinárias as acções inspecti-
inspecção. vas determinadas por despacho do membro do Executivo
3. As entidades inspeccionadas devem dar a conhecer responsável pelo órgão ou serviço de inspecção ou pelo res-
aos órgãos e serviços de inspecção as medidas adoptadas na pectivo dirigente máximo.
sequência das acções de inspecção, designadamente o resul- ARTIGO 8.º
tado dos processos disciplinares instaurados em resultados (Regulamento do procedimento de inspecção)
do Inspector Geral ou do dirigente máximo deste órgão ou viço de inspecção pode determinar as providências previstas
serviço. na legislação sectorial aplicável e que, em cada caso, se jus-
ARTIGO 9.º tifiquem adequadas para prevenir ou eliminar tal situação.
(Autonomia técnica)
2. A competência prevista no número anterior pode ser
Os dirigentes dos órgãos e serviços de inspecção e o pes-
delegada nos dirigentes dos órgãos ou serviço de inspecção,
soal de inspecção gozam de autonomia técnica no exercício
sem faculdade de subdelegação.
das tarefas de inspecção que lhes sejam confiadas.
ARTIGO 14.º
ARTIGO 10.º (Conclusão do procedimento)
(Princípio da proporcionalidade)
1. No final de cada acção de inspecção, o inspector res-
No exercício das suas funções, os dirigentes dos órgãos
ponsável pelo procedimento elabora um relatório final e
e serviços de inspecção devem pautar a sua conduta pela
adequação dos seus procedimentos aos objectivos da acção. submete-o a decisão do dirigente máximo do órgão ou
notificados pelo inspector responsável pela acção de inspec- entidades objecto de inspecção, à legislação que lhes seja
ção, para a prestação de declarações ou depoimentos que se aplicável e aos fins que prosseguem.
julguem necessários. 5. Na sequência da homologação ministerial sobre os
2. A comparência, para prestações de declarações ou seus relatórios, os órgãos e serviços de inspecção assegu-
depoimentos em acções de inspecção ou procedimentos ram o respectivo encaminhamento para os membros do
disciplinares, de trabalhadores da administração directa e Executivo com responsabilidades de superintendência ou
indirecta do Estado, das administrações autónoma e indepen- tutela sobre as entidades inspeccionadas, bem como para o
dente, bem como de outros trabalhadores do sector público, dirigente máximo da entidade objecto de inspecção.
deve ser requisitada à entidade na qual exerçam funções. 6. Sem prejuízo do dever, do órgão ou serviço de ins-
3. A notificação para comparência de quaisquer outras pecção proceder ao acompanhamento do resultado das
pessoas para os efeitos referidos do número anterior pode
recomendações e propostas formuladas, as entidades
ser solicitada às autoridades policiais, observadas as dispo-
públicas visadas devem fornecer-lhe, no prazo de 60 dias,
sições aplicáveis do Código de Processo Penal.
contados a partir da data de recepção do relatório, informa-
4. Os órgãos e serviços de inspecção devem fazer cons-
ções sobre as medidas e decisões adoptadas na sequência da
tar no seu relatório anual de actividade quaisquer obstáculos
sua intervenção, podendo ainda pronunciar-se sobre o efeito
colocados ao normal exercício da sua actuação.
da acção.
ARTIGO 13.º
(Medidas preventivas) 7. Os órgãos e serviços de inspecção participam as enti-
1. Quando seja detectada uma situação de grave lesão dades competentes, nomeadamente ao Ministério Público,
para o interesse público, o dirigente máximo do órgão ou ser- os factos com relevância para o exercício da acção penal
2928 DIÁRIO DA REPÚBLICA
e contra-ordenacional, quando existam e na sequência da vel a realização da acção, para o que deve ser
homologação do relatório pelo Ministro de tutela. levantado o competente auto;
8. Os órgãos e serviços de inspecção devem ainda, por f) Solicitar nos termos da legislação em vigor a cola-
decisão do Ministro, e nos termos da Lei n.º 13/10, de 9 boração das autoridades policiais em casos de
de Julho, enviar ao Tribunal de Contas os relatórios finais recusa de acesso ou obstrução ao exercício da
das suas acções de inspecção que contenham matéria de acção de inspecção por parte dos destinatários,
interesse para acção daquele tribunal. para remover tal obstrução e garantir a realiza-
9. O disposto no presente artigo não prejudica a aplicação ção e a segurança dos actos inspectivos;
da legislação sectorial e de outros procedimentos determi- g) Solicitar a adopção de medidas cautelares necessá-
nados pelas necessidades de actuação directa dos órgãos e rias e urgentes para assegurar os meios de prova,
serviços de inspecção. quando tal resulte necessário, nos termos do
Código de Processo Penal;
CAPÍTULO III
Garantias do Exercício da Actividade de Inspecção h) Obter, para auxílio nas acções em curso nos mesmos
ARTIGO 15.º
serviços, a cedência de material e equipamentos
(Garantias do exercício da actividade de inspecção) próprios, bem como a colaboração de pessoal
No exercício das suas funções, os dirigentes dos órgãos que se mostrem indispensáveis, designadamente
e serviços de inspecção e o pessoal de inspecção gozam das para o efeito de se executarem ou complementa-
seguintes prerrogativas: rem serviços em atraso de execução, cuja falta
a) Direito de acesso e livre-trânsito, nos termos da lei, impossibilite ou dificulte aquelas acções;
pelo tempo e no horário necessário ao desem- i) Utilizar nos locais inspeccionados, por cedência
penho das suas funções, em todos os serviços das respectivas entidades inspeccionadas, insta-
sujeitas ao exercício das suas atribuições; para o desempenho das suas funções;
b) Requisitar para exame, consulta e junção aos j) Trocar correspondência, em serviço, com todas as
entidades públicas ou privadas sobre assuntos de
autos, livros, documentos, registos, arquivos e
serviço da sua competência;
outros elementos pertinentes em poder das enti-
k) Proceder, por si ou com recurso a autoridade
dades, cuja actividade seja objecto da acção de
policial ou administrativa, e cumpridas as for-
inspecção;
malidades legais, as notificações necessárias ao
c) Recolher informações sobre as actividades inspec-
desenvolvimento da acção de inspecção;
cionadas, proceder a exame a quaisquer vestígios
l) Ser considerado como autoridade pública para efei-
de infracções, bem como a perícias, medições e
tos de protecção criminal.
colheitas de amostras para exame laboratorial;
ARTIGO 16.º
d) Realizar inspecções, com vista a obtenção de (Meios de identificação profissional)
elementos probatórios, aos locais onde se 1. Os dirigentes dos órgãos e serviços de inspecção e o
desenvolvem actividades sujeitas ao seu âmbito pessoal de inspecção têm direito a cartão de identificação
de actuação e passíveis de consubstanciar acti- profissional e de livre-trânsito próprio, de modelo a aprovar
vidades ilícitas, sem dependência de prévia por despacho do Ministro responsável pelo órgão ou serviço
notificação; de inspecção respectivo, que devem exibir no exercício das
e) Promover, nos termos da legislação aplicável, a suas funções.
selagem de quaisquer instalações, bem como a 2. O restante pessoal dos órgãos e serviços de inspec-
apreensão de documentos e objectos de prova ção dispõe de cartão de identificação de modelo a aprovar
em poder das entidades inspeccionadas ou do por despacho do Ministro responsável pelo serviço ou orga-
seu pessoal, quando isso se mostre indispensá- nismo inspectivo respectivo.
I SÉRIE — N.º 207 — DE 28 DE OUTUBRO DE 2013 2929
3. A identificação dos dirigentes dos órgãos e serviços b) Efectuar quaisquer acções de natureza inspectiva
de inspecção e o pessoal de inspecção pode ainda ser feita ou disciplinar em serviços, organismos e empre-
mediante exibição de crachá, cujo modelo é aprovado por sas onde tenham exercido funções há menos
despacho do Ministro responsável pelo órgão ou serviço de de três anos ou onde as exerçam em regime de
inspecção respectivo. acumulação;
ARTIGO 17.º c) Aceitar hospedagem, onerosa ou gratuita em
(Porte de arma)
estabelecimento que seja propriedade de titu-
Os titulares da função Executiva, os dirigentes e pes- lares dos órgãos ou dirigentes das entidades
soal da carreira técnica de inspecção da Inspecção Geral da inspeccionadas quando estas sejam objecto de
Administração do Estado têm direito a uso e porte de arma qualquer acção de natureza inspectiva.
de defesa pessoal, sem dispensa da respectiva licença. 3. Na decisão dos pedidos de acumulação de funções
ARTIGO 18.º de inspecção com qualquer função, remunerada ou não,
(Apoio em processos judiciais)
os dirigentes dos órgãos de serviços de inspecção devem
1. Os dirigentes dos órgãos e serviços de inspecção e o ponderar os riscos para a imparcialidade do pessoal de ins-
pessoal de inspecção que sejam arguidos ou partes em pro- pecção decorrentes do exercício de funções em entidades
cesso contra-ordenacional, disciplinar ou judicial, por actos integradas no âmbito de intervenção do respectivo serviço
cometidos ou ocorridos no exercício e por causa das suas de inspecção.
funções, têm direito a serem assistidos por advogados indi- ARTIGO 20.º
(Sigilo profissional)
cados nos termos da lei, pelo dirigente máximo do órgão
ou serviço de inspecção, ouvido o interessado, retribuído a 1. Para além da sujeição aos demais deveres ineren-
tes ao exercício das suas funções, os dirigentes, o pessoal
expensas dos organismos correspondentes.
de inspecção e todos aqueles que com eles colaborem são
2. O pessoal referido no número anterior tem ainda
obrigados a guardar sigilo sobre as matérias de que tiverem
direito ao pagamento das custas judiciais, bem como a trans-
conhecimento no exercício das suas funções ou por causa
portes e ajudas de custo, quando a localização do tribunal ou
delas, não podendo divulgar ou utilizarem em proveito pró-
das entidades judiciais o justifique.
prio ou alheio, directamente ou por interposta pessoa, o
3. As importâncias eventualmente despendidas ao abrigo
conhecimento assim adquirido.
do disposto nos números anteriores devem ser reembolsadas
2. A violação do sigilo profissional pode implicar a apli-
pelo funcionário ou agente que lhes deu causa, no caso de
cação de sanções disciplinares, determináveis em função da
condenação em qualquer dos processos referidos no n.º 1 do
sua gravidade, sem prejuízo da responsabilidade civil ou cri-
presente artigo.
minal que dela possa resultar.
CAPÍTULO IV 3. O dever de sigilo profissional mantem-se após a ces-
Regime de Incompatibilidades e Impedimentos
sação das funções.
ARTIGO 19.º
(Incompatibilidades e impedimentos) CAPÍTULO V
Organização Interna dos Órgãos de Inspecção
1. O pessoal dos órgãos e serviços de inspecção estão
ARTIGO 21.º
sujeito ao regime geral de incompatibilidades e impedimen- (Áreas territoriais de inspecção)
tos vigentes na Administração Pública. 1. O dirigente máximo pode definir áreas territoriais de
2. Encontram-se ainda vedados ao pessoal de inspecção inspecção, como objecto de agilizar e diversificar a interven-
o seguinte: ção dos inspectores, assegurando uma melhor distribuição,
a) Efectuar quaisquer acções de natureza inspectiva coordenação e qualidade de trabalho.
ou disciplinar em serviços, organismos e empre- 2. No despacho que define as áreas territoriais de inspec-
sas onde exerçam funções ou prestem serviços a ção, o dirigente máximo pode ainda fixar, obtido o acordo do
parentes seus ou afins em qualquer grau da linha funcionário ou agente, um domicílio profissional distinto do
recta ou até ao 3.º grau da linha colateral; da respectiva sede.
2930 DIÁRIO DA REPÚBLICA
O Presidente da República, José Eduardo dos Santos. 2.º — A Comissão é apoiada por um Grupo Técnico
constituído por representantes dos organismos referidos no
Despacho Presidencial n.º 104/13 ponto 1.º do presente Despacho.
de 28 de Outubro 3.º — A Comissão ora criada tem, dentre outras, as
Considerando que, no âmbito do Plano Nacional de seguintes tarefas:
Desenvolvimento 2013-2017, o Executivo, através do a) Efectuar o levantamento do quantitativo de pro-
Ministério do Comércio, tem como tarefa primordial a dutos nacionais com excedentes de produção,
implementação de uma política comercial estratégica; que numa primeira fase deverão ser protegidos
I SÉRIE — N.º 207 — DE 28 DE OUTUBRO DE 2013 2931
(frutas, hortícolas, tubérculos, raízes, sal, café, produção nacional com elegibilidade para o regime de quo-
mariscos, crustáceos, águas minerais, cervejas e tas e a proposta de barreiras não tarifárias que o País deve,
refrigerantes); numa primeira fase, adoptar no prazo de 90 (noventa) dias,
b) Avaliar o tipo de barreiras não tarifárias que o a contar da data da entrada em vigor do presente Diploma.
País deve adoptar para a protecção da produção 5.º — As dúvidas e omissões resultantes da interpretação
nacional, de acordo com as normas da OMC e aplicação do presente Diploma são resolvidas pelo Titular
(tarifa sazonal, preferências tarifárias e quotas do Poder Executivo.
tarifárias); 6.º — O presente Despacho Presidencial entra em vigor
c) Avaliar o impacto da aplicação de quotas de impor- na data da sua publicação.
tação para o fomento da produção nacional,
Publique-se.
assim como junto do consumidor final.
4.º — O Coordenador da Comissão deve apresentar ao Luanda, aos 24 de Outubro de 2013.
Titular do Poder Executivo o relatório do diagnóstico da O Presidente da República, José Eduardo dos Santos.