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Prophecy
Fonte: Veritas Society Forum
Tradução: Agammenon Anydoros
Revisão e Edição: K.G.Gomes
Introdução
Esta será uma lição longa, portanto, ao trabalho. Não pule partes por causa de seu
tamanho. Leia cada palavra dela, e tome notas diligentemente.
A predominante abordagem à magia, nos dias atuais, deve ser abolida. O processo
iniciatório dos maçons e a ideia do avanço espiritual através apenas do conhecimento
devem ser deixados como relíquias do passado. Como a Jnana Yoga atesta, e como
Francis Bacon declara, existe, certamente, poder no conhecimento. Porém, o melhor
poder é aquele ganhado da prática e, consequentemente, da experiência. Um pouco de
prática valem muitos livros. Essa deve ser a ideia predominante dos anos vindouros, se a
humanidade quiser reviver a irmandade de magos no mundo e redistribuir a carga de
trabalho espiritual que, no momento, cai quase inteiramente nos ombros de iogues.
A Primeira Razão
Treinamento Inadequado em Ordens Modernas
Essas ordens iludidas criaram muitos iniciados igualmente ou até mais iludidos.
Um número considerável deles publicou livros, muitos dos quais agora são considerados
clássicos do ocultismo no mundo da literatura ocidental ocultista. Em alguns casos,
esses livros tinham riqueza de informação teórica, mas a maioria deles não tinha quase
um momento de percepção prática. O aspirante esperançoso é levado a folhear um livro
de centenas de páginas, para perceber que ele não absorveu nada dele além de filosofia.
Até mesmo os livros chamados de “teoria e prática” deveriam ser renomeados para
“teoria e possível aplicação ritual”.
Isso pode parecer uma afirmação iconoclástica. Ela é, e com razão, porque a
iconologia da magia está falhando gravemente. Portanto, o que não produz resultados
deve ser jogado de lado. “E agora também o machado é enterrado nas raízes das
árvores: desse modo, qualquer árvore que não traga bons frutos é cortada, e jogada
no fogo. (Mateus 3:10)”. A série de ações à qual a magia ocidental foi levada não trouxe
muitos frutos. Essas ações produziram pseudo-iniciados que conseguem executar
truques de salão, que eles, erradamente, chamam de magia. Enquanto magos de cadeira
estiveram gastando seu tempo, exercitando suas mentes com teorias e filosofias, o
trabalho prático que realmente cria um mago esteve apodrecendo. Quem pode culpá-los,
quando cada livro que lêem diz que precisam saber essa ou essa outra palavra hebraica
ou magia simbólica para serem efetivos? Tudo isso compõem as armadilhas postas para
o teste de iniciados, testes nos quais essas “autoridades” não passaram.
O que exatamente essas ordens estão fazendo de errado? Seus dois problemas
principais foram que eles tentaram ensinar aos iniciados a correr antes de mostrá-los
como engatinhar e andar, e eles não incluíram o desenvolvimento do caráter como parte
de seu treinamento. O aspirante egoísta, glutão, e de pavio curto, entraria na ordem
como neófito, e sairia como um “adepto” ainda contendo essas falhas de caráter. Eles
são todos capazes de pequenos feitos de magia, e pelo fato de o nível ser baixo, pensam
que são adeptos.
A Segunda Razão
Manuscritos originais Sobrestimados
Um número das ordens populares que surgiram no século 19 estilizou uma parte
de suas práticas e rituais, baseando-se em coisas que não continham, na verdade, o valor
atribuído a elas. Desses manuscritos, talvez aquele que foi mais usado (e abusado) foi o
Livro Egípcio dos Mortos. Embora seja uma bela série de rituais e de invocações, os
fundadores de uma pretensa ordem oculta não deveriam precisar de se basear em
antigos pergaminhos empoeirados e da interpretação de seus hieróglifos para serem
capazes de ensinar magia! Se a fonte deles para muitas de suas práticas e filosofias vem
de tais coisas, então isso só serve para demonstrar que eles não tinham experiência
prática real através da qual organizavam seus ensinamentos, e não eram treinados por
adeptos verdadeiros que podiam iniciá-los numa linha de sucessão de mestre e
discípulo. Simplesmente o fato de se ler algo que está disponível num Museu de História
Egípcia nunca poderia ser o suficiente para permitir que alguém iniciasse uma ordem
ocultista.
O Livro Egípcio dos Mortos não foi a única coisa atacada pela ignorância dos
autoproclamados adeptos, no entanto. Sua hostilidade os levou também ao coração de
Jerusalém, onde eles se uniram, com suas facas, para despejar terror sobre a Cabala.
Usando dois ou três textos hebraicos pobremente traduzidos, eles presumiram ter
diante deles informação cabalística suficiente para uma compreensão do sistema inteiro.
Assim sendo, eles roubaram uma pequena parte desse sistema glorioso de misticismo e
a levaram de volta a suas ordens, onde eles tentaram ao máximo fazer com que um
fragmento se parecesse com algo completo.
A Terceira Razão
A Corrupção da Magia para a Realização de Desejos Pessoais
Por causa da obsessão com os pequenos mistérios, que podem ser aprendidos até
antes de alguém ter alcançado um caráter iluminado, as pessoas se tornaram satisfeitas
com o aperitivo e esqueceram até que a entrada principal exista. O resultado disso é que
o termo “magia” tomou um significado ambíguo, que nunca pretendeu de ter: na mão
esquerda, refere-se simplesmente à mudança de acordo com a vontade, e, na mão
direita, significa a perseguição da evolução espiritual. Se o mundo fosse um lugar bom e
o último significado de magia o mais bem conhecido, todos compreenderiam que a
magia é uma maneira de se buscar Deus. Esse não é o caso, contudo, e o mundo é um
lugar predominantemente egoístico. Assim, a mais comum compreensão do quê magia
significa é fenomenalmente egoísta e corrompida. Através da graça de Deus, o século
por vir verá uma evolução acontecer dentro do mundo da magia, no qual esse grande e
glorioso caminho será exaltado à sua altura correta em seu mérito espiritual.
A Quarta Razão
Preguiça
Formas de magia que estão surgindo hoje estão refletindo essa preguiça. As
pessoas estão tentando convencer outras de que a magia pode ser um esporte de um tipo
fácil, e que tudo estará bem. O que eles estão ganhando? Eles estão convencendo
pessoas de que magia não é real, porque, depois de tentarem essas tentativas
preguiçosas e não verem nenhum resultado, proclamam que, uma vez, tentaram fazer
magia e descobriram que era tudo mentira. Nunca diriam que talvez eles só estivessem
sendo preguiçosos. O homem comum se levanta orgulhosamente e grita, “Eu, com
certeza, não sou o problema!”.
Não espere ter uma boa colheita sem primeiro trabalhar o solo e cultivar as
plantas com cuidado. Não espere ter uma boa refeição sem primeiro cozinhá-la. Não
espere chegar a um lugar distante sem viajar até lá. O universo não é mau; mas ele não
atenderá à sua egoística letargia.
A Quinta Razão
Egomania
A quinta razão que eu observei como fonte dos problemas de hoje na magia, é a
egomania geral que infesta o mundo ocidental. No mundo de hoje, somos
constantemente ensinados a sermos individuais, que ser único é o sonho humano, que
você é especial e diferente de todo mundo, e que tudo isso é bom e verdadeiro.
Infelizmente, o incorreto nessas auto-afirmações é uma ligação fenomenalmente
resistente à falsa percepção de quem se é. As pessoas se tornaram absolutamente
investidas em suas cascas de ego que permeiam a parte mais externa de sua
personalidade, e a defendem selvagemente.
Um dos medos mais comuns que as pessoas têm no que diz respeito à evolução
espiritual é a perda de auto-identidade. Esse medo é baseado sobre duas percepções
inteiramente falsas: a falsa percepção do que a iluminação é, e a falsa percepção de si
mesmo. Quando esses dois se unem, um medo intrínseco surge, colocando muralhas
entre a mente e a ideia de realização espiritual. Em algum ponto, as pessoas colocaram
em suas cabeças que a destruição do ego é a destruição de sua personalidade, de seu
caráter, e isso é, simplesmente, não verdadeiro. É, na realidade, simplesmente, a
purificação do seu caráter, de modo que se eliminem os vícios e defeitos maiores,
removendo-se assim o desequilíbrio espiritual. O problema real surge quando alguém é
tão defensivo de sua personalidade que defenderá até mesmo seus vícios. Eles dirão
coisas como “Claro, eu sou um mentiroso crônico, mas isso é quem eu sou, é assim que
Deus me fez”. Tal ideia é inteiramente sem fundamento. Você não é um mentiroso
crônico, porque, em sua essência, você é Deus. Apenas sua casca de ego mais externa é
mentirosa, e não foi porque Deus o fez, mas por causa de suas ações que você,
conscientemente, escolheu perseguir. Contudo, as pessoas não aceitarão isso.
Deveria ser suficiente, nesse meio tempo, enfatizar que aspirantes nunca são
postos em algum programa de lavagem cerebral que faz com que eles pensem e ajam de
um modo determinado. Isso não poderia ser mais verdadeiro. Cada pessoa tem uma
personalidade absolutamente única, e essa personalidade é uma expressão muito real do
próprio Deus. Desse modo, todos são um avatar, uma manifestação de uma
Personalidade Divina. A diferença entre uma pessoa comum e um santo realizado,
porém, é a de que a pessoa comum turvou e sujou sua personalidade divina com uma
lama imunda, enquanto o santo realizado poliu sua alma de modo que sua verdadeira
personalidade pudesse brilhar. Você não é quem pensa que é! As pessoas acreditam que
são tão velhas quanto seus corpos físicos, mas, na verdade, você é muito mais velho.
Pelo fato de que a única personalidade que você pode lembrar é aquela em seu presente
corpo, que tem apenas alguns anos de idade, você pensa que é você. A verdade é que
você tem uma personalidade universal, uma personalidade muito única, sendo a única
expressão total de Deus em essa forma exata, que esteve por aí por muito mais tempo do
que o seu corpo. Deslocar a sua identidade de si mesmo da falsa percepção de seu corpo,
para o supremo local de sua alma, é a meta da Grande Obra, a Verdadeira Alquimia.
Para fazer isso, você deve remover gradualmente a lama que se acumulou como um
grosso muco sobre sua alma, de modo que você se torne o você verdadeiro, em vez de
esse você mortal e temporário. A personalidade que você tem neste momento tem todas
as virtudes positivas da sua alma, mas você adicionou a elas os vários vícios e defeitos
que você adquiriu nesta e nas últimas encarnações. A sua personalidade pode ser vista
como uma parede cheia de buracos. A luz que brilha através desses buracos é sua
personalidade real, enquanto o resto da parede é a imundície e o muco com o qual você
se cobriu. A meta da sublimação pessoal é fazer com que o seu inteiro ser brilhe com
pura luz.
Isso é, como muitos assuntos do oculto são, uma coisa difícil de ser explicada se
usando a linguagem humana. Até com a explicação acima, será difícil, até para os mais
inteligentes leitores, absorverem exatamente o que eu estou tentando dizer, até se
pensam que compreendem. É algo que deve ser experimentado individualmente para
saber, e, portanto, eu evitarei qualquer discussão compreensiva sobre isso.
A Sexta Razão
A Destruição da Sucessão de Mestre e Discípulo
Uma razão para essa substituição, que deveria agora ser óbvia ao leitor, é o fato
de que as pessoas hoje simplesmente não gostam da ideia de um professor, de um guru.
Um mentor é, às vezes, bem recebido, mas apenas sob a exigência de que o mentor não
seja saudado com muita apreciação, e a de que ele possa ser facilmente afastado. O ego
da maioria das pessoas as leva a odiar a ideia de serem subservientes a um verdadeiro
professor, por até mesmo pouco tempo, para assegurarem sua evolução espiritual. Isso
as faria sentir menos sagradas que o guru, o que, de fato, elas são, e isso machucaria
demais os seus egos. Dessa forma, elas não tolerarão isso.
Isso tudo fez com que muitos autores de hoje não tenham recebido treinamento
legítimo de um professor verdadeiro. O conhecimento que eles apresentam em seus
livros é, simplesmente, a mesma informação reprocessada que qualquer um poderia
armazenar com tempo suficiente numa biblioteca, e eles, portanto, não se tornaram
melhores que seus predecessores uma centena de anos atrás, os quais pensavam ser
adeptos simplesmente por causa de sua habilidade de compilar a informação disponível.
Tais autores, assim, começaram uma tendência que infectará totalmente os autores do
amanhã, e, dessa maneira, solidificará essa tendência infeliz e autodestrutiva. Eu rezo
seriamente para que, no futuro, mais adeptos que tenham passado por treinamento real
nas mãos de um professor treinado dêem um passo à frente e passem os ensinamentos
de seus mestres para o mundo. Até se isso acontecesse, cada livro deveria dizer dentro
de suas páginas o que eu estou precisamente para dizer: embora o conhecimento ajude e
ilumine a mente, a iluminação da alma deve ser recebida de um bom professor.
Por que você não pode fazer tudo sozinho? Por que você não pode ser aquele
“lobo solitário” sobre o qual você ouviu falar? Aquele lobo solitário e durão que nunca
precisa da ajuda de ninguém? Supere você mesmo. Você não pode fazer isso sozinho
porque você nem sabe o que fazer ou onde começar, e se você soubesse, você não
entenderia como fazê-lo mesmo assim. Se você pode derrotar o seu ego o suficiente para
admitir isso, então você pode ainda ter esperança para o Reino de Deus. Se não, então
você está muito mais interessado em si mesmo do que em Deus. Um livro pode sugerir
lugares para começar, pode fornecer fórmulas e técnicas práticas (embora poucos, muito
poucos o fazem) e podem até suprir uma rotina de treinamento completa. Até se você
tenha esses livros memorizados, a quem você se voltaria quando um obstáculo surgisse
que você não pudesse superar intelectual ou espiritualmente? Se você, embora com
treinamento rigoroso, não visse resultados, como adivinharia o porquê disso? De qual
lugar você receberia a informação que nunca foi antes publicada? Além disso, você seria
forçado a aceitar a legitimidade de qualquer sistema de treinamento ou séries de
informação, baseado inteiramente sobre a sua própria crença. Quando você tem um
bom professor que está lhe iniciando diretamente, numa linha de mestre e discípulo, na
magia genuína, então você tem alguém para se referir como um modelo e um exemplo.
Você consegue ver quão efetiva essa abordagem à magia é, toda vez que você vê o seu
professor. Através das ações dele, você pode decidir se o sistema é válido ou não. Dessa
forma, o professor destruirá níveis de dúvida que, frequentemente, infectam pessoas
que se submetem ao que agora é popularmente chamado de “autoiniciação”.
Urgaya o invocou e ordenou que, enquanto estivesse aqui, ele lançasse ao mundo
os primeiros três dos vinte e dois estágios de iniciação da Fraternidade Branca. Ele o fez,
mas, do mesmo modo que Veos e eu fizemos, ele suavizou o sistema consideravelmente,
para alcançar e ajudar o maior número possível de pessoas, enquanto tomava como
estudantes pessoais aqueles poucos que estavam prontos para os ensinamentos mais
sérios. O resultado desse serviço altruísta foram os três livros que ele escreveu, que
foram feitos para levar o estudante até o ponto em que ele atraia um mestre espiritual
que o inicie nos Grandes Mistérios. Embora essa trilogia seja excelente, particularmente
seu primeiro livro, O Caminho do Adepto, eles ainda contém todas as inibições que um
livro traz. Você não pode perguntar questões ao livro, não pode receber experiências
espirituais dele, não pode chorar nos seus ombros quando o mundo parece ter se
voltado contra você. O livro não irá assumir o seu karma para te ajudar, não limpará
suas nadis e trabalhar nos seus chakras, não imergirá você, amavelmente, em sua
própria aura. Acima de tudo, não servirá como um canal de mediação entre sua
Kundalini pequena e a Kundalini Cósmica superior.
A Sétima Razão
A Remoção de Deus da Situação
Existe uma ninhada particular de ateístas que é mais divertida que todas as
outras. É uma ninhada relativamente nova, que apareceu apenas neste século passado.
Esse tipo de pessoa é um ateísta que acredita que fenômenos espirituais são, na verdade,
fenômenos físicos num nível altamente refinado, e dessa forma buscam explicações para
as coisas espirituais. Eles não negarão que as energias dos elementos, por exemplo,
existem. Eles simplesmente pensarão em alguma teoria absurda e estúpida de como
essas energias são apenas divisões de uma substância mental física, mas enormemente
refinada, e que suas qualidades atribuídas são algum tipo de ilusão. Eles dirão que
espíritos são as expressões externas de arquétipos subconscientes na psique, e sugerem
que, quando eles são conjurados à aparência visível, tudo que está ocorrendo é
auto-hipnotismo. Essa estranha espécie de pessoa fará tudo pelo motivo de ser capaz de
sugerir que Deus não existe, que mundos espirituais não são reais, que não existe alma,
etc, etc.
É óbvio ao iniciado que qualquer pessoa que se submeta ao treinamento
adequado possa provar a si mesma além de qualquer possibilidade de dúvida que
espíritos não são arquétipos pessoais, que mundos espirituais existem, que existem
energias externas diferenciadas, que a alma é real e imortal, e que Deus é uma verdade
eterna. Qualquer pessoa que sugere ao contrário está fazendo-o do ponto de vista da
teoria e especulação somente, e não tem base prática na magia. Embora o iniciado
devesse sempre mostrar respeito sobre a opinião da outra pessoa, de modo a não causar
conflito imediato e desconforto, ele não deveria permitir ser persuadido por tais
argumentos. Frequentemente, essas pessoas são ótimas em argumentar e debater, mas
não podem fazer quase nada a esse respeito com magia verdadeira. Dessa forma,
deixe-os falarem a si mesmos enquanto você quietamente volta a sua mente à meditação
sagrada.
Eu estou relembrando essas coisas não para glorificar a mim mesmo, mas para
ajudar a ilustrar este assunto. Embora eu demonstrasse essas aparentemente
“maravilhosas” ocorrências, sem pouco esforço meu, eu rudemente exibia a magia aos
meus estudantes como um prêmio por sua devoção duradoura aos meus ensinamentos,
e, mesmo assim, essas coisas não preveniam suas mentes de, às vezes, duvidar que
magia não existia. Pouco menos de um mês depois do incidente com o tornado, um dos
meus estudantes melancolicamente veio a mim e confessou que ele estava tendo de lutar
com a dúvida, porque ele nunca tinha visto antes um poder mágico. Numa classe do
Veritas quatro anos atrás, eu tive um estudante para o qual, um dia, eu mandei uma
mensagem e informei que ele estava desenvolvendo uma infecção de sinus. Sendo
alguém que duvida por natureza, ele decidiu não tomar nenhum remédio. Quatro dias
depois, ele pegou uma infecção de sinus, e, num instante, eu o curei da infecção
completamente. Eu não consegui mais informações desse estudante, que terminou
aquela classe como um estudante de magia muito devotado, por um longo tempo depois
que a classe terminou. Eu descobri, poucos meses atrás, que, pouco depois da minha
classe terminar, ele decidiu que eu era uma fraude e um mentiroso, e que eu não tinha
habilidade mágica ou consciência elevada, e que ele estava convencido de que magia em
si pudesse nem ser real.
Mas, voltando ao assunto à mão, é uma grande má sorte ao mundo dos aspirantes
sinceros que esses mesmos ateístas estão realmente se juntando para formar sistemas
de “magia” juntos, embora esses, na realidade, sejam feitiçaria astral no máximo. Ao
fazê-lo, eles estão apelando aos lados animalistas e mundanos da consciência do ego que
governa sobre os não iniciados antes de alma ter uma chance de se agarrar a algo
significativo. Por tais sistemas de feitiçaria não terem nenhuma ênfase real na moral,
por eles não terem ideia nenhuma de Deus ou de avanço espiritual, as pessoas estão se
unindo para achar uma desculpa para praticar o que eles pensam que é magia sem ter de
desistir de seus modos pecaminosos de viver. Tais pessoas adoram se ostentar, dizendo
“Eu descobri que magia é tão efetiva sem o componente espiritual desnecessário”. Eu
juro a todos vocês, pelo meu grande amor por essa ciência, que, nos meus anos de
magia, eu nunca encontrei, nunca mesmo, nenhum estudante dessa escola de feitiçaria
que poderia produzir até a mais simples das demonstrações mágicas. Eu nunca descobri
um estudante dessa escola que possuísse alguma das faculdades mágicas a um grau
demonstrável ou talvez significativo. Por quê? Porque eles estão praticando ideias, não
verdades. Eles estão tentando fazer com que o universo satisfaça os seus próprios
desejos egoísticos, em vez de quererem sacrificar qualquer coisa que seja para se
tornarem magos reais.
A Oitava Razão
Charlatões
Bem como fizeram no início dos anos 1900, médiuns começaram a ir e vir e a
escreverem pilhas de lixo para encherem as estantes das livrarias modernas. Essas
pessoas, que são normalmente tão boas em enganar a si mesmas quanto a enganar os
outros, lançam livro após livro. Eles escrevem centenas de páginas, e ainda, de alguma
forma, não dizem nada nelas. Eles citam seres espirituais como a fonte de sua sabedoria,
ou guias espirituais, ou animais totem, ou trevos de quatro folhas e tal nonsense.
Embora eu ainda não o tenha encontrado, eu estou certo de que exista um médium por
aí que alega receber instruções místicas de seu sanduíche de presunto. Não seria mais
absurdo que as alegações anteriores. Embora, é claro, uma vez, eu tive uma conversa
muito reveladora com uma garrafa de coca-cola, e um espírito decidiu, por uma razão
qualquer, falar comigo numa voz audível que até os não iniciados poderiam ter ouvido.
Se tais médiuns estão de fato conversando com seres espirituais, então esses
espíritos são muito misteriosos ou são muito estúpidos. Se esses médiuns estão
conversando com guias espirituais, eles devem estar precisando despedir seus guias e
encontrar novos. Em minhas experiências com seres espirituais, animais totem e guias
espirituais, nenhum deles era tão mal informado quanto os desses médiuns. Dessa
forma, podemos concluir que é muito provável que eles não estejam falando com
nenhum dos acima, mas, em vez disso, que eu estou terrivelmente enganado, e que
todos estão, na verdade, conversando com sanduíches de presunto. Se eles estivessem
conversando com garrafas de coca, então, baseado na experiência, eu seria levado a
acreditar que seus livros poderiam ter sido melhores.
Nada disso implica que todos os médiuns são fraudes. É, porém, um infeliz fato
que a vasta maioria de fraudadores alegue ser médium, e, se o resto da comunidade de
bons médiuns não quiser ser associada com esses charlatãos, então eles deveriam
aparecer e lutar contra eles. Eu conheci vários bons médiuns em meu tempo, alguns
deles naturais e outros treinados, portanto, essas declarações, de modo algum, se
aplicam a esses tipos de pessoa. O leitor observador, porém, será capaz de fazer uma
caminhada, achar uma estante de New Age numa livraria popular e ser capaz de ver
precisamente de quais autores eu estou falando.
A Nona Razão
O Silêncio dos Adeptos
Autores como esses forneciam tanto uma vantagem quanto uma desvantagem. De
um lado, as pessoas estavam engajando suas mentes, pela primeira vez, no
feijão-e-arroz da magia teórica. Em vez de lerem sobre demônios e feitiços mágicos, eles
podiam aprender sobre o magnetismo espiritual, o archeus, os éteres, a lei de atração, a
lei do microcosmo, e por aí vai. Alguns dos Pequenos Mistérios mais básicos tinham
finalmente se tornado disponíveis às pessoas. Isso permitiu que leitores da época
checassem duas vezes os escritos de pessoas sobre ocultismo contra autoridades
conhecidas. Embora fraudes e charlatões estivessem ainda rampantes, eles não estavam
se focando tanto nas contribuições literárias ao ocultismo e assim não deixaram uma
impressão duradoura sobre aspirantes das gerações futuras.
Nos últimos cinqüenta anos, quase não houve adeptos escritores, e até aqueles
que escreveram algo normalmente não forneceram uma base prática para os leitores.
Toda uma geração surgiu e desapareceu sem ter quase informação publicada confiável
sobre magia. É claro, tudo isso aconteceu de acordo com a Providência Divina, e há
razões exatas para os períodos históricos de silêncio que os adeptos escritores
assumiram e assumem. Ainda assim, é importante considerar os efeitos desses períodos.
1) Imergir-se em energias, como em invocação ou viagem esférica.
Isso deve bastar por agora. O estudante terá agora uma sólida compreensão dos
problemas no modo com o qual a magia é frequentemente praticada hoje, e, com esse
conhecimento, ele pode escolher começar seu caminho com uma compreensão correta e
a salvação resultante desta bela ciência. Eu forneci nesta aula meras linhas de direção
pelas quais o estudante pode checar a si e àqueles que se chamam gurus. Busque o
homem que fala da autoridade da experiência, e não da autoridade dos livros.