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CONCRETO ARMADO I - CAPÍTULO 3

Departamento de Engenharia de Estruturas – EE-UFMG

Fevereiro 2015

LAJES
__________________________________________________________________________

3.1 – Definição

Placa é um elemento estrutural laminar, uma dimensão (espessura) bem me-


nor que as outras duas em planta, solicitada predominantemente por cargas normais
ao seu plano. Quando a placa é de concreto armado ela normalmente é chamada de
laje. Como exemplo pode-se citar lajes de piso e forro dos edifícios, lajes de reser-
vatórios, muros de contenção.

3.2 – Histórico

As placas devido a sua importância como elemento de piso, vedação e de


transferência de cargas para a estrutura, tem merecido ao longo dos tempos grande
destaque dos pesquisadores e constitui ainda hoje um tema inesgotável de pesqui-
sas.

As placas podem ser classificadas segundo a relação entre sua espessura h


e sua menor dimensão em planta a, como:

 Placas muito esbeltas, quando (h/a)  (1/100)


 Placas esbeltas, quando (1/100) < (h/a)  (1/5)
 Placas espessas, quando (h/a) < (1/5)
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As placas de concreto, chamadas de lajes, se situam normalmente na faixa


de variação das placas esbeltas, cujo teoria clássica ou de Kirchhoff, interpreta ra-
zoavelmente os seus resultados, que são baseados na solução da equação diferen-
cial de quarta ordem (3.1). Uma apresentação detalhada da teoria de placas pode
ser encontrada em TIMOSHENKO (1940).
:
4w 4w 4w p
2 2 2  4  (3.1)
x 4 x y  y D
Onde:
 w é o deslocamento transversal (vertical) da placa;
 p é a carga normal distribuída, aplicada à placa;
 D é a rigidez da placa à flexão, dada por:

E cs h 3
D (3.2)

12 1 - ν 2 

Onde Ecs e  são respectivamente, o módulo de elasticidade e o coeficiente de Pois-


son do concreto, equações (1.6) e (1.7) respectivamente.

A solução analítica da equação (3.1) só é possível para situações particulares


de condições de contorno e de carregamento. Para a maioria dos casos recorre-se
aos métodos numéricos para a solução da placa baseada nos Método das Diferen-
ças Finitas (MDF), Método dos Elementos Finitos (MEF) e Método dos Elementos de
Contorno (MEC).

Normalmente as lajes dos edifícios residenciais são retangulares e para essas


foram produzidas desde o início tabelas para cálculo de reações de apoio e de mo-
mentos fletores. Estas tabelas foram elaboradas baseadas na teoria da elasticidade
usando-se integração numérica ou séries duplas de Fourier para a solução da equa-
ção (3.1).

3.2
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As primeiras tabelas utilizadas foram produzidas por Marcus, que resolveu o


problema, substituindo a placa por uma grelha, com vigas ou faixas unitárias per-
pendiculares e independentes entre si, introduzindo coeficientes semi-empíricos pa-
ra levar em conta a torção entre as mesmas, contemplada na equação (3.1) pela
derivada cruzada, ou seja em x e y. O processo de cálculo desprezando-se a torção
entre as faixas perpendiculares é normalmente conhecido como teoria da grelha ou
dos quinhões de carga para cálculo de lajes retangulares.

Para o entendimento desse processo simples e normalmente utilizado para a


solução de lajes nervuradas, seja a figura 3.1 onde tem-se uma laje retangular axb,
simplesmente apoiada em todos os quatro lados e submetida a uma carga total p,
distribuída uniformemente em toda a sua superfície. Esta carga será dividida em du-
as parcelas ou quinhões pa e pb, que atuarão nas direções a e b respectivamente.
Trata-se de um problema estaticamente indeterminado cuja única equação de equi-
líbrio é dada por:

p = pa + pb (3.3)

Para a solução desse problema cujas incógnitas são as parcelas ou quinhões


de carga pa e pb deve-se lançar mão de uma equação de compatibilidade geométri-
ca, que neste caso consiste em igualar as flechas  a e  b no cruzamento das faixas
nas direções a e b, respectivamente ( ver figura 3.1).

5p a a 4 5p b b 4
δa   δb  (3.4)
384EI 384EI

A expressão genérica para a flecha máxima em uma viga biapoiada submeti-


da a uma carga vertical uniformemente distribuída é obtida da equação da linha
elástica em vigas, dada por δ = k(pl4) / (384EI), onde k depende dos tipos de apoios
da viga. Para dois apoios simples K = 5, para um apoio simples e o outro engastado
k = 2 (valor aproximado) e finalmente para dois engastes k = 1.

3.3
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De (3.4) obtém-se:
4
b (3.5)
pa  pb  
a

Figura 3.1 – Quinhões de carga para lajes

Levando-se (3.5) em (3.3) obtém-se a expressão da parcela de carga na dire-


ção b:

p
pb  4
 k bp (3.6)
b
1 
a

3.4
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1
kb  4
ka  1  kb (3.7)
b
1 
a
Onde ka e kb são os coeficientes para se determinar os quinhões de cargas
nas direções a e b respectivamente.

Para a determinação das reações e momentos fletores da laje basta calcular


isoladamente as vigas nas direções a e b, utilizando-se as parcelas ou quinhões de
carga obtidos.

Pela equação (3.7) para uma relação (b/a) = 2 o valor de kb = 1 / 17  0,06 e


consequentemente ka  0,94, indicando que a laje funciona praticamente na direção
menor a. Conforme será visto adiante, a partir da relação (b/a) > 2 a laje será consi-
derada armada em uma direção, ou seja a menor dimensão, sendo que para rela-
ções menores, a laje será considerada armada nas duas direções ou em cruz.

Outras tabelas para o cálculo de reações e momentos em lajes bastante utili-


zadas são as tabelas de Kalmanock, que integrou numericamente a equação dife-
rencial (3.1) e tabelou para diversos tipos de lajes retangulares e de relações (b/a),
variando de 0,5 a 2. Estas tabelas, como outras baseadas na teoria da elasticidade,
são utilizadas no cálculo de lajes em regime elástico.

Existem também as tabelas baseadas no regime rígido-plástico, ou das linhas


de ruptura, ou das charneiras plásticas Ingerslev (1923) e Johansen (1932), onde o
diagrama tensão-deformação do material constituinte da laje é rígido-plástico per-
feito, com um trecho sem deformações (rígido), seguido por um trecho perfeitamen-
te plástico. Este processo extremamente simples de cálculo pode ser visto na aposti-
la de lajes retangulares do Prof. José de Miranda Tepedino (1980), que originou tan-
to as tabelas para cálculo de momentos fletores no regime rígido-plástico, quanto no
elástico, mostradas adiante.

3.5
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Esta análise plástica é também recomendada na NBR 6118:2014 no item


14.7.4:

“Para a consideração do estado limite último, a análise de esforços pode ser reali-
zada através da teoria das charneiras plásticas.
Para garantia de condições apropriadas de dutilidade, dispensando a verificação
explícita da capacidade de rotação plástica, prescrita em 14.6.4.4 deve-se ter a po-
sição da linha neutra limitada em:

x/d ≤ 0,25, se fck ≤ 50 MPa

x/d ≤ 0,15, se fck > 50 MPa

Deve ser adotada, para lajes retangulares, razão mínima de 1,5:1 entre momentos
de borda (com continuidade e apoio indeslocável) e momentos no vão.
Cuidados especiais devem ser tomados em relação à fissuração e verificação das
flechas no ELS, principalmente quando se adota a relação entre momentos muito
diferente da que resulta de uma análise elástica.As verificações de serviço e de fadi-
ga devem ser feitas baseadas em uma análise elástica”.

De acordo com este item da NBR 6118:2014 caso o dimensionamento da laje


seja feito considerando o regime elástico deve-se adotar os valores de KL conforme
a tabela 2.3. Já se o regime adotado for o rígido-plástico os valores de K L serão
dados por:

 0,8x0,25 
K L  0,8x0,25 1    0,180 Para fck ≤ 50 MPa (3.8a)
 2 

 x0,15 
K L  x0,15 1   Para fck > 50 MPa (3.8b)
 2 

Sendo λ dado pela equação (2.4)

3.6
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3.3 – Laje retangular armada em uma direção

Conforme visto no item anterior as lajes retangulares cuja relação entre os la-
dos for maior que 2, será calculada como laje armada em uma direção, no caso, a
direção menor. Estas lajes são calculadas supondo vigas de largura unitária com o
comprimento correspondente ao vão menor da laje e com as condições de contorno
iguais às do lado maior. Desta forma as configurações possíveis para lajes retangu-
lares armadas em uma direção estão indicadas na figura 3.2.

As reações RA (apoio), R E (engaste) e os momentos M (positivo), X (negativo)


para os três tipos de lajes da figura 3.2 estão apresentados na tabela 3.1 adiante,
para o cálculo no regime elástico e no regime rígido-plástico, com a carga total p
atuando na faixa unitária.

Na tabela 3.1 os valores das reações e dos momentos da coluna correspon-


dente ao regime elástico são os valores conhecidos da análise das estruturas, já os
valores do regime rígido–plástico dependem da relação adotada entre o momento
negativo (X) e o positivo (M) atuantes em uma mesma direção. Esta relação para a
tabela 3.1 vale 1,5 (valor recomendado na NBR 6118:2014) e é a mesma adotada
na elaboração da tabela 3.9 de momentos fletores no regime rígido-plástico, para
lajes retangulares armadas em duas direções. Assim para a laje apoiada-engastada
o momento máximo positivo M, que ocorre onde a força cortante se anula, x0 = RA/p,
a partir do apoio simples, é dado por:

2 2
 pa X   pa 1,5M 
     
px 0  R 
2 2
 2 a  2 a 
M  R A x0   A   (3.9)
2 2p 2p 2p

Resolvendo-se a equação (3.9) do segundo grau, chega-se à raiz possível de


M dada por:

pa 2
M (3.10)
13,33

3.7
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Figura 3.2 – Tipos de lajes armadas em uma direção

Tabela 3.1 – Reações e momentos para laje armada em uma direção

Tipo da laje Regime elástico Regime rígido-plástico


R = 0,5 pa R = 0,5 pa
Apoiada-apoiada 2
M = pa /8 M = pa2/8
RA = 0,375 pa = (3/8) pa RA = 0,387 pa
RE = 0,625 pa = (5/8) pa RE = 0,613 pa
Apoiada-engastada 2
M = pa /14,22 M = pa2/13,33
X = pa2/8 X = 1,5 M
R = 0,5 pa R = 0,5 pa
2
Engastada-engastada M = pa /24 M = pa2/20
X = pa2/12 X = 1,5 M

3.8
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Para a placa engastada-engastada com a relação (X/M) = 1,5, tem-se:

2
 pa 
2  
RA 2 pa 2
M  X     1,5M   1,5M (3.11)
2p 2p 8

De (3.11) obtém-se o valor de M:

pa 2
M (3.12)
20

3.4 – Laje retangular armada em duas direções ou em cruz

Conforme visto anteriormente, quando a relação entre os lados de uma laje


retangular é menor ou igual a 2, considera-se a mesma armada em duas direções
ou em cruz.

3.4.1 – Tipos de lajes retangulares

Os tipos possíveis de lajes retangulares estão mostrados na figura 3.3, onde


“a” é o vão cuja direção tem o maior número de engastes. Caso nas duas direções o
número de engastes seja o mesmo, “a” será considerado o menor vão.

3.4.2 – Reações de apoio

As reações de apoio para lajes maciças retangulares com carga uniforme-


mente distribuída podem ser calculadas, de acordo com o item 14.7.6 da NBR
6118:2014, com as seguintes aproximações:

“a) as reações em cada apoio são as correspondentes às cargas atuantes nos triân-
gulos ou trapézios determinados através das charneiras plásticas correspondentes à
análise efetivada com os critérios de 14.7.4, sendo que essas reações podem ser,
3.9
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de maneira aproximada, consideradas uniformemente distribuídas sobre os elemen-


tos estruturais que lhes servem de apoio;
b) quando a análise plástica não for efetuada, as charneiras podem ser aproximadas
por retas inclinadas, a partir dos vértices com os seguintes ângulos:
− 45° entre dois apoios do mesmo tipo;
− 60° a partir do apoio considerado engastado, se o outro for considerado simples-
mente apoiado;
− 90° a partir do apoio, quando a borda vizinha for livre”.

Figura 3.3 – Tipos de lajes retangulares armadas em cruz

3.10
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A partir dos ângulos definidos acima é produzida a tabela 3.8 para os 6 tipos
de lajes retangulares da figura 3.3, com relações b/a dentro da faixa de validade das
lajes armadas em cruz. Nessas tabelas a reação em cada lado “a” ou “b” é obtida
multiplicando-se os coeficientes tabelados pelo produto pa.

Figura 3.4 – Reações de apoio para lajes retangulares armadas em cruz

3.11
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3.4.3 – Momentos fletores

Os momentos fletores em lajes retangulares são calculados também através


de tabelas produzidas tanto para o regime elástico como para o regime rígido-
plástico. No regime elástico, para a obtenção dos valores dos momentos atuantes
nas duas direções, basta dividir o produto (p.a2) pelos valores tabelados para os
momentos positivos ma, mb (armadura de flexão na parte inferior da laje) e para os
momentos negativos na, nb (idem para a parte superior).

Já para o regime rígido-plástico apenas são tabelados os coeficientes ma,


mb, com os quais se calculam os momentos positivos nas duas direções, da mesma
forma que no regime elástico. Caso exista, o momento negativo em uma determina-
da direção será obtido multiplicando-se o momento positivo nesta direção pelo valor
1,5.

As tabelas 3.8 a 3.11 mostradas adiante, são as mesmas da apostila sobre la-
jes retangulares do Prof. José de Miranda Tepedino (1980), salientando-se que as
do regime rígido-plástico foram produzidas para uma variação contínua do índice de
ortotropia (relação entre os momentos de plastificação ou de ruptura nas duas dire-
ções ortogonais da laje) e para uma relação constante entre os momentos negativo
e positivo em uma mesma direção, adotada igual a 1,5.

3.5 – Cálculo da flecha em lajes retangulares

O cálculo da flecha em lajes retangulares deve naturalmente obedecer ao es-


tado limite de serviço – ELS, nesse caso denominado ELS-DEF, ou seja, de defor-
mações excessivas, definido no item 3.2.4 da NBR-6118:2014.

As cargas para o cálculo em serviço devem ser afetadas pelo coeficiente de


ponderação, no caso minoração, das ações no ELS, correspondente às combina-

3.12
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ções quase permanentes,  f =  f2 =  2, terceira coluna de  f2 na tabela 1.7 desta


apostila

Conforme esta tabela, para cargas acidentais de edifícios,  2 = 0,3 para edifí-
cios residenciais,  2 = 0,4 para edifícios comerciais, de escritório, estações e edifí-
cios públicos e  2 = 0,6 para bibliotecas, arquivos, oficinas e garagens. O momento
de serviço Mserv é obtido pela soma do momento total das cargas permanentes Mg
mais o momento das cargas acidentais Mq, minorado pelo coeficiente  2.

Mserv = Mg +  2 Mq (3.13)

Caso o momento de serviço dado em (3.13) seja menor que o momento de


fissuração Mr , determinado conforme o item 17.3.1 da NBR-6118:2014, a laje estará
trabalhando no Estádio I (concreto trabalhando simultaneamente à tração e com-
pressão – concreto não fissurado), caso contrário, no Estádio II (concreto traba-
lhando à compressão no regime elástico enquanto as tensões de tração são despre-
zadas – concreto fissurado). O momento de fissuração pode ser calculado pela se-
guinte expressão aproximada (NBR 6118:2014):

Ic
M r  αf ct (3.14)
yt
“onde:
α = 1,2 para seções T ou duplo T;
α = 1,3 para seções I ou T invertido;
α = 1,5 para seções retangulares;
onde:
α é o fator que correlaciona aproximadamente a resistência à tração na
flexão com a resistência à tração direta;
yt é a distância do centro de gravidade da seção à fibra mais tracionada;
Ic é o momento de inércia da seção bruta de concreto;
fct é a resistência à tração direta do concreto, conforme 8.2.5, com o
quantil apropriado a cada verificação particular.

3.13
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Para determinação do momento de fissuração deve ser usado o fctk,inf no estado li-
mite de formação de fissura e o fctm no estado limite de deformação excessiva (ver
8.2.5).”

Para o cálculo de lajes, cuja seção transversal retangular é dada por 100h, o
valor de yt no estádio I é aproximadamente igual a h/2, onde h é a altura da laje,
ficando a relação Ic/yt  W0 (módulo de resistência à flexão) dada por:

100h 2
W0  (3.15)
6

O valor correto de yt é obtido do cálculo da seção homogeneizada, mas tendo


em vista a pequena quantidade de armadura das lajes, esse valor é muito próximo
ao da seção bruta de concreto, justificando-se pois adotar yt = h/2.

Levando-se os valores de  , fct = fctm dado nas equações (1.12), e W0 em


(3.15) obtém-se finalmente o momento de fissuração para lajes maciças dado por:

150f ctm h 2
 0,75h 2 f ck  , (kNcm)
2/3
Mr  para fck ≤ 50 MPa (3.16a)
6x10

150.f ctm .h 2
Mr   5,3h 2 ln1  0,11f ck , (kNcm) para fck > 50 MPa (3.16b)
6x10

As equações (3.16) foram desenvolvidas usando-se fck em MPa para obter Mr


em kNcm (por isto a divisão por 10). Deve-se salientar que as equações (3.16) refe-
rem-se a uma faixa de laje de largura b = 100 cm = 1 m.

3.5.1 – Flecha imediata em lajes retangulares armadas em uma direção

Para estas lajes as flechas são calculadas com as expressões obtidas da


equação da linha elástica em vigas, para os três tipos possíveis de condições de
3.14
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contorno ilustrados na figura 3.2, onde as flechas podem ser agrupadas em uma
única expressão genérica dada por:

pia4
fi  K (3.17)
384EI eq,t0

com K=5 para laje apoiada-apoiada


K = 2* para laje apoiada-engastada
K=1 para laje engastada-engastada

(*)
o valor inteiro 2 foi adotado do valor correto dado por (2,079...).

Onde
 fi é a flecha imediata;
 pi = g +  2 q é a carga imediata de serviço;
 a é o vão da laje armada em uma direção;
 (E.I)eq,t0 é a rigidez equivalente para o tempo t0.

Normalmente as lajes em edifícios residenciais armadas em uma direção têm


vãos pequenos e consequentemente momentos solicitantes em situação de serviço
menores que o momento de fissuração (equações 3.16), trabalhando, portanto no
estádio I. Nesse caso a rigidez equivalente é obtida considerando-se a seção homo-
geneizada, utilizando-se a relação entre os módulos de elasticidade do aço e do
concreto. Devido à pequena quantidade de armação utilizada nessas lajes, pode-se
usar o momento de inércia da seção bruta de concreto em substituição ao da seção
homogeneizada. Isso se justifica pela pequena diferença entre as duas.

Caso o momento em serviço supere o momento de fissuração, deve ser con-


siderado o estádio II. O item 19.3.1 da NBR-6118:2014, estado limite de deformação
em lajes, estabelece que devam ser usados os mesmos critérios adotados para as
vigas (item 17.3.2), tanto para o estádio I quanto para o estádio II.

3.15
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Os critérios para a flecha imediata em vigas se baseiam no cálculo da rigidez


equivalente pela formulação de Branson (1966), dada na NBR-6118:2014 no item
17.3.2.1.1. Para lajes maciças, usuais dos edifícios residenciais, armadas em uma
ou duas direções, pode-se ter momento máximo menor que o momento de fissura-
ção, ou quando isso não ocorre apenas uma pequena área da laje, próxima ao mo-
mento máximo, encontra-se no estádio II. Grande parte da laje estará sempre no
estádio I. Mesmo a região que se encontra fissurada, segundo alguns autores, tem
uma contribuição mais efetiva para a rigidez equivalente que no caso das vigas, por-
tanto não seria muito correto usar o mesmo modelo para vigas e lajes. No entanto,
para efeito dessa apostila, deve-se considerar o estabelecido na NBR 6118:2014:

Estádio I - EI eq,t0  E cs I c (3.18a)

 M 
3
 M 
3
 
Estádio II - EI eq,t0  E cs  r  I c  1   r   I II   E cs I c (3.18b)
 M a    M a   

Onde:
 Ecs é o módulo de elasticidade secante do concreto;
 Ic é o momento de inércia da seção bruta de concreto;
 I II é o momento de inércia da seção fissurada de concreto no es-
tádio II, calculada com a relação entre os módulos (n = Es / Ecs );
 Ma é o momento fletor na seção crítica do vão considerado, momen-
to máximo no vão para lajes biapoiadas ou contínuas e momento no
apoio para lajes em balanço, para a combinação de ações considera-
da nessa avaliação;
 Mr é o momento de fissuração do elemento estrutural;
 t0 é a idade em meses relativa à data de aplicação da carga de
longa duração.

3.16
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3.5.1.1 – Momento de Inércia da seção fissurada para lajes

Conforme apresentado na figura 3.5 o diagrama de tensões de compressão


no concreto é linear e na tração é nulo, de acordo com a premissa básica do Estádio
II, seção fissurada. Como para um mesmo ponto, concreto e aço têm a mesma de-
formação εc = εs , pela lei de Hooke (σc/Ec) = (σs /Es ) de onde resulta σs = (Es /Ec) σc
= n σc com n = (Es /Ec), relação entre os módulos de elasticidades do aço e do con-
creto. Com isto no diagrama de tensões a linha tracejada representa em uma escala
(1/ n) menor, as tensões no aço.

Para homogeneizar a seção transversal genérica da laje apresentada nesta


figura deve-se inicialmente transformar o material composto, concreto armado (con-
creto e aço), em um único material, normalmente no material com menor módulo de
elasticidade (concreto). A área de aço A s transforma-se em uma área equivalente
em concreto igual a (n As ). O CG da seção homogeneizada encontra-se a uma pro-
fundidade xII obtida igualando-se o momento estático da área comprimida de concre-
to com o da área de aço homogeneizada (n As ). Assim:

Figura 3.5 – Seção transversal para determinação de III em lajes

x II
bx II  nA s d  x II 
2

Resolvendo a equação do segundo grau em xII encontra-se:

3.17
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x II  A  A 2  B

nA s 2nA s
A B
100 100

Calculando-se o momento em relação a LN obtém-se:

 σ 100x II  2x II 
M LN   c    σ s nA s d  x II 
 2  3 

σc σs d  x II
  σs  σc
x II d  x II x II

nA s d  x II   100x II3 2 σ
2
100x II2
M LN  σc  σc    nA s d  x II   c
3 x II  3  x II

M LN M LN
σc  x II  x II
 100x 3
2 I II
  nA s d  x II  
II

 3 

100x II3
 nA s d  x II 
2
I II  (3.19)
3

3.5.2 – Flecha imediata em lajes retangulares armadas em duas direções

Normalmente o valor da flecha imediata para estas lajes é obtido usando-se


tabelas para cálculo de flechas em lajes retangulares, baseadas em Bares (1972).
Tepedino (1980), por meio de regressão polinomial, ajustou para a flecha imediata fi,
a seguinte expressão:

3.18
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pia4
f i  f1 (3.20a)
E cs .h 3

Onde pi é o mesmo usado na equação (3.17).

3 2
b b b
K1   K 2    K 3    K4
f1  a a a (3.20b)
1000

Com K1, K2, K3 e K4 fornecidos na tabela 3.2 abaixo, não se adotando para o
cálculo valores de (b/a) fora do intervalo 0,5 ≤ (b/a) ≤2.

Com os valores de K1 a K 4 tabelados abaixo, organizou-se a tabela 3.10, mos-


trada adiante, para o cálculo de flechas nos seis tipos de lajes retangulares da figura
3.3. Nesta tabela, a partir do tipo de laje e da relação (b/a), extrai-se o coeficiente f1
que permite o cálculo da flecha com o emprego da equação (3.20a).

A discussão sobre rigidez equivalente, feita anteriormente, é mais acentuada


nas lajes armadas em cruz, tendo em vista que para as lajes armadas em uma dire-
ção, o modelo estrutural aproxima-se mais do comportamento das vigas, onde se
aplica efetivamente a formulação de Branson (1966), equação (3.18b).

Para efeito desta apostila, quando o momento em serviço for menor que o de
fissuração, ou seja, estádio I, deve-se adotar para a rigidez equivalente a mesma
dada pela equação (3.18a). Quando ocorrer o estádio II, mesmo com toda esta dis-
cussão sobre a validade da rigidez equivalente de Branson (1966) para lajes arma-
das em cruz, deve-se seguir a recomendação da NBR 6118:2014, ou seja, adotar
Branson (1966) também para verificação de flechas nestas lajes.

3.19
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___________________________________________________________________________

Tabela 3.2 – Valores dos coeficientes para cálculo das flechas (Tepedino)

LAJE K1 K2 K3 K4

A 0,4 -29,6 156,8 -79,8

B -1,0 -16,0 79,3 -29,9

C 14,4 -84,3 182,1 -87,9

D 7,2 -42,1 83,8 -26,6

E 1,9 -21,2 60,9 -23,3

F 2,0 23,0 69,2 -33,3

Assim para lajes armadas em duas direções tem-se as mesmas equações


(3.18a)* e (3.18b)* definidas anteriormente:

Estádio I - EI eq,t0  E cs I c (3.18a)*

 M 
3
 M 
3
 
Estádio II - EI eq,t0  E cs  r  I c  1   r   I II   E cs I c (3.18b)*
 M a    M a   

3.20
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___________________________________________________________________________

A equação (3.20a) que calcula a flecha em lajes retangulares, apresenta o va-


lor do produto Ecs .h3 e não a rigidez à flexão EI. Portanto para levar em conta a rigi-
dez equivalente, conforme equações (3.18a) e (3.18b), basta usar o próprio valor de
h da laje no estádio I e para o estádio II o valor da altura equivalente heq em substi-
tuição a h, dada por:

12I eq
h eq  3 (cm) (3.21)
100

Com I eq obtido de (3.18b) e os valores de h e I dados em cm.

3.5.3 – Flecha diferida no tempo para lajes de concreto armado

Segundo o item 17.3.2.1.2 da NBR-6118:2014, a flecha adicional diferida, de-


corrente das cargas de longa duração em função da fluência, pode ser calculada de
maneira aproximada pelo produto (fdif =  f fi) da flecha imediata fi pelo fator  f dado
pela expressão:

Δξ
αf  (3.22)
1  50ρ '

onde:
A 's
ρ'  (3.23)
b.d

 é um coeficiente função do tempo, que pode ser obtido diretamente na tabela 3.3,
ou ser calculado pelas expressões seguintes:

Δξ  ξ(t)  ξ(t 0 ) (3.24)

ξ(t)  0,680,996 t 0,32


t
para t ≤ 70 meses (3.25)

3.21
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ξ(t)  2 para t > 70 meses (3.26)

Onde t é o tempo em meses em que se deseja o valor da flecha diferida

t0 é a idade em meses, relativa à data de aplicação da carga de longa


duração. No caso das parcelas das cargas de longa duração serem
aplicadas em idades diferentes, pode-se tomar para t0 o valor pondera-
do a seguir:

 Pi t 0i
t0  (3.27)
 Pi

Onde Pi representa a parcela de carga “i” e t0i é a idade em que se aplicou


esta parcela, em meses.

Tabela 3.3 – Valores do coeficiente  em função do tempo

Tempo (t)
0 0,5 1 2 3 4 5 10 20 40  70
- meses-
Coeficiente
0 0,54 0,68 0,84 0,95 1,04 1,12 1,36 1,64 1,89 2
 (t)

O valor da flecha total no tempo t é a soma da flecha imediata fi mais a parce-


la adicional diferida (fdif =  f . fi) resultando ftot = fi + αffi = (1 + αf) fi. Assim para situ-
ações normais em que se deseja a flecha no tempo infinito, para cargas aplicadas a
partir dos 14 dias, aproximadamente t0 = 0,5 mês, com ’ = 0 (não se tem armadura
dupla em lajes), obtém-se para  f o seguinte valor:

 f =  () -  (0,5) = 2 – 0,54 = 1,46 (3.28)

Portanto, a flecha total será dada por:

3.22
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___________________________________________________________________________

ftotal = (1 +  f) fi = 2,46 fi (3.29)

Na expressão (3.29) fi se refere à carga de serviço pi = g +  2.q (parcela


permanente mais a parcela quase permanente da carga acidental da laje), ou seja,
as parcelas afetadas pela fluência do concreto. Portanto, pode-se obter a flecha total
no tempo infinito f usando-se a mesma equação (3.20a) da flecha imediata, substi-
tuindo o valor da carga pi por p , da seguinte forma:

pa4
f   1  α f f i  f 1 (3.30)
E cs h 3

Com
p = (1 +  f) pi = (1 + αf) (g +  2 . q) (3.31)

Para o valor (1 +  f) = 2,46 e considerando-se edifícios residenciais  2 = 0,3,


obtém-se:

p = 2,46 (g + 0,3 q) = 2,46 g + 0,738 q (3.32)

3.6 – Prescrições da NBR 6118:2014 referentes às lajes

3.6.1 – Espessura mínima das lajes maciças

Segundo o item 13.2.4.1 da NBR-6118:2014, “nas lajes maciças devem ser res-
peitados os seguintes limites mínimos para a espessura h:

a) 7 cm para lajes de forro não em balanço;


b) 8 cm para lajes de piso não em balanço;
c) 10 cm para lajes em balanço;

3.23
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___________________________________________________________________________

d) 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30 KN;
e) 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 KN;
f) 15 cm para lajes com protensão apoiadas em vigas, (l/42) para lajes de piso bia-
poiadas e (l/50) para lajes de piso contínuas;
g) 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes-cogumelo.

No dimensionamento das lajes em balanço, os esforços solicitantes de cálculo a se-


rem considerados devem ser multiplicados por um coeficiente adicional γn de acordo

com o indicado na tabela 13.2.”

Tabela 3.4 – Valores do coeficiente adicional γn para lajes em balanço


Tabela 13.2 da NBR 6118:2014
h
≥19 18 17 16 15 14 13 12 11 10
(cm)
γn 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25 1,30 1,35 1,40 1,45
onde
γn = 1,95 – 0,05 h;
h é a ltura da laje, expressa em centímetros (cm).
NOTA O coeficiente γn deve majorar os esforços solicitantes finais de cálculo na

lajes em balanço quando de seu dimensionamento.

Segundo o item 14.7.8 da NBR 6118:2014 lajes-cogumelo são lajes apoiadas di-
retamente em pilares com capitéis, enquanto lajes lisas são as apoiadas nos pilares
sem capitéis. Capitel é o engrossamento da espessura da laje na região dos pilares
efetivando melhorar sua resistência à punção.

3.6.2 – Deslocamentos limites

Segundo o item 13.3 da NBR-6118:2014, deslocamentos limites são valores


práticos para verificação em serviço do estado limite de deformações excessivas da
estrutura. Esses valores devem obedecer aos limites estabelecidos na tabela 13.3
da NBR-6118:2014. Para o caso das lajes, a flecha máxima em serviço quando atu-

3.24
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___________________________________________________________________________

ar a totalidade das cargas deve ser ( / 250), onde  é o menor vão da laje retangu-
lar. Quando atuar apenas a carga acidental esse limite deve ser considerado igual a
( / 350). Para lajes em balanço o vão equivalente a ser considerado deve ser o do-
bro do comprimento do balanço, portanto a flecha na extremidade de um balanço
com vão (  ) deve ser menor que ( /125) quando atuar a carga total.

Deslocamentos excessivos podem ser parcialmente compensados por con-


traflechas, entretanto a sua atuação isolada não pode ocasionar um desvio do pla-
no da laje maior que ( / 350).

3.6.3 – Cobrimento nominal mínimo

Segundo o item 7.4.7.2 da NBR-6118:2014, cobrimento nominal cnom é o co-


brimento mínimo cm in acrescido da tolerância de execução c, que para obras cor-
rentes deve ser maior ou igual a 10 mm. Quando houver um adequado controle de
qualidade e rígidos limites de tolerância da variabilidade das medidas durante a exe-
cução pode ser adotado o valor c = 5 mm, mas a exigência de controle rigoroso
deve ser explicitada nos desenhos de projeto. Nesse caso permite-se, então, a re-
dução dos cobrimentos nominais dados na tabela 2.8 em 5 mm.

Nesta tabela os cobrimentos nominais para as lajes variam de 5 mm em 5


mm, desde a classe de agressividade CAA I até a classe CAA IV.

Segundo a tabela 7.2 da NBR 6118:2014, transcrita na tabela 2.8 desta apos-
tila “para a face superior de lajes e vigas que serão revestidas com argamassa de
contrapiso, com revestimentos finais secos tipo carpete e madeira, com argamassa
de revestimento e acabamento tais como pisos de elevado desempenho, pisos ce-
râmicos, pisos asfálticos e outros tantos, as exigências desta tabela podem ser
substituídas por 7.4.7.5, respeitado um cobrimento nominal ≥ 15 mm.”

O item 7.4.7.5 da NBR 6118:2014 estabelece que o cobrimento nominal de


uma barra deva sempre ser maior que o diâmetro da barra (cnom   barra).

3.25
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________

3.6.4 – Vãos efetivos de lajes

Segundo o item 14.7.2.2 da NBR-6118:2014, quando os apoios puderem ser


considerados suficientemente rígidos quanto à translação vertical, o vão efetivo deve
ser calculado pela seguinte expressão:

 ef =  0 + a1 + a2 (3.33)

Onde:
  0 é o vão livre, ou seja, distância entre as faces dos apoios;
 a1 e a2 são em cada extremidade do vão o menor entre os valores:
0,3h e ti/2, com h a espessura da laje e ti a largura do apoio i.

3.6.5 – Aproximações para diagramas de momento fletor

Este é o item 14.7.6.2 da NBR-6118:2014, que trata da compensação de


negativos entre lajes contíguas.

“Quando houver predominância de cargas permanentes, as lajes vizinhas podem ser


consideradas como isoladas, realizando-se compatibilização dos momentos sobre
os apoios de forma aproximada.
No caso de análise plástica, a compatibilização pode ser realizada mediante altera-
ção das razões entre momentos de borda e vão, em procedimento iterativo, até a
obtenção de valores equilibrados nas bordas.
Permite-se, simplificadamente, a adoção do maior valor de momento negativo ao
invés de equilibrar os momentos de lajes diferentes sobre uma borda comum.”

3.26
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________

Figura 3.6 – Compensação de momentos negativos – Regime elástico

Na figura 3.6 está indicado esquematicamente o diagrama de momentos fleto-


res de duas lajes contíguas calculadas isoladamente no regime elástico e represen-
tado pelo diagrama tracejado. Os valores máximos dos momentos fletores sobre o
apoio central são respectivamente XL1 e XL2 para as lajes L1 e L2. Depois da com-
pensação dos negativos o diagrama final em linha cheia apresenta sobre o apoio
central o valor (XFinal com pensado ) dado pelo maior entre os valores:

XFinal ≥ 0,8 Xm ax ou XFinal ≥ Xm ed = (XL1 + XL2) /2 (3.34)

No caso das lajes no regime rígido-plástico o procedimento iterativo para a


obtenção dos valores equilibrados nos engastes por ser muito trabalhoso, normal-
mente é simplificado pela adoção do maior entre os momentos negativos das lajes
que chegam ao mesmo apoio (conforme recomendado na NBR 6118:2014).

3.27
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________

Na figura 3.6 o momento negativo final compensado é menor que o momento


negativo da laje L1 e maior que o da laje L2. No primeiro caso o diagrama final de
momentos positivos da L1 apresenta momento máximo maior que o diagrama da laje
isolada e no segundo caso ocorre exatamente o contrário. Desta forma deve-se au-
mentar o momento positivo da laje L1 isolada da diferença ∆ML1 e diminuir o da laje
L2 em ∆ML2.

Na compensação dos momentos das lajes no regime elástico costuma-se


apenas aplicar a diferença ∆MLi no caso do aumento do momento positivo. A dimi-
nuição não se aplicaria, como medida adicional de segurança. A diferença ∆MLi é
dada genericamente pelo valor aproximado e usual: ∆MLi = 0,3 ∆XLi.

3.6.6 – Armadura longitudinal mínima

Os princípios básicos para o estabelecimento da armadura mínima para lajes


são os mesmos dados para elementos estruturais lineares, item 17.3.5.1 da NBR-
6118:2014. Como as lajes armadas em duas direções têm outros mecanismos resis-
tentes possíveis, os valores mínimos das armaduras positivas são reduzidos em re-
lação aos dados para elementos lineares (vigas).

Para melhorar o desempenho e a dutilidade à flexão, assim como controlar a


fissuração, são necessários valores mínimos de armadura passiva, dados na tabela
3.5. Essa armadura deve ser constituída preferencialmente por barras com alta ade-
rência ou por telas soldadas.

Nota-se na tabela 3.5 que os valores das taxas geométricas ρs para momen-
tos negativos das lajes em geral e do momento positivo apenas das lajes armadas
em uma direção obedecem aos mesmos valores mínimos ρm in que os praticados nas
vigas. Já para os momentos positivos das lajes armadas em duas direções e para os
momentos negativos de bordas sem continuidade este valor é reduzido em
(2/3)=0,67. Nas lajes armadas em duas direções isto se deve ao seu funcionamento,
ou seja, quando uma direção sofre flexão a outra solidariamente sofre torção, contri-

3.28
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___________________________________________________________________________

buindo assim para um maior enrijecimento desta laje e diminuição dos momentos
fletores nas duas direções.

Tabela 3.5 – Valores mínimos para armadura passivas em lajes


Adaptada da tabela 19.1 da NBR 6118:2014

Elementos estruturais sem armaduras ati-


Tipo de armadura
vas
Armaduras negativas ρs ≥ ρm in
Armaduras negativas de bordas
ρs ≥ 0,67 ρm in
sem continuidade
Armaduras positivas de lajes
ρs ≥ 0,67 ρm in
armadas em duas direções
Armadura positiva (principal) de
ρs ≥ ρm in
lajes armadas em uma direção
Armadura positiva (secundária) As,sec  0,20 As,princ
de lajes armadas em uma dire- As,sec  0,9 cm2/m
ção  s  0,5  m in
Onde:
As As
ρs   (3.35)
bh 100h

é a taxa geométrica de armadura da seção transversal genérica das lajes (100xh).


Os valores de  m in estão apresentados na tabela 2.6 (armadura mínima para vigas)
observando-se a relação (d/h) da laje considerada.

Os valores de ρm in da tabela 2.6 foram calculados para aços CA 50 e CA 60


(normalmente usado no dimensionamento das lajes) pressupondo coeficientes de
minoração dos materiais  c = 1,4 e  s = 1,15. Caso haja mudança em um dos parâ-

3.29
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________

metros que definem a tabela 2.6 ou que a relação (d/h) seja menor que 0,7 devem-
se fazer novos cálculos dos valores de ρm in usando-se a equação (2.53c).

O valor mínimo possível de ρs = ρm in = 0,15% também é válido para as lajes,


lembrando-se que no caso dos momentos positivos daquelas armadas em duas di-
reções pode-se reduzir este valor conforme a tabela 3.5 para ρs = 0,67 ρm in = 0,67 x
0,15% = 0,10% .

3.6.7 – Prescrições gerais sobre detalhamento de lajes

As prescrições gerais sobre o detalhamento de lajes encontram-se no item


20.1 da NBR 6118:2014:

“As armaduras devem ser detalhadas no projeto de forma que, durante a execução,
seja garantido o seu posicionamento durante a concretagem.

Qualquer barra da armadura de flexão deve ter diâmetro no máximo igual a h/8.

As barras da armadura principal de flexão devem apresentar espaçamento no má-


ximo igual a 2h ou 20 cm, prevalecendo o menor desses dois valores na região dos
maiores momentos fletores.

Nas lajes maciças armadas em uma ou duas direções, em que seja dispensada ar-
madura transversal de acordo com 19.4.1, e quando não houver avaliação explícita
dos acréscimos das armaduras decorrentes da presença dos momentos volventes
nas lajes, toda a armadura positiva deve ser levada até os apoios, não se permitindo
escalonamento desta armadura. A armadura deve ser prolongada no mínimo 4 cm
além do eixo teórico do apoio.

A armadura secundária de flexão deve ser igual ou superior a 20% da armadura


principal, mantendo-se, ainda, um espaçamento entre barras de, no máximo, 33 cm.

3.30
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________

A emenda dessas barras deve respeitar os mesmos critérios de emenda das barras
da armadura principal” (grifo nosso).

3.6.8 – Cargas para o cálculo de estruturas de edificações (NBR-6120:1980)

Esta norma tem como objetivo fixar as condições para determinar os valores
das cargas que atuam nos projetos de estruturas de edificações. Esta norma que
vale desde 1980 teve uma errata publicada em 2000.

A carga permanente, que é devida ao peso próprio da estrutura e de todos os


elementos construtivos fixos, pode ser avaliada com os valores dos pesos específi-
cos da tabela 1 da NBR 6120:1980, transcrita para a tabela 3.6 desta apostila.

O item 2.1.2 da NBR 6120:1980 descreve uma forma simplificada de se con-


siderar as cargas das paredes apoiadas diretamente sobre as lajes armadas em du-
as direções:

“Quando forem previstas paredes divisórias, cuja posição não esteja definida no pro-
jeto, o cálculo de pisos com suficiente capacidade de distribuição transversal de car-
ga, quando não for feito por processo exato, pode ser feito admitindo, além dos de-
mais carregamentos, uma carga uniformemente distribuída por metro quadrado de
piso não menor que um terço do peso por metro linear de parede pronta, observado
o valor mínimo de 1 KN/m 2.”

Para as lajes armada em uma direção com parede paralela a esta direção,
basta considerar na largura unitária onde a parede se apoia o peso por metro linear
desta parede somado às demais cargas da laje. Se a parede é normal à direção
principal da laje deve-se considerá-la no cálculo como uma carga concentrada igual
ao seu peso por metro.

As cargas acidentais verticais que atuam nos pisos das edificações referem-
se a carregamentos devidos a pessoas, móveis, utensílios e veículos são supostas

3.31
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___________________________________________________________________________

uniformemente distribuídas, com os valores mínimos indicados na tabela 3.6 abaixo,


transcritos da tabela 2 da NBR 6120:1980.

Tabela 3.6 – Peso específico de alguns materiais de construção

Peso específico aparente


Materiais KN/m3
Arenito 26
Basalto 30
Rochas Gneiss 30
Granito 28
Mármore e calcáreo 28
Blocos de argamassa 22
Cimento amianto 20
Blocos Lajotas cerâmicas 18
artificiais Tijolos furados 13
Tijolos maciços 18
Tijolos sílico-calcáreos 20
Argamassa de cimento, cal e areia 19
Argamassa de cimento e areia 21
Revestimentos
Argamassa de gesso 12,5
e concretos
Concreto simples 24
Concreto armado 25
Pinho, cedro 5
Madeiras
Angico, cabriúva, ipê róseo 10
Aço 78,5
Alumínio e ligas 28
Metais
Bronze 85
Chumbo 114

3.32
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___________________________________________________________________________

Tabela 3.7 – Valores mínimos de carga vertical


Carga
Local
KN/m2
1- Arquibanca- 4
das
Mesma carga da peça com a qual se comunica e as previstas -
2- Balcões
para parapeitos e balcões (ver adiante)
Escritórios e banheiros 2
3- Bancos
Salas de diretoria e de gerência 1,5
Sala de leitura 2,5
Sala para depósito de livros 4
4- Bibliotecas Sala com estantes de livro, a ser determinada em cada caso
ou 2,5 kN/m 2 por metro de altura observado, porém o valor 6
mínimo de
5- Casa de ma- (incluindo o peso das máquinas) a ser determinada em caso,
quinas porém com o valor mínimo de 7,5
Platéia com assentos fixos 3
6- Cinemas Estúdio e platéia com assentos móveis 4
Banheiro 2
Sala de refeição e assembléia com assentos fixos 3
Sala de assembléia com assentos móveis 4
7- Clubes
Salão de danças e salão de esportes 5
Sala de bilhar e banheiro 2
Com acesso ao público 3
8- Corredores
Sem acesso ao público 2
9- Cozinhas não A ser determinada em cada caso, porém com o mínimo de 3
residenciais
A ser determinada em cada caso e na falta de valores experi- -
10- Depósitos
mentais conforme a tabela 1 da NBR-6120

11- Edifícios re- Dormitório, sala, copa, cozinha e banheiro 1,5


sidenciais Despensa, área de serviço e lavanderia 2

3.33
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________

Com acesso ao público 3


12- Escadas
Sem acesso ao público 2,5

Anfiteatro com assentos fixos, corredor e sala de aula 3


13- Escolas
Outras salas 2
14- Escritório Salas de uso geral e banheiro 2
15- Forros Sem acesso a pessoas 0,5
16- Galerias de A ser determinada em cada caso, porém com o mínimo de 3
arte
17- Galeria de A ser determinada em cada caso, porém com o mínimo de 3
lojas
18- Garagens e Para veículos de passageiros ou semelhante com carga má-
estacionamento xima de 25 kN. Valores de  indicados adiante 3
19- Ginásio de 5
esporte
Dormitórios, enfermarias, sala de recuperação, saal de cirur-
gia, sala de raio X e banheiro 2
20- Hospitais
Corredor 3
Incluindo equipamentos, a ser determinada em cada caso,
21- Laboratórios
porém com o mínimo de 3
22- Lavanderias Incluindo equipamentos 3
23- Lojas 4
24- Restaurantes 3
Palco 5
25- Teatros Demais dependências: cargas iguais às especificadas para -
cinemas
Sem acesso ao público 2
Com acesso ao público 3
26- Terraços Inacessível a pessoas 0,5
Destinados a heliportos elevados: as cargas deverão ser for-
necidas pelo órgão competente do Ministério da Aeronáutica
-
Sem acesso ao público 1,5
27- Vestíbulo
Com acesso ao público 3

3.34
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________

Os itens abaixo da NBR 6120:1980 referem-se também às cargas sobre as


lajes:

“2.2.1.5 Ao longo dos parapeitos e balcões devem ser consideradas aplicadas uma
carga horizontal de 0,8 kN/m na altura do corrimão e uma carga vertical mínima de 2
kN/m.

2.2.1.6 O valor do coeficiente ϕ de majoração das cargas acidentais a serem consi-


deradas no projeto de garagens e estacionamentos para veículos deve ser determi-
nado do seguinte modo: sendo  o vão de uma viga ou o vão menor de uma laje;
sendo  0 = 3 m para o caso das lajes e  0 = 5 m para o caso das vigas, tem-se:

a) ϕ = 1 , 0 0 ....................................quando  ≥  0

b) ϕ = ( 0/ )  ≤ 1,43 ......................... quando  ≤  0.

Nota: O valor de ϕ não precisa ser considerado no cálculo das paredes e pilares.”

3.7 – Tabelas para cálculo de reações de apoio e momentos fletores

A tabela 3.8 mostra os coeficientes para cálculo das reações de apoio, con-
forme a recomendação da NBR 6118:2014, figura 3.4. As reações em cada um dos
quatro lados são calculadas multiplicando-se sempre o produto (pa) pelo coeficiente
tabelado para o tipo de laje e de relação (b/a): Ri = ri (pa). A representação das re-
ações e a sua localização em planta estão indicadas, para uma laje genérica do tipo
C, na figura 3.7.

Os coeficientes para cálculo dos momentos fletores no regime rígido-plástico


estão indicados na tabela 3.9. Nota-se que só aparecem os coeficientes ma e mb. Ao
dividir o produto (pa2) para estes coeficientes obtém-se os momentos positivos na
direção a e b, respectivamente. Caso a laje seja engastada, o momento negativo
será obtido multiplicando-se o momento positivo nesta direção por 1,5. Assim: Mi =
(pa2) / mi e, se existir, Xi = 1,5 Mi.

3.35
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___________________________________________________________________________

Figura 3.7 – Representação genérica das reações e momentos nas lajes

A forma de se mostrar em planta os momentos fletores e as direções em que


os mesmos ocorrem está mostrada na figura 3.7 em que a linha contínua representa
momento positivo (tração na parte inferior da laje) e a tracejada, momento negativo
(tração na parte superior da laje). As direções indicadas em planta dos momentos
são na realidade a disposição das armaduras para combatê-los. As armaduras estão

3.36
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dispostas nas direções dos planos de atuação dos momentos, portanto perpendicu-
lares aos vetores momento que as originaram.

O cálculo da flecha elástica f = f1 (p.a4) / (Ecs h3) depende do coeficiente f1


dado na Tabela 3.10.

Os momentos no regime elástico são calculados com os coeficientes mi e ni


da tabela 3.11, com M i = (pa2) / mi e Xi = (pa2) / ni .

As tabelas 3.8 a 3.11 foram construídas para lajes retangulares armadas em


duas direções submetidas a uma carga constante, uniformemente distribuída. Já as
tabelas 3.12 A e 3.12 B são utilizadas em lajes retangulares submetidas à carrega-
mento triangular, como é o caso de lajes verticais em caixas d’água ou em conten-
ções (cortinas).

3.37
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Tabela 3.8 – Reações de apoio em lajes retangulares, carga uniforme (Tepedino)

Tipo
r’a=0,183
ra=0,144
r’’a=0,317
ra=0,25
b/a rb ra r’b r’’b r’b r’’b rb r’a r’’a rb
0,50 - 0,165 0,125 0,217 - - 0,217 0,125 0,217 0,158
0,55 - 0,172 0,138 0,238 - - 0,238 0,131 0,227 0,174
0,60 - 0,177 0,150 0,260 - - 0,259 0,136 0,236 0,190
0,65 - 0,181 0,163 0,281 - - 0,278 0,140 0,242 0,206
0,70 - 0,183 0,175 0,302 - - 0,294 0,143 0,247 0,222
0,75 - 0,183 0,187 0,325 - - 0,308 0,144 0,249 0,238
0,80 - 0,183 0,199 0,344 - - 0,320 0,144 0,250 0,254
0,85 - 0,183 0,208 0,361 - - 0,330 0,144 0,250 0,268
0,90 - 0,183 0,217 0,376 - - 0,340 0,144 0,250 0,281
0,95 - 0,183 0,225 0,390 - - 0,348 0,144 0,250 0,292
1,00 0,250 0,183 0,232 0,402 0,183 0,317 0,356 0,144 0,250 0,303
1,05 0,262 0,183 0,238 0,413 0,192 0,332 0,363 0,144 0,250 0,312
1,10 0,273 0,183 0,244 0,423 0,200 0,346 0,369 0,144 0,250 0,321
1,15 0,283 0,183 0,250 0,432 0,207 0,358 0,374 0,144 0,250 0,329
1,20 0,292 0,183 0,254 0,441 0,214 0,370 0,380 0,144 0,250 0,336
1,25 0,300 0,183 0,259 0,448 0,220 0,380 0,385 0,144 0,250 0,342
1,30 0,308 0,183 0,263 0,455 0,225 0,390 0,389 0,144 0,250 0,348
1,35 0,315 0,183 0,267 0,462 0,230 0,399 0,393 0,144 0,250 0,354
1,40 0,321 0,183 0,270 0,468 0,235 0,408 0,397 0,144 0,250 0,359
1,45 0,328 0,183 0,274 0,474 0,240 0,415 0,400 0,144 0,250 0,364
1,50 0,333 0,183 0,277 0,479 0,244 0,423 0,404 0,144 0,250 0,369
1,55 0,339 0,183 0,280 0,484 0,248 0,429 0,407 0,144 0,250 0,373
1,60 0,344 0,183 0,282 0,489 0,252 0,436 0,410 0,144 0,250 0,377
1,65 0,348 0,183 0,285 0,493 0,255 0,442 0,413 0,144 0,250 0,381
1,70 0,353 0,183 0,287 0,497 0,258 0,448 0,415 0,144 0,250 0,384
1,75 0,357 0,183 0,289 0,501 0,261 0,453 0,418 0,144 0,250 0,387
1,80 0,361 0,183 0,292 0,505 0,264 0,458 0,420 0,144 0,250 0,390
1,85 0,365 0,183 0,294 0,509 0,267 0,463 0,422 0,144 0,250 0,393
1,90 0,368 0,183 0,296 0,512 0,270 0,467 0,424 0,144 0,250 0,396
1,95 0,372 0,183 0,297 0,515 0,272 0,471 0,426 0,144 0,250 0,399
2,00 0,375 0,183 0,299 0,518 0,275 0,475 0,428 0,144 0,250 0,401
O valor da reação é dado por: R = r (pa)
a é o vão com o maior número de engaste. Caso o número de engaste seja o mesmo nas duas direções, a é o menor vão.

3.38
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Tabela 3.9 – Momentos fletores, regime rígido-plástico, carga uniforme (Tepedino)

Tipo

b/a ma mb ma mb ma mb ma mb ma mb ma mb
0,50 - - 122,1 50,9 - - 103,2 64,5 215,6 80,8 - -
0,55 - - 92,2 46,5 - - 81,4 61,6 161,2 73,2 - -
0,60 - - 72,6 43,6 - - 66,9 60,2 125,6 67,8 - -
0,65 - -- 59,2 41,7 - - 56,9 60,1 101,4 64,2 - -
0,70 - - 49,7 40,6 - - 49,7 60,8 84,2 61,9 - -
0,75 - - 42,7 40,1 - - 44,3 62,3 71,8 60,6 - -
0,80 - - 37,6 40,1 - - 40,3 64,5 62,5 60,0 - -
0,85 - - 33,6 40,5 - - 37,2 67,2 55,5 60,1 - -
0,90 - - 30,5 41,2 - - 34,8 70,4 50,0 60,8 - -
0,95 - - 28,1 42,3 - - 32,8 74,0 45,7 61,8 - -
1,00 24,0 24,0 26,1 43,6 40,0 40,0 31,2 78,0 42,2 63,3 60,0 60,0
1,05 21,8 24,1 24,5 45,1 36,4 40,1 29,9 82,4 39,4 65,2 54,6 60,2
1,10 20,1 24,3 23,2 46,8 33,5 40,5 28,8 87,1 37,1 67,3 50,2 60,7
1,15 18,6 24,6 22,1 48,8 31,0 41,0 27,9 92,2 35,2 69,8 46,6 61,6
1,20 17,4 25,1 21,2 50,9 29,0 41,8 27,1 97,6 33,5 72,5 43,5 62,7
1,25 16,4 25,6 20,4 53,2 27,3 42,7 26,4 103, 32,2 75,4 41,0 64,4
1,30 15,5 26,3 19,8 55,6 25,9 43,8 25,9 109,
2 31,0 78,6 38,8 65,6
1,35 14,8 27,0 19,2 58,2 24,7 44,9 25,4 115,
2 30,0 82,0 37,0 67,4
1,40 14,2 27,8 18,7 61,0 23,6 46,3 24,9 122,
5 29,1 85,6 35,4 69,4
1,45 13,6 28,6 18,2 63,9 22,7 47,7 24,5 128,
1 28,4 89,4 34,0 71,6
1,50 13,1 29,6 17,8 66,9 21,9 49,3 24,2 136,
9 27,7 93,4 32,8 73,9
1,55 12,7 30,6 17,5 70,1 21,2 50,9 23,9 143,
1 27,1 97,6 31,8 76,4
1,60 12,4 31,6 17,2 73,4 20,6 52,7 23,6 151,
5 26,6 102, 30,9 79,0
1,65 12,0 32,7 16,9 76,8 20,0 54,5 23,4 159,
1 26,1 106,
0 30,0 81,8
1,70 11,7 33,9 16,7 80,3 19,5 56,5 23,2 167,
1 25,7 111,
6 29,3 84,7
1,75 11,5 35,1 16,5 84,0 19,1 58,5 23,0 175,
3 25,3 116,
3 28,7 87,8
1,80 11,2 36,4 16,3 87,8 18,7 60,6 22,8 184,
7 25,0 121,
2 28,1 91,0
1,85 11,0 37,7 16,1 91,7 18,4 62,9 22,6 193,
5 24,7 126,
3 27,6 94,3
1,90 10,8 39,1 15,9 95,8 18,0 65,2 22,5 202,
5 24,4 132,
6 27,1 97,7
1,95 10,7 40,5 15,8 99,9 17,8 67,5 22,3 212,
7 24,1 137,
0 26,6 101,
2,00 10,5 42,0 15,6 104, 17,5 70,0 22,2 222,
2 23,9 143,
6 26,3 105,
3
2
O valor do momento fletor positivo é dado por: M = (pa )/m
2 0 3 0
O momento fletor negativo na direção a ou b, se tiver, será dado por: Xi = 1,5 Mi
a é o vão com o maior número de engaste. Caso o número de engaste seja o mesmo nas duas direções, a é o menor vão.

3.39
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Tabela 3.10 – Flecha elástica em lajes retangulares, carga uniforme (Tepedino)

Tipo

b/a f1 f1 f1 f1 f1 f1

0,50 - 0,0068 - 0,0062 0,0033 -


0,55 - 0,0090 - 0,0080 0,0045 -
0,60 - 0,011 - 0,0098 0,0058 -
0,65 - 0,014 - 0,012 0,0073 -
0,70 - 0,017 - 0,014 0,0090 -
0,75 - 0,020 - 0,015 0,011 -
0,80 - 0,022 - 0,017 0,012 -
0,85 - 0,025 - 0,019 0,014 -
0,90 - 0,028 - 0,020 0,015 -
0,95 - 0,030 - 0,021 0,017 -
1,00 0,048 0,033 0,025 0,023 0,018 0,015
1,05 0,053 0,035 0,027 0,024 0,020 0,016
1,10 0,057 0,037 0,029 0,024 0,021 0,018
1,15 0,062 0,039 0,032 0,025 0,022 0,019
1,20 0,066 0,041 0,034 0,026 0,023 0,020
1,25 0,071 0,043 0,036 0,027 0,024 0,021
1,30 0,075 0,044 0,038 0,027 0,025 0,022
1,35 0,079 0,046 0,040 0,028 0,026 0,023
1,40 0,083 0,047 0,041 0,028 0,026 0,024
1,45 0,087 0,049 0,043 0,029 0,027 0,025
1,50 0,090 0,050 0,045 0,029 0,027 0,026
1,55 0,094 0,051 0,046 0,029 0,028 0,027
1,60 0,097 0,052 0,047 0,029 0,028 0,027
1,65 0,100 0,053 0,048 0,030 0,028 0,027
1,70 0,103 0,053 0,049 0,030 0,028 0,028
1,75 0,106 0,054 0,050 0,030 0,028 0,028
1,80 0,109 0,055 0,050 0,030 0,028 0,028
1,85 0,112 0,056 0,051 0,030 0,029 0,029
1,90 0,114 0,056 0,052 0,030 0,029 0,029
1,95 0,116 0,057 0,054 0,030 0,029 0,029
2,00 0,119 0,058 0,055 0,030 0029 0,029
4 3
O valor da flecha é dada por: f = f1 (p.a ) / (Ecs h )
a é o vão com o maior número de engaste. Caso o número de engaste seja o mesmo nas duas direções, a é o menor vão.

3.40
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
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Tabela 3.11 A – Momentos fletores, regime elástico, carga uniforme (Tepedino)

Tipo

b/a ma mb ma mb na ma mb na nb
0,50 - - 119,0 44,1 32,8 - - - -
0,55 - - 91,7 40,0 27,6 - - - -
0,60 - - 74,1 37,2 23,8 - - - -
0,65 - - 61,7 35,3 20,9 - - - -
0,70 - - 52,1 34,1 18,6 - - - -
0,75 - - 45,2 33,4 16,8 - - - -
0,80 - - 40,2 33,1 15,4 - - - -
0,85 - - 36,1 33,2 14,2 - - - -
0,90 - - 32,9 33,5 13,3 - - - -
0,95 - - 30,3 33,9 12,5 - - - -
1,00 23,6 23,6 28,2 34,4 11,9 37,2 37,2 14,3 14,3
1,10 20,0 23,6 25,1 36,2 10,9 31,3 37,4 12,7 13,6
1,20 17,4 23,7 22,8 38,6 10,2 27,4 38,2 11,5 13,1
1,30 15,5 24,2 21,2 41,4 9,7 24,6 40,0 10,7 12,8
1,40 14,1 25,0 20,0 44,4 9,3 22,6 41,8 10,1 12,6
1,50 13,0 25,7 19,1 47,3 9,0 21,1 44,4 9,6 12,4
1,60 12,1 26,8 18,4 51,4 8,8 20,0 48,2 9,2 12,3
1,70 11,4 27,9 17,8 55,8 8,6 19,2 52,4 9,0 12,3
1,80 10,9 28,8 17,4 59,4 8,4 18,5 56,1 8,7 12,2
1,90 10,5 30,4 17,1 63,0 8,3 18,0 60,2 8,6 12,2
2,00 10,1 31,6 16,8 67,6 8,2 17,5 62,5 8,4 12,2
2 2
O valor do momento positivo é dado por: M = pa /m e do negativo por X = pa /n
a é o vão com o maior número de engaste. Caso o número de engaste seja o mesmo nas duas direções, a é o menor vão.

3.41
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
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Tabela 3.11 B – Momentos fletores, regime elástico, carga uniforme (Tepedino)

Tipo

b/a ma mb na ma mb na nb ma mb na nb
0,50 113,6 47,9 33,7 222,2 72,7 49,3 35,2 - - - -
0,55 88,5 44,8 28,6 161,3 64,3 40,5 30,7 - - - -
0,60 73,0 42,9 25,0 123,5 58,4 34,4 27,2 - - - -
0,65 60,2 42,0 22,2 99,0 54,3 29,8 24,6 - - - -
0,70 53,5 41,7 20,1 82,0 51,3 26,2 22,5 - - -
0,75 47,2 42,0 18,5 69,0 49,5 23,4 21,0 - - - -
0,80 42,9 43,0 17,3 59,2 48,4 21,2 19,7 - - - -
0,85 39,4 44,2 16,3 52,4 47,9 19,5 19,2 - - - -
0,90 36,5 45,7 15,5 47,4 48,0 18,1 18,7 - - - -
0,95 34,2 47,8 14,8 43,1 48,6 17,1 18,4 - - - -
1,00 32,4 49,8 14,3 39,7 49,5 16,2 18,3 49,5 49,5 19,4 19,4
1,10 29,9 54,7 13,5 34,8 52,3 14,8 17,7 41,3 50,4 17,1 18,4
1,20 28,0 61,5 13,0 31,6 56,5 13,9 17,4 34,8 53,0 15,6 17,9
1,30 26,7 67,2 12,6 29,4 61,6 13,2 17,4 32,7 56,4 14,5 17,6
1,40 25,8 75,0 12,3 27,9 68,0 12,8 17,4 30,1 60,7 13,7 17,5
1,50 25,3 83,9 12,3 26,7 74,1 12,5 17,5 28,3 67,3 13,2 17,5
1,60 24,8 93,0 12,1 25,9 81,4 12,3 17,7 27,1 73,7 12,8 17,5
1,70 24,4 101,8 12,0 25,3 88,7 12,1 17,9 26,1 82,4 12,5 17,5
1,80 24,2 110,2 12,0 24,9 99,6 12,0 18,0 25,5 88,2 12,3 17,5
1,90 24,0 120,4 12,0 24,5 106,5 12,0 18,0 25,1 98,9 12,1 17,5
2,00 24,0 131,6 12,0 24,3 113,6 12,0 18,0 24,7 104,2 12,0 17,5
2 2
O valor do momento positivo é dado por: M = pa /m e do negativo por X = pa /n
a é o vão com o maior número de engaste. Caso o número de engaste seja o mesmo nas duas direções, a é o menor vão.

3.42
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
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Tabela 3.12 A - Momentos fletores em lajes com carga triangular (Bares)

Tipo

b/a ma mb ma mb nb ma mb nb ma mb nb i nb s ma mb na
0,5 62,5 19,5 109 35,6 15,3 78,1 25,4 17,9 147 46,9 19,5 29,8 55,6 16,3 22,6

0,6 54,6 22,1 94,3 37,7 15,9 75,2 27,3 18,8 128 48,1 19,8 30,0 51,5 17,8 28,4

0,7 50,0 25,6 86,2 41,2 16,8 69,0 30,1 20,4 114 50,2 20,3 30,9 50,5 19,2 36,0

0,8 47,8 29,9 81,3 45,7 17,8 64,5 33,6 22,4 105 53,5 21,2 32,4 52,9 21,1 44,2

0,9 46,7 35,0 78,1 51,5 19,1 61,3 37,5 24,9 101 57,5 21,9 34,4 56,5 23,6 53,8

1,0 47,2 41,5 74,6 58,1 20,2 58,8 42,4 28,4 99,0 62,5 23,1 37,5 61,7 26,7 66,2

1,1 36,9 39,5 59,5 54,3 18,4 46,9 39,5 26,7 74,6 55,9 20,2 34,0 55,2 24,9 64,9

1,2 34,5 37,9 48,8 51,0 16,9 39,2 37,3 25,3 59,9 51,5 18,2 31,7 50,8 23,5 64,1

1,3 30,5 37,0 41,7 48,5 15,7 33,8 35,8 24,6 49,5 48,5 16,5 30,2 47,6 22,4 65,8

1,4 27,5 36,2 36,4 46,7 14,7 29,7 35,0 24,3 41,8 46,5 15,1 29,5 44,8 21,4 68,0

1,5 25,2 35,6 32,5 45,2 13,9 26,7 34,1 24,0 36,8 45,2 14,2 28,5 43,1 20,7 69,4

1,6 23,4 34,8 25,6 44,4 13,2 24,4 33,7 24,0 33,0 44,8 13,6 27,7 41,7 19,8 70,9

1,7 21,8 35,3 26,9 44,4 12,9 22,4 34,0 24,5 29,7 45,0 13,2 27,5 40,5 19,1 75,2

1,8 20,6 35,1 25,1 43,5 12,4 21,1 33,6 24,7 27,3 44,1 12,6 26,8 39,8 18,5 76,9

1,9 19,6 35,2 23,6 42,6 12,1 19,9 33,8 25,2 25,3 43,3 12,2 26,7 39,4 18,0 81,3

2,0 18,7 36,0 22,3 43,1 11,9 18,8 34,7 26,6 23,6 43,9 11,9 26,9 38,8 17,5 89,3
2 2
O valor do momento positivo é dado por: Mi = pl /m i e do negativo por Xi = pl /ni
l é o menor vão entre a (direção horizontal) e b (direção vertical).
Tabela baseada em Bares (1972), apud Pinheiro (2007) e adaptada pelo autor.

3.43
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
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Tabela 3.12 B - Momentos fletores em lajes com carga triangular (Bares)

b/a ma mb na nb ma mb na nb ma mb na nb i nb s
0,5 104 38,6 27,8 16,3 86,2 27,6 21,6 19,5 125 48,3 34,2 20,2 31,0

0,6 112 44,1 27,9 17,7 76,3 31,9 21,8 22,1 128 52,4 33,7 21,1 32,5

0,7 86,2 52,1 28,8 19,8 68,0 37,5 22,4 26,2 122 58,8 33,6 22,5 36,0

0,8 80,0 63,7 30,5 22,5 64,1 44,1 23,9 31,9 109 65,4 34,4 24,5 40,8

0,9 81,3 75,2 32,7 25,7 64,9 53,2 26,0 39,2 99,0 74,6 35,0 27,0 47,4

1,0 84,0 90,1 35,1 29,4 67,1 64,5 27,7 48,8 97,1 87,7 37,0 30,3 56,8

1,1 72,5 87,0 31,2 27,8 58,5 62,5 25,7 51,8 80,0 83,3 32,4 28,1 57,1

1,2 64,9 86,2 28,5 26,5 52,9 62,9 23,9 53,8 70,4 82,0 29,2 26,6 57,8

1,3 59,9 85,5 26,5 25,4 48,8 63,7 22,4 56,8 63,3 82,0 26,7 25,5 59,9

1,4 55,9 84,0 24,7 24,7 45,7 64,5 21,1 61,3 57,5 83,3 24,7 24,8 62,9

1,5 52,6 82,6 23,4 23,9 43,5 64,5 20,1 64,9 53,2 82,0 23,4 23,9 65,4

1,6 49,5 81,3 22,4 23,4 41,7 64,5 19,3 69,9 49,8 81,3 22,3 23,4 69,0

1,7 46,9 81,3 21,6 23,1 40,2 65,3 18,6 75,2 46,9 81,3 21,5 23,1 74,1

1,8 44,8 79,4 21,1 22,5 39,5 65,8 18,0 76,9 45,2 79,4 21,0 22,5 76,9

1,9 42,9 79,4 20,6 22,2 38,8 69,4 17,5 81,3 43,7 79,4 20,5 22,2 81,3

2,0 41,1 80,6 20,1 22,3 38,0 73,5 16,9 89,3 42,2 80,6 20,0 22,3 92,6
2 2
O valor do momento positivo é dado por: Mi = pl /m i e do negativo por Xi = pl /ni
l é o menor vão entre a (direção horizontal) e b (direção vertical).
Tabela baseada em Bares (1972), apud Pinheiro (2007) e adaptada pelo autor.

3.44
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
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3.8 – Exemplos
3.8.1 – Exemplo 1

Para a forma abaixo de uma edificação residencial, pede-se:


1. Determinar as reações de apoio das lajes, indicando-as em planta;
2. Determinar os momentos fletores no regime elástico, indicando-os em planta;
3. Calcular as armaduras de flexão para os momentos positivos e negativos;
4. Calcular as flechas no tempo infinito;
5. Fazer o detalhamento completo das lajes, inclusive com lista e resumo dos
ferros;
6. Fazer os itens 1,2,3 e 5 para o regime rígido-plástico.

Figura 3.8 – Forma para o exemplo de lajes – Planta e Cortes

3.45
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DADOS: fck = 30 MPa (fc = 1,821kN/cm2) Brita Gnaisse Aço CA 60 / CA 50


Revestimento = 1 kN/m2 Sobrecarga = 2 kN/m2 (todas as lajes)

CARGAS: Peso próprio (pp) pp = 1 x 1 x h x  c = 1x1x0,10x25 = 2,5 kN/m2


Revestimento = 1,0 kN/m2
Carga permanente g = 3,5 kN/m2

Carga acidental (sobrecarga) q = 2,0 kN/m2

Carga total p = g + q = 3,5 + 2,0 p = 5,5 kN/m2

LAJE L1

Figura 3.9 – Laje L1

Conforme a figura 3.9 esta laje em balanço suporta na sua extremidade um


parapeito de alvenaria de tijolos furados ( alv = 13 kN/m3) com altura de 1,20 m e
espessura de 15 cm. Além das cargas normais da laje (p) devem ser aplicadas, se-
gundo o item 2.2.1.5 da NBR 6120:1980, ao longo de parapeitos e balcões uma car-

3.46
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ga horizontal de 0,8 kN/m na altura do corrimão e uma carga vertical mínima de 2


kN/m. As cargas em um metro de largura de laje é dada por: P = 4,34 kN, M = 0,96
kNm e p = 5,5 kN/m.
R = P + p x 1,025 = 4,34 + 5,5 x 1,025 R = 9,98 kN
X = P x 1,025 + p x (1,025)2 / 2 + 0,96 = 4,34 x 1,025 + 5,5 x (1,025)2 / 2 + 0,96
X = 8,30 kNm

Em algumas situações de projeto pode ser necessário determinar separada-


mente as reações e os momentos devidos às parcelas permanente (Rg e Xg) e aci-
dental (Rq e Xq).

Rg = 2,34 + 3,5 x 1,025 = 5,93 kN


R = Rg + Rq = 5,93 + 4,05 = 9,98 kN
Rq = 2 + 2 x 1,025 = 4,05 kN

Xg = 2,34x1,025+3,5x(1,025)2/2 = 4,24 kNm


X = Xq+Xq = 4,24+4,06 = 8,30 kNm
Xq = 2x1,025+2x(1,025)2/2+0,96 = 4,06 kNm

O valor do momento de serviço no engaste é dado por:

Xserv = Xg + Ψ2 Xq = 4,24 + 0,3 x 4,06 = 5,46 kNm (Ψ2 = 0,3 tabela 1.7)

O dimensionamento à flexão se dá em uma seção retangular 100/h, com a al-


tura útil dada no mínimo por d = h – 2,5 = 7,5 cm, para um cobrimento c = 2 cm (ta-
bela 2.8 para CAA I). Nota-se que aqui não foi feita a compensação de momentos
negativos por se tratar de uma laje em balanço. Além disto, em laje em balanço
(conforme NBR 6118:2014), o dimensionamento deve ser para um momento final
majorado por um coeficiente adicional  n.

X = 830 kNcm Xd =  n f X com  f = 1,4 e  n = 1,45 (tabela 3.4)

3.47
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Xd = 1,45 x 1,4 x 830 = 1685 kNcm

1685
K  0,164  K L  0,295  K'  K  0,164
1,821x100x7,5 2

A s  A s1 
1,821x100x7,5
43,48
 
1  1  2x0,164  5,68cm 2 /m CA 50

A s  A s1 
1,821x100x7,5
52,17
 
1  1  2x0,164  4,73cm 2 /m CA 60

Usando-se bitola Φ=8 mm (0,503 cm2, conforme tabela 1.4) tanto para aço CA
50 quanto para aço CA 60 obtém-se os seguintes espaçamentos:

s = 100 / (5,68 / 0,503) = 8,9 cm Φ=8 mm c/8 cm CA 50 (*)

s = 100 / (4,73 / 0,503) = 10,6 cm Φ=8 mm c/10 cm CA 60

Flecha

A flecha máxima na extremidade do balanço, segundo a teoria das estruturas,


é dada por:

f∞ = p∞ x  4 / (8EIeq) + P∞ x  3 / (3 EIeq) + M∞ x  2 / (2EIeq), com = 1,025 m.

p∞ = 2,46 x g + 0,738 x q = 2,46 x 3,5 + 0,738 x 2 = 10,09 kN/m

P∞ = 2,46 x G + 0,738 x Q = 2,46 x 2,34 + 0,738 x 2 = 7,23 kN equação (3.32)

M∞ = 2,46 x Mg + 0,738 x Mq = 2,46 x 0 + 0,738 x 0,96 = 0,71 kNm

3.48
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Para o cálculo de EIeq compara-se o valor do momento negativo de serviço


Xserv = 5,46 kNm com o momento de fissuração Mr dado na equação (3.16a):

Mr = 0,75 x h2 x ( fck)
2/3
= 0,75 x 102 (30)2/3 = 724 kNcm > Xserv Estádio I

EIeq = Ecs Ic rigidez equivalente igual a rigidez da seção bruta de concreto

Ecs = αi Eci αi=0,8+0,2(fck / 80)=0,8+0,2(30/90) = 0,867 ≤ 1,0 equação (1.6b)

Eci = αe 5600 (fck)1/2 = 1,0 x 5600 x (30)1/2 = 30672 MPa = 3,07 x 107 kN/m2 eq. (1.5a)
αe = 1,0 concreto com brita gnaisse

Ecs =0,867x 3,07x 107=2,66x 107 kN/m2


Ecs Ic = 2,66x 107x8,33x 10-5=2215 kNm2
Ic = (1,00 x 0,103 /12) = 8,33 x 10-5 m4

f∞=10,09x 1,0254/(8x 2215)+7,23x 1,0253/(3x 2215)+0,71x 1,0252/(2x 2215)=1,97x 10-3 m

f∞ ≈ 0,20 cm < fadm =  /125 = 102,5 /125 = 0,82 cm OK!

LAJE L2

A laje L2 é uma laje alongada em que o vão menor vale 2,20 m e o maior 9,00
m, portanto uma laje armada em uma direção. O primeiro trecho do lado direito des-
ta laje (vão a da viga V5) pode ser considerado engastado (continuidade com a laje
L4), já o segundo em função do vazado da forma tem de ser considerado simples-
mente apoiado (a viga V5 não teria rigidez suficiente à torção para engastar esta
laje).

Como o cálculo de uma laje armada em uma direção é equivalente ao de uma


viga sobre dois apoios com largura b = 100 cm, o primeiro trecho desta laje pode ser
considerado apoiado sobre o vão a de V4 e engastado sobre o vão a de V5 (conti-

3.49
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nuidade com a laje L4). Do lado esquerdo desta laje tem-se continuidade com a laje
em balanço L1, que normalmente é considerado como apoio simples.

Pode-se, no entanto, considerar L2 engastada na laje em balanço L1 desde


que o momento de engaste com a totalidade das cargas atuando em L2 seja menor
que o momento negativo de serviço da L1 (X serv,L1 = 5,46 kNm) , ou ainda mais a fa-
vor da segurança, seja menor que o devido apenas às cargas permanentes (X q,L1 =
4,24 kNm). Considerando neste caso a pior situação de L2, ou seja, engastada em
L1 e apoiada do outro lado, o seu momento de engaste seria máximo e igual a
Xmax,L2=5,5x 2,22/8=3,33 kNm. Este valor é menor que X g,L1=4,24 kNm e que portanto
poderia se considerar a laje L2 engastada em L1.

Um cálculo conservador para a laje L2 seria considerá-la simplesmente apoi-


ada em toda a continuidade com a laje L1 e do lado direito, engastada em L4 (vão a
da viga V5) e simplesmente apoiada no vão b da viga V5, devido ao vazado. Esta
consideração será a adotada neste exemplo, conforme a figura 3.10, embora exista
uma situação ainda mais conservadora que seria também considerar L2 simples-
mente apoiada em toda a extensão da viga V5.

Figura 3.10 – Laje L2

3.50
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
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O dimensionamento á flexão será realizado depois da compensação dos ne-


gativos não realizada na laje L1 por ser uma laje em balanço.

Flecha

Como os momentos positivos acima calculados com a carga total são meno-
res que o momento de fissuração Mr = 724 kNcm esta laje encontra-se no estádio I,
sendo a rigidez equivalente EIeq = Ec Ic = 2215 kNm2, ambos já calculados no exem-
plo da laje L1.

As flechas calculadas para as duas situações da laje L2 são (o valor de p∞ é o


mesmo da laje L1):

Trecho apoiado-engastado f∞ = 2 x 10,09 x 2,204 / (384 x 2215), eq. (3.17), K=2


f∞ = 5,7 x 10-4 m ≈ 0,06 cm < fadm = 220 / 250 ≈ 0,9 cm

Trecho apoiado-apoiado f∞ = 5 x 10,09 x 2,204 / (384 x 2215), eq. (3.17), K=5


f∞ = 1,6 x 10-3 m ≈ 0,16 cm < fadm = 220 / 250 ≈ 0,9 cm

LAJE L3

Figura 3.11 – Laje L3

3.51
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
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pa = 5,5 x 4 = 22 pa2 = 5,5 x 42 = 88

Ra = ra pa = 0,183 x 22 = 4,03 kN/m Ma = pa2 / ma = 88 / 25,1 = 3,51 kNm


R’ b = r’b pa = 0,250 x 22 = 5,50 kN/m Mb = pa2 / mb = 88 / 36,2 = 2,43 kNm
R’’ b = r’’ b pa = 0,432 x 22 = 9,50 kN/m Xa = pa2 / na = 88 / 10,9 = 8,07 kNm

Alternativamente os coeficientes para os cálculos de R e M poderiam ser line-


armente interpolados.

Flecha

Como os momentos positivos acima calculados com a carga total são meno-
res que o momento de fissuração Mr = 724 kNcm esta laje encontra-se no estádio I,
sendo o módulo Ecs = 2,66x 107 kN/m2, ambos já calculados no exemplo da laje L1.

p a 4 10,09x44 400
f   f1 3
 0,039 7 3
 3,8x103 m  0,4cm   1,6cm OK
Ecs h 2,66x10 x0,1 250

LAJE L4

Figura 3.12 – Laje L4

3.52
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
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Conforme a figura 3.12 a laje L4 tem uma continuidade com L3, na borda su-
perior, cuja extensão é de 457,5 cm, maior que (2/3) do comprimento do apoio, ou
seja, 457,5 > 0,67 x 580 = 387 cm. Quando isto ocorre pode-se considerar a laje L4
engastada na sua borda superior comportando como uma laje do tipo C.

pa = 5,5 x 5 = 27,5 pa2 = 5,5 x 52 = 137,5

R’ a=r’a pa = 0,183x 27,5 = 5,03 kN/m Ma=pa2/ma=137,5/27,4 = 5,02 kNm


R’’ a=r’’ a pa = 0,317x 27,5 = 8,72 kN/m Mb=pa2/mb=137,5/38,2 = 3,60 kNm
R’ b =r’b pa = 0,207x 27,5 = 5,69 kN/m Xa = pa2/na=137,5/11,5 = 11,96 kNm
R’’ b =r’’b pa = 0,358x 27,5 = 9,85 kN/m Xb = pa2/nb=137,5/13,1 = 10,50 kNm

Flecha

Como os momentos positivos acima calculados com a carga total são meno-
res que o momento de fissuração Mr = 724 kNcm esta laje encontra-se no estádio I,
sendo o módulo Ecs = 2,66x 107 kN/m2, ambos já calculados no exemplo da laje L1.

pa4 10,09x5 4 500


f   f1 3
 0,032 7 3
 7,6x103 m  0,8cm   2cm OK
E cs h 2,66x10 x0,1 250

COMPENSAÇÃO DOS MOMENTOS

Compensação dos negativos (Unidade kNcm)


Entre X1 X2 0,8 Xmax Xmed
L2 – L4 333 1050 840* 692
L3 – L4 807 1196 957 1002*

Para as lajes L2 e L3 os momentos negativos finais compensados são maio-


res que os originais da condição de engaste perfeito, portanto os momentos positi-
vos finais destas lajes, nas mesmas direções dos negativos correspondentes, deve-

3.53
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
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rão ser menores que os iniciais, mas por segurança eles serão mantidos sem redu-
ção.

Para a laje L4 os momentos finais negativos compensados são menores que


os de engaste perfeito e os positivos em cada uma das direções deverão ser acres-
cidos do valor ΔM = 0,3 x (Xinicial - Xcom pensado ). Assim para as direções a e b os va-
lores finais dos momentos positivos ficam:

Ma,final = Ma,inicial + ΔM = 502 + 0,3 x (1050 – 840) = 565 kNcm

Mb,final = Mb,inicial + ΔM = 360 + 0,3 x (1196 – 1002) = 418 kNcm

Figura 3.13 – Representação em planta das reações e


momentos finais das lajes – Regime Elástico (R – kN/m e M – kNcm)

3.54
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
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Na figura 3.13 estão representadas as reações de apoio com os seus valores


por metro e a sua localização em planta. Os valores dos momentos finais compen-
sados, tanto os negativos quanto os positivos, estão também indicados em planta.

DIMENSIONAMENTO

Dimensionamento à flexão
h=10 cm d=7,5 cm K L=0,295
Momento
K As,cal (cm2) Bitola e espaçamento Aço
kNcm
4,65>(1,50)a Φ 8 c/10 cm CA 50(*)
X=1002 0,137
3,87>(1,50)a Φ 8 c/12,5 cm CA 60
3,84>(1,50)a Φ 8 c/13 cm CA 50(*)
X=840 0,115
3,20>(1,50)a Φ 6,4 c/10 cm CA 60
b
M=565 0,077 2,11>(1,00) Φ 6 c/13 cm CA 60
M=418 0,056 1,54>(1,00)b Φ 5 c/12,5 cm CA 60
M=351 0,048 1,29>(1,00)b Φ 5 c/15 cm CA 60
M=333 0,046 1,22<(1,50)a Φ 5 c/13 cm CA 60
b
M=243 0,033 0,88<(1,00) Φ 5 c/19 cm CA 60
M=187 0,026 0,68<(1,50)a Φ 5 c/13 cm CA 60

Os momentos finais que aparecem na figura 3.13 foram dimensionados em


ordem decrescente conforme a tabela acima. Para os momentos negativos, que são
os maiores, o dimensionamento foi obtido considerando-se tanto o aço CA 50 quan-
to o CA 60. O asterisco entre parênteses (*) indica a opção adotada, a mesma usada
para o dimensionamento do momento (negativo) da laje em balanço L1.

A medida que o momento diminui a armadura calculada pode ser inferior a


armadura mínima dada por ρs na equação (3.35) e na tabela 3.5. A letra (a) significa
que tem-se ρs ≥ ρm in = 0,15% o que resulta em As,m in = 0,15% x100x10 = 1,5 cm2/m.

3.55
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Esta é a armadura mínima adotada para momentos negativos (em geral) e positivos
para lajes armadas em uma direção. A letra (b) significa ρs ≥ 0,67 ρm in = 0,10% , re-
sultando para momentos positivos em lajes armadas em duas direções As,m in =
0,10% x100x10 = 1,0 cm2/m.

DETALHAMENTO

Figura 3.14 – Detalhamento das armaduras positivas e negativas


Regime Elástico

3.56
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A figura 3.14 apresenta o detalhamento das armaduras positivas e negativas


das lajes calculadas no regime elástico. As armaduras positivas (parte inferior da
laje) estão indicadas em linha contínua e as negativas (parte superior da laje) em
linha tracejada.

ARMADURAS POSITIVAS

O espaçamento máximo das barras tem que ser menor que 2h ou 20 cm na


região dos maiores momentos, valor atendido em todo o dimensionamento. Estas
barras deverão ser levadas até os apoios, de acordo o item 20.1 da NBR
6118:2014, não sendo possível o escalonamento das mesmas. Ainda de acordo es-
te item as barras deverão ser prolongadas no mínimo 4 cm além dos eixos teóricos
dos apoios.

Assim a posição N1 da figura 3.14 deve ter o seguinte comprimento mínimo:

 N1,m in = teórico + 4 + 4 = (200 + 10 + 10) + 8 = 228 cm < adotado = 235 cm

Adotou-se o valor 235 cm, maior que o mínimo necessário de 228 cm, obtido
da seguinte forma:

 adotado = 0 + e1 + e2 – 2 x 2,5* = (200 + 20 + 20) - 5 = 235 cm


(*) maior que o cobrimento mínimo cmin = 2 cm

Desta forma foram obtidos todos os outros comprimentos das barras positi-
vas.

ARMADURAS NEGATIVAS

As barras negativas deverão, no mínimo, ser prolongadas para cada lado dos
eixos dos apoios um quarto (0,25) do maior dos menores lados (vãos) das lajes con-
tíguas que se engastam. Nas extremidades, para garantir a perfeita ancoragem, as

3.57
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barras deverão ser dobradas com um comprimento igual a (h – 2c = 10 – 2 x 2 =6


cm). Quando a laje for em balanço, a armadura negativa deve ter o comprimento no
mínimo igual a duas vezes o vão do balanço.

Assim as barras negativas da posição N9, entre L3 (a=400 cm, b=457,5 cm) e
L4 (a=500 e b=580), devem se prolongar no mínimo (0,25 x 500) = 125 cm para cada
lado do eixo da viga V2. Desta forma o trecho reto de N9 terá (125x 2) = 250 cm e as
duas dobras extremas 6 cm, resultando o comprimento final de C = 262 cm. A posi-
ção N7 tem o comprimento reto no mínimo igual a duas vezes o vão do balanço
(2x 110) = 220 cm. Com as duas dobras de 6 cm resulta o comprimento final C=232
cm.

A posição N8 resultou da possível superposição de N7 com o negativo entre


as lajes L2 e L3 (Φ8 c/13), observado o espaçamento de 8 cm (da laje em balanço)
entre as barras, a favor da segurança. Assim como N9, a posição N8 deve prolongar
125 cm além do eixo da V5, ficando o comprimento reto igual a
(100+20+200+10+125) = 455 cm.

A quantidade de barras (positivas ou negativas), em um determinado trecho é


obtida dividindo-se o comprimento livre do trecho pelo espaçamento calculado das
barras, adotando-se o número inteiro imediatamente superior desta divisão.

LISTA DE FERROS

A lista de ferros mostrada na primeira tabela abaixo apresenta em ordem nu-


mérica todas as posições do desenho de armação com suas bitolas, quantidades e
comprimentos individuais. A segunda é o resumo da armadura usada no detalha-
mento da laje, contendo o tipo de aço, a bitola, o comprimento total de cada bitola e
o peso de cada tipo de aço. Tanto no detalhamento quanto na lista não estão apre-
sentados os ferros de montagem e amarração das armaduras.

3.58
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O peso total das armaduras é de 368 kg para um volume de laje igual a 8,1
m3 dando um consumo de aço (368 / 8,1) = 46 kg/m3.

LISTA DE FERROS
Posição Φ Quantidade Comprimento (cm)
N1 5 68 235
N2 5 10 915
N3 5 20 470
N4 5 26 415
N5 5 39 595
N6 6 44 515
N7 8 53 232
N8 8 63 467
N9 8 44 262

RESUMO AÇO CA 50
Φ Comprimento (m) Peso (kg)
8 533 211
TOTAL 211
RESUMO AÇO CA 60
Φ Comprimento (m) Peso (kg)
5 686 106
6 227 51
TOTAL 157

REGIME RÍGIDO-PLÁSTICO

Quando se usa o regime rígido-plástico o valor limite para a profundidade re-


lativa da LN é (x/d)L = 0,25, para fck ≤ 50 MPa, resultando conforme a equação (3.8a)
o valor KL = 0,180. Este valor limite supera o máximo valor de K = 0,164, calculado

3.59
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para Xd,L1. Caso o valor de K fosse maior que K L, o recurso seria aumentar a altura,
uma vez que não se usa armadura dupla em lajes.
A laje em balanço L1 apresenta os mesmos valores calculados para o regime
elástico, tanto para reação de apoio quanto para o momento.

A laje L2 no trecho apoiado-apoiado têm as mesmas reações de apoio e mo-


mento positivo, já no trecho apoiado-engastado as reações e os momentos são da-
dos por:

RA = 0,387 pa = 0,387 x 5,50 x 2,20 = 4,68 kN/m

RE = 0,613 pa = 0,613 x 5,50 x 2,20 = 7,42 kN/m

M = pa2 / 13,33 = 5,50 x 2,202 / 13,33 = 2,00 kNm

X = 1,5 M = 1,5 x 2,00 = 3,00 kNm

A laje L3 apresenta as mesmas reações de apoio sendo os momentos obtidos


a partir dos coeficientes da tabela 3.9, para relação (b/a) = 1,14 ≈1,15.

ma = 22,1 mb = 48,8 Ma = 88 / 22,1 = 3,98 kNm = 398 kNcm

pa2 = 5,5 x 42 = 88 Mb = 88 / 48,8 = 1,80 kNm = 180 kNcm

Xa = 1,5 Ma = 1,5 x 398 = 597 kNcm Xb = 0

A laje L4 apresenta as mesmas reações de apoio sendo os momentos obtidos


a partir dos coeficientes da tabela 3.9, para relação (b/a) = 1,16 ≈1,15.

ma = 31,0 mb = 41,0 Ma = 137,5 / 31,0 = 4,44 kNm = 444 kNcm

pa2 = 5,5 x 52 = 137,5 Mb = 137,5 / 41,0 = 3,35 kNm = 335 kNcm

3.60
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Xa = 1,5 Ma = 1,5 x 444 = 666 kNcm Xb = 1,5 Mb = 1,5 x 335 = 503 kNcm

As reações e os valores finais dos momentos para o regime rígido-plástico


estão apresentados em planta na figura 3.15 lembrando-se que neste regime, por
simplicidade, não se faz compensação de momentos, adotando-se o maior negativo
entre as lajes.

Figura 3.15 – Representação em planta das reações e


momentos finais das lajes – Regime Rígido-plástico (R – kN/m e M – kNcm)

3.61
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DIMENSIONAMENTO
Dimensionamento à flexão
h=10 cm d=7,5 cm K L=0,295
Momento
K As,cal (cm2) Bitola e espaçamento Aço
kNcm
X=666 0,091 3,00>(1,50)a Φ 8 c/16 cm CA 50
X=503 0,069 2,24>(1,50)a Φ 8 c/22 cm CA 50
b
M=444 0,061 1,64>(1,00) Φ 5 c/11 cm CA 60
M=398 0,054 1,47>(1,00)b Φ 5 c/13 cm CA 60
M=335 0,046 1,23>(1,00)b Φ 5 c/15 cm CA 60
a
M=333 0,046 1,22< (1,50) Φ 5 c/13 cm CA 60
M=200 0,027 0,73 <(1,50)a Φ 5 c/13 cm CA 60
M=180 0,025 0,65 <(1,00)b Φ 5 c/19 cm CA 60

3.62
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Figura 3.16 – Detalhamento das armaduras – Regime Rígido-plástico


LISTA DE FERROS

LISTA DE FERROS
Posição Φ Quantidade Comprimento (cm)
N1 5 68 235
N2 5 10 915
N3 5 20 470
N4 5 30 415
N5 5 32 595
N6 5 51 515
N7 8 53 232
N8 8 63 467
N9 8 28 262

RESUMO AÇO CA 50
Φ Comprimento (m) Peso (kg)
8 491 194
TOTAL 194
RESUMO AÇO CA 60
Φ Comprimento (m) Peso (kg)
5 923 142
TOTAL 142

O peso total das armaduras é de 336 kg para um volume de laje igual a 8,1
m3 dando um consumo de aço (336 / 8,1) = 42 kg/m3.

3.8.2 – Exemplo 2

3.63
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Calcular a flecha final para uma laje quadrada simplesmente apoiada em to-
das as bordas, destinada a um edifício comercial com sobrecarga de 4 kN/m 2.
DADOS: fck = 20 MPa (fc = 1,214 kN/cm2) Aço CA 50
Vão a=b= 6 m h = 10cm d = 7,0 cm Regime elástico
Revestimento 1 kN/m2 brita calcaria

pp = 0,10 x 25 = 2,5 kN/m2 rev = 1,0 kN/m2 → g = 3,5 kN/m2


sobrecarga q = 4 kN/m2 →p=g+q → p = 7,5 kN/m2

Tabela 3.11 com (b/a)=1→ ma=mb=23,6→ Ma=Mb=pa2/ma=7,5x 62/23,6=11,44 kNm

K = 0,269 < KL = 0,295 (regime elástico) → K’ = K = 0,269 As,cal = 6,27 cm2/m

Adotando-se Φ 10 c/12,5 cm → As,e = 6,28 cm2/m

Com ψ2 = 0,4 (tabela 1.7, para edifício comercial)

Msev = Ma = (g + ψ2q)a2 / ma = (3,5 + 0,4x 4) x 62 / 23,6 = 7,78 kNm = 778 kNcm

Mr = 0,75 x h2 x ( fck)
2/3
= 0,75 x 102 (20)2/3 = 553 kNcm < Mserv Estádio II

αi = 0,8 + 0,2 (fck / 80) = 0,8 + 0,2 x (20/90) = 0,844 ≤ 1,0 equação (1.6b)
αe = 0,9 concreto com brita calcaria
Eci = αe 5600 (fck)1/2 = 0,9 x 5600 x (20)1/2 = 22540 MPa = 2,25 x 107 kN/m2 eq. (1.5a)

Ecs = αi Eci = 0,844 x 2,25 x 107 = 1,90 x 107 kN/m2

n =(Es / Ecs ) = (21 x 107 / 1,90 x 107) = 11,05

nA s 11,05x6,28 2dnA s 2x7x11,05x6,28


A   0,694 B   9,715
100 100 100 100

3.64
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x II  A  A 2  B  0,694  0,629 2  9,715  2,499cm

100x II3 100x2,4993


 nA s d  x II    11,05x6,28x7  2,499  1926cm 4
2 2
I II 
3 3

100h 3 100x103
Ic    8333cm 4
12 12
 M 
3
 M 
3
   553  3   553  3 
I eq   r  I c  1   r  I II     x8333  1     x1926  4267cm
4

 M a    M a     778    778  

12I eq 12x4267
h eq  3 3  8,00cm
100 100

p∞ = 2,46 (g + 0,4 q) = 2,46g + 0,984 x 4 = 12,55 kN/m2. Com f1 = 0,048 (tab. 3.10)

pa4 12,55x64 600


f   f1 3
 0,048 7 3
 0,08m  8cm   2,4cm
E cs h eq 1,90x10 x0,08 250

A flecha final total (flecha imediata mais flecha diferida) deu maior que a fle-
cha admissível o que implica em aumentar a espessura da laje. Será adotada uma
nova altura de 12 cm.

p = 0,12 x 25 + 1 + 4 = 3 + 1 + 4 = 4 + 4 = 8 kN/m2

pserv = 4 + 0,4 x 4 = 5,6 kN/m2


p∞ = 2,46 x 4 + 0,984 x 4 = 13,78 kN/m2

M = 8 x 62 / 23,6 = 12,20 kNm = 1220 kNcm


Mserv = Ma = 5,6 x 62 / 23,6 = 8,54 kNm = 854 kNcm
Mr = 0,75 x 122 x (20)2/3 = 796 kNcm < Mserv Estádio II

3.65
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M = 1220 kNcm K = 0,174 < KL As,cal = 4,83 cm 2/m (CA 50)


Φ 10 c/16 cm As,e = 5,50 cm2/m

A = 0,608 B = 10,940 xII = 2,755 cm III = 3067 cm4 Ieq =12244 cm 4


Ic = 14400 cm4 heq = 11,36 cm f∞ = 0,031 m = 3,1 cm > fadm = 2,4 cm

Contra-flecha máxima ≤ / 350 = 1,71 cm.

Adotando-se uma contra-flecha de 1 cm, menor que a máxima permitida, a


flecha final fica:

(3,1 – 1) = 2,1 cm < fadm = 2,4 cm OK!

3.66

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