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Direito Tributário no CTN

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.

Sumário
1. Direito Tributário .................................................................................................... 2
1.1 Obrigação Tributária ......................................................................................... 2
1.1.1 Evolução Histórica da Atividade Financeira ................................................ 2
1.1.2 Conceito ....................................................................................................... 2
1.1.3 Elementos .................................................................................................... 3
1.1.3.1 Sujeito Ativo ......................................................................................... 3
1.1.3.2 Sujeito Passivo ..................................................................................... 3
1.1.3.3 Causa .................................................................................................... 3
1.1.3.4 Objeto .................................................................................................. 3
1.1.4 Tipos de Obrigação Tributaria ..................................................................... 3
1.1.5 Estrutura das obrigações ............................................................................. 4

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Direito Tributário no CTN
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1. Direito Tributário
1.1 Obrigação Tributária
Há muito se percebeu que a relação tributária não era simplesmente de imposição
das prerrogativas do Estado em face do cidadão. A própria compreensão das finanças
públicas identificou que o mecanismo que o Estado tinha de obter receita poderia
encontrar-se com o elemento jurídico e nesse contexto cria-se a fixação de um dever.

1.1.1 Evolução Histórica da Atividade Financeira


De acordo com Aliomar Baleeiro, as finanças do mundo foram construídas ao longo
do tempo passando pelas seguintes fases:
a) Parasitária: mundo antigo. Era obtida por extorsão, pilhagens, saques, exploração do
povo inimigo vencido.
b) Dominical: período medieval. Exploração de bens do patrimônio, como imóveis,
indústrias.
c) Regaliana: exploração de direitos ou privilégios reconhecidos aos reis, príncipes, etc –
pedágio, direitos sobre rios, portos e minas.
d) Tributária: decorrente de imposição coercitiva.
e) Social: tributo com finalidade extrafiscal.
A organização tributária surgiu na metade do século passado. Aproveitou-se a
organização tributária alemã. O CTN é de 1966, e foi inspirado em parte também no Código
Civil de 1916, no que tange às obrigações.
Tributo é uma prestação pecuniária. Prestação é um conceito de direito civil. Mas,
não se pode esquecer também dos elementos de direito público que acabam por
desequilibrar essa relação tributária.

1.1.2 Conceito
Obrigação tributária é a relação jurídica que tem por objeto uma prestação, positiva
ou negativa, prevista na legislação tributária (Leis, Decretos...), a cargo de um particular e a
favor do Estado, traduzida em pagar tributo ou penalidade OU em fazer alguma coisa no
interesse do Fisco ou ainda em abster-se de praticar determinado ato, nos termos da lei.
A obrigação tributária nasce com a ocorrência do fato gerador.
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.

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§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito
dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as
prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da
fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em
obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.

1.1.3 Elementos
1.1.3.1 Sujeito Ativo
Pessoa jurídica de direito público competente para exigir o cumprimento dos
tributos; o sujeito ativo da obrigação tributária é sempre o Estado.

1.1.3.2 Sujeito Passivo


Pessoa obrigada ao cumprimento da prestação pecuniária.

1.1.3.3 Causa
A lei, em razão do princípio da legalidade tributária.

1.1.3.4 Objeto
O cumprimento de uma prestação positiva ou negativa determinada pela lei. Nem
sempre o objeto é pagar. Há outras prestações positivas ou negativas.

1.1.4 Tipos de Obrigação Tributaria


Obrigação principal: pagar tributo ou penalidade pecuniária (multa). A obrigação
principal tem reserva legal absoluta (lei em sentido estrito).
Exemplo: pagar IR, IPTU, ICMS, contribuições etc.
Obrigação acessória: Fazer, não fazer ou tolerar, em favor da Administração
Tributária. São deveres instrumentais em relação à obrigação principal. Deve estar prevista
na legislação (não necessariamente na lei em sentido estrito, podendo compreender fontes
normativas secundárias).
Exemplo: declarar IR, ITR, emitir notas fiscais, fazer e manter escrituração etc.

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Como as obrigações acessórias estão cada vez mais no foco da atenção, diante de
novas exigências como a comunicação eletrônica com o fisco, cada vez mais tem se
perguntado sobre isso em prova.
Obrigação acessória positiva: emissão de notas fiscais, entrega de declaração
(imposto de renta e outros), inscrição no cadastro de contribuintes (CPF e CNPJ) etc.
Obrigação acessória negativa: não rasurar, não transportar mercadoria sem nota
fiscal ou documentação idônea, não receber produtos cuja procedência não possa ser
comprovada, tolerar a ação da fiscalização no seu estabelecimento etc.

1.1.5 Estrutura das obrigações

PRINCIPAIS ACESSÓRIAS

Art. 113, §1º do CTN Art. 113, §2º do CTN


Obrigação de dar Deveres instrumentais
Objeto: pagamento Obrigações de fazer (positiva) e não fazer
Reserva legal absoluta (negativa)
Previsão: legislação

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Sumário
1. Direito Tributário .................................................................................................... 2
1.1 Obrigação Tributária (continuação) .................................................................. 2
1.1.1 Autonomia entre as Obrigações .................................................................. 2
1.1.2 Relação entre as Obrigações ....................................................................... 3
1.1.3 Fato Gerador ................................................................................................ 3
1.1.4 Aspectos do Fato Gerador da Obrigação Principal ...................................... 4
1.1.4.1 Aspecto material .................................................................................. 4
1.1.4.2 Aspecto espacial................................................................................... 4
1.1.4.3 Aspecto temporal................................................................................. 4
1.1.4.4 Aspecto pessoal ................................................................................... 5
1.1.4.5 Aspecto quantitativo............................................................................ 5

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1. Direito Tributário
1.1 Obrigação Tributária (continuação)
1.1.1 Autonomia entre as Obrigações
Há autonomia entre as obrigações acessórias e as principais. Isto porque o motivo
das obrigações acessórias é a fiscalização (controle, verificação, etc).
Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará, em caráter
geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a
competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da
sua aplicação.
Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às pessoas naturais ou
jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de
isenção de caráter pessoal.

Ademais, é possível existir uma obrigação sem a imposição da outra.


Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
I - moratória;
II - o depósito do seu montante integral;
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário
administrativo;
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação
judicial; (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)
VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações
assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela
conseqüentes.

Art. 175. Excluem o crédito tributário:


I - a isenção;
II - a anistia.
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das
obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou
dela conseqüente.

A obrigação acessória não é completamente independente da principal, mas a


primeira existe para controle da segunda. Todavia, nada impede que se criem obrigações
acessórias quando não houver obrigação principal. Essa distinção é relevante para a
incidência das limitações ao poder de tributar.
Exemplo: Entidade imune que deve preencher documentação relativa ao ISS.

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ERRO MATERIAL REPUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO. 1. Ao receber o processo para análise,


verifiquei o descompasso entre o conteúdo dos votos proferidos na sessão de julgamento
de 29 de maio de 2012 e a ementa lançada. A tese assentada pela Primeira Turma é da
viabilidade de exigência de cumprimento de obrigações acessórias, ainda que haja
incidência de imunidade constitucional, ante o disposto no artigo 14, cabeça e inciso
III, do Código Tributário Nacional. 2. O artigo 463, inciso I, do Código de Processo Civil
prevê a possibilidade de alteração da sentença publicada: [ ] Art. 463. Publicada a
sentença, o juiz só poderá alterá-la: I - para lhe corrigir, de ofício ou a requerimento da
parte, inexatidões materiais, ou lhe retificar erros de cálculo; [ ] 3. Ante o quadro,
determino a republicação da ementa e do acórdão deste processo, com as correções
devidas. 4. Publiquem.Brasília, 12 de novembro de 2012.Ministro MARÇO
AURÉLIORelator
(STF - RE: 250844 SP , Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 12/11/2012,
Data de Publicação: DJe-228 DIVULG 20/11/2012 PUBLIC 21/11/2012)

1.1.2 Relação entre as Obrigações


As obrigações acessórias positivas impõem o dever de contabilização para o caso de
apuração de tributos dependentes de elementos dinâmicos.
Exemplo: forma de contabilização para apuração de lucros.
Caso existente a vinculação, há necessidade de atenção aos determinantes da
irretroatividade.
O descumprimento de obrigação acessória gera uma obrigação principal
relativamente à penalidade pecuniária (CTN, art. 113, §3º). A expressão “converte-se em
obrigação principal” é inadequada, pois a obrigação acessória é mantida, inobstante o
surgimento da penalidade como obrigação principal.
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em
obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.

1.1.3 Fato Gerador


Sua hipótese é prevista na norma jurídica tributária.
Art. 114, CTN.
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como
necessária e suficiente à sua ocorrência.

O fato gerador possui dois significados:

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- Hipótese de incidência: descrição legal do fato que, uma vez ocorrido, dará
nascimento à obrigação tributária.
- Fato jurídico-tributário: ocorrência efetiva do fato descrito na lei tributária. É a
subsunção do fato à norma.

1.1.4 Aspectos do Fato Gerador da Obrigação Principal


1.1.4.1 Aspecto material
É a descrição da situação geradora da obrigação tributária (propriedade, posse,
sucessão causa mortis, etc). Nesse contexto o legislador tributário apropria-se de conceitos
do direito privado.
Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição,
do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição
dos respectivos efeitos tributários.
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de
institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente,
pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do
Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.

1.1.4.2 Aspecto espacial


Denota onde a ocorrência da situação geradora da obrigação tributária será
relevante.
É legítimo que o proprietário de um veículo que resida e circule no RJ registre seu
veículo no Paraná para pagar menos tributos?
R: há caso em repercussão geral no STF. Acompanhar ARE 784682.

1.1.4.3 Aspecto temporal


Determina quando se deve considerar ocorrida a situação geradora da obrigação
tributária; no caso do IPTU em que a propriedade é uma constante, o legislador define o
aspecto temporal.
Se um contribuinte do IPTU perder seu imóvel em decorrência de um desastre
natural, como enchente, ele continuará sendo devedor de IPTU, se no dia 1º do ano ainda
era proprietário do imóvel.

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1.1.4.4 Aspecto pessoal


Revela quem está obrigado ao pagamento (sujeito passivo), e em favor de quem
(sujeito ativo).

1.1.4.5 Aspecto quantitativo


Determina qual o montante devido da obrigação tributária.

O art. 144, ao mencionar os elementos necessários ao fato gerador refere-se aos


cinco elementos supra indicados. No momento da ocorrência do fato gerador devem estar
presentes todos esses elementos.
LEI OCORRÊNCIA
|_____________________________________________|
HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA (ART. 114) OBRIG. TRIBUTÁRIA (ART. 113, §1º)

Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como
necessária e suficiente à sua ocorrência.
Art. 113, § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por
objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com
o crédito dela decorrente.

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. TAXA DE SAÚDE SUPLEMENTAR. LEI9.961/00.


ACÓRDÃO RECORRIDO COM DUPLO FUNDAMENTO. ENTENDIMENTO DOSTF DE QUE
COMPETE AO STJ EXAMINAR A QUESTÃO. CONTRARIEDADE AOSARTS. 77, 78 E 97 DO
CTN RECONHECIDA. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. O STF tem decidido que compete ao
STJ apreciar a questão em torno da exigibilidade da Taxa de Saúde Suplementar
instituída pela Lei9.961/00, sob o fundamento de que eventual violação à Constituição
Federal seria reflexa. 2. Diante disso, merece ser revista a solução até então adotada por
esta Corte, de não conhecer de recursos especiais em que discutido o tema, sob pena de
se negar aos contribuintes o efetivo acesso à jurisdição. 3. Por força do princípio da
legalidade estrita, corolário da tipicidade fechada, própria do Direito Tributário,
apenas a lei em sentido formal pode estabelecer os elementos estruturais ou
essenciais dos tributos, com exceção dos casos previstos expressamente no próprio
CTN.4. O art. 37 da Lei 9.961/00 contrariou os arts. 77 e 78 do CTN ao instituir a
cobrança da Taxa de Saúde Suplementar, cujo fato gerador é o exercício do poder de
polícia, antes que a Agência Nacional de Saúde estivesse efetivamente estruturada para
tanto.5. De igual maneira, o art. 20 da referida Lei contrariou o art. 97do CTN ao
mencionar que a base de cálculo seria apurada com base em critérios imprecisos, vale
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dizer, a "multiplicação de R$ 2,00 (dois reais) pelo número médio de usuários de cada
plano privado", sem especificar do que se trata e como seria apurado tal "número
médio". 6. Reconhecida a ilegalidade da cobrança em questão mesmo na vigência da Lei
9.961/00, por coerência, não se pode aceitar a tese de que seria legítima a exação no
período anterior a janeiro de2000, como defende a recorrente. 7. Recurso especial não
provido.
(STJ, Relator: Ministra ELIANA CALMON, Data de Julgamento: 26/08/2010, T2 -
SEGUNDA TURMA)

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Sumário
1. Direito Tributário .................................................................................................... 2
1.1 Obrigação Tributária (continuação) .................................................................. 2
1.1.1 Fato Gerador de Obrigação Principal: Classificações .................................. 2
1.1.1.1 Instantâneos ou simples ...................................................................... 2
1.1.1.2 Continuados ......................................................................................... 2
1.1.1.3 Complexos ou Complexivos ................................................................. 2
1.1.2 Fato Gerador: Momento da Ocorrência ...................................................... 3
1.2 Evasão e Elisão .................................................................................................. 4
1.2.1 Norma antielisiva ......................................................................................... 4
1.3 Princípio do “Pecunia Non Olet”....................................................................... 5

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1. Direito Tributário
1.1 Obrigação Tributária (continuação)
1.1.1 Fato Gerador de Obrigação Principal: Classificações
1.1.1.1 Instantâneos ou simples
São os que ocorrem em um determinado momento, preciso e determinado. Não há
para eles a possibilidade de iniciarem-se numa época e terminarem noutra. São exemplos
clássicos desses fatos geradores o do ICMS e do IPI, caracterizados pela saída de
mercadorias. Cada saída representará a ocorrência de um fato gerador distinto e, se
considerarmos períodos de tempo (um mês, por exemplo), teremos a ocorrência de
inúmeros fatos geradores, correspondentes a cada uma das saídas promovidas.

1.1.1.2 Continuados
São os que se prolongam de modo contínuo no tempo, como é o caso dos fatos
geradores dos impostos sobre a propriedade, por exemplo, o ITR e o IPTU.
A solução legislativa encontra-se no art. 1º da lei 9.393/96.
Art. 1º O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, de apuração anual, tem
como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza,
localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano.

1.1.1.3 Complexos ou Complexivos


São aqueles cujo processo de formação tem implemento com o transcurso de
unidades sucessivas de tempo, de maneira que, pela integração dos vários fatores, surgiria o
fato final. O exemplo clássico deste é o Imposto de Renda e algumas contribuições
incidentes sobre o lucro ou o faturamento.

A obrigação tributária surge com a ocorrência do fato gerador. Quando se pensa no


princípio da irretroatividade, quando surge uma nova lei, ela se aplica ao fato gerador
em curso?
R: A nova lei não se aplica a fatos não ocorridos. E o fato gerador em curso é um fato
em construção e esse fato só se aperfeiçoaria, a priori, com a ocorrência do último
ato necessário para tanto. No entanto, a nova lei tributária se aplica ao fato
complexivo ainda em construção (chamado pelo CTN de fato gerador pendente). A lei
somente não será aplicável se majorar tributo, pois deve obedecer ao princípio da
anterioridade.

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CTN, Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores
futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas
não esteja completa nos termos do artigo 116.

1.1.2 Fato Gerador: Momento da Ocorrência


A lei costuma definir, mas se não o fizer, deve-se verificar caso a caso a ocorrência da
situação jurídica ou de fato definida pela norma.
Situação jurídica: constituição definitiva, conforme direito aplicável.
Exemplo1: para o ITBI, o fato gerador ocorre com o registro do imóvel.
Situação de fato: circunstâncias materiais necessárias à produção dos efeitos
próprios.
Exemplo2: para o ICMS, o fato gerador ocorre com a tradição da mercadoria.
Nos negócios jurídicos condicionais, o fato gerador ocorre (art. 117):
a) Com o implemento da condição, se ela for suspensiva;
b) Com a celebração do negócio (ou ato), se a condição for resolutória.
Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em
contrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados:
I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento;
II - sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração
do negócio.

Exemplo: contrato de leasing sem opção de compra (condição suspensiva) – não


incide ICMS.
EMENTATRIBUTÁRIO. RECURSO. APELAÇÃO. REEXAME NECESSÁRIO. MANDADO DE
SEGURANÇA.ICMS. IMPORTAÇÃO DE AERONAVE SOB REGIME DE LEASING
OPERACIONAL SEM OPÇÃO DE COMPRA. AUSÊNCIA DE TRANSFERÊNCIA DE
PROPRIEDADE.CIRCULAÇÃO DE MERCADORIA. INEXISTÊNCIA. FATO GERADOR DO ICMS
NÃO CONFIGURADO. EMPRESA QUE NÃO REALIZA TRANSPORTE AÉREO.IRRELEVÂNCIA.
PRECEDENTES DO STF E DO STJ. OFENSA AO DIREITO LÍQUIDO E CERTO DA IMPETRANTE.
MANUTENÇÃO DA SENTENÇA.CUSTAS PROCESSUAIS. NATUREZA TRIBUTÁRIA.
INEXISTÊNCIA DE PREVISÃO DE ISENÇÃO DA FAZENDA PÚBLICA AO PAGAMENTO DA
TAXA JUDICIÁRIA.POSSIBILIDADE DE CONDENAÇÃO DA FAZENDA PÚBLICA AO
PAGAMENTO DAS CUSTAS PROCESSUAIS. 1. Importação de aeronave. ICMS. Leasing
operacional sem opção de compra."Seguindo a orientação do Supremo Tribunal Federal,
esta Corte decidiu que o ICMS não incide sobre a importação de aeronave sob o regime
de arrendamento mercantil (leasing). (...). 2. É irrelevante o fato de a aquisição ser
realizada por empresa que não presta serviços transporte aéreo. O que importa é a
condição específica do contrato de arrendamento, que não pode conter cláusula de

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opção final de compra ou de incorporação automática do bem ao ativo imobilizado da


arrendatária. (...)."1 2. Custas processuais. Considerando que as custas processuais
possuem natureza tributária de taxa, para haver a sua isenção é necessário haver a
previsão legal autorizativa, a teor do que estabelece o art. 150, § 6º da CF e do art. 97,
VI, c/c art. 175, I do CTN. E inexiste na lei nº 15.942/2008 a previsão de isenção dos
órgãos públicos Federais, Estaduais ou Municipais ao pagamento da taxa
judiciária.Recurso de apelação desprovido.
(TJ-PR - CJ: 10362299 PR 1036229-9 (Acórdão), Relator: Jurandyr Souza Junior, 2ª
Câmara Cível, Data de Publicação: DJ: 1294 10/03/2014)

1.2 Evasão e Elisão


Elisão fiscal é a economia tributária resultante da adoção da alternativa legal menos
onerosa ou de lacuna da lei. Esta é legítima e lícita.
Evasão fiscal consiste em prática contrária à lei. Geralmente é cometida após a
ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, objetivando reduzi-la ou oculta-la.
Note-se que a nomenclatura é bem definida pela jurisprudência, e com frequência os
tribunais fazem confusão com essas expressões.
Tal tema foi matéria de prova do MPF.
Há quem pratique atos de economia tributária com aparato de legalidade, de
formatos jurídicos para burlar a obrigação tributária ou a natureza de seus elementos. É o
caso, por exemplo, de empresas que se transformam em cooperativas, para economizar em
contribuições previdenciárias, em prejuízo do fisco e do empregado.

1.2.1 Norma antielisiva


CTN, Art. 116. ...
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios
jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do
tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os
procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. (Incluído pela Lcp nº 104, de
2001)

A autoridade administrativa tem o poder de desconsiderar atos ou negócios que


dissimulem a ocorrência do fato gerador.
“Observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária”. Significa que
o dispositivo é de eficácia contida ou limitada?
R: no entendimento fazendário, a eficácia é contida. Outros dizem que é limitada. O
Presidente da República à época editou uma MP, que foi rejeitada pelo Congresso, e
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por esse motivo entendeu-se ser de eficácia limitada. Mas ainda há divergência sobre
o assunto.
Para o professor, se em prova de magistratura deve-se alegar que a fazenda pública
não pode desconsiderar a personalidade jurídica para efeitos tributários, somente o
Poder Judiciário pode, com base no Código Civil, no CDC etc. Caso a prova seja para a
procuradoria da Fazenda Nacional, deve-se defender a tese que a Fazenda adota, que
esse é um poder inerente ao fisco, que deve identificar os elementos da obrigação
tributária e definir os efeitos.

1.3 Princípio do “Pecunia Non Olet”


Não se deve confundir a norma antielisiva com o princípio do “pecúnia non olet”.
Pois, uma coisa é saber se o ato é válido para os objetivos tributários, outra coisa é
determinar que a interpretação que se faz do fato gerador seja feita abstraindo-se os efeitos
que dele se esperava (art. 118) e a validade dos atos praticados. O antecedente à relação
tributária não interessa. Se ocorreu uma ilicitude anterior, isso não contamina a obrigação
tributária.
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes,
responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.

EMENTA Habeas corpus. Penal. Processual penal. Crime contra a ordem tributária.
Artigo 1º, inciso I, da Lei nº 8.137/90. Desclassificação para tipo previsto no art. 2º,
inciso I, da indigitada lei. Questão não analisada pelo Superior Tribunal de Justiça.
Supressão de instância. Inadmissibilidade. Precedentes. Alegada atipicidade da conduta
baseada na circunstância de que os valores movimentados nas contas bancárias do
paciente seriam provenientes de contravenção penal. Artigo 58 do Decreto-Lei nº
6.259/44 - Jogo do Bicho. Possibilidade jurídica de tributação sobre valores oriundos de
prática ou atividade ilícita. Princípio do Direito Tributário do non olet. Precedente.
Ordem parcialmente conhecida e denegada. 1. A pretendida desclassificação do tipo
previsto no art. 1º, inciso I, para art. 2º, inciso I, da Lei nº 8.137/90 não foi analisada
pelo Superior Tribunal de Justiça. Com efeito sua análise neste ensejo configuraria, na
linha de precedentes, verdadeira supressão de instância, o que não se admite. 2. A
jurisprudência da Corte, à luz do art. 118 do Código Tributário Nacional, assentou
entendimento de ser possível a tributação de renda obtida em razão de atividade ilícita,
visto que a definição legal do fato gerador é interpretada com abstração da validade
jurídica do ato efetivamente praticado, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus

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Direito Tributário no CTN
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efeitos. Princípio do non olet. Vide o HC nº 77.530/RS, Primeira Turma, Relator o Ministro
Sepúlveda Pertence, DJ de 18/9/98. 3. Ordem parcialmente conhecida e denegada.
(STF - HC: 94240 SP, Relator: Min. DIAS TOFFOLI, Data de Julgamento: 23/08/2011,
Primeira Turma, Data de Publicação: DJe-196 DIVULG 11-10-2011 PUBLIC 13-10-2011
EMENT VOL-02606-01 PP-00026)

Nesse contexto, os produtos comercializados na Rua Uruguaiana no Centro do Rio,


que tenham sido fruto de receptação, devem sofrer incidência de ICMS?
R: Sim.
Linha clonada gera o pagamento de ICMS pela empresa de telecomunicação?
R: Sim.
Gato de energia gera incidência de ICMS?
R: Sim.

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Sumário
1. Sujeitos da obrigação tributária ............................................................................. 2
1.1 Sujeito ativo ...................................................................................................... 2
1.1.1 Subrogação .................................................................................................. 3
1.2 Sujeito passivo .................................................................................................. 3
1.2.1 Capacidade passiva X convenções particulares........................................... 4

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1. Sujeitos da obrigação tributária


1.1 Sujeito ativo
Trata-se de pessoa de direito público titular da competência para exigir seu
cumprimento, assim prescreve o artigo 119 do CTN:
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da
competência para exigir o seu cumprimento.

Esse artigo menciona apenas pessoa jurídica de direito público como sujeito ativo,
cumpre lembrar que quando o CTN foi editado ele não reconhecia as contribuições especiais
como espécie tributária.
As contribuições especiais são tributos finalísticos, sustentam outro setor, que pode
ser o privado.
Exemplo1: Contribuição sindical.
Quem funciona como sujeito ativo da contribuição sindical? A entidade sindical?
Resposta: O STJ na súmula 396 afirmou que a confederação nacional da agricultura,
pessoa jurídica de direito privado, possui legitimidade ativa “ad causam” para cobrar
contribuição sindical rural. Porém, não enfrentou diretamente a relação de direito
material, não mencionou sobre o sujeito ativo do direito tributário.
Súmula 396, STJ. A Confederação Nacional da Agricultura tem legitimidade ativa para a
cobrança da contribuição sindical rural.

Na prática essa questão não gera impacto financeiro, o sindicado é o destinatário do


valor arrecadado na contribuição sindical.
O artigo 119 do CTN quando menciona “competência” o faz não no sentido de
legislar, instituir tributo, mas sim de exigir o tributo. Refere-se à capacidade tributária ativa,
atribuição de arrecadar e fiscalizar, que pode ser delegada a outra pessoa jurídica de direito
público, conforme dispõe o artigo 7º do CTN:
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de
arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito
público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.

Exemplo2: Taxa de poder de polícia exigida pelas agências reguladoras.


Ressalte-se que a competência para legislar é indelegável.
Observação: Desde 2007 as funções de arrecadar e fiscalizar as contribuições
previdenciárias estão concentradas na Receita Federal do Brasil e não mais no INSS.

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1.1.1 Subrogação
Em caso de desmembramento e consequente surgimento de nova pessoa política,
essa assume a sujeição ativa no lugar da pessoa anterior e pode adotar a legislação da
pessoa anterior, até criar a sua própria, desse modo prevê o artigo 120 do CTN:
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que
se constituir pelo desmembramento territorial de outra, subroga-se nos direitos desta, cuja
legislação tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria.

1.2 Sujeito passivo


É aquele que tem que cumprir a obrigação.
O artigo 122 do CTN dispõe acerca do sujeito passivo da obrigação acessória, in
verbis:
Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que
constituam o seu objeto.

Na obrigação acessória não há identidade obrigatória com o sujeito passivo da


obrigação principal. É a pessoa obrigada a fazer ou não fazer.
A obrigação principal é o dever de pagamento.
O sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa a quem a lei impõe o dever de
pagar o tributo (art. 121, caput, do CTN).
Exemplo1: A lei impõe que o contribuinte do ICMS é o comerciante, logo, o
comerciante é o sujeito passivo dessa obrigação tributária, ainda que o ônus financeiro
recaia sobre o consumidor.
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o
respectivo fato gerador;
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra
de disposição expressa de lei.

O sujeito passivo da obrigação principal pode ser:


a) Contribuinte: tem relação pessoal e direta com o fato gerador, o realiza.
b) Responsável: pessoa não diretamente relacionada, mas obrigada por lei em sentido
estrito. Trata-se de sujeito passivo indireto, tem atribuição de realizar o pagamento,
mas sem status de contribuinte.

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Exemplo2: O contribuinte do IR é o empregado, ele quem aufere renda, mas o


responsável é o empregador, cabe ao empregador recolher o tributo.
A responsabilidade ocorre em prol da facilitação, ou seja, de quem é mais fácil cobrar
o tributo.
Exemplo2: Na contribuição previdenciária da empregada doméstica o empregador
recolhe o tributo, é mais fácil exigir o tributo do empregador do que da empregada
doméstica.

1.2.1 Capacidade passiva X convenções particulares


São inválidas perante o Fisco as convenções particulares, segundo afirma o artigo 123
do CTN, vez que um negócio privado não pode modificar uma relação prevista em lei.
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à
responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda
Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias
correspondentes.

Exemplo: O sujeito passivo do IPTU é o proprietário do imóvel, independentemente


do imóvel estar locado e o contrato de locação estipular que o pagamento do IPTU caberá ao
locatário.
De acordo com o artigo 126 do CTN a capacidade passiva independe:
a) Capacidade civil
b) Impedimento/ limitação de exercício
c) Regularidade documental da pessoa jurídica
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:
I - da capacidade civil das pessoas naturais;
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação
do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta
de seus bens ou negócios;
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma
unidade econômica ou profissional.

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Sumário
1. Domicílio tributário ................................................................................................ 2
2. Solidariedade passiva ............................................................................................. 2
3. Responsabilidade tributária (sujeição passiva indireta)......................................... 4

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1. Domicílio tributário
É voluntário, ocorre por eleição do sujeito passivo, mas há possibilidade de rejeição
dessa escolha no caso de impossibilidade física ou jurídica ou dificuldade para arrecadação e
fiscalização, assim determina o artigo 127, §2º, do CTN:
§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou
dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do
parágrafo anterior.

A recusa administrativa ao domicílio eleito precisa ser justificada a fim de evitar


arbitrariedade administrativa.
Na falta de eleição do domicílio tributário será considerado (art. 127 do CTN):
a) Pessoa física: Residência/Centro da Atividade.
b) Pessoa jurídica de direito privado: Sede/Estabelecimento.
c) Pessoa jurídica de direito público: qualquer repartição.
d) Se impossível casos anteriores, situação dos bens ou local dos fatos que deram
origem à obrigação.
Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário,
na forma da legislação aplicável, considera-se como tal:
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou
desconhecida, o centro habitual de sua atividade;
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua
sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada
estabelecimento;
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no
território da entidade tributante.
§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste
artigo, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar
da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à
obrigação.

2. Solidariedade passiva
A solidariedade só ocorre no polo passivo.
Configura-se quando há mais de um sujeito passivo para a mesma obrigação.
A solidariedade não se presume.
Provém do (art. 124 do CTN):
a) Interesse comum dos solidários na situação que constitua o fato gerador
(solidariedade de fato)
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b) Previsão em lei, independente da existência de interesse comum entre os solidários


(solidariedade legal).
Art. 124. São solidariamente obrigadas:
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da
obrigação principal;
II - as pessoas expressamente designadas por lei.

A solidariedade não comporta benefício de ordem, conforme estipula o artigo 124,


parágrafo único, do CTN:
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de
ordem.

Os efeitos da solidariedade estão elencados no artigo 125 do CTN, são eles:


a) Pagamento aproveita a todos.
b) Isenção/remissão exonera todos, exceto se outorgada pessoalmente.
Se o critério do benefício (isenção/ remissão) for um elemento pessoal, ele será
incomunicável, logo, não haverá efeito da solidariedade.
Se a isenção for objetiva todos os devedores são desonerados.
Exemplo1: Imóvel isento de IPTU – todos os devedores são desonerados.
Se a isenção for subjetiva apenas o devedor que preencher o elemento pessoal será
desonerado.
Exemplo2: Isenção de IPTU para portador de deficiência – apenas o devedor portador
de deficiência será desonerado. Se o IPTU for de R$ 900, houver 3 devedores sendo
que um possui uma doença grave, o saldo de R$ 600 será devido pelos demais de
forma solidária.
c) Interrupção da prescrição afeta a todos.
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da
solidariedade:
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada
pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais
pelo saldo;
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou
prejudica aos demais.

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3. Responsabilidade tributária (sujeição passiva indireta)


Segundo o artigo 128 do CTN a responsabilidade tributária depende sempre de lei e
recai sobre pessoa vinculada ao fato gerador (não ao contribuinte).
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a
responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da
respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a
este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.

Destaca-se que a listagem do CTN não é taxativa, o próprio CTN ou a lei de cada
tributo, por exemplo, pode fixar uma situação de responsabilidade tributária.
A responsabilidade tributária pode ser:
a) Por transferência: prevista no CTN. Referem-se à solidariedade, por sucessão e de
terceiros.
Quando o fato gerador acontece sabe-se quem é o contribuinte, mas transfere-se a
responsabilidade para outra pessoa, mantendo ou não o contribuinte na relação.
b) Por substituição: o legislador imputa o dever jurídico direto ao responsável, antes
mesmo da ocorrência do fato gerador, o contribuinte não aparece no vínculo
jurídico.

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Sumário
1. Responsabilidade por substituição......................................................................... 2
2. Responsabilidade no CTN (por transferência)........................................................ 2
2.1 Responsabilidade por sucessão ........................................................................ 2
2.1.1 Sucessão de bens ......................................................................................... 2
2.1.2 Sucessão causa mortis ................................................................................. 3
2.1.2 Sucessão empresarial .................................................................................. 3
2.1.2.1 Fusão, incorporação e transformação .................................................... 3
2.1.2.2 Extinção e cisão....................................................................................... 4
2.1.2.3 Transferência do estabelecimento ......................................................... 4
2.2 Responsabilidade de terceiros .......................................................................... 5
2.2.1 Solidária .......................................................................................................... 5
2.2.2 Pessoal ............................................................................................................ 5

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1. Responsabilidade por substituição


Há responsabilidade por substituição quando a lei, expressamente, determina que
terceira pessoa ocupe o lugar do contribuinte, antes mesmo da ocorrência do fato gerador,
de tal sorte que a obrigação tributária já nasce contra essa pessoa.
A pessoa que a lei ordena que substitua o contribuinte é chamada de responsável por
substituição, “contribuinte substituto” ou, ainda, substituto tributário.
A responsabilidade por substituição pode ser:
a) Para trás ou regressiva: fato gerador já ocorreu; refere-se a operações antecedentes.
A lei atribui ao destinatário das mercadorias ou serviços a obrigação do pagamento
do tributo.
Exemplo1: Produtor vende matéria-prima para a indústria, o ICMS será recolhido por
ela.
b) Para frente ou progressiva: fato gerador irá acontecer; refere-se a operações
subsequentes. A apuração, retenção e pagamento do imposto devido ocorrerão em
operação interna subsequente ou futura.
Exemplo2: A indústria vende o produto para o comércio que revende para o
consumidor. O ICMS será recolhido pela indústria antes do fato gerador ocorrer.
Apesar do fato gerador ainda não ter ocorrido é previsível que ocorra.
O artigo 150, §7º, da CF incluído pela EC 3/93 traz uma ideia intimamente ligada à
substituição tributária para frente.
§ 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de
responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva
ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia
paga, caso não se realize o fato gerador presumido. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)

2. Responsabilidade no CTN (por transferência)


2.1 Responsabilidade por sucessão
Há uma transferência patrimonial.

2.1.1 Sucessão de bens


Regra: está prevista no artigo 131, I, do CTN.
Art. 131. São pessoalmente responsáveis:

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I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou


remidos; (Redação dada pelo Decreto Lei nº 28, de 1966)

Exceções: estão previstas no artigo 130 do CTN, são elas:


a) Imóveis: apenas tributos relativos ao imóvel.
b) Prova da quitação: exclui a responsabilidade.
c) Hasta pública: sub-rogação ocorre sobre o preço pago.
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a
propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas
pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria,
subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a
prova de sua quitação.
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre
o respectivo preço.

2.1.2 Sucessão causa mortis


Está prevista no artigo 131, II e III, do CTN.
Art. 131. São pessoalmente responsáveis:
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus
até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do
quinhão do legado ou da meação;
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão.

São pessoalmente responsáveis:


a) O espólio, pelos tributos devidos pelo falecido (de cujus) até a data da abertura da
sucessão.
b) O sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo falecido
até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do
quinhão do legado ou da meação.

2.1.2 Sucessão empresarial


2.1.2.1 Fusão, incorporação e transformação
Está prevista no artigo 132, caput, do CTN.
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou
incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do

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ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou


incorporadas.

Fusão A+B = C é responsável


Incorporação A+B= A é responsável
Transformação Ltda= SA é responsável

2.1.2.2 Extinção e cisão


Está prevista no artigo 132, parágrafo único, do CTN.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas
jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja
continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra
razão social, ou sob firma individual.

Também se aplica aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado,


quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio
remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.
Quando o dispositivo menciona atividade continuada está se referindo à cisão de
forma implícita.

2.1.2.3 Transferência do estabelecimento


Está prevista no artigo 133 do CTN.
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por
qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou
profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou
sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou
estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro
de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro
ramo de comércio, indústria ou profissão.

A transferência da responsabilidade não ocorrerá em caso de alienação judicial nos


seguintes casos (art. 133, §1º, do CTN):
a) Ocorrer em processo de falência.
b) Alienação judicial de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação
judicial.

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§ 1º O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial:


(Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) I – em processo de falência; (Incluído pela Lcp nº 118,
de 2005).
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.(Incluído
pela Lcp nº 118, de 2005).

2.2 Responsabilidade de terceiros


2.2.1 Solidária
Está prevista no artigo 134 do CTN.
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação
principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que
intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo
concordatário;
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre
os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.

Se for impossível exigir a obrigação do devedor respondem pelos atos ou omissões


que praticarem os pais, tutores, curadores, administradores, inventariantes, síndicos,
comissários e tabeliães.
Observação: O artigo 134 do CTN trata na verdade de responsabilidade subsidiária,
mas em concurso responder de acordo com a literalidade do dispositivo (responsabilidade
solidária).

2.2.2 Pessoal
Está prevista no artigo 135 do CTN.
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações
tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei,
contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

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Se ocorrer infração à lei, contrato social ou estatutos ou excesso de poderes serão


pessoalmente responsáveis os pais, tutores, curadores, administradores, inventariantes,
síndicos, comissários e tabeliães, diretores, gerentes, representantes de pessoas jurídicas de
direito privado, prepostos, mandatários e empregados.
Acerca do assunto o STJ editou as seguintes súmulas:
Súmula 430: O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si
só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente.

Súmula 435: Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar


no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o
redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.

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Sumário
1. Crédito Tributário ....................................................................................................... 2
1.1 Introdução......................................................................................................... 2
1.2 Autonomia do Crédito Tributário ..................................................................... 2
1.3 Indisponibilidade do Crédito Tributário............................................................ 3
1.4 Crédito Tributário ............................................................................................. 3
1.5 Lançamento Tributário ..................................................................................... 4
1.5.1 Normas aplicáveis ao lançamento ............................................................... 5
1.5.2 Crédito Tributário e seu lançamento........................................................... 7
1.5.3 Modalidades de lançamento e problemáticas ............................................ 9

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1. Crédito Tributário

1.1 Introdução
Como sabido, a obrigação tributária pode ser principal (tributo ou penalidade
tributária) ou acessória.
Apesar de a obrigação acessória ter sua relevância, é importante perceber que o
crédito tributário nasce da obrigação principal, que tem natureza de valor e deve ser
transformada em dinheiro.

1.2 Autonomia do Crédito Tributário


O artigo 139 do Código Tributário Nacional demonstra que o crédito tributário
decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta.
Artigo 139, CTN. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma
natureza desta.

Contudo, é possível afirmar que o crédito tributário, a despeito de decorrer da


obrigação principal, tem autonomia em relação a esta.
Ora, se restar constatada a ocorrência de um vício durante o procedimento de
formalização e mensuração econômica da obrigação principal, pode ser que tal
procedimento (constituição do crédito tributário) seja anulado, todavia, a obrigação
principal não será afetada, em virtude a autonomia existente entre ambos.
Assim, nem tudo o que vier a afetar o crédito tributário, necessariamente, afetará a
obrigação tributária, que, a despeito do vício do crédito tributário, permanecerá intacta.
É claro que a citada autonomia não é absoluta, mas é importante perceber que,
eventualmente, um fato pode atingir ao crédito e não atingir a obrigação, e vice-versa.
O exemplo mais claro desta afirmação é a isenção. Nela, há a exclusão do crédito
tributário, sem, contudo, ocorrer qualquer consequência à obrigação, que persiste intacta.
A autonomia do crédito tributário está prevista no artigo 140 do Código Tributário
Nacional:
Artigo 140, CTN. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou
seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua
exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem.

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1.3 Indisponibilidade do Crédito Tributário


Outra importante característica do crédito tributário é a indisponibilidade.
Ora, antes de tudo, o crédito tributário é um meio de sustento da Administração
Pública.
Assim dispõe o artigo 142 do Código Tributário Nacional:
Artigo 141, CTN. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou
extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei,
fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na
forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias.

A vontade do agente administrativo nunca poderá afetar o crédito tributário.


A atividade tributária é plenamente vinculada.
Apenas a lei tem o poder de modificar ou extinguir o crédito tributário. Também,
somente a lei tem o poder de suspender ou excluir a exigibilidade do crédito tributário.
Atenção: Pela redação do artigo em comento, percebe-se que o legislador pretendeu
com que apenas o Código Tributário Nacional fosse a lei capaz de promover as alterações
(acima citadas) no crédito tributário e em sua exigibilidade.
Todavia, é preciso salientar que é possível discutir se o Código Tributário Nacional
tem, ou não, o condão de esgotar todas as possibilidades existentes e prever todas as
hipóteses de alteração do crédito tributário. E este tema será discutido em aulas posteriores.
Assim, se, eventualmente, uma questão de concurso abordar o artigo 141, é preciso
levar em conta se o contexto está a exigir, ou não, a literalidade do Código Tributário
Nacional. Em provas objetivas, geralmente, esta literalidade é exigida do candidato.

1.4 Crédito Tributário


A real cobrança do tributo só pode existir depois da constituição do crédito
tributário.
É com a constituição do crédito tributário que o Estado ganha poderes para exigir o
pagamento do tributo, com medidas administrativas ou judicialmente.

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O próprio artigo 113, §1º do Código Tributário Nacional dispõe que a obrigação
tributária nasce com a ocorrência do fato gerador, ou seja, ali está o fato constitutivo.
Mas, para que esta obrigação tributária seja exigível, será necessária uma atividade
que capte os valores, ou seja, que faça a liquidação desses valores. Com isso, surgirá o
débito.
É, portanto, o lançamento o procedimento formal que vai ensejar que a obrigação
tributária ganhe a valoração/liquidação necessária.

1.5 Lançamento Tributário


O lançamento é medida da administração pública, a qual procurará identificar o fato
ocorrido e “colocá-lo” dentro de uma formalidade mínima necessária, para se chegar à
lógica quantificadora dos valores.
Atenção: O lançamento é uma atividade típica da Administração Pública. Particulares
não fazem lançamento. É atividade que cabe tão somente ao Estado. O particular pode até
participar desta atividade, mas o dever e a reserva de lançar são da Administração Pública,
credora da relação tributária.
Há um ponto conceitual de extrema importância a respeito do lançamento:
 O lançamento é um ATO ou um PROCEDIMENTO?
Se se entender a figura do lançamento como aquele momento preciso, no qual a
autoridade competente identifica o fato gerador ocorrido, aplica a lei cabível e quantifica os
valores dali decorrentes, é certo que o lançamento poderia ser compreendido como ato
administrativo strictu sensu.
Por outro lado, se se entender o lançamento como o momento no qual a
Administração adota as diligências para identificar o fato gerador, bem como diligências para
confirmar a veracidade dessas informações e, a partir daí, chegar-se a uma fase conclusiva, o
lançamento, certamente, será visto como uma fase procedimental.

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Como se pode perceber, a natureza do lançamento dependerá da visão ou


perspectiva adotada.
Mas é fato que a doutrina nacional passou a discutir acerca disso e, atualmente,
grande parte da doutrina entende que o lançamento deveria ser chamado de ATO
ADMINISTRATIVO.
Todavia, o próprio Código Tributário Nacional define o lançamento como
procedimento administrativo:
Artigo 142, CTN. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o
crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo
tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente,
determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o
sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

Lançamento = Procedimento administrativo tendente a:


a) verificar a ocorrência do fato gerador;
b) determinar a matéria tributável (determinar qual a base de cálculo);
c) calcular o montante do tributo devido;
d) identificar o sujeito passivo (contribuinte ou responsável) e;
e) propor a aplicação da penalidade cabível (aplicar a penalidade cabível).
Dispõe o parágrafo único do artigo 142 do Código Tributário Nacional:
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória,
sob pena de responsabilidade funcional.

A Administração tem o poder-dever de realizar o lançamento do crédito tributário.


Não existe qualquer abertura para discricionariedade ou conveniência nesta atividade.
Por resultar um ato administrativo, o lançamento goza de presunção de legitimidade
e veracidade, até prova em contrário, a ser produzida pelo contribuinte.

1.5.1 Normas aplicáveis ao lançamento

1.5.1.1 Princípio da Irretroatividade das normas


Geralmente, o lançamento é posterior ao momento da ocorrência do fato gerador.
São raras as hipóteses em que o momento do lançamento coincide com a ocorrência do fato
gerador.

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Por isso, é necessário saber distinguir esses momentos, para identificar qual norma
será aplicável.
A princípio, a norma tributária será a norma vigente ao tempo do fato gerador, que é
o fato constitutivo do dever.
Então, se, no lapso temporal existente entre a ocorrência do fato gerador e o
lançamento do crédito tributário, entra em vigência uma nova lei, em princípio, a regra será
a sua irretroatividade. Assim, a lei a ser aplicada será a “lei do tributo”, abaixo demonstrada.
No mais, é preciso ter em mente que, se a “lei do tributo” foi revogada pela lei nova,
estar-se-á diante do fenômeno da ultratividade daquela lei.

O artigo 144 do Código Tributário Nacional é categórico nesse sentido:


Artigo 144, CTN. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da
obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou
revogada.

Todos os elementos tipicamente tributários decorrerão da época do fato gerador.


Data base: ocorrência do fato gerador  para todos os elementos da
responsabilidade/montante, como:
a) Alíquota; Base de Cálculo;
b) Sujeito Passivo e Devedores;
c) Taxa de Câmbio (artigo 143 do Código Tributário Nacional);
Artigo 143, CTN. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja
expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda
nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.

d) Benefícios fiscais;
e) Outorga de maiores garantias e privilégios que obrigarem terceiros.
Atenção: Em relação às penalidades, é preciso atentar-se ao Princípio da
Retroatividade Benigna, nos termos do artigo 106, inciso II do Código Tributário Nacional:

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Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de
penalidade à infração dos dispositivos interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão,
desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de
tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo
da sua prática.

No mais, segundo o artigo 144, § 1º do Código Tributário Nacional, será aplicada ao


lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação,
tenha instituído:
a) Novos critérios de apuração;
b) Novos processos de fiscalização;
c) Ampliação dos poderes de investigação das autoridades administrativas;
d) Ampliação das garantias e privilégios.
Por fim, seguindo a máxima da segurança jurídica, o artigo 146 do Código Tributário
Nacional dispõe que, se, eventualmente, houver mudança de critérios jurídicos, estes só
deverão ser aplicados a fatos geradores futuros:
Artigo 146, CTN. A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de decisão
administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade
administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um
mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.

1.5.2 Crédito Tributário e seu lançamento

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1.5.2.1 Lançamento de ofício


É aquele feito pela autoridade administrativa sem qualquer participação do
contribuinte, nos casos em que o sujeito ativo possui todos os dados necessários para
efetuar o lançamento. Exemplos: IPTU, IPVA.

1.5.2.2 Lançamento por declaração


É aquele feito pela autoridade administrativa em face da declaração fornecida pelo
sujeito passivo, que presta informações a respeito da matéria tributável, indispensáveis à
constituição do lançamento. Exemplos: Imposto de transmissão.
Nesta modalidade, a participação do particular segue uma lógica de colaboração.
O conceito dessa modalidade de lançamento encontra-se no artigo 147 do Código
Tributário Nacional:
Artigo 147, CTN. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou
de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade
administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.

Desse conceito, é possível extrair a existência de uma obrigação acessória, que é o


dever de apresentar as informações a respeito da matéria tributável.
Os §§ 1º e 2º do artigo 147 do Código Tributário Nacional trazem a possibilidade de
retificação da declaração, de ofício pela administração ou por iniciativa do particular.
Nesse último caso, perceba-se que, se a retificação visar reduzir ou excluir tributo,
esta só será admissível mediante comprovação do erro e, desde que realizada antes de
notificado o lançamento.
§ 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a
reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se
funde, e antes de notificado o lançamento.
§ 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de
ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela.

1.5.2.3 Lançamento por homologação


O sujeito passivo da obrigação tributária se encarrega do recolhimento do tributo,
sem prévia autorização e participação da autoridade fazendária. Caso posteriormente seja
observada discordância no valor pago, poderá a fazenda submeter sanções ao contribuinte.
Exemplos: ICMS, IPI, entre outros.

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Características:
a) O pagamento antecipado produz efeitos, mas, para a efetiva extinção, é necessário
aguardar a homologação.
Artigo 150, §1º, CTN. O pagamento antecipado pelo obrigado extingue o crédito, sob
condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento.

b) Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à


homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou
parcial do crédito. Serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e,
sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. (§§ 2º e 3º do artigo 150 do
CTN)
c) Se a lei não fixar prazo para a homologação, será ele de cinco anos, a contar da
ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública tenha se
pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito,
salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
O descumprimento do prazo pelo Fisco gerará, portanto, homologação tácita ao
particular e decadência ao Fisco.
Importante: Na última prova do MPF, foi questionado, em sede de prova discursiva,
qual o termo inicial da contagem do prazo para o Fisco pronunciar-se inequivocamente a
respeito da homologação, ou não, do lançamento do IR. Assim, era necessário saber qual o
fator gerador deste tributo.

1.5.3 Modalidades de lançamento e problemáticas

Observação: A expressão “auto-lançamento” é muito criticada pela doutrina, pois


sugere que o lançamento seja feito exclusivamente pelo particular, e, como visto, não o é.
Problemáticas:

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1º. Uma parcela minoritária da doutrina diz que, em verdade, há quatro modalidades
de homologação, e não apenas três. O argumento utilizado é que na Seção II do Código
Tributário Nacional, que trata das Modalidades de Lançamento, estão previstas quatro
modalidades de lançamento, de modo que cada artigo desta seção corresponderia a uma
modalidade (artigos 147, 148, 149 e 150).
Todavia, o artigo 148 trata da prorrogativa do arbitramento, que, para a maior parte
da doutrina, não é uma modalidade de lançamento, mas uma particularidade do lançamento
de ofício, no qual o particular não age e o Fisco tem esse poder de arbitrar.
Artigo 148, CTN. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração,
o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora,
mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos
ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos
expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso
de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial.

Há, ainda, outra parcela minoritária da doutrina que entende que o arbitramento vai
ensejar, como o próprio artigo 148 determina, um devido processo legal, de modo que o
arbitramento não poderá ser direto.
2º. O lançamento de ofício não tem nenhuma caracterização em termos de
conceituação, contudo, o artigo 149 do Código Tributário Nacional lista as hipóteses de
aplicação desta modalidade.
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos
seguintes casos:
I - quando a lei assim o determine;
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da
legislação tributária;
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos
termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária,
a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a
prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento
definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória;
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente
obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente
obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu
com dolo, fraude ou simulação;
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do
lançamento anterior;

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IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional


da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou
formalidade especial.
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o
direito da Fazenda Pública.

Perceba-se que, na maioria das hipóteses, o lançamento de ofício é previsto como


substitutivo (ou supletivo) das outras modalidades de lançamento.
3º. Lançamento e o STJ.
Súmula 436 do STJ:
Súmula 436: "A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal
constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco".

Segundo esta súmula, a declaração reconhecedora do débito por parte do


contribuinte dispensa o lançamento. Isso não significa que é o particular quem realiza o
lançamento. O particular apenas é responsável pela declaração. O lançamento por parte da
administração será dispensado, se a Fazenda Pública concordar com os termos da
declaração.
Também é de suma importância a Súmula 446 do STJ:
Súmula 446: "Declarado e não pago o débito tributário pelo contribuinte, é legítima a
recusa de expedição de certidão negativa ou positiva com efeito de negativa".

Se o contribuinte declara o débito e não o paga, ele estará em mora, não tendo
direito à expedição de certidão negativa ou positiva com efeito de negativa.

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Sumário
1. Crédito Tributário (continuação) ............................................................................ 2
1.1 Causas Modificativas do crédito tributário ........................................................... 3
1.2 Suspensão do Crédito tributário ........................................................................... 4
1.2.1 Moratória ....................................................................................................... 6
1.2.2 Depósito do montante integral ...................................................................... 7
1.2.3 Reclamações e recursos administrativos ....................................................... 8
1.2.4 Concessão de liminares de tutelas antecipadas ............................................ 8
1.2.5 Parcelamento ................................................................................................. 9
1.3 Extinção do crédito ............................................................................................... 9
1.3.1 Pagamento ................................................................................................... 10

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1. Crédito Tributário (continuação)

CTN, Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou
seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua
exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem.

Há certa autonomia entre o crédito e a obrigação que lhe deu causa.


Se houver um vício no lançamento, que é um procedimento administrativo, haverá
nulidade do crédito, mas não se altera a obrigação que lhe deu causa.

Destaque-se que nas causas modificativas, na suspensão e na exclusão do crédito


tributário, não há alteração na obrigação tributária. Na extinção do crédito tributário, no
entanto, afeta-se a obrigação tributária.
Nas causas de exclusão do crédito tributário, acontece o fato gerador, mas há isenção
legal.

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1.1 Causas Modificativas do crédito tributário


CTN, Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser
alterado em virtude de:
I - impugnação do sujeito passivo;
II - recurso de ofício;
III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149.

Após a realização do lançamento e a notificação do contribuinte, em geral há uma


imutabilidade do crédito, em nome da segurança jurídica. Mas essa imutabilidade não é
absoluta.
A primeira situação acontece com a impugnação do sujeito passivo, que pode causar
a modificação deste crédito, caso acolhida.
O recurso de ofício, que ocorre dentro do procedimento administrativo, também é
causa modificativa do crédito tributário.
A autoridade administrativa, além disso, pode realizar uma revisão de ofício deste
crédito, causando a sua modificação, desde que pelas hipóteses previstas no artigo 149 do
Código Tributário Nacional.
CTN, Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade
administrativa nos seguintes casos:
I - quando a lei assim o determine;
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da
legislação tributária;
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos
termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária,
a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a
prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento
definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória;
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente
obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente
obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu
com dolo, fraude ou simulação;
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do
lançamento anterior;
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional
da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou
formalidade especial.

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Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o
direito da Fazenda Pública.

A revisão do crédito tributário só pode ser feita enquanto não ocorrida a sua
decadência, conforme se depreende do parágrafo único do citado artigo 149 do CTN.

1.2 Suspensão do Crédito tributário


O destino normal do crédito tributário é vir a ser extinto mediante o pagamento. Mas
há situações que suspendem a exigibilidade do crédito momentaneamente.
A dívida existe, houve o lançamento, mas o crédito não será exigível.
O devedor, portanto, encontra-se em uma posição de regularidade, tendo direito à
expedição de certidões (art. 206, CTN), à concessão de recuperação judicial (art. 191-A, CTN)
à contratação e licitação (art. 193, CTN).
Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste a
existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido
efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.

Art. 191-A. A concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova de


quitação de todos os tributos, observado o disposto nos arts. 151, 205 e 206 desta
Lei. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

Art. 193. Salvo quando expressamente autorizado por lei, nenhum departamento da
administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, ou dos Municípios, ou
sua autarquia, celebrará contrato ou aceitará proposta em concorrência pública sem
que o contratante ou proponente faça prova da quitação de todos os tributos devidos à
Fazenda Pública interessada, relativos à atividade em cujo exercício contrata ou
concorre.

Se, mesmo havendo suspensão do crédito tributário no momento da propositura, a


Fazenda Pública ajuíza execução fiscal, o processo será extinto. Se durante da execução fiscal
ocorrer a suspensão do crédito, suspende-se o processo.
 Se há suspensão do crédito tributário, é possível inscrevê-lo em dívida ativa?
Não há consenso doutrinário. A maior parcela da doutrina entende que não é possível, mas
outra parte entende que é possível, pois seria apenas um instrumento preparatório para a
cobrança.
Não é possível inscrever o contribuinte com crédito suspenso no Cadastro de
Inadimplentes.

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CTN, Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:


I - moratória;
II - o depósito do seu montante integral;
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário
administrativo;
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação
judicial; (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)
VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações
assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela
conseqüentes.

As causas de suspensão foram alteradas em 2001 pela Lei Complementar 104, que
incluiu os dois últimos incisos.
A moratória e o parcelamento são hipóteses decorrentes de benefícios tributários
legais. A Fazenda Pública estabelece uma dilatação de prazo ou um parcelamento. Por serem
benefícios, vão ter prazo determinado.
As outras quatro hipóteses não são benefícios, mas sim resultados dos meios de
defesa do particular.
Destaque-se que as causas de suspensão, as causas de extinção e as de exclusão do
crédito tributário estão submetidas à reserva legal.
CTN, Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de
dispensa ou redução de penalidades.

É importante frisar, ainda, que deve ser feita uma interpretação literal das causas
suspensivas.
CTN, Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;

Exemplo: se o texto legal apenas fala em depósito, não se pode suspender o crédito
tributário pela entrega de garantias.
Súmula 112, STJ. O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se
for integral e em dinheiro.

A suspensão do crédito tributário atinge a obrigação principal, mas não as obrigações


acessórias.

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1.2.1 Moratória
A Fazenda Pública reconhece que é necessário estender o tempo de pagamento,
muitas vezes por questões sociais. É a dilatação do tempo estipulado para o implemento da
prestação.
CTN, Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua concessão
em caráter individual especificará, sem prejuízo de outros requisitos:
I - o prazo de duração do favor;

Apenas na nova data de vencimento o crédito voltará a ser exigível.


A moratória sempre terá tempo determinado.
A moratória atinge créditos já constituídos ou com o lançamento já iniciado, salvo
disposição de lei em contrário.
CTN, Art. 154. Salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente abrange os
créditos definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou
cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao
sujeito passivo.

A moratória admite uma execução unitária ou parcelada. No novo prazo


estabelecido, portanto, o contribuinte terá que pagar o valor integral ou começar a pagar
parcelas.
O CTN estabelece que a moratória não aproveitará os casos de dolo, fraude ou
simulação:
CTN, Art. 154. Parágrafo único. A moratória não aproveita aos casos de dolo, fraude ou
simulação do sujeito passivo ou do terceiro em benefício daquele.

A moratória deve ser estabelecida em lei, mas pode ser concedida em caráter geral
ou em caráter individual. Em caráter geral não significa que todos os contribuintes serão
beneficiados, mas sim um grupo de contribuintes que preencham determinados requisitos.
Para a concessão geral, será editada uma lei concessiva com os requisitos e
condições. O benefício é ex lege.
Para a concessão individual, a lei será autorizativa, descrevendo os requisitos, mas
sem efeito ex lege. A lei autorizará a autoridade a verificar o preenchimento dos requisitos e
determinar a concessão do benefício. A moratória será concedida mediante despacho da
autoridade concessiva.
CTN, Art. 152. A moratória somente pode ser concedida:
I - em caráter geral:
a) pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se
refira;

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doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.

b) pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência
federal e às obrigações de direito privado;
II - em caráter individual, por despacho da autoridade administrativa, desde que
autorizada por lei nas condições do inciso anterior.

Observação: a concessão da isenção segue estas mesmas regras. Pode acontecer em


caráter geral, através de lei, ou em caráter individual, por despacho da autoridade
concessiva.
O diploma da moratória pode ser expedido por qualquer das pessoas políticas. A
princípio, a lei concessiva será da pessoa jurídica competente para a instituição do tributo,
ou pela União, atingindo dos tributos estaduais e municipais, desde que também sejam
atingidos os tributos federais.
CTN, Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua concessão
em caráter individual especificará, sem prejuízo de outros requisitos:
I - o prazo de duração do favor;
II - as condições da concessão do favor em caráter individual;
III - sendo caso:
a) os tributos a que se aplica;
b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a que se refere o inciso
I, podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade administrativa, para cada
caso de concessão em caráter individual;
c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de concessão em
caráter individual.

A própria administração pode rever o ato concessivo da concessão individual. Não


gera direitos adquiridos, podendo ser revogada caso não cumpridos os requisitos.
CTN, Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito
adquirido e será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não
satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os
requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora:
I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado,
ou de terceiro em benefício daquele;
II - sem imposição de penalidade, nos demais casos.

1.2.2 Depósito do montante integral


Pode ser promovido tanto em processo administrativo, quanto no processo judicial.
Em qualquer das hipóteses, previnem a incidência da correção monetária e impedem
que a Fazenda Pública possa ajuizar ação de execução.

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Súmula 112, STJ. O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se


for integral e em dinheiro.

O depósito apenas é válido quando feito em dinheiro e no valor integral.


Súmula Vinculante 21. É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento
prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.

Súmula Vinculante 28. É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito


de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito
tributário.

1.2.3 Reclamações e recursos administrativos


As impugnações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do procedimento
administrativo tributário, têm a força de sustar a exigibilidade do crédito, ficando, assim, o
Poder Público inibido de inscrever a dívida e procurar o Poder Judiciário para requerer seus
direitos.
Enquanto durar o processo administrativo fiscal, a exigibilidade do crédito fica
suspensa. A mera entrada na impugnação já suspende a exigibilidade do crédito.
Súmula Vinculante 24. Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto
no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.

1.2.4 Concessão de liminares de tutelas antecipadas


As medidas liminares e tutelas antecipadas em mandado de segurança ou quaisquer
ações suspendem a exigibilidade do crédito tributário. Fica suspenso o crédito até que a
decisão seja confirmada ou revogada.
O ajuizamento de mandado de segurança ou de ação de conhecimento, por si só, não
suspende a exigibilidade do crédito tributário.
Cabe mandado de segurança antes do lançamento. O lançamento será feito para
evitar decadência, mas o crédito tributário já surgirá suspenso. A Lei 9.430/96 dispõe
exatamente isto. O tributo será lançado, mas não haverá lançamento de multa de ofício. No
mesmo sentido dispõe o STJ.
Lei 9.430/96. Art. 63. Na constituição de crédito tributário destinada a prevenir a
decadência, relativo a tributo de competência da União, cuja exigibilidade houver sido
suspensa na forma dos incisos IV e V do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de
1966, não caberá lançamento de multa de ofício. (Redação dada pela Medida Provisória
nº 2.158-35, de 2001)

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1.2.5 Parcelamento
Parcelamento é a divisão em prestações, da dívida tributária (normalmente) já
vencida.
Foi incluído no artigo 155-A do CTN, que estabelece a necessidade de uma lei
específica dispondo sobre o parcelamento. Assim, ele será concedido na forma e condição
estabelecidas em lei específica.
CTN, Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em
lei específica. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

O parcelamento do crédito tributário não exclui juros e multas (como regra). É


parcelado o valor do tributo e os juros e multas existentes.
§1º Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui
a incidência de juros e multas. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)
§2º Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta Lei, relativas à
moratória. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)
§3º Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários
do devedor em recuperação judicial. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
§4º A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o deste artigo importa na
aplicação das leis gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em
recuperação judicial, não podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao
concedido pela lei federal específica. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

1.3 Extinção do crédito


A extinção do crédito tributário corresponde ao término do direito da Fazenda
Pública cobrar a obrigação tributária.
CTN, Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
I - o pagamento;
II - a compensação;
III - a transação;
IV - remissão;
V - a prescrição e a decadência;
VI - a conversão de depósito em renda;
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto
no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita
administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
X - a decisão judicial passada em julgado.

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XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em


lei. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito
sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto
nos artigos 144 e 149.

Para as causas extintivas o CTN não impõe a interpretação literal, já que não incluídas
no já citado artigo 111.
Note-se que a prescrição foi incluída como causa de extinção do crédito. Assim, ela
extingue o direito de ação e também atinge o vínculo obrigacional, o direito material.
Se a pessoa paga dívida tributária prescrita, portanto, terá direito à repetição do
valor. Neste sentido entende o STJ e a doutrina majoritária.
CTN, Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou
extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei,
fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na
forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias.

 Este rol do artigo 156 do CTN é taxativo? Note que não está prevista a
novação nem a confusão, causas de extinção que são possíveis.

1.3.1 Pagamento
Consiste na entrega da quantia devida pelo sujeito passivo (contribuinte) ao sujeito
ativo (Estado).
O pagamento não é ilidido pela imposição de penalidade.
CTN, Art. 157. A imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do crédito
tributário.

CTN, Art. 158. O pagamento de um crédito não importa em presunção de pagamento:


I - quando parcial, das prestações em que se decomponha;
II - quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos.

Exemplo: se a pessoa pagou o IPTU de 2015, não há presunção de que pagou o


mesmo tributo nos anos anteriores.
O ônus da prova acerca do pagamento, portanto, é sempre do sujeito passivo.
Em geral, o pagamento é feito em dinheiro, mas pode também ser em cheque ou
vale postal. A lei pode determinar outras regras de pagamento. A lei também pode
estabelecer que o pagamento seja feito em estampilha (ou papel selado).
CTN, Art. 162. O pagamento é efetuado:

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I - em moeda corrente, cheque ou vale postal;


II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo
mecânico.
§ 1º A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamento por
cheque ou vale postal, desde que não o torne impossível ou mais oneroso que o
pagamento em moeda corrente.
§ 2º O crédito pago por cheque somente se considera extinto com o resgate deste pelo
sacado.

A legislação que versa sobre a obrigação tributária deve estabelecer o local do seu
pagamento. Se não houver disposição a respeito, deve ser pago, na repartição pública da
pessoa política competente, situada no domicílio do sujeito passivo. A obrigação tributária,
portanto, é portable.
CTN, Art. 159. Quando a legislação tributária não dispuser a respeito, o pagamento é
efetuado na repartição competente do domicílio do sujeito passivo.

Pode a legislação de cada tributo criar regras de tempo para pagamento, sendo
possível inclusive a concessão de descontos pela antecipação de pagamento. Se não houver
regra em contrário, notificado de um lançamento, o sujeito tem o prazo de trinta dias para
efetuar o pagamento.
CTN, Art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o
vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito
passivo notificado do lançamento.
Parágrafo único. A legislação tributária pode conceder desconto pela antecipação do
pagamento, nas condições que estabeleça.

CTN, Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de
mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das
penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei
ou em lei tributária.
§ 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um
por cento ao mês.

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Sumário
1. Extinção do Crédito Tributário (continuação) ........................................................ 2
1.1 Compensação ........................................................................................................ 2
1.2 Transação .............................................................................................................. 4
1.3 Remissão ............................................................................................................... 4
1.4 Prescrição e Decadência ....................................................................................... 5
2. Exclusão do crédito tributário ................................................................................ 9
2.1 Isenção .................................................................................................................. 9
2.2 Anistia.................................................................................................................. 11

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1. Extinção do Crédito Tributário (continuação)


1.1 Compensação
Acontece quando há credores e devedores recíprocos e as dívidas são fungíveis e
exigíveis.
Assim, ao mesmo tempo em que o particular tem uma dívida com a Fazenda Pública,
ele se entende credor dela.
É um encontro de contas. Se o obrigado ao pagamento do tributo é credor da
Fazenda Pública, poderá ocorrer uma compensação pela qual seja extinto seu crédito
tributário.
Isto é submetido a uma reserva legal.
CTN, Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de
dispensa ou redução de penalidades.

CTN, Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja
estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação
de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito
passivo contra a Fazenda pública. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010)

Diversos estados não editaram lei regulamentando a compensação. Assim, entendeu


o STJ que cada ente político é responsável pela legislação acerca do tema, não sendo
possível aplicar a analogia para utilizar outras leis. Desta forma, a compensação não é um
direito subjetivo do particular dependente de regulamentação.
A lei definirá quais são os créditos privados possíveis de compensação. Na órbita
federal, a primeira lei estabelecia que apenas seria possível a compensação entre valores
referentes a tributos da mesma natureza. Posteriormente, o governo federal revogou este
dispositivo, processando a compensação entre créditos de natureza distinta. A única
restrição é quanto às contribuições previdenciárias, que apenas podem ser compensadas
dentro do mesmo sistema da previdência social.
No âmbito federal, portanto, é possível compensar multas aplicadas ao particular
com valores referentes à restituição de imposto de renda.
Súmula 213, STJ. O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração
do direito à compensação tributária

Também seria possível buscar a compensação em ação de conhecimento.


É possível fazer a compensação em liminar ou é necessário o trânsito em julgado?

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Exemplo: uma sociedade anônima que consegue a compensação em liminar publica o


balanço anual sem que conste nenhuma dívida. Posteriormente, se isto for revertido, como
fica a transparência social?
O STJ entendeu, assim, que não seria possível o reconhecimento da compensação
em liminar, editando a Súmula 212:
Súmula 212, STJ. A compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação
cautelar ou por medida liminar cautelar ou antecipatória.

Esta súmula posteriormente virou direito positivo. A Lei 12.016 (lei de mandado de
segurança), em seu artigo 7º, §2º, expressamente dispõe que não é possível compensar
valores públicos em liminar.
Lei 12.016. Art. 7º § 2º Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a
compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do
exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de
aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.

CTN, Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo,


objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da
respectiva decisão judicial. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

Importante destacar que a Emenda Constitucional n. 62, que reescreveu as regras do


precatório, pretendia criar um sistema de compensação automática a ser materializada pelo
poder judiciário, no momento da expedição do precatório. O §9º do artigo 100 da
Constituição Federal foi objeto de ADI, entendendo o STF que isto violava a isonomia. Esta
ADI ainda não transitou em julgado.
CF, Art. 100 § 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de
regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor
correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e
constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluídas parcelas
vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução esteja suspensa em
virtude de contestação administrativa ou judicial. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 62, de 2009).

O STJ reconheceu que quando alguém vai a justiça requerer recursos, como quando
paga de forma errada um tributo, por exemplo, haveria certa fungibilidade entre a
compensação e a repetição de indébito.
Exemplo: a pessoa entra com uma ação de repetição de indébito, em virtude de um
pagamento indevido de um tributo. O STJ entende que não importa o pedido, sendo possível
a fungibilidade, podendo haver a restituição do valor ou a compensação.

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1.2 Transação
A lei é quem estabelece os limites para que seja possível a realização de transação
pela Fazenda Pública.
CTN, Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e
passivo da obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas,
importe em determinação de litígio e conseqüente extinção de crédito tributário.

A Fazenda Pública não pode realizar transações preventivas, apenas transações


terminativas do litígio.
Cabe ao legislador de cada ente político estabelecer os limites da disposição nestes
acordos.

1.3 Remissão
Trata-se do perdão da dívida, tendo que haver previsão legal. A princípio, não se
aplica apenas às penalidades pela falta de pagamento.
Para atingir apenas as penalidades há o caminho da anistia.
CTN, Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por
despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo:
I - à situação econômica do sujeito passivo;
II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato;
III - à diminuta importância do crédito tributário;
IV - a considerações de eqüidade, em relação com as características pessoais ou
materiais do caso;
V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante.
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-
se, quando cabível, o disposto no artigo 155.

Não cabe à autoridade administrativa decidir acerca do perdão, mas sim à lei.
A lei que instituir a remissão deverá observar:
• Situação econômica do sujeito passivo
• Insignificância do valor do crédito
• Equidade
A ponderação de equidade é feita pelo próprio legislador, com base no artigo 172 do
Código Tributário Nacional.

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É necessário cuidado para não confundir com o disposto no artigo 108 do CTN, que é
direcionado ao aplicador da lei. O artigo 172, por sua vez, é direcionado ao legislador.
CTN, Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para
aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I - a analogia;
II - os princípios gerais de direito tributário;
III - os princípios gerais de direito público;
IV - a eqüidade.
§ 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo
devido.

CF, Art. 150 § 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão
de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições,
só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que
regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou
contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
Note que a Constituição Federal estabelece que a lei que dispõe acerca da remissão
deve ser específica.
No caso do ICMS, há um sistema diferente.

1.4 Prescrição e Decadência


O Código Tributário Nacional estabelece normas gerais sobre prescrição e
decadência. É matéria submetida à lei complementar, conforme disposição constitucional:
CF, Art. 146. Cabe à lei complementar:
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;

A Lei 8.212 dispôs que para o custeio da previdência social, a prescrição aconteceria
em 10 anos. O STF declarou a inconstitucionalidade deste dispositivo, hoje já alterado. Este
julgamento é importante por ter sido o primeiro caso de repercussão geral julgado e, além
disso, com modulação de efeitos. Posteriormente foi editada a Súmula Vinculante n. 8:
Súmula Vinculante n. 8. São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do
Decreto-Lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam da
prescrição e decadência do crédito tributário.

Tanto a prescrição quanto a decadência funcionam na mesma relação jurídica, ao


contrário do que normalmente acontece no Direito Civil.

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O vínculo tributário se concretiza com a ocorrência do fato gerador. A obrigação


tributária é pecuniária. Assim, é necessário realizar o lançamento, constitutivo do crédito
tributário. Separa-se, assim, o dever jurídico do quantum devido. A exigibilidade em face do
devedor só surge com o lançamento.
Após o fato gerador, há um prazo para que seja constituído o crédito tributário, ou
seja, para realizar o lançamento. Este prazo é decadencial.
Feito o lançamento, o crédito se torna exigível. Se não for feito o pagamento (em
regra, em 30 dias), ele fica inadimplido. A Fazenda Pública busca o judiciário para fazer a
execução fiscal deste crédito exigível e executável.
Entre o lançamento e o ingresso da execução fiscal, há um prazo prescricional.
Ambos os prazos serão de 5 anos. Os dois foram tratados pelo CTN como causas de
extinção do crédito tributário.
CTN, Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
V - a prescrição e a decadência;

Parte da doutrina critica esta classificação quanto à decadência, pois o crédito apenas
surge com o lançamento, sendo que a decadência acontece no momento anterior ao
lançamento.
Com a prescrição, além da perda do direito de ação (execução fiscal), há a extinção
do crédito tributário. Extingue-se, portanto, todo o vínculo.
CTN, Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito
dela decorrente.

Por isso, pagando-se uma dívida tributária prescrita há direito à restituição do valor,
pois está sendo paga uma dívida que já não mais existe. É uma dívida inexigível.
O prazo para constituição do crédito (decadência) é de cinco anos, a partir:
a) Do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento deveria ter
sido efetuado.
CTN, Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se
após 5 (cinco) anos, contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido
efetuado;

Assim, se a administração pública deixou de efetuar o lançamento de IPTU relativo ao


exercício de 2012, o prazo para que se faça o lançamento tem sua contagem iniciada em 1-1-
2013 e termina em 1-1-2018.

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b) Caso a lei atribua ao sujeito passivo a obrigação de recolher antecipadamente o


tributo (lançamento por homologação), a contagem do prazo inicia-se a partir do
próprio dia da ocorrência do fato gerador.
CTN, Art. 150 § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a
contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se
tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o
crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.

A maior parte dos tributos, atualmente, é lançada por homologação, aplicando-se a


segunda hipótese.
Se o tributo é lançado por homologação, mas o particular não o paga, transforma-se
o lançamento em lançamento de ofício.
Se há um fato gerador, seguindo do seu lançamento, e posteriormente se analisa
que há um vício formal nesse lançamento, com sua anulação, a obrigação tributária ainda
continua existente. Será possível fazer um novo lançamento, com prazo de 5 anos constados
da data em que se tornar definitiva a decisão de anulação.
CTN, Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se
após 5 (cinco) anos, contados:
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o
lançamento anteriormente efetuado.

Note-se, pois, que houve interrupção da decadência (o que não é possível no âmbito
civilista).
A prescrição corresponde à perda do direito de ação para a cobrança judicial do
tributo não pago.
O juiz da execução fiscal pode declarar a prescrição de ofício.
Súmula 409, STJ. Em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da propositura da ação
pode ser decretada de ofício (art. 219, § 5º, do CPC).

O CTN (art. 174) estabelece o prazo de cinco anos para Fazenda Pública cobrar o
crédito tributário. Esse prazo é contado (em regra) da constituição definitiva.
CTN, Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos,
contados da data da sua constituição definitiva.
Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; (Redação dada
pela Lcp nº 118, de 2005)
II - pelo protesto judicial;
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em
reconhecimento do débito pelo devedor.
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doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.

É comum que a Administração Pública, no momento do parcelamento, exija que o


particular assine um documento de reconhecimento do débito. Este reconhecimento
interrompe a prescrição. Se o parcelamento é concedido, o crédito fica suspenso. A
prescrição só volta a contar quando o particular inadimplir a primeira parcela.

1.5 Outros casos de extinção do crédito


CTN, Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
I - o pagamento;
II - a compensação;
III - a transação;
IV - remissão;
V - a prescrição e a decadência;
VI - a conversão de depósito em renda;

Quando o depósito não for mais causa de suspensão do crédito, e a parte não lograr
êxito na ação judicial, os valores são convertidos para a Fazenda Pública.
Nesta situação, não se fala em execução fiscal ou em prescrição. Eventualmente
sequer haverá lançamento.
Exemplo: o contribuinte ingressa com uma ação declaratória antes do lançamento do
crédito e faz um depósito integral. O poder judiciário aprecia a situação e dispensa o
lançamento.
O STJ entende que em mandado de segurança preventivo ou em ações declaratórias
acompanhadas de depósito, a depender da causa de pedir, é possível que não se faça o
lançamento.
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto
no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;

Na consignação em pagamento, um devedor quer adimplir a obrigação, mas o credor


cria obstáculos. As hipóteses de cabimento se encontram no artigo 164 do CTN.
CTN, Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente
pelo sujeito passivo, nos casos:
I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou
de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;
II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem
fundamento legal;
III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico
sobre um mesmo fato gerador.

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Essas hipóteses são taxativas.


A extinção ocorre quando a decisão de procedência da consignação em pagamento
transitar em julgado.
CTN, Art. 156.
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita
administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
X - a decisão judicial passada em julgado.
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em
lei. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

Alguns Estados e Municípios continuam aceitando dação em pagamento de bens


móveis. A última decisão do STF acerca do tema manteve a dação em pagamento apenas
para imóveis, em face da exigência de licitação.
 É possível usar precatório como forma de extinção do crédito tributário? Não
seria pagamento, nem dação em pagamento. Seria hipótese de compensação. É necessário
observar, portanto, o que dispõe a lei de compensação do ente federativo.

2. Exclusão do crédito tributário


Exclusão do crédito não quer dizer extinção da obrigação tributária, conforme
observância das excludentes do crédito tributário. Na exclusão, ainda que exista o fato
gerador, há um benefício legal que dispensa a elaboração do crédito tributário. A dívida
sequer chegará a surgir.
Assim, a exclusão do crédito tributário em favor da Fazenda Pública corresponde ao
fato de, apesar de existir legalmente e estar amparado pela legislação, ter o crédito sua
incidência excluída (dispensa o dever de lançar), por meio de concessão ou benefício
estipulado pela pessoa política competente para legislar sobre o tributo.
CTN, Art. 175. Excluem o crédito tributário:
I - a isenção;
II - a anistia.
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das
obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou
dela conseqüente.

2.1 Isenção
Constitui objeto de isenção a parcela que a lei retira dos fatos que realizam a
hipótese de incidência da regra de tributação, dispensando o pagamento.

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O ente político competente deve elaborar a lei que dispõe acerca da concessão. Não
é possível a chamada isenção heterônoma, em que a União concede isenção de tributos
estaduais ou municipais.
CF, Art. 151. É vedado à União:
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios.

O CTN, no entanto, prevê a possibilidade da isenção heterônoma. Este dispositivo no


CTN, no entanto, não foi recepcionado.
CTN, Art. 13.
Parágrafo único. Mediante lei especial e tendo em vista o interesse comum, a União
pode instituir isenção de tributos federais, estaduais e municipais para os serviços
públicos que conceder, observado o disposto no § 1º do artigo 9º.

Para que se configure a isenção é necessário que antes haja a incidência para que,
posteriormente, outra norma sobrevenha, isentando o pagamento daquele tributo.
O crédito é pré-excluído.
Os tratados tributários têm grande importância nos acordos de cooperação,
evitando bitributação internacional. Um tratado internacional pode dispensar uma
tributação do estado ou do município. O artigo 151 do CTN faz uma vedação interna, para o
chefe de governo.
CTN, Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a
legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.

A isenção, no âmbito interno, deve estar prevista em lei, especificando os tributos a


que se aplica e os critérios de aplicação.
Neste caso, salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva às taxas,
às contribuições de melhoria e aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.
CTN, Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva:
I - às taxas e às contribuições de melhoria;
II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.

CTN, Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
II - outorga de isenção;

A lei pode prever, ainda, o prazo de duração, as garantias e as condições impostas


aos beneficiários.
A isenção pode ser por tempo determinado ou por tempo indeterminado.
Se houver condição na isenção, ela poderá ser onerosa ou graciosa.

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CTN, Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de
determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo,
observado o disposto no inciso III do art. 104. (Redação dada pela Lei Complementar
nº 24, de 1975)

Este artigo protege a isenção onerosa.


Súmula 544, STF. Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser
livremente suprimidas.

No caso da isenção individual, a lei especificará a autoridade administrativa


habilitada a proferir o despacho concessivo. Não gera direito adquirido e poderá ser
revogado caso não cumpridos os requisitos.

2.2 Anistia
Consiste no perdão da falta cometida pelo infrator de deveres tributários, não do
crédito tributário em sua essência.
Pode ser entendida também como o perdão da penalidade a ele imposta por ter
infringido mandamento legal.
CTN, Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à
vigência da lei que a concede, não se aplicando:
I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem
essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo
ou por terceiro em benefício daquele;
II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais
pessoas naturais ou jurídicas.

Deve sempre ser concedida por lei, e pode ser concedida em caráter geral ou
limitadamente.
CTN, Art. 181. A anistia pode ser concedida:
I - em caráter geral;
II - limitadamente:
a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo;
b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante,
conjugadas ou não com penalidades de outra natureza;
c) a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a
ela peculiares;
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou
cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa.

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Sumário
1. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário ......................................................... 2
1.1 Garantias do Crédito Tributário ............................................................................ 2
1.2 Privilégios/Preferências do Crédito Tributário ..................................................... 4
2. Administração tributária ........................................................................................ 8
2.1 Poder de Fiscalização ........................................................................................ 8
2.2 Dívida Ativa ..................................................................................................... 12
2.3 Certidão Negativa................................................................................................ 14

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1. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário


Este tema é tratado no CTN entre os artigos 183 e 193.
Garantias são os meios jurídicos assecuratórios que cercam o direito subjetivo do
Estado de receber a prestação do tributo.
Privilégio é a posição de superioridade de que desfruta o crédito tributário com
relação aos demais.

1.1 Garantias do Crédito Tributário


O patrimônio do devedor responde pela exigência do crédito.
Qual tamanho da responsabilidade patrimonial? O devedor responderá com todos os
seus bens e rendas, exceto aqueles que a lei declare absolutamente impenhoráveis.
CTN, Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que
sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos
bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou
sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou
impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula,
excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente
impenhoráveis.

O Código de Processo Civil traz um rol dos bens considerados absolutamente


impenhoráveis:
CPC, Art. 649. São absolutamente impenhoráveis:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a residência do
executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns
correspondentes a um médio padrão de vida; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de
2006).
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de
elevado valor; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de
aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de
terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador
autônomo e os honorários de profissional liberal, observado o disposto no § 3o deste
artigo (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens
móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão; (Redação dada pela
Lei nº 11.382, de 2006).
VI - o seguro de vida; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).

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VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem


penhoradas; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória
em educação, saúde ou assistência social; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de
2006).
X - até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, a quantia depositada em caderneta
de poupança. (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos termos da lei, por partido
político. (Incluído pela Lei nº 11.694, de 2008)

Esta, portanto, é uma grande garantia do crédito tributário, pois praticamente todos
os bens do devedor responderão pela dívida.
Adota-se, assim, uma ampla responsabilidade tributária.
Um mecanismo de proteger o crédito tributário é o combate à fraude à execução.
A fraude à execução acontece após a inscrição do crédito em dívida ativa (art. 185 do
CTN). Ocorre com qualquer alienação ou oneração do patrimônio do devedor, desde que
não haja reserva de patrimônio suficiente, levando-se o devedor a uma situação de
insolvência. Não há fraude se, após a alienação, o devedor continuar com patrimônio
suficiente para pagar o crédito tributário.
CTN, Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou
seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito
tributário regularmente inscrito como dívida ativa.(Redação dada pela Lcp nº 118,
de 2005)
Havendo o preenchimento destes requisitos, há presunção ABSOLUTA de fraude à
execução. Mesmo atos de boa-fé poderão ser atingidos pela declaração da fraude.
A Primeira Seção do STJ, no julgamento do REsp 1.141.990/PR, de Relatoria do Min.
Luiz Fux, submetido ao rito dos recursos repetitivos, nos termos do art. 543-C do CPC e da
Resolução 8/STJ, consolidou entendimento segundo o qual não se aplica à execução fiscal a
Súmula 375/STJ: "O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora
do bem alienado ou da prova de má- fé do terceiro adquirente".
Portanto, a caracterização de má- fé do terceiro adquirente, ou mesmo a prova do
conluio, não é necessária para caracterização da fraude à execução fiscal. Basta a inscrição
do crédito em dívida ativa.
A Lei 8.397/92 dispõe acerca da cautelar fiscal, que busca resguardar patrimônio para
a futura execução fiscal. A partir dela, o Banco Central fez um cadastro de contas para que
fosse possível o BacenJud.

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doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.

O judiciário passou a fazer a chamada penhora online. Foi incluído o artigo 185-A no
CTN:
CTN, Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar
nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens
penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos,
comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades
que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro público de
imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a
fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. (Incluído
pela Lcp nº 118, de 2005)
Na verdade, não se trata de uma penhora. A ordem judicial é para a
indisponibilidade do patrimônio. A possibilidade de realizar esta indisponibilidade dos bens
dentro do próprio curso da execução fez com que a cautelar fiscal perdesse a sua força.
O limite desta indisponibilidade é o total do crédito exigível.
"a jurisprudência desta Corte é firme quanto à necessidade de comprovação do
esgotamento de diligências para localização de bens do devedor, a fim de que se possa
determinar a indisponibilidade de bens e direitos prevista no art. 185-A do CTN" (STJ -
AgRg no REsp 1.202.428/BA, Rel. Min. Sérgio Kukina, 1ª Turma, DJe 10/4/13)

Em 2015, decidiu o STJ que não cabe ao juiz apreciar a utilidade dos bens atingidos
pela penhora. No caso em análise, o juiz havia decidido pela liberação do bem alegando que
ele não seria útil para a satisfação do crédito, pois era de baixa liquidez.

1.2 Privilégios/Preferências do Crédito Tributário


Ao tratar das preferências, o CTN aponta outras formas de garantia do crédito
tributário.
O artigo 186 do CTN determina que o crédito tributário prefere a qualquer outro,
excetuando-se os créditos trabalhistas e acidentários.
CTN, Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza
ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do
trabalho ou do acidente de trabalho. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)

O crédito tributário não se sujeita a concurso de credores, nem à habilitação em


falência, concordata, inventário ou arrolamento.
CTN, Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de
credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou
arrolamento. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)

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O credor fazendário não tem legitimidade para requerer falência. Mas pode se
habilitar na falência, embora não seja obrigada. Ela pode preferir promover a execução
fiscal. A escolha de um procedimento exclui o outro.
Em 2005, foi incluído o parágrafo único do artigo 186 do CTN:
Parágrafo único. Na falência: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias
passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia
real, no limite do valor do bem gravado; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos
decorrentes da legislação do trabalho; e (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados.(Incluído pela Lcp nº
118, de 2005)

Este parágrafo serve apenas para a falência.


Antes dos créditos tributários são pagos, então, de acordo com este dispositivo:
- créditos extraconcursais: surgidos após a falência (inclusive tributários: art. 188 do
CTN);
- Importâncias de restituição: bens ou direitos de terceiros que, por algum motivo,
foram arrecadados no processo de falência;
- Créditos com garantia real: garantidos por hipoteca e penhor.
CTN, Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos
geradores ocorridos no curso do processo de falência. (Redação dada pela Lcp nº
118, de 2005)
Assim, fora da falência, o crédito tributário fica atrás do crédito trabalhista e do
acidentário. Na falência, por sua vez, além do crédito trabalhista e acidentário, ficam na
frente do tributário os acima citados.
A multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. (CTN, art. 186, § único,
Nova Redação dada pela L.C. nº 118/2005).
A Lei 11.101/05 estabelece a seguinte ordem para o pagamento dos créditos, em seu
artigo 83:
Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:
I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinqüenta)
salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho;
II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;
III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição,
excetuadas as multas tributárias;
IV – créditos com privilégio especial, a saber:

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a) os previstos no art. 964 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002;


b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta
Lei;
c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada em
garantia;
d) aqueles em favor dos microempreendedores individuais e das microempresas e
empresas de pequeno porte de que trata a Lei Complementar no 123, de 14 de
dezembro de 2006 (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
V – créditos com privilégio geral, a saber:
a) os previstos no art. 965 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002;
b) os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei;
c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta
Lei;
VI – créditos quirografários, a saber:
a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo;
b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados
ao seu pagamento;
c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que excederem o limite
estabelecido no inciso I do caput deste artigo;
VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou
administrativas, inclusive as multas tributárias;
VIII – créditos subordinados, a saber:
a) os assim previstos em lei ou em contrato;
b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício.

De forma mais sintética, a ordem dos créditos na falência:


1º) Trabalhistas (até 150 SM)/Acidentes;
2º) Garantia real;
3º) Tributários;
4º) Civis (privilégio especial);
5º) Civis (privilégio geral);
6º) Quirografários;
7º) Multas (inclusive tributárias);
8º) Subordinados.
É importante destacar que, no pagamento dos créditos tributários, há um concurso
de preferências para os entes tributários:
CTN, Art. 187.

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Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas


de direito público, na seguinte ordem:
I - União;
II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata;
III - Municípios, conjuntamente e pró rata.

Parte da doutrina alegou que isto alegaria o pacto federativo. Mas se consolidou o
entendimento de que este dispositivo é compatível com a Constituição Federal, segundo
decisão do STF.
Isto também foi trazido na Lei de Execução Fiscal (Lei 6.830/80):
Art. 29 - A cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública não é sujeita a concurso
de credores ou habilitação em falência, concordata, liquidação, inventário ou
arrolamento
Parágrafo Único - O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas
de direito público, na seguinte ordem:
I - União e suas autarquias;
II - Estados, Distrito Federal e Territórios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata;
III - Municípios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata.

Note-se que neste artigo também foram incluídas as autarquias.


Exemplo: foram pagos os tributos federais e sobrou R$1.000,00. Ainda há créditos de
dois Estados diferentes a serem pagos: um no valor de R$500,00 e outro de R$1.500,00. Os
créditos serão pagos proporcionalmente: ao primeiro Estado será pago R$250,00 (1/4) e ao
segundo será pago R$750,00 (3/4). Isto significa pagar conjuntamente e pro rata.
Súmula 497, STJ. Os créditos das autarquias federais preferem aos créditos da Fazenda
estadual desde que coexistam penhoras sobre o mesmo bem.

CTN, Art. 189. São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em


inventário ou arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos tributários
vencidos ou vincendos, a cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do
processo de inventário ou arrolamento.

Art. 190. São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários


vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação
judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação.

Art. 191. A extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de todos os
tributos. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)

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Art. 191-A. A concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova de


quitação de todos os tributos, observado o disposto nos arts. 151, 205 e 206 desta
Lei. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

Há uma norma específica para regulamentar o parcelamento concedido durante a


recuperação judicial.

2. Administração tributária
O agente tributário deve cumprir tarefas administrativas, como fiscalizar e arrecadar.
CF/88 Art. 37: (...)
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas
de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na
forma da lei;

XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos


Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores
de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e
atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de
informações fiscais, na forma da lei ou convênio.

Este inciso foi acrescentado por emenda constitucional.


A Constituição Federal, portanto, previu grande relevância para a atividade
administrativa tributária.
O CTN contemplou três partes para tratar sobre a administração tributária: a primeira
dispõe sobre fiscalização, a segunda sobre dívida ativa e a terceira sobre certidão negativa.

2.1 Poder de Fiscalização


Todos se submetem ao poder de fiscalização, contribuintes ou não (inclusive imunes
e isentos).
CTN, Art. 194.
Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às pessoas naturais ou
jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de
isenção de caráter pessoal.

Os entes despersonificados também são sujeitos de fiscalização, como um


condomínio.
A administração fazendária tem o poder geral de exame, podendo examinar bens,
documentos, mercadorias, etc.
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CTN, Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer
disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros,
arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes
industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los.

A lei tributária tem uma supremacia em detrimento das outras normas, com relação
a este poder de exame. Outra lei não pode retirar esse poder de exame do agente fiscal.
Evidentemente que o agente fiscal está submetido às garantias fundamentais previstas na
Constituição Federal, como a inviolabilidade do domicílio.
O particular, em contrapartida, tem o dever de guarda, não podendo se desfazer dos
documentos até a prescrição dos créditos.
Súmula 439, STF. Estão sujeitos a fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer
livros comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação.

A Lei 9.430/96 cuida primariamente de imposto de renda e contribuições e tem um


capítulo sobre a fiscalização.
Lei. 9.430/96 - Art. 34. São também passíveis de exame os documentos do sujeito
passivo, mantidos em arquivos magnéticos ou assemelhados, encontrados no local da
verificação, que tenham relação direta ou indireta com a atividade por ele exercida.

CTN - Art. 195.


Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os
comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a
prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram.

Lei nº 9.430 - Art. 37. Os comprovantes da escrituração da pessoa jurídica, relativos a


fatos que repercutem em lançamentos contábeis de exercícios futuros, serão
conservados até que se opere a decadência de a Fazenda Pública constituir os créditos
relativos a esses exercícios.

O agente fiscal também terá deveres. O procedimento fiscalizatório é formal,


devendo ser documentalmente formalizado.
CTN, Art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer
diligências de fiscalização lavrará os termos necessários para que se documente o início
do procedimento, na forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a
conclusão daquelas.

O agente deverá formalizar os termos de diligência.


Inicialmente esta formalização era feita em um livro próprio. Atualmente isto se
encontra informatizado.

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ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.

Requisição de informações: em regra, todos devem prestar informações quando


intimados, exceto casos de sigilo legal (art. 197 CTN).
CTN, Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade
administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios
ou atividades de terceiros:
I - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício;
II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras;
III - as empresas de administração de bens;
IV - os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais;
V - os inventariantes;
VI - os síndicos, comissários e liquidatários;
VII - quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão de seu cargo,
ofício, função, ministério, atividade ou profissão.
Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo não abrange a prestação de
informações quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a
observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão.

O CTN apenas faz referência ao sigilo profissional. No entanto, entende-se que a


Fazenda Pública deve respeitar todos os sigilos garantidos, como o sigilo bancário.
Para dar efetividade ao pressuposto da capacidade contributiva, a Constituição
Federal prevê que a Fazenda Pública possa ter acesso a informações.
CF, Art. 145.
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo
a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária,
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os
direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte.

Assim, a Fazenda Pública respeitará o sigilo, mas há limitações para este sigilo.
A Fazenda Pública também deverá respeitar o sigilo fiscal, que é decorrente do
direito à privacidade. As medidas fazendárias serão, portanto, sigilosas. Não devem ser
divulgadas.
CTN, Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação,
por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do
ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e
sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades. (Redação dada pela Lcp nº
104, de 2001)

No entanto, este sigilo fiscal não é absoluto. Não há sigilo sobre:


1) Inscrições em dívida ativa – todos podem saber quem está com divida ativa;

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2) Representação fiscal/penal;
3) Moratória/Parcelamento
CTN, Art. 198 § 3º Não é vedada a divulgação de informações relativas a: (Incluído pela
Lcp nº 104, de 2001)
I – representações fiscais para fins penais; (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)
II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)
III – parcelamento ou moratória. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

É possível a troca de informações entre os integrantes da fazenda pública. É um


dever de mútua assistência.
CTN, Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos
respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou
específico, por lei ou convênio.
Parágrafo único. A Fazenda Pública da União, na forma estabelecida em tratados,
acordos ou convênios, poderá permutar informações com Estados estrangeiros no
interesse da arrecadação e da fiscalização de tributos. (Incluído pela Lcp nº 104, de
2001)

É possível, ainda, que haja a quebra do sigilo por ordem judicial ou por processos
administrativos.
CTN, Art. 198.
§ 1º Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 199, os
seguintes: (Redação dada pela Lcp nº 104, de 2001)
I – requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça; (Incluído pela Lcp nº 104,
de 2001)
II – solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública,
desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão
ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere
a informação, por prática de infração administrativa. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

 Pode um juiz de execução fiscal quebrar o sigilo fiscal? Sim, o juiz de execução
fiscal pode fazer a quebra do sigilo, mesmo que seja para os interesses de um exequente
público.
TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. SIGILO FISCAL. JUNTADA AOS AUTOS DE INFORMAÇÕES
REQUISITADAS PELO JUIZ E PRESTADAS PELA RECEITA FEDERAL. POSSIBILIDADE. 1. O art.
198 do CTN não impede a requisição, pelo juiz, de informações à Receita Federal,
necessárias a promover atos executivos, nem que tais informações sejam juntadas aos
autos. [...] (STJ – 1ª Turma, REsp 819455, rel. Min. Teori Albino Zavascki, j. em
17/2/2009, DJe 4/3/2009.)

É importante destacar que a CPI pode fazer a quebra do sigilo fiscal.

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COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO – PODERES DE INVESTIGAÇÃO (CF, ART. 58, §


3º) – LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS – LEGITIMIDADE DO CONTROLE JURISDICIONAL –
POSSIBILIDADE DE A CPI ORDENAR, POR AUTORIDADE PRÓPRIA, A QUEBRA DOS SIGILOS
BANCÁRIO, FISCAL E TELEFÔNICO – NECESSIDADE DE FUNDAMENTAÇÃO DO ATO
DELIBERATIVO – QUEBRA DE SIGILO ADEQUADAMENTE FUNDAMENTADA – VALIDADE –
MANDADO DE SEGURANÇA INDEFERIDO. A QUEBRA DO SIGILO CONSTITUI PODER
INERENTE À COMPETÊNCIA INVESTIGATÓRIA DAS COMISSÕES PARLAMENTARES DE
INQUÉRITO.
A quebra do sigilo fiscal, bancário e telefônico de qualquer pessoa sujeita a investigação
legislativa pode ser legitimamente decretada pela Comissão Parlamentar de Inquérito,
desde que esse órgão estatal o faça mediante deliberação adequadamente
fundamentada e na qual indique a necessidade objetiva da adoção dessa medida
extraordinária. Precedentes.(...) As Comissões Parlamentares de Inquérito, no entanto,
para decretar, legitimamente, por autoridade própria, a quebra do sigilo bancário, do
sigilo fiscal e/ou do sigilo telefônico, relativamente a pessoas por elas investigadas,
devem demonstrar, a partir de meros indícios, a existência concreta de causa provável
que legitime a medida excepcional (...) STF – MS 24.817, Pleno, rel. Min. Celso de Mello,
j. em 3.2.2005.

O Ministério Público, por ato próprio, não pode fazer a quebra do sigilo. Ele deve
fazer a requisição ao juiz.
HABEAS CORPUS. QUEBRA DE SIGILO FISCAL REALIZADA DIRETAMENTE PELO
MINISTÉRIO PÚBLICO. REQUISIÇÃO DE CÓPIAS DE DECLARAÇÕES DE IMPOSTO DE
RENDA SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. ILICITUDE DA PROVA. DESENTRANHAMENTO DOS
AUTOS. CONCESSÃO DA ORDEM. (...) 5. É evidente a ilicitude da requisição feita
diretamente pelo órgão ministerial à Secretaria de Receita Federal, por meio da qual
foram encaminhadas cópias das declarações de rendimentos do paciente e dos demais
investigados no feito. STJ – 5ª Turma, HC nº 160646/SP - Rel. Min. Jorge Mussi – DJe de
19.9.2011.

O Tribunal de Contas não pode fazer a quebra do sigilo.

2.2 Dívida Ativa


Para créditos não pagos e em atraso.
CTN, Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza,
regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o
prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo
regular.

Atributos: A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e


tem o efeito de prova pré-constituída. Esta presunção é relativa e pode ser ilidida por prova
inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite. (art. 204 do CTN)
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CTN, Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e
tem o efeito de prova pré-constituída.
Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por
prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite.

Não satisfeito o crédito administrativo, a Fazenda Pública o cobrará judicialmente.


Súmula 70, STF. É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo
para cobrança de tributo.

Súmula 323, STF. É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para
pagamento de tributos.

Súmula 547, STF. Não é lícito à autoridade proibir que o contribuinte em débito adquira
estampilhas, despache mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades
profissionais.

Estas três súmulas consagram a impossibilidade de adoção de sanções políticas pelo


não pagamento dos tributos.
Forma: termo de inscrição (livros ou sistemas).
O artigo 202 do CTN elenca os requisitos obrigatórios para a inscrição em dívida ativa:
CTN, Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade
competente, indicará obrigatoriamente:
I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que
possível, o domicílio ou a residência de um e de outros;
II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;
III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em
que seja fundado;
IV - a data em que foi inscrita;
V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito.
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do
livro e da folha da inscrição.

A falta dos requisitos é causa de anulação, sendo um vício sanável, conforme dispõe
o artigo 203 do CTN:
CTN, Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o
erro a eles relativo, são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela
decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância,
mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou
interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte modificada.

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Súmula 392, STJ. A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a
prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou
formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução.

Pode ser corrigido, portanto, inclusive o erro material.

2.3 Certidão Negativa


A certidão negativa é concedida mediante requerimento do interessado, em um
prazo de 10 dias contados a partir do requerimento.
Ela é exigida, por exemplo, para a extinção de falências, para a recuperação judicia,
para a partilha/adjudicação em inventários e para licitações públicas.
Há, ainda, a certidão positiva com efeito de negativa, também chamada de certidão
de regularidade fiscal. Serve para pessoas que possuem créditos não vencidos, créditos
suspensos ou créditos garantidos por penhora em execução fiscal.
O CTN traz a hipótese de dispensa da certidão negativa, quando há risco de
decadência.
CTN, Art. 207. Independentemente de disposição legal permissiva, será dispensada a
prova de quitação de tributos, ou o seu suprimento, quando se tratar de prática de ato
indispensável para evitar a caducidade de direito, respondendo, porém, todos os
participantes no ato pelo tributo porventura devido, juros de mora e penalidades
cabíveis, exceto as relativas a infrações cuja responsabilidade seja pessoal ao infrator.

O servidor poderá ser responsabilizado se:


a) Expedir a certidão com dolo/fraude;
b) Contiver erro que prejudique a Fazenda Pública.
Note-se que não há responsabilização por culpa.
O servidor será responsabilizado pelo crédito e pelos seus encargos moratórios, sem
prejuízo da responsabilidade penal e funcional.
CTN, Art. 208. A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha erro
contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo
crédito tributário e juros de mora acrescidos.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não exclui a responsabilidade criminal e
funcional que no caso couber.

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