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Variáveis
1 Funções Reais de Várias
Variáveis
V = V ( r , h)
V (r , h) = r 2 h .
R1 R2 R3
E R4 R5
Figura 1.1
15
onde E representa a tensão da fonte e Ri , i = 1, 2, ,5 , são os resis-
tores. Podemos dizer que a corrente desse circuito, dada por
E
I= ,
R1 + R2 + R3 + R4 + R5
I = I ( R1 , R2 , R3 , R4 , R5 ) .
(r,h)
h
Figura 1.2
z0
P
y0 y
x0
x
Figura 1.3
16
1.2 Definições básicas
Assim como denotamos um ponto na reta real por um nú-
mero real x, um ponto no plano 2 por um par de números
reais ( x, y ) e um ponto no espaço 3 por uma terna ordenada
( x, y, z ) , representamos um ponto no espaço n-dimensional n
por uma n-upla de números reais, a qual é comumente denota-
da por P = ( x1 , x2 , , xn ) . Em particular, se n = 1 , P = x ; se n = 2 ,
P = ( x, y ) ; se n = 5 , P = ( x1 , x2 , x3 , x4 , x5 ) , e assim por diante.
z = f ( P ) ou z = f ( x1 , x2 , , xn ) .
17
Exemplo 1.1. Seja A o conjunto de pontos do 2 , representado na
figura 1.4.
y
3 x
Figura 1.4
z = 9 − x2 − y 2 .
f : A ⊂ 2 →
( x, y ) z = f ( x, y ) = 9 − x 2 − y 2 .
D( z ) = D( f ) = {( x, y ) ∈ 2 ; x 2 + y 2 ≤ 9} .
18
Sabemos que ln( x − y ) é um número real quando x − y > 0 ou
x> y.
Figura 1.5
D( g ) = {( x, y, z ) ∈ 3 ; x 2 + y 2 + z 2 ≤ 25}
5 y
Figura 1.6
19
Exercícios
1) Fazer uma representação gráfica do domínio da função
xy
z= .
x2 − y 2
a y
x
Figura 1.7
a) z = 3 − x − y .
b) z = x 2 + y 2 − 9 .
c) f ( x, y ) = 4 + x 2 + y 2 .
20
1.3 Curvas de nível e esboços de gráficos
Da mesma forma que no estudo de funções de uma variável, a
noção de gráfico desempenha um papel importante no estudo
das funções de várias variáveis.
Graf ( f ) = {( x1 , x2 , , xn , z ) ∈ n +1 = n x ; z = f ( x1 , x2 , , xn ) com (
Graf ( f ) = {( x1 , x2 , , xn , z ) ∈ n +1 = n x ; z = f ( x1 , x2 , , xn ) com (x1 , x2 , , xn ) ∈ A}.
1
y
3
x
Figura 1.8
Neste caso,
3 − x − 3y
Graf ( f ) = {( x, y, z ) ∈ 3 ; z = , ( x, y ) ∈ 2 } = {( x, y, z ) ∈ 3 ; x + 3
3 − x − 3y 3
3
Graf ( f ) = {( x, y, z ) ∈ ; z = , ( x, y ) ∈ } = {( x, y, z ) ∈ ; x + 3 y + 3 z = 3}
2 3
21
Assim, o gráfico de f é o plano acima representado. Resumida-
mente, dizemos que o gráfico da função é descrito pela equação
x + 3 y + 3z = 3 .
f ( x, y ) = x 2 + y 2 .
x
Figura 1.9
22
reta paralela ao eixo z interceptar S no máximo em um ponto. Os
exemplos 3.1 e 3.2 mostram superfícies do 3 que representam
funções, enquanto que uma “casca” esférica no 3 não representa
uma função.
Ck = {( x, y ) ∈ D( f ); f ( x, y ) = k} ,
23
superfície é íngreme, e quando estão afastadas, a elevação da super-
fície é obtida considerando-se a distância entre as curvas de nível.
y z=1
+3 y
z=1
+2 +2
z=2
+1 +1
z=3
-3 -2 -1 +1 +2 +3 -2 -1 +1 +2
x x
0
-1 z=2 z=4
-1
-2
-2 z=5
-3 z=3
24
do gráfico de z = x 2 + y 2 com os planos xz e yz são as parábolas
z = x 2 e z = y 2 , respectivamente. Com essas informações pode-
mos ver que o gráfico de z = x 2 + y 2 é o parabolóide representado
z=3
+3 z=2
+2
z=1
+1 x
-3
-2 -3
-1 -2
-1
0
+1 +1
+2 -1 +2 y
+3
+3
-2
z -3
Figura 1.12
3 z = -2
2 z=0
z=2
1
z=4
Figura 1.13
2
4
0 y
-2
x
Figura 1.14
26
Exercícios
1) Suponha que o número de unidades produzidas de certa
mercadoria seja z e z = 6 xy , onde x é o número de máquinas uti-
lizadas na produção e y é o número de pessoas/hora disponíveis.
A função f ( x, y ) definida por f ( x, y ) = 6 xy é uma função de pro-
dução. Traçar o mapa de contorno de f mostrando as curvas de
produção constantes para z igual a 6, 12, 18 e 24.
a) z = x 2 − y 2 , k = 0,1, 2,3 ;
b) z = y 2 − x 2 , k = 0,1, 2,3 ;
1
c) l = m 2 + n 2 , k = 2,3, 4,5 .
2
a) z = 2 x 2 + 2 y 2
b) z = 1 − x 2 − y 2 ;
c) z = x 2 + 2 y 2 .
27
1.4 Noções de limite e continuidade
Antes de estabelecermos uma definição de limite, precisamos co-
nhecer alguns conceitos básicos.
B( x0 , r ) = {x ∈ n ; x − x0 < r} .
y0 r
x0 x
Figura 1.15
28
Seja A um conjunto de pontos do n . Dizemos que x ∈ A é um
ponto interior de A se existir uma bola aberta com centro em x
totalmente contida em A. Se todos os pontos de A são pontos inte-
riores, dizemos que A é um conjunto aberto.
29
Exemplo 1.11.
1
c) São fechados de : [0,1], [−1,1] , −20, , (−∞,3] , [−3, +∞) ,
2
(−∞, −3] ∪ [2,5] , etc.
1 1 1
f) O único ponto de acumulação do conjunto 1, , , ,
2 3 4
é o ponto x = 0 de . Todos os pontos desse conjunto são
isolados.
1 1 1
g) O conjunto 0,1, , , , tem só um ponto de acumula-
2 3 4
ção que é x = 0 . Os demais pontos são isolados.
h) O retângulo é um conjun-
to fechado de . Um retângulo aberto do 2 é da forma
2
x2 y 2
i) O conjunto R = ( x, y ) ∈ 2 + < 1 é o interior da elip-
2 4
2 2
x y
se + = 1 e é, portanto, um conjunto aberto. Sua frontei-
2 4
ra é formada pelos pontos da elipse.
30
Definição 1.7. Sejam f : A ⊂ n → e x0 ∈ A ' . Dizemos que o li-
mite de f ( x) , quando x se aproxima de x0 em A, é o número real
b, se, para todo > 0 , existe > 0 tal que f ( x) − b < , sempre
que x ∈ A e 0 < x − x0 < . Neste caso denotamos
lim f ( x) = b .
x → x0
w
z
b+ε
δ x
0
x b = lim f (x)
f x→x 0
y f (x)
x b−ε
Figura 1.16
lim (2 x + 3 y ) = lim (2 x + 3 y ) = 9 .
x →3 ( x , y ) → (3,1)
y →1
( x − 3) 2 + ( y − 1) 2 < .
31
f ( x, y ) − 9 = 2 x + 3 y − 9
f ( x, y ) − 9 = 2 x − 6 + 3 y − 3
f ( x, y ) − 9 = 2( x − 3) + 3( y − 1)
f ( x, y ) − 9 ≤ 2 x − 3 + 3 y − 1
f ( x, y ) − 9 ≤ 5 ( x − 3) 2 + ( y − 1) 2
f ( x, y ) − 9 < 5 ,
Portanto, se tomarmos = , obteremos que f ( x, y ) − 9 < 5 ⋅ =
5 5
sempre que ( x − 3) 2 + ( y − 1) 2 < .
2 xy
lim = 0.
(x , y )→(0,0 ) x2 + y 2
Solução. Devemos mostrar que, ∀ > 0 , ∃ > 0 tal que, se
2xy
x 2 + y 2 < , então < .
x2 + y 2
2 xy 2x y 2 x2 + y 2 ⋅ x2 + y 2
= ≤ = 2 x2 + y 2 .
2 2 2 2 2 2
x +y x +y x +y
2 xy
Assim, tomando = , temos que ≤ 2 x2 + y 2 < 2 ⋅ =
2 2
x +y 2 2
2 xy
Logo, lim = 0.
(x , y )→(0,0 ) x2 + y 2
32
Observamos que, nesse exemplo, o ponto (0, 0) não pertence ao
domínio da função. Porém, (0, 0) é um ponto de acumulação do
domínio da função, conforme exigido na definição de limite.
2 xy
Exemplo 1.14. Mostre que lim não existe.
( x , y ) → (0,0) x + y 2
2
2 xy 2x ⋅ 0 0
lim 2 2
= lim 2 2
= lim 2 = lim 0 = 0 ,
x →0
y →0
x +y x →0 x + 0 x →0 x x →0
33
e nos aproximando pelos pontos da reta y = x , temos
2 xy 2x ⋅ x 2x2
lim = lim = lim = lim1 = 1 .
x →0
y →0
x 2 + y 2 x →0 x 2 + x 2 x →0 2 x 2 x →0
2 xy
Logo, lim não existe.
(x , y )→(0,0 ) x + y 2
2
x2 ⋅ y
Exemplo 1.15. Seja f ( x, y ) = 4 uma função definida em to-
x + y2
dos os pontos do 2 , exceto em (0, 0) . Mostre que lim f ( x, y )
( x , y ) → (0,0)
não existe.
x2 y 0
lim 4 = lim 4 = 0 ,
x →0 x + y 2 x →0 x
y →0
x2 y x2 ⋅ x2 x4 x4 1
lim 4 2
= lim 4 2
= lim 4 4
= lim 4
= .
x →0
y →0
x +y x → 0 x + ( x ²) x →0 x + x x →0 2 x 2
x2 ⋅ y
Logo, lim f ( x, y ) não existe, para f ( x, y ) = .
(x , y )→(0,0 ) x4 + y 2
a) lim[ f ( x) + g ( x)] = b + c ;
x → x0
b) lim ⋅ f ( x) = ⋅ b ;
x → x0
c) lim f ( x) ⋅ g ( x) = b ⋅ c ;
x → x0
f ( x) b
d) lim = , desde que c ≠ 0 ;
x → x0 g ( x) c
34
e) lim[ f ( x)]n = b n , para qualquer inteiro positivo n;
x → x0
( f ( x) + g ( x)) − (b + c) ≤ f ( x) − b + g ( x) − c ≤ + = ,
2 2
sempre que x ∈ A e x − x0 < .
35
Falaremos agora do limite de funções compostas. Sejam
f : A ⊆ n → e g : B ⊂ → com f ( A) ⊂ B , duas funções.
Para que possamos calcular lim( g f )( x) , é necessário supor
x → x0
g e f, isto é, ( g f )( x) = g ( f ( x)) .
36
tínua em x0 , se para todo > 0 , existe = ( x0 , ) tal que, se x ∈ A
e x − x0 < então f ( x) − f ( x0 ) < .
2 xy
lim = f (0, 0) .
(x , y )→(0,0 ) x2 + y 2
a) f ± g é contínua em x0 ;
b) f ⋅ g é contínua em x0 ;
37
c) f é contínua em x0 e
f
d) é contínua em x0 , desde que g ( x0 ) ≠ 0 .
g
Esta proposição permite-nos concluir que uma função polino-
mial de n variáveis é contínua em n , isto é, toda função que
possa ser expressa como soma de termos da forma cx1m1 x2m2 xnmn ,
onde c ∈ e mi , i = 1, 2, , n , é um inteiro não negativo.
Assim ( g f ) é contínua em x0 .
Exercícios
1) Calcular o limite que se pede:
ex − e y
a) lim (3 x 2 + xy − 2 y 2 ) . b) lim .
( x , y ) → (2,3) ( x , y ) → (0,0) cos x + sen x
3x − 2 y
c) lim .
( x , y ) → (2, −1) x + 4 y
a) lim (3 x − 4 y ) = 1 . b) lim ( x 2 + y 2 ) = 2 .
( x , y ) → (3,2) ( x , y ) → (1,1)
c) lim (4 x 2 y − 3 xyz 2 + 7 y 2 z 2 ) .
( x , y , z ) → ( −2,1,4)
38
3) Mostrar que os seguintes limites não existem:
x2 + y
a) lim .
( x , y ) → (0,0) x 2 + y 2
x3 + yz 2
b) lim .
( x , y , z ) → (0,0,0) x 4 + y 2 + z 4
y
b) f ( x, y ) = sen .
x
c) f ( x, y ) = x 2 y − x 3 y 3 − x 4 y 4 .
x−2
d) f ( x, y ) = .
( xy − 2 x − y + 2)( y + 1)
3 x − 2 y, ( x, y ) ≠ (0, 0)
b) f ( x, y ) = , P (0, 0) .
1, ( x, y ) = (0, 0)
x 3 − 3 xy 2 + 2
c) f ( x, y ) = , P (1, 2) .
2 xy 2 − 1
x2 y 2
, y≠0
a) f ( x, y ) = y 2 + 1 − 1 .
a − 4, y = 0
sen(x 2 + y 2 )
, ( x, y ) ≠ (0, 0)
b) f ( x, y ) = x 2 + y 2 .
a , ( x, y ) = (0, 0)
39
1.5 Derivadas parciais
Apresentamos aqui o conceito de derivada parcial para uma fun-
ção com mais de uma variável. A idéia é considerar apenas uma
variável por vez, deixando as outras fixas, ou seja, tratamos uma
função de n variáveis como uma função de uma só variável, n ve-
zes, considerando a cada vez uma variável diferente. Desse pro-
cedimento resulta a definição de uma derivada para cada uma
das variáveis independentes. Essas derivadas são chamadas de
derivadas parciais.
∂f f ( x1 , , xi + h, , xn ) − f ( x1 , , xi , , xn )
( x) = lim
∂xi h → 0
h
∂f ∂f
Exemplo 1.19. Aplicar a definição para achar e para
2 ∂x ∂y
f ( x, y ) = 3 x − 2 xy .
Solução.
∂f f ( x + h, y ) − f ( x , y ) 3( x + h) 2 − 2( x + h) y − 3 x 2 + 2 xy
= lim = lim =
∂x h→0 h h →0 h
3 x 2 + 6 xh + 3h 2 − 2 xy − 2hy − 3 x 2 + 2 xy 6 xh + 3h 2 − 2hy
= lim = lim =
h →0 h h →0 h
= lim 6 x + 3h − 2 y = 6 x − 2 y
h →0
∂f f ( x, y + h ) − f ( x, y ) 3 x 2 − 2 x( y + h) − 3 x 2 + 2 xy
= lim = lim =
∂y h→0 h h →0 h
3 x 2 − 2 xy − 2 xh − 3 x 2 + 2 xy
= lim = lim − 2 x = −2 x .
h →0 h h →0
∂f ∂f
Assim, obtemos que = 6x − 2 y e = −2 x .
∂x ∂y
40
Definição 1.10. Seja
f : A ⊂ n →
x z = f ( x)
uma função de n variáveis e seja B ⊆ A o conjunto formado por
∂f
todos os pontos x tais que ( x) existe. Definimos a função deri-
∂xi
vada parcial de 1ª ordem de f em relação a xi como a função que
∂f
a cada x ∈ B associa o número ( x) dado por
∂xi
∂f f ( x1 , , xi + h, , xn ) − f ( x1 , , xi , , xn )
( x) = lim .
∂xi h →0
h
∂f 5 y ⋅ (2 x + 3 y ) − 5 xy ⋅ (2) 10 xy + 15 y 2 − 10 xy 15 y 2
= = =
∂x (2 x + 3 y ) 2 (2 x + 3 y ) 2 (2 x + 3 y ) 2
∂f 5 x ⋅ (2 x + 3 y ) − 5 xy ⋅ (3) 10 x 2
= = .
∂y (2 x + 3 y ) 2 (2 x + 3 y ) 2
41
5h ⋅ 0
∂f f (0 + h, 0) − f (0, 0) 2h − 0
(0, 0) = lim = lim =0
∂x h →0
h h →0 h
5⋅0⋅ h
−0
∂f f (0, 0 + h ) − f (0, 0) 3h
(0, 0) = lim = lim = 0.
∂y h → 0
h h → 0
h
f ( x, y ) = 3 x 2 − 4 x 2 y + 3 xy 2 + sen( xy 2 ) .
Suponhamos que
f : A ⊂ 2 →
( x, y ) z = f ( x, y )
42
z
Cx 0 Cy
0
y0
y
β
x0
x α
Figura 1.17
Exercícios
1) Calcular as derivadas de 1ª ordem, usando a definição:
a) f ( x, y ) = 5 xy − x 2 .
b) f ( x, y ) = x 2 + y 2 − 10 .
c) z = xy .
b) g ( x, y ) = x 2 + y 2 − 2 .
c) h( x, y ) = sen(2 x + y ) .
43
2 xy
, se ( x, y ) ≠ (0, 0)
3) Calcular
∂f
e
∂x ∂y
∂f
para f ( x, y ) = 3 x 2 + 5 y 2 .
0, se ( x, y ) = (0, 0)
b) f ( x, y ) = x cos( y − x), f x ( x, y ) .
c) z = ( x + y )e x + 2 y , z y ( x, y ) .
Resumo
Vimos, neste capítulo, o importante e delicado conceito de limi-
te de uma função real de várias variáveis. Conceito este que dá
origem a um outro importante conceito, o de derivada parcial de
uma função real de várias variáveis com consequências significa-
tivas e variadas aplicações.
44
2 Diferenciabilidade de
Funções de Várias Variáveis
2 Diferenciabilidade de Funções
de Várias Variáveis
f : A ⊆ 2 →
( x, y ) → z = f ( x, y )
possua derivadas parciais em ( x0 , y0 ) ∈ A .
∂f
t g ( ) = ( x0 , y0 ),
∂x
onde α pode ser visualizado na figura 2.1
47
z
Cy0: z = f (x ,y0)
P
S : z = f (x ,y)
Cx0: z = f (x0 ,y)
y0 y
x0
x Figura 2.1
Assim, se o plano
: z = h ( x, y ) (1)
z = ax + by + c ,
∂f
a= ( x0 , y0 ) ; (2)
∂x
b) a inclinação do plano tangente na direção do eixo y coincida
com a inclinação da reta tangente à curva Cx0 , isto é,
48
∂f
b= ( x0 , y0 ) ; (3)
∂y
h( x0 , y0 ) = f ( x0 , y0 ) . (4)
∂f ∂f
h ( x, y ) = ( x0 , y0 ) x + ( x0 , y0 ) y + c . (5)
∂x ∂y
∂f ∂f
f ( x0 , y0 ) = ( x0 , y0 ) x0 + ( x0 , y0 ) y0 + c ,
∂x ∂y
ou ainda,
∂f ∂f
c = f ( x0 , y0 ) − ( x0 , y0 ) x0 − ( x0 , y0 ) y0 (6)
∂x ∂y
∂f ∂f
z = h( x, y ) = f ( x0 , y0 ) + ( x0 , y0 ) ⋅ [ x − x0 ] + ( x0 , y0 ) ⋅ [ y − y0 ]. (7)
∂x ∂y
f x ( x, y ) = 4 x ⇒ f x (1,1) = 4 ,
f y ( x, y ) = 2 y ⇒ f y (1,1) = 2 .
z = 3 + 4( x − 1) + 2( y − 1)
z = 4x + 2 y − 3 .
49
Assim, a função linear de duas variáveis g ( x, y ) = 4 x + 2 y − 3 é uma
boa aproximação de f ( x, y ) quando ( x, y ) está próximo de (1,1) .
Por exemplo, no ponto (1,1;0,95) a aproximação linear fornece
2.2 Diferenciabilidade
Introduzimos, agora, o conceito de função diferenciável. Uma
função f será diferenciável em ( x0 , y0 ) quando o plano tangen-
te, dado pela equação (7), nos propiciar uma “boa aproximação”
para f ( x, y ) em uma “vizinhança” de ( x0 , y0 ) . Temos, então, a
seguinte definição.
∂f ∂f
f ( x, y ) − f ( x0 , y0 ) + ( x0 , y0 ) ⋅ ( x − x0 ) + ( x0 , y0 ) ⋅ ( y − y0 )
∂x ∂y
lim =0
x → x0
y→ y
( x, y ) − ( x0 , y0 )
0
50
Proposição 2.1. Se f é diferenciável em ( x0 , y0 ) , então f é contí-
nua nesse ponto.
∂f ∂f
lim f ( x, y ) − f ( x0 , y0 ) − ( x0 , y0 ) ⋅ ( x − x0 ) − ( x0 , y0 ) ⋅ ( y − y0 ) = 0
( x , y ) → ( x0 , y0 )
∂x ∂y
lim ( x − x0 ) = lim ( y − y0 ) = 0 .
( x , y ) → ( x0 , y0 ) ( x , y ) → ( x0 , y0 )
∂f ∂f
( x0 , y0 ) = 2 x0 e ( x0 , y0 ) = 2 y0 .
∂x ∂y
Assim, para mostrarmos que f é diferenciável em 2 , basta veri-
ficar, para qualquer ( x0 , y0 ) ∈ 2 , se o limite dado na equação (8)
é zero. Temos
x 2 + y 2 − ( x02 + y02 + 2 x0 [ x − x0 ] + 2 y0 [ y − y0 ])
lim =
x → x0
y → y0 ( x − x0 ) 2 + ( y − y0 ) 2
( x − x0 ) 2 + ( y − y0 ) 2
= lim =
x → x0
y → y0 ( x − x0 ) 2 + ( y − y0 ) 2
= lim ( x − x0 ) 2 + ( y − y0 ) 2 = 0 .
x → x0
y → y0
Logo, f é diferenciável em 2 .
51
Exemplo 2.3. Verifique se a função f ( x, y ) = x 2 + y 2 é diferenci-
ável na origem.
x2 x2
lim+ = 1 e lim− = −1 ,
x →0 x x →0 x
∂f
ou seja, o limite não existe. Concluímos então que (0, 0) não
∂x
existe, logo f não é diferenciável na origem.
Exercícios
1) Determinar a equação do plano tangente à superfície no pon-
to indicado.
a) z = y 2 − x 2 , (−4,5,9) .
b) z = 9 x 2 + y 2 + 6 x − 3 y + 5 , (1, 2,18) .
a) f ( x, y ) = x 2 − 2 y 2 .
b) f ( x, y ) = 4 xy .
b) f ( x, y ) = 2 x + y .
52
2 y 4 + 3 x 2 y 2 + yx 3
, ( x, y ) ≠ (0, 0)
c) f ( x, y ) = ( x 2 + y 2 )2 .
0, ( x, y ) = (0, 0)
4) Identificar a região do 2
onde as funções dadas são diferen-
ciáveis:
2
a) z = e x y .
x2 y
b) z = .
x2 + y 2
2
c) z = .
( x − 2) + ( y − 2) 2
2
2 x + y − 6, se x = 2 ou y = 2
5) Dada a função f ( x, y ) = :
0 se x ≠ 2 e y ≠ 2
∂f
a) calcular (2, 2) .
∂x
∂f
b) calcular (2, 2) .
∂y
c) f é diferenciável em (2, 2) ?
53
2.3 Condição de suficiência para
diferenciabilidade
Observamos, da definição de diferenciabilidade, que não é su-
ficiente a existência das derivadas parciais de uma função para
garantir a sua diferenciabilidade. A proposição seguinte nos dará
tal condição de suficiência.
f ( x, y ) − f ( x0 , y0 ) = f ( x, y ) − f ( x0 , y ) + f ( x0 , y ) − f ( x0 , y0 ) . (9)
∂f
f ( x0 , y ) − f ( x0 , y0 ) = ( x0 , y ) ⋅ ( y − y0 ) . (11)
∂y
Usando (10) e (11) podemos reescrever (9) como
∂f ∂f
f ( x, y ) − f ( x0 , y0 ) = ( x , y ) ⋅ ( x − x0 ) + ( x0 , y ) ⋅ ( y − y0 ) . (12)
∂x ∂y
Reescrevendo o limite (8), utilizando (12), obtemos
∂f ∂f ∂f ∂f
( x , y ) ⋅ ( x − x0 ) + ( x0 , y ) ⋅ ( y − y0 ) − ( x0 , y0 ) ⋅ ( x − x0 ) − ( x0 , y0 ) ⋅ ( y − y0 )
∂x ∂y ∂x ∂y
lim
( x, y ) → ( x0 , y0 ) ( x, y ) − ( x0 , y0 )
ou ainda,
54
∂f ∂f ∂f ∂f
( x , y ) − ( x0 , y0 ) ⋅ ( x − x0 ) + ( x0 , y ) − ( x0 , y0 ) ⋅ ( y − y0 )
∂x ∂x ∂y ∂y
lim
( x , y ) → ( x0 , y0 ) ( x, y ) − ( x0 , y0 )
Mas,
x − x0 x − x0
= ≤1
( x, y ) − ( x0 , y0 ) ( x − x0 ) 2 + ( y − y0 ) 2
e
y − y0 y − y0
= ≤ 1.
( x, y ) − ( x0 , y0 ) ( x − x0 ) 2 + ( y − y0 ) 2
∂f ∂f
Agora, da continuidade de e em (x0 , y0 ) , temos que
∂x ∂y
∂f ∂f
lim
(x , y )→(x0 , y0 ) ∂x
( x , y ) − (x0 , y0 ) = 0 ,
∂y
∂f ∂f
lim
(x , y )→(x0 , y0 ) ∂y
( x0 , y ) − (x0 , y0 ) = 0
∂y
∂f x ∂f y
= e = ,
∂x x2 + y 2 ∂y x2 + y 2
55
V ale a pena notar que existem funções di-
ferenciáveis com derivadas não contínuas.
Observamos também que a definição 2.1 de di-
ferenciabilidade pode ser estendida de modo
análogo para uma função f de n variáveis.
T : n → ,
dada por
∂f 0 0 ∂f 0 0
= ( x1 , x2 , , xn0 ) x1 − x10 + + ( x1 , x2 , , xn0 ) xn − xn0 . (13)
∂x1 ∂xn
∂f ∂f ∂f
T (h, k , l ) = ( x0 , y0 , z0 )h + ( x0 , y0 , z0 )k + ( x0 , y0 , z0 )l ,
∂x ∂y ∂z
onde h = x − x0 = ∆x , k = y − y0 = ∆y e l = z − z0 = ∆z , ou ainda,
h
∂f ∂f ∂f
T (h, k , l ) = ( x0 , y0 , z0 ) ( x0 , y0 , z0 ) ( x0 , y0 , z0 ) k .
∂x ∂y ∂z l
∂f ∂f ∂f
∂x ( x0 , y0 , z0 ) ∂y
( x0 , y0 , z0 )
∂z
( x0 , y0 , z0 ) .
56
Os elementos dessa matriz são as componentes do vetor que cha-
mamos de gradiente e, em alguns contextos, ela é chamada de deri-
vada da função f no ponto ( x0 , y0 , z0 ) . Observamos que no caso de
n qualquer, a definição de diferencial se dá de maneira análoga.
∂f ∂f ∂f
df = ( x, y, z )dx + ( x, y, z )dy + ( x, y, z )dz . (14)
∂x ∂y ∂z
A expressão (12) é também denominada diferencial total de
f ( x, y , z ) .
∂f ∂f
T : z − f ( x0 , y0 ) = ( x0 , y0 )( x − x0 ) + ( x0 , y0 )( y − y0 ) . (15)
∂x ∂y
57
diferenciável em 2 e suas derivadas parciais são dadas por
∂f ∂f
= 2x e = 2y .
∂x ∂y
Substituindo as coordenadas do ponto P (0, 0, 2) na equação (1),
obtemos z − 2 = 0 , que é a equação do plano tangente ao gráfico
de f no ponto P (0, 0, 2) .
58
dx dy ∂f ∂f
onde g '(t ) = , e ∇f = , é o vetor gradiente de f,
dt dt ∂x ∂y
sendo as derivadas parciais de f calculadas no ponto ( x(t ), y (t )) .
Aqui g : B ⊂ → A ⊂ 2 é a função dada por g (t ) = ( x(t ), y (t )) .
Denota-se h = f g .
dh h(t ) − h(t0 )
(t0 ) = lim .
dt t → t 0 t − t0
Mas,
h(t ) − h(t0 ) f ( x(t ), y (t )) − f ( x(t0 ), y (t0 ))
= =
t − t0 t − t0
∂f
f ( x(t ), y (t )) − f ( x0 , y (t )) = ( x , y (t )) ⋅ ( x(t ) − x0 ) . (18)
∂x
Analogamente, considerando f como uma função de y, existe y
entre y0 = y (t0 ) e y = y (t ) tal que
∂f
f ( x0 , y (t )) − f ( x0 , y0 ) = ( x0 , y ) ⋅ ( y (t ) − y0 ) . (19)
∂y
Agora, usando (18) e (19) em (17), obtemos
( x0 , y0 ) = ( x(t0 ), y (t0 )) ∈ A .
59
ou ainda,
dh ∂f dx ∂f dy
(t0 ) = ( x0 , y0 ) ⋅ (t0 ) + ( x0 , y0 ) ⋅ (t0 ) .
dt ∂x dt ∂y dt
Assim,
dh ∂f dx ∂f dy
= ⋅ + ⋅ ,
dt ∂x dt ∂y dt
para todo t ∈ B , uma vez que t0 foi escolhido arbitrariamente.
∂g1 ∂g1
∂x ( x) ∂x ( x)
1 n
∂f ∂f ∂f
Dh( x) = ( g ( x)) ( g ( x)) ( g ( x))
∂y1 ∂y2 ∂ym ∂g
m ( x) ∂g m ( x)
∂x ∂xn
1
∂h m
∂f ∂g j
Desenvolvendo esse produto, obtemos que =∑ , onde
∂xi j =1 ∂y j ∂xi
∂f ∂g j
é aplicada em y = g ( x) , enquanto que é aplicada em x.
∂y j ∂xi
60
Agora veremos a regra da cadeia em uma situação prática. Ilus-
traremos isso com o exemplo de uma função w = f ( x, y, z ) , onde
f ( x, y, z ) = x 2 + y 2 + z 2 ; e x, y, z são dadas por suas coordenadas
esféricas. Assim, temos
w = x2 + y 2 + z 2 , e
(22)
∂w ∂w ∂x ∂w ∂y ∂w ∂z
= ⋅ + ⋅ + ⋅
∂ ∂x ∂ ∂y ∂ ∂z ∂
∂w ∂w ∂x ∂w ∂y ∂w ∂z
= ⋅ + ⋅ + ⋅ ,
∂ ∂x ∂ ∂y ∂ ∂z ∂
o que resulta em
∂w ∂w ∂w
= 2r , =0 e = 2r 2 (cos 2 ( )(cos() + sen() − cos( )sen( )) .
∂r ∂ ∂
Assim, para uma função composta
61
calculamos, utilizando a regra da cadeia, suas derivadas parciais
∂w ∂w ∂w
, e .
∂r ∂ ∂
∂f ∂f ∂x ∂f ∂y
= ⋅ + ⋅ = (2 xy − 2 x) cos() + ( x 2 + 2 y ) sen()
∂r ∂x ∂r ∂y ∂r
e
∂f ∂f ∂x ∂f ∂y
= ⋅ + ⋅ = (2 xy − 2 x)(−r sen()) + ( x 2 + 2 y )r cos() .
∂ ∂x ∂ ∂y ∂
Exercícios
1) Verificar a regra da cadeia dh ∂f dx ∂f dy
= ⋅ + ⋅
dt ∂x dt ∂y dt
para as fun-
ções:
a) z = x 3 − y 2 , x = u 2 − 1 , y = v3 .
62
2.6 Derivadas parciais de ordem superior
Se z = f ( x) , x = ( x1 , x2 , , xn ) ∈ n , é uma função de n variáveis
reais, possuindo derivadas parciais de 1ª ordem em todas as suas
variáveis, então, em geral, essas derivadas são também funções
de n variáveis. Se, por sua vez, as derivadas parciais dessas deri-
vadas existirem, elas serão chamadas de derivadas parciais de 2ª
ordem de f.
∂ ∂f ∂ 2 f ∂ ∂f ∂ 2 f
= , = .
∂x ∂y ∂x∂y ∂y ∂y ∂y 2
∂f
= 3 x 2 y 4 − sen( x + 2y ) ,
∂x
∂f
= 4 x 3 y 3 − 2sen( x + 2y ) ,
∂y
∂2 f ∂ ∂f ∂
= = (3 x 2 y 4 − sen( x + 2y )) = 12 x 2 y 3 − 2cos( x + 2y ) ,
∂y∂x ∂y ∂x ∂y
∂2 f ∂ ∂f ∂
= = (4 x3 y 3 − 2sen( x + 2y )) = 12 x 2 y 3 − 2cos(x + 2y ) .
∂x∂y ∂x ∂y ∂x
∂2 f ∂2 f
Observando as derivadas parciais de 2ª ordem, e , que
∂x∂y ∂y∂x
são chamadas mistas, vemos que as mesmas são iguais. Isso é uma
conseqüência do Teorema de Schwarz que enunciaremos no con-
texto do espaço 2 . Antes porém, damos a seguinte definição:
63
Seja A ⊂ n, um aberto, dizemos que f ∈ C p ( A) , com p ∈ , p ≥ 1,
quando todas as derivadas parciais de f até a ordem p forem con-
tínuas em A . Dizemos, neste caso, que f é de classe C p em A .
∂2 f ∂2 f
( x0 , y0 ) = ( x0 , y0 ) ,
∂x∂y ∂y∂x
para todo ( x0 , y0 ) ∈ A .
F (h, k ) := f ( x0 + h, y0 + ) − f ( x0 , y0 + ) − f ( x0 + h, y0 ) + f ( x0 , y0 )
p ( x) := f ( x, y0 + ) − f ( x, y0 ) . (25)
Assim, temos
F (h, k ) = p ( x0 + h) − p ( x0 )
p ( x0 + h) − p ( x0 ) = p '( 1 )h
e, portanto,
F (h, k ) = p '( 1 )h .
∂f ∂f
F (h, k ) = ( 1 , y0 + ) − ( 1 , y0 ) h . (26)
∂x ∂x
∂f
Desse modo, consideremos a função ( 1 , y ) . Como f possui
∂x
derivadas parciais de 2ª ordem contínuas em A, temos, pelo Teo-
64
∂f
rema do valor Médio aplicado aplicado à função no intervalo
∂x
[ y0 , y0 + ] , que existe 1 ∈ ( y0 , y0 + ) tal que
∂f ∂f ∂2 f
( 1 , y0 + ) − ( 1 , y0 ) = ( 1 , 1 ) . (27)
∂x ∂x ∂y∂x
∂2 f
F (h, ) = ( 1 , 1 )h . (28)
∂y∂x
q ( y ) := f ( x0 + h, y ) − f ( x0 , y ) , (29)
e, portanto, reescrevemos
F (h, k ) = q ( y0 + ) − q ( y0 ) .
q ( y0 + ) − q ( y0 ) = q '( 2 ) ,
e, assim,
F (h, k ) = q '( 2 ) .
∂f ∂f
F (h, k ) = ( x0 + h, 2 ) − ( x0 , 2 ) . (30)
∂y ∂y
∂f
Aplicando novamente o Teorema do Valor Médio para a função
∂y
no intervalo [ x0 , x0 + h] , obtemos; que existe 2 ∈ ( x0 , x0 + h) tal
que:
∂f ∂f ∂2 f
( x0 + h, 2 ) − ( x0 , 2 ) = ( 2 , 2 )h . (31)
∂y ∂y ∂x∂y
Assim,
∂2 f
F (h, k ) = ( 2 , 2 )h . (32)
∂x∂y
65
Agora, de (28) e (32), para h e ≠ 0 , resulta que
∂2 f ∂2 f
( 1 , 1 ) = ( 2 , 2 ) .
∂y∂x ∂x∂y
∂2 f ∂2 f
( x0 , y0 ) = ( x0 , y0 ) .
∂y∂x ∂x∂y
F : A ⊂ n × m → m
( x, y ) F ( x, y ) = ( F1 ( x, y ), , Fm ( x, y ))
F1 ( x1 , , xn , y1 , , ym ) = 0
F ( x , , x , y , , y ) = 0
m 1 n 1 m
66
∂F1 ∂F1
∂y1 ∂ym
∂F ∂ ( F1 , , Fm )
∆( x, y ) = det ( x, y ) = det ( x, y ) = ,
∂y ∂ ( y1 , , ym ) ∂F
m ∂Fm
∂y1 ∂ym ( x, y )
e, além disso, f ∈ C p (U ) .
67
∂F
Logo, se não queremos os pontos “ruins”, devemos exigir ≠ 0,
∂y
o que justifica de algum modo a hipótese feita no Teorema da
Função Implícita. Uma outra razão para tal hipótese pode ser vis-
ta, quando consideramos o caso em que m = 1 , F : n × → e
F ( x1 , , xn , y ) = 0 . Derivando esta equação em relação a xi , com
∂F ∂F ∂y
o auxílio da regra da cadeia, obtemos + ⋅ = 0 e, por con-
∂xi ∂y ∂xi
∂F
−
∂y ∂xi ∂F
seguinte, = , o que nos impõe ≠ 0.
∂xi ∂F ∂y
∂y
∂f j
Considerando as derivadas parciais , 1≤ j ≤ m e 1≤ i ≤ n ,
∂xi
como funções incógnitas, isto dá ocasião ao seguinte sistema:
ou ainda, se ∆ ≠ 0
−1
∂f1 ∂f1 ∂F1 ∂F1 ∂F1 ∂F1
∂x ∂y
∂xn ∂ym ∂x1 ∂xn
1 1
= − ⋅ ,
∂f m
∂f m ∂Fm
∂Fm ∂Fm
∂Fm
∂x ∂xn ∂y ∂ym ∂xn ∂xn
1 1
68
onde ( ) −1 denota a matriz inversa. Essa expressão nos dá as deri-
vadas parciais das m funções componentes dadas implicitamente.
1) Caso m = n = 1
∂F
Se F ( x, y ) = 0 , para algum ( x0 , y0 ) ∈ A ⊂ × , e
≠ 0 nes-
∂y
se ponto, então existirá uma única função y = f ( x) definida
∂F
−
dy
numa vizinhança U de x0 em tal que = ∂x .
dx ∂F
∂y
2) Caso n = 2, m = 1
Se F ( x, y ) = F ( x1 , x2 , y ) = 0, para algum ( x0 , y0 ) ∈ A ⊂ 2 × ,
∂F
e ≠ 0 nesse ponto, então existirá uma única função
∂y
y = f ( x1 , x2 ) numa vizinhança U de x0 = ( x01 , x02 ) em 2 tal
que
∂F ∂F
− −
∂y ∂x1 ∂y ∂x2
= , = .
∂x1 ∂F ∂x2 ∂F
∂y ∂y
3) Caso n = 1 , m = 2
Se F1 ( x, y1 , y2 ) = 0 e F2 ( x, y1 , y2 ) = 0 , para algum
∂F1 ∂F1
∂F ∂ ( F1 , F2 ) ∂y1 ∂y2
( x0 , y0 ) ∈ A ⊂ × 2 , e det = = ≠ 0,
∂y ∂ ( y1 , y2 ) ∂F2 ∂F2
∂y1 ∂y2
nesse ponto, então existirão únicas funções componentes
y1 = f1 ( x) e y2 = f 2 ( x) numa vizinhança U de x0 em tal
que
∂ ( F1 , F2 ) ∂ ( F1 , F2 )
det det
dy1 ∂ ( x , y2 ) dy2 ∂ ( y1 , x)
=− , =− .
dx ∂ ( F1 , F2 ) dx ∂ ( F1 , F2 )
det det
∂ ( y1 , y2 ) ∂ ( y1 , y2 )
69
4) Caso n = m = 2
Se F1 ( x1 , x2 , y1 , y2 ) = F1 ( x, y ) = 0 e F2 ( x1 , x2 , y1 , y2 ) = F2 ( x, y ) = 0,
∂F ∂ ( F1 , F2 )
para algum ( x0 , y0 ) ∈ A ⊂ 2 × 2 , e det = ≠ 0,
∂y ∂ ( y1 , y2 )
nesse ponto, então existirão únicas funções componen-
tes y1 = f1 ( x1 , x2 ) e y2 = f 2 ( x1 , x2 ) numa vizinhança U de
x0 = ( x01 , x02 ) em 2 tal que
Exercícios
1) Dado o sistema xy −− u2uv− =v 0= 0 , determinar:
2 2
a) As condições para que se tenha u = u ( x, y ) e v = v( x, y ) defi-
nidas implicitamente e calcular suas derivadas parciais.
2) Se xu 2
+ v = y 3 , 2 yu − xv 3 = 4 x , calcular:
∂u
a) . b) ∂v .
∂x ∂y
70
3) Calcular det ∂∂((Fu,, Gv)) , se
F (u , v) = 3u 2 − uv e G (u, v) = 2uv 2 + v3 .
4) Se F = x + y 2
− z 3 , G = 2 x 2 yz e H = 2 z 2 − xy, calcular
∂( F , G, H )
det no ponto (1, −1, 0) .
∂ ( x, y , z )
71
supondo-se que a Df ( x0 ) ≠ 0 . Isto acarretará que x0 não pode ser
nem um máximo local nem um mínimo local, ou seja, que x0 não
pode ser um extremo de f.
Exemplo 2.8.
72
Assim, a Hessiana representada como uma matriz é a matriz das
derivadas parciais de segunda ordem, qual seja,
∂2 g ∂2 g
∂x1∂x1 ∂x1∂xn
H x0 ( g ) =
2 2
∂ g ∂ g
∂x ∂x ∂xn ∂xn
n 1
73
Exemplificaremos esse resultado considerando o caso n = 2 , isto
é, o caso em que f : A ⊂ 2 → . Nesse caso, a matriz Hessiana
H x0 ( f ) toma a forma:
∂2 f ∂2 f
∂x12 ∂x1∂x2
H x0 ( f ) =
∂2 f ∂2 f
∂x2 ∂x1 ∂x2 2
n n n n
B( x, y ) = B ∑ xi ei , ∑ y j e j = ∑∑ xi B (ei , e j ) y j .
i =1 j =1 i =1 j =1
n
b11 b1n y1
B( x, y ) = ∑ xi bij y j = ( x1 xn ) ,
i , j =1 b b y
n1 nn n
y1
ou seja, B ( x, y ) = ( x1 xn ) B = xByT .
y
n
xBxT > 0 , ∀x ∈ n , x ≠ 0 .
∂2 f
i) Se ∆ > 0 e > 0 (isto é, H x0 ( f ) é positiva definida), f pos-
∂x12
sui um mínimo local em x0 .
∂2 f
ii) Se ∆ > 0 e < 0 (isto é, H x0 ( f ) é negativa definida), f pos-
∂x12
sui um máximo local em x0 .
Exercícios
1) Investigar a natureza dos pontos críticos das seguintes funções:
a) f ( x, y ) = x 2 − xy + y 2 .
b) f ( x, y ) = − x 2 + xy − y 2 .
c) f ( x, y ) = ( x − y ) 2 .
ser suas dimensões, para que sua superfície total seja mínima?
Resumo
Acabamos de ver, neste capítulo, que a diferencial de uma função
real de várias variáveis pode ser representado por uma matriz
de ordem 1×n. Vimos condições suficientes para a sua existência,
como também, o importantíssimo Teorema da Função Implícita
com suas poderosas aplicações. Por fim, vimos as aplpicações da
diferencial de uma função no cálculo de máximos e mínimos lo-
cais, utilizando-nos da matriz Hessiana.
76
3 Integrais Duplas e Triplas
3 Integrais Duplas e Triplas
79
Exemplo 3.1. Seja f ( x, y ) = 1 − x e R = [0,1] × [0,1] , então
1
∫∫R
f ( x, y )dxdy =
2
,
z z
(0,0,1)
z = 1−x
(0,1,0) c y0 d
y y
(1,0,0) a
x0 R
(1,1,0)
b A
x
x
Figura 3.2 Figura 3.3
intuitiva que se tem aqui é que ao somar todas as áreas dos cortes
seccionais se obtenha o volume do sólido. A soma é em x ∈ [a, b] ,
uma “soma contínua” infinita. Tal soma deve ser a integral em
[a, b] . Assim, o volume V da região abaixo do gráfico de z = f ( x, y ) ,
utilizando-se o princípio de Cavalieri descrito acima é dado por
V = ∫ A( x)dx = ∫ ∫ f ( x, y )dy dx .
b b d
a c
a
80
d f ( x, y )dy dx é chamada de integral iterada, e é
b
A integral ∫a ∫c
obtida integrando-se primeiro com respeito à variável y, e depois
integrando o resultado obtido com respeito à variável x. Uma vez
que o volume V é igual à integral ∫∫ f ( x, y )dA , temos que
R
f ( x, y )dA = ∫ ∫ f ( x, y )dy dx .
b d
∫∫R c
a
(33)
f ( x, y )dA = ∫ ∫ f ( x, y )dx dy .
d b
∫∫R c a
(34)
(0, π/2, 1)
z = cos(x).sen(y)
(0, �/2, 0)
y
(π/2, 0, 0)
(π/2, π/2, 0)
x
Figura 3.4
∫∫S cos( y) ⋅ sen( x)dxdy = ∫0 ∫0 cos( y) ⋅ sen( x)dx dy =∫0 cos( y) ∫0 sen( x)dx
2 2 2 2
∫∫S cos( y) ⋅ sen( x)dxdy = ∫0 ∫0 cos( y) ⋅ sen( x)dx dy =∫0 cos( y) ∫0 sen( x)dx dy =∫0 cos( y)dy = 1
2 2 2 2 2
81
Vamos agora trabalhar apenas com integrais duplas sobre retân-
gulos. Queremos dar a definição de integral dupla como sendo o
limite de uma seqüência de somas. Vamos, para isso, utilizar a de-
finição de volume de uma região abaixo do gráfico de uma função
z = f ( x, y ) . Não precisamos impor que f ( x, y ) ≥ 0 , apenas que
quando f ( x, y ) < 0 interpretaremos a integral com sinal negativo,
como no caso de integrais de uma função de uma variável real.
d = y3
y2
y1
c = y0
a = x0 x1 x2 x3 = b x
Figura 3.5
82
onde N = #{R jk } = nm , é o número de subretângulos R j ,k da par-
tição regular do retângulo R,
b−a d −c
∆x = x j +1 − x j = , ∆y = yk +1 − yk = ,
n m
e
∆A = ∆x ⋅ ∆y .
∫∫R
f ( x, y )dA , ∫∫R
f ( x, y )dxdy ou ∫∫ R
fdxdy .
n −1 m −1
Então, podemos escrever ∫∫ fdxdy = lim ∑∑ f (c jk )∆x∆y .
R N →∞
j =0 k =0
∑∑ f (c
j =0 k =0
jk )∆x∆y (36)
83
Da mesma forma, se c jk é um ponto onde f ( x, y ) assume valor
máximo em R jk , então a soma (36) é igual ao volume de um sóli-
do circunscrito ao sólido original.
a) ∫∫ [ f ( x, y) + g ( x, y)]dA = ∫∫
R R
f ( x, y )dA + ∫∫ g ( x, y ) dA ;
R
b) ∫∫R
cf ( x, y )dA = c ∫∫ f ( x, y )dA ;
R
c) se f ( x, y ) ≥ g ( x, y ) , então ∫∫ R
f ( x, y )dA ≥ ∫∫ g ( x, y )dA ;
R
84
O Teorema de Fubini, que será enunciado a seguir, estabelece a
redução de uma integral dupla a integrais iteradas.
m −1 yk +1
F ( x) = ∑ ∫ f ( x, y )dy .
yk
k =0
. (37)
n −1
n →∞
∑
j =0
F ( j )( x j +1 − x j ) ,
85
Portanto,
b d n −1
∫∫ f ( x, y )dydx = lim ∑ F ( j )( x j +1 − x j ) =
a c n →∞
j =0
n −1 m −1
= lim ∑∑ f (c jk )( yk +1 − yk )( x j +1 − x j ) = ∫∫ f ( x, y )dA
n →∞ R
j =0 k =0
b
De forma análoga, se ∫a
f ( x, y )dx existe para cada y ∈ [c, d ] , então
d
f ( x, y )dx dy existe, e
b d b
∫c ∫a ∫∫ R
f ( x, y )dA = ∫
c ∫
a
f ( x, y )dxdy .
86
Solução. Pelo Teorema de Fubini, temos que
1
1 1 1
∫∫ ( x 2 + y )dA = ∫ ∫ ( x 2 + y )dxdy = ∫ [ ∫ ( x 2 + y )dx]dy .
R 0 0 0
0
1
1 1 1 y2 5
Então, ∫∫ ( x + y )dA = ∫ + y dy = y + = .
2
0 3
R
3 2 0 6
y
y = φ2(x)
y = φ1(x)
a b x
Figura 3.6
87
y
x = ψ 2(y)
x = ψ 1(y) D
x
Figura 3.7
∫∫ f ( x, y )dA = ∫∫ f ( x, y )dA .
D R
88
Salientamos que a escolha do retângulo R não influencia no valor
de ∫∫
D
f ( x, y )dA , desde que tenhamos D ⊂ R .
d
R
D
D y=φ2(x)
y=φ1(x)
c
a x b x
Figura 3.8
2 ( x )
=∫ f ( x, y )dy = 2 ( x ) f ( x, y )dy .
1 ( x ) ∫ 1 ( x )
89
Portanto, temos que:
b 2 ( x )
∫∫ D
f ( x, y )dA = ∫
a ∫
1 ( x )
f ( x, y )dydx .
T 0 0 0
0
x5 x6
2
0
2 12 0
6 6
= + ( x sen( x) + cos( x)) 0 =
2
+ −1
(12)(64) 768 2
f ( x, y )dA = ∫ ∫ f ( x, y )dx dy .
d 2 ( y )
∫∫D c 1 ( y )
(39)
∫∫
1
(a 2 − y 2 ) 2 dydx .
0 0
90
∫∫
1
integral iterada é equivalente à integral dupla (a 2 − y 2 ) 2 dydx ,
D
Então,
( a2 − y2 ) 2 2
1 1
a ( a2 − x2 ) 2 a
∫∫ (a − y ) dydx = ∫ ∫0
2 2 1 1
2
(a − y 2 ) 2 dx dy =
0 0 0
1
a ( a2 − y2 ) 2
a
= ∫ x(a − y ) dy = ∫ (a 2 − y 2 )dy = a 2 y
2 2 1
2
0 0 0
1 a
a ( a2 − y2 ) 2
a y3 2a 3
= ∫ x(a − y ) dy = ∫
2 2 1
2
(a − y )dy = a 2 y − =
2 2
.
0 0 0
3 0 3
∫∫ D
f ( x, y )dA = f ( x0 , y0 ) A( D) ,
1
A( D) ∫∫D
m≤ f ( x, y )dA ≤ M . (41)
Como uma função contínua sobre D toma seus valores entre o mí-
1
A( D) ∫∫D
nimo e o máximo, e uma vez que o número f ( x, y )dA ,
91
dado na inequação (41), está entre esses valores, temos que existe
1
A( D) ∫∫D
( x0 , y0 ) ∈ D tal que f ( x0 , y0 ) = f ( x, y )dA , que é a con-
clusão da proposição.
Exercícios
1) Calcular os valores das integrais iteradas:
1 1
∫ ∫ (x
4
a) y + y 2 )dydx .
−1 0
1 1
∫ ∫ ( xye
x+ y
b) )dydx .
0 0
1
b) ∫∫ R y cos 4 x dydx .
92
3.1.2 Mudança de variáveis na Integral Dupla
(coordenadas polares)
Suponha que queiramos calcular a integral dupla ∫∫ f ( x, y )dA ,
D
onde D é uma das regiões das figuras abaixo. Em qualquer dos
casos, a descrição de D é complicada em coordenadas retangula-
res, mas se torna simples usando-se coordenadas polares.
y y
x² + y² =1 x² + y² = 4
x² + y² = 1
D
0 D
x
0 x
y
P (r,θ) = P (x,y)
r
y
θ
x x
Figura 3.11
93
y
θ=β
r =b
r =a R
β
θ=α
α
x
Figura 3.12
(ri*, θj*)
y
R ij
θ = θj
θ = θj-1
∆r
∆θ
r=r i
r=r i-1
x
Figura 3.13
1 1
ri∗ = (ri −1 + ri ) , ∗j = ( j −1 + j ) .
2 2
94
Temos o seguinte teorema sobre mudança de variável:
e x2 + y 2 = 4 .
R = {( x, y ) ∈ 2 ; y ≥ 0 e 1 ≤ x 2 + y 2 ≤ 4}
2 2
∫∫R
(3 x + 4 y 2 )dA = ∫
0 ∫
1
(3r cos() + 4r 2 sen 2 ())rdrd = ∫
0 ∫
1
(3r 2 cos() + 4r 3 sen 2 ())drd =
r =2
= ∫ r 3 cos() + r 4 sen 2 () d = ∫ (7 cos() + 15sen 2 ())
0 r =1 0
r =2 15
= ∫ r 3 cos() + r 4 sen 2 () d = ∫ (7 cos() + 15sen 2 ())d = ∫ 7 cos() + (1 − cos(2))
0 r =1 0 0
2
r =2 15
= ∫ r 3 cos() + r 4 sen 2 () d = ∫ (7 cos() + 15sen 2 ())d = ∫ 7 cos() + (1 − cos(2)) d =
0 r =1 0 0
2
15 15 15
= 7 sen() + − sen(2) =
2 4 0 2
95
O que fizemos até aqui pode ser estendido para tipos de regiões
mais complicadas. Temos:
y
θ = π/4
θ = −π/4
Figura 3.14
D = (r , ); - ≤ ≤ , 0 ≤ r ≤ cos(2)
4 4 .
Sua área é
cos(2 )
4 1 1 4
cos(2 )
−4 2 2 4
D − 4 0
0 −
1 4 1 1 4
= ∫ (1 + cos(4))d = + sen(4) = .
4 4
− 4 4 − 4 8
96
Exercícios
1) Determinar o volume do sólido limitado pelo plano z=0 e
2 2
pelo parabolóide z = 1 − x − y .
b) ∫∫ R
ydA , onde R é a região do primeiro quadrante limitada
a a2 − x2
∫ ∫
3
b) ( x 2 + y 2 ) 2 dxdy
−a 0
97
3.1.3 Cálculo de áreas e volumes
Sabemos que, para f ( x, y ) ≥ 0 , a integral dupla sobre a região R
tal que
V = ∫∫ f ( x, y )dA (43)
R
V = {( x, y, z );( x, y ) ∈ R, 0 ≤ z ≤ f ( x, y )}.
2 y
2
x
Figura 3.15
98
Se na expressão (43) fizermos f ( x, y ) = 1 , obtemos
∫∫R
dA , (44)
3
2
1 3 5
x
-2
Figura 3.16
1 1 8 27
= 2 − − − −4 − 2 + = .
2 3 3 6
99
∫∫R
f ( x, y )dxdy = ∫∫ f ( x(u, v), y (u, v)) J(u, v) dudv ,
R′
∂x ∂x
∂ ( x, y ) ∂u ∂v
onde J(u , v) = = é o determinante Jacobiano das
∂ (u , v) ∂y ∂y
∂u ∂v
variáveis x e y em relação às variáveis u e v .
1
u = y−x e v= y+ x.
3
100
Exercícios
1) Calcular a área da região delimitada por y = x3 ; y = − x e
2 20
y= x+ .
3 3
x + y = 2 e y = 0.
9) x2 y 2
Calcular a área da elipse 2 + 2 = 1 em termos da área de
a b
um círculo de raio 1.
101
Exercícios gerais de fixação
1) Determinar a região de integração e troque a ordem de inte-
gração:
4 2 1 1− x 2
a) ∫∫
1 x
f ( x, y ) dydx . b) ∫ ∫
−1 − 1− x 2
f ( x, y ) dydx .
2 2− x a 2 ay − y 2
c) ∫ ∫
−6
x2 − 4
4
f ( x, y ) dydx . d) ∫∫
0 0
f ( x, y ) dxdy, a > 0.
Resposta: .
32
d) Sólido limitado acima pelo plano z = x + y , abaixo pelo pla-
no xy , nos lados pelo cilindro x 2 + y 2 = a 2 e pelos planos
x=a e y =a.
a3
Resposta: .
3
e) Volume da região limitada pela esfera x 2 + y 2 + z 2 = 4a 2 ,
a > 0 , e pelo cilindro ( x − a ) 2 + y 2 = a 2 .
16 3
Resposta: a (3 − 4) .
9
102
3) Calcular as integrais usando coordenadas polares:
a a2 − x2
a) ∫∫
0 0
a 2 − x 2 − y 2 dydx .
3
Resposta: a .
6
2a 2 ax − x 2 a a2 − y2
b) ∫ ∫
0 0
dydx . c) ∫∫
0 0
( x 2 + y 2 ) dxdy .
a 2 a 4
Resposta: . Resposta: .
2 8
4) Calcular as integrais:
a 2y
a) ∫∫
0 y −a
xy dxdy .
4
11a
Resposta: .
24
a x x
b) ∫∫
0
x
a x + y2
2
dydx .
Resposta: a 2 .
b) r = asen(2) , a > 0 .
a 2
Resposta: .
8
a2
Resposta: .
6
d) Circunferências: ( x − 4) 2 + y 2 = 16 e ( x − 6) 2 + y 2 = 36 . Usar
coordenadas polares.
Resposta: 20 .
103
3.2 Integral Tripla
3.2.1 Definição de Integral Tripla
Vamos agora definir integrais triplas para funções de três variá-
veis f ( x, y, z ) sobre um paralelepípedo retangular (uma caixa) A integral de Riemann,
B = [a, b] × [c, d ] × [ p, q] . Procedendo como no caso das integrais criada por Bernhard
duplas, fazendo uma partição de B considerando agora três lados, Riemann, foi a primeira
definição rigorosa de uma
com cada lado dividido em n partes iguais vamos formar a soma integral de uma função em
tripla de Riemann um intervalo.
n −1 n −1 n −1
S n = ∑∑∑ f (cijk )∆V ,
i =0 j =0 k =0
Bijk
Figura 3.17
∫∫∫ B
fdV , ∫∫∫
B
f ( x, y, z )dV ou ∫∫∫
B
f ( x, y, z )dxdydz .
104
S abemos que funções contínuas definidas
em um paralelepípedo retangular fechado
B são integráveis. Além disso, funções limita-
das, com descontinuidades na união finita de
gráficos de funções contínuas contidos em B,
são integráveis. As outras propriedades básicas
para integrais duplas continuam valendo para
as integrais triplas (ver [15]).
1 1
Exemplo 3.11. Seja B = [0,1]× − , 0 × 0, . Calcular
2
2 3
∫∫∫ ( x + 2 y + 3z ) dxdydz .
B
105
1
1 0 1 1 0 ( x + 2 y + 3 z )3
∫ ∫ ∫ ( x + 2 y + 3z ) dxdydz = ∫ ∫− 12
2
dydz =
3 3
0 − 12 0 0 3 x =0
1 0 1 1
3 1
=∫ ∫ ( x + 2 y + 3 z )3 − (2 y + 3 z )3 dydz = ∫ ( x + 2 y + 3z ) 4 − (2 y + 3z
3
0 −1 2 3 0 24
1 0 1 1
3 1 4 0
=∫ ∫− 12 3
( x + 2 y + 3 z ) 3
− (2 y + 3 z ) 3
dydz = ∫0 24 ( x + 2 y + 3 z ) 4
− (2 y + 3 z ) 1 dz =
3
0 y =− 2
1
1 1
=∫ (3 z + 1) 4 − 2(3 z ) 4 + (3 z − 1) 4 dz = (3 z + 1)5 − 2(3 z )5 + (3 z − 1)5
3
0 24 24 ⋅15
1
1 1 1
0 24 24 ⋅15 z =0
1 1
= (25 − 2) = .
24 ⋅15 12
∫∫∫ W
f ( x, y, z )dxdydz = ∫∫∫ f ∗ ( x, y, z )dxdydz ,
B
W = {( x, y, z ) ∈ 3 ; 1 ( x, y ) ≤ z ≤ 2 ( x, y ), com ( x, y ) ∈ R} ,
106
onde 1 e 2 são funções contínuas definidas em uma região R
do plano 2 , sendo R uma região do tipo 1 ou do tipo2, isto é,
R = {( x, y ) ∈ 2 ; a ≤ x ≤ b, 1 ( x) ≤ y ≤ 2 ( x)}
ou
R = {( x, y ) ∈ 2 ; c ≤ y ≤ d , h1 ( y ) ≤ x ≤ h2 ( y )} ,
1− x 2
z 1− x2 − y 2 dydx = 2 1 1− x (1 − x 2 − y 2 ) 12 dy dx .
2
1
∫ ∫
−1 − 1− x 2
− 1− x − y
2 2
∫−1 ∫− 1− x2
107
Então,
1
1− x 2 2
1 − x2
∫
2 2
(1 − x − y ) dy =
− 1− x 2
2
e daí, temos
1
1 1− x 2 (1 − x 2 ) 1 1 x3 4
2∫ ∫ (1 − x − y ) dydx = 2 ∫ dx = ∫ (1 − x )dx = x −
2 2 1 2
2
=
−1 − 1− x 2 −1 2 −1
3 x =−1 3
4
Logo, o volume dessa esfera é , como já esperávamos.
3
60 − 20 y − 12 x
W = ( x, y , z ) : 0 ≤ z ≤ , ( x, y ) ∈ R ,
15
0 ≤ x ≤ 5
R: 3
0 ≤ y ≤ 3 − 5 x
Assim,
3 60 − 20 y −12 x
5 3− x
∫∫∫ ydV = ∫ ∫
W
0 0
5
0 ∫15
ydzdydx = 10 .
Exercícios
1) Calcular o valor de ∫ ∫ ∫ 1
0 0
x 2
x2 + y 2
dzdydx .
108
3) Calcular o volume de:
a) Um sólido limitado por x 2 + 2 y 2 = 2 , z = 0 e x + y + 2 z = 2 .
4) Calcular a integral de ∫ ∫ ∫1
0 0
2 y
0
( y + xz )dzdydx .
z
z=µ2(x,y)
y
z=µ1(x,y)
r=h1(θ)
D
x r=h2(θ)
Figura 3.18
109
Em particular, suponha que f seja contínua no conjunto
E = {( x, y, z ) ∈ 3 ;( x, y ) ∈ D, 1 ( x, y ) ≤ z ≤ 2 ( x, y )} ,
Sabemos que
h2 ( ) 2 ( r cos( ), r sen( ))
∫∫∫
E
f ( x, y, z )dV = ∫
∫ ()∫
h1 1 ( r cos( ), r sen( ))
f (r cos(), r sen(), z )rdzdrd (46)
2 1 4 2 1
m = ∫∫∫ k x 2 + y 2 dV = ∫ ∫∫ 2
(kr )rdzdrd = ∫ ∫ kr [4 − (1 − r
2 2
)]drd =
E 0 0 1− r 0 0
1
2 1 r 5 12 k
= k ∫ d ∫ (3r + r )dr = 2 k r 3 + =
2 4
0 0
5 0 5
1
2 1 r 5 12 k
= k ∫ d ∫ (3r 2 + r 4 )dr = 2 k r 3 + =
0 0
5 0 5 .
∆Vijk = )∆∆∆
i2 sen( k ,
onde (
i , j ,
) é um ponto interior de E . Fazendo mais alguns
k ijk
111
desenvolvimentos, chegamos à seguinte fórmula para integração
tripla em coordenadas esféricas:
d b
∫∫∫e
f ( x, y, z )dV = ∫
c ∫ ∫
a
f ( sen( ) cos(), sen( ) sen(), cos( )) 2 sen( ) d d d (48)
E = {( , , ); a ≤ ≤ b, ≤ ≤ , c ≤ ≤ d } .
A equação (48) nos diz que podemos converter uma integral tri-
pla dada em coordenadas retangulares em uma integral tripla
dada em coordenadas esféricas, escrevendo x = sen( ) cos() ,
y = sen( ) sen() , z = cos( ) , utilizando limites de integra-
ção apropriados e substituindo dV por 2 sen( )d d d , onde
2 sen( ) é o módulo do determinante Jacobiano da transforma-
ção, ou seja, J = 2 sen( ) .
3
(x 2
+ y2 + z2 ) dV , onde B é a esfera unitária
2
B = {( x, y, z ) ∈ 3 ; x 2 + y 2 + z 2 ≤ 1} .
B = {( , , );0 ≤ ≤ 1, 0 ≤ ≤ 2 , 0 ≤ ≤ } .
112
3 3
(x 2
+ y2 + z2 ) 2 2 1 ( )
2 2 2 1
∫∫∫
B
e dV = ∫
0 ∫ ∫
0 0
e 2 sen( )d d d = ∫ sen( )d ∫ d ∫
0 0 0
3 3
(x 2
+ y2 + z2 ) dV = 2 1 e( ) 2 sen( )d d d = sen( )d 2 d 1 2 e d =
2 2 2
∫∫∫ ∫ ∫ ∫ ∫ ∫ ∫
3
e
B 0 0 0 0 0 0
1
1 3 4
= [− cos( ) ]0 (2 ) e =
(e − 1) .
3 0 3
Figura 3.20
y=z
y2 + z2 =16 ϕ0
4
-2 2 2 2 y
Figura 3.21
113
Observe que 0 = . Assim, em coordenadas esféricas essa região
4
é representada por
0 ≤ ≤ 4
S : 0 ≤ ≤ .
4
0 ≤ ≤ 2
2 4
∫∫∫ zdv = ∫ ∫ ∫
4
cos( ) 2 sen( ) d d d =
0 0 0
S
4
4 sen 2 ( ) 4 4
= 2 ∫ sen( ) cos( ) d ∫
4 3
d = 2 = 32 .
0 0 2 0
4 0
Exercícios
1) Utilizar coordenadas esféricas para determinar o volume de
um sólido que está acima do cone z = x 2 + y 2 e abaixo da esfera
x2 + y 2 + z 2 = 4 .
2 sec( )
∫ ∫ ∫ 2 sen( )d d d .
3
b)
0 0 0
114
3.2.3 Cálculo de volumes
Já vínhamos, nos exemplos, exercícios e problemas anteriores,
solicitando que fossem calculados volumes através da integral
tripla. Basta, portanto, fazermos apenas alguns comentários para
formalizarmos esse procedimento.
V ( E ) = ∫∫∫ dV .
E
T : R'→ R
(u , v, w) ( x(u, v, w), y (u, v, w), z (u, v, w)),
115
∫∫∫
R
f ( x, y, z )dxdydz = ∫∫∫ f ( x(u , v, w), y (u, v, w), z (u, v, w)) J(u, v, w) dudvdw
R′
Solução:
y
y
r = 2a cos(θ)
r
a a 2a x
2a x
− 2 ≤ ≤ 2
V + : 0 ≤ r ≤ 2a cos()
2 2
0 ≤ z ≤ 4 a − r
Logo,
2 a cos( ) 4 a2 −r 2
V = 2∫ ∫ ∫ r dzdrd =
2
− 2 0 0
2 a cos( )
2 a cos( )
1
= 4∫ ∫ r 4a 2 − r 2 drd = 4 ∫ (4a 2 − r 2 )3 d =
2 2
0 0 0 3 0
2 a cos( ) 3
1
8a
= 4∫ d = 4∫
3 3
(4a 2 − r 2 ) 2 [1 − (1 − cos 2 ()) 2 ] d =
2 2
0 3 0
0 3
32 3 2 32
a ∫ 1 − sen 3 () d = a 3 ( − ∫ sen 3 () d ) =
=
2
3 0 3 2 0
116
32 cos3 () 2
= a3 ( − − cos() ) =
3 2 3 0
16 3 32 1 16 2 32 3 16a 3
= a + a 3 − 1 = a 3 − a = [3 − 4].
3 3 3 3 3 3 9
Solução.
b a3
3
2 b
V =∫
0 ∫0 ∫a ∫0 3 3 sen() d d =
2
sen( ) d d d = 2 −
b3 − a 3 b3 − a 3
= 2 [− cos( ) ] = 2 [1 − cos( ) ].
3 0
3
Exercícios
1) Calcular ∫∫∫ f ( x, y, z)dxdydz , sendo R a região do 3
limita-
R
da pelas superfícies
xy = 4
xy = 6
xy 3 = 3
R: 3
xy = 5
xz = 2
xz = 4
Sugestão: Fazer xy = u , xy 3 = v , xz = w .
∂ ( x, y , z )
Não esquecer de calcular o jacobiano J = , depois de re-
∂ (u , v, w)
solver o sistema acima para x, y, z em termos de u , v, w .
Resposta: 2 2 a 3 .
118
bre um diâmetro, sendo o ângulo entre esses dois planos,
0< < .
2
Resposta: a 3 .
3
c) Volume do sólido limitado pela esfera x 2 + y 2 + z 2 = a 2 e pelo
cone z = cotg( ) .
2
Resposta: a 3 (1 − cos( )) .
3
d) Volume da “maçã” cuja equação em coordenadas esféricas é
= 2 − cos( ) .
z
a y
ρ = 2 − 2cos(ϕ)
x
Figura 3.24
2 2 − cos( )
Resposta: V = ∫ ∫ ∫ 2 sen( ) d d d =
0 0 0
(2 − cos( ))3 27
= 2∫ sen( ) d = .
0 3 2
Resumo
Neste capítulo, vimos os conceitos de integral dupla e tripla para
uma função real de várias variáveis, o Teorema de Fubini para a
permutação da ordem de integração e os teoremas de mudança
de variável no caso geral, com destaque para as coordenadas ci-
líndricas e esféricas e o Jacobiano dessas transformações.
119
4 Funções Vetoriais
4 Funções Vetoriais
123
A qui pensaremos sobre uma curva em ter-
mos matemáticos e isto nos leva a pensar
sobre uma curva como um conjunto de valores
de uma função que aplica um intervalo de nú-
meros reais no plano, espaço ou num espaço
de dimensões maiores do que três. Chamamos
a dita aplicação como função vetorial e deno-
tamos por f. A imagem desta função se denota
por Imf = C e corresponde à curva que obser-
vamos no papel ou qualquer outro meio de re-
presentação.
124
Como exemplo temos a função f com domínio e a regra
C
f
0 y
a b x
Figura 4.1
f (t ) = ( f1 (t ), f 2 (t ), f3 (t ))
onde f1 (t ) = 1 + 2t , f1 (t ) = 5 + 2t e f1 (t ) = 2 + t . As funções f1 , f2 e f3
são chamadas de funções componentes de f ; estas funções são
funções reais de uma variável real.
125
4.2 Funções Vetoriais de uma Variável
Considere a seguinte função, f : I ⊆ → n , cujo domínio é I
e imagem um subconjunto de n , definida pela regra de corres-
pondência,
f (t ) = ( f1 (t ),..., f n (t )) t ∈ I.
f i : I ⊂ → , (i = 1,..., n)
f = ( f1 , f 2 ,..., f n ) .
126
y
f
0 0 x
�
Figura 4.2
a) f (t ) = (t , t , t 2 )
z
z = x2
f
f (t) =(t,t,t2)
0 � 0 y
y =x
x
Figura 4.3
127
z
g
g (t)
0 �+ y
x
Figura 4.4
h
1 h (t)
0 �+ y
x
Figura 4.5
128
Definição 4.1. Sejam f , g : → n funções com D f e Dg seus do-
mínios, respectivamente, e seja : → função real com domí-
nio D . Definimos as novas funções f + g , f − g , f e f .g por
intermédio das seguintes regras de correspondência.
i) ( f ± g )(t ) = f (t ) ± g (t ), D f ± g = D f ∩ Dg .
( f × g )(t ) = f (t ) × g (t ), D f × g = D f ∩ Dg .
t2 t3
Exemplo 4.3. Sejam f (t ) = (t , t , t 2 ) e g (t ) = t , , funções veto-
riais. Encontre 4 9
a) ( f ⋅ g )(1)
b) ( f × g )(2)
1 1
f (1) = (1,1,1) e g (1) = 1, , .
4 9
Logo calculando o produto obtemos
1 1 1 1 49
( f ⋅ g )(1) = f (1) ⋅ g (1) = (1,1,1) ⋅ 1, , = 1× 1 + × 1 + × 1 = .
4 9 4 9 36
8
f (2) = (2, 2, 4) e g (2) = 2, 1, .
9
129
Construindo o produto vetorial, se obtem
i j k
20 56
f × g (2) = f (2) × g (2) = 2 2 4 = − , , −2
9 9
8
2 1
9
Exercícios
1) Esboce o gráfico da imagem das seguintes funções:
a) f (t ) = (cos(t ), sen(t )) .
b) f (t ) = (3cosh(t ), 5senh(t )) .
1− t 2t
c) f (t ) = 2
, 2
.
1+ t 1+ t
d) f (t ) = (7t , t 2 ) .
t2 t3
f) f (t ) = t , , .
4 9
g) f (t ) = (a cos(t ), b sen(t ), bt ), a > 0 .
3t 3t 2
h) f (t ) = 3
, 3
.
1+ t 1+ t
i) f (t ) = (t 2 , t + 1) .
b) x 2 + y 2 − 6 x − 4 y + 12 = 0, z = 0 .
c) y = 3 x 2 , z = 0 .
d) ( x − 1) 2 + ( y − 2) 2 = 4, z = 0 .
130
4) Considere as seguintes funções definidas em ,
e g (t ) = (sen(t ), − cos(t ), 0) . Calcular as seguin-
tes operações:
a) f (a + b) .
b) g (t − 3) .
c) f (sen(t )) × g (t 2 + 1) .
e . Calcular as se-
guintes operações e seus domínios de definição.
a) f ± g .
b) f ⋅ g .
c) f × g .
d) 4 f − 2 g .
a) f + g .
b) f ⋅ g .
c) f × g .
d) 2 f × g.
e) f ⋅ g .
131
4.2.2. Limite de uma Função Vetorial
Seja f : I ⊆ → n função vetorial dada por f (t ) = ( f1 (t ), , f n (t )).
A definição de limite de uma função vetorial de variável real é
semelhante ao caso de uma função real.
et − e ln(t )
b) f (t ) = , , 2, t0 = 1.
t −1 1− t
132
1− t +1 t L ' Hospital
a) lim f (t ) = lim
, lim , 1 = (0, 0, 1) .
t →0
t →0 1− t t →0 t + 1
1
et − e ln(t ) L ' hospital et
b) lim f (t ) = lim , lim , 2 = lim , lim t , 2 = (e, -1, 2)
t →1
t →1 t − 1 t →1 1 − t
t →1 1 t →1 −1
1
t
e −e ln(t ) L ' hospital e t
t
lim f (t ) = lim , lim , 2 = lim , lim , 2 = (e, -1, 2) .
t →1 t →1 t − 1 t →1 1 − t t →1 1 t →1 −1
i) .
ii) .
iii) .
iv) ,
somente quando n = 3.
sen(t ) 1 1 + cos(t ) 1
f (t ) = , cos(t ), e g (t ) = , , sen(t ) + t
t t+ sen(t ) cos(t )
Encontre:
a) lim [ f (t ) ⋅ g (t )] b) lim [ f (t ) × g (t )]
t → t0 = t → t0 =
133
Solução. Como o limite de cada função componente existe a ima-
gem de cada função e é um subconjunto de 3 . Então é possível
calcular os limites com ajuda das propriedades acima citadas.
L ' hospital
1 -sen(t ) 3
a) lim f (t ) g (t ) = lim f (t ) lim g (t )
t → t → t → = 0, − 1,
lim
2 t → cos(t )
, − 1, =
2
L ' hospital
1 -sen(t ) 3
lim f (t ) g (t ) = lim f (t ) lim g (t )
t → t → t → = 0, − 1,
lim
2 t → cos(t )
, − 1, = .
2
1
b) lim[ f (t ) × g (t )] = lim f (t ) × lim g (t ) = 0, −1, × (0, −1, )
t → t → t → 2
1
f (t ) × g (t )] = lim f (t ) × lim g (t ) = 0, −1, × (0, −1, )
t → t → 2
ik j
1 1 − 22
= 0 −1 = , 0, 0 .
2 2
0 −1
Exercícios
1) Determinar o limite das seguintes funções vetoriais, no ponto
to indicado, sempre que exista:
a) .
3t
b) f (t ) = ln(t ), 1 + t 2 , , to = 2 .
4 − t2
t 3 + 5t
c) f (t ) = 2
, 2 , 5t 2 , to = 3 .
4+t t
sen(7t ) sen(5t ) tan(3t )
d) f (t ) = , , , to = 0 .
t sen(3t ) sen(2t )
t t 2 −1 2
e) f (t ) = e , , t + 1 , to = 1 .
t −1
f) .
134
t
2) Considere a seguinte função
f (t ) = t + , t + 4, 7 . Encon-
3
tre seus limites laterais no ponto t0 = 6 . (Utilizar o mesmo con-
ceito de limites laterais na reta para cada componente da função
f e o símbolo representa a função maior inteiro definida em
cálculo elementar).
1 se x > 0
s e n( x) = 0 se x = 0
−1 se x < 0
4.2.4 Continuidade de uma Função Vetorial
Definição 4.3. Uma função vetorial f : I ⊆ → n é contínua em
t0 ∈ I se para cada > 0 existe um número > 0 tal que se
lim f (t ) = f (t0 ) .
t → t0
135
i) f ± g é contínua em t0.
et − 1 sen(t )
c) h(t ) = , ,1 , t0 = 0.
t t
sen(t )
a) A função coordenada f1 (t ) = , não é contínua em t0 = 0 ,
t
pois f1 (0) não está definida, logo a função vetorial f não é
contínua, isto é, não é satisfeita a relação,
et − 1
c) A função h1 (t ) = , não está definida em t0 = 0 logo h(t )
t
não é contínua em t0 = 0 , embora o limite, lim h(t ) = (1, 1, 1) ,
t →0
exista.
136
Exercícios
1) Estudar a continuidade das seguintes funções vetoriais nos
intervalos que se indicam
a) .
2arcsen(t ) sen(2t )
, t sen , se, t ∈]0,1[
3t t t
b) f (t ) = .
2
, 0, 2 se, t ∈ [1, 2]
3
t
sen (t ), 1 − t , 2t se, t ∈ [0,1[
c) f (t ) = .
(−1, 0,3) se, t ∈ [1, 2]
a) .
4 arcsen(t ) 1
4t + 5, , sen(t )sen se, t ≠ 0
t t
b) f (t ) = .
(5, 0, 0) se, t = 0
sen(t )
t , se, t ∈]0, ] .
b) f (t ) = t
(0, 1) se, t=0
137
c) .
1 2
t +3
(t + 3) 3
(t − 2) 3
, 2
, 2t + 6 se, t ∈] − ∞, −3]
2 + t
2 .
t + 2t − 3
e) f (t ) = 2 , (t − 1) ln(t + 4), 5 (t − 1)(t + 3) 4 se, t ∈] − 3,1]
t + 1
t
(3t − 3, e − e, sen( t )) se, t ∈]1, ∞[
138
dv
do vetor velocidade, a = = f ''(t ) é chamada de aceleração da
dt
curva. Se a curva esta dada por ( f1 (t ), f 2 (t ), f3 (t )) então a acelera-
ção no tempo t , a (t ) é dada por,
a (t ) = f1 ''(t )i + f 2 ''(t ) j + f3 ''(t )k
y
γ
f ’(t0) Lt
f (t0)
0 x
Figura 4.6
f (t + h) − f (t )
f '(t ) = lim
h →0 h
com domínio, o conjunto de números reais t ∈ I , para os quais o
limite anterior existe.
139
Solução. O gráfico da imagem da curva f é um círculo de raio 3,
isto é, o círculo x 2 + y 2 = 9 . Ver figura abaixo. Para todo t ∈ o
vetor velocidade de f é f '(t ) = (−3sen(t ), 3cos(t )) . A velocidade
escalar pela definição é dada por
y
f ´(t)
f (t)
-3 0 3 x
Figura 4.7
2
a) f (t ) = t 3 , (t + 1) 2 , sen(t )
b) f (t ) = (cos(t ), sen(t ), t )
2 −1
a) f '(t ) = t 3 , 2(t + 1), cos(t ) .
3
De maneira análoga
140
Solução. Derivando obtemos f '(t ) = (−4sen(t ), 3cos(t )) ; por
outro lado as imagens dos pontos e são f = (0,3) e
2 4 2
3 2
f = 2 2, . Logo no ponto (0, 3) : VT = f '( 2 ) = (−4, 0)
4 2
é o “vetor tangente”. A reta tangente é dada por
Lt = f + t f ' : t ∈ = {(0,3) + t (−4, 0): t ∈ } = {(−4t , 3) : t ∈ }.
2 2
3 2
No ponto 2 2, o vetor tangente e a reta tangente são
2
dados por
3 2
VT = f ' = −2 2,
4 2
3 2 3 2
Lt = 2 2, + t −2 2, : t ∈ .
2 2
Ver figuras abaixo:
y y
Lt
Vt
Vt (0,3) Lt 2√2, 3√2
2
(-4,0) 0 x 0 x
Figura 4.8
i) .
ii) .
141
iii) .
iv) .
v) se .
d
0= [ f (t ) ⋅ f (t )] = f '(t ) ⋅ f (t ) + f (t ) ⋅ f '(t ) = 2 f (t ) ⋅ f '(t ) ;
dt
assim f (t ) ⋅ f '(t ) = 0 , isto é, f '(t ) é perpendicular a f (t ) .
�3
z
f ’ (t)
0 � 0 y
x
Figura 4.9
142
Portanto f '(t ) = (−2t sen (t 2 ), 2 t cos(t 2 )) é perpendicular a
f (t ) pela observação anterior.
d d d d
[ f ] = [ f ( (t ))] = f1 ( (t )),..., f n ( (t ))
dt dt dt dt
= ( f1 '( (t )) '(t ),..., f n '( (t )) '(t ))
d
[ f (t )] = f '( (t )) '(t ) .
dt
143
Exemplo 4.12. Considerar as seguintes funções vetoriais
1 3
f (t ) = t , t 2 , t , t ∈]0, +∞ [
3
g (t ) = (cos(t ), sen(t ), t ), t ∈ R
a) f '(0) + g .
2
d
b) f (t ) .
dt
d
c) [ f ( (t ))] .
dt
a) f '(0) + g ' = (1, 0, 0) + (−1, 0,1) = (0, 0,1) .
2
1
t + 2t 3 + t 5
d f (t ) ⋅ f '(t ) 3 t 4 + 6t 2 + 3
b) f (t ) = = = , ∀ t > 0.
dt f (t ) 1 4 2
t + 9t + 9
t2 + t4 + t6
9
d
c) [ f ( (t ))] = f '( (t )) '(t ) = (1, 2e − t , e −2 t )(− e − t ) = − e − t (1, 2e − t , e −2 t )
dt
) '(t ) = (1, 2e − t , e −2 t )(− e − t ) = − e − t (1, 2e − t , e −2 t ) .
F = (mv) '
144
onde m é a massa da partícula e v sua velocidade. Agora, a força
F e a velocidade v são funções vetoriais. Em muitas situações a
massa m pode ser considerada independente de t , logo a lei se
simplifica para F = m v ' . A derivada v ' que ocorre na fórmula
será chamada de aceleração, representada por a;
a = v ' = f '' .
145
Com relação a aceleração encontramos que f ''(t ) = − f (t ) , de ma-
neira que a aceleração é diretamente oposta ao vetor posição. O
vetor posição aponta para fora do círculo, enquanto que o vetor
aceleração está dirigido para o centro do círculo; esta aceleração é
chamada aceleração centrípeta.
df
• v(t ) = , a derivada de posição, é o vetor de velocidade da
dt
partícula e é tangente à curva.
dv d 2 f
• a (t ) = = 2 , a derivada da velocidade e derivada segun-
dt dt
da da posição, é o vetor aceleração da partícula.
v
• , um vetor unitário, é o versor do movimento.
v
146
Exercícios
1) Considere as seguintes funções f (t ) = (t , t , t 2 ) ,
g (t ) = (cos(t ), sen(t ), t ) e (t ) = e − t . Encontre:
a) a) g ′′(t ) . b) f ′′(t ) .
b) c) ( f ⋅ g ) ' . d) [ f × g ]' .
d) g) . h) [ g (t 2 )]' .
e) i) . j) ( f (t ) + g (t )) ' .
a) (t ) = (4t , − 4t , 2t ) .
b) (t ) = (1 + t 3 , 2t 3 , 2 − t 3 ) .
c) (t ) = (10 cos(2 t ),10sen(2 t )), t = .
4
d) (t ) = (2 + 3cos(2t ), 4 − 3sen(2t )) .
147
a) f (t ) = (t 2 + t , t 2 − t )
b) f (t ) = (4t 2 − 4t , 1 − 4t 2 )
3at 3at 2
c) f (t ) = 3
, 3
1+ t 1+ t
d) f (t ) = (4sen(t ), 7 cos(t )), t =
2
e) f (t ) = (t + 1, −t 2 ,1 − 2t ), t = 0
a) f (t ) = (arcsen(t ), ln(1 + 5t ), t 2 )
1 − t 2 2t
c) f (t ) = 2
, 2
1+ t 1+ t
d) f (t ) = (cos(t ), sen 2 (t ), sen(2t ), tan(t ))
e) f (t ) = (arcsen(t ), arccos(t ))
1
g) f (t ) = ln(1 + t 2 ), 2
, arctan(t )
1+ t
h) f (t ) = (| t | t , | t |, 1 − ln(4 + t 2 ))
148
9) No tempo t uma partícula tem o vetor posição:
(t ) = (t + cos(t ), t + sen(t )) .
2 1 2
t sen , 1 + t se, t ≠ 0
b) g (t ) = t .
(0,1) se, t = 0
2t 2 1
e , t sen se, t ≠ 0
c) h(t ) = t .
(1, 0) se, t = 0
d d
a) ( f , f ′, f ′′) = ( f ′, f ′′, f ′′′) b) f f ′ = f f
dt dt
149
4.3 Integração de Funções Vetoriais
Definição 4.6. Uma função vetorial f :[a, b] ⊆ → n é integrá-
vel à Riemann em [a, b] se e somente se suas funções coordena-
das fi :[a, b] ⊆ → são integráveis à Riemann em [a, b] e nesse
caso define-se
b
A integral ∫a
f existe sempre que cada uma de suas integrais
b
∫ a
f i com i = 1, n existe. Em particular se f é contínua em [a, b]
b
então ∫a
f existe.
b b
∫a
C ⋅ f (t )dt = C ⋅ ∫ f (t )dt
a
e
b b
∫
a
[C × f (t )]dt = [C × ∫ f (t )dt ] em 3 .
a
b b
∫
a
f (t )dt ≤ ∫
a
f (t ) dt .
150
Teorema 4.2 (1º Teorema Fundamental do Cálculo). Seja
f :[a, b] ⊆ → n função vetorial contínua em [a, b] então a
função F definida por:
t
F (t ) = ∫ f ( )d , a≤t ≤b
a
t
f (t ) = 2
, 1 + t 2 , 4t 3 ∀t ∈ [4t 3 ] ⊆ .
1+ t
4
Calcular ∫2
f (t )dt .
Usar substituição
t=tg
4 t 4 4
= ∫ dt , ∫ 1 + t ² dt , ∫ 4t ³dt
2 1+ t² 2 2
1 17 1 4 + 17
= ln , 4 17 − 2 5 + ln
, 240
.
2 5 2 2 + 17
y'= f
152
Exercícios
1) Calcular a seguintes integrais:
1 /2
∫ (t , t , et ) dt . ∫
1/2
a) b) (sen(t ), cos(t ), t g(t )) dt .
0 0
1
∫ (te , t e , te
t 2 t −t
c) ) dt .
0
153
4.4 Parametrização de Curvas
De maneira simplificada a geometria de curvas e superfícies é
estudada pela geometria diferencial clássica que estuda as pro-
priedades locais de curvas e superfícies. Em geral, tal estudo é
iniciado numa disciplina de cálculo diferencial. Entendemos por
propriedade local aquela que depende do comportamento da cur-
va ou superfície na vizinhança de um ponto. Os métodos apro-
priados para o estudo de ditas propriedades são os métodos do
cálculo diferencial. Por esta razão, as curvas e superfícies conside-
radas em geometria diferencial serão definidas por funções que
podem ser diferenciáveis várias vezes.
154
Exemplo 4.18. A curva parametrizada diferenciável dada por
(t ) = (a cos(t ), b sen(t ), bt ) , t ∈ , tem traço uma hélice de passo
2 b sobre o cilindro x 2 + y 2 = a 2 . O parâmetro t mede o ângulo
que faz o eixo x com a reta de origem zero que passa pela proje-
ção do ponto (t ) sobre o plano xy . Ver a figura abaixo:
f ´(t)
0
y
x t
Figura 4.10
x = t3, y = t2 .
3
Logo fazendo y = t temos a equação cartesiana dada por x = y 2.
0 x
Figura 4.11
155
y α (t) = (3t2 - 4, 2t)
α (0) = (0, - 4)
α
0 0 x
-4
Figura 4.12
0 0 x
Figura 4.13
t
Notamos que '(0) não existe pois '(t ) = 1, , t ≠ 0 . Escre-
t
vendo x = t e y = t obtemos que y = x é a equação cartesiana
dessa curva em 2 .
156
e (t ) = (cos(2t ), sen(2t ) ), t ∈]0 − , 2 + [, > 0 ,
α
β`(t)
0 0 x
α`(t)
Figura 4.14
Solução. Notamos que essa curva tem equação cartesiana dada por
x, se x ≤ 0
C : y = f ( x) = 2 .
x , se x > 0
Veja a seguinte figura,
α
y = x2
0 0 x
y =x
Figura 4.15
157
Exemplo 4.24. Considere uma curva cujo traço é formado pela
interseção da esfera x 2 + y 2 + z 2 = R 2 com o plano z = a onde
0 < a < R . Esse traço pode ser representado por uma curva para-
metrizada (t ) ?
α
a C0 = traço
R
0 0 y
x
Figura 4.16
158
Exemplo 4.25. A curva parametrizada diferenciável
(t ) = (t 3 + 2t , t 3 − t )
(t ) ∈ C1 ( I ) e '(t ) ≠ 0 ∀ t ∈ I .
α
(0,2)
(4,0)
0 2π x
C = traço
Figura 4.17
159
Solução. Será que a função é de classe C1 ? A resposta é sim,
pois '(t ) = (−asen(t ), a cos(t ), b), '(t ) ≠ 0 ∀ t ∈ . Notamos
também que a derivada também é contínua. Assim ela possui tra-
ço regular.
ϕ α
C = traço
c u d a t b y
x
γ = α° ϕ
Figura 4.18
160
Solução. A função :[0,1] → [0, 2 ] definida por
u (u ) = 2 u é sobrejetiva e '(u ) ≠ 0 . Seja
= [0,1] ⊂ 2 tal que
P = P0 + t v ⇔ ( x, y, z ) = ( x0 , y0 , z0 ) + t (v1 , v2 , v3 ) .
161
Essas equações nos dão a parametrização natural da reta para o
intervalo do parâmetro t no intervalo ] − ∞, ∞[ .
x = x0 + tv1 = −2 + t , y = y0 + tv2 = 1 + 4t
e z = z0 + tv1 = 4 − 2t com t ∈ .
x = x0 + tv1 = −5 + 6t , y = y0 + tv2 = 2 − 3t
e z = z0 + tv1 = −5 + 9t com t ∈ .
x = x0 + tv1 = 1 + 6t , y = y0 + tv2 = −1 − 3t
e z = z0 + tv1 = 4 + 9t com t ∈ .
162
Exemplo 4.31. Parametrize o segmento de reta que liga os pontos
(−5, 2, −5) e (1, −1, 3) .
x = x0 + tv1 = −5 + 6t , y = y0 + tv2 = 2 − 3t
e z = z0 + tv3 = −5 + 8t com t ∈ .
( x, y, z ) = (−5 + 6t , 2 − 3t , −5 + 8t )
x = −5 + 6t , y = 2 − 3t e z = −5 + 8t com t ∈ [0, 1] .
L = { f (t ) + rf ′(t ) : r ∈ } .
163
onde f (t ) indica a posição inicial, f '(t ) módulo da velocidade e
f '(t )
fator fornece a direção e sentido.
f '(t )
Se a curva C se encontra em particular em 3 podemos escrever
a reta tangente em termos de suas funções componentes forman-
do as seguintes equações
x(t ) = f1 (t ) + rf1′ (t ), r ∈
y (t ) = f 2 (t ) + rf 2′ (t ), r ∈
z (t ) = f3 (t ) + rf3′ (t ), r ∈
dx
= f ′(t ).
dt
Se C é uma curva do espaço tridimensional, então possui uma
equação da forma,
w = ( x, y, z ) = f (t )
164
e a correspondente derivada será,
dw dx dy dz
= , , = f ′(t ) .
dt dt dt dt
Para desenvolver a
disciplina de Cálculo III Seja f : I ⊂ → n→curva parametrizada diferenciável. Para cada
é essencial a existência t ∈ I , onde f '(t ) ≠ 0 , fica definida uma única reta na direção de
de uma tangente em
todos os pontos. f '(t ) (vetor tangente em t ).
Convém →
chamar de ponto singular de f a um ponto t ∈ I onde
f '(t ) = 0 e restringirmos as nossas considerações às curvas sem
pontos singulares.
165
Definição 4.10. Seja : I ⊆ → n , uma curva parametrizada re-
gular (suave). Sejam P = (t1 ) e Q = (t2 ) . Então o comprimento de
arco do traço da curva do ponto P até o ponto Q é dado por,
) = t2 '(t ) t2
L ( PQ ∫ t1 n
dt = ∫
t1
[ 1 '(t )]2 + [ 2 '(t )]2 + + [ n '(t )]2 dt
Q = α(t2)
P = α(t1)
Figura 4.19
onde '(t ) 3 = [ '1 (t )]2 + [ '2 (t )]2 + [ '3 (t )]2 é o módulo do vetor
'(t ) . Como ' ≠ 0 e contínua em I , então s (t ) é uma função di-
ds
ferenciável de t e, portanto = '(t ) .
dt
166
Exemplo 4.33. Encontre o comprimento de arco das seguintes
curvas parametrizadas regulares:
t 1 1
b) (t ) = ,1, t 3 , t −1 desde t1 = 1 até t2 = 3 .
2 6 2
c) (t ) = (3t cos(t ), 3t sen(t ), 4t ) desde t1 = 0 até t2 = 4 .
1 1 1
b) Temos que '(t ) = , 0, t 2 , − t −2 . Então
2 2 2
2 1 1 4 1 −4 1 1 4 −4
'(t ) = + t + t = + (t + t )
2 4 4 2 4
ou
2 1 1 4 −4 1 1 1
'(t ) = + (t + t ) = (t 4 + t −4 + 2) = (t 4 + t −4 + 2t −2t 2 ) =
2 4 4 4 4
2 1 1 4 −4 1 1 1
'(t ) = + (t + t ) = (t 4 + t −4 + 2) = (t 4 + t −4 + 2t −2t 2 ) = (t 2 + t −2 ) 2
2 4 4 4 4
ou
1 2 2 2 1 2 −2
'(t ) = (t + t ) = t + t .
4 2
3 3 1 2 −2 14
Assim, L(C ) = ∫ '(t ) dt = ∫ (t + t )dt = .
1 1 2 3
25
Portanto '(t ) = 3 t 2 + .
9
Assim
resolver a integral
por substituição
4 4 25 trigonométrica
25
L(C ) = ∫ '(t ) dt = 3∫ t2 + dt = 26 + ln(5) .
0 0 9 6
167
4.4.5 Comprimento de Arco como Parâmetro em
Representação de Curvas
Dizemos que uma curva parametrizada regular :[a, b] ⊂ → n
é parametrizada pelo comprimento de arco, quando para todo t
em [a, b] tem-se,
t
L(
AB) = ∫ '(u ) du = t − a .
a
α
B= α(t)
D= α(s)
a s t b A= α(a)
Figura 4.20
t
Em geral se s < t e s ∈ [a, b] , então L(
AB) = ∫ '(u ) du = t − s .
s
168
trar t como função da variável s , isto é, t = t ( s ) . Então a cur-
va pode ser reparametrizada em termos de s substituindo-se t :
f (t ( s )) . Isto será ilustrado no próximo exemplo.
d t d
Então '(t ) = ∫ '(u ) du = {t − a} = 1 .
↑
1º T . F .C
dt a dt
t t
( ⇐) Se '(t ) = 1, ∀ t ∈ [a, b] ⇒ ∫ '(u ) du = ∫ 1 du = t − a .
a a
a) s = L(t ) b) ( s )
169
k a 2 + b 2 ( s ) = s, ∀ s ≥ 0 de onde concluímos
s s
( s ) = = , ∀s≥0 e c = a 2 + b2 .
2
k a +b 2 kc
ϕ s
�
0 γ 0 t ω
s°ϕ
Figura 4.21
c) A parametrização de é,
s s s bs
( s ) = ( ( s )) = = a cos , asen , , ∀s ≥ 0.
kc c c c
De outra forma:
170
Solução. Calculando a função comprimento de arco temos,
t t
s = L(t ) = ∫ cos 2 ( ) + sen 2 ( ) d = ∫ d = t
0 0
Como L ( s ) = s ⇔ L( ( s )) = s ⇔ ( s ) = s .
171
4.5 Parametrização de Superfícies
Vamos desenvolver a geometria de superfícies. Anteriormente vi-
mos que as superfícies podem ser observadas como gráficos de
funções ou como curvas de nível.
z z
(x0, y0, 0)
0 y 0 y
x x
Figura 4.22 - Superfície que não é Figura 4.23 - O toro não é gráfico
gráfico de uma função z = f (x,y) . da função z = f (x,y) .
172
z
v 0 y
D
u x
Figura 4.24
y R = {(u , v) : 0 ≤ u ≤ 2 , − 1 ≤ v ≤ 1} é um retângulo.
u
As curvas v = constante são circunferências paralelas. As curvas
x u = constante são segmentos de retas verticais.
Figura 4.26
173
Exemplo 4.39. Encontre a representação paramétrica da esfera.
y (u , v) = b cos(v) sen (u ) ,
174
4.6 Derivada Direcional e Campo Gradiente
Definição 4.12. Considere f : Ω ⊆ 3 → função escalar e Ω
conjunto aberto. Um vetor P ∈ Ω e um vetor direção unitário U
que inicia em P . Seja L uma semi-reta, cuja origem é P e na di-
reção do vetor unitário e cuja distância de P para Q ∈ L é repre-
sentado por s . Se existir o limite
∂f f (Q) − f ( P)
( P, U ) = lim ,
∂s s → 0 s
ele é chamado de derivada direcional de f em P na direção do
vetor U .
f (Q) − f ( P)
Observação 4.18. O quociente é a taxa média de va-
s
riação de o campo escalar f , por unidade de comprimento, na di-
∂f
reção escolhida. Assim, ( P, U ) é a taxa de variação da função
∂s
f , na direção de U no ponto P .
z Q s
U
O y
x
Figura 4.28
∂f ∂f ∂f
As derivadas parciais de f, , , em P . São derivadas di-
∂x ∂y ∂z
recionais de f nas direções i , j e k respectivamente.
175
Observando o gráfico anterior temos y
Q
1
PN = = MN e PM = 1 = U .
2 s
Logo normalizando o vetor V ,
M
V (1,1) 1 1 U
U= = = , .
V 2 2 2 R
(0,1) = P
N
Logo o triângulo ∆QRP é semelhante ao triângulo
∆MNP . Portanto PR = s PN e QR = s MN O 1 s x
1 1 √2
onde s = PQ , PR = s , QR = s .
2 2 Figura 4.29
s s
Q= ,1 + .
2 2
Aplicando a definição, temos
∂f f (Q) − f ( P)
( P, u ) = lim =
∂s s →0 s
s s
f ,1 + − f (0,1)
2 2
= lim
s →0 s
1
s s
+1+
= lim e 2 2
− e1
s →0 s
1
= lim {e s 2 +1
− e}
s →0 s
L ' Hospital es 2 +1
2
= lim = e 2.
s →0 1
176
Solução. Utilizamos um procedimento alternativo, para o calculo
da derivada direcional. Considere uma parametrização de L pelo
comprimento de arco.
c
1 ) V Q = (x,y,z)
,1
P (1,2
2 y
1
x
Figura 4.30
→
PQ = tV
(t ) = r (t ) = 1 + t , 2t + 2,1 + t ), t ≥ 0
`x − 1, y − 2, z − 1 = t 1, 2,1)
x = 1+ t
y = 2t + 2 Q = ( x, y, z ) = (1 + t , 2t + 2,1 + t ) .
z = 1 + t
t t
= ∫ 1 + 4 + 1du = ∫ 6du = 6t
0 0
s
Disto encontramos que s = 6t logo t = ( s ) = .
6
Portanto,
s s s s
h( s ) = (r )( s ) = r ( ( s )) = r = 1+ ,2 + 2,1 + s ≥ 0.
6 6 6 6
177
Logo as coordenadas do ponto Q são:
s s s
1 + ,2 + 2,1 +
6 6 6 .
Aplicando a definição:
2 2 2
s s s
4 1 + + 5 2 + 2 − 2 1 + − 22
∂f f (Q) − f ( P) 6 6 6
( P) = lim = lim
∂s s →0 s s →0 s
2 2 2
s s s
4 1 + + 20 1 + − 2 1 + − 22
6 6 6
= lim
s →0 s
2
s 2s
22 1 + − 22 22 s 2 +
6 6 22
= lim = lim = .
s →0 s s →0 s 3
∂V ∂ −
1
1 −
3
x
= ( x 2 + y 2 + z 2 ) 2 = − ( x 2 + y 2 + z 2 ) 2 (2 x) = − 3
∂x ∂x 2 V
178
∂V y ∂V z
= − 3 e finalmente =− 3 .
∂y V ∂z V
Portanto a expressão requerida é obtida substituindo as derivadas
na fórmula do gradiente.
a) ∇( f + g )( x) = ∇f ( x) + ∇g ( x) .
b) ∇(df )( x) = d ∇f ( x) .
c) ∇( f ⋅ g )( x) = f ( x)∇g ( x) + g ( x)∇f ( x) .
f g ( x)∇f ( x) − f ( x)∇g ( x)
d) ∇ ( x) = 2
sempre que g ( x) ≠ 0 .
g g ( x)
∂f ∂f ∂f
∇f = i+ j+ k,
∂x ∂y ∂z
assim o diferencial é dado por,
∂f ∂f ∂f
d ∇f = d i+d j+d k . (1.1)
∂x ∂y ∂z
Por outro lado
∇[df ]( x) = d ∇f ( x) .
179
Seguindo desta maneira a propriedade quarta também resulta de
forma análoga, por exemplo,
f ∂ f ∂ f ∂ f
∇ = i + j + k
g ∂x g ∂y g ∂z g
f 1
∇ = 2 {g ∇f − f ∇g}, g ≠ 0.
g g
Graf ( f ) = {( x, y, z , w) : w = f ( x, y, z )} ⊆ 4 .
f ( x(t ), y (t ), z (t )) = c .
Onde
C : r (t ) = x(t ), y (t ), z (t ) .
A tangente à superfície Γ em P é:
∂f ∂f ∂f
∇f ( x , y , z ) = , ,
∂x ∂y ∂z .
180
de onde obtemos, após avaliar em P ,
∇f ( P ).r '(t ) = 0 .
4 x 2 + 6 y 2 = 16
y
8
3
P (1,√2)
√2
-2 -1 1 2 x
- 8
3
Figura 4.31
∂ ∂
∇f ( P ) = f ( P), f ( P) = 8 x, 12 y = 8, 12 2 .
∂x ∂y P
x2 y2
+ = 1.
4 8 2
3
De onde a parametrização é dada por
8
r (t ) = 2 cos(t ), sen(t ) , t ∈ [0, 2 ] .
3
181
Conseqüentemente, a sua derivada será,
8
r ′(t ) = −2sen(t ), cos(t ) , t ∈ [0, 2 ] .
3
8
x(t ) = 2 cos(t ), y (t ) = sen(t ), t ∈ [0, 2 ] .
3
Em P temos os seguintes resultados
8
1 = 2 cos(t ), 2= sen(t ) .
3
Portanto
sen(t) 32
tg(t) = = = 3.
cos(t ) 2 1
Finalmente calculamos o produto para verificar que o produto se
anula,
∂f
( P, U ) = U ∇f ( P) = U ∇f ( P) cos()
∂s
ou, devido a que o vetor U é unitário,
∂f
( P, U ) = U ∇f ( P ) = ∇f ( P ) cos()
∂s
onde =é 0o ângulo entre os vetores ∇f ( P ) e U . Logo, na expres-
são anterior o valor máximo é alcançado quando cos() = 1 . Então
resulta que o ângulo é nulo, isto é, = 0 radianos. Portanto
∂
max
f ( P ) = ∇f ( P ) .
U ∂s
182
Isto é, a direção de máxima variação de f no ponto P é U = ∇f ( P) .
12
( x, y, z ) = .
x² + y ² + z ²
a) Determinar o campo elétrico ;
onde .
a)
24
= x, y, z .
( x + y 2 + z 2 )2
2
DU ( x, y, z ) = ∇( x, y, z ) .
3 4 24 3 4 24 25 24 ⋅36
∇ 0, = 0, , = = = 34,56
6 6 25 2 6 6 2
25 36 25
36 36
24 24 24 2 2 12 12
DU (1,1,1).U = , , . , 0, = 2− 2
9 9 9 2 2 9 9
183
Exemplo 4.46. Usando o gradiente, encontrar uma equação para a
reta tangente à curva x 2 − y 2 = 1 , no ponto .
.
O produto interno do segmento PQ com o vetor gradiente é dado
por
PQ ⋅ 2 2, −2 = 0 onde PQ = x − 2, y − 1 .
y
Para encontrar a equação correspondente faze-
mos o cálculo, Q (x,y)
1
PQ. 2, −2 = x − 2, y − 1 . 2, −2 = 0 P
2 2( x − 2) − 2( y − 1) = 0 √2 x
2 2x − 4 − 2 y + 2 = 0
2 2x − 2 y − 2 = 0
Finalmente, obtemos 2x − y −1 = 0 .
Figura 4.32
∂Φ ∂x ∂y ∂z ∂Φ ∂x ∂y ∂z
Φu = = , , ; Φv = = , , .
∂u ∂u ∂u ∂u ∂v ∂v ∂v ∂v
184
4.7 Plano Tangente e Vetor Normal num ponto
de uma Superfície
Um vetor normal à uma superfície S no ponto Q é um ve-
V tor perpendicular ao plano tangente de S em Q , o plano
que contém todos os vetores tangentes a curvas sobre S
através de Q .
Φv
Como S é dada por Φ (u , v) = ( x(u, v), y (u, v), z (u, v)) e te-
Φu Q
mos curvas C sobre S , tomamos um par de funções con-
tínuas (não ambas constantes), u = u(t), v = v(t) de maneira
s
que formamos a função (t ) = Φ (u (t ), v(t )) .
Figura 4.33
Supondo que u(t) e v(t) sejam diferenciáveis e aplicando a regra da
cadeia, temos o vetor tangente à C dado por:
d ∂Φ ∂Φ
(t ) = (t ) = u '+ v '.
dt ∂u ∂v
∂Φ ∂Φ
Como as derivadas parciais e são tangentes à S no pon-
∂u ∂v
to Q , e supondo que elas sejam linearmente independentes, ge-
ram um plano tangente à S em Q . Portanto seu produto vetorial
produz um vetor normal N a S em Q , representado por,
N = Φu × Φv ≠ 0 .
185
O vetor normal unitário de S é dado por
Uma superfície S é regular por partes (ou suave por partes) se ela
está formada por um número finito de superfícies suaves (regula-
res). Por exemplo, uma esfera é regular e a superfície de um cubo
é regular (suave) por partes.
1
= 2( x, y, z ) .
2 b²
Assim obtemos,
1
= ( x, y , z ) .
b
Exemplo 4.48. Encontre o vetor normal unitário de um cone.
186
Portanto, usando a mesma fórmula que no exemplo anterior te-
mos
∂Φ ∂x ∂y ∂z
= (u0 , v0 )i + (u0 , v0 ) j + (u0 , v0 )k .
∂ ∂ ∂ ∂
Similarmente se fixamos v = v0 e consideramos a curva Φ (u , v0 ) ,
obtemos o vetor tangente à curva em Φ (u0 , v0 ) dada por:
∂Φ ∂x ∂y ∂z
= (u0 , v0 )i + (u0 , v0 ) j + (u0 , v0 )k .
∂u ∂u ∂u ∂u
Como os vetores Φ u e Φ v são tangentes às duas curvas na su-
perfície no ponto Φ (u0 , v0 ) , eles determinam o plano tangente
à superfície neste ponto, assim Φ u × Φ v será o vetor normal à
superfície.
( x − x0 , y − y0 , z − z0 ). N1 , N 2 , N 3 = 0
e z = z (u , v) = u , u ≥ 0.
187
Solução. Essas equações descrevem a superfície, z 2 = x 2 + y 2 ,
que é um cone, com vértice em (0,0,0). É uma superfície dife-
renciável, pois cada x(u,v), y(u,v) e z(u,v) é diferenciável. Porém a
superfície não é suave em (0,0,0). Para ver isso, calculamos, Φ u e
Φ v em (0, 0) ∈ ² .
∂x ∂y ∂z
∂Φ u = (0, 0)i + (0, 0) j + (0, 0)k ,
∂u ∂u ∂u
Φ u = cos(0)i + sen(0) j + 1k e Φ u = i + k ;
∂x ∂y ∂z
∂Φ v = (0, 0)i + (0, 0) j + (0, 0)k , z
∂v ∂v ∂v
Φ v = −u sen v i + u cos v j + 0 k e Φ v = 0 .
∂x ∂y ∂z
Φu = i+ j + k , logo após substituição temos
∂u ∂u ∂u
Φ v = cos(v)i + sen(v) j + 2uk ∀(u , v) .
∂x ∂y ∂z
De maneira análoga a partir de Φ v = i+ j + k obtemos a
∂v ∂v ∂v
segunda expressão Φ v = −usen(v)i + −u cos(v) j + 2vk .
188
Contudo, a equação do plano tangente em outros pontos onde
Φ u × Φ v ≠ 0 pode ser construida. De fato, N = Φ u × Φ v = (−2, 0,1)
para (u,v) = (1,0), onde N é vetor normal no ponto (1, 0,1) ∈ S .
x = x(u, v) = u , y = y (u , v) = v z = z (u , v) .
Considere a função,
Φ : 2 → 3
(u , v) Φ (u , v) = ( x,
y, z ) .
Então, calculando as derivadas parciais e subtituindo, obtemos,
∂g ∂g
Φu = i + 0 j + (u0 , v0 )k , Φ v = 0i + j + (u0 , v0 )k ,
∂u ∂v
para (u0 , v0 ) ∈ 2 . Assim a normal
∂g ∂g
N = Φu × Φv = − (u0 , v0 )i − (u0 , v0 ) j + k ≠ 0 ,
∂u ∂u
pois o coeficiente de k é 1 (um) ≠ 0 .
∂g ∂g
( x − x0 , y − y0 , z − z0 ). − (u0 , v0 ), − (u0 , v0 ),1 = 0 .
∂u ∂v
Portanto,
∂g ∂g
− (u0 , v0 )( x − x0 ) − (u0 , v0 )( y − y0 ) + ( z − z0 ) = 0 .
∂u ∂v
Assim, a equação do plano tangente é
∂g ∂g
z − z0 = (u0 , v0 )( x − x0 ) + (u0 , v0 )( y − y0 ).
∂u ∂v
189
4.8 Área de Superfícies
Nesta seção vamos examinar o problema de calcular a área de
uma superfície para depois estudar a integral sobre uma superfí-
cie que será algo equivalente ao processo de estudar o cálculo do
comprimento de arco de uma curva para depois estudar a inte-
gral sobre a curva.
e
Φ v = ∂ v x(u , v)i + ∂ v y (u , v) j + ∂ v z (u , v)k .
A( S ) = ∫ Φ u × Φ v dudv .
Ω
190
Observação 4.21. Calculando o produto vetorial e tomando mó-
dulo obtemos uma expressão equivalente.
i j k ∂y ∂z ∂x ∂z ∂x ∂y
∂x ∂y ∂z ∂u ∂u ∂u ∂u ∂u ∂u
Φu × Φv = = i− j+ k
∂u ∂u ∂u ∂y ∂z ∂x ∂z ∂x ∂y
∂x ∂y ∂z ∂v ∂v ∂v ∂v ∂v ∂v
∂v ∂v ∂v
∂ ( y , z ) ∂ ( x, z ) ∂ ( x, y )
= , ,
∂ (u , v) ∂ (u, v) ∂ (u, v)
e
2 2 2
∂ ( y , z ) ∂ ( x, z ) ∂ ( x, y )
Φu × Φv = + +
∂ (u , v) ∂ (u, v) ∂ (u, v)
onde
∂ ( y, z ) ∂ u y ∂ v y
=
∂ (u , v) ∂ u z ∂ v z
191
Solução. Utilizamos a definição de área de uma superfície e para
isso calculamos
i j k
i j k
∂x ∂y ∂z
Φv × Φ = = cos() sen() 1 .
∂v ∂v ∂v
−vsen() v cos() 0
∂x ∂y ∂z
∂ ∂ ∂
Desse modo
Logo,
ou
.
Assim,
Φu × Φv = v 2 .
Portanto,
192
Solução. Utilizando a fórmula de área
A( S ) = ∫ Φ v × Φ dvd
Ω
ou
Assim
A( S ) = ∫ Φ v × Φ dvd =
Ω
x = u, y = v, z = f (u , v), (u , v) ∈ Ω .
193
A( S ) = ∫∫ ( (∂ x f ) 2 + (∂ y f ) 2 + 1) dA
Ω
e
Φ u × Φ v = −∂ u f i − ∂ v f j + k = −∂ x f i − ∂ y f j + k .
Seja o conjunto Ω = {( x, y ) : x 2 + y 2 ≤ 1}
1
A( S + ) = ∫ [∂ x f ]2 + [∂ y f ]2 + 1 dA = ∫ dxdy .
Ω Ω 1 − x2 − y 2
y = (1− x 2 )1/2
1 (1− x 2 )1/2 1 1 y
A( S + ) = ∫ ∫ dydx = ∫ arcsen 2 1/2 dx
−1 − (1− x 2 )1/2
1 − x2 − y 2 −1
(1 − x ) y =− (1− x2 )1/2
Assim após a integração corrspeondente obtemos
1
A( S + ) = ∫ dx = 2 .
−1
Logo,
A( S ) = 2 A( S + ) = 2[2 ] = 4 .
194
Em cálculo elementar se mostra que a área da superficie lateral
gerada ao girar o gráfico da função y = f ( x) ao redor do eixo x
é dada por,
b
A1 = 2 ∫ f ( x) 1 + [ f '( x)]² dx .
a
x = u, y = f (u ) cos(v), z = f (u )sen(v), (u , v) ∈ Ω
(u , f (u ) cos(v), f (u )sen(v))
Utilizando a fórmula
A( S ) = ∫∫ Φ u × Φ v dudv
D
devemos calcular
i j k
f '(u ) cos u f '(u )senv 1
u × v = 1 f '(u ) cos v f '(u )senv = i −
−senvf (u ) f (u ) cos v 0
0 −senvf (u ) f (u ) cos v
i j k
f '(u ) cos u f '(u )senv 1 f '(u ) cos v
u × v = 1 f '(u ) cos v f '(u )senv = i − k.
−senvf (u ) f (u ) cos v 0 −senvf (u )
0 −senvf (u ) f (u ) cos v
Isto resulta em
195
Logo,
u × v = f '(u )² f (u )² + f (u )² .
∴ A( S1 ) = ∫ 2 f (t ) ds
C
2π[ f (x)]
onde a integral da direita é a integral sobre a curva de y
2 f ( x) ao longo da curva ou trajetória determinada pela
curva C :[a, b] → 2 , t (t , f (t )) . Consequentemen-
te, a área da superfície lateral de um sólido de revolução é
a x b x
obtida integrando a circunferência transversal ao longo da
curva determinada pela função dada.
Figura 4.35
196
Resumo
Neste capítulo estudamos as funções vetoriais e as aplicações do
calculo diferencial sobre elas. Isso nos motiva para compeender
melhor as aplicações físicas e da engenharia que estão relaciona-
das com o movimento e forças. A utilização de funções vetoriais
no espaço possui a vantagem de ter interpretações geométricas
de conceitos e relações. Por todas essas razões as funções vetorias
são muito utilizadas na matemática aplicada. Também estudamos
o problema de calcular a área de uma superfície que por analogia
é encontrar a solução do problema de encontrar o comprimento
de uma curva.
197
5 Equações Diferenciais
Lineares
5 Equações Diferenciais Lineares
201
5.1 Definições e Nomenclatura
Uma equação que contém as derivadas ou diferenciais de uma ou
mais variáveis dependentes em relação a uma ou mais variáveis
independentes é chamada de equação diferencial, abreviadamente
denotada por ED. Se nas equações existem diferenciais totais, de-
rivadas totais ou ambas e não existem derivadas parciais, então se
chama equação diferencial ordinária, (EDO); se aparecem deriva-
das parciais se denomina equação em derivadas parciais. (EDP).
dy
= x2 + 7 (1.3)
dx
d2y dy
x3 2
+ 4x + y = x2 + 4 (1.4)
dx dx
2 3
d3y d 2 y dy 2 dy
3 +4 2 + x = 0 (1.5)
dx dx dx dx
(1.6)
dy
( x + y 2 − 5 y) + ( x2 + 5x + y) = 0 (1.7)
dx
∂z
= y (1.8)
∂x
∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u
+ + = 0 (1.9)
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
202
∂ 2u ∂ 2u ∂u
= −4 (1.10)
∂x 2 ∂t 2 ∂t
203
4 3
d 2 y dy
2
2 = 1 + . (1.12)
dx dx
bn ( x) y ( n ) + bn −1 ( x) y ( n −1) + + b1 ( x) y '+ b0 ( x) y − h( x) = 0
ou
dny d n −1 y dy
bn ( x) n
+ bn −1 ( x ) n −1
+ + b1 ( x) + b0 ( x) y = h( x) . (1.14)
dx dx dx
Na equação diferencial (1.14) reparamos que a variável dependen-
te e todas as suas derivadas são de primeiro grau. Cada coefi-
ciente depende no máximo da variável independente. Essas são
características de uma equação diferencial ordinária e linear.
204
riável dependente ou suas derivadas, como por exemplo, cos( y )
ou exp( y′) , não podem aparecer em uma equação linear. Assim
sendo,
(1 − y ) y′ + 4 y = e x (1.15)
d2y
+ cos( y ) = 0 (1.16)
dx 2
d3y
3
+ y3 = 0 (1.17)
dx
são equações diferenciais ordinárias não lineares de primeira, se-
gunda e terceira ordem respectivamente. A equação (1.15) possui
o primeiro termo com coeficiente que depende da variável depen-
dente, a segunda equação (1.16) possui um termo onde existe fun-
ção não linear em y e finalmente a terceira equação (1.17) possui
um termo onde a potência da variável dependente é diferente de
um. Todos os termos mencionados em cada equação são termos
d5y
não lineares. Tambem as equações yy ''− 3 y ' = x e 5
+ y 2 = 0 são
dx
equações diferenciais ordinárias não lineares de segunda e quinta
ordens, respectivamente.
205
para qualquer x ∈ I , onde I pode representar um intervalo aber-
to, fechado, infinito e assim por diante, segundo o contexto onde
se esteja considerando a equação diferencial.
y′′ + y = 0, x ∈ I = .
d d
y′ = sen( x) = cos( x) e y′′ = cos( x) = −sen( x).
dx dx
para qualquer x ∈ .
x3/2
Exemplo 5.2. Verificar que a função y = f ( x) = é uma solu-
1− x
ção da equação diferencial não-linear
no intervalo ]0,1[ .
206
Nem toda equação diferencial que escrevemos possui necessaria-
mente uma solução, por exemplo, a seguinte equação diferencial,
( y '') 2 + ( y ') 2 = 1.
1
Exemplo 5.3. Verificar e discutir se a função y = g ( x) = é solu-
Será que o domínio da x
função g coincide com o
ção da equação diferencial,
intervalo da definição da
solução?
1
Solução. A função g ( x) = , está definida para todos os números
x
reais exceto o zero. Isto é, ela é descontínua no zero e também não
é diferenciável no mesmo ponto, pois o eixo y com equação x = 0
se comporta como uma assíntota vertical do gráfico.
207
Quando resolvemos uma equação diferencial os métodos de solu-
ção nem sempre nos levam para uma solução explícita, y = g ( x) .
Em particular, isso é verdadeiro quando se resolve equações dife-
renciais não-lineares de primeira ordem. Em geral obtemos uma
relação ou expressão G ( x, y ) = 0 , que define implicitamente uma
solução y = g ( x) .
208
5.2 Sistemas de Equações Diferenciais
Nas aplicações e na teoria, nos defrontamos também com sistemas
de equações diferenciais. Num sistema de equações diferenciais
ordinárias aparecem duas ou mais funções, e suas derivadas, in-
cógnitas de uma única variável independente. Um sistema de duas
equações diferenciais ordinárias de primeira ordem é dado por
dx
= f (t , x, y ) (1.20)
dt
dy
= g (t , x, y ) (1.21)
dt
onde as funções incógnitas são x = x(t ) e y = y (t ) e t é a variável
independente.
209
Exercícios
1) Encontre a ordem e determine qual das seguintes equações
são lineares e quais são homogêneas:
y'
a) = 1+ t
y
b) y ' y = 1 + t
c) sen( y ') = y
d) y '' = y
e) y '' = t 2
f) ( y 2 ) ' = − y + 1
a) b)
a)
b)
c)
d)
e) y ( ) = t 2 .
3
f) y ( ) = t − 2.
4
a) b)
c)
210
5.3 Equações Diferenciais de Primeira Ordem
Denotamos por o conjunto dos números reais e Ω um domí-
nio, isto é, um subconjunto aberto conexo e não vazio de 2 . Con-
sidere uma função f com valores reais definida e contínua em Ω .
Considere a seguinte equação diferencial de primeira ordem
dy
= f ( x, y ) (1.23)
dx
onde f é uma função de duas variáveis.
'( x) = f ( x, ( x)), x ∈ I .
y′ = f ( x, y ),, y (t ). = x (1.24)
211
Uma solução típica de um problema de valor inicial esta represen-
tada na seguinte figura
(ζ,ξ) L
ξ ϕ(t)
m
a ζ b t
Figura 5.1
212
d
R
(ξ,ζ)
ξ
0 a ζ b
Iζ
Figura 5.2
y ' = − s ( y ), y ( t ) = 0, t ≥ t
213
1, se y≥0
s( y) = .
−1, se y<0
y ' = s ( y ), y ( t ) = 0, t ≥ t
obtemos que esse problema de valor inicial possui uma única so-
lução (t ) = t − t para cada .
. (1.25)
214
.
y′ + p ( x) y = q ( x), ∀ x∈I ,
y′ + p ( x) y = 0, ∀ x∈ I,
Equações Homogêneas
A seguir vamos calcular a solução da equação homogênea. Escre-
vemos a equação homogênea da seguinte forma
215
dy
= − p ( x)dx.
y
Integrando indefinidamente temos
ln y = − ∫ p ( x) dx + K
Se colocamos
P ( x) = ∫ p ( x) dx
y ( x) = Ce − P ( x )
y′ + py = 0
y ( x) = Ce − px
y′ + p ( x) y = 0, y ( xo ) = b ∀ x, xo ∈ I ,
216
Enunciamos o seguinte resultado fundamental: para qualquer
constante real b , o problema de valor inicial
y′ + p ( x) y = 0, y ( xo ) = b ∀ x, xo ∈ I ,
y ( x) = be − P ( x )
onde
x
P( x) = ∫ p ( s ) ds .
x0
y′ + 8 x y = 0, y (0) = 13 ,
Exercícios
1) Encontre a solução única de cada um dos seguintes proble-
mas de valor inicial associados com equações diferenciais:
a) y ' = 10 y, y (0) = 1.
b)
c)
d)
217
e)
f)
218
y '+ p ( x) y = y p '+ Kyc '+ p ( x)[ y p + Kyc ]
= y p '+ p ( x) y p + K yc '+ p ( x) yc = q ( x)
= q (x ) =0
Exercícios
1) Encontre a solução geral das seguintes equações diferenciais
ordinárias. Em alguns problemas será necessário expressar a res-
posta em termos de integrais.
a) y '+ y = 2.
b) y '+ 2 y = 2t.
c)
d)
e)
f)
b)
219
5.4 Método de Variação de Parâmetros
Escolhemos um método para resolver problemas não homogêne-
os, que possa ser generalizado para equações diferenciais ordi-
nárias de ordem superior e para sistemas lineares de equações
diferenciais. Este método é chamado de Variação de Parâmetros.
A seguir vamos enunciar alguns procedimentos deste método in-
teressante.
220
Exemplo 5.8. Utilize o método de variação de parâmetros para
encontrar a solução geral de
y′ + 2 y = 4.
yc ( x) = Ce −2 x
y ( x) = yc ( x) + y p ( x) = Ce −2 x + 2.
Exercícios
1) Encontre a solução geral das seguintes equações:
a) xy′ + 2 y = 0 .
b) (1 − x 2 ) y′ − y = 0 .
c) .
d) 3 y′ + ky = 0 , k é constante.
e) 2 y′ + 3 y = e − x .
f) 3 xy′ + 3 y = ln x + 1 .
di
g) L + Ri = E , L,R,E constantes L,R ≠ 0 i = i (t ) .
dt
h) (3 x 2 + 1) y′ − 2 xy = 6 x .
221
i) ( x 2 + 1) y′ − (1 − x 2 ) y = xe − x .
j) ( x 2 + 1) y′ + xy = (1 − 2 x) x 2 + 1 .
222
5.5 Equações Diferenciais Lineares de segunda
ordem com coeficientes constantes
Estudaremos agora como obter soluções para equações diferen-
ciais lineares de ordem dois. Ainda que possamos resolver algu-
mas equações não lineares de primeira ordem pelas técnicas da
seção anterior, as equações não lineares de segunda ordem resis-
tem à solução, pois não existem métodos pelos quais se possa ob-
ter a solução em termos de funções elementares ou outros tipos.
223
Exemplos de equações diferenciais lineares:
224
Definição 5.3. Uma coleção de funções f1 , f 2 , , f n , definidas
e contínuas em a ≤ t ≤ b é linearmente dependente (l.d), em
a ≤ t ≤ b , se existem constantes c1 , c2 , , cm , não todas nulas,
tais que c1 f1 + c2 f 2 + + cn f n = 0 ∀t ∈ [a, b] . Caso contrário às
funções são chamadas de linearmente independentes (l.i) nesse
intervalo.
c1 f1 ( x) + c2 f 2 ( x) + + cn −1 f n −1 ( x) + cn f n ( x) = 0
c2
f1 ( x) = − f 2 ( x);
c1
isto é, se duas funções são (l.d), então uma é uma constante múl-
tipla da outra. Reciprocamente, se f1 ( x) = c2 f 2 ( x) para alguma
constante c2 , então
(−1) f1 ( x) + c2 f 2 ( x) = 0, x ∈ I .
Logo as funções são (l.d), pois pelo menos uma das constantes,
c1 = −1 não é nula. Concluímos que duas funções são (l.i) quando
nenhuma delas é múltipla da outra em um intervalo.
12
a) f1 (t ) = 3t + e f 2 (t ) = 5t + 4 são (l.d) em ;
5
b) f1 (t ) = t e f 2 (t ) = t ² são (l.i) em −1 ≤ t ≤ 1 .
225
das duas constantes são não nulas. Isto é, as funções f1 e f 2 são
linearmente dependentes em , pois
12
c1 f1 (t ) + c2 f 2 (t ) = c1 3t + + c1 (5t + 4) = 0
5
é satisfeita para todo t real se c1 = 5 e c2 = −3 . (Lembre-se de
substituir estes valores na equação acima).
c1 f1 (t ) + c2 f 2 (t ) = c1 (t ) + c1 (t ²) = 0, t ∈ [−1, 1]
c1 g1 (t ) + c2 g 2 (t ) = c1 (t ) + c2 ( t ) = 0, t ∈]0, ∞ [ ,
226
Exemplo 5.10. Dado f1 (t ) = t ² , f 2 (t ) = cos(t ) . Encontre W [ f1 , f 2 ; t ] .
t2 cos t
W t 2 , cos t ; t = = −t 2 sen t − 2t cos t
2t − sen t
obtemos o valor do determinante.
k1 f1 ( x) + k2 f 2 ( x) = 0
227
5.5.4 Soluções para Equações Diferenciais Lineares
Equações Homogêneas: Consideremos a equação diferencial de
n -ésima ordem homogênea
bn ( x) y ( n ) + bn −1 ( x) y ( n −1) + + b1 ( x) y '+ b0 ( x) y = 0 .
y = k1 y1 + k2 y2 + + kn −1 yn −1 + kn yn
Observações 5.7.
228
5.5.5 Critério para testar independência linear
de soluções
Teorema 5.4. Sejam y1 , y2 , , yn −1 , yn n soluções para a equação
diferencial homogênea de n -ésima ordem num intervalo I . En-
tão o conjunto de soluções é linearmente independente em I se e
somente se W [ y1 , y2 , , yn −1 , yn ; x] ≠ 0, x ∈ I .
229
equação diferencial dessa forma é a função nula ou uma função
que nunca se anula.
b2 (t ) y ''+ b1 (t ) y '+ b0 (t ) y = 0
, ,
y1 = e − t , y2 = et , → {e − t , et }
230
onde c1 e c2 são constante arbitrárias, é a solução geral da equa-
ção diferencial em questão. Por solução geral se entende como o
conjunto de todas as soluções da equação diferencial.
y = k1 y1 + k2 y2 + + kn −1 yn −1 + kn yn
y (0) = 1, y '(0) = 8 .
a) Mostre que as funçõesy1 (yt )1 (=t )e=− t e − t ee ey2 (yt2)(=t )e=2t eformam
2t
um
conjunto fundamental de soluções;
231
b) Encontre a solução geral;
Exercícios
1) Encontre o Wronskiano de soluções das seguintes equações
diferenciais:
a) b)
c) d)
e) f)
232
4) Uma solução da equação diferencial y′′ + 2a y′ + a 2 y = 0 é a
função e − at . Encontre a segunda solução linearmente indepen-
dente utilizando a definição e propriedades do Wronskiano.
bn y (n ) + bn −1 y (n −1) + + b1 y '+ b0 y = 0
b2 y ''+ b1 y '+ b0 y = 0 .
233
Equação Característica
Se tentarmos uma solução da forma y = e x e subtituirmos ela e
suas derivadas na equação diferencial de ordem dois obtem-se,
e x [b2 2 + b1 + b0 ] = 0 .
Por outro lado sabemos que e x não se anula para todos os valores
x ∈ , então a única maneira de fazer essa função exponencial
satisfazer a equação diferencial proposta é escolher de tal ma-
neira que ela seja raiz da equação quadrática,
b2 2 + b1 + b0 = 0 .
234
1 = + i e 2 = − i
y = k1e(+ ) + k2 e(− ) .
i x i x
2 − 3 + 2 = ( − 1)( − 2) = 0
235
b2 y ''+ b1 y + b0 y = 0 ,
b2 y ''+ b1 y + b0 y = h(t ) ,
y = yh + y p = [k1 y1 + k2 y2 ] + y p .
Exercícios
1) Dada a solução y p (1) = 1 da equação diferencial
encontre a solução geral dessa equa-
ção.
a) b)
c) d)
e)
236
3) Suponhamos que y (t ) é uma solução da equação diferencial
p
com a propriedade que
Suponhamos que { y1 (t ), y2 (t )} é um conjunto fundamental de
soluções de sua equação homogênea associada. Mostre que
y (t ) = y p (t ) + b1 (t ) y1 (t ) + b2 (t ) y2 (t ) é solução com a propriedade
que y (t0 ) = b1 , y '(t0 ) = b2 .
b)
c)
d)
e)
f)
1) t , ∈ + = {0,1, 2,...} ;
2) e t, com constante;
237
Observação 5.8. A observação principal que faz com que o méto-
do dos coeficientes a determinar funcione, está no fato de que não
somente f(t) como também qualquer derivada de qualquer termo
de f(t) é uma combinação linear de funções do tipo (1) – (5).
238
Primeiro calculamos as funções que geram as derivadas de cada
um dos três termos da função f. Com as notações prévias, temos
−2t ² → {1, t ², t}
5 → {1}
2et → {et }
(derivadas de 2et ).
y p = At 2 + Bt + C + Det .
Por outro lado se qualquer uma das funções em qualquer dos con-
juntos {t ², t ,1} e {et } é uma solução da equação diferencial asso-
ciada homogênea, então todos os elementos de tal conjunto devem
ser multiplicados por uma mesma potência inteira de t, de maneira
que o novo conjunto resultante não contenha qualquer função que
seja solução da equação diferencial homogênea associada à equa-
ção diferencial (2).
239
Para obter os coeficientes A, B, C e D calculamos que
2A − C = 5
2D = 2
−B = 0
− A = −2 .
y p = 2t 2 − 1 + tet .
240
Exemplo 5.18. Encontre a forma de uma solução particular da
equação diferencial,
241
Portanto, a solução geral da equação diferencial dada é:
3e − t → {e − t } .
Assim,
y p = At 2 et + Be − t .
Logo,
y ' p = 2 Atet + At 2 et − Be − t
y = yn + y p
.
Aqui o polinômio característico é:
P( ) = 3 + = ( 2 + 1) = ( + i )( − i ) .
242
Então as raízes são 1 = 0 , 2 = i e 3 = −i . Logo a solução ho-
mogênea é dada por,
Logo,
1
Então A = 2 , B = − , C = 0 e
2
.
243
Derivando a solução geral
Agora
y (0) = 0 ⇒ c1 + c2 = 0
y '(0) = 1 ⇒ c3 + 2 = 1
y ''(0) = −1 ⇒ −c2 − 1 = −1 .
Exercícios
1) Encontre uma solução particular para cada equação diferencial
a) . b) .
c) . d) .
e) . f) .
b) .
d) .
e) .
244
5.5.8 Método de Variação de Parâmetros
É utilizado para calcular a solução particular da equação diferen-
cial não-homogênea
y ''+ a1 y '+ a0 y = f (t )
y "+ a1 y '+ a0 y = 0 .
É possível tratar as constantes ci como funções ui e impor con-
dições apropriadas sobre essas funções de maneira que a expres-
são u1 y1 + u2 y2 seja uma solução particular da equação diferencial
não-homogênea?
Método (Algoritmo):
1) Encontre a solução geral da equação diferencial homogênea
associada;
245
3) Integre cada função u '1 e u '2 para encontrar u1 e u2 (nestas
integrações não perdemos em generalidade se as constantes
de integração são nulas) e finalmente y p = u1 y1 + u2 y2 é a so-
lução particular desejada.
cos(t )
Assim temos as soluções u1 ' = cos(t ) cosec(t) = e u2 ' = −1
sen(t)
e integrando temos que u1 = ln sen(t ) e u2 = −t .
e a solução geral é:
246
Exercícios
1) Utilizando o método de variação de parâmetros obtenha uma
solução particular de cada equação diferencial ordinária abaixo
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
Resumo
Abordamos principalmente as equações diferenciais ordinárias
de primeira o ordem homogêneas e não homogêneas com coefien-
tes constantes e variáveis. Também estudamos as equações dife-
renciais ordinárias de segunda ordem homogêneas e não homo-
gêneas. Em todos os casos se fornecem métodos para resolvê-las.
247
Bibliografia
249
16) Marsden, J. E.; Tromba, A. J.; Weinstein, A. Basic Mul-
tivariable Calculus. New York: Freeman and Company, 1998.
250