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2019 06 06 – BITTER MOON / LUA DE FEL de ROMAN POLANSKI

1992/139min NO AUGOSTO-AUGUSTA ÚLTIMO MÊS DA SESSÃO


CINEMA QUE FECHA CICLO DO AMOR NOIR EM TECHNICOLOR

Sua estreia no longa metragem com A Faca na Água, 1962, vinha precedido do curta metragem de 1961
Dois homens e um espelho – cujo vernissage ocorreu em dezembro no cine-teatro Le Ranelagh, Paris –
onde estive pessoalmente com Polanski e Borowczki, seu jovem colega da escola de cinema de Lódz;
lembro que conversamos brevemente sobre a questão dos títulos na qual eu estava muito focado
[Raymond Roussel]. Questão do titulo ou do incipit que é muito presente no movimento do Surrealismo,
por sua implicações diretas com a imagem em seu senso mais radical de enunciador, do enunciar o fazer
ver. Ou seja, a imagem ela mesma enquanto fundante e constituinte do nosso imaginário e não o
contrário.

Por exemplo “Dois homens e um armário” ou 2 homens e 1 espelho traduz o título Deux hommes et un
armoire”, também pode ser armoire/painel/placard/affiche/tiroir/ commode/ vestiaire/meuble/garde-robe/
cabinet/coffre/pancarte/panneau/pôster. Etecetera. A igual do título, seu armoire/espelho do filme nos faz
ver as andanças por ruas e lugares e cidadezinhas de 2 homens carregando um painel com um grande
espelho [mais ou menos 2 m por 2,5m]. Afora o insólito da situação nas ruas e vilarejos, temos os
reflexos das coisas comuns e pessoas no armário e que vão se multiplicando em outras histórias possíveis
a se narrar ou não. O curioso e instigante é que no fundo e de fato, o conjunto em caleidoscópio é o que
nos apresenta e assim se apresenta em narrativa de imagens. E assim, repito, por definição e em narrativa
descontínua, é que suas rupturas coincidem, digamos, com os choques emocionais – chock e coup-de-
foudre flagrante - desta concepção de mundo do maravilhoso.

Bitter moon é um expressão inglesa para falar de uma lua-de-mel mais ácida e mordente, mais crispada do
que propriamente fracassada. Ou, também, uma lua de mel amarga e de travos fundos e marcas no
coração – e no corpo, definitivas como se quer nos apaixonados. O enredo de Lua-de-fel/Bitter Moon,
retoma intencionalmente [Polanski participou da elaboração e redação/adaptação da história original, pois
conhecia bem o Nadja] de algumas passagens do roteiro que revisita, reenvia digamos, a surpreendente
aparição de Nadja, trazida por Breton em meio aos surrealistas em 1926. Além de detalhes dos encontros
na rua, dos acasos e do ônibus, dos desencontros e das esperas dos dois se descobrindo no Boule’ Miche’,
mais não fosse o duplo sentido de seu nome Nadja ser “esperança” em russo e “serpente” em Indhi, já
sinalizaria a que veio esta filmagem, mais uma filmagem de amor-louco realizada por Polanski.

Nascido em Paris, 1933 e depois mudando por causa da guerra eminente, indo para Cracóvia/ Polônia
com seus pais, Polanski sempre teve relação muito próxima com a cultura francesa, para não dizer logo
com uma certa concepção de cinema que nasceu na França com o George Méliés e que os surrealistas
justamente vão prestigiar e mesmo fazer, escrever roteiros e dirigir, tendo realizados obras à parte do
cinema comercial. Na sua extensa carreira, Roman Polanski em seus filmes mais singulares, volta-se para
esse cinema do maravilhoso com rara maestria.

BITTER MOON, 1992, 139 minutos.-Technicolor. Director: Roman Polanski. Novela de Pascal Bruckner
[argumento original] com roteirização de Roman Polanski, Gérard Brach e John Brownjohn, mais
colaboração Jeff Gross. Produced by Robert Benmussa. Producer: Roman Polanski e Alan Sarde. Música:
Vangelis. Cinematography by Tonino Delli Colli. Film Editing by Hervé de Luze. Production Design by
Willy Holt e Gérard Viard. Costume Design by Jackie Budin. Estrelas/ Cast: Peter Coyote, Emmanuelle
Seigner, Hugh Grant, Kristin Scott Thomas, Victor Banerjee, Sophie Patel, Smilja Mihailovitch e outros.

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