3. DIAGRAMAS DE EQUILIBRIO
341. Introdugao
Fase 6 a porcao de matéria fisicamente homogénea e perfeitamente distingilvel. Por exemplo, no caso
de metais, uma fase apresenta a mesma estrutura cristalina e havendo duas fases presentes, estas S80 dis-
tintas, sem a ocorréncia de uma transi¢go entre elas, tomando-as normalmente identificéveis ao microsc6pio.
Os diagramas de fase, também chamados diagramas de equilorio, déo informagdes sobre as fases
presentes, em funcéo de varidveis como a composi¢éo quimica, a temperatura ou a presséo.
‘A composicéo quimica & caracterizada pela concentragéo dos componentes do sistema, sejam eles
elementos quimicos ou substéncias.
{A figura 3.1 apresenta 0 diagrama de fase do cobre indicando as condigées onde a fase em equilforio
sélido, liquido ou vapor em fungo da pressao e temperatura.
Este diagrama 6 de apenas um componente, 0 cobre.
Temperatura OF.
1600__2000_2400__ 2800 _3200_3600_ 4000
Ponto de fuse, Ty
Fase lquida, |
Fase vapor
Log P (pressdo.em Nim?)
Ponto de tiplo(T, P)
‘00° 7000 1200 1400 1600 1800 2000 2200
Temperatura, T,0C a
FIGURA 3.1 ~ Diagrama de equilftrio para o cobre, indicando as condigées (pressdo e temperatura), onde es-
te metal se encontra na fase sélida, liquida ou vapor.
A determinacao dos diagramas de equilibrio é feita experimentaimente através dos seguintes métodos:
= andlise térmica
= dilatometria
~ resisténcia elétrica
= metalogratia
= difragéo de raios X
Determinando-se a variago da temperatura ao longo do tempo e do comprimento, da resistividade, da
estrutura vista ao microscbpio e da difragdo de ralos X com a temperatura, 6 possivel identificarsse os pontos
de transfornagéo de fase.Exemplificando-se para 0 método da andlise térmica tem-se na figura 3.2 a variagao da temperatura
com o tempo no aquecimento e fusdo de um metal puro (a) e de uma liga bindria (b). No caso do metal puro
a fusdo se dé numa temperatura bem definida e no caso da liga, numa faixa de temperatura onde se distin-
ue 0 inicio e o término da fusdo. Estes pontos de inflexo so pontos do diagrama de equilibro.
Solugéo |
Viquida
Temperatura liquidus
‘Sélido mais llquido
solidus
Temperatura
Solugéo
sélida
‘Tempo de aquecimento ‘Tempo de aquecimento
(a) Fusdo a uma temperatura constante, T, 6 caracte- (b) Uma solugio de dois componentes se funde em
ristica da maioria dos componente puros; uma faixa de temperatura.
FIGURA 3.2 - Curvas esquemticas de aquecimento, tipicamente obtidas durante a andlise térmica de (a)
um componente puro; (b) uma liga em solucéo solida.
No levantamento de um diagrama de equilfbrio podem ser usados um ou varios métodos.
Em fungao do numero de componentes os diagramas de equilfbrio poder representar sistemas unité
rios, bindrios, temérios ou quatemérios.
3.2. Diagramas de Sistemas Binérios
s diagramas de liga bindrios so formados por dois componentes e so classif
tema seja:
= isomorto
eutético
peritético
monotético
eutetdide
peritetdide
sintético
com fases intermediérias
A figura 333 ilustra, num diagrama binério hipotético, as diversas caracterfsticas possiveis de ocorer
num diagrama de equilibrio. Estes sistemas serdo detalhados a seguir:penITénco,
8
(FASE NTERME-
TATICADE FUSAO
‘CONGAUENTE)
TEMPERATURA —————»
bse
100% A ‘Composigao ——» (FASE INTERMETALICA 100% B
{QUE PELO AQUECIMENTO
SEDECOMPOEEM ale 6)
FIGURA 3.3 - Esquema ilustrativo dos diversos sistemas representados nos diagramas de fase.
3.21. Sistemas isomorfos
'Nos sistemas isomorfos, os dois componentes formam uma nica solugdo sélida em qualquer composi-
oho.
‘A figura 3.4 apresenta sistemas isomorfos exemplificados pelos diagramas Bi ~ Sb e Fe ~ Cr.
A linha “liquidus” define o inicio da solidificagdo no restriamento e a linha “solidus” o seu término. Na
tegiéo compreendida entre as linhas “liquidus” e “solidus” tem-se em equillbrio as fases liquida e sdlida.
‘Quando as linhas "liquidus" e “solidus” se tocam, tem-se a chamada fuso congruente, 0 que ocorre,
por exemplo, no diagrama Fe ~ Cr.
‘A quantidade relativa de fases em equilforio pode ser determinada pela regra da alavanca, exempliica-
da para o sistema isomorfo Ni - Cu, apresentado na figura 3.5.
Considerando-se por exemplo, uma liga com 45% de cobre @ 55% de niquel no estado liquido, tem-se
‘0 seu restriamento, 0 inicio da solidificagdo ao se atingir a linha “liquidus” na temperatura de aproximada-
mente 1330C. A fase sblida formada tem um teor de niquel de cerca de 72%. A quantidade de fase sélida é
muito pequena e de fase liquida quase 100%.
Ao se atingir 13000C a quantidade de sélido sera 0 comprimento do segmento “a” dividido pelo com-
primento do segmento “a” + "b", ou saja (53 — 45) / (53 - 57) = 50%.
O segmento “a” coresponde a intercesséo da isoterma com a linh
liga e 6 proporcional a quantidade de sélido.
uidus” @ com a composigao da