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Teatro fórum: um caso, André dos anjos

1. A reforma agrária vista de um banco de praça Em Portugal, depois do 25 de Abril de


1974, o povo empreendeu, ele mesmo, a reforma agrária. Não esperavam a lei ser
aprovada; simplesmente ocuparam as terras improdutivas e as tornaram produtivas.
Actualmente (1977-1978) o governo pretende criar uma lei agrária que mudará as
conquistas populares nesse sentido, devolvendo as terras aos seus antigos proprietários
(que não fazem uso delas).

1ª Acção
A cena desenrola-se em dois bancos de um jardim. Um homem, o latifundiário, descansa
mansamente sobre os dois bancos. Surgem sete homens e mulheres cantando Grândola
Vila Morena, de José Afonso, canção de protesto que foi usada como o sinal que deu início
à insurreição militar que pôs fim aos 50 anos de ditadura de Salazar e Caetano.
Eles expulsam o latifundiário de um dos bancos; porém, um banco só é pequeno demais
para todos, e eles não se sentem à vontade.

2ª Acção
Todos se põem a trabalhar, fazendo a mímica do trabalho na terra, cantando outras
canções populares, enquanto discutem sobre a necessidade de levar a sua conquista para
os bancos públicos, protestam contra a produtividade do latifundiário que tem um banco só
para ele, mas as opiniões estão divididas: enquanto uns querem expulsar o latifundiário do
segundo banco, outros optam por trabalhar naquilo que já conquistaram.

3ª Acção
Chega um polícia, com uma ordem judicial que obriga o grupo a ceder vinte centímetros do
seu banco (a lei do retorno). Nova divisão: uns optam por ceder, outros não, porque fazer
uma concessão poderia significar uma vitória para as forças de reacção, que poderiam
tentar gradualmente recuperar mais terreno. Finalmente, cedem: vinte centímetros é coisa
pouca.

4ª Acção
O latifundiário protegido pelo polícia, senta-se no espaço que ficou vazio no banco. Os
outros sete amontoam-se no espaço que restou. O latifundiário abre um enorme
guardachuva, tapando a luz dos outros. Os sete protestam. O polícia diz que o latifundiário
tem o direito de fazer aquilo, porque se as terras podem ser apropriadas, o mesmo não
acontece com o ar e o céu. Eles dividem-se: uns querem lutar, outros contentam-se com o
pouco que já obtiveram e querem a paz a qualquer preço.

5ª Acção
O polícia insiste na necessidade de se levantar um muro dividindo o banco em duas partes.
Esse muro deve ser construído em terras que não pertençam a ninguém, evidentemente, a
intenção é que ele seja construído no lado que pertence ao grupo e não do lado pertencente
ao antigo proprietário. Novas discussões, novas divisões, novas concessões. Um dos sete
abandona a luta, um outro também se vai, depois um terceiro e um quarto. Aos poucos,
desistem, o grupo desintegra-se.
6ª Acção
O polícia anuncia que a ocupação não tem mais sentido porque a maioria dos ocupantes
abandonou as terras. Em consequência disso, os três são considerados simples ladrões, e
não um grupo social, com os seus direitos e os últimos são expulsos. O latifundiário
restaura os seus direitos sobre os dois bancos do jardim.

Fórum
Esta cena foi representada no Porto e em Vila Nova de Gaia. Na primeira apresentação,
havia mil pessoas na praça, ao ar livre. Primeiro, encenamos o modelo, depois iniciamos o
“fórum”. Já na segunda apresentação, vários espect-actores deram as suas versões de
resistência ao contra-ataque do latifundiário. Mas o melhor momento foi o protesto de uma
mulher da plateia. Com base na modesta cena, alguns espect-actores discutiam entre eles,
como personagens, sobre as melhores tácticas a utilizar. Em dado momento, concluíram
que todos estavam de acordo e que o fórum lhes tinha sido útil. Neste ponto, a mulher na
plateia disse:

- Aí estão vocês no palco, falando de opressão; no entanto, só há homens em cena. Em


contrapartida, aqui em baixo há mulheres que continuam sendo oprimidas, porque
continuamos tão inactivas quanto antes, e apenas presenciamos os homens actuando!

Então um dos espect-actores convida algumas mulheres para mostrarem as suas opiniões
e sentimentos, em diferentes papéis, e o fórum é reiniciado. Apenas um homem é
autorizado a continuar em cena: o que interpretou o papel de polícia. Isto porque a mulher
argumentou:

- Como o polícia é o opressor mesmo, não há nenhum problema em ser interpretado por um
homem

Teatro fórum: a revelação, autor desconhecido


A peça incluiu três cenas. A primeira cena desenrola-se em casa da oprimida, uma jovem
trabalhadora, na casa dos 20 anos, que ainda não revelou a sua homossexualidade. Na sua
casa vive também a avó, a mãe e a irmã. As quatro encontram-se na sala a assistir a um
programa televisivo cujo apresentador assumiu recentemente a sua relação homossexual.
Neste espaço, o motivo de conversa passa a ser a orientação sexual do apresentador,
revelando a família preconceitos, ridicularizando este tema. A jovem vai questionando a
família sobre o que pensam e, por várias vezes, tenta revelar o seu “segredo”, mas sente-se
incapaz perante os comentários da família, sempre tão negativos e opressores
Seguiu-se, na cena 2, o retrato de um momento de convívio entre amigas dentro de um
café. Celebram o noivado, heterossexual, de uma delas. É neste contexto que a oprimida,
acompanhada pela sua namorada, também ela um membro deste pequeno grupo, assume
a sua relação. As amigas apresentam comportamentos homofóbicos ao tomarem
conhecimento da relação amorosa das duas amigas. A oprimida procura explicar que se
sente feliz com a sua escolha e, mais uma vez, sente-se impotente neste contexto,
encontrando apenas uma aliada, a sua namorada. O grupo de amigas assume o papel de
opressores. Um exemplo dos discursos:

Amigas: ‘(…) Que horror! (…); (…) Estão confusas. Tenho o número de um bom psicólogo,
toma, liga-lhe” (…) Mas vocês não querem ter filhos? (…)

‘Seguiu-se, na cena 2, o retrato de um momento de convívio entre amigas dentro de um


café. Celebram o noivado, heterossexual, de uma delas. É neste contexto que a oprimida,
acompanhada pela sua namorada, também ela um membro deste pequeno grupo, assume
a sua relação. As amigas apresentam comportamentos homofóbicos ao tomarem
conhecimento da relação amorosa das duas amigas. A oprimida procura explicar que se
sente feliz com a sua escolha e, mais uma vez, sente-se impotente neste contexto,
encontrando apenas uma aliada, a sua namorada. O grupo de amigas assume o papel de
opressores. (Imagem 2). Um exemplo dos discursos:

Amigas: ‘(…) Que horror! (…); (…) Estão confusas. Tenho o número de um bom psicólogo,
toma, liga-lhe” (…) Mas vocês não querem ter filhos? (…) ‘

A peça termina com uma última cena, em casa da oprimida. Durante o jantar, a namorada
da oprimida revela o namoro e ambas encontram novamente rejeição.
Seguem-se alguns excertos dos discursos dos opressores que despertaram, quer nos/as
estudantes-atores/as, quer a quem assistiu à peça, sentimentos de desconforto, culpa, raiva
e tristeza:

Irmã: ‘(…) Olhe mãezinha, eu, sinceramente, acho que preferia ter um filho drogado.
Sempre pedíamos um empréstimo, iam lá para as clínicas curarem-se e, quando voltassem,
já vinham bem. Agora assim…que desgosto (…); (…) na nossa casa ela não entra mais. Se
acontecer alguma coisa à avó, a culpa é tua (…)’.

Avó: ‘(…) estas modernices!…Agora tudo é permitido…homens com homens, mulheres com
mulheres, homens com as crianças…Ainda falam mal do Salazar, esses tempos sim, eram
tempos limpos (…)’.

Mãe: ‘(…) A culpa disto é mas é da Daniela, que te levou para os maus caminhos, a minha
filha, antes de te conhecer, não era assim, era atinada. Eu nem estou em mim. Ainda bem
que o teu pai não é vivo, ia ser um desgosto (…)’.

Na etapa que seguiu a apresentação da peça foi fulcral o papel do “curinga”. Com a
pergunta ‘quem é o oprimido e porquê’, abriu a discussão a todos os presentes e despertou
na plateia a vontade de intervir. Foram vários os participantes que debateram o que
aconteceu, o que viram e sentiram durante a apresentação e que acabaram por assumir o
papel do oprimido nas várias cenas.
Foram muitos os que partilharam, em grande grupo, relatos de situações reais que
vivenciaram. Este momento de reflexão permitiu dar visibilidade ao tema e ampliá-lo a
outras realidades. Possibilitou, ainda, transformar este contexto educativo num espaço onde
cada sujeito sentiu que podia expressar-se livremente, contar a sua história e, em conjunto
com os outros, lutar por uma Escola e uma Sociedade mais inclusiva. Contudo, persistiu,
em ambos os momentos de apresentação da peça, a dificuldade em encontrar argumentos
que diminuam a opressão e, por conseguinte, que possibilitem a libertação do oprimido.

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